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O PANORAMA DA REGULARIZAÇÃO AMBIENTAL DAS RODOVIAS FEDERAIS CONCEDIDAS NO BRASIL

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Academic year: 2021

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Maiara Oliveira Batista

Universidade de Brasília - UNB

maiaraobatista@gmail.com

O PANORAMA DA REGULARIZAÇÃO AMBIENTAL DAS RODOVIAS FEDERAIS

CONCEDIDAS NO BRASIL

Renata Rocha Torres Amaral

Agência Nacional de Transporte Terrestre - ANTT

renata.rochat@gmail.com

Fabiana Serra de Arruda

Universidade de Brasília - UNB

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REGIONAL, INTEGRADO E SUSTENTÁVEL (PLURIS 2018)

Cidades e Territórios - Desenvolvimento, atratividade e novos desafios Coimbra – Portugal, 24, 25 e 26 de outubro de 2018

O PANORAMA DA REGULARIZAÇÃO AMBIENTAL DAS RODOVIAS FEDERAIS CONCEDIDAS NO BRASIL

M. O. Batista, R. R. T. Amaral, F. S. de Arruda

RESUMO

O modo rodoviário é o mais utilizado para o transporte de carga e passageiros no Brasil. Salienta-se que a implantação e operação dessas rodovias impactam o meio ambiente, sendo a legislação ambiental instrumento essencial para regulamentar a mitigação desses impactos. Em 2011, foi instituído o Programa de Rodovias Federais Ambientalmente Sustentáveis - PROFAS, com o intuito regularizar ambientalmente as rodovias federais pavimentadas que não possuíam a Licença de Operação – LO. Deste modo, o objetivo deste trabalho consite em apresentar o panorama do processo de regularização ambiental das rodovias federais concedidas brasileiras. Foi identificado que das rodovias federais concedidas 15 possuem a LO e 5 estão com o processo de regularização ambiental em andamento. Ademais, a maioria dos impactos identificados na fase de operação de rodovia estão sendo contemplados nos programas socioambientais definidos na LO.

1 INTRODUÇÃO

Atualmente, o modo rodoviário é predominantemente utilizado para o transporte de carga e passageiros no Brasil (CNT, 2017). Neste contexto, a malha rodoviária federal é composta por 64.844,7 quilômetros de rodovias pavimentadas (DNIT, 2017) e, desse total, 9.344,8 km foram concedidos a empresas privadas por meio do Programa de Concessões de Rodovias Federais (ANTT, 2018). Esse Programa possui três etapas: na 1ª Etapa foram concedidos 6 trechos no período de 1994 a 1998; a 2º Etapa ocorreu entre 2008 e 2009 com a concessão de 8 trechos; a 3ª Etapa foram concedidos 7 trechos entre 2013 e 2014. Em 2015, houve a relicitação de um trecho da 1ª Etapa em função do vencimento do contrato de concessão, e em 2017 houve a caducidade de um dos trechos da 3ª etapa, totalizando atualmente 20 trechos de rodovias federais concedidas (ANTT, 2018).

Salienta-se que a implantação e a operação de rodovias provocam mudanças no meio ambiente, principalmente alterações na quantidade e qualidade de habitat, além da alteração dos processos hidrológicos e da paisagem circundante. Essas mudanças afetam processos ecológicos e na biodiversidade, podendo ser benéficas para algumas espécies e insignificantes ou negativo para outras (Fahrig e Rytwinski, 2009; Forman et al., 2003). No entanto, o período de implantação da maior parte das rodovias federais no Brasil antecedeu a edição das leis relacionadas à proteção do meio ambiente.

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Neste sentido, destaca-se que as discussões ambientais no Brasil somente se iniciaram após a Conferência de Estocolmo em 1972, o que possibilitou, a partir desse momento, o desenvolvimento de estruturas administrativas ambientais nos entes federativos e instrumentos para a realização da gestão do meio ambiente (Ribeiro, Kruglianskas, 2015). Portanto, na construção de parte significativa da malha rodoviária federal brasileira não foi realizada uma avaliação de impactos ambientais e, esses empreendimentos não foram submetidos ao processo de licenciamento ambiental vigente atualmente. Contudo, desde o planejamento à operação, as rodovias causam diversos impactos socioambientais na sua área de influência, logo, em todas as fases deste tipo de empreendimento o licenciamento ambiental exerce um papel fundamental.

