Miserere nóbis
Miserere-re nobis Ora, ora pro nobis
É no sempre será, ô, iaiá É no sempre, sempre serão
Miserere nóbis
Já não somos como na chegada
Calados e magros, esperando o jantar Na borda do prato se limita a janta
Miserere nóbis
Miserere-re nobis Ora, ora pro nobis
É no sempre será, ô, iaiá É no sempre, sempre serão
Miserere nóbis
Tomara que um dia de um dia seja Para todos e sempre a mesma cerveja
Tomara que um dia de um dia não Para todos e sempre metade do pão
Miserere nóbis
Tomara que um dia de um dia seja Que seja de linho a toalha da mesa
Tomara que um dia de um dia não
Miserere nóbis
Miserere-re nobis Ora, ora pro nobis
É no sempre será, ô, iaiá É no sempre, sempre serão
Miserere nóbis
Já não somos como na chegada
Calados e magros, esperando o jantar Na borda do prato se limita a janta
Miserere nóbis
Miserere-re nobis Ora, ora pro nobis
É no sempre será, ô, iaiá É no sempre, sempre serão
Miserere nóbis BÊ, RÊ, A - Bra ZÊ, I, LÊ - zil FÊ, U - fu ZÊ, I, LÊ - zil CÊ, A - ca
Miserere nóbis
3 características fundamentais
• Complexidade
• Técnica de colagem
• Multiplicidade
• Fusão musical/ cultural
• Ambiguidade
Pop(ular) + Vanguarda Tradição + Inovação Nacional + Estrangeiro
Uma infinidade de instrumentos
Brega + Bossa Nova + Rock (Psicodélico) + Música Erudita + Música Sacra
+ Cancioneiro Popular + Bolero + Mambo + Baião + Valsa + Marchinhas.
Miserere Nobis
Autores: Gilberto Gil e José Carlos Capinam Intérprete: Gilberto Gil
• Tensão entre elevado (Agnus dei) e profano (assuntos mundanos);
• Tensão entre fanfarra e marcha;
• Reflexão sobre o momento politico; • Cenas de violência;
• “Derramemos vinho no linho da mesa Molhada de vinho e manchada de sangue”
Coração Materno
Autor: Vicente Celestino Intérprete: Caetano Veloso
• Regravação;
• Grande sucesso popular; • Estilo exagerado;
• Letra dramática/artificial; • Releitura ambígua.
CORAÇÃO MATERNO
Disse um campônio à sua amada:
"Minha idolatrada, diga-me o que quer Por ti vou matar, vou roubar, embora
CORAÇÃO MATERNO
Provar quero eu que te quero, venero teus olhos, teu porte, teu ser
Mas diga, tua ordem espero, por ti não me importa matar ou morrer"
CORAÇÃO MATERNO
E ela disse ao campônio, a brincar: "Se é verdade tua louca paixão
Parte já e pra mim vá buscar de tua mãe inteiro o coração"
CORAÇÃO MATERNO
E a correr o campônio partiu, como um raio na estrada sumiu
Sua amada qual louca ficou, a chorar na estrada tombou
CORAÇÃO MATERNO
Chega à choupana o campônio
E encontra a mãezinha ajoelhada a rezar Rasga-lhe o peito o demônio
CORAÇÃO MATERNO
Tira do peito sangrando da velha mãezinha o pobre coração
E volta à correr proclamando: "Vitória, vitória, tens minha paixão"
CORAÇÃO MATERNO
Mas em meio da estrada caiu, e na queda uma perna partiu
E à distância saltou-lhe da mão sobre a terra o pobre coração
CORAÇÃO MATERNO
Nesse instante uma voz ecoou: "Magoou-se, pobre filho meu?
Vem buscar-me filho, aqui estou, vem buscar-me que ainda sou TEU!"
