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V Colóquio de Pesquisa Sobre Instituições Escolares –

ENTRE O INDIVIDUAL E O COLETIVO.

Crianças suas Cores e suas Culturas:

a multiculturalidade na sala de aula.

CLAUDINEI LOMBE

UNIVERSIDADE NOVE DE JULHO

PROGRAMA MESTRADO

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Sumário

Resumo...03 Abstract

...03

Introdução...04

Multiculturalismo, interculturalismo e etnopedagogia ...05

A Lei 10.639/03 e as relações escolares...07

Qual a cor do brasileiro?...09

Relato da pesquisa ...11

Considerações finais...16

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Titulo: Crianças suas Cores e suas Culturas: a multiculturalidade na sala de aula.

Resumo: Este artigo é o resultado da pesquisa realizado na escola EE Capitão Pedro Monteiro

do Amaral, entre alunos de 5ª série do ensino fundamental, e apresenta a importância da reflexão do trabalho pedagógico comprometido com a multiculturalidade, e a construção da imagem positiva de alunos que vivem conflitos raciais na comunidade escolar com uma formação multicultural.

Palavras chaves: multiculturalismo, afro-brasileiro e afrodescendente negro e não negro.

I title: Its children Colors and its Cultures: the multicultural Dade in the class room.

Abstract: This article is the result of the research accomplished in the school EE Captain Pedro

Monteiro of Amaral, among students of 5th series of the fundamental teaching, and it presents the importance of the reflection of the pedagogic work committed with the multiculturalidade, and the construction of the students' positive image that you/they live racial conflicts in the school community with a formation multicultural.

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Introdução

Este artigo faz uma analise sobre a relação da multiculturalidade e a interculturalidade, através da pesquisa de campo com coleta de dados sobre à auto-declaração dos alunos de 5ª série de uma escola pública de Ensino Fundamental, comparando com entrevista feita com os alunos identificando a questão da ancestralidade destas crianças identificando-as como afrodescendentes.

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Multiculturalismo, interculturalismo e etnopedagogia

O multiculturalismo no mundo

O multiculturalismo surge na América do norte em resposta as demandas apresentadas pelos movimentos das minorias raciais, Gonçalves e Silva (2006), McLaren (2000). Na Europa esta proposta também surgiu com este objetivo. Analisando o processo de formação destas populações entendemos a características e o que se propõem este multiculturalismo. Tanto na Europa quanto nos Estados Unidos, a constituição da população se deu diferente da brasileira e a proposta serviu apenas para evitar o confronto de culturas, tendo a cultura do branco como majoritária a convivência com outra cultura desde que não tire o Status da cultura dominante podemos denominar de tolerância racial. No primeiro momento as reivindicações não são aceitas, após colocá-las em um gueto, a hegemonia da cultura dominante continua no seu lugar de superioridade. Tanto na América do Norte e no Canadá, a cultura dos povos latinos e afro-americanos não é absorvida e reproduzida por todo o povo, estes estratos populacionais sofrem descriminação, racismo e preconceito nesta sociedade têm direitos sociais, mas não é uma população emancipada. Vivem conflitos que não permitem assumir o poder político destes países, e interferir na política econômica e nas relações internacionais, que interferem nos países da origem destas minorias. Outro exemplo, para citar um país Europeu, é a difícil convivência dos francês junto aos afro-descendentes, que são filhos das antigas colônias francesas e desde da década de 60 migraram para França, tiveram filhos neste país mas, seus direitos são parciais não são iguais dos francês nativos. Acabam sofrendo restrições que impedem exercer sua cidadania.

O multiculturalismo na realidade brasileira

O multiculturalismo no Brasil e deve ser chamado de interculturalismo. Comparar a nossa experiência social ao de outros países é um grande equivoco. Os meios de comunicação de massa que formam a opinião pública não deixa bem claro nas suas representações quem é a minoria neste país? Negros ou brancos? E os indígenas? E os outros estratos da população que nem se declaram brasileiros. Este é o entrave de assumir uma multiculturalidade em um país que não consegue definir sua identidade cultural nem política.

Podemos até tentar, mas temos dois projetos conflitantes, os negros com sua luta histórica de ter uma condição melhor na sociedade optaram por estruturar a sua identidade pela questão que diferencia o negro do branco a cor da pele. E esta escolha foi à opção para combater a ideologia do embranquecimento na população negra. Pressionando pelas estruturas racistas da sociedade brasileira, surge à miscigenação de negros e brancos, uma população mestiça. Que a princípio esperava-se o nascimento de sujeitos híbridos e estéreis que promoveria o extermínio

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do negro. Mas o feitiço se voltou contra o feiticeiro. Ora as crianças nasciam com traços negroides, mas com a pela clara, ora com traços arianos, mas com a pele escura, esta situação criou uma esquizofrenia no afrodescendente, que sendo negro, mas assumindo a cultura do branco seria aceito como negro de alma branca.