Neste diapasão, o licenciamento ambiental é definido como o procedimento administrativo pelo qual o órgão ambiental licencia estudos iniciais do local de implantação, construção ou expansão, e operação de empreendimentos e atividades que fazem uso de recursos ambientais, considerando a disposições legais, regulamentares e normas técnicas aplicáveis ao caso (Lima, Magrini, 2010). Ressalta-se que a avaliação dos impactos socioambientais é regulada pela Resolução nº 001/1986 do Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama), sendo que as principais diretrizes do processo de licenciamento ambiental são explicitadas pela Resolução Conama nº 237/1997.

O processo de licenciamento abrange três fases: licenciamento prévio, licenciamento de instalação e licenciamento operacional. A Licença Prévia (LP) é dada no estágio preliminar do planejamento do empreendimento ou atividade, aprovando sua localização e projeto, a viabilidade ambiental e estabelecendo os requisitos básicos e condições a serem cumpridas nas próximas etapas de sua implementação. A Licença de Instalação (LI) permite a construção do empreendimento, de acordo com os planos, programas e projetos aprovados, incluindo medidas de controle ambiental e outras limitações. A Licença de Operação (LO) permite o funcionamento do empreendimento após verificação do cumprimento das condições estabelecidas no as licenças anteriores (Lima, Magrini, 2010).

Considerando o baixo índice regularidade ambiental de operação das rodovias federais, em 2011, o Governo Federal instituiu o PROFAS – Programa de Rodovias Federais Ambientalmente Sustentáveis com o objetivo de regularizar ambientalmente as rodovias federais pavimentadas que não possuíam licença ambiental na fase de operação.

Destarte, o objetivo deste trabalho consite em apresentar o panorama do processo de regularização ambiental das rodovias federais concedidas brasileiras, identificando a situação dessas rodovias antes e depois da criação do PROFAS.

2 MATERIAIS E MÉTODOS

Considerando o objetivo proposto, consultou-se a literatura quanto à legislação ambiental brasileira aplicada à fase de operação de rodovias e ao processo de regularização ambiental, de modo a explicitar também os principais impactos socioambientais relacionados ao tipo de empreendimento em questão. Em seguida, foi feito um levantamento da situação dos processos de regularização ambiental e da licença de operação das rodovias federais concedidas junto ao órgão ambiental competente e ao órgão regulador das concessões de rodovias federais, a Agência Nacional de Transportes Terrestres - ANTT. Por fim, analisou-se a coerência entre os estudos levantados e a legislação, ou seja, as condicionantes ambientais oriundas do processo de regularização

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ambiental e, os principais impactos socioambientais relacionados à fase da operação rodoviária.

3 RESULTADOS E DISCUSSÕES

3.1 Evolução Histórica da Legislação Ambiental e Regularização Ambiental

De acordo com Baruzzi (2015), as primeiras normas legais brasileiras relacionadas aos aspectos ambientais estavam mais associadas ao uso e ocupação das terras do que à proteção ambiental. A partir da década de 30, sugiram algumas legislações que trouxeram dispositivos com previsões gerais sobre o meio ambiente, relacionados principalmente à competência de legislar sobre as águas, florestas, caça e pesca e à proteção das belezas naturais e dos monumentos de valor histórico ou artístico (Baruzzi, 2015).

Somente a partir da década de 80, foram introduzidas no ordenamento jurídico brasileiro leis e normas para a proteção do meio ambiente aplicada às rodovias (Omena, Santos, 2008). Na Tabela 1 é apresentado a cronologia das principais legislações relacionadas ao licenciamento ambiental para a operação de rodovias.

Tabela 1 Cronologia das principais leis e normas relacionadas ao licenciamento ambiental para a operação de rodovias

Ano Legislação Abordagem

1981 Lei nº 6.938/81 Licenciamento Ambiental e Avaliação de Impacto Ambiental como

instrumento da Política Nacional de Meio Ambiente. 1986 Conama nº 001/86

As Estradas de rodagem foram considerada atividade modificadora do meio ambiente, necessitando assim de elaboração de EIA/RIMA no processo de licenciamento ambiental.