Panis et circensis
Eu quis cantar uma canção iluminada de sol
Soltei os panos sobre os mastros no ar
Panis et circensis
Soltei os tigres e os leões nos quintais Mas as pessoas na sala de jantar
Panis et circensis
Mandei fazer de puro aço luminoso um punhal
Para matar o meu amor e matei
Panis et circensis
Às cinco horas na avenida central Mas as pessoas da sala de jantar
Panis et circensis
Mandei plantar folhas de sonhos no jardim do solar
As folhas sabem procurar pelo sol E as raízes procurar, procurar
Panis et circensis
Mas as pessoas da sala de jantar Essas pessoas da sala de jantar São as pessoas da sala de jantar Mas as pessoas da sala de jantar
Panis et circensis
Essas pessoas na sala de jantar Essas pessoas na sala de jantar
ESSAS PESSOAS NA SALA DE JANTAR ESSAS PESSOAS NA SALA DE JANTAR
Panis et Circencis
Autores: Caetano Veloso e Gilberto Gil Intérpretes: Os Mutantes
OUSADIA DA TRANSFORMAÇÃO X
PESSOAS NA SALA DE JANTAR
IMAGENS DE OUSADIA:
CANÇÃO ILUMINADA DE SOL FOLHAS DE SONHO
CRIME NA HORA DO RUSH > NÃO ABALA A ORDEM
SOCIAL/CONFORMAÇÃO
INTRODUÇÃO > REPÓRTER ESSO > ANÚNCIO DE UM ACONTECIMENTO
CONTENTAR-SE COM
POUCO/ESSENCIAL/IMAGEM DA CONFORMAÇÃO
LINDONÉIA
Na frente do espelho
Sem que ninguém a visse Miss,
Linda, Feia,
LINDONÉIA
Despedaçados Atropelados
Cachorros mortos nas ruas Policiais vigiando
LINDONÉIA
Sangrando
Oh, meu amor
LINDONÉIA
Lindonéia, cor parda Frutas na feira
Lindonéia solteira Lindonéia, domingo
LINDONÉIA
Lindonéia desaparecida Na igreja, no andor
Lindonéia desaparecida Na preguiça, no progresso
LINDONÉIA
Lindonéia desaparecida Nas paradas de sucesso
Ah, meu amor
LINDONÉIA
Lindonéia desaparecida Nas paradas de sucesso
Ah, meu amor
LINDONÉIA
No avesso do espelho Mas desaparecida
Ela aparece na fotografia Do outro lado da vida
LINDONÉIA
Despedaçados Atropelados
Cachorros mortos nas ruas Policiais vigiando
LINDONÉIA
Sangrando
Oh, meu amor
A solidão vai me matar, Vai me matar,
LINDONÉIA
Autor: Caetano Veloso Intérprete: Nara Leão
Nara leão > bossa
Tom de bolero da canção > ar sublime X
Personagem popular > tragédia
LINDONÉIA:
- Lindonéia, cor parda - Lindonéia solteira - Lindonéia, domingo
Segunda-feira
DESAPARECIMENTO > RESSURGIR NA CAPA DO JORNAL > DO OUTRO LADO DA
VIDA > GANHA EXISTÊNCIA NA INEXISTÊNCIA
REPETIÇÃO DO VERSO
LINDONEIA DESAPARECIDA > CONTEXTO
PARADAS DE SUCESSO MUNDO DE VIOLÊNCIA:
SANGRANDO/POLICIAIS VIGIANDO X
Cantor e compositor Caetano Veloso vestindo um Parangolé de Oiticica
em 1968.
O projeto e a concepção de Tropicália devem ser compreendidos no interior da produção de Hélio Oiticica nos anos 1960, quando suas obras se voltam preferencialmente para as pesquisas sensoriais. Os Bólides e Parangolés, realizados em 1963-1964, são emblemáticos dessa orientação dos trabalhos e preparam a passagem para a "antiarte ambiental“ que tem lugar no fim da década de 1960, com Tropicália, Apocalipopótese (1968) e Éden (1969).
Nos Parangolés, as cores libertam-se dos recipientes e passam a envolver o corpo, como capas e/ou abrigos: "com Parangolé, descobri estruturas 'comportamento-corpo': tudo para mim passou a girar em torno do corpo que dança".
Hélio Oiticica
PN2 “A pureza é Um Mito” e PN3 “Imagético”
1967
O termo Tropicálianasce como nome da obra de Hélio Oiticica (1937 - 1980) exposta na mostra Nova Objetividade Brasileira, realizada no Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro - MAM/RJ, em abril de 1967. A obra pode ser descrita como um ambiente labiríntico composto de dois Penetráveis, PN2 (1966) - Pureza É um Mito, e PN3 (1966-1967) - Imagético, associados a plantas, areia, araras, poemas-objetos, capas de Parangolé e um aparelho de televisão.
