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SALMONELOSE EM POEDEIRAS

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Academic year: 2021

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PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIENCIA ANIMAL

Disciplina: SEMINÁRIOS APLICADOS

SALMONELOSE EM POEDEIRAS

Édilon Sembarski de Oliveira Orientadora: Maria Auxiliadora Andrade

GOIÂNIA 2012

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ÉDILON SEMBARSKI DE OLIVEIRA

SALMONELOSE EM POEDEIRAS

Seminário apresentado junto à Disciplina Seminários Aplicados do Programa de Pós-Graduação em Ciência Animal da Escola de Veterinária e Zootecnia da Universidade Federal de Goiás. Nível: Mestrado

Área de Concentração: Sanidade Animal, Higiene e Tecnologia de Alimentos. Linha de pesquisa: Etiopatogenia, epidemiologia, diagnóstico e controle das doenças infecciosas dos animais Orientadora: Profª. Drª. Maria Auxiliadora Andrade

Comitê de Orientação: Drª. Eliete Souza Santana Prof. Marcos Barcelos Café

Goiânia 2012

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SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO ... 1 2 REVISÃO BIBLIOGRAFICA... 4 2.1 Salmonella ... 4 2.2 PULOROSE E TIFO ... 5 2.3 PARATIFOIDES ... 9 2.4 PATOGENIA ... 11 2.5 FATORES PREDISPONENTES ... 15 2.6 OCORRÊNCIA ... 16 2.7 DIAGNÓSTICO E CONTROLE ... 24 2.7.2 ANTIBIÓTICOS ... 25 3 CONSIDERAÇÕES FINAIS ... 27 REFERÊNCIAS ... 28

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Avanços nas práticas de produção de aves, mudanças no estilo de vida, preferências dos consumidores e conscientização nutricional, serviram para colocar os produtos de origem avícolas entre as principais fontes de proteína animal para o homem. No entanto, estes produtos, principalmente as carnes e os ovos, podem estar contaminados e estão entre as fontes mais frequentes de surtos de Salmonella sp. em humanos (SAIF et al., 2008).

As modernas práticas de pecuária intensiva introduzidas para maximizar a produção têm levado ao surgimento e aumento da prevalência de sorovares de Salmonella sp. em rebanhos de animais de produção mais importantes (ROCOURT et al., 2003). Nos EUA, em 1969, 470.832 granjas de poedeiras comerciais com uma média de 632 aves por fazenda produziam 67 bilhões de ovos por ano. No ano de 1992 o número de granjas caiu para 70.623, o número de galinhas por exploração aumentou para 2985 e a produção anual subiu para 70 bilhões de ovos (SOBEL et al., 2002).

No ano de 2007 o número de sorovares de Salmonella sp. identificados corresponderam a 2610 (GUIBOURDENCHE et al., 2010). A maior parte dos sorovares possui largo espectro de hospedeiros, ou melhor, não são adaptados a um único hospedeiro e afetam diferentes espécies animais. Por outro lado, existem sorovares que apresentam caráter de especificidade.

Dentre os sorovares adaptados para as aves estão Salmonella enterica sorovar Gallinarum e Salmonella enterica sorovar Pullorum, causadoras do tifo aviário e pulorose, respectivamente. Estas doenças são de grande importância econômica em função dos altos custos com programas de controle e por causar perda no desempenho produtivo das aves, como diminuição da produção de ovos e aumento da mortalidade. São enfermidades controladas em muitos países que utilizam programas de controle, como Estados Unidos, Canada, Suécia e a maioria dos países da Europa ocidental (SHIVAPRASAD, 2000).

Além das infecções provocadas por sorovares de Salmonella adaptados as aves, existem sorovares que apesar de não provocar alta mortalidade ou queda no desempenho produtivo, podem provocar, principalmente, gastroenterites em humanos

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pela ingestão de produtos contaminados, como carne e ovos. Podendo assim ter caráter zoonotico e representar uma problema para a saúde pública.

Salmonella enterica sorovar Enteritidis emergiu como a principal causa de infecções em humanos em muitos países, com ovos de galinha sendo a principal fonte do patógeno. Não é fácil discernir se o aumento é real ou um artefato de mudanças em outras áreas, tais como a melhor vigilância epidemiológica e melhores métodos de detecção de microrganismos em alimentos, ou se esse aumento é devido a capacidade deste sorovar de colonizar tecidos do ovário de galinhas, e se incorporar ao conteúdo de ovos intactos (WHO, 2002).

Estima-se que ocorram aproximadamente 93 milhões de casos de gastroenterites provocadas por salmonela todos os anos e estima-se que desses cerca de 155 mil resultam em morte (MAJOWICZ et al., 2010). Uma letalidade de 0,5% é o que faz da Salmonella uma das principais causas de morte pelas doenças veículadas por alimentos nos Estados Unidos (BEHRAVESH et al., 2011). Um alto número de notificações pode ser resultado de um sistema de vigilância em bom funcionamento, não significando necessariamente um aumento no número de casos (ROCOURT et al., 2003).

A presença de salmonelose em produtos avícolas constitui-se ainda, em barreira sanitária e restringe o comércio tanto de aves como de seus derivados (GAMBIRAGI et al., 2003). Uma vez que os países importadores evitam a entrada de produtos contaminados com patógenos em seus sistemas de produção animal (MOREIRA et al., 2008).

No Brasil o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA) através da portaria número 193 de 19 de setembro de 1994 implementou o Programa Nacional de Sanidade Avícola (PNSA) (BRASIL, 1994). A partir da INSTRUÇÃO NORMATIVA nº 78, de 3 de novembro de 2003, o PNSA inicia o controle e certificação de estabelecimentos e núcleos livres de Salmonella enterica sorovar Gallinarum e Pullorum e, livres ou controlados para Salmonella enterica sorovar Enteritidis e Typhimurium, entretanto tais normas atingiam somente núcleos e granjas destinados à reprodução (BRASIL, 2003).

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Entretanto se aprovada a PORTARIA Nº 297, DE 15 DE JUNHO DE 2010, que aprova a norma técnica para certificação sanitária para estabelecimentos avícolas comerciais, substituindo assim a INSTRUÇÃO NORMATIVA nº 78, de 3 de novembro de 2003. Dessa forma, granjas e núcleos comerciais farão parte de forma voluntária no controle destes patógenos, os quais serão controlados ou sob vigilância para Salmonella enterica sorovar Gallinarum, Salmonella enterica sorovar Pullorum, Salmonella enterica sorovar Enteritidis e Salmonella enterica sorovar Typhimurium (BRASIL, 2010).

