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Custos hospitalares relacionados ao atendimento às vítimas de acidentes motociclísticos e os fatores associados em um Hospital de grande porte no sul do Brasil

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Custos hospitalares relacionados ao atendimento às vítimas de acidentes motociclísticos e os fatores associados em um Hospital de grande porte no Sul do Brasil

Débora Aparecida dos Santos1, Aline Daiane Schlindwein2

1Acadêmica do Curso de Medicina. Universidade do Sul de Santa Catarina, Palhoça, Brasil.

2

Programa de Pós-graduação em Ciências da Saúde. Universidade do Sul de Santa Catarina, Palhoça, Brasil.

Address correspondence to Aline Daiane Schlindwein, Programa de Pós-graduação em Ciências da Saúde, Universidade do Sul de Santa Catarina. Avenida Pedra Branca, 25, Cidade Universitária Pedra Branca. Cep: 88137-272, Palhoça – Santa Catarina, Brasil. Tel: +55 48 32791167; Email address: deborasantosap@gmail.com

RESUMO

Objetivo: Analisar os custos hospitalares relacionados ao atendimento às vítimas de acidentes motociclísticos e os fatores associados em um Hospital de grande porte no Sul do Brasil.

Método: Estudo transversal alinhado a uma pesquisa de análise econômica parcial de tecnologias em saúde com 294 vítimas de acidentes motociclísticos atendidas em um hospital de referência no atendimento ao trauma no Sul do Brasil. A coleta de dados foi feita através dos prontuários e do programa de Sistemas de Custos do Hospital. Os dados foram tabulados utilizando o software Windows Excel, e posteriormente exportados para o programa IBM SPSS versão 18.0, para análise estatística. O nível de significância estabelecido foi de p<0,05. Resultados: A média de idade dos motociclistas foi de 31,03 ± 10,31 anos sendo a maioria do sexo masculino (83,3%). Os acidentes ocorreram com maior frequência na sexta-feira (18,4%) e no sábado (17,7%) e no período da noite (36,7%). 86,1% dos pacientes avaliados necessitaram internação apresentando um tempo médio de internação de 10,22 ± 11,86 dias. As regiões corporais mais afetadas foram as extremidades (membros inferiores e superiores). O custo médio da internação foi de R$ 6134,69 ± 7120,14 e o custo profissional foi de R$ 769,53 ± 1088,69. As vítimas de acidentes motociclísticos que necessitaram passar por cirurgia apresentaram um custo médio direto do centro cirúrgico de R$ 1582,88 ± 1889,52 e indireto de R$ 989,22 ± 1180,53. O acometimento de MMII teve associação estatisticamente significativa com custo de internação (p< 0,001), custo profissional (p<0,001), raio x (p<0,001), material de implante (p= 0,015) e do centro cirúrgico. As lesões de abdome, pelve e períneo tiveram associação estatisticamente significativa com o custo direto e indireto do centro cirúrgico (p=0,038), custo de exames complementares como raio x (p=0,001) e Tomografia computadorizada (TC) (p<0,001). Os custos com TC também apresentaram associação com trauma cranioencefálico e lesão de tórax, além da ocorrência de internação e óbito. As lesões de tórax também apresentaram associação com o custo laboratorial (p<0,001).

Conclusão: O baixo padrão de segurança da motocicleta, o crescimento desse veículo como meio de transporte e o comportamento de risco, assumido muitas vezes pelos seus condutores, ocasiona números alarmantes de vítimas e lesões que demandam assistência hospitalar, desde internação até exames e procedimentos terapêuticos, e consequentemente custos elevados.

Palavras-chave

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INTRODUÇÃO

De acordo com a definição do Departamento Nacional de Trânsito, acidente é caracterizado por evento não intencional que envolve ao menos um veículo, motorizado ou não, que circula por uma via para trânsito de veículos (DENATRAN. 2001)

Desde 1974 a Organização Mundial da Saúde (OMS) declarou os acidentes de trânsito como uma importante questão de saúde pública. A importância dada aos acidentes de trânsito é pautada na preocupação acerca do impacto negativo que esses acidentes trazem para a saúde pública e para o desenvolvimento global (OMS. 2004). A OMS proclamou 2011 a 2020 como a década de ação pela segurança no trânsito, mostrando a relevância do tema em escala global (OMS. 2011).