1988 Constituição

Federal de 1988

Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado.

1990 Decreto nº

99.274/90

Trouxe ao ordenamento jurídico a definição da Licença Prévia, Licença de Instalação e Licença de Operação.

1997 Conama nº 237/97

Explicita que a operação de empreendimentos utilizadores de recursos ambientais, efetiva ou potencialmente poluidoras, dependerá de prévio licenciamento ambiental.

1998 Lei nº 9.605/98

Lei de Crimes Ambientais. A operação de obras ou serviços potencialmente poluidores, sem licença do órgão ambiental, será considerado um crime ambiental, passível de detenção e multa.

2011 Portaria MMA/MT

nº 423/11

Criação o Programa de Rodovias Federais Ambientalmente Sustentáveis – PROFAS.

2012 Lei nº 12.651/12

Novo Código Florestal, com a atualização dos conceitos das Áreas de Preservação Permanente – APP, previsão de reposição ou compensação florestal.

2013 Portaria MMA/MT

nº 288/13

Atualização do Programa de Rodovias Federais Ambientalmente Sustentáveis – PROFAS.

2013 Portaria MMA

nº 289/13

Dispõe sobre procedimentos a serem aplicados pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis - IBAMA no

licenciamento ambiental de rodovias e na regularização ambiental de rodovias federais.

2015 Decreto nº

8.437/15

Regulamentou o disposto na alínea "h", inciso XIV do art. 7º, da Lei Complementar nº 140/11, estabelecendo que é de competência do órgão ambiental federal a regularização ambiental de rodovias federais pavimentadas.

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Mesmo diante das legislações criadas ao longo desse período, tendo em vista o baixo o índice regularidade ambiental das rodovias federais, o Governo Federal instituiu o Programa de Rodovias Federais Ambientalmente Sustentáveis – PROFAS, em 2011, por meio da Portaria Interministerial MMA/MT nº 423/2011, posteriormente substituída pela Portaria Interministerial MMA/MT nº 288/2013. O objetivo foi de promover a elaboração e execução dos projetos e atividades necessárias para a regularização ambiental das rodovias federais pavimentadas que não possuam licença ambiental, sendo aplicado às rodovias federais administradas pelo Departamento Nacional de Infraestrutura de Transporte - DNIT e pelas Concessionárias de rodovias federais, reguladas pela ANTT.

Baseado nessa regulamentação, o processo de regularização inicia-se por meio da assinatura do Termo de Compromisso de Regularização Ambiental – TCRA, entre os administradores das rodovias e o órgão ambiental. Posteriormente a assinatura do TCRA, o empreendedor deve apresentar o Relatório de Controle Ambiental – RCA, sendo, após a análise e aprovação do relatório, emitida a Licença de Operação – LO pelo órgão ambiental. Por meio da Licença de Operação – LO, o órgão ambiental estabelece as condicionantes, incluindo programas socioambientais, a fim de mitigar e/ou compensar os impactos socioambientais ocasionados pela operação rodoviária. Com a emissão da LO, o empreendedor deve executar as condicionantes ambientais e o órgão ambiental deve fiscalizar a execução. A Fig. 1 apresenta as etapas do processo de regularização ambiental.

Fig. 1 Etapas do processo de regularização ambiental instituído pelo PROFAS

O Relatório de Controle Ambiental - RCA é constituído por um diagnóstico socioambiental, levantamento de passivo ambiental rodoviário e pelos seguintes programas: Programa de Prevenção, Monitoramento e Controle de Processos Erosivos; Programa de Monitoramento de Atropelamento de Fauna; Programa de Recuperação de Áreas Degradadas; Programa de Mitigação dos Passivos Ambientais; Programa de Educação Ambiental; Programa de Comunicação Social; e Programa de Gestão Ambiental, incluindo gerenciamento de risco e de gestão de emergência.

Destaca-se que o órgão ambiental pode incluir ou excluir mais estudos e programas em função das especificidades do empreendimento, da região e legislação local pertinente, desde que adequadamente justificados para informar melhor sobre a tomada de decisão em relação aos impactos ambientais (Bragagnolo et al., 2017).