E nesta relação desconfortável, a cultura da população negra sobrevive nas entranhas da cultura branca, ou dominante, pressionando a sociedade através dos movimentos sociais, exigindo o seu espaço e obrigando aos dirigentes políticos a adotarem medidas denominadas de políticas públicas compensatórios. As propostas de políticas compensatórias como cotas terão com certeza um resultado diferente dos países que adotaram o multiculturalismo. Como já havia citado anteriormente, a elite dominante destes países como França era a população de brancos nativos que tiveram de adaptar sua cultura aos novos integrantes de sua sociedade. Nos Estados

Unidos da

América, a opção foi a de isolar a população negra da branca, e não permitir a miscigenação, e quando isto ocorria, mesmo que o individuo nasça Branco ele será Negro.

No Brasil a ideologia do embranquecimento queria extinguir o negro e sua cultura da sociedade. A interculturalidade que representa o conflito entre duas culturas representa melhor a realidade conflitante multirracial e multicultural da sociedade brasileira do que a multiculturalismo, que não consegue atender a demanda das necessidades da comunidade negra.

O etnopedagogia em resposta a real demandada brasileira

A etnopedagogia poderia seria uma alternativa de atender a demanda que nossa população apresenta, entre o conflito da comunidade negra de seu projeto de criar um grande movimento de mobilização social. Mobilizando a comunidade negra consciente e com uma identidade em comum, temos do outro lado a elite branca representada como classe dominante com seu projeto de identidade nacional, desarticula a possibilidade do êxito do movimento negro, com o discurso de se destruir a unidade nacional. Mantendo assim a hegemonia da classe dominante. Que se utiliza ideologia para dominar a maioria da população afrodescendente, com a ideologia do embranquecimento, a mobilidade social de alguns é garantida, não alterando assim a estruturação social. Uma etnopedagogia teria que construir uma nova sociedade, permitindo a todos com sua diversidade se apropria da construção da sua representação social, tirando o privilégio de uma única etnia se situar na condição de superioridade sobre a outra, mas contribuir para que o intercâmbio que existe nestas culturas. E que dê ao homem a sua condição de humano para construir na sociedade que conhecemos hoje numa humanidade de verdade.

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A Lei 10.639/2003 e as relações escolares

A Lei 10.639/2003 é uma tentativa de permitir a construção do sujeito afrodescendente em ambiente escolar, com uma representação mais autentica da população brasileira.

Figura 01

Este gráfico é uma expressão das condições de nossas salas de aulas principalmente das escolas públicas e privadas que os alunos afrodescendentes têm acesso. As relações de conflitos passam despercebidas pelos seus protagonistas, e as mensagens são emitidas da mesma forma, mas seus receptores a percebem de forma diferente. O processo de escolarização tem um efeito diferente para sujeitos diferentes, sem querer ser simplista, podemos pensar na profissão quando um filho de polícia assistindo um noticiário e vê seu pai sendo elogiado pelo seu ato de bravura ao conseguir prender um assaltante é evidente que sua representação é positiva, e bem diferente do filho do assaltante. O mesmo ocorre com crianças que em uma aula que seus antepassados são representados como escravo é diferente dos alunos que não sendo afrodescendentes se identificam com os proprietários destes escravos.

Neste caso ao apresentarmos a Lei pensamos antes refletir sobre sua relevância, ela foi apresentada como um artigo:

Esse art. 26-A foi inserido na LDB através da Lei n.º 10.639/2003 de 09 de janeiro de 2003, tornando obrigatório o „ensino sobre história e cultura Afro-brasileira‟ no ensino fundamental e médio, cujo conteúdo programático „incluirá o estudo da história da África e dos Africanos, a luta dos negros no Brasil, a cultura negra brasileira e o negro na formação da sociedade nacional‟, de resgatar „a construção do povo negro nas áreas social, econômica e políticas pertinentes à história do Brasil‟ ( § 1ª). Esses conteúdo deverão ser ministrado „no âmbito de todo o currículo escolar em especial nas áreas de educação Artística e de Literatura e história brasileira‟ ( § 2ª). Concordamos integralmente com a importância da inclusão desses conteúdos curriculares no ensino fundamental e médio de todos os estabelecimentos de ensino, sejam eles públicos ou privados. Porém, necessário se faz questionar sobre a formação dos docentes que irão trabalhar com esses novos conteúdos programáticos, dada a especificidade dos mesmos. Assim, os professores de maneira geral, e especialmente os professores de Educação Artística e de Literatura e História Brasileiras, terão que receber, em sua formação inicial ou continuada, subsídios teóricos suficientes para poder ministrar conteúdos que versam sobre a „história da África e dos Africanos, a luta dos negros no Brasil, a cultura negra brasileira e o negro na formação da sociedade nacional‟, sem os quais tal ensino não se efetivará.(Brandão, 2003:81)

