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Budapeste, Londres, Lisboa e o Licor de Merda

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Academic year: 2021

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Budapeste, Londres, Lisboa e o Licor de Merda

O Campeonato Mundial Master de Natação seria realizado em Budapeste no mês de agosto de 2017. Alexandre, o meu parceiro em inúmeras competições de natação em piscinas e no mar, me convidou a participarmos, já que ambos tínhamos os índices nas provas em que nadávamos e estávamos aptos a participar. Como eu não conhecia ainda Budapeste me animei em participar e a Sandrinha também gostou muito da ideia, e foi assim que no dia 13 de agosto de 2017 embarcamos num voo da TAP com destino a Lisboa com uma conexão para Budapeste. O Alexandre tinha viajado na sexta dia 11, já que na segunda já estaria competindo.

Devido ao horário da nossa conexão nós ficamos cinco horas no aeroporto de Lisboa e aproveitamos para comprar um chip para um aparelho, tipo wi-fi portátil, que nos tinha sido emprestado pelo meu sobrinho Iuri, mas que acabou não funcionando adequadamente, nem mesmo em Portugal.

A informação que eu tinha da Hungria era que a língua era respeitada até mesmo pelo diabo, logo não pensei em nem mesmo arriscar algumas palavras. Em húngaro não existe nenhuma palavra parecida com a equivalente em qualquer outra língua, por exemplo, mulher é noi, com dois acentos agudos na letra o. Isso realmente causava uma certa confusão na hora de irmos ao banheiro já que homem é ferfi. Além da língua eu já tinha percebido pelo site do campeonato que os húngaros eram um povo enrolado, pelo menos nos nossos parâmetros de entendimento, o que eu não sabia era que eram também mal-humorados. Eu tinha contratado um transporte no aeroporto para nos levar ao nosso hotel em Budapeste, isso havia sido tratado pelo site do nosso hotel, que era o Carat Boutique Hotel. Quando desembarcamos realmente havia várias placas com diversos nomes, mas não vi o meu nome em nenhuma delas. Procuramos durante alguns minutos e a Sandrinha resolveu pedir ajuda no balcão de apoio aos turistas. Nesse momento eu vi longe uma moça falando ao celular com um papel abaixado na mão. Fui até lá e então encontrei o meu nome.

Quando chegamos na recepção do hotel notamos que a recepcionista estava mal-humorada. Quando perguntávamos alguma coisa ela respirava fundo e dizia que devíamos esperar que ela iria falar tudo o que nos interessava e que não havia motivos para interrupções. Além disso falava numa voz baixa e monocórdia e certamente com um sotaque húngaro, o que dificultava o nosso entendimento. O hotel Carat Boutique era realmente muito bom. Um prédio antigo com quartos amplos e o que era melhor, muito bem localizado, num local com centenas de restaurantes e bares, além de um mercado a poucos metros do nosso hotel. Após nos acomodarmos entrei em contato com o Alexandre para nos encontrarmos para jantar e ele falou que passaria no nosso hotel junto com a Renata, sua namorada.

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Alexandre e Renata já conheciam bem o local e fomos a uma galeria nas proximidades com centenas de restaurantes. Escolhemos o Café Vian Gozsdu que possui um menu executivo com uma entrada, um prato principal, uma sobremesa e também um vinho adocicado tradicional da Hungria para ser bebido junto com a sobremesa. O meu sobrinho Max já tinha me falado desse vinho (toka3i aszu) que era medido por puttonios, ou seja, três, cinco e sete plutônios. O nosso tinha três puttonios. Não me pergunte exatamente o que significa essa medida e ainda vou perguntar ao Max quando estiver com ele. Disse o garçom do restaurante que indica o grau de doçura da bebida. A comida de uma forma geral em Budapeste é muito barata, mas o sabor não é dos melhores.