Pelo exposto, objetivou-se com essa revisão discorrer sobre a infecção provocada por sorovares de Salmonella sp. que possuem importância econômica e em saúde publica, em poedeiras comerciais e seu consequente efeito sobre a saúde humana.

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2 REVISÃO

2.1 Salmonella

O gênero Salmonella foi nomeado em função de seu descobridor Daniel E. Salmon (1850–1914) (SAIF et al., 2008). Salmonella é um gênero de bactérias em forma de bastonetes, que fazem parte da família Enterobacteriacea, não formam esporos, apresentam coloração negativa em Gram e são formadas principalmente por sorovares que apresentam motilidade, sendo que as variantes imóveis incluem Salmonella enterica sorovar Gallinarum e Salmonella enterica sorovar Pullorum. O gênero Salmonella é dividido em duas espécies: Salmonella bongori e Salmonella enterica, sendo esta última a de maior preocupação em saúde pública. Salmonella enterica é composta por seis subespécies. As subespécies de Salmonella sp. ainda são subdivididas em sorovares (Tabela 1), com base na tipagem de Kaufmann-White. Até o ano de 2007 o número de sorovares descobertos era de 2.610 (GUIBOURDENCHE et al., 2010; USFDA, 2012), sendo esta tipagem de sorovares feita com base nos antígenos somáticos (O) e flagelares (H) (AGBAJE et al., 2011).

TABELA 1 - Posição taxonômica, formato escrito, nomenclatura e número de sorovares por subespécie até o ano de 2007

Gênero Espécie Subspécie Sorovar Número

Salmonella enterica enterica

(subspécie I) Choleraesuis, Enteritidis, Paratyphi, Typhi, Typhimurium 1547 salamae (subspécie II) 9,46:z:z39 513 arizonae (subspécie IIIa) 43:z29:- 100 diarizonae (subspécie IIIb) 6,7:l,v:1,5,7 341 houtenae (subspécie IV) 21:m,t:- 73 indica (subspécie VI) 59:z36:- 13

Salmonella bongori (subspécie V) 13,22:z39:- 23

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Salmonella enterica podem ser divididas em dois amplos grupos com base na patogênese e biologia da infecção, podendo causar a doença clínica ou apenas colonizar o trato intestinal, determinando o estado de portador, dependendo do sorovar, da dose infectante, da susceptibilidade da espécie e da idade e do estado imune do hospedeiro. Além disso, um grupo é constituído por um grande número de sorovares, incluindo Salmonella enterica sorovar Typhimurium e Salmonella enterica sorovar Enteritidis, que podem colonizar o tubo digestivo dos animais ou causar doença gastrointestinal em uma ampla gama de hospedeiros, incluindo os seres humanos. Os componentes deste grupo são os principais responsáveis pela contaminação de ovos, e de carcaça durante o processamento de abate (BARROW et al., 1994; BÄUMLER et al., 2000; WIGLEY et al., 2001; BERCHIERI JR. et al., 2010).

O outro grupo é composto por um pequeno número de sorovares que causam doenças sistêmicas restritas a determinados espécies, semelhantes à febre tifóide, tais como: Salmonella enterica sorovar Typhi em seres humanos; Salmonella enterica sorovar Choleraesuis em suínos; Salmonella enterica sorovar Dublin em bovinos; Salmonella enterica sorovar Pullorum e Salmonella enterica sorovar Gallinarum em aves. Vários destes sorovares podem após a doença persistir nos tecidos durante longos períodos (BARROW et al., 1994; WIGLEY et al., 2001; BERCHIERI JR. et al., 2010). Estes últimos sorovares adaptados às aves raramente causam problemas na indústria alimentícia, pois não estão envolvidos em infecção alimentar em humanos (BERCHIERI JR. et al., 2010).

2.2 Pulorose e tifo

Salmonella enterica sorovar Gallinarum e Salmonella enterica sorovar Pullorum são microrganismos imóveis causadoras de doenças septicêmicas de aves domésticas denominadas respectivamente de tifo aviário e pulorose. Estes sorovares possuem as mesmas características antigênicas (O antígeno 9, 12, mas com diferentes porcentagens de antígenos 12(1), 12(2), 12(3), e sem flagelos) e diferentes propriedades bioquímicas (ZANELLA, 2007; LORENZONI, 2010).

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Apresentam ainda, alta prevalência em certas partes do mundo, particularmente em países com a avicultura ainda em desenvolvimento e acarretam prejuízos consideráveis principalmente em criações não comerciais (BOUZOUBAA et al., 1992; WIGLEY et al., 2001). Estes sorovares podem se disseminar para o trato reprodutivo (WIGLEY et al., 2005; SAIF et al., 2008), causar infecção e propiciar a contaminação interna ou externa dos ovos durante a sua formação (BERCHIERI JR. et al., 2010), ou após sua postura (MYAMOTO et al., 1997).

Se a infecção ocorre em ovos férteis, está estabelecida a transmissão vertical, que aparentemente possui maior importância para a disseminação de Salmonella enterica sorovar Pullorum. Já para Salmonella enterica sorovar Gallinarum a transmissão horizontal possui igual importância que a vertical (BERCHIERI JR. et al., 2010). Com os resultados de experimentos e observações a campo pode se concluir que aves jovens são altamente susceptíveis para Salmonella enterica sorovar Pullorum e Salmonella enterica sorovar Gallinarum, enquanto aves adultas são mais susceptíveis a Salmonella enterica sorovar Gallinarum (SAIF et al., 2008) e infectam uma pequena variedade de espécies de aves, causando uma doença sistêmica grave (CHAPPELL et al., 2009).

Estudos sugerem que aves leves, poedeiras comercias, são mais resistentes a infecções por Salmonella, entretanto se infectadas podem carrear o agente por semanas sem manifestar sinais clínicos (WIGLEY et al., 2001; OLIVEIRA et al., 2005; FREITAS NETO et al., 2007; BERCHIERI JR. et al., 2010).

Poedeiras comerciais inoculadas com Salmonella enterica sorovar Pullorum quando foram infectadas aos quatro dias de idade não demonstraram sinais clínicos da doença, entretanto ao atingir a maturidade sexual (fase de postura), essas aves produziram ovos contaminados. Os mesmos autores tentaram reproduzir o mesmo comportamento da doença com Salmonella enterica sorovar Gallinarum, no entanto, não conseguiram verificar transmissão para os ovos e consequentemente progênie. Linhagens de aves resistentes demonstram menos Salmonella enterica sorovar Pullorum no trato reprodutivo e menor persistência de Salmonella enterica sorovar Gallinarum no fígado e baço quando comparado a aves de linhagens susceptíveis (BERCHIERI JR et al., 2010).

