Luís Pereira-da-Silva
Hospital de Dona Estefânia, CHLC, EPE Faculdade de Ciências Médicas, UNL
Escola Superior de Tecnologia da Saúde de Lisboa, IPL
Curso: Nutrição do Pré-termo
Santarém, 16-3-2013
AVALIAÇÃO NUTRICIONAL
Vantagens
&
Limitações
I.
Parâmetros clínicos (Antropometria)
II. Parâmetros bioquímicos
III. Composição corporal
IV. Calorimetria indireta
I. PARÂMETROS CLÍNICOS
(ANTROPOMETRIA)
Antropometria como método
Vantagem: O mais simples e económico dos métodos não
invasivos praticável à cabeceira do paciente
Lafeber. ClinPerinatol 1999, Pereira-da-Silva. Pediatr Nutr (ISPEN) 2002
Desvantagem:
Método indirecto, com muitas limitações
fiabilidade (reliability) muito aquém do desejado De Bruin.
Antropometria
Utilidades
1. Ao nascer: Diagnóstico de má-nutrição fetal previsão do risco metabólico precoce
2. Período neonatal e lactente: Avaliação do estado nutricional (estimativa da composição corporal)
3. Período neonatal e lactente: Previsão de risco metabólico futuro (adolescência/ adulto)
Antropometria
Medidas directas: peso, comprimento, perímetro cefálico (PC), perímetro braquial (PB), pregas cutâneas…
Medidas calculadas: índice ponderal, índice de massa corporal, PB/PC, áreas da secção transversal do braço…
Peso
O mais utilizado
Oferece maior rigor e reprodutibilidade
Incubadoras com balança incorporada
Contudo - o peso não fornece
qualquer estimativa dos
compartimentos corporais… Gibson. Horm Res 2003
A utilizar:
Ao nascer
reflecte nutrição intrauterina
Nas primeiras semanas pós-natais
(pré-termo)
avaliação da assistência nutricional
Nos primeiros meses (pré-termo)
avaliação da
saúde a médio/ longo prazo
Peso
Peso ao Nascer
IMC em adulto
Curhan. Circulation 1996
Coorte EUA 71.100 RNs 22.846 homens aos 56 anos curva em J
Subnutrição Sobrenutrição
Comprimento
Indicador global da massa magra; Reflecte o crescimento esquelético
Koo. J Nutr 2000; Gibson. Horm Res 2003
A medição rigorosa é importante quando o comprimento é elevado ao quadrado ou ao cubo, em equações (índice de massa corporal, índice ponderal)
Contudo Há dificuldade na medição rigorosa do comprimento no
Comprimento
medição
Método convencional: dificuldade
em estender os membros inferiores afecta o rigor:
desconforto (escala NFCS) causado pela extensão
completa - idêntica à picada no calcanhar com lanceta
Validação de método alternativoComprimento
Comprimento
medição
Método alternativo:
Extensão de apenas um
membro inferior (mantendo linha das cristas ilíacas perpendicular à coluna) mantém o rigor, diminui significativamente o desconforto e é mais fácil Pereira-da-Silva. Acta Paediatr 2006
Perímetro cefálico (PC)
Reflecte o crescimento do encéfalo PC diminuído em casos de má-nutrição intrauterina prolongada.
