A estrutura do Guia de Interpretação de Exames, em que cada
capítulo aborda um exame diferente, foi concebida para ser uma
alternati va à literatura especializada na melhor interpretação
possível dos exames laboratoriais. Trata-se de um método que traz
ao profi ssional toda a segurança necessária no que diz respeito
às parti cularidades e aos procedimentos primordiais antes da
abordagem terapêuti ca.
Durval Alex Gomes e Costa
Graduado em Medicina pela Universidade Federal do Triângulo
Mineiro (UFTM). Especialista em Infectologia pelo Hospital
Heli-ópolis. Doutor em Doenças Infecciosas pela Universidade
Fede-ral de São Paulo. Médico Infectologista do Serviço de Controle de
Infecção Hospitalar do Hospital Estadual Mário Covas, de Santo
André. Médico Infectologista do Serviço de Molésti as Infecciosas
do Hospital do Servidor Público Estadual de São Paulo.
Autor
Alyne Duarte Bacha
Revisão Técnica
QUIZ MEDCEL
Teste seus conhecimentos
com 2 mil questões!
São questões das 5 cadeiras
médicas e instituições mais
concorridas.
www.medcel.com.br/quiz
MATERIAL DEMONSTRATIVO
Quer conhecer um pouco
mais os cursos Medcel?
Solicite o material em nosso site
e receba-o na sua casa!
www.medcel.com.br
CONHEÇA +
O MEDCEL
Preparamos produtos exclusivos para que todos
conheçam e comprovem gratuitamente a qualidade
e excelência de nossos cursos.
São muitas vantagens, participe!
DEGUSTAÇÃO
Que conhecer as aulas do
Medcel? Escolha qualquer
curso e seja aluno por 10 dias.
Comprove nossa qualidade.
www.medcel.com.br/degustacao
Capítulo 1 - Hemograma ... 11
1. Introdução ... 11
2. Avaliação da série vermelha ... 12
3. Característi cas específi cas das hemácias ... 14
4. Leucograma ... 17
Capítulo 2 - Análise de exames de urina ... 25
1. Aquisição do material (coleta da urina ti po I)... 25
2. Característi cas fí sicas e dos componentes do exame de urina ti po I ... 28
3. Infecção do trato urinário ... 29
4. Diagnósti co laboratorial ... 32
Capítulo 3 - Gasometria arterial e venosa ... 39
1. Informações do exame ... 39
2. Análise dos principais distúrbios do equilíbrio acidobásico ... 43
Capítulo 4 - Líquido cerebrospinal – liquor ... 51
1. Introdução ... 51
2. Punção liquórica ... 53
3. Locais de coleta ... 54
4. Análise diferencial em doenças infecciosas ... 57
5. Exames adicionais na coleta ... 59
Capítulo 5 - Líquido pleural ... 61
1. Introdução ... 61
2. Local de punção da toracocentese ... 62
3. Análise do líquido pleural ... 64
4. Exsudato versus transudato ... 66
5. Cultura no líquido pleural ... 69
Capítulo 6 - Líquido ascíti co ... 73
1. Introdução ... 73
2. Locais de punção ... 74
3. Diferenciação entre exsudato e transudato ... 76
4. Outros exames do líquido ascíti co ... 77
5. Cultura do líquido ascíti co ... 78
Capítulo 7 - Espermograma ... 79
1. Introdução ... 79
2. Característi cas fí sicas ... 80
Índice
Você mais perto do
MEDCEL
Já conhece os nossos canais exclusivos de
relacionamento? Entre para essa comunidade!
#VemSerMedcel
Você encontra notícias da área médica, diversão, promoções
exclusivas, além de informação dos cursos.
facebook.com/medceloficial
Repleto de vídeos de aulas de diversas especialidades
médicas, além de vídeos de resumos dos temas
mais cobrados em concursos.
youtube.com/MedcelResidMedica
Fique por dentro das notícias mais atuais
da medicina.
twitter.com/medcel
Os melhores infográficos, ilustrações,
fotos e curiosidades da medicina,
reunidos em um só lugar.
