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SISTEMA DE REVISÃO CONTÍNUA DOS EPI S DE UMA USINA DE AÇÚCAR E ALCOOL, NA REGIÃO DO TRIÂNGULO MINEIRO

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27 Rev. Eletrônica Organ. Soc., Iturama (MG), v. 9, n. 11, p. 27-46, jan./jun. 2020

SISTEMA DE REVISÃO CONTÍNUA DOS EPI’S DE UMA USINA DE AÇÚCAR E ALCOOL, NA REGIÃO DO TRIÂNGULO MINEIRO

SYSTEM OF REVIEW OF THE EPI'S OF AN ORGANIZATION OF SUGAR AND ALCOHOL, IN THE REGION OF THE TRIÂNGULO MINEIRO

Ana Maria Costa SILVA1 Rayane Regina Silva RIBEIRO2 Willyan Wilson MILAN3

RESUMO

Os EPI’s são ferramentas fundamentais dentro de um sistema produtivo, pois além de proteger os colaboradores de possíveis acidente de trabalho, fato que implica em questões judiciais, de pessoal e de produção, garante a qualidade dos processos. Desta forma, o estudo visa propor a adoção de um sistema de revisão contínua como forma de minimizar rupturas de estoque de EPI’s de uma usina de açúcar e álcool na região do Triângulo Mineiro. A metodologia utilizada baseou-se em pesquisa bibliográfica sobre ferramentas de análise de estoque e sistema de revisão contínua, conteúdo que subsidiou o estudo de caso, estudo esse que partiu de uma análise documental dos registros de movimentação de estoque dos materiais analisados, a fim de propor melhorias. Consta que, diante da vasta gama de itens de estoque, houve estratificação dos itens a serem analisados tomando como base o maior grau de ruptura de estoque, consequentemente menor grau de atendimento, o que remete a necessidade de estudos complementares que possibilitem a aplicação prática do estudo para melhores dados comparativos entre o cenário atual e a estratégia proposta.

Palavras-chave: Sistema de Revisão contínua. Estoque. Ruptura. ABSTRACT

PPE’s are fundamental tools within a production system, because in addition to protecting employees from possible accidents at work, a fact that involves legal, personnel and production issues, it guarantees the quality of the processes. In this way, the study aims to propose the adoption of a continuous review system as a way to minimize disruptions of PPE stocks in a sugar and alcohol plant in the Triângulo Mineiro region. The methodology used was based on bibliographic research on inventory analysis tools and a continuous review system, content that supported the case study, a study that started from a documentary analysis of the stock movement records of the analyzed materials, in order to propose improvements. It is said that in view of the wide range of inventory items, there was stratification of the items to be analyzed based on the highest degree of stock rupture, consequently the lowest degree of service, which points to the need for further studies that enable the practical application of the study. for better comparative data between the current scenario and the proposed strategy.

1 Graduada em Administração, FAMA, Iturama/MG. anamariacosta160@gmail.com 2 Graduada em Administração, FAMA, Iturama/MG. rayaneregina20142014@gmail.com

3 Graduado em Administração – FUNEC; Pós-graduado em Gestão Empresarial – FUNEC; Pós-graduado em Segurança Pública e Diretos Humanos – RENAESP/USCS; Docente da Faculdade Aldete Maria Alves/FAMA, Iturama/MG. neowillyan@hotmail.com

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Keywords:Continuous review system. Stock. Break.

1 INTRODUÇÃO

Segundo Fernandes (1987), a administração de materiais existe desde os primórdios dos tempos de forma incipiente, quando os homens da Antiguidade faziam trocas de caças e utensílios. O ato de produzir, estocar e trocar existe desde a existência do homem.

Contudo, argumenta-se que foi na Revolução Industrial, meados do século XVIII e XIX, conforme Chiavenato (2014), que as operações de comercialização de produtos ganharam mais importância, com o ato de comercializar os estoques e vendas ganharam uma repercussão inestimável, impulsionando assim a administração de materiais.

Francischini e Gurgel (2013), ao relatarem o posicionamento estratégico das várias fases da administração de empresas, destacam: os gestores das organizações passaram a tomar frente das negociações de compras, pois perceberam que comprar é a essência do negócio; as atividades de compras passaram a ser um apoio a área de produção; a área produtiva passou a ser independente, coordenando os materiais, com planejamento de matérias-primas e entrega de produtos acabados; e foi acoplado o suporte da logística à área de marketing.

É neste ínterim que a administração de materiais pode ser classificada como um subsistema de uma organização, que está ligado a logística, e tem como foco principal determinar “o que”, “quando”, “como” e “quanto” comprar ao menor custo, agindo juntamente com o fornecedor, sendo responsável desde a compra de materiais até a chegada do produto ao cliente final (FRANCISCHINI;GURGEL, 2013).

Dias (2019) afirma que um sistema de materiais deve ter uma integração, iniciando-se na previsão de vendas até a entrega final do produto e o mesmo deve estar interligado aos principais recursos de uma organização. Enquanto Francischini e Gurgel (2013) ressaltam que a administração de materiais planeja, controla e executa de forma eficiente os materiais, desde a compra até a entrega ao consumidor final.

