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Impactes a curto e longo prazo da erupção

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Academic year: 2021

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dos

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apEliNHos

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rEspostas

à

crisE

por rui coutiNHo * david cHEstEr** Nicolau WallENstEiN*** aNgus duNcaN**** 1.

i

Ntrodução

O presente artigo pretende resumir, adaptar e atualizar, em língua portu-guesa, o estudo desenvolvido pelos mesmos autores (coutiNHo et al., 2010)

sobre a mesma temática com o intuito da divulgação dos seus resultados. A fase inicial da erupção dos Capelinhos, nos Açores (Figura 1), com

início em setembro de 1957 e de carácter hidromagmático, foi um magnífico exemplo do estilo de atividade eruptiva que, mais tarde, veio a ser global-mente classificado com base na erupção da ilha de Surtsey, em 1963. Pode mesmo considerar-se que foi, sem dúvida, um melhor exemplo do tipo de atividade surtseiana do que a que deu origem àquela ilha no sul da Islândia. Pode reconhecer-se este facto através dos registos meticulosos de então (Machado, 1959; castEllo braNco et al., 1959; macHado et al., 1962;

zbyszEWski e vEiga fErrEira, 1959; zbyszEWski, 1960), bem como através * Autor Correspondente. Instituto de Investigação em Vulcanologia e Avaliação de Riscos,

Universidade dos Açores, Rua da Mãe de Deus, 9501-801 Ponta Delgada, Portugal. (Rui.MS. Coutinho@azores.gov.pt)

** Department of Geography and Environmental Science, Liverpool Hope University, LiverpoolL16 9JD, UK. (jg54@liv.ac.uk)

*** Instituto de Investigação em Vulcanologia e Avaliação de Riscos, Universidade dos Açores, Rua da Mãe de Deus, 9501-801 Ponta Delgada, Portugal. (Nicolau.MB.Wallenstein@ azores.gov.pt)

**** Department of Geography and Planning, University of Liverpool, Liverpool L69 3BX, UK. (aduncan@liverpool.ac.uk)

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558 Boletim do Núcleo Cultural da Horta

figura 1: Mapa de localização da ilha do Faial, com a localização dos agregados populacionais

(adaptado de coutiNHo et al., 2010).

da subsequente análise dos seus depósitos subaéreos bem expostos, em afloramentos próximos e distantes, que permitiram inferir os seus mecanis-mos de transporte e deposição (e.g. WatErs and fisHEr, 1971; colE et al.,

1996; 2001).

Apesar da erupção dos Capelinhos e a atividade sísmica associada serem bem conhecidas, o seu impacte na população residente na ilha do Faial não foi estudado em detalhe. Trata-se de uma omissão indesejável, dado que o modo como os eventos catastróficos são enfrentados pela sociedade são uma impor-tante orientação para o desenho de planos de emergência, não apenas para as ilhas dos Açores, mas também, em geral, para outras comunidades insulares expostas ao perigo (pElliNg e uitto, 2001; aNoN. 2005a, 2005b; mErcEr

et al., 2007).

À data deste período de emergência, o sistema de governo de Portugal era conhecido como “Estado Novo”, durante o qual António de Oliveira Salazar

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governou o país entre 1928 e 1968. Salazar assumiu a responsabilidade direta da administração das ilhas dos Açores através da seleção de comandantes militares e de governadores civis (guill, 1993) dos então três distritos

autó-nomos de Ponta Delgada, Angra do Heroísmo e Horta.

Enquanto os estudos e as publicações acerca de abordagens vulcanoló-gicas e sismolóvulcanoló-gicas, puras e aplicadas, da erupção de 1957-58 e do terra-moto de 1958, envolvendo investigadores portugueses e estrangeiros, foram incentivados e até suportados financeiramente por serviços públicos, não se conhecem estudos de fundo sobre os impactos e as respostas das entidades oficiais à crise.

Embora os estudos de política não fossem encorajados, como noutros regimes totalitários da Europa, o governo de então dirigia uma máquina buro-crática altamente eficiente na documentação detalhada das respostas das auto-ridades à erupção vulcânica dos Capelinhos, as quais foram preservadas em diversos arquivos. Esta informação pode ser encontrada quer em relatórios governamentais (e.g. Junta Geral da Horta, 1958a; 1958b) – ou em outras fontes de arquivo (Araújo, 2007) – quer sob a forma de estatísticas relaciona-das com os impactes demográfico, económico e social dos eventos vulcânico e sísmico de 1957 e 1958 (e.g. SREA, 2003; SREA, 2007). Em relação aos primeiros, muitos dos registos que retratam o relacionamento entre o governo central, em Lisboa, e o Governador do Distrito Autónomo da Horta (figura 1)

foram recentemente editados e publicados (araújo, 2007). Cobrindo o

período de 1831 a 1975, esta documentação inclui memorandos, relatórios não publicados e, particularmente útil para o estudo desenvolvido (Coutinho

et al., 2010), a correspondência pessoal e telegramas trocados entre o

Gover-nador Civil, Dr. António Freitas Pimentel, e o governo central. O quinqua-gésimo aniversário da erupção e do terramoto proporcionou a publicação de diversos volumes comemorativos, de entre os quais se destacam dois parti-cularmente importantes: “Vulcão dos Capelinhos. Memórias 1957-2007” (Forjaz, 2007a) e “Capelinhos, as Sinergias de um Vulcão. A Emigração Açoriana para a América” (goulart, 2008), este último também publicado

em edição de língua inglesa. O primeiro dos trabalhos não só republica muitos artigos e relatórios da erupção, como inclui capítulos com foco na forma como as autoridades geriram as respostas à crise, aos quais junta também memórias de pessoas afetadas pela erupção vulcânica e pelo terramoto. Já a obra de goulart (2008) concentra-se nas famílias da diáspora açoriana que

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emigra-560 Boletim do Núcleo Cultural da Horta

ram do Faial para os Estados Unidos da América no imediato seguimento da emergência. À semelhança do que acontece na obra de forjaz (2007a),

goulart (2008) apresenta testemunhos, em primeira mão, de algumas das

pessoas afetadas pela erupção e pelo terramoto.

Tal como é essencial nos estudos da compreensão dos processos de gestão de desastres, nomeadamente da resposta humana durante e após o período da emergência, neste estudo (coutiNHo, et al., 2010) foram empregues várias

fontes, algumas das quais não haviam sido utilizadas ou completamente exploradas. Estas incluem jornais estrangeiros, revistas de atualidades, bem como arquivos consultados, e outros não incluídos, na compilação de araújo

(2007). Em 1960, a Oxford Women’s Expedition (callENdEr e HENsHall,

1968) realizou um levantamento muito completo do uso do solo da ilha do Faial. Este registo muito detalhado, representado numa carta à escala de 1/25.000, contém informações imensamente valiosas sobre a extensão e a forma como o terreno foi afetado pelos produtos vulcânicos, bem como sobre a recuperação que teve lugar nos dois anos decorridos entre o final da erupção em outubro de 1958 e a data em que foi realizado o levantamento. Comple-mentarmente, a notícia explicativa que acompanha a carta fornece informação extensa, quase contemporânea, sobre a demografia, economia, sociedade e cultura da ilha do Faial. Por fim, os autores da referida carta entrevistaram nove pessoas selecionadas de entre as que estiveram envolvidas no desenca-deamento das respostas à emergência e/ou que foram diretamente afetadas pela catástrofe.

