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Revista Eletrônica Interdisciplinar

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MAMACADELA: A CURA DO VITILIGO ESTÁ NO CERRADO

PRISCILA DE SOUZA GOULART1 DANIELLY RODRIGUES ARAÚJO2 BIANCA DE OLIVEIRA SILVA3 PATRÍCIA DE BRITO VILELA4 AUREA DAMACENO ALVES5 ANNA LETTYCIA VIEIRA DOS SANTOS6 RESUMO:

O vitiligo é uma doença na qual ocorre a perda natural da pigmentação da pele, ocasionando manchas brancas. No entanto, a mamacadela, planta medicinal do cerrado possui furanocumarinas tais como, psoraleno e o bergapteno, que associados ao uso de vitaminas A, B1 e B6 agem sobre as melanócitos, transmitindo estímulo da luz solar, promovendo assim, a repigmentação da área lesionada. O objetivo deste trabalho é ampliar o conhecimento acerca do vitiligo e sua possível cura com o uso da mamacadela, tendo em vista uma melhor qualidade de vida aos portadores desta patologia. O método de pesquisa é documental, no qual foram avaliadas vinte pessoas de ambos os sexos, idade entre 20 e 60 anos todos portadores de vitiligo, que fizeram o uso tópico ou oral da mamacadela apresentando repigmentação da área afetada. Pode-se concluir que as propriedades farmacológicas da mamacadela promovem a repigmentação da área afetada por vitiligo por apresentar capacidade fotossensibilizante.

Palavras-chave: repigmentação; planta medicinal; melanócitos. ABSTRACT:

The vitiligo is a condition in which the natural loss of skin pigmentation, resulting in white spots. However, the mamacadela, a medicinal plant of the cerrado has difuranocoumarin derivatives such as psoralen and bergapteno, which are associated with the use of vitamins A, B1 and B6 Act on the melanocytes, transmitting stimulus of sunlight, thus promoting, the repigmentation of the injured area. The aim of this work is to broaden the knowledge about vitiligo and its possible cure using the mamacadela, with a view to a better quality of life for people with this condition. The method of research is, in which documentary were evaluated 20 people of both sexes between the ages of 20 and 60 years suffering from vitiligo, which made the oral or topical mamacadela showing repigmentation of the affected area. It can be conclude that the pharmacological properties of the mamacadela promote the repigmentation of vitiligo-affected area by presenting photo-sensitizing capacity.

Keywords: repigmentation; medicinal plant; melanocytes.

1Farmacêutica autora. Graduada pelas FACULDADES UNIDAS DO VALE DO ARAGUAIA (UNIVAR). Contato: prigestoraambiental2010@hotmail.com

2Farmacêutica colaboradora. Graduada pelas FACULDADES UNIDAS DO VALE DO ARAGUAIA (UNIVAR).

3Docente colaboradora e coordenadora do curso de Farmácia da UNIVAR. Graduada em Farmácia pelo Centro Universitário de Várzea

Grande. Especialização em Fundamentos da Educação e Didática e Docência do Ensino Superior. Mestrado em Ciências da Saúde pela UFMT. Contato: aurea@univar.edu.br

4Docente orientadora. Graduada em Farmácia pela UFMT. Especialista em Docência no Ensino Superior pela UNIVAR. Mestre em Imunologia e Parasitologia Básicas e Aplicadas pela UFMT. Contato: lettycinha@hotmail.com

1. INTRODUÇÃO

O vitiligo foi revelado há mais de 3500 anos, previamente no Egito (no Papiro de Ebers), na Índia (no livro Sagrado Atharva Veda) e na bíblia no antigo Testamento, era conhecida por “Zara’ at” (SILVA; MULLER, 2007; LUIZ et al., 2012). É uma das patologias de pele que mais preocupam, pois ainda não tem suas causas totalmente explicadas, mas sabe-se que variações de estresse, emoção, ansiedade ou traumas podem estimular ou mesmo intensificar a doença.