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Foi possível reproduzir a doença em aves marrom com idade de 18 semanas, que é a idade de maturidade sexual, havendo também uma relação dose dependente, para mortalidade e apresentação da doença (OLIVEIRA et al., 2005). Indicando que existe uma diferença na suscetibilidade à salmonelose dependendo idade, da linhagem das aves e fase reprodutiva. O que concorda com outros trabalhos que indicam a idade de maturação sexual como um fator predisponente para a bacteremia e aumento do número de Salmonella sp. em órgãos como fígado, baço e principalmente trato reprodutivo.

As aves infectadas por Salmonella sp. podem manifestar sonolência, fraqueza, diminuição da ingestão alimentar, baixo crescimento, aderência de excreta a cloaca e tendência a se agrupar próximos a fontes de calor (SAIF et al., 2008). Em aves mais velhas infecções por Salmonella estão associadas à anorexia, diarreia e redução da produção de ovos, geralmente causando baixa mortalidade e com as mesmas lesões encontradas em aves jovens (ZANELLA, 2007). Destaca-se que aves infectadas podem carrear o agente sem demonstrar nenhum sinal clínico (RANDALL, 1991).

Casos agudos de tifo aviário podem causar queda brusca no consumo de ração e as aves podem se apresentar pálidas e com penas eriçadas. Outros sinais como anorexia, diarreia, depressão, desidratação aumento de mortalidade, queda na postura, diminuição de fertilidade e eclosão podem ser observadas tanto no tifo aviário como na pulorose (SHANE, 1997; SHIVAPRASAD, 2000; SAIF et al., 2008).

Segundo FREITAS NETO et al., (2007) ao se realizar a avaliação clínica, as aves leves apresentaram sinais característicos de tifo aviário antes de morrer, como a depressão, prostração, anorexia, asas caídas, penas eriçadas, e cloaca suja. Por outro lado, aves semipesadas morreram subitamente sem apresentar sinais clínicos.

FREITAS NETO et al. (2007) que as lesões macroscópicas geralmente são restritas ao fígado e baço das aves semipesadas. Que apresentavam-se aumentados de tamanho e com focos brancos, cinco dias após a inoculação. Foi observado fígado com uma tonalidade verde-amarelada, que pode estar friável. Não houve evidência de alterações anatómicas em aves leves neste estudo. Microscopicamente, o fígado e

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coração foram os órgãos que sofreram maiores danos na sua estrutura celular, considerando as duas linhagens de aves.

Salmonella enterica sorovar Gallinarum inoculada em linhagens de galinhas susceptíveis e linhagens resistentes a infecção, apresentou sinais semelhantes nas duas linhagens, mas os sinais foram mais intensos na linhagem susceptível, assim como a mortalidade. Entretanto a mortalidade não ocorreu na linhagem resistente. Foi possível isolar Salmonella enterica sorovar Gallinarum do fígado, baço, ovário, coração e conteúdo cecal. Várias semanas após a inoculação de ambas as linhagens resistentes e susceptíveis e aves que não apresentavam sinal da doença. Não foi possível isolar Salmonella enterica sorovar Gallinarum dos ovos (BERCHIERI JR. et al., 2000).

Os sinais clínicos observados na pulorose são similares àqueles encontrados no tifo aviário. As aves podem desenvolver pneumonia, resultantes de extenso envolvimento dos pulmões, devido a infecção pela Salmonella enterica sorovar Pullorum, nesses casos com sinais respiratórios evidentes. Outros sinais são que podem ser observados são cegueira, assim como artrite das articulações tibiotarsal, humeroradial e articulação ulnar (SHANE, 1997; SAIF et al., 2008; LORENZONI, 2010). Ainda é possível que parte das aves infectadas não venham a demonstrar nenhum sinal da doença, permanecendo como carreadores assintomáticos por toda a vida (LORENZONI, 2010). E podem demonstraram sinais clássicos da doença como diarréia de coloração esverdeada, entretanto apesar desse sinais, pode não ocorrer perda na postura e redução da ingestão de alimento inicialmente (OLIVEIRA et al., 2005).

Fígado aumentado com necrose focal, coloração esverdeada ou coloração bronzeada, folículos hemorrágicos, deformados e pálidos com leve hemorragia, enterite catarral ou hemorrágica nos intestinos, petéquias hemorrágicas no coração, fígados com e hemorragias nas tonsilas cecais são alterações detectadas á necropsia (RAHMAN et al., 2004; HOSSAIN et al., 2006; ISLAM et al., 2006).

Em galinhas com tifo aviário ou pulorose podem ocorrer, ooforite, salpingite, peritonite e perihepatite (SHIVAPRASAD, 2000). Linhagens resistentes demonstram menos lesões post-mortem, não apresentando mudanças anatomopatológicas

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significativas. Aves suscetíveis apresentaram maior mortalidade, e as lesões pós mortem se localizavam principalmente fígado, que estava aumentado com coloração verde amarelado e de consistência friável, pode ser notado também baço aumentado e com congestão (FREITAS NETO et al., 2007)

Sinais clínicos são semelhantes ás doenças septicêmicas e á necropsia pode ser detectado congestão hepática, esplênica e por vezes pulmonar. O fígado pode ser estar aumentado e com petéquias e o ceco com substancia caseosa. Em casos subagudos e crônicos, sinais de peritonite e pericardite são comuns. Em fêmeas adultas, os folículos ovarianos podem aparecer deformados e com conteúdo caseoso podem se desprenderem do ovário e determinar peritonite e pericardite.

2.3 Paratifoides

Salmoneloses paratifóides são causadas por sorovares de salmonelas móveis, encontrados em todo o mundo e podem afetar uma ampla variedade de aves e mamíferos, incluindo os seres humanos, com habilidade de produzir a doença em aves jovens. Animais adultos raramente apresentam sinais clínicos, no entanto animais imunodeprimidos podem vir a apresentar a doença e em alguns casos de infecção por algumas cepas de Salmonella enterica sorovar Enteritidis (SAIF et al., 2008; LORENZONI, 2010).

Algumas cepas de Salmonella sp. como Enteritidis fagotipo 4, podem levar a alta mortalidade em pintainhos de maneira semelhante a infecção pelo sorovar Pullorum (SHANE, 1997). Em experimento com inoculação de dois sorovares de salmonela em pintainhos de um dia, a Salmonella enterica sorovar Kedougou permaneceu no trato intestinal, enquanto que Salmonella enterica sorovar Typhimurium atingiu a lamina própria do ceco, que foi o local do intestino com maior colonização, e também pode ser encontrada no interior de macrófagos (BRITO et al., 1995).