“... a rigor, Lindonéia não é um retrato, apesar de seu subtítulo – a Gioconda dos subúrbios – nos atrair nesta direção. É fragmento do fragmento da nova paisagem... a nova paisagem é formada das figuras do imperativo urbano: política, crises, crimes, guerras. Tudo se passa nas cidades, e Lindonéia seria um pedaço de jornal que seria um pedaço da cidade. Não fosse a moldura, que domestica e privatiza Lindonéia, e permite que, em princípio, sendo uma de muitas e muitas anônimas Lindonéias, se individualize e se transforme na Lindonéia de Rubens Gerchman, cantada por Caetano.” (Paulo Sergio Duarte).
Lindonéia, a Gioconda do subúrbio
Rubens Gerchman
vidro, colagem e metal sobre madeira, 60 x 60cm, 1966, Fotógrafo Vicente de Mello, Col. Gilberto Chateaubriand/MAM, Rio de Janeiro.
Parque industrial
Retocai o céu de anil Bandeirolas no cordão
Parque industrial
Despertai com orações O avanço industrial
Parque industrial
Tem garotas propaganda
Aeromoças e ternura no cartaz Basta olhar na parede
Parque industrial
Pois temos o sorriso engarrafado Já vem pronto e tabelado
É somente requentar e usar É somente requentar e usar
Parque industrial
Porque é made, made, made Made in Brazil
Porque é made, made, made Made in Brazil
Parque industrial
Porque é made, made, made Made in Brazil
Porque é made, made, made Made in Brazil
Parque industrial
Retocai o céu de anil Bandeirolas no cordão
Parque industrial
Despertai com orações O avanço industrial
Parque industrial
A revista moralista
Traz uma lista dos pecados da vedete E tem jornal popular que
Nunca se espreme Porque pode derramar
Parque industrial
É um banco de sangue encadernado Já vem pronto e tabelado
É somente folhear e usar É somente folhear e usar
Parque industrial
Porque é made, made, made Made in Brazil
Parque industrial
Parque Industrial
Autor: Tom Zé
Intérpretes: Gilberto Gil, Caetano Veloso, Gal Costa, Tom Zé, Os Mutantes
ALUSÃO AO HINO DA BANDEIRA >
Retocai o céu de anil
MODERNIZAÇÃO DA SOCIEDADE BRASILEIRA > VISÃO IRÔNICA
CARÁTER FESTIVO DO BRASIL
O avanço industrial
DESENVOLVIMENTISMO
PROPAGANDA > CAPITALISMO / CONSUMO Tem garota-propaganda
Aeromoça e ternura no cartaz, Basta olhar na parede,
Minha alegria
Num instante se refaz
Pois temos o sorriso engarrafado Já vem pronto e tabelado
QUESTÃO DA IMPRENSA A revista moralista
Traz uma lista dos pecados da vedete CONTRADIÇÃO
E tem jornal popular que Nunca se espreme
Porque pode derramar.
É um banco de sangue encadernado SENSACIONALISMO
PRESENÇA DE EMPRESAS ESTRANGEIRAS PARQUE INDUSTRIAL > FESTA / AVANÇO
MADE IN BRAZIL
FINAL DA MÚSICA > ZIL > TOM CAIPIRA >
PRESENÇA DO ARCAICO FRENTE À MODERNIDADE
A tendência de planos econômicos e o otimismo
progressista:
“O avanço industrial
Vem trazer nossa redenção”
Clima desenvolvimentista no Brasil:
Plano de Metas de JK. Planos falidos de Jango. PAEG dos militares.
A incorporação do discurso capitalista homogêneo
e standard:
“Pois temos o sorriso engarrafado Já vem pronto e tabelado
É somente requentar e usar É somente requentar e usar O que é made, made, made Made in Brazil”
Influência do modo de vida americano
Alinhamento brasileiro com os EUA desde Getúlio e JK,
tensionado no período militar.