Eu e Sandrinha em Budapeste na parte velha da cidade (Buda) com o Rio Danúbio ao fundo e ao longe o belo prédio do Parlamento (em Peste)

No dia seguinte (15/08) fomos com Alexandre e Renata ao Accreditation Center para pegarmos os nossos crachás, que por sinal, davam acesso gratuito a qualquer transporte público em Budapeste. A Arena Duna onde ficada o centro é um complexo aquático de alto nível, que na minha vida de nadador, não tinha ainda visto nada parecido. No local tinha algumas piscinas de aquecimento e aproveitei para nadar um pouco numa que era descoberta e ficava as margens do rio Danúbio. Alexandre foi comigo, mas não nadou e encontramos outros brasileiros nadando inclusive a Maria Padilha do Fluminense e uma outra moça de Tocantins.

Eu tinha contratado uma Citi Tour pela internet quando estávamos no Brasil e eles iriam nos buscar no hotel às 14 horas e 30 minutos. Eu e Sandrinha

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convencemos ao Alexandre e a Renata a irem junto e desta forma partimos os quatro e mais um húngaro e sua namorada americana para visitar a belíssima cidade de Budapeste. O guia falava sem parar em inglês com o seu sotaque húngaro. Não dava nem tempo para perguntarmos alguma coisa pois ela já estava no outro assunto. Descobrimos que para ele interromper um pouco a sua falação tínhamos que dar-lhe alguma coisa para comer, e Renata então passou a oferecer batata frita e balas para que os nossos ouvidos pudessem descansar um pouco. Quando a situação começava a ficar crítica alguém gritava: Renata está na hora de dar comida ao guia. Na verdade, a cidade é dividida em duas partes já que é cortada pelo rio Danúbio, o mesmo que depois corta a também belíssima cidade de Viena na Áustria. Numa margem temos Buda, a parte velha e muito antiga da cidade, e da outra Peste a parte mais moderna.

A maior parte das pessoas em Budapeste fala inglês, mas em certos locais você acaba esbarrando com alguém que não fala e nesse caso a comunicação é praticamente impossível. Isso acontecia sempre no mercado onde todo dia comprávamos água e outras coisas mais. De noite resolvemos jantar num restaurante italiano, já que o menu húngaro não tinha agradado muito, que ficava na mesma galeria com as centenas de restaurantes e se chamava Trattoria Gozsdu. O local do restaurante era o Gozsdu Upvar ou seja Jardim Gozsdu em português. Os pratos de massa supostamente italiana nos agradaram mais do que a comida tradicional húngara.

As competições do mundial eram disputadas em dois locais diferentes cada qual com duas piscinas oficiais, ou seja, rolavam quatro competições ao mesmo tempo. No primeiro dia (16/08) eu iria nadar 400 medley num local que ficava na Ilha Margarida. Essa ilha se situava no meio do rio Danúbio e era realmente um local muito bonito e bastante arborizado. Nós tínhamos que pegar dois ônibus para poder chegar ao local da competição. Por um erro de cálculo quando chegamos na Arena eu vi pelo telão que já estava rolando a primeira série e eu nadaria na terceira. Ou seja, não tinha tempo para fazer o aquecimento. Saí correndo e trocando de roupa fui para a sala de espera onde estavam os nadadores das próximas séries. Quando sentei e já estava conversando com o Alfred (Fred) que por sinal é húngaro e mora no Brasil, me lembrei que não tinha pego a minha toca e nem os meus óculos de natação. Saí correndo atrás da Sandrinha que tinha ido procurar a Herilene que já tinha nadado. Por muita sorte eu a encontrei rápido. O fato estranho foi eu ter visto do Kovalsky que nada em Curitiba, e resolvi não falar com ele devido ao atraso e pensei em procura-lo depois da prova, já que naquele ano tínhamos nadado juntos num campeonato em Fortaleza. Quando retornei, a segunda série já estava nadando e o pessoal da minha série já se encaminhava para o local. Em resumo, nadei sem ter me aquecido o que é muito ruim. O meu tempo não foi bom, mas a minha colocação foi boa, pois fiquei em 12º num total de 23 atletas na minha faixa etária.

