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Centro de integração social em Altamira-PA

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Academic year: 2021

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CENTRO DE INTEGRAÇÃO SOCIAL EM ALTAMIRA-PA

VICTÓRIA DE SOUZA LOPES

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devem vir invariavelmente acompanhadas de uma estrutura forte e saudável.’

(3)

Este trabalho nal de graduação apresenta o projeto de um centro social urbano no munícipio de Altamira, Pará. O equipamento visa atender a demanda da população carente, do bairro Liberdade e a população realocada através do Reassentamento Urbano Coletivo realizado devido a Usina Hidrelétrica de Belo Monte . A partir da fundamentação teórica pôde-se compreender a importância do espaço público e do equipamento comunitário, em especíco, um centro de integração social. Assim também, foi exposto como os Reassentamentos Urbano Coletivos surgiram e um breve histórico da cidade de Altamira. No diagnóstico teve como intuito, denir a real situação em que o local se encontra, após isto, foi possível entender as problemáticas e apresentar diretrizes de projeto. Logo após, analisou-se referenciais projetuais, que ajudaram na concepção do programa de necessidades, esboços iniciais e diretrizes gerais. Por m, são propostas algumas ideias de volumetria, plantas, cortes e composição de fachadas. Assim, conclui-se que este espaço realmente carece de um equipamento público que dê suporte para as comunidades vizinhas, consequentemente, reete na construção da cidadania das pessoas e ajuda na criar um senso de pertencimento entre os moradores do local.

Palavras-chave Altamira, Arquitetura e urbanismo, Equipamento público, Centro Social Urbano

Keywords Altamira, Architecture and urbanism, Public facilities, Urban Social Center

This undergraduate dissertation presents the project of an urban social center in the municipality of Altamira, Pará. The facility aims to meet the needs of the needy population, which was relocated through the Collective Urban Resettlement carried out due to the Belo Monte Dam. Based on the theoretical foundation it was possible to understand the importance of public space and community equipment, in particular, a center of social integration. Also, it was exposed how Collective Urban Resettlement emerged and a brief history of the city of Altamira.The purpose of the diagnosis was to dene the real situation of the place, after that it was possible to understand the problems and present project guidelines. Soon after, we analyzed project references, which helped in the design of the needs program, initial sketches and general guidelines. Finally, some ideas of volumes, plans, cuts and composition of facades are proposed. Therefore, it is concluded that this space really lacks public facilities that support the neighboring communities, consequently, reects on the building of citizenship of people and helps to create a sense of belonging among the residents of the place.

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Fig. 01 Mapa de localização de Altamira Pág. 11 Fonte: Google Earth (com alterações feita pela autora);

Fig. 02 Mapa de localização dos RUCs Pág. 12 Fonte: Google Earth (com alterações feita pela autora);

Fig. 04 Espaço público Tapis Rouge em um bairro informal no Haiti Pág. 18 Fonte: Gianluca Stefani, 2017;

Fig. 06 Senso de pertencimento entre as pessoas Pág. 21 Fonte: Ramos, 2016;

Fig. 03 Vista aérea da cidade de Altamira Pág. 14 Fonte: Prandi, 2015;

Fig. 05 Parque Cheonggye Stream em Seul, Coreia do Sul Pág. 20 Fonte: Lisboa, 2018;

Fig. 08 O que é Placemaking? Pág. 23 Fonte: Project For Public Spaces, 2007, modicado pela autora;

Fig. 09 Os 10 motivos para ter um lugar Pág. 24 Fonte: Project For Public Spaces, 2007;

Fig. 07 Croqui da vigilância natural defendida por Jacobs Pág. 22 Fonte: Autora;

Fig. 10 Sentimento de integração Pág. 26 Fonte: Barreiros, 2018;

Fig. 20 Praça e quadra de esportes no RUC São Joaquim Pág. 32 Fonte: Autora;

Fig. 14 Trecho atual da rodovia Transamazônica sem asfalto Pág. 29 Fonte: Mundi, 2016;