A estabilização da economia nos primeiros anos do século XXI proporcionou um crescimento acentuado da frota de veículos, destacando as motocicletas, que por terem um custo menor e por serem mais ágeis e econômicas tiveram uma boa aceitação da população (Martins et al. 2013; Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada - IPEA. 2015). A frota de motocicletas cresceu aproximadamente 770% em menos de 20 anos, enquanto a frota geral de veículos teve um crescimento de 272%. Nesse mesmo período as motocicletas passaram de 11,5% da frota total de veículos para 26,8% (Associação Brasileira dos Fabricantes de Motocicletas, Ciclomotores, Motonetas, Bicicletas e Similares. 2016).

O aumento da frota de veículos, a mudança no estilo de vida e o comportamento de risco da população em geral parecem estar ligados a causa desses acidentes, considerados um fator importante de mortalidade e morbidade (Kanchan et al. 2012).

A estimativa chega a 1,3 milhões de mortes e 20 a 50 milhões de feridos por ano em acidentes de trânsito, sendo que as lesões resultantes são uma importante causa de incapacidade. Em média, uma em cada vinte vítimas será incapacitada permanentemente (OMS. 2013). Mais de 90% das mortes e lesões ocorrem em países de baixa e média renda, os quais representam menos da metade de veículos no mundo (OMS. 2011).

Além disso, os acidentes de trânsito são a principal causa de morte na faixa etária de 15 a 29 anos. A previsão é de que os acidentes de trânsito se tornem a 5ª causa de morte no mundo até 2030 (OMS. 2011). O Brasil possui uma das taxas mais altas de mortalidade no trânsito na região das Américas com 23,4 mortes por 100 mil habitantes (Organização Pan-americana de Saúde – OPAS. 2016).

Entre 1996 e 2009 a taxa de mortalidade por acidente motociclístico no Brasil teve um aumento médio de 19% ao ano com uma taxa variando entre 0,5 a 4,5/100.000 habitantes. Santa Catarina apresentou um crescimento de 10,5% nesse mesmo período e uma taxa de mortalidade de 8,5 em 2009, sendo a mais alta da região Sul (Martins et al. 2013).

Quando avaliam-se os acidentes em rodovias federais no ano de 2014, as motocicletas tiveram participação em 30% das ocorrências com vítimas fatais, além de 40,6% dos casos em que havia vítimas com lesões graves. Apresentaram também a taxa mais elevada de mortes a cada 100 acidentes por modalidade de transporte entre caminhões, automóveis e ônibus, com 7,3 mortes/100 acidentes (IPEA. 2015).

As complicações decorrentes deste tipo de acidente vão desde lesões diretas às vítimas, que podem levar ao óbito ou a incapacidade, até custos econômicos elevados para as vítimas, familiares e para o Estado (OMS. 2004). A perda econômica na maioria dos países é avaliada em cerca de 3% do Produto Interno Bruto (PIB) (OMS. 2011).

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No Brasil, entre 2000 a 2013, as vítimas dos acidentes motociclísticos representaram 31,1% das internações por acidentes de transporte terrestre que apresentavam diagnóstico sugestivo de sequela física, com 31,6% dos diagnósticos de sequela “provável” (Traumatismo crânio-encefálico e queimaduras) (Andrade et al. 2016). Consequentemente, este tipo de acidente tem uma grande porcentagem de vítimas que não foram a óbito, mas apresentaram lesões e sequelas físicas que demandam maior assistência hospitalar e internações, levando a um maior custo do Sistema Único de Saúde (SUS) com esses pacientes (Soares. 2016).

O encargo econômico dos acidentes motociclísticos pode ser classificado como direto, referindo-se aos custos médicos com exames, procedimentos, consultas, internações reabilitação e outros, e não médicos relacionados aos acompanhantes. E ainda os custos indiretos representados pela perda de produção e produtividade decorrentes da situação (Melione et al. 2008).

Os custos financeiros e sociais vão além da assistência oferecida pelo sistema público de saúde, envolvem perdas materiais, despesas previdenciárias, redução da produtividade do trabalhador, incapacidade ocasionada pelas lesões não-fatais, além do sofrimento das vítimas e seus familiares (Paixão et al. 2015; Zabeu et al. 2013; Bacchieri et al. 2011).

Apesar de representarem 18,6% dos acidentes de trânsito, os acidentes envolvendo motocicletas correspondem a 25,8% dos custos totais relacionados aos acidentes de transporte e demonstram uma tendência de crescimento na participação dos gastos. De 2007 a 2014 apresentaram um crescimento de aproximadamente 23%. Esse crescimento pode ser atribuído ao aumento do total de acidentes e das mortes (IPEA. 2015).