GELÉIA GERAL
Um poeta desfolha a bandeira e a manhã tropical se inicia
Resplandente, cadente, fagueira num calor girassol com alegria
Na geléia geral brasileira que o Jornal do Brasil anuncia
GELÉIA GERAL
Ê, bumba-yê-yê-boi
ano que vem, mês que foi Ê, bumba-yê-yê-yê
GELÉIA GERAL
A alegria é a prova dos nove e a tristeza é teu porto seguro
Minha terra é onde o sol é mais limpo e Mangueira é onde o samba é mais puro
Tumbadora na selva-selvagem, Pindorama, país do futuro
GELÉIA GERAL
Ê, bumba-yê-yê-boi
ano que vem, mês que foi Ê, bumba-yê-yê-yê
GELÉIA GERAL
É a mesma dança na sala, no Canecão, na TV E quem não dança não fala,
assiste a tudo e se cala
GELÉIA GERAL
Doce mulata malvada, um LP de Sinatra, maracujá, mês de abril
Santo barroco baiano, superpoder de paisano, formiplac e céu de anil
GELÉIA GERAL
Três destaques da Portela, carne-seca na janela, alguém que chora por mim
Um carnaval de verdade, hospitaleira amizade, brutalidade jardim
GELÉIA GERAL
Ê, bumba-yê-yê-boi
ano que vem, mês que foi Ê, bumba-yê-yê-yê
GELÉIA GERAL
Plurialva, contente e brejeira miss linda Brasil diz "bom dia"
E outra moça também, Carolina, da janela examina a folia
Salve o lindo pendão dos seus olhos e a saúde que o olhar irradia
GELÉIA GERAL
Ê, bumba-yê-yê-boi
ano que vem, mês que foi Ê, bumba-yê-yê-yê
GELÉIA GERAL
Um poeta desfolha a bandeira e eu me sinto melhor colorido
Pego um jato, viajo, arrebento com o roteiro do sexto sentido
Voz do morro, pilão de concreto tropicália, bananas ao vento
GELÉIA GERAL
Ê, bumba-yê-yê-boi
ano que vem, mês que foi Ê, bumba-yê-yê-yê
GelÉia Geral
Autores: Gilberto Gil e Torquato Neto Intérprete: Giblerto Gil
• Música síntese do movimento
“As relíquias do Brasil
Doce mulata malvada
Um LP de Sinatra
Maracujá, mês de abril
Santo barroco baiano
Super poder de paisano
• Referências ao Modernismo de 1922
“A alegria é a prova dos nove” “Pindorama, país do futuro”
• Papel da mídia – Cultura de massas
• Mistura (rock dos Beatles/Folclore)
- Uma canção de amor inserida no mundo do consumo
- “Você precisa…”: função conativa (discurso publicitário)
1ª estrofe: - Mercadorias (piscina, margarina, gasolina)
- Carolina, de Chico Buarque (indústria musical)
REFRÃO IMPERATIVO (“Eu sei que é assim”)
2ª estrofe: - Integração com a turma e sua moda (“Roberto”)
REFRÃO SAUDOSO (“Há quanto tempo” – Reencontro) 3ª estrofe: - Da cidade à publicidade: saturação do discurso
Não sei…
REFRÃO: Declaração de amor na T-Shirt (“I love you”) BABY
Autor: Caetano Veloso
“Você precisa aprender inglês.”
“Baby, I love you.” +
“Please stay by me, Diana.”
baby
Você precisa saber da piscina, da
Margarina, da Carolina, da gasolina Você precisa saber de mim
baby
Você precisa tomar um sorvete Na lanchonete, andar com gente
Me ver de perto.
Ouvir aquela canção do Roberto Baby, baby, há quanto tempo.