Fig. 11 Mapa do projeto da Transamazônica Pág. 27 Fonte: Google Maps, 2019, modicado pela autora;

Fig. 13 Seringueiros no Vale do Xingu Pág. 28 Fonte: Site No Amazonas é assim, 2013;

Fig. 22 Mapa da localização da área de recorte Pág. 34 Fonte: Google Earth, 2019, modicado pela autora;

Fig. 12 Missão jesuíta no atual município de Altamira Pág. 28 Melo, 2018;

Fig. 23 Mapa de localização do terreno na área de recorte Pág. 35 Fonte: Autora;

Fig. 21 Posto de saúde no RUC São Joaquim Pág. 32 Fonte: Autora;

Fig. 18 Tipologia das casas dos RUCs Pág. 31 Fonte: Autora.;

Fig. 19 Distribuidora de bebidas no RUC Jatobá Pág. 32 Fonte: Fonte: Autora;

Fig. 17 Vista aérea do RUC Casa Nova Pág. 31 Fonte: Souza, 2019;

Fig. 25 Vista 2 Rua Magalhães Barata (orientação nordeste) Pág. 36 Fonte: Autora;

Fig. 24 Vista 1 BR-230 (orientação sul) Pág. 36 Fonte: Autora;

Fig. 15 Localização da barragem de Belo Monte Pág. 29 Fonte: Google Maps, 2019, modicado pela autora.;

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Fig. 36 Perl viário da BR-230 Pág. 42 Fonte: Autora;

Fig. 35 Esquema da hierarquia desejada das vias Pág. 42 Fonte: Autora;

Fig. 44 Foto da via local (Rua WE-Dezoito) Pág. 44 Fonte: Autora;

Fig. 34 Esquema dos afastamentos Pág. 41 Fonte: Autora;

Fig. 30 Vista aérea das palatas Pág. 39 Fonte: Prefeitura Municipal de Altamira, 2008;

Fig. 32 Mapa de legislação Pág. 40 Fonte: Prefeitura Municipal de Altamira, 2019, modicado pela autora;

Fig. 34 Esquema da hierarquia das vias atualmente Pág. 42 Fonte: Autora;

Fig. 39 Perl viário esquemático da via principal Pág. 44 Fonte: Autora;

Fig. 31 Novas moradias dos RUCs Pág. 39 Fonte: Souza, 2014;

Fig. 41 Perl viário esquemático da via local Pág. 44 Fonte: Autora;

Fig. 42 Foto da via arterial (BR-230) Pág. 44 Fonte: Autora;

Fig. 28 Renda da população Pág. 38 Fonte: Prefeitura de Altamira, 2019, modicado pela autora;

Fig. 33 Esquema de gabarito máximo Pág. 41 Fonte: Autora;

Fig. 43 Foto da via principal (Rua. Magalhães Barata) Pág. 44 Fonte: Autora;

Fig. 27 Vista 4 (orientação sudoeste) Pág. 37 Fonte: Fonte: Autora;

Fig. 37 Mapa do sistema viário Pág. 43 Fonte: Prefeitura Municipal de Altamira, 2019, modicado pela autora;

Fig. 40 Perl viário esquemático da via coletora Pág. 44 Fonte: Autora;

Fig. 29 Grau de escolaridade e prossionalização da população Pág. 38 Fonte: Prefeitura de Altamira, 2019, modicado pela autora;

Fig. 38 Perl viário esquemático da via arterial Pág. 44 Fonte: Autora;

Fig. 45 Foto da via local Pág. 44 Fonte: Autora;

Fig. 46 Vista aérea da cidade em 1960 Pág. 45 Fonte: Whayne, 2019;

Fig. 47 Crescimento do perímetro urbano de Altamira Pág. 45 Fonte: Autora;

Fig. 48 Mapa de cheios e vazios Pág. 46 Fonte: Prefeitura Municipal de Altamira, 2019, modicado pela autora;

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Fig. 66 Praça central do CEU Pimentas Pág. 60 Fonte: Kon, 2012;