Em 2015, o valor pago pelo SUS à assistência à saúde das vítimas de acidentes motociclísticos ultrapassou 130 milhões de reais em todo o Brasil e em Santa Catarina esse valor chegou a 8 milhões (DATASUS. 2015).

Diante do grande impacto social e econômico dos acidentes motociclísticos demonstrado pelos dados expostos, principalmente pelo crescimento elevado das taxas de mortalidade por acidentes motociclísticos ao longo das últimas décadas no Brasil e em Santa Catarina (Martins et al. 2013) e o aumento da participação deste tipo de acidente nos gastos do SUS, ratifica-se um cenário preocupante. Portanto, este estudo tem como objetivo analisar os custos hospitalares relacionados ao atendimento a vítimas de acidentes motociclísticos e os fatores associados no Hospital Regional de São José Dr Homero de Miranda Gomes de janeiro a dezembro de 2016. MATERIAIS E MÉTODOS

Estudo epidemiológico observacional com delineamento transversal. Enquadra-se como uma pesquisa de análise econômica parcial de tecnologias em saúde onde o relato contempla a análise dos custos (Ministério da Saúde. 2014).

O estudo foi realizado no Hospital Regional de São José Dr Homero de Miranda Gomes (HRSJ), referência regional no atendimento ao trauma.

A seleção da amostra foi feita por amostragem probabilística aleatória. O tamanho da amostra foi calculado no programa Open Source Epidemiologic Statistics for Public Health (OpenEpi) 3.03a da Emory University, Escola Rollins de Saúde Pública, Atlanta, Estados Unidos da América (Dean et al. 2017). Uma amostra de 292 prontuários foi calculada como suficiente, com nível de confiança de 95% e poder de 80%, para medir diferenças entre médias de 50,6; tomando como base o custo médio de internação por sexo (feminino R$ 543,80 e desvio padrão de 172,60, masculino R$ 493,20 e desvio padrão de 133,10 (Luna. 2012).

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A população constituiu-se por 294 vítimas de acidentes motociclísticos atendidas no HRSJ no ano de 2016, com idade maior ou igual a 18 anos, de ambos os sexos. Foram excluídas vítimas de acidentes motociclísticos oriundas de outras Instituições Hospitalares e/ou indivíduos onde a busca pelo atendimento ocorreu em tempo superior a 12 horas.

Os dados relacionados às variáveis dependentes foram extraídos do programa Sistema de Custos do Hospital e exportados para uma planilha do Software Windows Excel para análise.

As variáveis dependentes utilizadas nesse estudo foram as variáveis de custo profissional (salário/hora), custo da tomografia (valor por unidade do exame), custo do raio x (valor por unidade do exame), custo do laboratório (valor por unidade do exame), custo de internação (valor por dia de internação), custo do material de implante, como órteses e próteses (valor por unidade do material usado), custo direto do centro cirúrgico, custo indireto do centro cirúrgico, todas com a utilização em reais.

Com relação as variáveis independentes destacam-se as características demográficas como idade (em anos) e sexo (masculino, feminino), as variáveis relacionadas ao atendimento das vítimas como dia da semana (domingo, segunda-feira, terça-feira, quarta-feira, quinta-feira, sexta-feira, sábado) e período do dia (madrugada da 00h às 6h, manhã das 6h às 12h, tarde das 12h às 18h, noite das 18h à 00h) em que ocorreu o acidente, às características clínicas como lesões (traumatismo crânio encefálico-TCE/face, membros superiores, tórax, abdome/pelve/períneo, membros inferiores, coluna/trauma raquimedular-TRM), internação (sim, não), óbito (sim, não) e tempo no hospital (em horas, dias ou meses).

Análise dos dados

Os dados foram tabulados utilizando o software Windows Excel, e posteriormente exportados para o programa IBM SPSS Statistics. Version 18.0. [Computer program]. Chicago: SPSS Inc; 2009. Os dados qualitativos foram apresentados na forma de frequências (simples e relativa) e os dados quantitativos em média e desvio padrão. A associação entre os desfechos e as variáveis de exposição foi calculada a partir do teste T de student ou análise de variância (Anova) de uma via. O nível de significância estabelecido foi de p<0,05.

Ética

O projeto foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa com Seres Humanos da Universidade do Sul de Santa Catarina sob CAAE 69898017.7.0000.5369.