baby
Você precisa aprender inglês Precisa aprender o que eu sei
E o que eu não sei mais E o que eu não sei mais
baby
Não sei, comigo vai tudo azul Contigo vai tudo em paz
Vivemos na melhor cidade Da América do Sul
Da América do Sul
baby
Não sei, leia na minha camisa
Baby, baby, I love you (please stay by me, Diana)
TRÊS CARAVELAS
Autor: Augusto Algueró e Moreu (ESP)/ João de Barro (POR) Intérprete: Caetano Veloso e Gilberto Gil
Canção não-autoral > espanhol Augusto Algueró > gravada por Emilinha Borba (57)
Duas histórias:
Visão do colonizador > encontra seu amor na
terra x visão do colonizado > o brasil
Rumba > Prazer >
Elogio ao colonizador > Ironia Referência à Cuba > Provocação? Rumba x Caráter inovador do disco
Mescla português x espanhol Imprecisão histórica da letra >
colombo x cuba
TRÊS CARAVELAS
Un navegante atrevido Sayó de Palos un día
TRÊS CARAVELAS
La Pinta, la Niña
Y
TRÊS CARAVELAS
Hace a la tierra cubana Con toda sú valentia
TRÊS CARAVELAS
La Pinta, la Niña
Y
TRÊS CARAVELAS
Muita coisa sucedeu Daquele tempo pra cá
O Brasil aconteceu
TRÊS CARAVELAS
Um navegante atrevido Saiu de Palos um dia
TRÊS CARAVELAS
A Pinta, a Nina
E
TRÊS CARAVELAS
Em terras americanas Saltou feliz, certo dia.
TRÊS CARAVELAS
A Pinta, a Nina
E
TRÊS CARAVELAS
Mira tú que cosas passan Que algunos años después
En esta tierra cubana Yo encontré a mí querer
TRÊS CARAVELAS
Viva el Señor Don Cristóvan Que viva la patria mía
TRÊS CARAVELAS
La Pinta, la Niña
Y
TRÊS CARAVELAS
Viva Cristóvão Colombo Que, para nossa alegria, Veio com três caravelas:
TRÊS CARAVELAS
A Pinta, a Nina
E
Enquanto seu lobo não vem
Autor: Caetano Veloso Intérprete: Caetano Veloso
• Atualização do conto de fadas Chapeuzinho Vermelho
• Estrutura paralelística (“Vamos passear…”)
• “Os clarins da banda militar”: Intertextualidade com a composição Dora, de Dorival Caymmi.
• Anuncia a aproximação do desfile militar (o lobo opressor)
1º verso: - Fusão entre a cidade (avenida) e a natureza (floresta) 1º refrão: - O carnaval e Presidente Vargas
2º verso: - Estados Unidos do Brasil - O passeio escondido e o desfile 2º refrão: Ingenuidade e erotismo Ordem repressora
ENQUANTO SEU LOBO NÃO VEM
Vamos passear na floresta escondida, meu amor
Vamos passear na avenida
Vamos passear nas veredas, no alto meu amor
ENQUANTO SEU LOBO NÃO VEM
A Estação Primeira da Mangueira passa em ruas largas
Passa por debaixo da
ENQUANTO SEU LOBO NÃO VEM
Vamos passear nos
Estados Unidos do Brasil Vamos passear escondidos
Vamos desfilar pela rua onde Mangueira passou
ENQUANTO SEU LOBO NÃO VEM
Vamos passear nos
Estados Unidos do Brasil Vamos passear escondidos
Vamos desfilar pela rua onde Mangueira passou
ENQUANTO SEU LOBO NÃO VEM
Debaixo das bombas, das bandeiras Debaixo das botas
Debaixo das rosas, dos jardins Debaixo da lama
ENQUANTO SEU LOBO NÃO VEM
Os clarins da banda militar… Os clarins da banda militar… Os clarins da banda militar… Os clarins da banda militar…
MAMÃE CORAGEM
Mamãe, mamãe, não chore
A vida é assim mesmo - eu fui embora Mamãe, mamãe, não chore
Eu nunca mais vou voltar por aí Mamãe, mamãe, não chore
A vida é assim mesmo
Eu quero mesmo é isto aqui Mamãe, mamãe, não chore