Após a competição eu e Sandrinha, os andarilhos profissionais, resolvemos voltar a pé margeando o Danúbio para ir para Buda e conhecer com mais calma a parte velha da cidade, já que a excursão não dá muito tempo para você ver nada. Fomos caminhando pelos lindos jardins da Ilha Margarida até a ponte

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Lanchid. Tomamos um café (o café expresso custou 5 reais) num local chamado Café Casa Bianca, muito bom por sinal. Quando estávamos retornando ao Centro da cidade, na parte chamada Peste, pensando em comer alguma coisa, coincidentemente encontramos com Alexandre e Renata que tinham ido visitar o Mercado Central. Almoçamos uma salada num restaurante mexicano, muito ruim por sinal, e depois fomos tomar um café no Costa onde conhecemos um casal endinheirado de brasileiros de Belo Horizonte que nos indicou um restaurante chamado Menza. Nós decidimos então ir tentar esse restaurante já que não estávamos dando sorte nas nossas comidas.

A pequena equipe do Master Icaraí no Campeonato Mundial Masters

O restaurante ficava uns 20 minutos a pé dos nossos hotéis e chegamos lá por volta das 20:30 horas mas estava lotado e com uma fila de espera de aproximadamente 40 minutos.

Resolvemos então procurar outro restaurante para jantar e fomos a um italiano onde os garçons resolveram nos ignorar e nem notaram quando decidimos sair. Já tínhamos tido uma experiência semelhante quando resolvemos tomar uma cerveja Guiness num bar e ninguém deu a mínima bola para a nossa presença. Descobrimos que esse comportamento em relação aos turistas em Budapeste é bastante comum. Como a Hungria é um país que foi invadido por mongóis, austríacos, nazistas, russos dentre outros povos na antiguidade, talvez esse comportamento seja consequência desses inúmeros sofrimentos por que passou o povo húngaro. Acabamos voltando a Trattoria Gozsdu, mas para nosso azar não estavam servindo nenhum outro prato a não ser pizzas, que por sinal são

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muito ruins pois não têm queijo e são muito duras. Nesse dia eu e Sandrinha andamos no total 15,3 quilômetros.

No dia seguinte eu iria nadar 100 metros borboleta (fiquei em 15º lugar) na Arena Dana, que era a principal, e no café da manhã no hotel conhecemos um sul-africano que estava na competição. O inglês de sul-sul-africano é quase que uma outra língua e foi difícil conversar com ele. Eu nadei na piscina B e mais uma vez não fiz aquecimento já que a piscina, a que eu tinha usado no primeiro dia para nadar ao lado do rio, ficava um pouco distante do local da competição e eu fiquei com medo de me atrasar. Nesse dia eu soube que o Kowalsky, aquele que eu tinha visto no dia anterior, tinha falecido. Eu levei um susto pois pensei que ele tinha morrido em Budapeste, mas me disseram que ele tinha morrido em Maringá. Não sei realmente se foi muita coincidência de ver uma pessoa muito parecida com ele ou se foi outra percepção sem explicação. Nunca vou esquecer esse fato.

Encontramos com Alexandre e Renata e fomos almoçar num outro restaurante mexicano também muito ruim chamado Taco. Depois do almoço resolvemos ir visitar a Igreja de Santo Estevão, que é o santo padroeiro da Hungria. Andando pela igreja descobrimos que a mão de Santo Estevão tinha sido mumificada no ano 1000 e que estava em exposição dentro da igreja. Sem querer chegamos ao local onde estava a mão, mas o ambiente era escuro e não dava para ver nada para o nosso alívio pois nós quatro não tínhamos nenhuma vontade de ver uma mão mumificada. O problema era que se você colocasse um euro num buraco acendia uma luz que iluminava a mão por dois minutos. Nesse momento o japonês na nossa frente colocou a mão no bolso e colocou uma moeda no tal buraco e fomos obrigados a ver a mão de Santo Estevão. Não podemos discutir religião dos povos e nem as suas crenças, mas para nós brasileiros realmente era uma situação bizarra.

Na volta para o hotel a Sandrinha resolveu comprar numa barraca uma batata-frito tipo portuguesa que são feitas num espeto. Ninguém conseguiu comer pois era muito gordurosa embora muito bonita de se ver. Outra comida típica é uma espécie de pizza feita na chapa chamada Lango mas não tivemos coragem de provar devido a experiência ruim com o espeto de batata-frita.