Fig. 67 Imagem da cobertura em 45º graus da quadra poliesportiva Pág. 60 Fonte: Kon, 2012;

Fig. 68 Croqui da axialidade do partido Pág. 61 Fonte: Autora;

Fig. 69 Zoneamento esquemático dos usos Pág. 62 Fonte: Autora;

Fig. 74 Cortes esquemáticos dos eixos viários próximos Pág. 67 Fonte: Autora;

Fig. 70 Imagem aérea do CEU Pimentas Pág. 62 Fonte: Kon, 2012;

Fig. 71 Esquema das intenções projetuais Pág. 64 Fonte: Autora;

Fig. 72 Mapa de diretrizes urbanas Pág. 66 Fonte: Autora;

Fig. 73 Mapa do eixos viários próximos Pág. 67 Fonte: Autora;

Fig. 58 Passeio da rua 106 em Santo Domingo (após a intervenção) Pág. 55 Fonte: Baquero, 2014;

Fig. 59 Escadas rolantes da Comuna 13 Pág. 56 Fonte: Baquero, 2014;

Fig. 56 Medellín vista de cima Pág. 54 Fonte: Baquero, 2014;

Fig. 62 Mapa de localização do CEU Pimentas Pág. 59 Fonte: Google Earth, 2019, modicado pela autora;

Fig. 52 Mapa de gabaritos Pág. 49 Fonte: Prefeitura Municipal de Altamira, 2019, modicado pela autora;

Fig. 51 Mapa de uso do solo e equipamentos comunitários Pág. 48 Fonte: Prefeitura Municipal de Altamira, 2019, modicado pela autora;

Fig. 53 Gráco da temperatura média Pág. 50 Fonte: Site Wheather Spark, 2019;

Fig. 54 Mapa de condicionantes locais Pág. 51 Fonte: Prefeitura Municipal de Altamira, 2019, modicado pela autora;

Fig. 55 Mapa síntese Pág. 52 Fonte: Autora;

Fig. 57 Passeio da rua 106 em Santo Domingo (antes da intervenção) Pág. 55 Fonte: Baquero, 2014;

Fig. 60 Parque Biblioteca Fernando Botero Pág. 57 Fonte: Souza, 2012;

Fig. 61 Foto a partir da praça Pág. 58 Fonte: Baquero, 2014;

Fig. 63 Imagem frontal do CEU Pimentas Pág. 59 Fonte: Kon, 2012;

Fig. 64 Corte esquemático da cobertura metálica Pág. 60 Fonte: Autora;

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Fig. 80 Moradia infantil no Tocantins Pág. 79 Fonte: Kon, 2018.

Fig. 76 Programa explodido Pág. 72 Fonte: Autora;

Fig. 77 Implantação pavimento térreo Pág. 73 Fonte: Autora;

Fig. 79 Esquema explodido do sistema estrutural Pág. 77 Fonte: Autora;

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SUMÁRIO

1

APRESENTAÇÃO DO TEMA 1.1 INTRODUÇÃO 11 1.2 JUSTIFICATIVA 13 1.3 OBJETIVOS 15 1.4 METODOLOGIA 15

2

2.1 ESPAÇO PÚBLICO, CONDIÇÃO A CIDADE DEMOCRÁTICA 17

FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

2.2 EQUIPAMENTO COMUNITÁRIO 25

2.3 A HISTÓRIA DE ALTAMIRA 27

3

3.8 USO DO SOLO E EQUIPAMENTOS COMUNITÁRIOS 47

3.3 PERFIL SOCIOECONOMICO 38 3.5 SISTEMA VIÁRIO 42 3.11 MAPA SÍNTESE 52 3.2 CARACTERIZAÇÃO DA POPULAÇÃO 38 3.9 GABARITOS 49 3.1 LOCALIZAÇÃO 34 3.10 CONDICIONANTES CLIMÁTICAS 50 DIAGNÓSTICO 3.6 MORFOLOGIA 45 3.7 CHEIOS E VAZIOS 45 3.4 LEGISLAÇÃO 40