Freedman. Science 1980
Perímetro braquial (PB)
Reflecte a soma dos
compartimentos muscular e gordo do braço indicador indirecto (com limitações) da
reserva somática gorda e proteica
Georgieff. Clin Perinatol 1986
Pregas cutâneas
Estimativa da gordura subcutânea, assumindo que os locais
escolhidos representam a espessura média da camada gorda subcutânea
Mais usados: tricipital e bicipital (gordura periférica), subescapular
and suprailíaca (gordura troncular)
Lukaski. Am J Clin Nutr 1987
Pregas cutâneas
Masculino PT (mm) PB (mm) PS (mm) PSI (mm)
IG Média DP Média DP Média DP Média DP
32-33 2.59 0.58 2.31 0.63 2.49 0.56 1.73 0.52 34 3.07 0.70 2.42 0.69 2.89 0.80 2.20 0.67 35 3.25 0.61 2.61 0.62 3.03 0.64 2.30 0.63 36 3.44 0.84 2.77 0.79 3.25 0.78 2.53 0.75 37 4.05 0.98 3.46 0.91 3.77 1.01 3.15 0.85 38 4.03 0.85 3.47 0.83 3.69 0.80 3.17 0.76 39 4.21 0.84 3.61 0.89 3.92 0.90 3.32 0.76 40 4.23 0.83 3.63 0.83 3.95 0.85 3.35 0.74 41 4.26 0.88 3.68 0.77 3.94 0.79 3.43 0.78
Pregas cutâneas
Rácio pregas centrais:total (C:T) C:T = (PS+PSI)/ (PT+PB+PS+PSI) Avaliação da gordura troncular Rácio C:T - Ainda não validado
IG (sem.) Masculino Feminino
32-33 47.24±3.93 48.70±4.14 34 47.87±3.73 48.80±4.16 35 47.55±3.18 49.17±3.02 36 48.28±3.24 49.03±3.08 37 47.87±3.01 49.48±3.05 38 47.64±3.12 48.71±3.09 39 48.04±3.25 48.76±3.30 40 48.17±3.06 49.15±3.47 41 48.13±3.19 49.06±3.52
Pregas cutâneas
Como indicadores da gordura corporal total (GCT):
Razoável correlação (DEXA) Schmelzle. Am J Clin Nutr 2002; Koo. Pediatr Res 2004; Ahmad. Am J Hum Biol 2010
Fraca correlação (RM) Lapillonne. J Pediatr Endocrinol Metab 1999; Olhager. Acta Paediatr 2006
Pregas cutâneas
Limitações na estimativa da GCT no RN:
Não reflectem a gordura interna; GCT = gordura subcutânea + gordura interna (intra-abdominal)
Mudanças rápidas na distribuição da gordura durante o período neonatal
O estado de hidratação pode influir na compressibilidade das pregas
A medição requer perícia e treino (elevada variabilidade inter-observador)
Medidas Calculadas
Certos índices e fórmulas, ao associarem medidas antropométricas directas - podem ser mais informativos na estimativa da
composição corporal e avaliação do estado de nutrição, do que o valor isolado de cada medida.
ÍNDICES
baseados no Peso e Comprimento
1. Índice Ponderal (P / C3) x100
2. Índice de adiposidade - Índice de massa corporal (P / C2)
3. Ratio Peso/ Comprimento (P / C) 4. Índice de Benn (P / Cn)
5. Ratio Peso/ Comprimento Individualizado
Índice Ponderal (IP)
P
/
C
3x100
Usado para distinguir os tipos de RCIU:
Início tardio na gestação – só o peso afectado Baixo IP:
RCIU Assimétrico
Início tardio na gestação –
peso + comprimento
afectados IP normal : RCIU Simétrico RN Normal IP normal IP normal RCIU Simétrico IP baixo RCIU Assimétrico
Índice Ponderal
IG 40 semanas ,♂
PN 2400 g (LIG) Comp. 49 cm IP = 2.0 Peso (g) x 100/ Comp3 (cm) RCIU assimétricoLehingue. Am J Hum Biol1998 X
Índice Ponderal
Tipo de RCIU
RCIU Assimétrico - risco de: asfixia, hipotermia, hipoglicemia e
hipocalcemia
Fay. Aust N Z J Obstet Gynecol 1991
Índice Ponderal
Tipo de RCIU
RCIU Simétrico - risco de:
mau prognóstico no crescimento e neurodesenvolvimento
Berg. Early Hum Dev 1989
Causas: Má-nutrição precoce e
prolongada; Infecção intra-uterina;
Tóxicos / Fármacos;
Cromossomopatias; Síndromes malformativas; Constitucional
Perímetro Braquial / Perímetro cefálico
(Rácio PB:PC)
O PC é usado no denominador como uma constante: o cérebro é geralmente poupado em processo de má-nutrição aguda Freedman. Science 1980
PB: reflecte consumo agudo de gordura e proteína Sasanow. J Pediatr 1986
Rácio PB:PC
Má-nutrição fetal e risco metabólico precoce
PB:PC
Especialmente útil no
