MANUAL DE GERENCIAMENTO DE RISCO DE LIQUIDEZ
Data Elaboração: 15 Janeiro 2015
Data Última Atualização: 10 de Dezembro de 2020
1. OBJETIVO
Este manual tem por objetivo definir as diretrizes do gerenciamento de riscos aplicadas aos fundos geridos pela EAGLE CAPITAL, estabelecendo limites e procedimentos operacionais, de acordo com as normas e regulamentações vigentes.
2. DEFINIÇÕES
2.3 Risco de Liquidez
Define-se como risco de liquidez a possibilidade de ocorrência de não conseguir efetuar pagamentos, e/ou depósitos de margem junto a contrapartes, como os cotistas em caso de resgates, e CBLC através das corretoras de valores. Isto pode ocorrer devido a diversos fatores como:
Descasamento entre entradas e saídas de caixa do fundo. Imprevisibilidade de pedidos de resgate.
Falhas no pagamento de terceiros quando o fundo é credor.
Condições atípicas de falta de liquidez no mercado, com perdas resultantes da flutuação nos valores de mercado de posições detidas por uma instituição em câmbio, taxas de juros, ações e mercadorias (commodities).
3. Critérios
3.1 Mensuração de liquidez imediata de ativos
São considerados ativos de liquidez imediata: Fundos DI
Títulos Públicos
Operações compromissadas lastreadas por títulos públicos ou privados com liquidez diária
Ativos de crédito de instituições financeiras com garantia de recompra (CDBs, LCIs, debêntures, letras financeiras, etc.)
3.2 Margem de segurança ao risco de liquidez
É o percentual do PL do fundo alocado em ativos de liquidez imediata. Este percentual é reavaliado diariamente pelo gestor baseado na previsão de fluxos de caixa futuros, e no tipo de investidor do fundo e sua tolerância ao risco. Fundos mais líquidos tem um % maior alocado em ativos líquidos. Fundos estruturados e menos líquidos tem um % menor. Normalmente tentamos manter pelo menos 10% de liquidez imediata para os fundos líquidos, e com ativos que facilmente são negociados em outros 40% do PL, totalizando uma boa liquidez para 2 a 3 dias em 50% dos fundos multimercado/ações/renda fixa.
3.3 Procedimentos e Controles
Todos os fundos da Eagle Capital possuem planilhas de controle dos fluxos de caixa futuros, e recebemos relatórios diários das administradoras que contemplam:
Aplicações de cotistas Resgates de cotistas
Liquidação de ativos financeiros Despesas operacionais dos fundos Expectativa de come-cotas
Com base nestas planilhas, é definido pelo gestor o volume máximo que pode ser alocado em ativos financeiros e quanto deve permanecer em ativos líquidos para cobrir os fluxos de caixa estimados para os próximos 30 dias, com margem de segurança.
As chamadas de margem são controladas dia a dia, e também em janelas intraday, sendo o contato com a corretora que faz a intermediação entre a CBLC/B3 de suma importância para precaver algum descasamento mal calculado. Os fundos também não têm alavancagem excessiva o que acaba por mitigar alguma falta de liquidez.
No caso de uma previsão indicar falta de liquidez para o cumprimento do pagamento, ou alocação de margem para os próximos 30 dias, o gestor inicia imediatamente a venda de ativos não considerados de liquidez imediata. Tendo tempo hábil para deixar o fundo sempre adimplente.
3.4 Adequação à Cotização do Fundo
Os fundos administrados pela Eagle Capital não têm um padrão numérico, número moda para a cotização dos resgates. Fundos de Créditos precisam de mais tempo para a curva de investimento fazer sentido, tem resgates mais longos. Temos outros fundos mais líquidos que podem ter cotização bem próxima ao pedido de resgate, de 1 a 3 dias. Tentamos adequar os perfis dos ativos dos fundos à dois fatores:
1. A série histórica de resgates dos fundos, somadas a uma margem de segurança estipulada pelo gestor.
2. Tipo de investidor com ciência absoluta ao prazo de resgate.
3.5 Perfil do Passivo do Fundo
A Eagle Capital tem como clientes diversos tipos de investidores, com a grande maioria classificada por qualificados e profissionais, que teoricamente tem um conhecimento maior sobre produtos de investimento, entendendo na maioria das vezes perfeitamente os riscos associados às estratégias utilizadas pelos fundos, e sempre informam à gestora a expectativa de resgates de maiores montas, o que poderia ocasionar uma pressão na liquidez, e sempre o fazem com prazo razoável de antecipação principalmente em fundos estruturados.
A concentração por investidor deverá ser monitorada pelo Diretor de Risco ao menos semanalmente. O Diretor de Risco deverá ser informado quando a concentração por investidor estiver próxima do limite, definido internamente por um número acima de 50%, para fundos de condomínio aberto. Neste caso, o investidor em questão estará vetado para novas aplicações até que sua posição seja diluída. Em caso de o limite ser ultrapassado passivamente, cabe ao gestor tomar as providências necessárias para resguardar os fundos e a empresa do risco de um resgate substancial.
Haverá uma exceção e relaxamento sobre essa concentração por cotista, em caso de o veículo de investimento, tenha liquidez diária média em pelo menos 20 vezes o % do cotista em relação ao PL do fundo.
Situações limites podem levar o Diretor de Investimentos a liquidar os ativos do fundo a preços depreciados para fazer frente a obrigações, influenciando negativamente o patrimônio líquido do fundo. Outras alternativas são o fechamento do fundo para resgates, ou o resgate via entrega de ativos do fundo ao cotista.
Devemos comentar que isso seria feito apenas em caso de um acontecimento extraordinário, e também de que não temos ocorrência até hoje na gestora de dessa situação citada.
4. GERENCIAMENTO DE RISCO DE LIQUIDEZ
O monitoramento, execução e verificação do cumprimento da política de gestão de risco serão de responsabilidade do Diretor de Risco da Eagle Capital. A liquidez dos fundos deve ser verificada ao menos semanalmente pelo Diretor de Risco da Eagle Capital usando a Planilha de Controle de Portfólio. O
Diretor de Risco deverá ser imediatamente informado caso a liquidez esteja próxima ao limite.
O Diretor de Investimentos deverá ser informado e tomar as providências necessárias para enquadrar o fundo nos limites estabelecidos para cada fundo caso estes sejam ultrapassados, nos termos acima.
São Paulo, 10 de Dezembro de 2020.