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Espeto de batata-frita muito gorduroso (prato típico húngaro)

Naquela noite fomos mais cedo (19:30 horas) e conseguimos jantar no Menza que talvez seja o melhor restaurante de Budapeste.

O dia 18/08 estava reservado para os revezamentos e como a nossa equipe tinha 6 mulheres e dois homens eu e o Alexandre só poderíamos nadar no revezamento misto. A nossa equipe feminina conseguiu um quarto e um quinto lugar. No caso do revezamento misto pegamos um oitavo e um décimo segundo lugares. O interessante é que nos dois revezamentos mistos ao nosso lado nadou uma equipe de Portugal. O Alexandre por nadar muito rápido era o escalado para fechar o nosso revezamento e por Portugal estava o José, um português meio maluco. Enquanto os dois esperavam para nadar o português falou para o Alexandre que quem chegasse em primeiro tinha que dar um beijo no outro. Alexandre, do alto da sua educação, disfarçou e levou na brincadeira, mas o português não estava brincando, como o nosso revezamento chegou na frente do deles o português foi atrás do Alexandre dizendo que ele tinha que dar um beijo nele. Alexandre conseguiu fugir e ficou nisso mesmo, porém no segundo revezamento a história se repetiu e neste caso a equipe de Portugal chegou na nossa frente e quando Alexandre saiu da água já vinha o português querendo beija-lo.

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- Pô! O português veio me beijar dizendo que tinha ganho a aposta. – falou Alexandre comigo enquanto já estávamos no saguão para sair do complexo aquático.

Neste momento apareceu o português gritando que ele iria dar um beijo no Alexandre, e como chegou de surpresa, acabou dando um beijo na bochecha de um constrangido Alexandre e eu aproveitei para registrar a cena com o meu celular e enviar para o pessoal no Brasil e com isso garantir a encarnação por alguns meses.

O Erik, nosso filho que vive em Londres, neste dia tinha chegado de Londres e nos acompanhou na competição seguindo o ritual complexo, como tudo na Hungria, onde atletas tem que entrar por um lado e assistentes por outro, mesmo que depois todos se encontrem nas arquibancadas.

Com Erik na Arena da competição

Nessa noite fizemos um passeio noturno muito bonito pelo rio Danúbio. As colegas da nossa equipe aproveitaram para entrar fundo no vinho e na cerveja. Elas quanto mais bebiam tanto melhor nadavam e eu e Alexandre, os únicos homens da equipe, não conseguíamos nem chegar perto delas quando o assunto era bebida.

No dia 19/08 eu fui junto com Sandrinha e Erik para nadar a minha última prova. O Alexandre não iria nadar neste dia, mas já tínhamos reservado uma mesa no restaurante Menza, talvez aquele melhor de Budapeste, para jantarmos na nossa última noite na cidade. Aliás no dia seguinte, 20/08, seria um feriado

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nacional na Hungria, data de Santo Estevão, padroeiro do país, quando então a mão mumificada do santo sairia em procissão pela cidade.

Eu nadei os 200 borboleta e fiquei em 13º lugar, o que foi uma boa colocação tendo em vista o número de concorrentes, num total de mais de 20 atletas. Há alguns dias a Sandrinha tinha ido numa loja próximo ao nosso hotel para comprar três calendários para dar de presente a alguns parentes com fotos da cidade de Budapeste. Para vender só tinha um calendário, mas como tinham dois outros na vitrine procuramos um vendedor e explicamos que queríamos comprar três e se ele podia pegar os da vitrine. Ele disse que não podia pegar. A Sandrinha disse que nós poderíamos passar no dia seguinte, mas ele disse que o que estava na vitrine não podia ser retirado. Ficamos sem entender porque alguma coisa estaria na vitrine se na loja não tinha mais para vender. Resolvemos voltar na loja para uma tentativa com outro vendedor, mas para nossa surpresa a resposta foi a mesma.

- O que está na vitrine não pode ser vendido.

Essa foi apenas mais uma demonstração de como os húngaros são presos a algumas regras imutáveis.

Outro fato interessante foi que a Renata, namorada do Alexandre, estava andando na rua e uma moça ofereceu uma coisa que parecia uma bala. Ela pegou e já ia colocando na boca, quando então a moça começou a gritar assustada. Na verdade a Renata quase comeu um pedaço de sabão.