Uma semana após a inoculação por Salmonella enterica sorovar Enteritidis, a frequência de eliminação deste patógeno pela excreta variou entre 23.8% e 87.5% de acordo com o número de unidades formadoras de colônia (UFCs) utilizadas como dose infectante. Aves que receberam a maior dose infectante foram as que apresentaram

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maior frequência de excreção de Salmonella pela excreta. Verificaram ainda que após oito semanas da inoculação 2.5% a 5% das poedeiras ainda estavam eliminando a bactéria pela excreta (GAST et al., 2011b).

Poedeiras experimentalmente infectadas disseminaram Salmonella enterica sorovar Enteritidis fago tipo 4 para outras poedeiras do mesmo galpão pela água, o que sugere transmissão horizontal. Em mesmo experimento foram adicionadas novas aves a mesma gaiola das poedeiras contaminadas e foi retirada a comida e água por um período de dois dias, o que levou a uma alta excreção de Salmonella enterica sorovar Enteritidis fagotipo 4 por um curto período de tempo (NAKAMURA et al., 1994).

Em trabalhos desenvolvidos por BARROW et al. (1994 ) e GAST et al. (2011a) foi verificado que Salmonella enterica sorovar Enteritidis possuem capacidade de invasão, sendo possível recuperar Salmonella enterica sorovar Enteritidis de 30 a 90% dos fígados analisados cinco dias após a inoculação. Entretanto com menor duração e patogenicidade, pois em 20 dias após a inoculação esses valores caíram para 0 e 40 % dependendo da dose infectante. Já para salmonelas adaptadas as aves, como Salmonella enterica sorovar Pullorum, WIGLEY et al. (2001) verificaram que a bactéria permanece no organismo por até 40 semanas.

A presença de Salmonella enterica sorovar Enteritidis na porção inferior do trato reprodutivo pode levar a contaminação dos ovos pela infecção do ovário e pela contaminação casca e da membrana do ovo no oviduto, na qual é maior quando a inoculação das aves é realizada por via intravenosa. Já a colonização do ovário não ocorreu quando estas aves foram inoculadas no oviduto (MYAMOTO et al., 1997).

Embora a doença clínica não seja associada a infecções paratifoides em aves maduras, algumas cepas de Salmonella enterica sorovar Enteritidis foram capazes de causar anorexia, diarreia e queda na postura em aves experimentalmente infectadas (SAIF et al., 2008). Os sinais clínicos incluíram penas eriçadas, relutância em se movimentar, amontoamento sobe fontes de calor, diarreia e acumulo de excreta na cloaca, conjuntivite e cegueira são possíveis (LORENZONI, 2010).

Nos surtos agudos pouco ou nenhuma lesão são encontradas e em casos subagudos os achados mais encontrados são desidratação, emaciação, e congestão

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do fígado, baço e rins. Em alguns casos o fígado e coração podem apresentar focos necróticos (LORENZONI, 2010).

2.4 Patogenia

O curso de infecção da Salmonella enterica varia consideravelmente dependendo do sorovar infectante e da genética do hospedeiro. Sorovares como Salmonella enterica sorovar Typhimurium e Salmonella enterica sorovar Enteritidis possuem importante papel na saúde publica, através da infecção de ovos. Ambos sorovares são capazes de infectar uma ampla variedade de hospedeiros. Na galinha estes sorovares causam infecção do trato gastrintestinal, localizando-se principalmente no ceco e podendo persistir por vários meses. A infecção sistêmica por outro lado é geralmente passageira e com exceção de aves jovens quase não causam sinais clínicos. Já Salmonella enterica sorovar Gallinarum e Salmonella enterica sorovar Pullorum infectam uma pequena variedade de espécies de aves, causando uma doença sistêmica grave (CHAPPELL et al., 2009).

Salmonelose sistêmica das aves possuem três fases distintas, em que há intensa interação com o sistema imune. A primeira fase é a sobrevivência e invasão através do trato gastrointestinal. A segunda fase é o estabelecimento da infecção sistêmica, principalmente pela infecção de macrófagos e disseminação para órgãos como coração, fígado, baço e trato reprodutivo. Na terceira fase pode ocorrer a eliminação do agente pelo sistema imune, a morte do animal pela infecção ou o hospedeiro desenvolver um estado de carreador subclínico (BARROW et al., 1994; CHAPPELL et al., 2009).

Bactérias de pH neutro como Salmonella ao atravessar o trato gastrintestinal precisam sobreviver em pH extremamente baixos, como do estomago ou dos fagossomos no interior de macrófagos. Assim como ácidos graxos voláteis presentes no intestino e fezes. A indução de tolerância à acidez é um processo de dois estágios, envolvendo sistemas de proteção ao ácido, desencadeados em diferentes níveis de acidez. Quando a Salmonella se depara com pH próximos de seis, esta desencadeia a primeira fase da indução de tolerância, que envolve a síntese de sistemas de

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emergência de homeostase de pH que alcaliniza o citoplasma durante períodos de estresse a pH ácido extremo (pH 3). A segunda etapa está envolvida uma vez que o pH cai abaixo de 4,5. Cerca de 50 proteínas de choque ácido, que se acredita prevenir ou reparar danos macromoleculares, são induzidas durante este estágio. Várias descarboxilases de aminoácidos parecem contribuir para a manutenção de emergência de pH em Salmonella enterica sorovar Typhimurium. Um desses sistemas foi identificado como lisina descarboxilase (CadA), trabalhando em colaboração com um antiporter lisina cadaverina (CadB) (BEARSON et al., 1997).

Após a sobrevivência no intestino Salmonella sp. possui como principal estratégia invadir a mucosa intestinal através das células colunares epiteliais e células M sobre as placas de Peyer. A interação da Salmonella e do epitélio desencadeia quimiotaxia e células fagocíticas para o local de infecção. Se os mecanismos de defesa do hospedeiro obtiverem sucesso em limitar a expansão bacteriana, a infecção permanece apenas no intestino e tecido linfoide associado ao intestino. Se por outro lado os macrófagos não forem sucedidos em limitar a disseminação, Salmonella pode então determinar doença sistêmica (HENDERSON et al., 1999; BÄUMLER et al., 2000).

Salmonella enterica sorovar Pullorum não é frequentemente associada à doença em outras espécies. Estudos in vitro têm demonstrado que sinais transepiteliais são cruciais para que Salmonella sp. determine enterite em humanos. Portanto a intensidade e o resultado da doença produzida por Salmonella espécie especifica depende largamente em como esses organismos interagem com a mucosa intestinal (HENDERSON et al., 1999).