4

CAPÍTULO

4.1 A TRANSFORMAÇÃO SOCIAL E URBANÍSTICA DE MEDELLÍN 54

4.2 CEU PIMENTAS 59 REFERENCIAIS PROJETUAIS

CAPÍTULO

CAPÍTULO

(9)

5.8 CORTES GERAIS 75 5.9 ESTRATÉGIAS BIOCLIMÁTICAS 76 5.10 SISTEMA ESTRUTURAL 77 5.11 FACHADAS 78 5.12 PERSPECTIVAS 81 5.7 IMPLANTAÇÃO 73 5.5 FLUXOGRAMA 71 5.2 DIRETRIZES URBANAS 65 5.3 ESTUDOS INICIAIS 68 5.4 PROGRAMA DE NECESSIDADES 69 5.6 PROGRAMA EXPLODIDO 72 5.1 APRESENTAÇÃO DA PROPOSTA 64

5

6

CONSIDERAÇÕES FINAIS REFERÊNCIAS

CAPÍTULO

CAPÍTULO

6.1 CONSIDERAÇÕES FINAIS 89

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1.1 INTRODUÇÃO

De acordo com o art. 2º do Estatuto da Cidade, (Lei n.10.257 de 10 de julho de 2001), o poder público deve garantir cidades mais sustentáveis, com direito à terra urbana, à moradia, ao saneamento ambiental, à infraestrutura urbana, ao transporte, aos serviços públicos, ao trabalho e ao lazer, para as presentes e futuras gerações.

Localizado no estado do Pará, o munícipio de Altamira (g.01) não se difere da realidade citada, várias pesquisas e trabalhos cientícos apontam sobre falta de planejamento e descaso com as populações mais carentes. A cidade de Altamira está mais precisamente situada na mesorregião do sudoeste paraense, às margens do rio Xingu, na área conhecida como Volta Grande do Xingu. Sua dinâmica atual é marcada pelos fortes processos migratórios oriundos da abertura da Transamazônica em 1972 e a instalação da Usina Hidrelétrica de Belo Monte.

Figura 01: Mapa de localização do município de Altamira. N

Entende-se que a necessidade de se investir em um planejamento urbano que ofereça suporte a população, principalmente as que se encontram em vulnerabilidade social seja parte do processo de construção da cidadania. “Ninguém nasce cidadão, mas torna-se cidadão pelo direitos e garantias, políticos, sociais, individuais, econômicos e culturais”. (MADRIGAL, 2016, pág. 2)

[...] O estado de vulnerabilidade social confere a determinados grupos a condição de estarem as margens da sociedade, em um processo de exclusão social, principalmente por fatores socioeconômicos. (PEREIRA, 2018, pág. 8) Conforme Cerqueira (2019), um dos problemas característicos dos países em desenvolvimento é a desigualdade social, e no Brasil não é diferente. No contexto, nas cidades brasileiras acaba se destacando a falta de infraestrutura para determinadas camadas da população, sendo cada vez mais comum o surgimento e ampliação de assentamentos informais ou áreas periféricas desprovidas de serviços públicos, assim como a falta de políticas sociais, sendo explícitas as consequências geradas no meio social.

Brasil

Pará

Município de Altamira Sede

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Figura 02: Mapa de localização dos Reassentamentos Urbano Coletivo (RUCs).

Fonte: Google Earth (2019), modicado pela autora. Com a implementação da hidrelétrica, certa parte

da população deveria ser atingida com a cheia do rio Xingu proveniente da cota de alagamento da barragem, sendo obrigada a se mudar dos locais aonde viviam. A partir deste fator, foram criados pela Norte Energia os Reassentamentos Urbano Coletivo (RUC¹), para que estas pessoas pudessem ser realocadas (g.02). Todavia, estes loteamentos foram inseridos nas zonas periféricas a cidade, sem planejamento e infraestrutura adequada.