Desta forma, o estudo tem como objetivo apresentar proposta de sistema de revisão contínua de estoque como forma de minimizar rupturas de estoque dos Equipamentos de Proteção Individual (EPI´s), sendo para tanto necessário: listar os EPI´s que apresentam inconformidades, por meio da ferramenta folha de contagem; organizar as inconformidades da folha de contagem no Diagrama de Pareto; e apresentar proposta de sistema de revisão contínua na gestão dos EPI´s.

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2 FERRAMENTAS DE ANÁLISE: FOLHA DE CONTAGEM E DIAGRAMA DE PARETO

Para Brassard (2000), a folha de contagem é um formulário em que são agrupadas informações como os problemas encontrados em um processo e o índice de frequência da ocorrência, ressaltando ainda que a folha de contagem é utilizada para colher dados de observações em amostras.

Enquanto para Toledo et al. (2017) a folha de contagem é o registro de dados por meio de formulários, a qual facilita a visualização das informações; o registro acontece em subclasses sendo elas: tipo de defeito e seu percentual, bem como local/área que apresenta falha.

Brassard (2000) acrescenta ainda que o procedimento operacional para formular uma folha de contagem é: determinar o seguimento que será analisado e estipular um tempo para a coleta de dados, de forma que não haja variáveis capazes de interferir no processo. Antunes (2010) reafirma que o registro na folha de verificação/contagem deve ser padronizado e destinado a um fim específico.

A folha de contagem é uma ferramenta útil, pois possibilita uma fácil visualização e identificação dos problemas mais importantes, concentrando seus esforços sobre os mesmos. Tais inconformidades extraídas da folha de contagem são plotadas no Diagrama de Pareto para priorização de ações a serem tomadas (MEIRELES, 2001).

Para Santos e Gonçalves (2016), o Diagrama de Pareto é um gráfico de barras em que são representados os problemas com maior grau de importância, de forma ordenada. Miguel (2006) ressalta que o Diagrama de Pareto fundamenta-se em dados ordenados por sua respectiva importância, determinando a preferência na solução dos problemas.

O Diagrama de Pareto, conforme Magri (2009), possibilita visualização dos problemas que apresentam o maior percentual de repetição, podendo dessa maneira priorizar o foco na busca de soluções. Silveira (2016) reafirma ao elucidar que o Diagrama de Pareto auxilia na tomada de decisões, de modo que dê prioridade para as ações que poderão obter melhores e maiores resultados.

Portanto, pode-se conceituar que ambas as ferramentas quando utilizadas conjuntamente possibilitam uma ampla visualização das inconformidades da empresa, contribuindo para a priorização das mais importantes, ofertando assim maior nível de eficiência.

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3 SISTEMA DE REVISÃO CONTÍNUA

O Sistema de Revisão Contínua é um método no qual se faz um acompanhamento contínuo dos níveis de estoque, quando o nível de estoque denominado Ponto de Ressuprimento (PR) é atingido realiza-se um pedido de compras, Lote de Compras (LC). O requerimento de compras não será atendido instantaneamente, ocorrerá um tempo desde a verificação do item até a sua entrega, que é denominado Tempo de Ressuprimento (TR), sendo que ao final haverá ressuprimento do estoque (PEINADO; GRAEML, 2007).

A Figura 1 abaixo ilustra graficamente como o sistema de revisão contínua atua.

Figura 1 – Tempo de Ressuprimento.

Fonte: Peinado e Graeml (2007, p. 720).

Pela figura, nota-se que quando o estoque atinge o Ponto de Ressuprimento (PR) de 60 itens será realizado o pedido de um Lote de Compras (LC), que terá um intervalo de aproximadamente 12 dias para atendimento, denominado Tempo de Ressuprimento (TR), momento em que haverá o ressuprimento e novamente o nível de estoque atingirá o Estoque Máximo (EMáx). No momento em que as compras estão aptas a repor o estoque há ainda que argumentar que não se acaba a quantidade estocada, pois há o Estoque de Segurança (ES) para suprir possíveis imprevisibilidades.

A figura acima demonstra que a demanda e o tempo de ressuprimento não sofrem variações, ou seja, são constantes. Na prática, as chances da Demanda (D) e o Tempo de Ressuprimento (TR) serem constantes são remotas, é mais provável que o TR e a D variem de ciclo em ciclo como demonstrado na Figura 2:

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Figura 2 – Ponto de ressuprimento.

Fonte: Peinado e Graeml (2007, p. 720).

Na figura acima, o Ponto de Ressuprimento (PR) será de 60 a 80 itens, com Estoque de Segurança (ES) de 20 itens, sendo que, não havendo esse estoque, resultaria em falta no segundo ciclo de abastecimento entre os dias 18 e 19, ou seja, ruptura de estoque; há de se observar ainda que a demanda é variável, o que aumenta a necessidade do ES para suprir possíveis variações na demanda, tempo de ressuprimento ou demais variáveis desconsideradas no cálculo e consideradas no ES.