No dia seguinte (20/08) partimos para a nossa ida para Londres, onde ficaríamos na casa do Erik por uns dias. O interessante é que o rapaz que estava dirigindo o carro nos levando para o aeroporto perguntou o que tínhamos achado da atendente do hotel. Nos dissemos que tínhamos achado ela mal educada. - Todos acham isso – foi a resposta do nosso motorista.

Em Londres nós seguimos a mesma rotina das idas anteriores e logo não vou voltar a descrever nesta crônica para não cansar os leitores, já que passamos por Londres pelo menos uma vez por ano, desde que o nosso filho Erik mora lá há 12 anos. No entanto eu gosto de lembrar que o Tibits é o melhor restaurante vegetariano que eu conheço e olha que eu entendo desse assunto. O Tossed é uma excelente saladeira e o Strada e o Pizza Express são bons restaurantes italianos. O Real Greek também continua imbatível, e agora descobrimos que eles servem no almoço um menu executivo muito mais barato do que os valores cobrados para jantarmos. A diferença desta viagem foi que fomos visitar, por falta do que fazer, o estádio do Chelsea que realmente é muito bonito e tem uma estrutura de hotéis, spa, museu, lojas e outras coisas interessantes, e você pode ir direto de metrô.

No dia 25/08 partimos para Lisboa para manter a tradição e continuar andando sem parar. O nosso recorde de andanças foi batido em Lisboa onde fizemos 17 quilômetros num dia, contra a média de 15 quilômetros em Londres e Budapeste.

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Ficamos no mesmo hotel, o Marques de Pombal, e fomos aos mesmos restaurantes já citados em crônicas anteriores. A diferença que notamos desta vez é que Lisboa tem muitos mendigos e os traficantes vendem drogas em certos lugares marcados livremente, como, por exemplo, na Rua Augusta esquina com a Rua Vitória. Acho que isso não preocupa a polícia e logo não existe problemas de traficantes armados como aqui.

No dia 26/08 jantamos e estávamos indo para o nosso hotel na bela Avenida da Liberdade quando resolvemos parar num pequeno mercado para comprar água. Dois mendigos estavam na porta mexendo com uma estátua quando entramos. Pegamos a água, pagamos e já estávamos de saída quando ouvimos uma mulher gritando. Eu fui até a porta e vi uma moça pulando para proteger um rapaz que estava acuado pelos dois mendigos. Um deles estava com uma garrafa na mão que ameaçava bater no rapaz. Eu fiquei na porta pensando no que poderia fazer para evitar a agressão quando olhei para tras dos mendigos e vi um sujeito alto, talvez uns dois metros de altura, forte, junto com outro rapaz também forte e uma outra moça, que estavam no mesmo grupo. Eu pensei: coitado dos mendigos, o fortão vai acabar com eles. Nisso o mendigo da garrafa se vira de frente para o fortão. E não é que o fortão sai correndo, e olha que o cara corria muito. Neste momento os mendigos cresceram, inflaram o peito, e saíram atrás dos cinco, que liderados pelo fortão corriam para cima na Avenida da Liberdade. Não sei a língua que o grupo falava pois não consegui identificar, talvez alguma das línguas do leste europeu. Eu e Sandrinha seguimos para o nosso hotel que era na mesma direção onde o grupo, perseguido pelos mendigos, tinha ido. Andamos um pouco e percebemos que os mendigos estavam voltando, ambos sem camisa, falando alto e foi então que notamos que um dos mendigos era brasileiro.

No dia seguinte (27/08) o nosso voo era as 23:30 horas logo tínhamos que fechar a conta do hotel até as 14 horas (conseguimos prorrogar o prazo de 12 para 14 horas) e saímos a andar por Lisboa, pelos mesmos locais, Rossio, Chiado, Rua Augusta, fomos a um museu que conta a história de Lisboa, até que numa loja de bebidas, que estava fechada pois era domingo, nos deparamos com uma bebida inusitada chamada Licor de Merda. Prometo na próxima viagem entender de que é feito realmente esse licor.

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Referências

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