A partir de entrevistas e pesquisas de campo, entende-se que a população atingida possui certas necessidades, como: Infraestrutura, mobilidade, educação e saúde. Devido a estas necessidades, compreende-se que um centro de integração social, melhor atenderá as demandas dessa população realocada através dos RUC¹. O programa pretende ofertar atividades de lazer, esporte, informação, educação e saúde, tratando-se como aglutinador social que deve atrair a população e não a excluir.

RUC RUC Liberdade RUC RUC RUC N

¹RUC: Reassentamento Urbano Coletivo criado para realocar a população que morava em áreas que seriam alagadas com a construção da barragem de Belo Monte.

Rio Xingu Rio Xingu

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1.2 JUSTIFICATIVA

O município de Altamira é considerado o terceiro maior do mundo em relação a delimitação geográca, de acordo com o IGBE, sua extensão territorial é de 159.533 km², porém seu núcleo urbano é de pequeno porte.

também da oferta de espaços que proporcionem uma melhor educação, saúde, prática de esportes, reuniões comunitárias e lazer. Os RUCs precisam de um equipamento que complemente a qualidade de vida dos moradores, em conjunto, esses fatores estimulam a criação da cidadania e o senso de pertencimento dessa população, pois a mesma passa a participar mais ativamente do meio em que vive e a zelar por ele.

Após a implementação da barragem de Belo Monte em 2010, Altamira sofre signicativas mudanças. Segundo o IBGE, entre os anos de 2010 e 2015, a cidade se depara com um cenário de explosão populacional, aonde se constatou o aumento da população de 89.000 a 195.000 habitantes. Em consequência deste fator, outros índices em conjunto sofreram aumento, como a criminalidade e a falta de infraestrutura. A partir de visitas realizadas in loco, pode-se notar que a população mais atingida com a falta de suporte foram as pessoas que tiveram que sair de suas casas, por conta da inundação proveniente da

De acordo com a Política Nacional de Assistência Social (PNAS), a situação de vulnerabilidade também está associada com a ausência ou d e b i l i d a d e d e v í n c u l o s d e a f e t i v i d a d e , pertencimento e sociabilidade.

Um dos principais impactos/consequência da implantação da UHE² Belo Monte foi a intensicação no processo de segregação socioespacial gerada pela nova lógica de produção do espaço urbano. (NEVES, 2016, pág. 21)

A intenção projetual defende a inserção de um centro de integração social como uma melhor resposta ao problema identicado, visto que, as necessidades da população possuem uma tendência de crescimento devido à falta de planejamento e descaso por parte da gestão política. Compreende-se que o funcionamento de um espaço que atue em esferas, como: Saúde, educação, lazer e esporte seja fundamental para o desenvolvimento das pessoas, evitando o tempo ocioso que leva a criminalidade e garantindo uma maior qualidade de vida a todos.

Diante deste contexto, entende-se que a população realocada para os Reassentamentos Urbanos Coletivos, necessitam não apenas de uma casa, mas

(14)

Figura 03: Vista aérea da cidade de Altamira.

(15)

1.3 OBJETIVOS

As etapas e a forma a ser seguida para realização do processo projetual consistem, em:

Desenvolver um anteprojeto arquitetônico de um centro de integração social para comunidade dos Reassentamentos Urbano Coletivos (RUCs) e o bairro da Liberdade em Altamira – PA.

1.3.1 Objetivo geral

1.3.2 Objetivos especícos

1.4 METODOLOGIA

Compreender as necessidades da população do local;

Analisar referenciais teóricos e arquitetônicos relativo ao tema;

Identicar as demandas da população realocada pelos Reassentamentos Urbano Coletivos e o bairro da Liberdade;

Analisar condicionantes locais e legais da área de recorte para a elaboração do partido;

Desenvolver a partir de diretrizes gerais o partido arquitetônico.

Realização de pesquisas em sites, livros e trabalhos acadêmicos que abordem o tema social e suas diretrizes;

Estudo de referenciais projetuais e análise da abordagem realizada pelos mesmos;

Entrevistas com a população local para coletar informações;

Levantamento de dados e legislações vigentes no município visando a melhor aplicação do projeto; Visita a área de recorte.