Neste sentido, segundo Martins e Alt (2017), para aplicar o sistema de revisão contínua se faz necessário determinar os seguintes parâmetros: Ponto de Ressuprimento (PR), Tempo de Ressuprimento (TR), Estoque de Segurança (ES) e Lote Econômico de Compras (LEC).

Lustosa et al. (2008) afirmam que no sistema de revisão contínua é determinado um nível de estoque que, quando atingido, há necessidade de reabastecimento, fato que gera um pedido em tamanho que possibilite a formação de um Lote Econômico de Compras (LEC), geralmente fixo.

Martins e Alt (2017) enfatizam que o sistema de revisão contínua constitui-se em expedir um requerimento de compras, com uma quantidade equivalente ao LEC, sempre que o estoque atingir o Ponto de Pedido (PP). Para se aplicar o sistema de reposição contínua deve-se estipular o LEC, que é a quantidade a deve-ser comprada com custos mínimos de aquisição e estocagem. Lustosa et al. (2008) ressaltam que o LEC possibilita o controle dos itens de estoque, enquantoPozo (2017) argumenta que diminuirá o custo da solicitação de compra, mão de obra e manuseio.

Segundo Martins e Alt (2017), o Ponto de Pedido (PP) se baseia no processo de compras quando o item atinge determinado nível de estoque, afirmando que para calcular o ponto de pedido se faz necessário estabelecer a Demanda Média Diário (DMéd), Tempo de Ressuprimento (TR) e o Estoque de Segurança (ES).

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Pozo (2017) afirma que o Ponto de Pedido (PP) é a quantidade de itens que se encontram em estoque para garantir que a organização não sofra problemas de continuidade, a qual será consumida enquanto se aguarda a chegada do Lote de Compra (LC) no período do Tempo de Ressuprimento (TR), ou seja, quando determinado item atingir o PP é necessário fazer o ressuprimento do estoque.

Pozo (2017) ressalta que a fórmula para calcular o ponto de pedido é:

𝑃𝑃 = (𝐶𝑚é𝑑 × 𝑇𝑅) + 𝐸𝑆 Sendo:

- PP = Ponto de pedido;

- CMéd = Consumo médio diário; - TR = Tempo de reposição; - ES = Estoque de segurança.

Dias (2019) conclui que o Ponto de Pedido (PP) é um indicador de estoque, visando informar quando deverá ser reposto o material. Ademais, contempla que o Tempo de Ressuprimento (TR) é o tempo ocorrido desde a verificação da falta no estoque até a chegada do pedido e pode ser classificado em três partes:

1- Emissão do pedido – tempo que a empresa leva para fazer o pedido de compra até chegar no fornecedor;

2- Preparação do pedido – tempo que o fornecedor gasta para fabricar, separar e emitir o faturamento do pedido; e

3- Transporte – tempo ocorrido desde a saída do fornecedor com os produtos até a chegada na empresa.

Martins e Laugeni (2015) ressaltam que o Estoque de Segurança (ES), protege um sistema quando o Tempo de Ressuprimento (TR) e a Demanda (D) sofrem mudanças ao decorrer do tempo e pode ser representado pelo desvio padrão (𝜎𝑑) e a variação do tempo de reposição (𝜎𝑡𝑟).

Neste contexto, Peinado e Graeml (2007) apresentam três formas de cálculo do estoque de segurança, considerando, respectivamente, demanda variável e tempo de ressuprimento constante, demanda constante e tempo de ressuprimento variável, e demanda e tempo de ressuprimento variável.

Peinado e Graeml (2007) enfatizam que para utilizar as fórmulas de estoque de segurança é necessário definir o nível de satisfação esperado, ou seja, qual o grau de cobertura

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de estoque que o estoque de segurança possibilita, para suprir imprevisibilidades, sendo que quanto maior o nível de satisfação, maior será o estoque de segurança, consequentemente havendo maior imobilização de capital, conforme apresentado no Quadro 1:

Quadro 1– Níveis de serviço e número de falta esperado.

Fonte: Peinado e Graeml (2007, p. 724).

Para cada nível de serviço esperado há um número de desvio padrão correspondente que deve ser utilizado para o cálculo do Estoque de Segurança (ES), há de se argumentar ainda que o cálculo do nível de serviço esperado varia de uma avaliação pelo empresário das condições da empresa, ou seja, capacidade financeira, disponibilidade de espaço para armazenagem,

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condições de perecibilidade e obsolescência dos itens, assim como demais características que devem ser ponderadas ao se determinar o nível de serviço esperado.