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Um ano após a publicação da Lei 10.639/2003 o Conselho Federal de Educação, tendo como relatora a Prof.ª Dr. Petronilha Beatriz Gonçalves e Silva (Silva, 2004) participou da elaboração das diretrizes Curriculares Nacionais para Educação Étnico-Raciais e para o Ensino de História e Cultura Afro-brasileira e Africana. Nessas diretrizes é fica mais claro a relação da lei com a constituição que garante a todos o acesso a sua história, neste caso a construção do sujeito afro-descendente, como também o estatuto da criança e do adolescente, e as reivindicações do movimento negro ao longo do século XX.

“A própria experiência histórica da pluralidade cultural é em si o maior complicador para se discutir o papel das políticas públicas na reversão de desigualdades baseadas em diferenças de raças, de gênero, de preferência sexual, de geração e etc.” Gonçalves e Silva (2006:28)

Sendo a educação, segundo Silva (2004: 7), “[..] um dos princípios ativos e mecanismos de transformação de um povo e é papel da escola, de forma democrática e comprometida com a promoção do ser humano na sua integralidade [..]”, como também “[..] estimular a formação de hábitos e comportamentos que respeitem as diferenças e as características próprias de grupos e minorias.” Quando negada a educação que é essencial no processo de formação de qualquer sociedade, fecha-se o caminho da cidadania de um povo.

A escola também tem um papel social na visão de Lopes ( 2006 )

A escola, em nossa sociedade, é a segunda instituição responsável pelas relações de sociabilidade de crianças e jovens, depois, é claro, da família. Na escola, o aprendizado sobre as regras e valores sociais é experimentado sob a ótica do grupo. Não se trata de cada um com seus pais, mais sim com seus pares, mediadas pela figura do professor. Entretanto na escola cada vez mais jovem, a criança aprende logo a dividir a atenção e os cuidados do adulto com os outros do grupo. Esta é uma grande experiência fundante na sociedade escolar e na construção de identidades.

Qual a cor do brasileiro?

Em 1976 o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), fez em sua Pesquisa Nacional por Amostragem (PNAD), uma pesquisa para saber como o brasileiro se auto se define. Para surpresa do instituto foram contabilizadas 135 denominações.

1. Acastanhada 2. Agalegada 3. Alva 4. Alva-escura 5. Avalrenta 6. Avarinta 7. Ava-rosada 8. Alvinha 9. Amarela 10. Amarelada 11. Amarela-queimada 12. Amarelosa 13. Amorenada 47. clarinha 48. cobre 49. corada 50. cor-de-café 51. cor-de-canela 52. cor-de-cunha 53. cor-de-leite 54. cor-de-ouro 55. cor-de-rosa 56. cor-firma 57. crioula 58. encerada 59. enxofrada 92. morenada 93. morena-escura 94. morena-fechada 95. morenão 96. morena-parda 97. morena-roxa 98. morena-ruiva 99. morena-trigueira 100. morenia 101. mulata 102. mulatinha 103. negra 104. negrota