RESULTADOS

Foram avaliadas 294 vítimas de acidentes motociclísticos atendidas ou internadas no HRSJ. A média de idade foi de 31,03 ± 10,31 anos com mínimo de 18 e máximo de 62 anos. A faixa etária com maior prevalência neste estudo foi dos 18 aos 29 anos, com 156 pacientes (53,06%). A maioria dos pacientes eram do sexo masculino (83,3%). Os acidentes ocorreram com maior frequência na sexta-feira (18,4%), seguido pelo sábado (17,7%) e no período da noite (36,7%) (Tabela 1).

Necessitaram de internação 86,1% dos pacientes, apresentando um tempo médio de internação de 10,22 ± 11,86 dias com um máximo de 97 dias. As regiões corporais mais afetadas foram as extremidades, sendo que 166 vítimas apresentaram lesões em membros inferiores (MMII) e 112 pacientes nos membros superiores (MMSS). Tiveram o óbito como desfecho 4 pacientes (1,4%), que apresentaram como lesão o TCE.

O custo médio da internação foi de R$ 6134,69 ± 7120,14 com um máximo de R$ 58.200,00 e o custo profissional foi de R$ 769,53 ± 1088,69. As vítimas de acidentes motociclísticos que necessitaram passar por

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cirurgia apresentaram um custo médio direto do centro cirúrgico de R$ 1582,88 ± 1889,52 e indireto de R$ 989,22 ± 1180,53 (Tabela 2).

As lesões de coluna apresentaram o maior custo de internação (R$10800,00 ± 12029,96), porém sem significância estatística (p=0,140) (Tabela 3). O acometimento de MMII teve associação estatisticamente significativa com custo de internação (R$7416,87 ± 8034,96) (p< 0,001) (Tabela 3) e outros custos como profissional (R$1053,82 ± 1284,31) (p<0,001) (Tabela 4), raio x (R$296,66 ± 239,68) (p<0,001) (Tabela 5), material de implante (R$460,98 ± 1344,89) (p= 0,015) (dados não mostrados) e do centro cirúrgico (Tabela 6)

As lesões de abdome, pelve e períneo também tiveram associação estatisticamente significativa com o custo direto e indireto do centro cirúrgico (p=0,038) (Tabela 6), além do custo de exames complementares como raio x (R$ 377,39± 449,82) (p=0,001) e TC (R$649,57 ± 499,59) (p<0,001) (Tabela 5).

Os custos com TC também apresentaram associação com TCE e lesão de tórax, além da ocorrência de internação e óbito. As lesões de tórax também apresentaram associação com o custo laboratorial (p<0,001) (dados não mostrados). Assim como o raio x também apresentou significância estatística com a internação. DISCUSSÃO

Neste estudo os resultados mostraram predomínio do sexo masculino e mais da metade das vítimas tinham entre 18 e 29 anos (53,06%), que junto a faixa etária dos 30 aos 41 anos, totalizavam 82,31% das vítimas. O percentual entre gêneros e também faixas etárias mantém o padrão de outros estudos, em que a maioria dos acidentados eram homens e jovens (Santos et al. 2008; Soares. 2013; Neta et al. 2012). Este perfil corrobora com o descrito pela OMS, mostrando que homens jovens são a maioria entre os acidentados de motocicleta. Alguns fatores que podem ajudar a justificar essa predominância de sexo e faixa etária mantida em vários países são a inexperiência, a impulsividade, a conduta opositora às leis de trânsito e normas de segurança e o comportamento de risco, atitudes mais comumente encontradas na idade mais jovem e culturalmente nos homens (Soares. 2013; Neta et al. 2012; Santos et al. 2008). Esta é também a população que se encontra na fase mais produtiva de suas vidas, acarretando custos sociais altos com a perda de produção por morte ou sequelas. Custo este estimado em aproximadamente 5 bilhões no ano de 2014 como consequência dos acidentes de trânsito nas rodovias federais (IPEA. 2015). As consequências da perda de produção acabam recaindo sobre a previdência social e sobre a família das vítimas.

A sexta-feira foi o dia da semana com maior número de acidentes (18,4%), seguido pelo sábado (17,7%), segunda-feira (16%) e quarta-feira (16%). O período noturno teve o maior número de acidentes (36,7%), seguido pelo período vespertino (31,3%). Outros estudos apresentaram distribuição semelhante, com maior concentração de acidentes durante os finais de semana e também no período noturno (Zabeu et al. 2012; Neta et al. 2012). Um estudo que avaliou o uso de álcool em vítimas de acidentes de motocicleta deduziu que o número aumentado de acidentes nesse período deve-se tanto ao consumo de bebidas alcoólicas quanto pela redução da visibilidade e pelo cansaço ao final do dia. O mesmo estudo evidenciou também três vezes mais chance de ocorrência de acidentes no final de semana quando o consumo de álcool aumenta (Santos et al. 2008). Os que necessitaram de internação (86,1%), tiveram uma média de permanência de 10,22 dias, com um máximo de 97 dias. O custo médio da internação foi de R$ 6134,69 ± 7120,14 com um máximo de R$ 58.200,00. Além do custo com internação desses pacientes, existe um gasto social ainda maior com a ausência no trabalho (paciente e acompanhante), seguro saúde e gastos com a recuperação/reabilitação. Em um estudo realizado em Goiânia, a maioria dos pacientes ficou de 3 a 15 internados (Sado et al. 2009), enquanto em outro