Peinado e Graeml (2007) conceituam que o nível de serviço esperado calcula a probabilidade de não faltar estoque caso haja um aumento repentino da demanda durante o tempo de ressuprimento ou caso haja atraso no fornecimento. Vide exemplo:

Exemplo: Com base nas vendas das últimas semanas e utilizando um modelo adequado de previsão de demanda, uma farmácia levantou a previsão de vendas média de 126 caixas de determinado analgésico por semana com um desvio padrão de 14 caixas. A farmácia adota o sistema de revisão contínua e abre todos os dias da semana. Considerando que a farmácia deseja um nível de serviço de 97% de atendimento e o fornecedor tem um prazo de entrega de três dias, calcular o estoque de segurança necessário e o ponto de ressuprimento que deve ser utilizado. Resolução:

Nível de serviço = 97% portanto Z = 1,88 TR = 3 dias = 0,429 semana

D σ = 14 caixas

D = 126 caixas por semana

ES = 𝐸𝑠 = 𝑍 × 𝜎𝑑 × √𝑇𝑅 = 1,88 √0,429 x 14 → ES = 17,23 = 17 caixas

PR = (D x TR) + ES = (1,26 x 0,429) + 17 → PR = 71,054 = 71 caixas. (PEINADO; GRAEML, 2007, p. 724).

Quanto às três propostas de cálculo do estoque apresentadas por Peinado e Graeml (2007) estas são:

- Demanda variável e tempo de ressuprimento constante:

𝐸𝑠 = 𝑍 × 𝜎𝑑 × √𝑇𝑅 Sendo:

𝐸𝑠= Estoque de segurança;

𝑍 = Coeficiente normal da distribuição em função do nível desejado de serviço; 𝜎𝑑= Desvio padrão da demanda;

𝑇𝑅 = Tempo de reposição.

- Demanda constante e tempo de ressuprimento variável:

𝐸𝑠 = 𝑍 × 𝜎𝑇𝑅 × 𝐷̅ Sendo:

𝐸𝑠= Estoque de segurança;

𝑍 = Coeficiente normal da distribuição em função do nível desejado de serviço; 𝜎𝑑= Desvio padrão do tempo de ressuprimento;

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- Demanda e tempo de ressuprimento variável:

𝐸𝑠 = 𝑍 × √(𝜎𝑑2 𝑥 𝑇𝑅̅̅̅̅) + (𝐷̅̅̅̅ 2 𝑥 𝜎𝑡𝑟2) Sendo:

𝐸𝑠= Estoque de segurança;

𝑍 = Coeficiente normal da distribuição em função do nível desejado de serviço; 𝜎𝑑2 = Variância da demanda no tempo de reposição;

𝜎𝑡𝑟2 = Variância do tempo de reposição; 𝑇𝑅

̅̅̅̅ = Tempo de reposição médio; 𝐷̅ 2 = Demanda média ao quadrado.

Pozo (2017) afirma que a função do Estoque de Segurança (ES) é assegurar que a empresa tenha condições de atender as necessidades dos clientes, caso ocorra algum imprevisto que impeça que as mercadorias cheguem ou que, mesmo no prazo, haja um consumo acima do previsto.

Já quanto ao estoque máximo, Pozo (2017) enfatiza que é a somatória do Lote de Compra (LC) e o Estoque de Segurança (ES), de modo que suporte as variações do mercado. Sua fórmula é:

𝐸𝑚á𝑥 = 𝐸𝑆 + 𝐿𝐶 Sendo:

Emáx = Estoque máximo; ES = Estoque de segurança; LC = Lote de compra.

O sistema de revisão contínua é uma ferramenta que traz inúmeros benefícios para as empresas, sua aplicação exige um acompanhamento contínuo dos níveis de estoque, sendo que a vantagem dessa ferramenta é que, independentemente da variação da demanda, o tamanho do pedido é constante.

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4 METODOLOGIA

O estudo iniciou-se por meio de pesquisa bibliográfica, de grande importância, já que Galvão (2009) afirma que a pesquisa tem a capacidade de potencializar os conhecimentos, gerando como consequência maior confiabilidade e entendimento das informações que foram descritas no decorrer do trabalho.

Na visão de Andrade (2010), pesquisa é a união de processos, tornando os sistemas interligados, e o objetivo principal é a busca de soluções para o problema encontrado referente ao tema selecionado. Prodanov e Freitas (2013) confirmam ainda que pesquisa é a forma prática para identificar possíveis soluções de questionamentos, sendo o estudo realizado de forma organizada e planejadamente.

A pesquisa prática trata-se de estudo de caso que, de acordo com Severino (2018), é o estudo voltado a analisar uma situação particular de forma mais profunda, para que assim possibilite que seja elaborado um método de intervenção eficiente, sanando rupturas de estoque. As informações foram coletadas em relatórios de estoque de uma empresa de açúcar e álcool na região do Triângulo Mineiro, a fim de avaliar a eficiência do sistema de revisão adotado no controle e aquisição dos Equipamentos de Proteção Individual (EPI´s). Tal estudo é de significante relevância, uma vez que a falta de EPI´s comprometem a qualidade dos produtos e a saúde dos colaboradores, fator preponderante para o cumprimento da proposta empresarial de “Zero Acidente Sempre”.

Tal análise nos registros da empresa caracterizam a pesquisa documental primária que, segundo Severino (2018), constituem dados que não foram objeto de estudos, isto é, resultados captados diretamente na empresa, com alto grau de confiabilidade e veracidade, considerado também como matéria-prima para a análise da pesquisa, sem prévio tratamento.