Na invasão a ausência de flagelos das Salmonella enterica sorovar ou Gallinarum, não causam inflamação significativa, como causada por Salmonella enterica sorovar Typhimurium ou Salmonella enterica sorovar Enteritidis. A ausência de flagelos faz com que estas não sejam reconhecidas pelos receptores tipo Toll 5, que exercem papel chave na iniciação da resposta inflamatória. Salmonella invade então os macrófagos e provavelmente células dendríticas e são transportados para o baço e fígado, onde a replicação acontece. A interação com macrófagos é uma componente chave para que aconteça à infecção sistêmica em ambos mamíferos e aves (BARROW

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et al., 1994; HENDERSON et al., 1999; IQBAL et al., 2005; BERCHIERI JR. et al., 2010).

É possível que Salmonella enterica sorovar Typhimurium sobreviva em parte por inibir a fusão do fagossomo com o lisossomo e em parte por adaptar as condições do fagolisossomo (BUCHMEIER & HEFFRON, 1991). Ilhas de patogenicidade 2 de secreção tipo III desempenham papel tanto na colonização do trato gastrintestinal, como desempenha papel fundamental na infecção sistêmica, sendo que a falta destas ilhas de patogenicidade resulta na incapacidade da Salmonella sp. em sobreviver no interior de macrófagos (JONES et al., 2007).

Salmonella sp. se mostrou toxica para macrófagos em observações in vitro. Após infectar um macrófago ela se multiplica inicialmente no interior destes e após varias horas determinou sua morte (BÄUMLER et al., 2000). Sorovares de Salmonella espécie específicas possuem maior capacidade de sobreviver em órgãos do que sorovares não espécie específicos, não possuindo necessariamente maior capacidade de invasão que sorovares não específicos (BARROW et al., 1994). Conforme WIGLEY et al. (2001) Salmonella enterica sorovar Pullorum pode persistir por até 40 semanas no trato reprodutivo e baço de aves contaminadas.

Quando as poedeiras atingem a maturidade sexual, o número de Salmonella enterica sorovar Pullorum em órgãos como o baço aumenta e se espalha para o trato reprodutivo, o que não acontece com os machos. Indicando que tais mudanças estão relacionadas ao inicio de postura nas fêmeas (WIGLEY et al., 2005).

Durante o início de postura, a resposta de linfócitos T não é específica e os estímulos mitogênicos caem drasticamente em aves não infectadas e infectadas (WIGLEY et al., 2005). Achados sugerem que resposta celular, particularmente T helper 1, desempenha papel crucial na eliminação do estado portador das salmoneloses aviárias (WITHANAGE et al., 2005).

A queda na resposta de linfócitos T ocasiona o aumento do número de Salmonella enterica sorovar Pullorum e disseminação desta no trato reprodutivo. Após três semanas do inicio da postura a resposta de linfócitos T começa a aumentar e ocorre o declínio do número de Salmonella enterica sorovar Pullorum (WIGLEY et al., 2005). Unido a isto está o aumento da população de macrófagos durante a maturação

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sexual nos ovários relacionado ao oestrogenio, visto que os macrófagos são o principal local de persistência de Salmonella enterica sorovar Pullorum (BARUA et al., 1998; WIGLEY et al., 2005).

Estudos indicam que Salmonella enterica sorovar Typhimurium é capaz de induzir depleção linfocítica, atrofia de órgãos do sistema imunes, imunodepressão, além de prolongar o período da eliminação de Salmonella enterica sorovar Typhimurium através da excreta de acordo com a dose inoculada (HASSAN et al., 1994).

A colonização de diferentes partes do trato reprodutivo indica que há a possibilidade de Salmonella enterica sorovar Pullorum utilizar diferentes mecanismos de contaminação dos ovos. Apesar de uma forte resposta humoral houve persistência e aumento do número dessas bactérias no baço, trato reprodutivo e fígado, quando essas aves atingiram a maturidade sexual, no entanto houve uma diminuição em outros órgãos como coração (WIGLEY et al., 2001). Durante o período de maturidade sexual, Salmonella enterica sorovar Pullorum foi capaz de colonizar ambos os ovários e ovidutos, o que levou a contaminação de 6 % dos ovos por essa bactéria (WIGLEY et al., 2001).

Após o estabelecimento ou infecção sistêmica a galinha pode eliminar ou controlar a replicação bacteriana através do sistema imune adaptativo. Se a replicação bacteriana não é controlada pelo sistema imune inato, Salmonella replica no baço e fígado levando a hepato e esplenomegalia e a lesões nesses órgãos. Conforme infecção, particularmente com Salmonella enterica sorovar Gallinarum, anemia progressiva e septicemia ocorre, com disseminação de Salmonella enterica no trato intestinal, causando hemorragia, infiltração de células de defesa e ulcerações na parede intestinal. Carreadores persistentes ocorrem frequentemente com Salmonella enterica sorovar Pullorum e em menos frequência com Salmonella enterica sorovar Gallinarum (CHAPPELL et al., 2009).

A presença de sinais clínicos e contaminação dos ovos é dose dependente, podendo haver a não manifestação da doença e no entanto haver a produção de ovos contaminados. Entretanto doses de inóculos com maior número de unidades

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formadoras de colônias mais altas juntamente da produção de ovos contaminados foi acompanhada de queda de postura e sinais clínicos de salmonelose (COX et al., 2000).

Há a possibilidade de tanto contaminação vertical quanto contaminação horizontal, visto que galinhas na mesma gaiola e galpão podem se tornar contaminadas quando uma galinha contaminada está inserida no plantel. Há também a possibilidade do ovo se contaminar após esse ser posto no ambiente e condições como sujidades e umidade podem aumentar esse risco (NAKAMURA et al., 1994; COX et al., 2000).

2.5 Fatores predisponentes

O ambiente da granja de postura pode ser uma notável fonte de Salmonella enterica sorovar Enteritidis e de outros sorovares adaptados às aves, como Salmonella enterica sorovar Gallinarum. Sorovares de Salmonella sp. têm sido isolados de diversos animais e insetos que circundam a granja e esta possui condições favoráveis para a manutenção da Salmonella na granja, como grande quantidade de matéria orgânica e umidade que podem servir de reservatório para salmonelas por longos períodos (BRADEN, 2006).

Os fatores de risco associados à salmonelose identificados foram: muda forçada; processamento de ovos em linha, alojamento de aves de diferentes idades e ocorrência de Salmonella anteriormente na propriedade (HUNEAU-SALAÜN et al., 2009; SASAKI et al., 2012).