Neste trabalho, e na sequência dos estudos desenvolvidos anteriormente (coutiNHo et al., 2010), procuramos avaliar, de forma crítica, as respostas

das autoridades à erupção vulcânica dos Capelinhos e sismos associados, e recolher as devidas lições que estes eventos proporcionam à fundamentação de um futuro planeamento de emergência.

2.

a

tividadEvulcâNicaEsísmica

A erupção dos Capelinhos foi a segunda erupção que ocorreu na ilha do Faial desde o seu povoamento. A primeira, também de natureza basáltica, teve lugar em 1672-73, no Cabeço do Fogo, no sistema fissural que se estende para WNW, a partir da caldeira do vulcão central (coutiNHo et al., 2008). Tudo

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indica que esta erupção vitimou três pessoas que terão sido atingidas pela lava, atraídas pela sua curiosidade sobre o fenómeno eruptivo (macHado,

1959). As escoadas lávicas desta erupção alcançaram as costas norte e sul, isolando o extremo oeste da ilha. Para além da atividade vulcânica, a ilha do Faial é palco de intensa atividade sísmica com a ocorrência frequente de terramotos. O mais recente, de 9 de julho de 1998, causou 8 vítimas mortais e 150 feridos, tendo desalojado cerca de 1500 pessoas (sENos et al., 1998;

coutiNHo et al., 2008).

A erupção dos Capelinhos começou a cerca de 1,2 km da ponta noroeste da ilha, a 27 de setembro de 1957 (Machado, 1959). Com o desenrolar da erupção (quadro 1) novos cones formaram-se progressivamente para leste

e, em novembro, formou-se um istmo (figura 2), que ligou o novo

edifí-cio vulcânico à ilha. A fase inicial da erupção dos Capelinhos é um exemplo clássico de um evento hidromagmático do tipo surtseiano. A explosividade hidromagmática conduz a um elevado grau de fragmentação, gerando grandes volumes de cinza fina, a qual é transportada pelo vento. Em outubro e

dezem-quadro 1

rEsumodacroNologiadaatividadEsísmicaEdaErupçãodE 1957/1958, NailHa do faial. basEadoNa iNformação dE: aNoN (1958a), castEllo braNco et al.

(1959), colE et al. (1996, 2001), macHado (1959), zbyzEWski e vEiga fErrEira

(1959), macHado et al. (1962) e scartH e taNguy (2001).

Fenómeno Descrição

Primeira fase de atividade surtseiana

6-26 de setembro. Cerca de 200 sismos sentidos com um aumento de frequência ao longo do tempo.

Às 08:00 horas do dia 27 de setembro o mar começou a borbulhar e iniciou-se uma erupção submarina a cerca de 400 m a oeste dos ilhéus dos Capelinhos, num local onde a profundidade seria de 80 m (figuras 1 e 2). Tratou-se atividade hidromagmática

(i.e. surtseiana) com interação explosiva entre magma e água do mar. Geraram-se nuvens de vapor branco.

Em outubro, a maior parte da ilha foi afetada pela queda de lapilli e cinzas e, na altura em que a atividade cessou, a 29 de outubro, tinha-se formado um cone de tufos com uma dimensão considerável. Esta queda de cinzas foi observada nas ilhas do Pico e de São Jorge (figura 1).

No fim de outubro, começaram a observar-se pequenos afundimentos e, durante a noite de 29 de outubro, o cone colapsou quase totalmente.

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562 Boletim do Núcleo Cultural da Horta

Fenómeno Descrição

Segunda fase de atividade surtseiana

A 4 e 5 de novembro formou-se um pequeno cone que foi subsequentemente destruído pelo mar.

As erupções reataram-se a 7 de novembro, a partir de um centro emissor situado a cerca de 100 m a leste do local da erupção inicial (figura 1) e geraram rapidamente um novo

cone de tufos. Na terça-feira, 12 de novembro, o cone uniu-se à ilha do Faial por ação das cinzas emitidas e do mar que deslocou os materiais colapsados em outubro.

No início de dezembro a intensidade das explosões foi aumentando, com jatos de cinzas a excederem os 1000 m de altura.

Na noite de 10 para 11 de dezembro caíram cinzas em Castelo Branco que originaram um depósito com 10 cm de espessura (figura 1).

A atividade efusiva teve início às 22:30 horas do dia 16 de dezembro, tendo-se aberto uma fratura de onde surgiram repuxos de lava que originaram uma escoda que correu até ao mar.

A atividade surtseiana recomeçou a 19 de dezembro.

A 29 de dezembro a atividade cessou e ocorreu um colapso parcial do cone. Terceira fase

surtseiana Em janeiro a atividade surtseiana aumentou gradualmente e prolongou-se pelos primei-ros quatro meses de 1958. A lava emitida foi suficiente para gerar uma área de proteção à volta do cone de tufos que não só reduziu a erosão marinha como impediu a entrada do mar no centro emissor, o que contribuiu para a redução do volume e frequência dos fenómenos hidromagmáticos.

Na noite de 9 para 10 de fevereiro formou-se um depósito de tefra com 1,55 m de espes-sura nas imediações do farol. A queda de cinza afetou toda a ilha. De 23 para 24 de março ocorreu uma queda de cinzas que gerou depósitos com cerca de 1,9 m de espessura e, no fim de março, a cinza cobria quase integralmente a península do Capelo.

A 20 de abril correm simultaneamente atividade magmática e surtseiana. A 23 de abril observa-se intensa atividade efusiva. A lava foi emitida para SW e gerou-se uma violenta atividade magmática. No início de maio a atividade surtseiana sofreu um declínio. Crise sísmica Mais de 450 sismos foram sentidos entre segunda-feira, 12 de maio, e quarta feira, 14.

A intensidade atingiu o grau X da Escala de Mercalli Modificada, na noite de 12 para 13 de maio, identificaram-se duas zonas epicentrais – uma próxima da Praia do Norte e outra na zona da Caldeira (Figura 3) – e estimou-se uma profundidade focal de cerca de 1 km. Formaram-se muitas fendas no solo (fraga, 2008). Continuaram a registar-se sismos de

menor intensidade até ao fim de junho de 1958.