O vitiligo é uma doença não contagiosa onde ocorre a perda natural da pigmentação da pele, ocasionando manchas brancas irregulares que possuem a mesma textura da pele normal. Entretanto é comprovado que se trata de uma patologia autoimune onde, o próprio corpo promove destruição das células melanócitos, causando assim a remoção da pigmentação natural da pele. O melanócito, que é o alvo de destruição no vitiligo, corresponde de 3 a 5% da epiderme.

O tratamento é individualizado e as respostas podem variar entre um paciente e outro, uma das opções de tratamento, está no uso de fármacos os quais induzem a repigmentação das regiões afetadas. Tendo também tecnologias como o laser, técnicas cirúrgicas ou transplantes de pele os quais vem sendo utilizadas (NOGUEIRA et al., 2008).

Porém, uma forma natural e menos agressiva tem sido buscada na atualidade para tratar quatro subtipos de vitiligo de acordo com o grau de acometimento do tegumento cutâneo (KOVACS, 1998; ORTONNE et al., 2003; ANTELO, 2006). Sendo eles: · Focal: uma mancha isolada, isto é, escassas lesões, limitadas dentro de dimensão, em posição que não corresponde a um dermátomo. Vinte por cento das crianças com vitiligo apresentam este subtipo.

· Segmentar: definido por uma mancha correlato a um dermátomo, assimétrico. É um subtipo de curso estável e que não está agregado as doenças autoimunes ou história familial de vitiligo.

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Corresponde a 5% dos casos de vitiligo em adultos

e mais de 20% dos casos em crianças (LIU et al., 2005). Em mais de 50% dos casos há acometimento trigeminal e 50% dos casos estão associados com poliose.

· Generalizado: é o subtipo mais normal. Caracteriza-se por muitas lesões acrômicas, de posição frequentemente simétrica e que acomete as superfícies extensoras dos braços (articulações interfalangeanas, articulações metatarsiano-metacarpianas, cotovelos e joelhos) além dos punhos, maléolos, setor periumbilical, axilar e regiões periorificiais. O vitiligo acrofacial é aquele no qual há acometimento dos dedos distalmente e das áreas faciais periorificiais.

· Universal: acontece no momento em que o vitiligo é tão abstrato de maneira que encontramos somente pequenas áreas de pintura comum da pele. Esse subtipo está agregado à síndrome da poliendocrinopatia múltipla (LIU et al., 2005; ANTELO, 2006).

Pesquisas demonstraram que as substâncias responsáveis pela atuação de repigmentação são duas furocumarinas: o psoraleno e também o bergapteno (POZETTI,1969; MCKEON,1981; CAFFIERI et al.,1989).

Encontradas na Mamacadela é uma planta típica do cerrado brasileiro conhecida cientificamente por Brosimum Gaudichaudii

pertencente à família Morácea, popularmente conhecido como algodãozinho, mamica-de-cadela, margejum, entre outros (LORENZI e MATOS, 2002; JACOMASS, 2006). Encontrada na forma de arbusto ou arvoredo, podendo atingir 4 metros de altura com frutos comestíveis utilizados na produção de geleias, sorvetes, polpas e doces.

As folhas, cascas e raízes são utilizadas na fabricação de fármacos para o tratamento do vitiligo. Onde os mesmos possuem propriedades fitoterápicas e contém substâncias furocumarinas que apresentam capacidades fotossensibilizantes utilizados desde épocas remotas para esta finalidade (LEÃO et al., 2005). Estes compostos podem ser obtidos por síntese química; no entanto, trata-se de um processo oneroso, sendo assim, obtidos de plantas, como por exemplo B. gaudichaudii (NEVES et al., 2002).

A principal furocumarina encontrada na Mamacadela é o bergapteno princípio ativo já bem conhecido que em contato com as células endodérmicas, age sobre os melanócitos transmitindo-lhes o estímulo da luz solar e promovendo a repigmentação da área afetada pela discromia da pele, denominada vitiligo (RIZZINI; MORS, 1976; ALMEIDA et al., 1998). Sendo

utilizado em combinação com vitaminas A, B1 e B6 na terapia do vitiligo e de outras patologias que promovem a despigmentação da pele.

Entretanto, atualmente não se têm estudos científicos concluídos que comprovem tal experimento. Porém, de fato já se observou a repigmentação das áreas afetadas por vitiligo através de dados obtidos por usuários com tal patologia.