pinterest.com/Medcel
3. Característi cas laboratoriais ... 80
4. Condições que podem inadequar o espermograma ... 83
Capítulo 8 - Marcadores tumorais ... 85
1. Introdução ... 85
2. Descrição dos principais marcadores ... 87
Capítulo 9 - Bioquímica sanguínea ... 101
1. Introdução ... 101
2. Avaliação da glicemia e alterações glicídicas ... 101
3. Avaliação da função renal ... 104
4. Avaliação dos distúrbios hidroeletrolíti cos ... 106
5. Alterações na concentração de sódio ... 107
6. Alterações na concentração de potássio ... 109
7. Alterações na concentração de cálcio ... 110
8. Distúrbios na concentração de magnésio ... 112
9. Avaliação de distúrbios relacionados ao ferro ... 113
10. Avaliação das proteínas totais e frações ... 115
11. Avaliação de lipídios séricos ... 118
12. Avaliação das funções hepáti ca e pancreáti ca ... 120
13. Alterações pancreáti cas ... 124
14. Avaliação da função cardíaca ... 124
Capítulo 10 - Diagnósti co laboratorial nas principais doenças infecciosas ... 127
1. Introdução ... 127
2. HIV ... 129
3. Hepati te A ... 135
4. Hepati te B ... 136
5. Hepati te C ... 139
6. Outras hepati tes virais ... 141
7. Sífi lis ... 141
8. Tuberculose ... 144
Capítulo 11 - Exames diagnósti cos em fezes ... 151
1. Protoparasitológico de fezes ... 151
2. Diagnósti co das parasitoses pelos exames de fezes ... 153
3. Coprocultura ... 161
4. Outros exames nas fezes ... 162
Capítulo 12 - Exames em Endocrinologia... 163
1. Tireoide ... 163
2. Parati reoides ... 166
3. Hormônios em exames ginecológicos ... 168
5. Hormônios da adrenal ... 175
6. Hormônios em Endocrinologia e os tumores associados ... 178
Capítulo 13 - Exames de identi fi cação direta ... 181
1. Introdução ... 181
2. Bacterioscopia – teste de Gram ... 181
3. Micológico direto ... 184
4. Gota espessa ... 187
Capítulo 14 - Coagulograma ... 191
1. Introdução ... 191
2. Análise inicial ... 191
3. Análise de alterações na hemostasia ... 196
4. Exames complementares... 200
Capítulo 15 - Anti biograma ... 203
1. Anti biograma: quando indicar? ... 203
2. Analisando um anti biograma: compreendendo as informações apresentadas ... 204
3. Bactéria no anti biograma: infectante ou colonizante? ... 209
Capítulo 16 - Exames em Reumatologia ... 213
1. Introdução ... 213
2. Ácido úrico ... 213
3. VHS, PCR, ASLO, anti -DNAse B e anti -hialuronidase ... 215
4. Fator reumatoide ... 217
73
1. Introdução
O líquido ascíti co é parte de material derivado de ascite, na maioria das
vezes um ti po de transudato, resultado da alteração do equilíbrio entre
ele-trólitos do intracelular. Ao contrário do espaço pleural, onde não existe líquido
(apenas vácuo), no peritônio há pequena quanti dade de líquido circundando
os intesti nos, mas que pouco consegue ser medido em exame de imagem.
Entretanto, o acúmulo de líquido nessa região leva a ascite.
Figura 1 - O excesso de líquido na região peritoneal causa a chamada “barriga d’água”, que representa o abdome ascíti co. Diversas são as doenças que podem ocasionar líquido ascíti co em excesso, e muitas vezes o abdome só é percebido após grandes volumes. Pode haver acúmulo de líquidos também na região escrotal, levando a hidrocele
Líquido ascíti co
6
74
INTERPRETAÇÃO DE EXAMES
Figura 2 - Abdome ascíti co
Diversos moti vos podem levar ao quadro de ascite e envolvem
principal-mente desequilíbrios proteicos, decorrentes de alterações metabólicas,
infec-ciosas ou neoplásicas.
Tabela 1 - Causas mais frequentes de ascite (as 3 primeiras são as mais frequentes, na ordem)
Causas Comentários
Cirrose Causa mais frequente, responsável por mais de 70% dos casos, chegando a 95% em áreas endêmicas de doenças hepáti cas virais.