A 14 de maio ocorreu, no fundo da Caldeira, uma pequena explosão seguida de atividade fumarólica. Nos Capelinhos, a atividade magmática gerou um cone de spatter que atingiu cerca de 75 m de altura antes do fim de maio. A atividade prosseguiu até quarta-feira, 24 de outubro, dia em que terminou a erupção.

(7)

figura 2: Vista aérea do vulcão dos Capelinhos, em julho de 2004 (fotografia dos autores).

bro de 1957 ocorreram densas quedas de cinzas na parte ocidental da ilha do Faial. A freguesia do Capelo foi tremendamente afetada, com a maior parte da sua área agrícola coberta (callENdEr e HENsHall, 1968) e os lugares

evacuados (ver secções 4 e 5 e aNoN. 1957d). Formaram-se surges

piroclás-ticos (depósitos de fluxo com baixa densidade de cinzas e partículas trans-portados em regime turbulento) relativamente frios e húmidos, e a sua distri- buição restringiu-se a cerca de 1 km em torno do cone ativo (figura 3).

À medida que o cone foi crescendo e que a água do mar deixou de ter acesso à chaminé, a atividade do tipo surtseiano deu origem a atividade explosiva magmática, a qual foi caracterizada como atividade explosiva do tipo estrom-boliano, e fontes de lava do tipo havaiano, com a extrusão de escoadas lávicas. No decurso da erupção houve alternância entre atividades hidromagmática e magmática (colE et al., 2001).

A terceira fase da atividade do tipo surtseiano terminou no início de maio de 1958, passando a atividade a ser predominantemente magmática. Toda esta sequência de fenómenos está materializada em afloramentos de produtos

(8)

564 Boletim do Núcleo Cultural da Horta

figura 3: Mapa do vulcão dos Capelinhos durante e após a erupção de 1957/58 (modificado e adaptado

(9)

figura 4: Vista da arriba oeste do vulcão dos Capelinhos, em junho de 2011, em que se podem os produtos

das diferentes fases da atividade eruptiva. No extremo direito da arriba pode ainda observar-se parte de um dos ilhéus dos Capelinhos anteriores à erupção (fotografia dos autores).

vulcânicos na arriba oeste do vulcão dos Capelinhos (figura 4). Embora

a atividade tenha entrado na sua fase final na noite de segunda-feira, 12 de maio, até quarta-feira, 14 de maio, a ilha foi sacudida por mais de 400 sismos. As intensidades atingiram o grau X da Escala de Mercalli Modificada (EMM) na noite de 12 para 13 de maio, causando danos consideráveis na Praia do Norte (figura 5). A 14 de maio, uma pequena explosão ocorreu no fundo da

caldeira (macHado, 1959) e houve receio de que tal pudesse ser precursor

de uma grande erupção explosiva no centro da ilha (aNoN. 1958c). A partir

desse dia a atividade e a sismicidade nos Capelinhos diminuíram e a erupção terminou no dia 24 de outubro.

3.

v

ulNErabilidadEpré

-

dEsastrE

Um desastre natural envolve a interação entre um fenómeno extremo e uma população vulnerável. A experiência mostra que as condições existentes no momento em que ocorre um desastre desempenham um papel vital, não só nos processos de resposta à emergência mas também no processo de

(10)

566 Boletim do Núcleo Cultural da Horta

figura 5: Isossistas da intensidade máxima (EMM) da noite de 13 para 14 de maio, 1958

(baseado em macHado, 1959 e adaptado de coutiNHo et al., 2010).

recuperação (WisNEr et al., 2014, pp. 1-16). No caso presente, tal como em

outras comunidades insulares, um dos principais fatores de vulnerabilidade pré-existente é o isolamento. À data da emergência a ilha do Faial, localizada no meio Atlântico Norte, dispunha apenas de ligações marítimas com o conti-nente português e com as restantes ilhas, embora dispusesse de uma exce-lente rede de telecomunicações e o arquipélago beneficiasse da existência de dois aeroportos com capacidade para receber todo o tipo de aeronaves. Santa Maria era o aeroporto internacional e a Base das Lajes, na ilha Terceira, contava com a presença das forças aéreas portuguesa e norte-americana. O acesso aos Açores fazia-se regularmente através de voos para Santa Maria e, em condições excecionais, via Terceira, estabelecendo-se a ligação com outras ilhas por via marítima.

Outra vulnerabilidade pré-existente resultava do tipo de construção domi-nante nas ilhas: casas de pedra sem qualquer reforço estrutural e consequente

(11)

fraca resistência a sismos de maior intensidade. Infelizmente, a legislação técnica que obrigava ao cálculo sísmico de edifícios, surgida em 1958, even-tualmente como resposta às conclusões de um simpósio promovido pela Ordem dos Engenheiros (1955) no âmbito celebração do segundo centenário do terramoto de 1 de novembro de 1755, já não surtiu qualquer efeito prático na ilha do Faial. Só muito mais tarde surgiu o Decreto-Lei N.º 235/83, de 31 de Agosto, que estabeleceu o Regulamento de Segurança e Acções para

Estruturas de Edifícios e Pontes (RSA, 1983), mas que não ficou isento de

críticas (azEvEdo et al., 2009, pp. 562). Estudos mais aprofundados sobre a

vulnerabilidade dos edifícios só se viriam a realizar nas últimas duas décadas do século xx (pomoNis, et al., 1999; costa, 2002; murpHy-corElla, 2009).

Não obstante, a principal vulnerabilidade da ilha do Faial residia, sobre-tudo, nas componentes económica e demográfica. A vida para os cidadãos portugueses na década de 50 do século passado não era fácil e os Açores não eram exceção. Na altura, a economia portuguesa era comparável à dos países da Europa do Sul e da América Latina, onde o rendimento per capita era inferior a 300 USD (1 USD = 29$00 PTE). Imperava a baixa produtividade, os operários eram pouco qualificados e uma grande percentagem da população ativa inseria-se no setor primário, predominantemente na agricultura, pecuá-ria e pesca (baklaNoff, 1992). Por outro lado, a política do Estado português

caracterizava-se por manter um rigoroso equilíbrio das contas públicas à custa da redução de investimentos e da pretensão de não ficar à mercê de credores internacionais. Isto significava que os valores do Produto Interno Bruto eram inferiores aos dos países da Europa ocidental, com valores médios de cerca 1% por ano entre 1934 e 1947 e pouco mais de 2%, entre 1948 e 1958 (laiNs, 2003).

Em 1957, a mão de obra ligada à agricultura era constituída por mais de um terço de homens com idade igual ou superior a 50 anos e apenas um quinto tinha uma idade inferior a 30 anos (sousa, 1957). Tratava-se, essencialmente,

de uma agricultura de subsistência, em que predominavam o milho e o trigo e, a maiores altitudes, a pastagem (figura 6). A pesca e a caça à baleia eram

também atividades importantes.