diagnóstico de RN AIG com má-nutrição fetal (peso
ainda > P3) Sasanow. J Pediatr 1986
Rácio PB:PC
Má-nutrição fetal e risco metabólico precoce
PB:PC
Melhor indicador de
risco metabólico precoce e hipotermia do que o IP
Chang. Early Hum Dev 1993 IG (Semanas) PB (cm) PB:PC Média DP Média DP 25-26 4.9 0.7 0.22 0.02 27 5.25 0.3 0.22 0.01 28 5.5 0.5 0.23 0.02 29 5.7 0.4 0.23 0.02 30 6.0 0.7 0.23 0.02 31 6.4 1.0 0.23 0.03 32 7.0 0.5 0.24 0.02 33 7.0 0.8 0.24 0.02 34 8.3 0.5 0.27 0.01 35 8.1 0.6 0.26 0.01 36 8.3 0.6 0.26 0.02 37 9.5 0.7 0.28 0.02 38 9.5 0.7 0.28 0.01 39 9.7 0.9 0.28 0.02 40 10.1 0.6 0.29 0.02 41 10.2 0.6 0.29 0.02 42 10.6 0.5 0.30 0.01 Sasanow. J Pediatr 1986
(Teoria de Barker)
MÁ-NUTRIÇÃO FETAL
Alterações intrauterinas estruturais e funcionais permanentes (“programação”)
Indicadores antropométricos neonatais: má-nutrição fetal
+
Indicadores antropométricos pós-neonatais: recuperação rápida
Resistência à insulina
Obesitdade, doença cardiovascular, hipertensão, dislipidémia, diabetes 2
Risco Metabólico Tardio
Antropometria ao nascer
PESO
<1500g e <1000g risco de intolerância à glicose e síndrome
metabólica (SM) tardia Barker. Diabetologia 1993, Pandolfi. Metabolism 2008
LIG e Macrossomia risco de SM tardia McCance. BMJ 1994, Wang. Indian J Pediatr 2007
Risco Metabólico Tardio
Antropometria ao nascer + Evolução antropométrica
<2500g + recuperação rápida do crescimento 0-6 meses HTA em
adulto McCarthy. Pediatr Res 2001
LIG + recuperação rápida do crescimento 0-3 anos resistência á
insulina + adiposidade central Soto. J Clin Endocrinol Metab 2003, Mericq. Diabetologia 2005
Risco Metabólico Tardio
Antropometria ao nascer + Evolução antropométrica
LIG assimétrico +
Recuperação rápida do crescimento 0-2 anos IMC, adiposidade
central e HTA aos 5-8 anos Ong. BMJ 2000, Singhal, Circulation 2006
Ressalto adipositário (IMC) 7-15 anos d. coronária em adulto Eriksson.
Risco Metabólico Tardio
Antropometria ao nascer + Evolução antropométrica
RN Termo (AIG) +
Rápido peso aos 0-6 meses (mas não aos 3-6 anos) risco
metabólico (perímetro cinta, TA, TG, HDL, glicémia, insulinémia) aos 17 anos, independentemente do PN Ekelund. J Clin Endocrinol Metab. 2007
Áreas da Secção Transversal do Braço
Equações baseadas no perímetro braquial (PB) e na prega tricipital (PT) estimativa da área total (AT), área muscular (AM) e área adiposa
(AA):
AT= PB2 / 4; AM = (PB– PT) / 4; AA= AT- AM Jelliffee. J Trop
Pediatr 1969
Para o mesmo perímetro braquial (PB):
Caso 1 Caso 2
Área adiposa 1 > Área adiposa 2
Área Muscular 1 < Área Muscular 2
Áreas da Secção Transversal do Braço
Podem ser melhores indicadores da contribuição relativa da gordura e do músculo na área braquial total, do que os valores isolados de PB e PT
Áreas da Secção Transversal do Braço
Validada correlação com a composição corporal:
Em adultos (TAC). Heymsfield. Am J Clin Nutr 1982
Em adolescentes e crianças > 9 anos (RM). Rolland-Cachera. AJCN 1997
Áreas da Secção Transversal do Braço
Em recém-nascidos e pequenos lactentes:
Publicados valores de referência. Sann. Arch Dis Child 1988
Frequentemente usados na avaliação nutricional. Georgieff. J Pediatr
Áreas da Secção Transversal do Braço
Em recém-nascidos e pequenos lactentes:
Antropometria regional (exº braço) como indicador da composição
corporal global Questionada a consistência : Antropometria regional também deverá permitir estimativa da composição da própria região interessada (do próprio braço)
Áreas da Secção Transversal do Braço
Áreas da Secção Transversal do Braço
Recém-nascidos de termo saudáveis:
Antropometria
Fraca correlação com medidas ultrassonográficas
Sobrestima a área muscular (±110%) e subestima a área adiposa (±35%).