MAMÃE CORAGEM
Pegue uns panos pra lavar Leia um romance
Veja as contas do mercado Pague as prestações
MAMÃE CORAGEM
Ser mãe
É desdobrar fibra por fibra Os corações dos filhos
Seja feliz Seja feliz
MAMÃE CORAGEM
Mamãe, mamãe, não chore
Eu quero, eu posso, eu quis, eu fiz Mamãe, seja feliz
MAMÃE CORAGEM
Não chore nunca mais, não adianta Eu tenho um beijo preso na garganta
Eu tenho um jeito de quem não se espanta (Braço de ouro vale 10 milhões)
Eu tenho corações fora do peito Mamãe, não chore - Não tem jeito
MAMÃE CORAGEM
Pegue uns panos pra lavar Leia um romance
Leia "Alzira morta virgem" "O grande industrial"
MAMÃE CORAGEM
Eu por aqui vou indo muito bem De vez em quando brinco Carnaval
E vou vivendo assim: felicidade Na cidade que eu plantei pra mim
E que não tem mais fim Não tem mais fim
Mamãe coragem
Autores: Caetano Veloso, Torquato Neto Intérprete: Gal Costa
• Letra em Primeira Pessoa – Feminina • Interlocução com a mãe – consolo
• Referência – She’s leaving home, dos Beatles
• A mudança de comportamento (o chamado da independência urbana)
• Mercado de trabalho
A libertação dos anos 60
“Mamãe, mamãe, não chore
Eu quero, eu posso, eu quis, eu fiz Mamãe, seja feliz
Mamãe, mamãe, não chore
Não chore nunca mais, não adianta Eu tenho um beijo preso na garganta”
As revoluções dos anos 60
O Réveillon que mudou o mundo O amor livre
A crise da família patriarcal
A emergência da voz da juventude
O mundo de todos horizontes possíveis “É proibido proibir”
1968
Eventos que marcaram o ano:
- O Maio francês - A crise do Vietnã - O movimento estudantil latino-americano - A Primavera de Praga na Tcheco-Eslováquia
Brasil
- Troca de presidentes:
Castello Branco para Costa e Silva - Morte do estudante Édson Luís - Passeata dos Cem Mil
- Discurso de Márcio Moreira Alves - Festival Internacional da Canção - Congresso de Ibiúna
- Prisão de líderes estudantis e políticos - 13/12/1968: AI-5
Bat macumba
Autores: Gilberto Gil e Caetano Veloso Intérprete: Gilberto Gil
OUVIR: - Percussão afro-brasileira e rock - Transe ritualístico
LER: - Desmontagem e remontagem do verso
Revela seus elementos simbólicos até se tornar um elemento mínimo (BA)
- Síntese antropofágica
Religiosa: macumba, obá Cultural: Batman, iêiê
VER: - Poesia Concreta
Bat macumba
Bat Macumba ê ê, Bat Macumba obá Bat Macumba ê ê, Bat Macumba obá Bat Macumba ê ê, Bat Macumba obá Bat Macumba ê ê, Bat Macumba obá Bat Macumba ê ê, Bat Macumba obá Bat Macumba ê ê, Bat Macumba obá Bat Macumba ê ê, Bat Macumba obá Bat Macumba ê ê, Bat Macumba oh Bat Macumba ê ê, Bat Macumba Bat Macumba ê ê, Bat Macum Bat Macumba ê ê, Batman Bat Macumba ê ê, Bat Bat Macumba ê ê, Ba Bat Macumba ê ê Bat Macumba ê Bat Macumba Bat Macum Batman Bat Ba Bat Bat Ma Bat Macum Bat Macumba Bat Macumba ê Bat Macumba ê ê Bat Macumba ê ê, Ba Bat Macumba ê ê, Bat Bat Macumba ê ê, Batman Bat Macumba ê ê, Bat Macum Bat Macumba ê ê, Bat Macumba Bat Macumba ê ê, Bat Macumba oh Bat Macumba ê ê, Bat Macumba obá Bat Macumba ê ê, Bat Macumba obá Bat Macumba ê ê, Bat Macumba obá Bat Macumba ê ê, Bat Macumba obá Bat Macumba ê ê, Bat Macumba obá Bat Macumba ê ê, Bat Macumba obá!