De acordo com dados do Instituto Nacional de Estatística, a população do concelho da Horta, em 15 dezembro de 1950, era de 23 929 residentes (Costa, 1998), a mais elevada do século xx. Embora a emigração para o

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vulcâ-568 Boletim do Núcleo Cultural da Horta

figura 6: Carta do uso de solos em 1960

(simplificado de callENdEr e HENsHall, 1968 e outras fontes; e adaptado de coutiNHo et al. 2010).

nica de 1672-1673 no Cabeço do Fogo, em que terão partido para o Maranhão cerca de 456 pessoas (pimENtEl (1675?, in: caNto (1986), pp 368-370) –

a emigração em massa para o Brasil e, posteriormente, para os Estados Unidos da América data de meados do século xix e funcionou como uma “válvula de

escape” (ávila e mENdoça, 2008a). Em 1866, a população do Faial atingiu

um máximo de 25 839 habitantes, número esse que baixou para 18 917, em 1920 (SREA, 2007).

4.

i

mpactEsdaErupçãoEdaatividadEsísmicaNapopulação

Tendo em conta a cronologia estabelecida, coutiNHo et al. (2010)

defi-niram cinco fases para os principais acontecimentos relacionados com a crise e o seu impacte nas populações, as quais se passam a resumir e agrupar nos quatro períodos mais relevantes.

(13)

4.1. dE 16 dEsEtEmbroa 7 dENovEmbrodE 1957

De 16 a 27 de setembro, sentiram-se mais de 200 sismos na ilha do Faial, com intensidade geralmente fraca, não superiores ao grau V da Escala de Mercalli Modificada. Os epicentros, inicialmente localizados a este da ilha, migraram, a partir do dia 20, para o extremo ocidental e sobrepuseram-se a um tremor vulcânico contínuo (macHado, 1959). Embora tenham sido motivo de

preocupação, não causaram danos (aNoN. 1957a). A população rezava e a

afluência à igreja aumentou (aNoN. 1957b).

A 27 de setembro, os baleeiros e as suas famílias abandonaram o Porto do Comprido (lobão, 2008). A 1 de outubro, o farol foi abandonado (aNoN.

1957c) e os pescadores tiveram de abandonar a área devido à toxicidade da água (cuNHa, 1959).

Na manhã de 5 de outubro, chegou à Horta o navio Patrulha da Marinha Portuguesa P 585 – São Tomé, vindo da ilha Terceira, onde tinha ido recolher a Missão do Centro de Estudos Geográficos do Instituto de Alta Cultura, chefiada pelo Professor Orlando Ribeiro e de que faziam parte a Doutora Raquel Soeiro de Brito, J. Lucas, A. Ribeiro e o operador de câmara Salvador Fernandes, bem como um grupo de jornalistas (macHado, 1959; forjaz,

2007 f,g). Refira-se que, no dia anterior, os membros da Missão, na compa-nhia do Ten. Cor. José Agostinho, já tinham realizado um voo sobre o vulcão a bordo de um quadrimotor da Força Aérea dos Estados Unidos (forjaz,

2007g).

Durante todo o mês de outubro e até ao dia 29, a erupção continuou com violência. O vento, geralmente, arrastou as cinzas para o mar mas, quando soprou de entre NW e WSW, lançou muitas cinzas sobre a ilha (macHado,

1959). A 6 e 7 de outubro terá ocorrido uma destas mudanças na direção do vento e a maior parte da ilha foi atingida pela queda de cinzas. O Professor Orlando Ribeiro recomendou a evacuação de todos os habitantes do Norte Pequeno, Canto e Capelo. Esta evacuação, coordenada pelo Governador Civil, Dr. Freitas Pimentel, permitiu a retirada de cerca de 1 712 pessoas, 1 412 das quais foram para a Horta e 300 para a Praia do Norte. Foram também retiradas cerca de 500 cabeças de gado (lobão, 2008). Neste processo de evacuação

foram envolvidas viaturas da Legião Portuguesa, do Exército, dos Bombeiros e de particulares (goulart, 2005; fraião, 2005; mota, 2005).

(14)

570 Boletim do Núcleo Cultural da Horta

Algumas pessoas foram evacuadas para casa de familiares em diferentes localidades do Faial, muitas delas alojadas na cidade da Horta por quem tinha possibilidade de as acomodar (goulart, 2005; mota, 2005), mas muitos

lavradores concentraram-se na freguesia de Castelo Branco (garcia, 2005).

A chuva, as cinzas e os ventos fortes dificultaram a evacuação e as pessoas foram transportadas por camião, automóvel e ambulância. Muitas alojaram-se na Praia do Norte e foi fornecida alimentação às vítimas; procedeu-se à apanha e secagem de milhos e embarcaram-se 276 cabeças de gado a bordo do “Lima” (pimENtEl, 1957a). As autoridades restringiram o acesso à área

afetada (aNom. 1957 d,e).

Na manhã de 7 de outubro, o Governador Civil convocou uma reunião com todas as forças políticas, militares e civis, tais como a Câmara Muni-cipal da Horta, Junta Geral, Obras Públicas, Comissão Distrital de Assistência, Santa Casa da Misericórdia da Horta, Delegação da Comissão Reguladora dos Cereais do Arquipélago dos Açores, Comissão Distrital da União Nacional e Defesa Civil do Território – CDUNDCT (Legião Portuguesa), Comandante do Porto e Bateria da Defesa de Costa n. º 1 (lobão, 2008). Nesta reunião, o

Governador Civil começou por referir-se ao sucesso da operação de evacua-ção que havia decorrido nos dias anteriores e manifestou a intenevacua-ção de criar um plano de intervenção que integrasse todas as forças presentes, que evitasse surpresas e que garantisse estarem preparados para situações futuras (lobão,

2008), conforme resumido no quadro 2.

quadro 2. comissãodE assistêNciaàsvítimasdos capEliNHos

(modificado de lobão, 2008)

Área de Intervenção Entidade Oficial Coordenador

Transportes

Presidente da Câmara Municipal da Horta Dr. António Sebastião Goulart Diretor das Obras Públicas Eng. Frederico Machado Comandante da BIDC n.º 1 Capitão Carlos Teixeira

Assistência CDUNDCT – Legião Portuguesa Capitão Monteiro de Freitas

(alimentação e alojamento) Del. Com. Reguladora dos Cereais dos Açores Humberto de Sousa

(15)

A 20 de outubro chega ao Faial uma Missão dos Serviços Geológicos de Portugal, chefiada pelo Prof. António de Castello Branco e constituída por F. M. de Almeida, G. Zbyszewski, O. V. Ferreira e A. Rodrigues (MacHado,

1959; lobão, 2008).