Tais dados foram extraídos das folhas de contagem, arquivadas nos registros de estoque da empresa, avaliados segundo a perspectiva do Diagrama de Pareto para priorização de ações e posterior elaboração de um sistema de revisão de estoque que possibilite a minimização de rupturas de estoque, corrigindo eventuais falhas no processo de compra.

Quanto a abordagem conceitua-se como quanti-qualitativa por conter características de pesquisa qualitativa e quantitativa. Qualitativa, ainda na visão de Prodanov e Freitas (2013), ocorre quando são analisadas as informações subjetivas, que exigem esforço maior do intelectual para a compreensão dos fatos, ou seja, interpretação sem dados numéricos; e quantitativas, demonstrados os resultados matematicamente por meio de gráficos, tabelas, etc.

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Os autores completam afirmando que as expressões numéricas permitirão a fácil visualização, rápida compreensão e objetividade dos fatos.

5 APRESENTAÇÃO, ANÁLISE E DISCUSÃO DE DADOS

A empresa analisada preconiza o tratamento prioritário à saúde dos colaboradores, alçando a saúde destes a patamares superiores aos objetivos estratégicos. Desta forma, a organização trabalha de modo preventivo, inibindo irrestritamente ações que coloquem em risco a vida dos colaboradores, conforme normalização de órgãos técnicos.

Doravante ao posicionamento preventivo junto aos colaboradores, a empresa implantou o programa “Zero Acidentes Sempre”, o qual objetiva ações que reduzam a probabilidade de acidentes. O programa em questão foi criado em 2014, com meta de reduzir o número de acidentes sofridos pelos colaboradores.

A estratégia fundamental utilizada para a obtenção de resultados satisfatórios foi a conscientização dos colaboradores quanto à importância do uso de Equipamentos de Proteção Individual (EPI’s), consequentemente resultando em atenção especial da empresa na manutenção do estoque de EPI´s.

Tendo em vista tais pressupostos, bem como as seguidas rupturas no fornecimento de EPI’s, obteve-se informações referentes ao ressuprimento do estoque em questão. Os dados foram organizados na folha de contagem, tanto quanto ao número de reclamações, como percentual e percentual acumulado, conforme disposto no Quadro 2.

Quadro 2 – Folha de contagem dos EPI’s da usina de açúcar e álcool.

DESCRIÇÃO RECLAMAÇÕES

DESCRIÇÃO

PRIORIZADA RECLAMAÇÕES % % AC

SAPATOS 16 LUVAS DE PROTEÇÃO 29 18% 18%

ÓCULOS DE

PROTEÇÃO 13 BLUSAS DE PROTEÇÃO 23 14% 32%

LUVAS DE PROTEÇÃO 29 CALÇAS DE PROTEÇÃO 18 11% 43% AVENTAL DE PROTEÇÃO 16 SAPATOS 16 10% 53% BAINHA DE PROTEÇÃO 7 BONÉS/TOUCAS DE PROTEÇÃO 16 10% 63% DESCRIÇÃO RECLAMAÇÕES DESCRIÇÃO PRIORIZADA RECLAMAÇÕES % % AC BLUSAS DE PROTEÇÃO 23 AVENTAL DE PROTEÇÃO 16 10% 72% BONÉS/TOUCAS DE PROTEÇÃO 16 ÓCULOS DE PROTEÇÃO 13 8% 80% CALÇAS DE PROTEÇÃO 18 PERNEIRA DE PROTEÇÃO 10 6% 87%

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CAPACETE DE

PROTEÇÃO 6

PROTETOR

AURICULAR 9 6% 92%

PERNEIRA DE

PROTEÇÃO 10 BAINHA DE PROTEÇÃO 7 4% 96%

PROTETOR

AURICULAR 9

CAPACETE DE

PROTEÇÃO 6 4% 100%

163 TOTAL 100%

Fonte: Próprios autores.

Os itens supracitados são divididos em 11 classes, sendo que somadas totalizam 75 itens distintos. Como verificado no Quadro 2 houve um total de 163 reclamações de não atendimento, possibilitando, mediante os preceitos do Diagrama de Pareto, observar que a classe de luvas de proteção apresentou o maior número de reclamações, 18%, ou seja, demanda, de acordo com Magri (2009) prioridade nas ações.

A fim de auxiliar no processo de tomada de decisão com base no conceito de Silveira (2016), os dados coletados foram plotados no Diagrama de Pareto (Gráfico 1), de modo a facilitar a visualização dos grupos que ocorreram maior número de reclamações, direcionando deste modo a busca para melhor solucionar falhas e priorizar ações, tornando o reabastecimento dos EPI’s eficiente.

Gráfico 1 – Diagrama de Pareto das inconformidades dos EPI’s da usina de açúcar e álcool.

Fonte: Próprios autores.

O gráfico acima retrata as informações apresentadas na folha de contagem, dispostas no Diagrama de Pareto em ordem decrescente, possibilitando a análise acumulada das

18% 32% 43% 53% 63% 72% 80% 87% 92% 96% 100% 0% 20% 40% 60% 80% 100% 120% 0 5 10 15 20 25 30 35 RECLAMAÇÕES % AC

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inconformidades por grupos; supondo que seja sanada as inconformidades do grupo “luvas de proteção” e “blusas de proteção” 32% das inconformidades deixarão de ocorrer.