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14. Avermelhada 15. Azul 16. Azul-marinho 17. Bahiano 18. Bem-branca 19. Bem-clara 20. Bem-morena 21. Branca 22. Branca-avermelhada 23. Branca-melada 24. Branca-morena 25. Branca-pálida 26. Branca-queimada 27. Branca-sardenta 28. Branca-suja 29. Branquiça 30. branquina 31. bronze 32. bronzeada 33. bugrezinha-escura 34. burro-quando foge 35. cabocla 36. cabo-verde 37. café 38. café-com-leite 39. canela 40. canelada 41. cardão 42. castanha 43. castanha-clara 44. castanha-escura 45. chocolate 46. clara 60. esbranquecimento 61. escura 62. escurinha 63. fogoio 64. galega 65. galegada 66. jabo 67. laranja 68. lilás 69. loira 70. loira-clara 71. loura 72. lourinha 73. malaia 74. marinheira 75. marron 76. meio-amarela 77. meio-braca 78. meio-moriena 79. meio-preta 80. melada 81. mestiça 82. miscigenação 83. mista 84. morena 85. morena-bem-chega 86. morena-bronzeada 87. morena-canelada 88. morena-castanha 89. morena-clara 90. morena-cor-de-canela 91. morena-jambo 105. pálida 106. paraíba 107. parda 108. parda-clara 109. polaca 110. pouco-claro 111. pouco-morena 112. preta 113. pretinha 114. puxa-para-branca 115. quase-negra 116. queimada 117. queimada-de-praia 118. queimada-de-sol 119. regular 120. retinta 121. rosa 122. rosada 123. rosa-queimada 124. roxa 125. ruiva 126. russo 127. sapecada 128. sarará 129. saraúba 130. tostada 131. trigo 132. trigueira 133. turva 134. verde 135. vermelha. Figura 02-Rodrigues (1998:33 e 34)

O movimento negro com objetivo de fortalecer a alto imagem da população negra criou uma proposta de aglutinar a demanda pela construção de uma identidade, mesmo senso criando as categorias para organizar a Censo, e optado pelas denominações, da cor da pele como branca, preta, parda, amarela e indígena, a dificuldade de se assumir como pardo, fortaleceu o movimento negro, este considera negro todo aquele que se considerar não branco. Estaticamente as pessoas que se consideram negras são em sua maioria de cor preta e parda. No entanto, Lombe (2008:159) em sua proposta de trabalhar a construção da imagem positiva na escola constatou, que:

É no processo de relacionamento com o outro que construímos nossa auto- imagem, tendo vista a sociedade que valoriza aspectos fenótipos na definição de padrões de beleza e comportamento. Temos a criança negra sendo bombardeada o tempo todo pela mídia, nas relações sociais e na estrutura cultural que desprestigia qualquer aspecto relacionado á origem afro, obrigando estas crianças optarem por valores que dão aparentemente maior

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segurança emocional para que ele se sinta aceito no meio social. A negação da ancestralidade africana ocorre por dois motivos o primeiro é a desinformação e o segundo é que quando há algum tipo de informação ela é sempre relacionada a algo negativo.

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Relatório de pesquisa

Neste artigo apresento o resultado da pesquisa de minha dissertação de mestrado, foram entrevistada 173alunos da 5ª série da escola EE Capitão Pedro Monteiro do Amaral, no bairro do Parque Peruche, Zona Norte da Cidade de São Paulo. O objetivo da pesquisa era identificar os alunos afrodescendentes.

Metodologia

A pesquisa foi dividida em duas partes, a primeira parte foi documental, fiz um levantamento da pesquisa que a escola realiza no ato da matrícula onde os pais ou o responsável, declara a cor da criança. A segunda parte foi entregue um questionário cada aluno onde ele declarou sua cor, a de seus pais, se residem no bairro da escola, e origem de seus pais.

Resultados

Pesquisa nos prontuários dos alunos apresentou um resultado de 50 alunos brancos, 21 pretos, 21 pardos, amarelos 1, indígena 2 e não declaram 78 alunos.

Pesquisa no ato da matrícula

Branco Preto Pardo Amarelo Indígena Não optou Total

50 21 21 1 2 78 173

Figura 03.

P es quis a da es c ola no ato da matríc ula, alunos da 5ª s érie, ano de 2008, total de 173 alunos branc o 29% preto 12% pardo 12% amare lo 1% indige na 1% não o ptou 4 5% Figura 04.

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Pesquisa sobre o total da população brasileira

O IBGE, em sua amostragem apresenta os seguintes dados em uma população estimada em 191,3 milhões de habitantes, 49,7% de brancos, 6,9% de pretos, 42,6% pardos e amarelos ou indígenas 0,8%.

População brasileira Estimativa 2007 de 191,3 Milhões

Branco Preto Pardo Amarelo ou indígena

49,7% 6,9% 42,6% 0,8%

Figura 05 IBGE e Almanaque Abril

O B ras il em números 2007 - 191,3 milhões de B ras ileiros

branco 49% preto 7% pardo 43% amarelo ou indígenas 1% Figura 06

Pesquisa realizada junto aos alunos Sexo

Masculino Feminino

84 89

Figura 07.

Amos tra de g enero alunos da 5ª s érie do ano de 2008

mas culino 49% feminino 51% Figura 08. Você se declara

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Negro Branco Parda Moreno Amarelo Indígena Outros Abstenção

33 81 15 17 2 1 0 24

Figura 09

E ntrevis ta c om alunos da 5ª s eries do ano de 2008

negro(a) 19% branco(a) 46% parda 9% amarelo 1% indígena 1% abs tenção 14% moreno 10% Figura 10.