Tumores Carcinomatose peritoneal metastáti ca ou não é causa tam-bém frequente (de 5 a 10%). A metastáti ca é mais frequen-te que a primária.
Insufi ciência cardíaca
congesti va 3ª causa mais frequente.
Tuberculose Frequente no Brasil, mas ainda menos que as anteriores. Síndrome nefróti ca
--Insufi ciência renal --Pancreati te --Colagenoses Levam a quadros de serosites. Trombose de veia
porta --Síndrome de
Budd--Chiari Síndrome rara, mas quando ocorre há frequente ascite. Enteropati a perdedora
de proteínas
--Infecções congênitas Sífi lis, toxoplasmose e citomegalovirose.
2. Locais de punção
O aumento de líquido peritoneal deve ser sempre investi gado. No caso de
ascite de repeti ção em doenças do fí gado, por exemplo, ainda assim a investi
-163
1. Tireoide
A - Introdução
A avaliação dos exames da ti reoide faz parte da roti na de vários ti pos de
paciente, não só naqueles em quem se suspeita de doenças que alteram essa
glândula, mas também daqueles que fazem uso de algumas medicações que
podem induzir alterações, bem como da roti na pré-tratamento de algumas
doenças. Os exames geralmente solicitados são TSH, T3, T4, marcadores
tumorais e anti corpos.
Figura 1 - Estrutura e localização da ti reoide
Os marcadores tumorais para o câncer medular de ti reoide são parti
cular-mente abordados no capítulo de marcadores tumorais. Neste capítulo serão
abordadas as dosagens hormonais.
Exames em Endocrinologia
12
164
INTERPRETAÇÃO DE EXAMES
B - TSH (hormônio esti mulador da ti reoide)
Este hormônio também é conhecido como ti reotrofi na, produzido pela
hipófi se, e tem como função esti mular a produção dos hormônios ti
reoidia-nos. É regulado pelo TRH (hormônio regulador da ti reotrofi na), também
pro-duzido pelo hipotálamo.
O TSH é responsável ainda pelo aumento da glândula ti reoide, dependendo
da necessidade contí nua da produção de hormônios ti reoidianos. Enquanto o
TRH esti mula a liberação do TSH, a somatostati na inibe esse hormônio. O
feed-back negati vo ocorre pela própria produção de T3, que se liga a receptores do
hipotálamo, inibindo a produção de TRH e, consequentemente, do TSH.
Algumas situações externas também podem afetar o controle de TSH.
Cer-tas medicações possuem iodo em sua formulação (a mais famosa é a
amio-darona), e em pacientes com ingestão dessa medicação (especialmente se
a ingestão de iodo na alimentação é normal ou aumentada) existe um risco
maior de hipoti reoidismo e, consequentemente, de alteração nas taxas desse
hormônio. Exatamente por envolver mecanismos diversos de controle e
situ-ações externas que podem afetá-lo, os níveis de TSH são discutí veis. O valor
para população em geral é de 0,4 a 4U/L. Existem situações em que se
con-sidera um valor menor, como em gestantes, em quem os valores não podem
passar de 3,5U/L (para não aumentar o risco de hipoti reoidismo congênito).
Idosos apresentam valores mais altos, chegando a 7U/L sem signifi car
altera-ções. Em neonatos, o valor normal é de até 20U/mL.
Os valores de TSH estão aumentados muito frequentemente em algumas
situações, mas a mais recorrente é o hipoti reoidismo. Em compensação, os
valores de TSH encontram-se suprimidos em diversas situações, e a mais
fre-quente é o hiperti reoidismo. Outras situações em que tal aumento pode
ocor-rer são nas alterações de glândulas no sistema nervoso central.
Tabela 1 - Principais correlações entre os hormônios relacionados a ti reoide Localizações da
doença TSH TRH Doenças causadoras
Hipotálamo Aumenta Aumenta - Adenomas; - Resistência a TRH.
Tireoide Diminui Aumenta Hiperti reoidismo (doença de Graves). Tireoide Aumenta Diminui
- Hipoti reoidismo congênito;
- Hipoti reoidismo por doença de Hashi-moto.