Ambos os métodos têm limitações…
Áreas da Secção Transversal do Braço
Áreas da Secção Transversal do Braço
Lactentes nascidos pré-termo:
Antropometria
Validada por ressonância magnética
Medidas directas e calculadas - pouca capacidade estimativa (r2<0.56) dos compartimentos do
braço.
Antropometria do Braço
Em suma, recém-nascidos e pequenos lactentes:
Método simples, não-invasivo, não dispendioso e conveniente
(cabeceira do doente)
Útil em medições individuais longitudinais
Marcadores proteicos
1. Pré-albumina
RN: termo 4-20 mg/dl; pré-termo 4-14 mg/dl
Semi-vida ±24 h (albumina 14-20 dias)
Limitações: no pré-termo síntese hepática e turnover
Marcadores proteicos
2. Proteína de ligação ao retinol
1-7,8 mg/dl
Semi-vida 12 h
Transportador específico de vit. A; circula no plasma ligada à pré-albumina
Limitações: influenciada pela função hepática, infecções, corticoterapia, doenças renais
Marcadores proteicos
3. Azoto ureico (BUN)
7-22 mg/dl
Não é indicador da reserva proteica, mas pode reflectir o aporte proteico (especialmente se for insuficiente)
Marcadores ósseos
4. Raios-x
Ossos finos e em vidro despolido, calos ósseos, neo-formação subperióstea e alargamento das epífises
Marcadores ósseos
É necessário que a mineralização óssea diminua ≥20–40% para que se
tornem visíveis alterações no Rx indicador tardio Giani. Arch Dis Child F&N Ed 2008
Marcadores hematológicos
Fe e ácido fólico hemograma com constantes globulares,
ferritina, transferrina…
Alterados por transfusão de eritrócitos
Fatores de Crescimento
Proteínas que se ligam a receptores das membranas
celulares activam a proliferação e diferenciação
Dependem do estado nutricional
Permitem avaliar o crescimento e estado nutricional
Fatores de Crescimento
1. Insuline growth-like factor 1 (IGF-1)
Antes conhecida por somatomedina C
Libertada no fígado em resposta à hormona de crescimento Correlação positiva com idade de gestação e com o aporte
energético-proteico
Fatores de Crescimento
2. IGFBP-3
Principal proteína transportadora de IGF-1 (de entre 6) Permite melhor interpretação dos valores de IGF-1
Fatores de Crescimento
3. Leptina
Proteína segregada pelo adipocito “assinala” o cérebro sobre o estado de reserva energética
Correlação positiva com: quantidade de gordura
armazenada, peso ao nascer, IMC, insulinémia e IGF-1 ↓ leptinémia – pré-termos sujeitos a desnutrição
Níveis de Composição Corporal
2 a 5 níveis
Níveis de Composição Corporal
2 a 5 níveis
Níveis de Composição Corporal
RN e lactente
Modelo de 2 ou 3 níveis: menos informativo, mas mais prático e exequível
Rigo. Nestle Nutr Workshop Ser Pediatr Program 2006
Massa corporal (peso) = Massa gorda MG + Massa livre de gordura
MLG (+ Massa óssea)
Terminologia
MLG = Massa magra + componentes não-gordos do tecido adiposo
MG = gordura pura
Tecido adiposo = Massa gorda + estrutras celulares e não-celulares de suporte
Composição Corporal
Métodos de avaliação não invasivosmais usados
I. Ressonância magnética (MG + MLG)
II. Absorciometria bifotónica (dual energy x-ray absorptiometry – DEXA)
(MG + MLG + MO)
III. Pletismografia por deslocação de ar (MG + MLG)
IV. Análise por bioimpedância eléctrica (MG + MLG)
V. Antropometria (MG + MLG)
VI. Outros: Condutibilidade eléctrica total (TOBEC), Espectrofotometria
I. Ressonância magnética
Gold standard na medição do tecido adiposo (grande precisão,
volumetria regional ), validada em RNs pré-termo Olhager. Pediatr Res 1998, Harrington. Lipids 2002