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Com o propósito de verificar os resultados das condicionantes e programas socioambientais, o empreendedor tem a responsabilidade de encaminhar, periodicamente, relatórios de monitoramento ao órgão ambiental competente, contendo, dentre outras, informações sobre as ações executadas e resultados alcançados. Por meio do relatório, é possível identificar a necessidade de adequação metodológica e/ou de implementação de novas medidas de mitigação ou compensatórias.

3.2 Impactos Socioambientais da Operação de Rodovias

O Manual do DNIT (2007) define a operação de rodovias como o conjunto de atividades relacionado ao atendimento, fiscalização e informação aos usuários das rodovias, contemplando também o gerenciamento dessas atividades e ações direcionadas à segurança, conforto e a fluidez do tráfego. Ademais, de acordo Sá (1996), na fase de operação são desenvolvidas ações de restauração do pavimento e outros melhoramentos, aumento de capacidade e segurança, duplicação parcial ou total da rodovia. No mesmo sentido, para Fogliatti et al. (2004), as atividades da fase de operação são as de conservação e de restauração. Nesse contexto, as atividades de conservação consistem em ações de correção, prevenção e manutenção das vias, incluindo intervenções físicas, quando necessário (Fogliatti et al., 2014). E as atividades de restauração estão relacionadas a ações de recuperação das características da via de forma a manter o nível de serviço adequado, podendo ser executadas obras e serviços para atendimento de novos padrões por exigência do tráfego, melhorias de capacidade e segurança ou por imposições ou limitações da legislação ambiental (Fogliatti et al., 2014).

Conforme a Portaria MMA nº 289/2013, desde que respeitadas as restrições nela disposta, as atividades desenvolvidas na operação rodoviária estão autorizadas após a assinatura do TCRA ou emissão LO.

Segundo Fogliatti et al. (2004), os impactos gerados pelas atividades da operação rodoviária, apesar de menos significativos do que na fase de implantação, atingem em maior proporção a área de influência do empreendimento e, em sua maioria são impactos irreversíveis, uma vez que ocorrerão durante toda a vida útil da via. Na Tabela 2 são apresentados os principais impactos socioambientais ocasionados principalmente pelas atividades de conservação, manutenção, intervenção nas vias e reordenamento do tráfego (Fogliatti et al., 2014).

Tabela 2 Principais impactos socioambientais causados pela operação rodoviária

Aceleração de processos erosivos Conflitos nas interfaces da rodovia com áreas de

proteção socioambiental

Acidentes Contaminação do solo

Acidentes com transporte de produtos perigosos Incêndios

Alteração das águas superficiais e subterrâneas Interação indesejável área urbana-rodovia

Alteração na circulação Perda de habitat natural da fauna

Alteração na paisagem Poluição atmosférica

Alterações nos sistemas de drenagem natural Proliferação de insetos causando danos à saúde

da população e trabalhadores

Assoreamento de cursos d'água e canais de drenagem Ruído e vibração

Atropelamento de fauna Fonte: Adaptado Fogliatti et al. (2004)

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3.3 Situação das Rodovias Federais Concedidas com relação ao PROFAS

Até julho de 2013, momento da atualização do PROFAS, existiam 15 trechos concedidos, sendo que apenas 05 concessões ainda não possuíam a LO, desses apenas 1 já tinha iniciado o processo para a obtenção da licença.

Após a atualização do PROFAS, foram concedidos mais 6 trechos rodoviários. No entanto, no contrato de concessão desses trechos já estava previsto que a concessionária de rodovias deveria assinar o TCRA para iniciar o processo de regularização ambiental, conforme preconizado no PROFAS. Dessa forma, até dezembro de 2014, todas as concessionárias, que não possuíam a LO ou não tinham iniciado o processo de licenciamento ambiental, assinaram o TCRA com órgão ambiental (ANTT, 2018). Até o momento, 4 concessionárias concluíram o processo de regularização ambiental, sendo 3 junto ao IBAMA e 1 junto à Secretaria de Estado do Meio Ambiente do Mato Grosso – SEMA/MT, obtendo a LO. A Tabela 3 apresenta a situação das licenças de operação das concessões rodoviárias com relação ao PROFAS.