Portanto, foram analisados apenas os itens dos grupos luvas de proteção e blusas de proteção, cada qual possuindo respectivamente 13 e nove (9) itens, ou seja, 22 itens somadas ambas as classes, representando 29,33% de todos os itens de estoque, ao considerar que existem conforme levantamento 75 itens distintos.

Tais grupos de itens foram priorizados partindo do princípio do Diagrama de Pareto, o qual considera, conforme Santos e Gonçalves (2016) e Miguel (2006), que 20% dos itens resultam em 80% das inconformidades. Desta forma, considerando a totalidade de 11 grupos de estoque, 20% destes presume o tratamento prioritário de dois (2) grupos, ou seja, 18,18% dos grupos, que permitirão a resolução de 32% das inconformidades em detrimento de cerca de 80% exposto no campo teórico.

Com o intuito de restringir a amostra para apresentar um modelo base a ser adotado pela empresa no controle de seu estoque, reduziu-se a análise apenas a reclamação com maior índice. Desta forma, a análise fica restrita as luvas de proteção, com representatividade de aproximadamente 9,09% dos itens com índice de reclamação em 18%.

Portanto, avaliou-se de forma específica os itens que compõem o grupo luvas de proteção, conforme segue disposto no Quadro 3.

Quadro 3 – Folha de contagem das luvas de proteção da usina de açúcar e álcool.

Fonte: Próprios autores.

O Quadro 3 retrata a quantidade de reclamações que cada tipo de luva apresentou, desdobrando os dados do grupo luvas de proteção a fim de avaliar quais das luvas que compõem este grupo apresentam maior índice de inconformidades.

DESCRIÇÃO RECLAMAÇÕES DESCRIÇÃO RECLAMAÇÕES % AC % Descrição Material

LUVA RASPA C/REFORCO PUNHO LONGO 20CM 1 LUVA NITR FINA S/TALCO AZ 24CMX0,10MM 5 17% 17% LUVA ANTICORT TRICOT 2FIO ACO 3 LUVA SEG TRICOT BANHO NYLON/ELASTANO 4 31% 14% LUVA ANTIVIBRACAO TRICOTADA ALGODAO 2 LUVA ANTICORT TRICOT 2FIO ACO 3 41% 10% LUVA DESCARTAVEL LATEX PROCED 1 LUVA RASPA REFORCO CANO LONGO 3 52% 10% LUVA LATEX NIT 25CM SENSIPLUS 950 CA9633 1 LUVA ANTIVIBRACAO TRICOTADA ALGODAO 2 59% 7% LUVA NEOPRENE DUOMIX 405 FLOCAD T 7-7,5 2 LUVA NEOPRENE DUOMIX 405 FLOCAD T 7-7,5 2 66% 7% LUVA NITR FINA S/TALCO AZ 24CMX0,10MM 5 LUVA NITR REFORC CAN CURT FLOC VD33CM 2 72% 7% LUVA NITR REFORC CAN CURT FLOC VD33CM 2 LUVA CANAVIEIRA GRAFATEX DESTRO 2 79% 7% LUVA RASPA REFORCO CANO LONGO 3 LUVA VAQ DORSO RASPA MARROM CANO CURT 2 86% 7% LUVA SEG TRICOT BANHO NYLON/ELASTANO 4 LUVA RASPA C/REFORCO PUNHO LONGO 20CM 1 90% 3% LUVA CANAVIEIRA GRAFATEX DESTRO 2 LUVA DESCARTAVEL LATEX PROCED 1 93% 3% LUVA VAQUETA MARROM CANO CURTO 1 LUVA LATEX NIT 25CM SENSIPLUS 950 CA9633 1 97% 3% LUVA VAQ DORSO RASPA MARROM CANO CURT 2 LUVA VAQUETA MARROM CANO CURTO 1 100% 3%

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Tais dados inclusive possibilitam a observação por meio da aplicação do Diagrama de Pareto, aferindo assim a representatividade de cada item perante o total de itens pertencentes ao grupo luvas de proteção, bem como a representatividade perante o total de inconformidades. Os dados foram dispostos no Gráfico 2:

Gráfico 2 – Diagrama de Pareto das inconformidades dos luvas de proteção da usina de açúcar e álcool.

Fonte: Próprios autores.

Em detrimento dos resultados obtidos constatou-se que a luva NITR fina s/talco a224cmx0,10mm e a luva de segurança TRICOT banho nylon/elastano, representam ambas somadas 15,38% dos itens pertencentes ao grupo luvas de proteção, sendo que solucionando a ruptura de estoque dos dois primeiros itens serão resolvidas o equivalente a 31% das não conformidades referente as luvas de proteção e aproximadamente 5,52% das 163 inconformidades.