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estudo em um hospital de trauma a média de internação ficou em torno de 26 dias (Soares. 2013). Com relação aos custos, uma pesquisa que analisou vítimas de motocicleta com fraturas faciais teve um custo médio de internação de R$ 538,30 (Luna. 2012), um valor baixo quando comparado aos resultados do estudo atual, porém explicado pela seleção da população, limitada apenas a lesões faciais.

A motocicleta é um veículo que apresenta baixo padrão de segurança, proporcionando pouca proteção aos seus passageiros, sendo assim, os motociclistas absorvem o impacto das colisões com o próprio corpo, aumentando o risco de múltiplas lesões e com maior grau de gravidade, o que demanda maior tempo de cuidado. Este fato também explica porque a região corporal mais afetada são as extremidades, sendo que os MMII corresponderam a 56,5% de todas as vítimas e os MMSS a 38,1%, padrão também apresentado em outros estudos (Zabeu et al. 2013; Eroglu et al. 2013; Silveira et al. 2016; Neta et al. 2012; Santos et al. 2008).

A falta de proteção e a predominância de lesões em MMII também justifica a associação estatisticamente significativa do acometimento de MMII com o custo de internação (R$7416,87 ± 8034,96) (p< 0,001) (Tabela 3) e outros custos como profissional (R$1053,82 ± 1284,31) (p<0,001) (Tabela 4), raio x (R$296,66 ± 239,68) (p<0,001) (Tabela 5), material de implante (R$460,98 ± 1344,89) (p= 0,015) (dados não mostrados) e do centro cirúrgico (Tabela 6). Isso mostra que grande parte das vítimas com trauma em MMII necessitam de internação para além de cuidados especiais, à realização de cirurgia com implantação de material para reconstrução do membro afetado e exames de controle como raio x.

As lesões de abdome, pelve e períneo também tiveram associação estatisticamente significativa com o custo direto e indireto do centro cirúrgico (p=0,038) (Tabela 6). Essas lesões necessitam muitas vezes de procedimentos cirúrgicos tanto para diagnóstico de lesões como para terapêutica. As vítimas de acidentes motociclísticos que necessitaram passar por cirurgia apresentaram um custo médio direto do centro cirúrgico de R$ 1582,88 ± 1889,52 e indireto de R$ 989,22 ± 1180,53 (Tabela 2).

Tiveram como desfecho o óbito 1,4% dos pacientes, sendo que todos apresentavam como lesão o TCE. Um estudo epidemiológico sobre acidentes de motocicleta na cidade de São Paulo constatou que mais da metade das mortes tiveram como causa o TCE e hemorragias internas traumáticas (Koizumi. 1982). Enquanto as lesões de extremidades são apontadas como a principal causa de morbidade, a alta letalidade fica por conta dos TCEs (Zabeu et al. 2013; Neta et al. 2012).

O custo da TC teve significância estatística em pacientes que sofreram TCE, lesões em tórax ou abdome, pelve e períneo. Pacientes internados e que vieram a óbito também tiveram associação com o exame. A repercussão de tais lesões além de consequências graves para o paciente, demandam maior custo com exames complementares, já que a TC é um exame de alto custo. No entanto, um estudo demonstrou que traumas do tronco podem ser avaliados com alta sensibilidade e especificidade apenas através do raio x de tórax, pelve e a realização de Focused Assesment with Sonography for Trauma (FAST) (Filho et al. 2015), o que mostra um gasto alto com um exame que pode ser substituído por outros com custo mais baixo e sem haver prejuízo na avaliação do paciente.