Os efeitos colaterais até o momento observados são: foto envelhecimento, câncer de pele e ganho peso corporal causado por uso indiscriminado deste princípio ativo. No entanto, não foi observado contraindicações para tal finalidade (BALOGH, 2011). Este tema foi escolhido com o propósito de ampliar conhecimento acerca do vitiligo e sua possível cura com o uso da Mamacadela. Tendo em vista a dificuldade vivida pelos portadores desta patologia é sabido que os mesmos convivem com preconceito, discriminação e a maioria se deparam com depressão após o diagnóstico comprovado. Com isso, se faz necessário e de grande importância o acompanhamento de profissionais da saúde no tratamento dos portadores do vitiligo.

Os resultados desta pesquisa auxiliarão na identificação das propriedades farmacológicas da mamacadela. Trazendo uma melhor qualidade de vida aos portadores do vitiligo.

Considerando a ampla capacidade farmacológica da Brosimum gaudichaudii este trabalho tem como objetivo identificar estas propriedades com o intuito de promover uma melhor qualidade de vida a quem convive há anos com esta patologia.

2. MATERIAL E MÉTODOS

A pesquisa trata-se de um estudo analítico observacional de corte transversal, o qual contou com base cientifica disponível em artigos e livros, com posterior pesquisa descritiva de campo, com abordagem quantitativa, realizada com portadores de vitiligo entre o período de junho a setembro de 2016. Sendo que o método quantitativo representa a garantia de resultados precisos, evitando assim possíveis erros na análise e interpretação, possibilitando segurança nos intermédios (ABEC 2015, p.67).

Para coleta dos dados, utilizou-se um questionário semiestruturado adaptado de Silva et al. (2007), composto de perguntas fechadas e abertas, com questões sobre informações que caracterizam a amostra (idade e gênero) e informações sobre o uso da planta medicinal mamacadela, na forma de entrevista.

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A amostra foi composta por 20 (vinte)

pessoas com idade entre 20 e 60 anos de idade, de ambos os sexos. Sendo que os critérios de inclusão foram: ser portador de Vitiligo e ter feito ou fazer o uso de Mamacadela. Todos os participantes foram informados sobre o objetivo e metodologia a serem empregados neste estudo, os que concordaram em participar assinaram o termo de consentimento livre e esclarecido que estava anexado ao questionário.

Os dados obtidos foram analisados e organizados para apresentação em forma de tabela e gráfico utilizando o programa Microsoft Office

Excel.

3. RESULTADOS E DISCUSSÃO

Segundo Berkow et al. (2002), o vitiligo trata - se de uma patologia com uma terapia até o momento desconhecida. Os portadores costumam ocultar as despigmentações com uso de maquiagem, além da necessidade de bloqueadores solares para evitar lesão ainda mais grave na região afetada. Porém, Conceição (2015) pesquisador da UFG (Universidade Federal de Goiás), vêm realizando uma há cerca de 5 anos, e relata: “a

mamacadela produz uma série de elementos, entre elas, as chamadas furanocumarinas, sendo elas: psoraleno e o bergapteno que atuam nos melanócitos, células responsáveis pela produção do pigmento melanina, e estimulam a repigmentação da pele”.

Baseado nestas pesquisas houve fundamentação para a realização deste trabalho. Na TABELA 1, são mostradas as informações referentes à caracterização da amostra. Dos 20 entrevistados 15 (75%) eram do gênero feminino. Resultado similar foi encontrado por Costa et al. (2009) em seu levantamento de 12 entrevistados, 10 eram mulheres apresentando assim um percentual de 83,4% com isso, demonstra-se que o sexo feminino em geral é vulnerável a prevalência de vitiligo do que o sexo masculino. No entanto, análises recentes demonstram que tal patologia acomete homens e mulheres sob o mesmo percentual (FARIA et al., 2015).

Em relação à faixa etária que predominou na pesquisa foi de 20 a 40 anos sendo, (60%) dos participantes citaram que o vitiligo se manifestou em seu organismo durante a infância em uma idade média de 6 a 10 anos. Resultado similar foi exposto por Silva et al. (2006), no qual relatou que 50% da incidência desta patologia se inicia antes dos 20 anos.