Um dos fatores de risco muito discutidos é o do tipo de alojamento das aves (em gaiolas ou no piso), entretanto os trabalhos com enfoque nesse ponto possuem resultados discordantes, sendo apontado em alguns trabalhos que o sistema de produção em gaiolas pode ser um fator de riscos por alguns autores e indicado como protetor por outros (VAN HOOREBEKE et al., 2010).

SASAKI et al. (2012) não observaram diferença da presença de salmonela em decorrência da idade e do fato do mesmo sorovar ser isolado de diferentes lotes da mesma fazenda sugere que há uma forte contaminação cruzada. As aves após a morte são importantes fontes de contaminação e que quando há a retirada rápida e é utilizado

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composteiras se diminui o risco de disseminação da doença (OLIVEIRA et al., 2005; HUNEAU-SALAÜN et al., 2009).

A muda forçada é uma prática usada como forma de prolongar a vida econômica das aves ao final do primeiro ciclo de produção, adiando assim a necessidade de reposição do lote por 25 a 30 semanas. Existem diversas maneiras de se induzir muda, entretanto a mais comum é a da retirada do alimento até que a poedeira atinja determinado peso (RAMOS et al., 1999; HOLT, 2003).

Entretanto diversos estudos demonstraram que a muda forçada pela restrição total ao alimento causa mudanças na microbiota, ecologia da ave e depressão do sistema imune, o que leva ao aumento da suscetibilidade de 100 a 1000 vezes à infecção por Salmonella enterica sorovar Enteritidis, causando consequentemente aumento da excreção de Salmonella enterica sorovar Enteritidis e dessa forma disseminando a bactéria para o plantel. Constaram ainda que aves que sofreram muda forçada excretam uma quantidade significativamente maior de Salmonella enterica sorovar Enteritidis nas excretas, tiveram maiores UFCs de Salmonella enterica sorovar Enteritidis nos órgãos e exibiram mais inflamação intestinal (HOLT & PORTER JR. 1992; HOLT, 2003; RICKE, 2003). Além da disseminação pela colonização do trato gastrintestinal a salmonela pode se multiplicar e disseminar para órgãos como baço, fígado e ovário (PATWARDHAN & KING, 2011).

2.6 Ocorrência

Sistemas de vigilância são tradicionalmente passivos e em raros casos ativos, o que significa que notificações abaixo do número real são extremamente prejudiciais para a interpretação e analise dos dados. Como as pessoas encaram diarreia como um inconveniente passageiro, mesmo que por vários dias, e não como um sintoma de doença, poucas pessoas procuram um médico para um diagnóstico. Ainda para que o sistema funcione o médico necessita confirmar laboratorialmente o agente etiológico e notificar os casos positivos para os órgãos governamentais responsáveis pela vigilância (ROCOURT et al., 2003).

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Investigação bacteriológica feita pelo brac poultry disease diagnostic centre, Gazipur, encontrou Salmonella sp. em 21,9% de suas amostragem e dessas amostras positivas 53.25% eram galinhas de postura, 14,55% de pintainhos, 16,10%de frangos de corte e 16,10% de frangas (RAHMAN et al., 2004)

Em estudo de prevalência realizado pela European Food Safety Authority, 4.797 granjas de postura foram avaliadas. Amostras foram coletadas de lotes de poedeiras durante as nove últimas semanas de produção. Um lote de cada granja foi amostrado utilizado cinco amostras de excreta e duas de poeira. Os resultados foram de que 20,3% das granjas de poedeiras estavam positivos para Salmonella enterica sorovar Enteritidis ou Salmonella enterica sorovar Typhimurium. Variando nos lotes de 0 a 62,5% de aves positivas. Os sorovares de Salmonella sp. mais encontrados foram: Salmonella enterica sorovar Enteritidis, Salmonella enterica sorovar Infantus, Salmonella enterica sorovar Typhimurium, Salmonella enterica sorovar Mbandaka e Salmonella enterica sorovar Livingstone (EFSA, 2006).

A prevalência de Salmonella sp. observada em granjas de postura no Japão foi de 20,7% das granjas e 19,5% dos lotes, baseadas em amostras de excreta e de poeira. Os sorovares mais isolados foram de Salmonella enterica sorovar Cerro, Salmonella enterica sorovar Braenderup, Salmonella enterica sorovar Infantis, Salmonella enterica sorovar Corvallis e Salmonella enterica sorovar Enteritidis respectivamente (SASAKI et al., 2012).

ISLAM et al. (2006) em um trabalho sobre a incidência de Salmonella sp. em galinhas poedeiras da região de Bangladesh, durante o período de janeiro a maio de 2006, encontraram que 43.4% das galinhas estavam positivas pelo teste de soro aglutinação rápida em placa para Salmonella enterica sorovar Pullorum. Já para o isolamento de Salmonella sp. de suabes de cloaca e fígado foi encontrado uma média de 21.02% de aves positivas. Dos suabes de cloaca positivos 90% foram isolados de aves soronegativas, o que concorda com a afirmação de BÄUMLER et al.(2000), que para Salmonella enterica sorovar Pullorum possuem maiores chances de reações cruzadas com outras salmonelas, devido ao seu peso molecular.

Utilizando se amostras de ambiente de 295 lotes de galinhas poedeiras no Canadá, 58% foram positivos para Salmonella sp.. Os sorovares mais prevalentes

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foram respectivamente: Salmonella enterica sorovar Heidelberg, Salmonella enterica sorovar Infantis, Salmonella enterica sorovar Hadar e Salmonella enterica sorovar Shwarzengrund (POPPE et al., 1991).

Os dados de prevalência de Salmonella enterica sorovar Pullorum e Salmonella enterica sorovar Gallinarum no mundo estão nas Figuras 1 e 2, respectivamente. No Brasil a doença está presente, porem há pouca notificação dos surtos de pulorose e tifo aviário.

FIGURA 1- Ocorrência de pulorose no mundo de janeiro a junho de 2011 (OFFICE INTERNATIONAL DES EPIZOOTIES–WORLD ANIMAL HEALTH INFORMATION DATABASE,, 2012).

HOFER et al. (1997) caracterizaram amostras de Salmonella isoladas de aves no Brasil entre os anos 1962 e 1991. Pelas sorotipagens foram reconhecidos 90 sorovares, sendo que os mais isolados, representando 65 a 67% dos isolamentos, foram: Salmonella enterica sorovar Gallinarum, Salmonella enterica sorovar Pullorum, Salmonella enterica sorovar Typhimurium, Salmonella enterica sorovar Heilderberg, Salmonella enterica sorovar Enteritidis e Salmonella enterica sorovar Infantis.