Este estudo apresentou como principal limitação os custos subestimados, devido a dados incompletos nos prontuários, que não permitem que seja realizada uma pesquisa de análise de custos mais fidedigna. Além disso, alguns pacientes foram transferidos para outras instituições hospitalares, o que não oportunizou avaliar efetivamente os custos. No entanto, a amostra de pacientes que necessitou de transferência é inexpressiva, tendo em vista o número amostral do estudo. No ano de 2016 o referido hospital atendeu uma população em torno de

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3000 vítimas de acidentes motociclísticos, o número amostral obtido no estudo e o processo de seleção da amostra torna-o representativo desta população. Outro fator determinante para a execução deste estudo foi que o hospital conta com um setor que analisa mensalmente os custos diretos e indiretos referentes aos pacientes, o que facilitou a compilação de alguns dados.

As vítimas de acidentes motociclísticos encontradas neste estudo são predominantemente do sexo masculino e jovens, principalmente de 18 a 29 anos. Os acidentes ocorreram mais frequentemente no período noturno e no final de semana. A principal região corporal acometida foram os MMII. O tempo médio de internação foi de 10,22 dias, com um custo médio de R$ 6134,69 e associação estatística com lesão em MMII. As lesões de abdome, pelve e períneo apresentaram associação estatística com o custo do centro cirúrgico (p=0,038), além do custo de exames complementares como raio x (R$ 377,39± 449,82) (p=0,001) e TC (R$649,57 ± 499,59) (p<0,001). As lesões de TCE também apresentaram associação com os custos de TC. O baixo padrão de segurança da motocicleta, o crescimento deste veículo como meio de transporte e o comportamento de risco, assumido muitas vezes pelos seus condutores, ocasiona números alarmantes de vítimas e lesões que demandam assistência hospitalar, desde internação até exames e procedimentos terapêuticos, e consequentemente custos elevados mostrados neste estudo.

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REFERÊNCIAS

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21. Soares FHC. Custos diretos dos acidentes por motocicleta em um hospital de trauma. Setembro de 2011 a agosto de 2012 [dissertação]. Recife: Instituto de Medicina Integral Prof. Fernando Figueira, Programa de Pós-Graduação em Avaliação em Saúde; 2013.

22. World Health Organization. Decade of action for road safety 2011-2020: Saving millions of lives. 2011. Disponível em: http://who.int/violence_injury_prevention/publications/road_traffic/saving_million s_lives_en.pdf?ua=1&ua=1. Acesso em Março 15, 2017.

23. World Health Organization. Global plan for the decade of action for road safety 2011-2020. Geneva,

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24. World Health Organization. WHO global status report on road safety 2013: supporting a decade of

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Tabela 1. Caracterização das vítimas de acidentes motociclísticos atendidas ou internadas em um hospital de grande porte no ano de 2016.

TCE= Trauma cranioencefálico; MMSS= membros superiores; MMII= membros inferiores; TRM= Trauma raquimedular.

Variáveis n Frequência relativa

(%) Sexo

Feminino 49 16,7

Masculino 245 83,3

Dia da semana em que ocorreu o acidente

Domingo 33 11,2 Segunda-feira 47 16,0 Terça-feira 29 9,9 Quarta-feira 47 16,0 Quinta-feira 32 10,9 Sexta-feira 54 18,4 Sábado 52 17,7

Período do dia em que ocorreu o acidente

Manhã 70 23,8 Tarde 92 31,3 Noite Madrugada 108 24 36,7 8,2 Lesões TCE/Face Sim 32 10,9 Não 262 89,1 Lesões MMSS Sim 112 38,1 Não 182 61,9 Lesões Tórax Sim 12 4,1 Não 282 95,9 Lesões Abdome/Pelve/Períneo Sim 23 7,8 Não 271 92,2 Lesões MMII Sim 166 56,5 Não 128 43,5 Lesões Coluna/TRM Sim 5 1,7 Não 289 98,3 Internação Sim 253 86,1 Não 41 13,9 Óbito Sim 4 1,4 Não 290 98,6

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Tabela 2. Custos médios hospitalares das vítimas de acidentes motociclísticos atendidas ou internadas em um hospital de grande porte no ano de 2016.

Custos Média ± Desvio Padrão

(R$) Internação Profissional Tomografia computadorizada 6134,69 ± 7120,14 769,53 ± 1088,69 238,78 ± 445,98 Radiografia Laboratório Material de implante 246,67 ± 206,44 18,82 ± 150,79 220,53 ± 886,04

Diretos do Centro Cirúrgico 1582,88 ± 1889,52 Indiretos do Centro Cirúrgico 989,22 ± 1180,53

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Tabela 3. Análise do custo de internação em relação as características demográficas, clínicas e relacionadas ao atendimento das vítimas de acidentes motociclísticos atendidas ou internadas em um hospital de grande porte no ano de 2016.