Como é referido num relatório apresentado ao Ministro das Obras Públicas em janeiro de 1958 (campos et al., 1962), surgiram problemas que decerto se

manteriam enquanto a erupção decorresse: a) Alojamento das populações sinistradas;

b) Restabelecimento das vias de comunicação danificadas e defesa da estabilidade das habitações; e

c) Criação de atividade económica para as populações que viram destruí-das as suas propriedades rústicas.

O Sr. Norberto Fraião (2005), então funcionário da Federação de Municí-pios, deslocava-se diariamente às zonas sinistradas para manter o Presidente da Câmara e o Governador Civil ao corrente da situação. Referiu que “as areias é que eram o grande problema, porque destruíam as estradas e quando se acumulavam nos telhados faziam com que estes se abatessem”.

Com efeito, a 28 de outubro o Governador Civil envia uma carta ao Ministro das Obras Públicas (pimENtEl, 1957b) a informar que estavam cerca

de 150 famílias deslocadas, que procurava acomodá-las em casas desocupa-das e que tinha necessidade de dar trabalho a 150 homens. Além disso, inter-cede junto do Governo da República para que fossem anuladas, por tempo indeterminado, as contribuições da freguesia do Capelo (pimENtEl, 1957b).

Os homens recebiam cerca de 70 cêntimos USD para limpar as estradas e as mulheres cerca de 35 cêntimos USD para limpar os telhados (scofiEld, 1958;

fraião, 2005). Os funcionários da Câmara Municipal, Bombeiros e alguns

militares apoiavam os evacuados. Fotografias da época mostram que foram utlizados vários tipos de viaturas (rosa e pErEira, 2008).

4.2. fasE 2 – iNíciodENovEmbrodE 1957 aoiNíciodEmaiodE 1958

A 16 de Dezembro, chuvas torrenciais provocaram danos nas casas e as cinzas molhadas provocaram o colapso dos telhados. Verificou-se a neces-sidade de nova evacuação e o Governador Civil envia um telegrama para o

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572 Boletim do Núcleo Cultural da Horta

Ministro do Interior a informar que a população do Capelo (figura 1) se

encontrava agora ameaçada (pimENtEl, 1957c). Em resposta a este telegrama

o Ministério do Interior criou uma missão técnica, chefiada pelo Eng. Viriato Campos, para apoiar as autoridades locais na evacuação (Ministério do Inte-rior, 1957).

A 17 de dezembro, imigrantes portugueses (continentais e açorianos) resi-dentes na Califórnia doaram 789 USD para a ajuda do Natal dos sinistrados mais carenciados. Na resposta de agradecimento a esta oferta, o Governador Civil (aNoN., 1957f) dá conta de que nada faltava aos sinistrados, que os que

podiam trabalhar tinham obras do Estado em curso e que, apesar de a oferta ter chegado após o Natal, a festa havia sido devidamente comemorada no Capelo, procedendo-se à distribuição de alimentos, vestuário e brinquedos.

A 20 de dezembro, o Governador Civil recebe um telegrama do Eng. Sá e Melo a informar que a Missão Técnica chefiada pelo Eng.º Viriato Campos embarcaria para Santa Maria naquele dia (Direção Geral dos Serviços de Urbanização, 1957).

A 30 de dezembro, o Governador Civil agradece ao Ministro das Obras Públicas a vinda da missão de técnicos, chefiada pelo Eng.º Viriato Campos, para estudar os efeitos da erupção do vulcão dos Capelinhos. Por esta altura, a freguesia do Capelo havia sido reduzida a “cinza e areia” e os que podiam trabalhar, trabalhavam nas obras em curso. Quando não trabalhavam, por doença ou devido a condições meteorológicas adversas, recebiam um subsí-dio familiar de alimentação (pimENtEl, 1957d), que consistia em pão, um litro

de leite, algum queijo e vegetais (scofiEld, 1958, p 753). Os que não podiam

trabalhar por velhice, doença ou outro motivo devidamente justificado, eram medicamente assistidos (pimENtEl, 1957d).

Até 12 de maio de 1958 continuou a ocorrer queda de cinzas (Machado, 1959) que obrigaram à continuação dos trabalhos de limpeza das estradas (figura 7) e dos telhados (fraião, 2005; goulart, 2005).

4.3. fasE 3 – 12 dEmaioa 24 dEoutubro

A partir da tarde do dia 12 de maio desencadeou-se uma crise sísmica que, entre os dias 12 e 13, terá originado mais de 450 eventos (macHado, 1959).

Durante a noite, um sismo destruiu a freguesia da Praia do Norte e o lugar da Ribeira do Cabo e ainda, parcialmente, os lugares do Areeiro, Cruzeiro,

(17)

figura 7: Fotografia de 21 de março de 1958, onde se pode observar a remoção de cinzas acumuladas

numa estrada na zona do Capelo (imagem gentilmente cedida pelo Dr. Luís Carlos Decq Mota).

Espalhafatos e Ribeira do Cabo (figura 5). O Governador Civil, seguindo

as recomendações do Eng. Frederico Machado, desencadeou o processo de evacuação das áreas afetadas. Posteriormente, o Governador Civil, acom-panhado pelo Dr. Linhares de Andrade (Presidente da Junta Geral) e pelo Eng. Frederico Machado (Diretor das Obras Públicas), visitou a Caldeira e apercebeu-se da emissão de gases e cinzas, temendo uma erupção de maiores proporções. A imprensa local e a afixação de avisos de parede foram utiliza-dos para acalmar a população (aNoN., 1958 a,b) e o Governador Pimentel e

o Eng. Frederico Machado ordenaram a evacuação do Capelo e da Praia do Norte. Cerca de 500 casas ficaram destruídas (aNoN., 1958b,c). A intensidade

e duração dos sismos provocaram a destruição de 1 037 casas e 3 023 desa- lojados (lobão, 2008). A 15 de Maio chega à Horta o Ministro das Obras

Públicas, Eng. Arantes e Oliveira, para observar a situação. Anunciou um exaustivo plano de recuperação e reconstrução – Plano de Recuperação Econó- mica e Reconstrução da Ilha do Faial – e providenciou a disponibilização de navios, caso se verificasse a necessidade de uma rápida evacuação da popu-lação do Faial. O Subsecretário da Educação Nacional, Dr. Rebelo de Sousa, anunciou que providenciaria bolsas de estudo.

(18)

574 Boletim do Núcleo Cultural da Horta

A 28 de Maio, o Governador Civil e a Junta Geral discutiram um plano para apoiar a agricultura e o Governador encorajou a população a emigrar para Angola (aNoN., 1958d).

No final de maio, o Cônsul dos Estados Unidos da América visitou os Açores a fim de discutir a emigração para os Estados Unidos da América (aNoN., 1958d).