Bat Macumba ê ê, Bat Macumba obá Bat Macumba ê ê, Bat Macumba obá Bat Macumba ê ê, Bat Macumba obá Bat Macumba ê ê, Bat Macumba obá Bat Macumba ê ê, Bat Macumba obá Bat Macumba ê ê, Bat Macumba obá Bat Macumba ê ê, Bat Macumba obá
Bat macumba
Bat Macumba ê ê, Bat Macumba obá Bat Macumba ê ê, Bat Macumba obá Bat Macumba ê ê, Bat Macumba obá Bat Macumba ê ê, Bat Macumba obá Bat Macumba ê ê, Bat Macumba obá Bat Macumba ê ê, Bat Macumba obá Bat Macumba ê ê, Bat Macumba obá Bat Macumba ê ê, Bat Macumba oh Bat Macumba ê ê, Bat Macumba Bat Macumba ê ê, Bat Macum Bat Macumba ê ê, Batman Bat Macumba ê ê, Bat Bat Macumba ê ê, Ba Bat Macumba ê ê Bat Macumba ê Bat Macumba Bat Macum Batman Bat Ba Bat Bat Ma Bat Macum Bat Macumba Bat Macumba ê Bat Macumba ê ê Bat Macumba ê ê, Ba Bat Macumba ê ê, Bat Bat Macumba ê ê, Batman Bat Macumba ê ê, Bat Macum Bat Macumba ê ê, Bat Macumba Bat Macumba ê ê, Bat Macumba oh Bat Macumba ê ê, Bat Macumba obá Bat Macumba ê ê, Bat Macumba obá Bat Macumba ê ê, Bat Macumba obá Bat Macumba ê ê, Bat Macumba obá Bat Macumba ê ê, Bat Macumba obá Bat Macumba ê ê, Bat Macumba obá!
Bat Macumba ê ê, Bat Macumba oh Bat Macumba ê ê, Bat Macumba
Bat Macumba ê ê, Bat Macum Bat Macumba ê ê, Batman
Bat Macumba ê ê, Bat Bat Macumba ê ê, Ba Bat Macumba ê ê Bat Macumba ê Bat Macumba Bat Macum Batman Bat
Bat macumba
Bat Macumba ê ê, Bat Macumba obá Bat Macumba ê ê, Bat Macumba obá Bat Macumba ê ê, Bat Macumba obá Bat Macumba ê ê, Bat Macumba obá Bat Macumba ê ê, Bat Macumba obá Bat Macumba ê ê, Bat Macumba obá Bat Macumba ê ê, Bat Macumba obá Bat Macumba ê ê, Bat Macumba oh Bat Macumba ê ê, Bat Macumba Bat Macumba ê ê, Bat Macum Bat Macumba ê ê, Batman Bat Macumba ê ê, Bat Bat Macumba ê ê, Ba Bat Macumba ê ê Bat Macumba ê Bat Macumba Bat Macum Batman Bat Ba Bat Bat Ma Bat Macum Bat Macumba Bat Macumba ê Bat Macumba ê ê Bat Macumba ê ê, Ba Bat Macumba ê ê, Bat Bat Macumba ê ê, Batman Bat Macumba ê ê, Bat Macum Bat Macumba ê ê, Bat Macumba Bat Macumba ê ê, Bat Macumba oh Bat Macumba ê ê, Bat Macumba obá Bat Macumba ê ê, Bat Macumba obá Bat Macumba ê ê, Bat Macumba obá Bat Macumba ê ê, Bat Macumba obá Bat Macumba ê ê, Bat Macumba obá Bat Macumba ê ê, Bat Macumba obá!
Bat macumba
Bat Macumba ê ê, Bat Macumba obá Bat Macumba ê ê, Bat Macumba obá Bat Macumba ê ê, Bat Macumba obá Bat Macumba ê ê, Bat Macumba obá Bat Macumba ê ê, Bat Macumba obá Bat Macumba ê ê, Bat Macumba obá Bat Macumba ê ê, Bat Macumba obá Bat Macumba ê ê, Bat Macumba oh Bat Macumba ê ê, Bat Macumba Bat Macumba ê ê, Bat Macum Bat Macumba ê ê, Batman Bat Macumba ê ê, Bat Bat Macumba ê ê, Ba Bat Macumba ê ê Bat Macumba ê Bat Macumba Bat Macum Batman Bat Ba Bat Bat Ma Bat Macum Bat Macumba Bat Macumba ê Bat Macumba ê ê Bat Macumba ê ê, Ba Bat Macumba ê ê, Bat Bat Macumba ê ê, Batman Bat Macumba ê ê, Bat Macum Bat Macumba ê ê, Bat Macumba Bat Macumba ê ê, Bat Macumba oh Bat Macumba ê ê, Bat Macumba obá Bat Macumba ê ê, Bat Macumba obá Bat Macumba ê ê, Bat Macumba obá Bat Macumba ê ê, Bat Macumba obá Bat Macumba ê ê, Bat Macumba obá Bat Macumba ê ê, Bat Macumba obá!