Tabela 3 Situação das licenças de operação das concessões rodoviárias com relação ao PROFAS

Situação antes da atualização do PROFAS

(Julho/2013) Situação atual (2018)

Total de trechos concedidos 15 Total de trechos concedidos 20

Concessões com Licença de Operação 10 Concessões com Licença de Operação 15

Concessões sem Licença de Operação 5 Concessões que obtiveram a LO pelo

processo de regularização ambiental 4

Concessões em processo de

regularização ambiental 5

Nota-se que a atualização do processo contribui para o avanço na regularização da situação ambiental e nas obtenções das LO em rodovias federais concedidas. Atualmente, todas as concessões de rodovias federais possuem a LO ou estão com o processo de regularização ambiental em andamento.

3.4 Relação dos impactos e programas socioambientais

A eficácia do processo de licenciamento ambiental tem sido discutida em vários países baseadas nas análises de estudos técnicos (Söderman 2005, Sandham et al. 2013, Karlson

et al. 2014). Como exemplo de críticas apontadas cita-se a falha na abordagem de

potenciais impactos ambientais (Karlson et al. 2014). Portanto, a identificação de potenciais impactos na literatura se mostra significativa para este estudo.

Neste contexto, após o levantamento dos principais impactos socioambientais ocasionados na fase de operação rodoviária e a identificação dos programas socioambientais determinados nas licenças de operação emitidas em função do programa de regularização ambiental, foi realizada uma análise de correlação entre os impactos e os programas socioambientais.

Nessa análise de correlação foi identificado que os programas socioambientais definidos nas licenças de operação são bastante similares entre si, sendo as diferenças decorrentes das especificidades do empreendimento, da região ou de legislação local. Conforme já

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mencionado, o órgão ambiental pode incluir ou excluir programas socioambientais devido as características socioambientais do local em que o empreendimento está inserido.

Com relação aos principais impactos socioambientais gerados durante a fase de operação da rodovia, identificou-se que a maioria os impactos estão associados a algum programa socioambiental. Quanto ao impacto “perda de habitat natural da fauna”, esse foi o único que não foi associado a algum programa socioambiental. Entende-se que, por esse impacto possuir uma relevância maior durante a fase de implantação da rodovia, as ações de mitigação e compensação então relacionadas às condicionantes ambientais da Licença de Instalação e Autorização de Supressão de Vegetação, tais como compensação ambiental, plantio compensatório e condicionantes relacionadas a alteração de projeto visando uma maior conservação da área.

Tem-se também que um programa socioambiental pode contemplar a mitigação e/ou compensação de mais de um impacto, assim como um impacto pode ser contemplado em mais de um programa socioambiental. A Tabela 4 apresenta os impactos socioambientais relacionados aos programas socioambientais definidos pela Portaria MMA/MT nº 288/13 e pela LO de cada uma das concessionárias que obtiveram a licença por meio do PROFAS.