A 1 de junho, os Estados Unidos doaram alimentos no valor cerca de 30000 USD, fornecidos pela Cooperative (for) American Remittance to Every Where – CARE (aNoN., 1958e). Os produtos alimentares e o vestuário que haviam

sido doados foram armazenados na “Casa Grande” (atual Biblioteca Pública e Arquivo Regional João José da Graça, na Horta) e a sua distribuição ficou a cargo da CARITAS (então presidida pela Senhora Maria Ester Martins Goulart) e da Legião Portuguesa (garcia, 2005; goulart, 2005).

No que se refere à distribuição de alimentos e vestuário, garcia (2005),

que também coordenou a distribuição, refere a importância da farinha e do leite em pó, e aponta alguns mal-entendidos entre a população, que foram prontamente esclarecidos. Algumas das ocorrências diziam respeito, por exemplo, à falta de alimentos como o chocolate que, na realidade, se tratava de chocolate em pó; e à destruição de vestuário, que resultou da necessidade de destruir uma peça de roupa que continha vestígios de sangue.

4.4. fasE 4 – pós 24 dEoutubrodE 1958

Uma delegação da comunidade portuguesa da Califórnia visitou o Faial e doou 140364 USD (lobão, 2008). Cerca de 40% da população ativa

emigrou do Faial em consequência da erupção (rosa, 2001). Cerca de 5000

pessoas terão emigrado do Distrito da Horta ao abrigo do Azorean Refugee

Acts of 1958 and 1960, também conhecido como Pastore-Kennedy-Walter Act of 1958, a maioria deles residentes no Faial (costa, 1998). A 3 de outubro

de 1965, foi publicada uma nova lei, Lei Pública 89-236 (Hart-Celler Act), com efeitos a partir de 30 de junho de 1968, que aboliu o sistema de quotas e, entre 1966 e 1980, cerca de 80000 açorianos terão emigrado para o conti-nente americano, a maioria para os Estados Unidos da América (cHapiN,

(19)

Em 1960, as pessoas começaram a regressar ao Capelo e Norte Pequeno e começaram a replantar os terrenos com milho. As plantas raramente atingiam os 30 cm de altura, mas eram utilizadas na alimentação do gado (callENdEr

e HENsHall, 1968, pp. 18). A reconstrução da Praia do Norte (lobão, 2008),

que esteve isolada pelas autoridades entre 1958 e 1961, iniciou-se em 1960 (NEvEs, 2008).

Merecem destaque os impactes sobre o património edificado e a rede viária, sobre a agricultura, pesca e baleação.

João Luis da Silva Júnior (2005), funcionário da empresa Costa e Martins, refere que, no dia 27 de setembro de 1957, os botes tinham saído para a pesca e que apanharam “baleias”. Abrigaram-se na baía da Praia do Norte e, com o receio do vulcão, até quiseram abandoná-las, mas foram demovidos desta intenção e os animais foram rebocados para a baía da Horta. Antes da erupção, operavam no Porto do Comprido mais de uma dúzia de botes baleeiros (garcia, 2005), sendo sete botes pertencentes à firma Reis e Martins e dois

à Armação Faialense (silva júNior, 2005). Numa fotografia do Porto do

Comprido (coleção particular de Manuel Goulart, in lobão, 2008) podem

contar-se dez botes, seis ou sete embarcações de boca aberta e sete lanchas. Silva Júnior (2005) referiu ainda que as lanchas que operavam regularmente no Porto do Comprido eram as seguintes: Cafre, Cetáceo, Isolda, Liliana, Orion e Walquiria.

Se a pesca e a baleação puderam prosseguir, noutras áreas a queda de cinzas danificou áreas de cultivo e pastagens, conduzindo à cessação da atividade agrícola nas localidades mais próximas do vulcão e, apesar da importação de forragens para o gado, a maior parte dos agricultores viu-se forçada a vender o seu gado ou enviá-lo para o Pico (rosa e pErEira, 2008, pp. 58). São dignos

de registo os problemas desencadeados pelas chuvas intensas que contribuíram para compactar as cinzas e impermeabilizá-las, criando uma situação favorável para uma escorrência superficial de água carregada de cinzas (campos et al.,

1962). Se, por um lado, estas chuvas permitiram a limpeza de alguns terrenos, possibilitando a sua reutilização, por outro, tiverem um efeito fortemente destruidor e erosivo, resultante da maior densidade da mistura água/cinza. Embora não se consiga precisar as áreas cobertas por menores espessuras de cinzas que foram removidas pelas chuvas, o Eng. Sacadura Garcia refere que no fim de junho existiria uma área de 4653 ha cobertos de cinzas (cuNHa,

(20)

576 Boletim do Núcleo Cultural da Horta

ilha com solos menos adequados para a agricultura, fruto das características geológicas e da vasta área coberta pelas lavas da erupção de 1672-1673, a freguesia do Capelo perdeu 748 ha de terras agrícolas e 140 ha de vinhas.

Apesar das experiências levadas a cabo para incorporar cinzas nos solos, chegou-se à conclusão que a percentagem satisfatória a incorporar não deveria exceder 20% de areias (garcia, 1959) ou mesmo 10% (garcia et al.,

1960) e, em 1960, cerca de 5,5% da ilha ainda se encontrava afetada por cinzas (callENdEr e HENsHall, 1968, pp 16-18).

Nas nossas entrevistas procurámos saber se tinham surgido problemas res-piratórios durante a fase de emissão das cinzas. Dois dos entrevistados eram médicos no Hospital da Horta, os Drs. António Sebastião Goulart e Luís Decq Mota. Ambos responderam que não tinham memória de problemas relevantes. Curiosamente, o Sr. Manuel Vargas Garcia respondeu-nos que a única vez que tinha tido “falta de ar” foi quando foi observar a erupção de um local próximo do farol e que um raio caiu muito próximo de si.

5.

r

EspostaàcrisE

Na última parte do século xix e início do século xx, um dos aspetos que

se observou na resposta aos perigos nos países economicamente mais desen-volvidos, foi uma progressiva intensificação do envolvimento do Estado na gestão de situações de crise, resultantes de desastres naturais ou tecnológi-cos, enquanto o padrão tradicional e involuntário de resistência/resiliência das famílias e/ou comunidades isoladas à perda se tornou progressivamente menos importante (cHEstEr, 2005a, pp. 415-416).

Embora esta transição se tenha observado mais tardiamente nos países do sul da Europa, há exceções muito relevantes, como são o caso da resposta e recuperação após o terremoto de Lisboa de 1755, organizada pelo Marquês de Pombal, Secretário de Estado do Reino, no reinado de D. José I (1750-1777), e que foi um dos primeiros exemplos, em todo o mundo, de uma resposta planeada e abrangente a um grande desastre natural (cHEstEr, 2008), ou da

intervenção significativa do Estado italiano, em 1928, quando ocorreu uma extensa erupção no flanco do vulcão Etna que destruiu a vila de Mascali (duNcaN et al., 1996; cHEstEr et al., 1999). Deste modo, não houve nada

(21)

de particularmente original sobre o envolvimento do Estado durante e após a crise do Faial de 1957/58, sendo notável a sua generosidade financeira e sua efetividade logística e administrativa.