Limitações: muito dispendioso, requer quietude/ sedação, deslocação do paciente para o equipamento fixo Usada para investigação e validação de métodos menos exactos e precisos Rigo. Nestle Nutr Workshop Ser 2006
I. Ressonância magnética
Avaliação regional - “qualidade” da gordura
RNs ≤32 semanas
Evolução normal: aceleração
pós-natal de crescimento gordura total e subcutânea
Doença grave: gordura intra-abdominal profunda risco resistência à insulina
II. Absorciometria bifotónica (DEXA)
Modelo de 3 compartimentos: MG, MLG e conteúdo mineral ósseo
Razoável reprodutibiidade em RNs e lactentes Godand. J Clin Densitom 2010
Rápido (6–10 min); não requer sedação Rigo. Nestle Nutr Workshop
II. Absorciometria bifotónica (DEXA)
Limitações:
Fiabilidade questionada em indivíduos muito pequenos,
necessária revalidação Lapillonne. Horm Res 1997, Koo. J Am Coll Nutr 2004
Dispendioso, requer deslocação do paciente para o equipamento fixo Rigo. Nestle Nutr Workshop Ser 2006
III. Pletismografia por deslocação de ar
(Pea Pod®)
Modelo 2 compartimentos: MG, MLG Densidade = Massa/ Volume; %MG =
(495/ densidade) - 450
Validado em RNs e lactentes (1-8 Kg) Ma. AJCN 2004
Vantagens: Equipamento movível; rápido (4-5 min); permite movimentos Rigo.
Nestle Nutr Workshop Ser 2006
Limitação: Dispendioso e não mede
gordura regional
III. Pletismografia por delocação de ar
(Pea Pod
®)
42 dias, peso =1412 g RGE Enfalac AR® 14% Miltina Prem ® ( energia e proteína) + espessante 121 136 Kcal/Kg/d Prot 3 4,3 g/Kg/d 1 semana depois: 49 dias, peso =1569 g (+157 g)
III. Pletismografia por delocação de ar
(Pea Pod
®)
Massa magra 1364 g 1569 g Massa gorda 47,8 g 141 g %Massa gorda 3,4% 8,2%
IV. Análise por bioimedância eléctrica
Modelo 2 compartimentos: MG, MLG
Equipamento portátil - uso à
cabeceira, não-invasivo, permite movimentos, relativamente
económico Rigo. Nestle Nutr Workshop Ser 2006
Não validado em RNs e pequenos
COMPARTIMENTO ÓSSEO
Ultrassonografia Quantitativa
Método conveniente: rápido, exequível à cabeceira, não-invasivo, permite
movimentos
Mede a robustez óssea (bone
strength); unidade de medida:
velocidade do som - speed of sound (SOS) m.s-1
Littner. J Pediatr Endocrinol Metab 2003
Em recém-nascidos e pequenos lactentes
Metodologia padronizada, mas não validada Littner. J Pediatr Endocrinol Metab 2003
Ausência de correlação com DEXA, mas pode ser usado em complementaridade Gianni. Arch Dis Child Fetal Neonatal Ed 2008
COMPARTIMENTO ÓSSEO
Mede as trocas gasosas do organismo
com o meio ambiente: consumo O
2(VO
2)
e produção CO
2(VCO
2) Cálculo:
Gasto energético em repouso
Quociente respiratório
Validada em recém-nascidos
Shortland. Arch Dis Child 1992Calorimetria indireta
•Calorimetria indireta
Gasto energético em repouso
Thureen. J Appl Physiol 1998
Fatores podem influenciar o gasto energético:
Idade de gestação e idade pós-natal
Sexo e constituição genética
Stress metabólico subjacente à doença
Tipo de leite/ fórmula
Medicamentação
Calorimetria indireta
Gasto energético em repouso
Thureen. J Appl Physiol 1998 Gasto energético
em repouso
Calorimetria indireta
Gasto energético em repouso
Porter. J Am Diet Assoc 1996
Calorimetria indireta
Gasto energético em repouso
Matarese. J Na Diet Assoc 1997
Gasto energético em repouso (GER) - Equação de Weir
GER = (3,942 x VO2 + 1,106 x VCO2) x 1,44 - 2,27 x NU GER = (3,942 x VO2 + 1,106 x VCO2) x 1,44 (forma abreviada) N.B. a diferença entre ambas é menor que 2%, obviando o inconveniente de analisar o nitrogénio urinário (NU) nas 24 h
Calorimetria indireta
Gasto energético em repouso
Cai. Nutrition 2003
Valores de referência