Identificou-se que uma das principais causas é o método empírico de previsão de demanda. Portanto, foram realizados cálculos, os quais possibilitaram estabelecer novos índices de estoque, baseando-se nos últimos 33 meses de consumo. Sendo assim, durante os últimos 33 meses foram consumidos 56.000 de ambos os itens, divididos na seguinte proporção: 49.022 unidades de luvas NITR fina s/talco a 224cmx0,10mm e 6.978 unidades de luvas de segurança TRICOT banho nylon/elastano, representando respectivamente 87,54% e 12,46%.

Estabelecendo-se como recorte temporal os últimos 33 meses de consumo, resultou-se em um valor médio mensal de consumo de aproximadamente 1.486 unidades de luvas NITR fina s/talco a224cmx0,10mm/mês e aproximadamente 212 unidades de luvas de segurança TRICOT banho nylon/elastano/mês.

17% 31% 41%52% 59% 66% 72% 79% 86% 90% 93% 97% 100% 0 1 2 3 4 5 6 RECLAMAÇÕES % AC

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Admite-se, conforme política de revisão de estoque da empresa, a formação de lote econômico de compras para um intervalo de ressuprimento equivalente a 60 dias ininterruptos, logo o Ponto de Ressuprimento (PR) deve ser de duas vezes o consumo médio mensal 2.972 unidades de luvas NITR fina s/talco a224cmx0,10mm/intervalo de ressuprimento e aproximadamente 424 unidades de luvas de segurança TRICOT banho nylon/elastano/intervalo de ressuprimento.

Considerando que se admite a média para o cálculo da previsão de consumo há necessidade do estabelecimento de um estoque de segurança, o qual conforme Pozo (2017) assegura a empresa condições de atender as necessidades dos clientes, caso ocorra imprevistos junto aos fornecedores ou aumento de demanda junto aos clientes, bem como possíveis falhas ou inconsistência nos relatórios administrativos da empresa.

Avaliado os fornecedores foi possível observar que o fornecimento dos EPI’s segue um padrão de tempo constante, contudo a demanda é variável, logo, viabilizando conforme Peinado e Graeml (2007), a aplicação da fórmula 𝐸𝑠 = 𝑍 × 𝜎𝑑 × √𝑇𝑅, a qual tem como preceito uma demanda variável com fornecimento constante. Desta forma, partiu-se do cálculo do Desvio Padrão da Demanda (σd), Tempo de Ressuprimento (TR) e Coeficiente normal da distribuição em função do nível desejado de serviço.

Quanto ao cálculo do Desvio Padrão da Demanda (σd) utilizou-se o consumo dos últimos 33 meses das luvas NITR e TRICOT sob a fórmula do Excel “=DESVPAD.A” encontrando assim os seguintes valores para σd: luva NITR com estoque de segurança de 450,85 e luva TRICOT 98,74.

O nível de satisfação definido pela empresa é de 60,26%; caso haja um aumento repentino de demanda durante o Tempo de Ressuprimento (TR) há 60,26% de probabilidade de que o Estoque de Segurança (ES) seja suficiente para suportar as oscilações. Para o percentual admitido pela empresa para o cálculo da fórmula do ES há a admissão de um coeficiente normal de distribuição em função ao nível desejado de serviço de 0,26.

Após definidos os valores do coeficiente normal de distribuição em função ao nível desejado de serviço (Z), o desvio padrão da demanda (σd) e Tempo de Ressuprimento (TR), é possível calcular o Estoque de Segurança (ES) da luva NITR e TRICOT respectivamente, onde:

𝐸𝑆 = 𝑍 × 𝜎𝑑 × √𝑇𝑅

Es = 0,26 x 450,85 x √30 = 642 Es = 0,26 x 98,74 x √30 = 141

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Após a definição do estoque de segurança foi possível estabelecer o Ponto de Pedido (PP), estoque máximo, estoque mínimo e lote de compra das luvas NITR E TRICOT. Para cálculo do PP utilizou-se o valor média de consumo diário, consumo médio mensal de 1.486 itens dividido por 30 dias, apresentando assim um consumo médio diário de aproximadamente 50 unidades da luva NITR.

𝑃𝑃 = (𝐶 × 𝑇𝑅) + 𝐸𝑆 PP = (50 x 30) + 642 = 2.142

O mesmo método foi adotado para calcular o ponto de pedido da luva TRICOT, que totalizou em 212 luvas/mês que divididas por 30 dias resultou em 8 luvas consumidas diariamente.

𝑃𝑃 = (𝐶 × 𝑇𝑅) + 𝐸𝑆 PP = (8 x 30) + 141 = 381

Posteriormente definiu-se o Lote de Compra (LC), que é a demanda média diária que estabelece um consumo de 50 luvas NIRT e 8 TRICOT, multiplicado pelo Intervalo de Ressuprimento (IR) de 60 dias, admitindo-se os respectivos Lotes de Compras (LC’s) para NIRT e TRICOT 3.000 unidades e 480 unidades. Já o Estoque Máximo (EMáx) e Estoque Médio (EMéd) das luvas NITR e TRICOT são definidos respectivamente como:

𝐸𝑀á𝑥 = 𝐸𝑆 + 𝐿𝐶 EMáx = 642 + 3.000 = 3.642 EMáx = 141 + 480 = 621 EMéd = LC/2 EMéd = 3.000/2 = 1.500 EMéd = 480/2 = 240

Tais informações subsidiaram a elaboração do gráfico de sistema de revisão contínua das luvas NITR e TRICOT, conforme apresentado abaixo:

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Gráfico 3 - Sistema de Revisão Contínua da luva NITR.