TABELA 1 - Caracterização da amostra quanto ao uso de Mamacadela.

Variáveis Frequência (n) Percentual (%)

Gênero Masculino 05 25 Feminino 15 75 Faixa etária 20 – 40 12 60 41 – 60 08 40 Frequência do uso Diário ou semanal 17 85 Ás vezes 3 15 Resultado esperado Sim 19 95 Não 0 0 Ás vezes 1 5 Nunca 0 0 Fonte: GOULART, 2016

Ao serem indagados, os portadores de vitiligo afirmaram que a patologia se manifestou há pelo menos dez anos, sendo que 17 deles utilizam, ou já utilizaram a mamacadela como tratamento,

devido aos resultados observados. Sendo que os motivos dessa utilização (figura 1) se caracterizam, pelo custo, por mais acessível, outros por utilização de tradição da própria família, e outros motivos,

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como por exemplo, ser natural, ter verificado

sucesso em outras pessoas que usaram, por já terem

tentado medicamentos sem sucesso, entre outros.

Figura 1 – Raiz Motivos da utilização da mamacadela em porcentagem.

Vieira et al. (2002) cita a mamacadela (Brosimum gaudichaudii), como uma planta nativa da flora brasileira, encontrada no bioma cerrado. As partes da planta utilizadas no tratamento de vitiligo são as folhas, cascas e raízes. Pozetti (2005) relata

que a raiz (FIGURA 2) B. gaudichaudii é a parte da planta que contém maior quantidade de substâncias farmacológicas e terapêuticas devido à alta concentração das furanocumarinas.

Figura 2 – Raiz da Mamacadela (Brosimum gaudichaudii).

Rocha et al. (2012), descreve as furanocumarinas como compostos aromáticos que apresentam alta potencialidade de utilização em fototerapia, devido à capacidade fotossensibilizante característica

dessas moléculas. Cita também a ligação obtida entre eles da qual e tricíclica como a apresenta na (FIGURA 3).

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Figura 3. Estrutura molecular de (A) furano, (B) cumarina e das furanocumarinas (C) Psoraleno e (D)

Bergapteno. (ROCHA et al., 2012). Tendo em vista que o psoraleno e

bergapteno são substâncias que aumentam a sensibilidade da pele aos raios ultravioleta. Almeida (1998) cita em sua pesquisa o bergapteno ressaltando este como a principal furanocumarina da mamacadela e que a mesma associada a vitaminas A, B1 e B6 promovem a repigmentação da área afetada.

Visto que as furanocumarinas representa alta aplicabilidade na área médica é de suma importância que seja exposto seu comportamento térmico, de modo que possa se fazer conexões entre os conhecimentos de física, química e medicina e assim chegar a um tratamento cada vez mais eficaz.

No entanto, a utilização desta planta ocorre há mais de 50 anos tendo em vista isso, Conceição (2015) relatou em entrevista ao Jornal on line da Universidade que a utilização de mamacadela (Brosimum gaudichaudii) ocorre de forma empírica

e indiscriminada o que pode levar à efeitos indesejados com o aumento da dosagem permitida. Com base nisso ao ser perguntado durante a entrevista se o resultado esperado foi atingido o mesmo relatou que 95% afirmou um substancial melhora com o uso da mamacadela de, ao ser perguntado sobre qual motivo o levou a utilizar a planta 40% relatam a questão da tradição familiar comprovando a citação do professor.

De certo modo na cultura popular as partes da planta utilizada no tratamento de vitiligo tanto em uso tópico como oral são as mesmas apresentadas pelos pesquisadores é em sua maioria tem o preparo sob a forma de infusão, chás e melado. Como uso tópico as cascas e raízes são colocadas no álcool 70%. E mantidas sobre repouso durante 90 dias. Rodrigues e Carvalho em 2001 demonstram na (TABELA 2) as diferentes formas de utilização medicinal da Mamacadela.