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ela 4 Im p ac tos soc ioam b ientais r elacion ad os aos p rogr a m as soc io am b ientais d ef in id os p ela P or tar ia M M A/M T n º 288/13 e pela LO Im p ac to s So cio a m b ien tais P ro g ram as So cio a m b ien tai s p rev is to s n a P o rtar ia MM A/MT n º 2 8 8 /1 3 L O n º 1 3 3 2 /2 0 1 6 d e 2 2 /0 3 /2 0 1 6 ( B R -101 /ES/B A ) L O n º 3 1 3 7 3 0 /2 0 1 6 d e 0 4 /1 1 /2 0 1 6 ( B R -1 6 3 /M T ) L O n º 1 3 5 5 /2 0 1 6 d e 1 7 /0 1 /2 0 1 7 ( B R -1 1 6 /R J) L O n º 1 3 8 4 /2 0 1 7 d e 0 9 /0 5 /2 0 1 7 ( B R -1 1 6 /R J/SP ) A cid e n tes co m tr an sp o rte d e p ro d u to s p er ig o so s, A lter aç ão d as á g u a s su p er fic iais e su b ter rân ea s, In cê n d io s, P o lu ição atm o sf ér ica, R u íd o e v ib raç ão P ro g ram a d e Gestão Am b ien tal, in cl u in d o g er en cia m e n to d e ris co e d e g estão d e e m er g ê n cia P ro g ram a d e Gestão e Su p er v is ão Am b ie n tal, in cl u in d o g er en cia m e n to d e ris co s e d e g estão d e e m er g ê n cia P ro g ram a d e Gestão Am b ien tal e Pr o g ram a d e Gestão d e R is co s e E m er g ê n cias P ro g ram a d e Gestão Am b ien tal P ro g ram a d e Gestão Am b ien tal A lter aç ão d as á g u as su p er ficia is e su b ter rân ea s, Alter aç ão n a p aisag e m , A lter aç õ es n o s s is te m as d e d ren ag e m n atu ral, Ass o rea m e n to d e cu rs o s d 'ág u a e ca n ais d e d ren ag e m , C o n ta m in aç ão d o s o lo , P ro lif er aç ão d e in seto s ca u sa n d o d an o s à saú d e d a p o p u laçã o e tr ab alh ad o res P ro g ram a d e R ec u p er aç ão d e Á rea s De g rad ad as P lan o d e R ec u p er aç ão d e Á rea s De g rad ad as P ro g ram a d e Gestão d e Á rea s De g rad ad as P ro g ram a d e R ec u p er aç ão d e Á rea s De g rad ad as --- A ce ler aç ão d e p ro ce ss o s er o siv o s, A lter aç ão d as á g u as su p er ficia is e su b ter rân ea s, Alter aç õ es n o s s is te m as d e d ren ag e m n atu ral, Ass o rea m en to d e cu rs o s d 'á g u a e ca n ai s d e d ren ag e m , C o n ta m in aç ão d o s o lo , P ro lif er aç ão d e in seto s ca u sa n d o d an o s à saú d e d a p o p u laçã o e tr ab alh ad o res P ro g ram a d e P rev en çã o , Mo n ito ra m e n to e C o n tr o le d e P ro ce ss o s E ro siv o s --- --- P ro g ram a d e P rev en çã o , Mo n ito ra m e n to e C o n tr o le d e P ro ce ss o s E ro siv o s P ro g ram a d e P rev en çã o , Mo n ito ra m e n to e C o n tr o le d e P ro ce ss o s E ro siv o s A lter aç ão d as á g u as su p er ficia is e su b ter rân ea s, Alter aç õ es n o s s is te m as d e d ren ag e m n atu ral, Ass o rea m en to d e cu rs o s d 'á g u a e ca n ai s d e d ren ag e m , C o n ta m in aç ão d o s o lo , P ro lif er aç ão d e in seto s ca u sa n d o d an o s à saú d e d a p o p u laçã o e tr ab alh ad o res P ro g ram a d e Mitig aç ão d o s P ass iv o s Am b ien tais P ro g ram a d e Mitig aç ão d o s P ass iv o s Am b ien tais --- P ro g ram a d e Mitig aç ão d o s P ass iv o s Am b ien tais ---