Bat Bat Ma Bat Macum Bat Macumba Bat Macumba ê Bat Macumba ê ê Bat Macumba ê ê, Ba Bat Macumba ê ê, Bat
Bat Macumba ê ê, Batman
Bat Macumba ê ê, Bat Macum Bat Macumba ê ê, Bat Macumba
Bat macumba
Bat Macumba ê ê, Bat Macumba obá Bat Macumba ê ê, Bat Macumba obá Bat Macumba ê ê, Bat Macumba obá Bat Macumba ê ê, Bat Macumba obá Bat Macumba ê ê, Bat Macumba obá Bat Macumba ê ê, Bat Macumba obá Bat Macumba ê ê, Bat Macumba obá Bat Macumba ê ê, Bat Macumba oh Bat Macumba ê ê, Bat Macumba Bat Macumba ê ê, Bat Macum Bat Macumba ê ê, Batman Bat Macumba ê ê, Bat Bat Macumba ê ê, Ba Bat Macumba ê ê Bat Macumba ê Bat Macumba Bat Macum Batman Bat Ba Bat Bat Ma Bat Macum Bat Macumba Bat Macumba ê Bat Macumba ê ê Bat Macumba ê ê, Ba Bat Macumba ê ê, Bat Bat Macumba ê ê, Batman Bat Macumba ê ê, Bat Macum Bat Macumba ê ê, Bat Macumba Bat Macumba ê ê, Bat Macumba oh Bat Macumba ê ê, Bat Macumba obá Bat Macumba ê ê, Bat Macumba obá Bat Macumba ê ê, Bat Macumba obá Bat Macumba ê ê, Bat Macumba obá Bat Macumba ê ê, Bat Macumba obá Bat Macumba ê ê, Bat Macumba obá!
Bat Macumba ê ê, Bat Macumba obá Bat Macumba ê ê, Bat Macumba obá Bat Macumba ê ê, Bat Macumba obá Bat Macumba ê ê, Bat Macumba obá Bat Macumba ê ê, Bat Macumba obá Bat Macumba ê ê, Bat Macumba obá Bat Macumba ê ê, Bat Macumba obá
Hino ao senhor do bonfim
Autores: Artur de Sales, João Antonio Wanderley
Intérpretes: Caetano Veloso, Gilberto Gil, Gal Costa e Os Mutantes
Obra não-autoral
Escrito para celebrar os cem anos da independência do brasil >
1823 – 1923 > 2 de julho Hino religioso >
Imagem >
entregue por tropas portuguesas > derrotadas
Sagrada colina > local da igreja
Cantar da harmonia & concórdia > clima apoteótico x gritos
Louvor a uma glória passada
Disco inicia e acaba com um canto religioso>
MISERERE – religiosidade x latinidade HINO – religiosidade x militarismo
Hino ao senhor do bonfim
Glória a ti neste dia de glória
glória a ti redentor que há cem anos nossos pais conduziste à vitória
Hino ao senhor do bonfim
desta sagrada colina
mansão da misericórdia dai-nos a graça divina da justiça e da concórdia
Hino ao senhor do bonfim
glória a ti nessa altura sagrada és o eterno farol, és o guia
és, senhor, sentinela avançada és a guardo imortal da bahia.
Hino ao senhor do bonfim
glória a ti nessa altura sagrada és o eterno farol, és o guia
és, senhor, sentinela avançada és a guardo imortal da bahia.
Hino ao senhor do bonfim
desta sagrada colina
mansão da misericórdia dai-nos a graça divina da justiça e da concórdia
Hino ao senhor do bonfim
desta sagrada colina
mansão da misericórdia dai-nos a graça divina da justiça e da concórdia
Hino ao senhor do bonfim
aos teus pés que nos deste o direito aos teus pés que nos deste a verdade
trata e exulta num férvido preito a alma em festa da nossa cidade
Hino ao senhor do bonfim
desta sagrada colina
mansão da misericórdia dai-nos a graça divina da justiça e da concórdia