Custo de Internação

Variáveis Média (R$) Desvio Padrão p

Gênero Feminino 4579,59 5606,73 0,094

Masculino 6445,71 7355,97

Dia da semana em que ocorreu o acidente* Domingo 4981,82 4772,93 0,316 Segunda-feira 7072,34 8276,04 Terça-feira 4324,14 4061,11 Quarta-feira 5655,32 5816,87 Quinta-feira 7931,25 11655,11 Sexta-feira 5488,89 5190,80 Sábado 7026,92 7616,70

Período do dia em que ocorreu o acidente* Manhã 5640 6473,81 0,748 Tarde 5784,78 6634,72 Noite 6650 7713,96 Madrugada 6600 8148,41

Lesões TCE Sim 7350,00 7921,88 0,307

Não 5986,26 7018,19 Lesões MMSS Sim 5250,00 5088,94 0,095 Não 6679,12 8087,10 Lesões Tórax Sim 8300,00 7400,93 0,283 Não 6042,55 7106,93 Lesões Abdome/pelve/períneo Sim 7513,04 6492,14 0,334 Não 6017,71 7169,73 Lesões MMII Sim 7416,87 8034,97 <0,001 Não 4471,88 5305,40 Lesões Coluna/TRM Sim 10800,00 12029,93 0,140 Não 6053,98 7012,93 Internações Sim 7128,85 7199,20 <0,001 Não 0,00 0,000 Óbito Sim 6000,00 8912,92 0,970 Não 6136,55 7111,48

Teste T de student. * Análise de Variância (ANOVA). TCE= Trauma cranioencefálico; MMSS= membros superiores; MMII= membros inferiores; TRM= Trauma raquimedular.

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Tabela 4. Análise do custo profissional em relação as características demográficas, clínicas e relacionadas ao atendimento das vítimas de acidentes motociclísticos atendidas ou internadas em um hospital de grande porte no ano de 2016.

Custo Profissional

Variáveis Média (R$) Desvio Padrão p

Gênero Feminino 867,89 1555,03 0,504

Masculino 747,83 959,81

Dia da semana em que ocorreu o acidente* Domingo 796,21 633,53 0,602 Segunda-feira 1045,05 1769,20 Terça-feira 648,65 904,01 Quarta-feira 745,29 1288,54 Quinta-feira 801,74 754,422 Sexta-feira 572,54 616,64 Sábado 788,56 933,06

Período do dia em que ocorreu o acidente* Manhã 880,23 1247,80 0,718 Tarde 738,41 1327,31 Noite 694,20 751,21 Madrugada 880,24 789,39

Lesões TCE Sim 737,03 1048,74 0,865

Não 773,81 1096,09 Lesões MMSS Sim 737,93 1038,29 0,711 Não 790,38 1123,66 Lesões Tórax Sim 723,55 959,00 0,886 Não 771,65 1096,06 Lesões Abdome/pelve/períneo Sim 984,56 1834,48 0,385 Não 752,77 1012,60 Lesões MMII Sim 1053,82 1284,31 <0,001 Não 453,92 699,01 Lesões Coluna/TRM Sim 1149,00 1061,08 0,432 Não 761,75 1089,99 Internações Sim 921,21 1131,19 <0,001 Não 0,00 0,00 Óbito Sim 0,00 0,00 0,219 Não 778,91 1091,98

Teste T de student. * Análise de Variância (ANOVA). TCE= Trauma cranioencefálico; MMSS= membros superiores; MMII= membros inferiores; TRM= Trauma raquimedular.

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Tabela 5. Análise do custo da tomografia computadorizada e do raio x em relação as características demográficas, clínicas e relacionadas ao atendimento das vítimas de acidentes motociclísticos atendidas ou internadas em um hospital de grande porte no ano de 2016.

Custo de Tomografia Computadorizada Custo de Raio X

Variáveis Média (R$) Desvio Padrão p Média (R$) Desvio Padrão p Gênero Feminino 231,43 383,60 0,900 209,29 157,74 0,165 Masculino 240,24 458,12 254,14 214,34

Dia da semana em que ocorreu o acidente* Domingo 120,00 290,47 0,328 245,00 159,91 0,304 Segunda-feira 233,62 409,29 224,89 200,89 Terça-feira 186,21 392,25 223,28 143,83 Quarta-feira 248,94 444,97 294,89 322,41 Quinta-feira 292,50 536,60 272,34 230,92 Sexta-feira 196,67 299,30 200,93 105,15 Sábado 349,62 616,79 268,56 193,29