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Im p ac to s So cio a m b ien tais P ro g ram as So cio a m b ien tai s p rev is to s n a P o rtar ia MM A/MT n º 2 8 8 /1 3 L O n º 1 3 3 2 /2 0 1 6 d e 2 2 /0 3 /2 0 1 6 ( B R -101 /ES/B A ) L O n º 3 1 3 7 3 0 /2 0 1 6 d e 0 4 /1 1 /2 0 1 6 ( B R -1 6 3 /M T ) L O n º 1 3 5 5 /2 0 1 6 d e 1 7 /0 1 /2 0 1 7 ( B R -1 1 6 /R J) L O n º 1 3 8 4 /2 0 1 7 d e 0 9 /0 5 /2 0 1 7 ( B R -1 1 6 /R J/SP ) A tr o p ela m e n to d e fa u n a P ro g ram a d e Mo n ito ra m e n to d e A tr o p ela m e n to d e Fau n a P ro g ram a d e P ro teçã o à Fau n a P ro g ram a d e Mo n ito ra m e n to d e A tr o p ela m e n to d e Fau n a P ro g ram a d e Mo n ito ra m e n to d e A tr o p ela m e n to d e Fau n a Su b p ro g ra m a d e Mo n ito ra m e n to d e A tr o p ela m e n to d e Fau n a P ro g ram a d e Mo n ito ra m e n to d o A tr o p ela m e n to d a Fau n a Su b p ro g ra m a d e R es g ate e Af u g e n ta m e n to d e Fau n a A cid e n tes, A cid e n tes co m tr a n sp o rte d e p ro d u to s p er ig o so s, A lter aç ão n a cir cu laçã o , C o n flito s n as i n ter fac es d a ro d o v ia co m ár ea s d e p ro teçã o so cio a m b ien ta l P ro g ram a d e E d u ca çã o Am b ien ta l --- P ro g ram a d e E d u ca çã o Am b ien tal P ro g ram a d e E d u ca çã o Am b ien ta l e C o m u n icaç ão So cial P ro g ram a d e C o m u n icaç ão So cial e E d u ca çã o Am b ien tal A cid e n tes, A cid e n tes co m tr a n sp o rte d e p ro d u to s p er ig o so s, A lter aç ão n a cir cu laçã o , I n ter aç ão in d esej áv el ár ea u rb an a-ro d o v ia, C o n flito s n a s in ter fa ce s d a ro d o v ia co m ár ea s d e p ro teçã o s o cio am b ien tal P ro g ram a d e C o m u n icaç ão So cial P ro g ram a d e C o m u n icaç ão So cial P ro g ram a d e C o m u n icaç ão So cial --- --- A lter aç ão d as á g u as su p er ficia is e su b ter rân ea s, In cê n d io s --- P ro g ram a Am b ien ta l d e Op er ação P ro g ram a d e Gestão d e R esíd u o s P ro g ram a d e Ger en cia m en to d e R esíd u o s Su b p ro g ra m a d e Ger en cia m en to d e R esíd u o s --- P ro g ram a Am b ien ta l d e C o n str u çã o --- P ro g ram a d e R ec u p er aç ão d e Veg etaç ão P ro g ram a Am b ien ta l d e C o n str u çã o A lter aç ão d as á g u as s u p er ficia is e su b ter rân ea s --- --- --- P ro g ram a d e Qu alid ad e d e Ág u a ---

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4 CONCLUSÃO

Diante da abordagem realizada, revelou-se que a maioria dos principais impactos socioambientais relacionados à operação das rodovias estão contemplados nos programas socioambientais previstos nas licenças de operação. Identificou-se que as licenças possuem diferentes programas ambientais, isto ratifica o entendimento de (Bragagnolo et al. 2017) que os estudos ambientais devem se adaptar conforme o empreendimento e o local.

Ademais, por meio do levantamento das principais leis e normas relacionadas ao licenciamento ambiental para a operação de rodovias evidenciou que se trata de uma legislação recente. Contudo, o país vem evoluindo a fim de regularizar ambientalmente as rodovias federais, minimizando assim os impactos ocasionados pela operação das rodovias. Logo, essa regulamentação deve ser aprimorada constantemente baseada em análises quantitativas abrangendo ações de fiscalização e monitoração, visando mensurar intensidade, extensão ou duração dos impactos em cada região, para medir a eficácia do processo de licenciamento ambiental, corroborando com (Freitas et al., 2017).

Dessa forma, depreende-se que a atualização do PROFAS contribui para o avanço nas obtenções das LO em rodovias federais concedidas, pois considerando os 20 trechos rodoviários concedidos, a situação atual se configura da seguinte maneira: 15 concessões já possuem a Licença de Operação – LO e 5 concessões estão com o processo de regularização ambiental em andamento (ANTT, 2018).

Por fim, conforme Sandham et al., 2013 evidencia, é importante uma aproximação dos estudos acadêmicos e dos órgãos de gestão ambiental, uma vez que apenas a edição de leis e normas não são suficientes para aprimorar o processo de licenciamento, é necessário a capacitação dos profissionais envolvidos e a integração entre pesquisadores, empreendedores e os órgãos públicos responsáveis pelas questões ambientais no país.