2500-4000 g: 48.3 ±6.1 kcal/kg/d
Calorimetria indireta
Quociente respiratório
Zoppi. Eur J Clin Nutr 1998
Oxidação dos macronutrientes
HC (glicose): ciclo Krebs por cada 6 moléculas O2 são consumidas 6 moléculas CO2 QR = 6:6 = 1 Lípidos: β-oxidação QR = 114:163 = 0.7
Calorimetria indireta
Quociente respiratório
Forsyth. Arch Dis Child F&N Ed 1995; Matarese. J Am Diet Assoc 1997; Zoppi. Eur J Clin Nutr 1998
Interpretação do QR
QR Oxidação predominan te Interpretação Orientação > 1 HC Excesso HC conversão em lípidos e > produção Co2Reduzir aporte energético e HC
1 HC Excesso HC Reduzir aporte HC e
aumentar lípidos
< 0,82 Lípidos Utilização >> de lípidos e proteínas e << de lípidos
Aumentar aporte energético total
Calorimetria indireta
Gasto energético em repouso
Quociente respiratório
Avaliação Nutricional:
I.
Parâmetros clínicos (Antropometria):
Antropometria - método mais utilizado – limita-se quase exclusivamente à evolução ponderal…
Urgente validação de mais medidas
Avaliação Nutricional:
II.
Parâmetros bioquímicos
– Marcadores energético-proteicos e ósseos – Muitas limitações no RN, sobretudo no pré-termo: influenciados por fatores não nutricionais
– Marcadores hematológicos – úteis na clínica – Fatores de crescimento – úteis em investigação
Avaliação Nutricional:
III. Composição corporal
Ressonância magnética: gold standard, destinado à investigação e validação de outros métodos
Absorciometria bifotónica (DEXA): modelo de 3 compartimentos (+ conteúdo mineral ósseo), excelente fiabilidade, mas validade questionada em indivíduos pequenos
Avaliação Nutricional:
III. Composição corporal
Pletismografia por deslocação de ar (Pea Pod): promissor, mas não mede gordura regional
Análise por bioimpedância eléctrica: Muito conveniente, economicamente acessível, mas não validado em RNs
Ultrassonografia quantitativa: compartimento ósseo (bone strength), método promissor
Avaliação Nutricional:
III. Calorimetria
Gasto energético em repouso Quociente respiratório
Não invasivo, moroso, depende de muitos fatores confinada à investigação
Prática clínica, métodos disponíveis na UCIN:
Diariamente: peso; Semanalmente: comprimento e PC
BUN - monitorização do aporte proteico (semanal ou quinzenal)
Fosforémia e fosfatase alcalina - monitorização da nutrição óssea (semanal ou quinzenal)
Hemograma e ferritina - monitorização do aporte do Fe e ácido fólico (quinzenal)
Observar os ossos longos nos Rx
VALORES DE REFERÊNCIA (refletem a realidade)
VALORES PADRÃO (refletem o ideal)
Moyer-Mileur. Semin Perinatol 2007
Antropometria
Valores de referência (refletem a realidade)
Construídos a partir do registo longitudinal da
antropometria pós-natal
Fortemente influenciados pela assistência clínica e pelo
impato da patologia
Não comparam com o crescimento “ideal” (intrauterino)
Antropometria
Valores padrão (refletem o ideal)
Construídos a partir do registo transversal da antropometria
ao nascer
Gold standard
– equivalente ao crescimento intrauterino do
feto saudável com idêntica idade de gestação
Antropometria
Valores padrão (refletem o ideal)
Mesmo “padrão”?
o
Cerca de 18% dos RN <1500g são LIG (já não estariam
bem ao nascer)
o
Valores não contemplam a perda de peso nos primeiros
dias pós-natais
Moyer-Mileur. Semin Perinatol 2007Meio intrauterino UCIN
fluxo fisiológico
nutrientes pelo cordão
Homeostasia: insulina
materna; IGF-I, IGFBP-3 e leptina placentares… Nutrição parentérica, imaturidade entérica… Resposta endócrina endógena limitada… Replicável em UCIN? Usar curvas padrão??