5.1 rEspostatradicioNais

No caso da crise do Faial, observaram-se dois fenómenos importantes. O primeiro envolveu as ações individuais e familiares levadas a cabo durante a evacuação e realojamento, já referidas, e um segundo relacionado com a explicação das perdas, recorrendo a um quadro de referências religiosas. As explicações religiosas para os desastres transcendem tradições de fé, cul-turas locais e níveis de desenvolvimento económico (cHEstEr et al., 2008),

sendo embora características das sociedades pré-industriais, predominando essencialmente em países com um éthos do catolicismo popular do sul da europa, ou por eles influenciados (cHEstEr e duNcaN, 2010).

silva (2008), ao abordar a açorianidade refere-se à forma recorrente como os açorianos invocam Deus e a ajuda dos Santos, de Nossa Senhora e do Espí-rito Santo. Durante a erupção existiram numerosos exemplos de orações feitas em frente a coroas do Espírito Santo, procissões, incorporando a imagem da Senhora de Fátima e outros santos, e de missas a interceder pela salvação (mota, 2005; lobão, 2008; rosa e pErEira, 2008).

Em países com um éthos católico popular marcante, as pessoas adotam o que se chama “prática paralela” (cHEstEr, 2005b; cHEstEr et al., 2008;

coutiNHo et al., 2010), acreditando em explicações incompatíveis e ficando

divididos entre a intervenção divina na ocorrência de catástrofes e aceitar tratar-se de um fenómeno natural. Sem nunca descurar todas as ajudas do Estado, não deixa de ser verdade que as pessoas sentiam conforto na confissão dos seus pecados perante as ameaças existentes (garcia, 2008). Por exemplo,

um sermão pregado pelo bispo de Angra, argumentando que os sismos e a erupção vulcânica representavam um castigo divino, causou alguma dissi-dência com alguns dos congregados, tendo estes saído espontaneamente da igreja (fraião, 2005). Na noite de 12 maio de 1958, quando a freguesia da

Praia do Norte foi afetada pelos sismos, o pároco – Padre Henrique Pinheiro Escobar – absolveu coletivamente os pecados do povo, uma ação não só teologicamente problemática, mas que também causou pânico generalizado (NEvEs, 2008).

(22)

578 Boletim do Núcleo Cultural da Horta 5.2 rEspostapatrociNadapElo Estado

Se tivermos em conta a situação socioecómica da ilha do Faial em 1957, facilmente se depreende que os impactes financeiros resultantes da crise de 1957/58 foram muito severos, embora tenhamos de reconhecer que, no con-texto austero do Estado Novo, a resposta do governo foi generosa. Como é bem de ver, os danos causados no património edificado e nas áreas agrícolas afetadas pelas cinzas representaram parcelas muito significativas. Cunha (1959) estimou que, até outubro de 1958, os prejuízos na agricultura ascen-diam a dezoito milhões de escudos1, correspondentes a cerca de 621000

USD, aos quais se devem somar cerca de 776000 USD respeitantes às verbas atribuídas para o Plano de Recuperação Económica e Reconstrução da Ilha do Faial (aNoN., 1958c). A Junta Nacional de Produtos Pecuários doou mais

de 12000 USD para o desenvolvimento agrícola (rosa e PErEira, 2008,

p. 62) e as doações de caridade conhecidas totalizaram 171153 USD (aNoN.,

1958c,e). Acrescem as despesas com a missão técnica de 2000 USD (campos

et al., 1960). Muitos outros custos indiretos ou não quantificados ficaram por

revelar ou contabilizar, de entre eles a perda de receitas fiscais; a perda de ren-dimentos devido a deslocalização económica; as verbas atribuídas aos resi-dentes para a limpeza de estradas e telhados (figura 7); as despesas com os

tratores fornecidos gratuitamente pelos Serviços Agrícolas; os montantes das doações de caridade; e os custos adicionais suportados pelos orçamentos dos organismos oficiais. A título de exemplo e no que se refere a custos não conta-bilizados com a construção de estradas, pode referir-se a ligação interior entre as freguesias de Salão e Cedros, promovida pela Câmara Municipal da Horta (goulart, 2005), e o ramal entre a Fajã e o Norte Pequeno, “construído a pá

e pica por dezenas de homens que estavam desempregados” (José Decq Mota,

com. pessoal). Também não estão quantificados os custos suportados pelos

cidadãos e pelos seus familiares, ou pelas famílias de acolhimento, a somar aos valores despendidos pelo Estado já referidos. Estes não incluem apenas alguns dos custos da evacuação, como, em muitos casos, as despesas com a reconstrução das habitações foram parcialmente ou totalmente assumida pelas famílias (lobão, 2008, p. 49). O custo do apoio diário ao nível da alimentação

foi de cerca de 700 USD (rosa e pErEira, 2008, p. 59), mas não há

infor-mação disponível sobre a duração desta medida. Se tiver durado nove meses – o que provavelmente é uma subestimação face à perda de terrenos produ-tivos e ao tempo da sua recuperação – podemos apontar para um custo

(23)

adicio-nal de 200000 USD. Somando todos estes valores, chega-se a um montante de cerca de 1783000 USD. Somando todos os custos quantificáveis, esti-ma-se um montante de quase 2000000 USD (cerca de 15400000 USD, a valores de 2017, considerando a razão entre 1957/58 e 2017 de 1 USD = 8,63 USD, Financial Calculator).

Como pode depreender-se do acima exposto, as estruturas administrativas, científicas e logísticas que foram estabelecidas para a gestão da crise reali-zaram um trabalho digno de registo. O desempenho dos funcionários do Estado e de outros cidadãos, tanto a nível central como local, no acompanha-mento da crise caracterizou-se por um alto grau de competência e eficácia. Tanto os relatos contemporâneos quanto estudos e entrevistas subse- quentes (campos et al., 1960; forjaz, 2007a-2007f; lobão, 2008) elogiam

as ações dos: Dr. António Freitas Pimentel, Governador Civil; Eng. Eduardo Arantes e Oliveira, Ministro das Obras Públicas; Eng. (depois Professor Doutor) Frederico Machado, Diretor das Obras Públicas (que realizou grande parte das observações vulcanológicas e geológicas); Professor Orlando Ribeiro e Dr. Castello Branco, respetivamente chefes das missões técnicas e geológicas; Eng. Viriato Campos (chefe da missão técnica para apoio à evacuação, criada pelo Ministro do Interior); Sr. Rodrigues Pinelo (encarre-gado da construção rodoviária); Sr. Tomás Pacheco (faroleiro), que se man-teve no seu posto de trabalho e contribuiu com observações muito valiosas; entre outros de quem nos possamos ter esquecido inadvertidamente.