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Total de alunos afrodescendentes Afrodescendente Outros não declararam

91 58 24

Figura 11.

T otal de alunos afrodes c endentes em c omparaç ão aos outros e alunos não dec larantes , pes quis a realiz ada em 2008 c om

alunos de 5ª s éries . Afrodes cendente 52% outros 34% não declararam 14% Figura 12 Afrodescendente

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por pai por mãe negro

Não

negro Total

62 61 64 27 91

Figura 13

T otal de alunos afrodes c entes neg ros e não-neg ros

negro 70% não negro

30%

Figura 14.

O resultado deste levantamento um fato interessante, na amostragem que temos do IBGE, em 2007 a população do Brasil era de 191,3 milhões de habitantes que eram divididos em 4 grupos distintos; 49,7% de brancos, 6,9% de pretos, 42,6% pardos e amarelos ou indígenas 0,8%. Se pensarmos apenas no critério cor de pele, estaremos distantes de trabalhar a auto-imagem de nossa população. Quando analisamos os dados da escola e são obtidos no ato da matricula temos o resultado inicial uma recorte dos alunos pelo gênero em um grupo de 173 alunos identificamos 84 meninos e 89 meninas 49% e 51% respectivamente. Já a pesquisa nos prontuários dos alunos apresentou um resultado de 50 (29%) alunos brancos, 21(12%) pretos, 21(12%) pardos, amarelos 1(1%), indígena 2(1%) e não declaram 78(45%) alunos. Este quadro muda quando aplicando o questionário de entrevista com os alunos este quadro sofre uma enorme transformação, os alunos se declaram 81 (46%) alunos brancos, 33 (19%) negros, 15(9%) pardos, 17(10%) morenos, amarelos 2(1%), indígena 1(1%) e não declaram 24(14%). Estes dados apontam os resultados com a preocupação com a cor da pele.

No último gráfico, identifiquei os alunos afrodescendentes por parte de pai ou de mãe ou ambos. O resultado apresentou um dado desconsiderado pela escola e pelo IBGE, a questão da

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herança cultural. Crianças que se declararam brancas. Na constatação da ancestralidade, eram filhos ou filhas de casais onde o pai é negro e mãe branca, outro em que a mãe é negra e o pai branco, casos que ambos são negros e o aluno ou aluna e branco (a), e casos em que os pais são ambos brancos mais o filho ou a filha é negro (a).

O resultado da pesquisa apresentou 91 ( 52%) de alunos afrodescendentes, 58 (34%) outros e 24 (14%) não declaram. Entre os afrodescendentes, 54(70%) negros 27(30%) não negros.

Considerações Finais

A pesquisa foi realizada alunos da 5ª séries, justamente porque são estes alunos que apesar de fazerem parte do sistema público de ensino não receberam uma formação adequada as suas origens étnicas. Para confirmar esta minha afirmação tinha que identificar se a escola tinha alunos afrodescendentes, se moram no bairro, isto porque esta relação é muito importante em minha pesquisa. Na década de 30, a Frente Negra Brasileira (FNB), comprou lotes no bairro da zona norte para vender para população negra o objetivo era permitir aos negros se organizarem, terem um local para organizar suas vidas e dar dignidade a seus descendentes, 8 décadas depois o movimento negro consegue uma Lei que coloca a obrigatoriedade de se trabalhar a história da áfrica e cultura afro-brasileira, esta pesquisa quer constatar se a comunidade e a escola conhecem a lei e se ela esta criando novas relações entre professores, alunos e a comunidade local.

Referência Bibliográfica

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GONÇALVES, Luiz Alberto Oliveira & SILVA, Petronilha B. Gonçalves. Jogos das diferenças: o multiculturalismo e seus contextos. 4ª edição. Belo Horizonte: 2006.

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LOMBE, Claudinei. Projeto: Construção da Imagem Positiva: Trabalhando a Lei nº 10.639/2003 in Prefeitura do Município de São Paulo, Secretaria Municipal de Educação, Diretoria de Orientação Técnica. Orientações Curriculares e Expectativas de Aprendizagem para a

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MCLAREN, Peter. Multiculturalismo Revolucionário: pedagogia do dissenso para o novo milênio. Porto Alegre: ARTMED, 2000.

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Ético-Raciais e para o Ensino de História e Cultura Afro-Brasileira e Africana. Brasília:

Referências

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