Ehrenkranz. Pediatrics 1999
padrão
I.
Ao nascer
reflete nutrição & crescimento intrauterino
II.
Primeiras semanas pós-natais
(UCIN) avaliação da
assistência nutricional
III. Primeiros meses
(após alta)
avaliação do
crescimento a médio/ longo prazo
Peso, comprimento e perímetro cefálico
Olsen IE, et al. Pediatrics 2010;125:e224
Valores de referência ao nascer: peso, comprimento e PC: em função de idade gestação e sexo; percentis 3 a 97; média e DP
Mais atuais (1988-2006)
391.681 recém-nascidos (Pediatrix Medical Group) de 22-42 semanas gestação, de 248 hospitais dos EUA
Olsen IE, et al. Pediatrics 2010;125:e224
Valores de referência ao nascer - UTILIDADE:
Leve para a idade gestacional (LIG) risco: hipotermia, hipoglicemia, hipocalcemia, enterocolite necrosante (pré-termo)
Grandes para a idade gestacional (GIG) risco: hipoglicemia, hipocalcemia, policitemia
NB. LIG e GIG constitucionais
Olsen IE, et al. Pediatrics 2010;125:e224
x
Exº: 32 sem, PN 1000, < perc 3 equivalente a < -2DP
Cálculo de z-score: 1823–1000 = 823; 823:306 = -2,68 DP
II.
Primeiras semanas pós-natais
Valores de referência – crescimento pós-natal em UCIN
National Institute of Health Sattistics & Human Development Neonatal Research Network centers (dados 1994-1995)
Sobreviventes >7 dias, sem anomalias congénitas, do nascimento à alta (ou até 2000g)
Prática assistencial 12 UCINs dos EUA: 1660 recém-nascidos, PN 501-1500g
http://pediatrics.aappublications.org/cgi/content/full/104/2/280
Ehrenkranz. Pediatrics 1999;104:280-9
Valores de referência
Peso, comprimento, PC e
perímetro braquial
Valores específicos para LIG, e principais morbilidades (DMH, ECN, DBP…)
http://pediatrics.aappublications.org/cgi/content/full/104/2/280
Ehrenkranz. Pediatrics 1999;104:280
III. Primeiros meses
Avaliação crescimento do nascimento às 50 semanas de idade pós-concepcional: peso, comprimento e PC
Atualização das curvas de Babson & Benda 1976
• Metanálise de dados do National Institute of Child Health & Human Development Neonatal Research Network (amostra )
Fenton TR. BMC Pediatr 2003;3:1
Metanálise 1980-2002: das 22 às 50 semanas
Valores de somatometria ao nascer > 22 semanas gestação
Valores de referência ( transversais e longitudinais) após termo (40 semanas) até às 10 semanas pós-natais
Fenton TR. BMC Pediatr 2003;3:1
Suavizadores smoothing
http://www.biomedcentral.com/1471-2431/3/13
Avaliação crescimento do nascimento aos 38 meses (3 anos): peso,
comprimento, PC e rácio peso/ comprimento
Dados do Infant Health and Development Program 867 crianças
Crescimento
– após alta
Guo. Arch Pediatr Adolesc Med 1996 Guo. Early Hum Dev 1997
Guo. Arch Pediatr Adolesc Med 1996
Guo. Arch Pediatr Adolesc Med 1996
Avaliação crescimento do nascimento aos 38 meses (3 anos): peso,
comprimento, PC e rácio peso/ comprimento
Amostra representativa da população?
Crescimento
– após alta
Guo. Arch Pediatr Adolesc Med 1996 Guo. Early Hum Dev 1997