Já muito foi dito e escrito sobre o Dr. Freitas Pimentel mas não podemos deixar de transcrever as palavras que o Dr. Luís Carlos Decq Mota – a quem prestamos uma merecida homenagem pela sua retidão e pela generosidade na partilha do acervo fotográfico da erupção dos Capelinhos – nos disse a seu respeito: “O Governador meteu os ombros e disse ‘isto é assim e só pode ser assim porque doutra maneira não pode ser’. Nesse aspeto, o homem tem todos os meus louvores. Politicamente, eu não gostava dele, mas não posso deixar de dizer que foi um grande Governador e um homem que soube realmente encarar as coisas como deviam ser. Nunca deu a ideia de estar a dar esmolas. E isto é importante!”

A sensatez e a capacidade de liderança do Governador Freitas Pimentel fizeram-se sentir desde o início:

a) Na mobilização inicial e coordenação dos órgãos civis, militares e políticos e no encorajamento do envolvimento do governo central,

(24)

580 Boletim do Núcleo Cultural da Horta

que culminou com o estabelecimento das missões técnicas e geológicas (outubro a dezembro de 1957);

b) Instando o governo de Lisboa a enviar uma missão de evacuação em dezembro de 1957;

c) Seguindo os conselhos do Eng. Frederico Machado e do Dr. Manuel Linhares de Andrade na coordenação da evacuação das localidades mais afetadas pelos sismos 12 e 13 de 1958; e,

d) Juntamente com ministros em Lisboa, orientando a reconstrução das zonas particularmente sinistradas, como foi o caso da Praia do Norte.

Há três aspetos da gestão da crise levada a cabo pelo Governador Civil que são dignos de nota. O primeiro relaciona-se com a sua capacidade de comu-nicação e de estar sempre presente nos diversos locais afetados, o que era particularmente importante numa sociedade onde as taxas de analfabetismo eram altas e, mesmo entre aqueles que podiam ler, a grande maioria recebeu apenas uma educação elementar (rosa e pErEira, 2008, p. 56). A doação de

300 litros de leite por dia através dos seus recursos pessoais também foi um gesto que enfatizou o seu cuidado e preocupação com aqueles afetados pela crise, consolidando ainda mais a confiança na sua liderança (rosa e pErEira,

2008, p. 62).

Um segundo aspeto da sua liderança respeita a sua capacidade de previsão. Quando ocorreram as explosões na Caldeira, a 14 de maio de 1958, o Gover-nador Pimentel preparou-se para a eventualidade de ocorrência de uma grande erupção da caldeira, o que exigiria a evacuação de pessoas do Faial por navio. Para o efeito, mobilizaram-se todos os barcos e navios nas ilhas do Faial, Pico e São Jorge (Figura 1) juntamente com duas fragatas, dois patrulhas, um rebocador holandês, tendo igualmente sido feitos avisos à navegação, na eventualidade de ser necessário rumar ao Faial. Os planos previam a evacua-ção inicial de idosos, mulheres e crianças, embora não tenha sido necessário desencadeá-los. Não obstante, o patrulha Santo Antão transportou tendas e cobertores para os desalojados (rosa e pErEira, 2008, p. 60). A pronta

per-ceção dos impactes na economia da ilha e a necessidade de levar as pessoas a emigrar fez com que o Dr. Freitas Pimentel tenha pressionado atempadamente os legisladores dos Estados Unidos da América, tanto diretamente como

(25)

através da comunidade de emigrantes na Nova Inglaterra e na Califórnia, para aprovar legislação que permitisse a emigração do Faial (lobão, 2008, p. 46).

O terceiro aspeto, e talvez o mais importante, foi a sua capacidade e sucesso em sensibilizar e pressionar o Governo Central. Todos os testemunhos que colhemos (fraião, 2005; goulart, 2005 e mota, 2005) são unânimes na

referência à boa amizade que existia entre o Dr. Freitas Pimentel e o Ministro Arantes e Oliveira, amizade esta que veio a revelar-se decisiva nas relações com um governo com as características do que estava então no poder.

6.

c

oNclusõEs

Apesar de alguns comentários negativos de um dos nossos entrevistados sobre o que foi entendido como a lentidão da resposta das autoridades portu- guesas comparativamente com o auxílio facultado pelo governo dos Estados Unidos da América, das suas agências e dos imigrantes portugueses ali radi-cados (garcia, 2008), a opinião colhida, tanto dos testemunhos como da

informação escrita a que tivemos acesso, aponta para a existência de tempos difíceis durante a crise, aos quais foi dada uma resposta adequada por parte das autoridades envolvidas, sendo superados com sucesso. Embora seja impossível elaborar sobre a evolução histórica que a ilha teria tido, é plausível especular que o interesse político que a erupção desencadeou, bem como a intensificação do apoio financeiro, tenham originado um desafogo financeiro que talvez não fosse atingindo caso não tivesse ocorrido a catástrofe.

Uma característica negativa frequentemente observada na fase de recupe-ração pós-desastre é que a falta de liderança pode refletir-se na variação espa-cial da qualidade das medidas adotadas. Após a erupção do Vesúvio em 1944, por exemplo, apenas a comuna de San Sebastiano teve um autarca inteira-mente dedicado ao processo de recuperação e é um facto notável que seja exa-tamente esta localidade a que possui um tecido e infra-estrutura urbanos de maior qualidade relativamente a outras áreas afetadas (cHEstEr et al., 2007).

A longa carreira como Governador permitiu ao Dr. Freitas Pimentel acompa-nhar convenientemente todo o processo de recuperação e pode argumentar-se que o sucesso das respostas à erupção e ao terremoto de 1957/8 se ficou a dever, em certa medida, às vantagens decorrentes da sua experiência e longe-vidade no cargo, a uma saudável relação de proximidade com os seus

(26)

conci-582 Boletim do Núcleo Cultural da Horta

dadãos e boas relações com o governo em Lisboa, o que seria difícil de repetir no quadro de um sistema político diferente do então vigente

Se a partida de muitos residentes se revelou um importante alívio no tempo da crise, não restam dúvidas que a ilha do Faial ainda sofre os efeitos de uma emigração significativa que a terá delapidado da sua mão de obra mais qualificada.

Se há nomes que ficarão indelevelmente ligados à erupção, ousamos referir os do Dr. António de Feitas Pimentel e do Professor Frederico Machado. O primeiro, pela forma como liderou a resposta à crise e subsequente recupe-ração da ilha. O segundo, pela clareza do seu aconselhamento e pela sabe-doria que revelou no acompanhamento dos fenómenos sísmicos e vulcânicos. As consequências da emigração são possivelmente o único aspeto que não foi previsto pelo Governador Civil, Dr. Freitas Pimentel, embora não possamos atribuir-lhe qualquer responsabilidade nesta matéria.

b

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