Fonte: Próprios autores.

O Gráfico 3 retrata o Sistema de Revisão Contínua do estoque após avaliação da demanda prevista, buscando minimizar as rupturas de estoque, admitindo um nível de serviço do Estoque de Segurança (ES) de 60,26%, quanto a cobertura em caso de oscilações de demanda durante o período do Tempo de Ressuprimento (TR).

Neste modelo o estoque seria suficiente para atender os 60 dias de consumo, com um Tempo de Ressuprimento (TR) de 30 dias, sendo que com 60,26% de nível de serviço para o Estoque de Segurança (ES) o consumo durante o Tempo de Ressuprimento (TR) poderia ser de até 142,8% do consumo médio mensal que não haveria ruptura de estoque, valor proporcional a um consumo de aproximadamente 42,84 dias, somado TR +ES. Afirma-se que tal estoque de segurança é apresentado em uma quantidade alta devido a imprevisibilidade de consumo, pois tomou-se como base para cálculo o princípio de um fornecimento constante com variação alta na demanda do produto.

Quanto ao Sistema de Revisão Contínua de estoque da Luva TRICOT segue disposta no Gráfico 4, sendo admitida para o Estoque de Segurança (ES) o mesmo nível de serviço, ou seja, 60,26%, quanto a cobertura em caso de oscilações de demanda durante o período do Tempo de Ressuprimento (TR).

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Gráfico 4 - Sistema de Revisão Contínua da luva TRICOT.

Fonte: Próprios autores.

Neste modelo o estoque seria suficiente para atender os 60 dias de consumo, com um Tempo de Ressuprimento (TR) de 30 dias, sendo que com 60,26% de nível de serviço para o Estoque de Segurança (ES) o consumo durante o Tempo de Ressuprimento (TR) poderia ser de até 158,75% do consumo médio mensal que não haveria ruptura de estoque, valor proporcional a um consumo de aproximadamente 47,625 dias, somado TR +ES. Afirma-se que tal estoque de segurança é apresentado em uma quantidade alta devido a imprevisibilidade de consumo, pois, tomou-se como base para cálculo o princípio de um fornecimento constante com variação alta na demanda do produto.

6 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Este trabalho não é totalmente conclusivo, necessitando assim de maiores investigações, pois apenas se avaliou um extrato para verificar a necessidade de um maior controle ou não do estoque a fim de diminuir as rupturas de estoque, sendo que em caso de adoção desse método pela empresa a amostra deverá ser analisada, corrigida em caso de falhas ou ampliada em caso de comprovação para que se obtenha um Lote Econômico de Compra (LEC) e assim a eficiência sistêmica, quando analisado logística, finanças, suprimentos, produção e demais áreas funcionais.

Apesar de avaliado apenas parte dos materiais consumidos pela empresa, constatou-se que há espaço para melhoria na eficiência do ressuprimento dos materiais, reduzindo significativamente o número de reclamações de não atendimento por ruptura no fornecimento de EPI’s.

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Há necessidade ainda de adoção de medidas de previsão de demanda, com informações contínua de setores como Departamento de Recursos Humanos (DRH) sobre a contratação de novos funcionários e possível extensão da jornada de trabalho, fato que influencia diretamente no consumo de materiais, Departamento de Produção sobre os cuidados com os EPI’s a fim de aumentar a vida útil dos equipamentos de proteção, bem como demais áreas funcionais que direta ou indiretamente fazem uso dos materiais ou estão ligados a seu reabastecimento.

Tais medidas possibilitariam a redução do consumo e, consequentemente, a desimobilização de capital, aumentando a capacidade de investimento e capital de giro, reduziriam as compras em caráter emergencial, que tem como fator primordial a cobrança de um ágil em função do imediatismo no fornecimento, destituindo os benefícios do Lote Econômico de Compra (LEC) e a expansão de possíveis fornecedores formando uma cartela primária, secundária e terciária de fornecimento com prazos e condições pré-estabelecidas.

O nível de imobilização de capital poderia ser reduzido ainda em função da escolha de fornecedores com menor Tempo de Ressuprimento (TR), a diminuição dos períodos de Compra (IR), a melhoria da eficiência nos usos do EPI’s, a melhoria no sistema de previsão de demanda que indicaria menores níveis de serviço para o Estoque de Segurança (ES), sendo que tais medidas devem ser avaliadas tanto teoricamente quanto em campo experimental, com uma reduzida quantidade de itens, sendo que a comprovação de eficiência é presunção da expansão das ações para os demais itens em estoque.

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Recebido em: 17 de abril de 2019 Aceito em: 02 de junho de 2020

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