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Machado et al. (1986) cita a falta de

conhecimento científico das espécies do cerrado avaliando como um obstáculo na descobertas de novas plantas com alto potencial econômico e farmacológico. Leão et al. (2005) faz a mesma ressalva destacando que apesar de tantas informações acerca das furocumarinas existentes na Mamacadela atualmente no mercado trabalha-se apenas com um fármaco do qual comprovou a eficácia desta planta sendo este o “Viticromin”.

No momento vêm se realizando estudos que viabilizam uma melhor qualidade de vida aos portadores de vitiligo, Conceição (2015) relata que novas possibilidades podem ser utilizadas para promover está repigmentação da área lesionada. Tendo em vista o uso de corticoides, tratamentos a laser e transplante de pele.

O vitiligo é uma patologia de tratamento e fármacos de alto custo sendo importante a integração do Governo em colocar tal tratamento como uma das prioridades de terapia nas políticas públicas de saúde, ou seja, no Sistema Único de Saúde (SUS). Silva; Muller (2007) ressalvam exatamente o luta dos portadores de doença de pele, correlacionando a difícil jornada enfrentada e o alto custo do tratamento.

Como forma de viabilizar a difícil rotina enfrentada pelos portadores de vitiligo uma comunidade virtual com endereço eletrônico www.vitiligo.com.br vem auxiliando os portadores de vitiligo, nesta comunidade são expostos comentários e depoimentos vividos diariamente por pessoas que enfrentam a difícil rotina de ver seu corpo mudando a pigmentação quando não se encontra o tratamento adequado.

Nesta comunidade, foi apresentado o depoimento do dermatologista Dr Anuar Auad que ao acompanhar um paciente no ano de 1968 com psoríase e vitiligo, tratado por esse profissional, que receitou o uso tópico das folhas de mamacadela para banho, inicialmente com intuito de tratar a psoríase. Porém, após três meses após o início desse tratamento o médico observou que as manchas no corpo de paciente haviam apresentado significativas melhoras de pigmentação. Baseado nisso, o medico iniciou pesquisas mais aprofundadas quanto à ação promovida pelo uso desta planta, chegando ao fármaco que atende pelo nome de viticromim com uso tópico e oral fabricado pelo Laboratório Auad Química, o qual tem ação fotossensibilizante que age diretamente sobre os melanócitos promovendo aumento na produção de melanina e consequentemente, pigmentação na região afetada pelo vitiligo.

Tais estudos e pesquisas apresentadas até o momento comprovam cada vez mais a eficácia da mamacadela. Sendo uma esperança aos portadores de vitiligo.

Visto que ao acompanhar comunidades existentes nas redes sociais são registrados cada vez resultados significativos sobre o uso desta planta medicinal no tratamento de vitiligo. Por isso, várias farmácias de manipulação hoje espalhadas pelo Brasil estão fabricando cápsulas de mamacadela, fato esse que preocupa o pesquisador Conceição (2015), que ressalva o perigo de intoxicação causado pelo uso da planta e que a mesma utilizada sem orientação médica pode causar sérios danos ao fígado (uso oral) e queimaduras de até terceiro grau (uso tópico), havendo assim uma necessidade expressiva de procurar orientar-se com médico ou farmacêutico de sua confiança a fim de evitar consequências indesejadas aos pacientes.

4. CONSIDERAÇÕES FINAIS

As pessoas acometidas pelo vitiligo sofrem impactos emocionais, os quais desequilibram o organismo, trazendo transtornos físicos e sociais. Tendo em vista a questão do alto custo e muitas vezes a ineficácia do tratamento, esta pesquisa buscou salientar perante a sociedade, as propriedades farmacológicas da Mamacadela, tendo em vista o seu potencial terapêutico e o sucesso dos resultados obtidos. Sendo que a escolha do tratamento depende da área acometida, sendo de fato, um tratamento individualizado e de acordo com cada caso.

Com o avanço da ciência, vem aumentando as chances de cura do vitiligo e o farmacêutico executa um papel importante, pois esse profissional está capacitado a orientar o paciente quanto à adesão ao tratamento, esclarecer sobre a patologia e tratamento com embasamento cientifico, caso necessário, assim como explanar da melhor forma possível, sobre várias dúvidas dos pacientes, e poder contribuir para uma melhor qualidade de vida e um tratamento de sucesso.

5. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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