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FIGURA 2- Ocorrência de tifo aviário no mundo de janeiro a junho de 2011 (OFFICE INTERNATIONAL DES EPIZOOTIES–WORLD ANIMAL HEALTH INFORMATION DATABASE, 2012).

A baixa prevalência de Salmonella enterica sorovar Gallinarum e Salmonella enterica sorovar Pullorum, em alguns países pode ser explicada por um programa de controle bem estabelecidos. Em países como a Suécia um controle rigoroso sobre a presença de salmonelas se iniciou a mais de 50 anos. O que levou a eliminação dos agentes da pulorose e tifo aviário no inicio de 1960, não sendo detectado o agente do tifo aviário desde 1984 e o agente da pulorose desde 2001, quando foi detectado pela ultima vez em galinhas caipiras (BENGTSSON et al., 2009).

Apesar da baixa prevalência de ovos contaminados há o risco de infecção pela ingestão desse alimento cru ou mal cozido. O CDC estimou que cerca de 75% dos surtos de salmonelose são devido ao consumo de ovos crus ou mal cozidos (WHO/USFDA 2002). Foi estimado estatisticamente nos Estados Unidos, que a chance de um ovo estar contaminado com Salmonella enterica sorovar Enteritidis está entre uma em 30.000 a uma em 12,000 com 90% de certeza (EBEL & SCHLOSSER, 2000). Valores de prevalência de Salmonella no interior e na casca do ovo são diferentes

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quando se compara diferentes países como Trindade e Tobago e Irlanda, variando de 0 a 9,2% para o interior dos ovos e de 0,04 a 9% para a superfície (Tabela 2).

TABELA 2 - Prevalência de Salmonella sp. na casca e interior de ovos de mesa de diferentes países País de Origem Patógeno Ocorrência de Salmonella na superfície do ovo ou no interior Fonte Trindade e Tobago Salmonella sp. Superfície: 5.4% positivos ADESIYUN et al. (2005) Interior: 9.2% positivos (N = 184 da amostra) Reino unido (varejo, produção não do Reino Unido) Salmonella sp. Superfície: 9.0% positivos LITTLE et al. (2006) Interior: 0.57% positivos, dez ovos foram intencionalmente contaminados(N = 1744 ) Estados Unidos (ovos com defeitos na casca) Salmonella sp. Superfície: 1.1% positivos

JONES & MUSGROVE (2007)

Interior: todos negativos(N = 180)

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TABELA 2 - Prevalência de Salmonella sp. na casca e interior de ovos de mesa de diferentes países (Continuação)

Irlanda Salmonella sp. Superfície: 0.04% positivos

MURCHIE et al. (2007)

Interior: todos negativos (N>53)/> 5018 pools de 30.108 amostras de ovos)

Reino Unido Salmonella sp. Superfície: 0.38% positivos

LITTLE et al. (2008)

Interior: 0.06% positivos, este ovo estava contaminado internamente e externamente(N=1588 pools de 9528 amostras de ovos) Reino Unido (varejo,produzi dos no Reino Unido) Salmonella sp. Superfície: 0.29% positivos FOOD STANDARDS AGENCY (2004)

Interior: todos negativos (N=4753 amostras de 6 ovos)

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TABELA 2 - Prevalência de Salmonella sp. na casca e interior de ovos de mesa de diferentes países (Continuação)

Estados Unidos

Salmonella sp. Superfície: 0.8%

positivos

JONES et al. (2006)

Interior: todos negativos (N=384 compostos de três ovos lavados) Índia (varejo) Salmonella sp. Superfície: 6.1%

positivos

SURESH et al. (2006)

Interior: 1.8% positivos, este nove ovos estavam internamente e externamente

contaminados (N=492 ovos)

Fonte: LUBER, 2009.

No Brasil dentre os 3.737 surtos, havia informações sobre o tipo de alimento em 67% deles (2.494 surtos), em que predominaram alimentos preparados com ovos/maionese (21,1%) (CARMO et al., 2005). Os surtos notificados no Paraná entre os anos de 1999 e 2008 apontam que 45% desses foram relacionados a ovos e o principal sorovar isolado dos pacientes foi o Enteritidis com 87,8% (KOTTWITZ et al., 2010).

Infecções por Salmonella variam de moderada a severa e os casos graves geralmente estão associados a populações suscetíveis como: idosos, crianças e imunocomprometidos. Surtos de salmonela em asilos e hospitais nos estados entre os anos 1985 e 1991 representaram 12% dos casos de salmonelose e 90% dos casos fatais (WHO/USFDA 2002).

Entre os anos de 1996-2005 houve 121.536 casos de infecções bacterianas confirmadas laboratorialmente, incluindo 552 (5%) mortes, as quais 215 (39%) eram de pessoas infectadas com Salmonella, havendo maior mortalidade entre adultos maiores de 65 anos (BEHRAVESH et al., 2011).

(26)

O Centers for Disease Control and Prevention (CDC) estimou que ocorram 1,4 milhões de casos de salmonelose ao ano, levando a 16.430 hospitalizações e 582 mortes. Em humanos a salmonelose é caracterizada por diarreia, dor abdominal, câimbras, vomito, dor de cabeça e náusea. Podendo os sintomas durar por mais de uma semana (WHO/USFDA 2002). Os principais sorovares apontados como os responsáveis por pelo menos metade dos casos de salmonelose humana notificados nos Estados Unidos são: Salmonella enterica sorovar Typhimurium (19%), Salmonella enterica sorovar Enteritidis (14%), Salmonella enterica sorovar Newport (9%) e Salmonella enterica sorovar Javiana (5%) (BRADEN, 2006).

O número de casos de salmonelose humana envolvendo Salmonella enterica sorovar Enteritidis vem aumentado nos últimos 25 anos, se tornando o primeiro ou segundo sorovar mais comum em diversos países. O principal alimento envolvido em surtos de Salmonella enterica sorovar Enteritidis são os ovos e a casca do ovo seja o apontada como o veiculo de maior importância na disseminação do agente (BRADEN, 2006).

Dados indicam que casos de gastroenterites humanas envolvendo Salmonella enterica sorovar Enteritidis no Reino Unido têm aumentado dede 1960. BÄUMLER et al. (2000) sugeriram que isso tenha ocorrido devido a programas para eliminar os sorovares de Salmonella enterica sorovar Pullorum e Salmonella enterica sorovar Gallinarum, pois o antígeno O9 que faz parte dos sorovares de Salmonella enterica sorovar Pullorum e Salmonella enterica sorovar Gallinarum produz títulos de anticorpos 10 vezes maiores, que os produzidos pelo antígeno O12 possuído pelos sorovares de Salmonella enterica sorovar Enteritidis e Salmonella enterica sorovar Thyphimurium. O que indica que o antígeno O9 seja mais imunodominante e que possui mais chance de reações cruzada contra outras salmonelas.