Período do dia em que ocorreu o acidente* Manhã 172,29 384,52 0,403 260,50 265,73 0,848 Tarde 262,17 521,83 233,97 191,28 Noite 275,00 441,91 245,00 179,93 Madrugada 180,00 280,87 262,50 184,91

Lesões TCE Sim 995,63 711,21 <0,001 242,81 230,96 0,911

Não 146,34 290,50 247,14 203,73 Lesões MMSS Sim 196,07 395,95 0,198 270,31 252,48 0,124 Não 265,05 473,29 232,12 171,27 Lesões Tórax Sim 870,00 663,95 <0,001 303,33 238,00 0,332 Não 211,91 415,20 244,26 205,12 Lesões Abdome/pelve/períneo Sim 649,57 499,59 <0,001 377,39 449,82 0,001 Não 203,91 424,15 235,57 167,87 Lesões MMII Sim 198,43 344,75 0,77 296,66 239,68 <0,001 Não 291,09 547,33 181,84 127,22 Lesões Coluna/TRM Sim 576,00 588,79 0,088 224,00 115,02 0,805 Não 232,94 442,18 247,06 207,76 Internações Sim 272,49 470,97 0,001 269,21 212,37 <0,001 Não 30,73 89,12 107,56 70,61 Óbito Sim 1350,00 476,23 <0,001 113,75 138,16 0,195 Não 223,45 426,58 248,50 206,79

Teste T de student. * Análise de Variância (ANOVA). TCE= Trauma cranioencefálico; MMSS= membros superiores; MMII= membros inferiores; TRM= Trauma raquimedular.

(15)

Tabela 6. Análise do custo direto e indireto do centro cirúrgico em relação as características demográficas, clínicas e relacionadas ao atendimento das vítimas de acidentes motociclísticos atendidas ou internadas em um hospital de grande porte no ano de 2016.

Custo direto do Centro Cirúrgico Custo indireto do Centro Cirúrgico

Variáveis Média (R$) Desvio Padrão p Média (R$) Desvio Padrão p Gênero Feminino 1484,08 2296,86 0,689 927,55 1435,53 0,689 Masculino 1602,64 1801,97 1001,55 1125,70

Dia da semana que ocorreu o acidente* Domingo 1595,64 1256,02 0,633 993,48 780,94 0,631 Segunda-feira 1878,98 2655,58 1174,36 1659,73 Terça-feira 1353,66 1604,14 846,03 1002,59 Quarta-feira 1501,62 2130,10 938,51 1331,31 Quinta-feira 1878,25 2172,68 1173,91 1357,92 Sexta-feira 1241,63 1199,33 776,02 749,58 Sábado 1681,08 1728,28 1052,60 1079,26

Período do dia em que ocorreu o acidente*

Manhã 1599,77 2027,64 0,974 999,86 1267,27 0,975

Tarde 1508,70 2099,34 942,93 1312,09

Noite 1618,59 1734,36 1012,55 1083,57

Madrugada 1657,33 1297,23 1030,63 805,53

Lesões TCE Sim 1349,50 1783,51 0,460 843,44 1114,70 0,460

Não 1611,39 1903,34 1007,02 1189,12

Lesões MMSS Sim 1448,93 1806,97 0,341 906,47 1129,07 0,347

Não 1665,32 1938,87 1040,14 1211,35

Lesões Tórax Sim 1244,00 1618,88 0,476 777,50 1011,80 0,527

Não 1597,30 1901,32 998,23 1187,89

Lesões

Abdome/pelve/períneo Sim 2367,30 2992,70 0,038 1479,57 1870,44 0,038

Não 1516,31 1757,21 947,60 1097,76

Lesões MMII Sim 2119,33 2099,42 <0,001 1323,83 1311,85 <0,001

Não 887,19 1283,22 555,27 802,01

Lesões Coluna/TRM Sim 2160,00 1785,50 0,492 1350,00 1115,94 0,492

Não 1572,90 1892,64 982,98 1182,47

Internações Sim 1839,40 1917,67 <0,001 1149,53 1198,07 <0,001

Não 0,00 0,000 0,00 0,000

Óbito Sim 66,00 132,00 0,106 41,25 82,50 0,106

Não 1603,81 1894,00 1002,29 1183,32

Teste T de student. * Análise de Variância (ANOVA). TCE= Trauma cranioencefálico; MMSS= membros superiores; MMII= membros inferiores; TRM= Trauma raquimedular.

Referências

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