5 AGRADECIMENTOS

Os autores agradecem à ANTT – Agência Nacional de Transportes Terrestres e FAPDF -Fundação de Apoio à Pesquisa do Distrito Federal pela apoio e viabilização deste estudo.

6 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

ANTT (2018) Rodovias. Disponível em: <http://www.antt.gov.br>. Acesso em: 01 de abril de 2018.

Baruzzi, L. (2015) Licenciamento ambiental e legitimidade: entre o déficit e o potencial democrático. Mestrado, Faculdade de Direito, Universidade de São Paulo, São Paulo. BRASIL (1981) Lei no 6.938, de 31 de agosto de 1981. Dispõe sobre a Política Nacional do Meio Ambiente, seus fins e mecanismos de formulação e aplicação, e dá outras providências.

BRASIL (1986) Resolução CONAMA nº 01, de 23 de janeiro de 1986. Estabelece as definições, as responsabilidades, os critérios básicos e as diretrizes gerais para uso e implementação da Avaliação de Impacto Ambiental como um dos instrumentos da Política Nacional do Meio Ambiente.

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BRASIL (1988) Constituição da República Federativa do Brasil de 1988.

BRASIL (1990) Decreto no 99.274, de 06 de junho de 1990. Regulamenta a Lei nº 6.902, de 27 de abril de 1981, e a Lei nº 6.938, de 31 de agosto de 1981, que dispõem, respectivamente sobre a criação de Estações Ecológicas e Áreas de Proteção Ambiental e sobre a Política Nacional do Meio Ambiente, e dá outras providências.

BRASIL (1997) Resolução CONAMA nº 237, de 19 de dezembro de 1997. Dispõe sobre procedimentos e critérios utilizados no licenciamento ambiental, de forma a efetivar a utilização do sistema de licenciamento como instrumento de gestão ambiental, instituído pela Política Nacional do Meio Ambiente.

BRASIL (1998) Lei nº 9.605, de 12 de fevereiro de 1998. Dispõe sobre as sanções penais e administrativas derivadas de condutas e atividades lesivas ao meio ambiente, e dá outras providências.

BRASIL (2011a) Portaria Interministerial nº 423, de 26 de outubro de 2011. Institui o Programa de Rodovias Federais Ambientalmente Sustentáveis – PROFAS.

BRASIL (2011b) Lei Complementar nº 140, de 08 de dezembro de 2011. Fixa normas, nos termos dos incisos III, VI e VII do caput e do parágrafo único do art. 23 da Constituição Federal, para a cooperação entre a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios nas ações administrativas decorrentes do exercício da competência comum relativas à proteção das paisagens naturais notáveis, à proteção do meio ambiente, ao combate à poluição em qualquer de suas formas e à preservação das florestas, da fauna e da flora; e altera a Lei no 6.938, de 31 de agosto de 1981

BRASIL (2012) Lei nº 12.651, de 25 de maio de 2012. Dispõe sobre a proteção da vegetação nativa; altera as Leis nos 6.938, de 31 de agosto de 1981, 9.393, de 19 de dezembro de 1996, e 11.428, de 22 de dezembro de 2006; revoga as Leis nos 4.771, de 15 de setembro de 1965, e 7.754, de 14 de abril de 1989, e a Medida Provisória no 2.166-67, de 24 de agosto de 2001; e dá outras providências.

BRASIL (2013a) Portaria Interministerial MMA/MT nº 288, de 16 de julho de 2013. Institui o Programa de Rodovias Federais Ambientalmente Sustentáveis – PROFAS, para fins de regularização ambiental das rodovias federais.

BRASIL (2013b) Portaria MMA nº 289, de 16 de julho de 2013. Dispõe sobre procedimentos a serem aplicados pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis - IBAMA no licenciamento ambiental de rodovias e na regularização ambiental de rodovias federais.

BRASIL (2015) Decreto nº 8.437, de 22 de abril de 2015. Regulamenta a Lei Complementar nº 140, de 8 de dezembro de 2011, para estabelecer as tipologias de empreendimentos e atividades cujo licenciamento ambiental será de competência da União.

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