Entretanto a partir de 1993 iniciou-se um declínio do número de casos. Provavelmente devido a diversos fatores como, melhorias no controle de infecções e de higiene da indústria avícola e de granjas e núcleos de reprodução e a vacinação contra Salmonella enterica sorovar Enteritidis (WARD et al., 2000).

ADHIKARI et al. (2004) estimaram que o custo devido a Salmonella nos Estados Unidos foi de $2.8 bilhões anualmente, o que gira em torno de $2,472 por caso

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de infecção por Salmonella. No Brasil, os custos com os casos internados por doenças transmitidas por alimento chegam a 280 milhões de reais, com média de 46 milhões de reais por ano. Em alguns Estados e Municípios do País, pouco se conhece da real magnitude do problema, pois os casos e surtos de DTA não são notificados. Dos 3.737 surtos, 80% foram encerrados sem dados sobre o agente etiológico. Dos casos identificados pelo clínico laboratorial, 34,7% foram causados por Salmonella sp. (CARMO et al., 2005).

2.7 Diagnóstico e Controle

O diagnóstico de salmonelose nas aves é baseado no histórico do plantel, sinais clínicos, lesões, mortalidade e achados sorológicos, mas um diagnóstico definitivo somente é obtido pelo isolamento (ZANELLA, 2007). Salmonella enterica sorovar Gallinarum e Salmonella enterica sorovar Pullorum podem ser isoladas utilizando meios seletivos e não seletivos. Ambas podem ser detectadas sorologicamente pelo uso de testes de aglutinação em tubo, aglutinação rápida ou teste de micro aglutinação (SHIVAPRASAD, 2000).

2.7.1 Vacinas

O uso de vacinas é talvez a estratégia mais direta, evitando riscos à saúde publica e dificuldades em se manter procedimentos de higiene rigorosos na propriedade. Este procedimento tem se mostrado efetivo em reduzir a disseminação de Salmonella enterica sorovar Enteritidis em planteis de poedeiras no reino unido, sendo que a diminuição de casos humanos de Salmonella enterica sorovar Enteritidis também foi atribuída a esse procedimento (WITHANAGE et al., 2005).

Vários tipos de vacinas inativadas tem sido usadas experimentalmente e a campo, e embora gerem resposta imune, a proteção causada por elas contra Salmonella enterica sorovar Gallinarum é variável, sendo que alguns trabalhos indicam uma proteção não melhor que moderada (ZHANG-BARBER et al., 1999). Para Salmonella enterica sorovares Enteritidis e Typhimurium vacinas fabricadas a partir de bactérias mortas, bacterinas, principalmente com adjuvante oleoso, tem sido reportada

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em diminuir a eliminação e isolamento de Salmonella enterica sorovares Enteritidis e Typhimurium de vários tecidos, particularmente o ovário. Essas vacinas devem ser inoculadas antes de 16 a 18 semanas para servir de booster, após o tratamento com vacinas vivas ou duas a 4 e 6 e 10 12 semanas de vida (ZANELLA, 2007).

A administração parenteral pode ser um requerimento adicional para máxima proteção. Embora a vacina ideal deva ser avirulenta para as aves, a administração oral, pode exigir o uso de uma cepa mais invasiva afim de se estimular a máxima resposta imune, pois a invasividade pode estar relacionada com a imunogenicidade (ZHANG-BARBER et al., 1999).

Diversos tipos de vacina tem se mostrado efetivas em promover proteção contra salmonelas e há diversas opções de vacinas no mercado (WITHANAGE et al., 2005). No entanto até o momento o uso de vacinas, vivas ou inativadas, tem mostrado resultados inconsistentes (ZANELLA, 2007).

Estudos recentes sobre a genética da virulência de Salmonella e a tecnologia de DNA recombinante, oferecem a possibilidade de introduzir atenuações múltiplas e definitivas e mutações irreversíveis no genoma bacteriano. Isto tem permitido o desenvolvimento de cepas de Salmonella sem efeitos colaterais significativos, mas ainda assim capazes de induzir imunidade solida após uma única dose oral. (MASTROENI et al., 2000)

2.7.2 Antibióticos

O tratamento com antibiótico perdeu em muito sua importância no Brasil, pois se aprovada a PORTARIA Nº 297, DE 15 DE JUNHO DE 2010, a nova instrução normativa preverá a eliminação de planteis positivos para Salmonella enterica sorovares Pullorum, Salmonella enterica sorovar Gallinarum, Salmonella enterica sorovar Typhimurium e Salmonella enterica sorovar Enteritidis. Podendo haver a inclusão de outros sorovares caso seja necessário (BRASIL, 2010).

O extensivo uso de antibióticos, não somente em humanos e na medicina veterinária, mas também na produção animal para a prevenção de doenças ou como

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promotores de crescimento, tem levado a um sério aumento e disseminação de multe resistência a antibióticos (CRUCHAGA et al., 2001).

Das salmonelas isoladas de humanos, animais e alimentos na Espanha. Salmonelas isoladas de animais apresentaram maior resistência e multe resistência quando comparada com de humanos e de alimentos. Salmonella enterica sorovar Typhimurium foi o que apresentou mais multe resistência a antibióticos e quase todos os sorovar de Salmonella enterica sorovar Hadar isolados apresentaram resistência (CRUCHAGA et al., 2001).

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3 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Bactérias do gênero Salmonella podem possuir diferente patogenicidade, sendo isto dependente de diversos fatores, como a espécie, linhagem e estado imune do hospedeiro e sorovar e cepas da bactéria. Podendo haver apenas colonização do trato intestinal pela bactéria ou até a morte do hospedeiro.

As infecções provocadas por Salmonella ainda são um problema para diversos países, mas principalmente para países em desenvolvimento. Provocando grande prejuízo, por provocar queda no desempenho produtivo e mortalidade de animais, e pelos seus custos com hospitalizações e programas de controle em humanos.

Apesar de diversos programas de controle, ainda são poucos os países que são considerados livres da doença. O Brasil ainda esbarra em problemas como baixa notificação, tanto de casos humanos como de animais e por seu programa de controle, que ainda não engloba estabelecimentos avícolas de postura comercial e frangos de corte. Dessa forma ficando atrasado, quando comparado com países como a Suécia que devido ao seu programa, teve seu ultimo registro de tifo aviário em 1984 e de Pulorose em 2001, ambas em criações de aves caipiras.

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Salmonella Pullorum, Salmonella Typhimurium, Salmonella Enteritidis) e

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Referências

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