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(17)

2.1 ESPAÇO PÚBLICO, CONDIÇÃO A CIDADE DEMOCRÁTICA

O espaço público, segundo Cury (2002), é o lugar d a c i d a d e d e p r o p r i e d a d e e d o m í n i o d a administração pública, o qual responsabiliza ao Estado com seu cuidado o uso e usufruto. Este tipo de espaço é, por natureza, aberto a todos e sem distinção de classe ou raça.

Martins (2012) arma que, enquanto cenário da interação social, o espaço público responde a funções materiais (ao dar apoio físico às atividades coletivas) e funções simbólicas (permite o intercâmbio e o diálogo entre os membros da comunidade).

A percepção sobre os espaços públicos segue extremamente restrita à imagem de parques e praças. As ruas, por exemplo, são espaços públicos por essência e, em geral, representam a maior parcela dos espaços públicos existentes em uma cidade. Porém, muitas vezes são ignoradas como tal. Nos grandes centros urbanos, as vias dedicadas para automóveis ocupam em média 70% das áreas públicas, deixando livre para o encontro (sua função primordial) menos de 30% do espaço. (PACHECO, 2017, pág.13)

Segundo Indovina (2002), a maior parte das funções urbanas aconteciam em conexão com estes espaços, visto que, são verdadeiros epicentros da vida em sociedade. Principalmente após o crescimento do uso do automóvel, as funções vivenciadas em conjunto foram deixando de ocorrer em espaços públicos, criando um círculo vicioso de degradação do ambiente urbano e de aumento das atividades em ambientes privados, com isto, o sentimento de cidadania foi se perdendo cada vez mais.

Entende-se que o espaço público oferece a possibilidade de ir e vir sem necessidade de justicar o propósito da presença no local. Que este tipo de espaço pode ser utilizado por todas as camadas da sociedade, sem qualquer distinção.

2.1.1 Conceito de espaço público

Para introduzir a discussão sobre o conceito de espaço público, Marfetan (2015) apresenta que estes locais possuem características a partir de duas concepções. A primeira diz respeito a concretude desta área, sendo por exemplo: Uma praça, rua, jardim, equipamentos urbanos ou parques. A segunda concepção apresenta referência a um espaço abstrato, teórico, fundamento da vida política e democrática. Assim, podemos delimitar o espaço público através de sua concepção material e física, por ser um tipo de espaço inserido na lógica da cidade democrática e de utilização pública, por todos os tipos de atores sociais.

2.1.2 A importância do espaço público

Ao falar de espaços públicos é preciso entender, primeiramente, a importância que estes possuem na construção daquilo que chamamos de cidade. Pacheco (2017), arma que os espaços públicos são a essência da vida urbana, pois são neles que ocorrem os encontros que produzem a arte da vida nas cidades.

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Figura 04: Espaço público Tapis Rouge em um bairro informal no Haiti.

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A cidadania, segundo Marfetan (2015), é um importante termo de análise dentro da compreensão sobre a ocupação dos espaços públicos e a determinação de ações para os mesmos, a partir dos atores que dele se utilizam, fortalecendo também a democracia.

A gestão democrática da cidade, destaca que, o s o r g a n i s m o s g e s t o r e s d a s r e g i õ e s metropolitanas e aglomerações urbanas incluirão obrigatória e signicativa participação da população e de associações representativas dos vários segmentos da comunidade, de modo a garantir o controle direto de suas atividades e o pleno exercício da cidadania. (BRASIL, 2001, Art. 182 e 183)

Conforme Lisboa (2018), o parque foi construído em 2005, onde havia uma rodovia urbana, e logo após a sua implementação, o setor imobiliário aumentou signicativamente. Atualmente, o parque chamou tanta atenção, que se tornou ponto turístico obrigatório na cidade, mas acima de tudo, devolveu este espaço a população, criando um ambiente mais saudável e atraente para os cidadãos.

Assim, torna-se necessário pensar em estratégias que possibilitem uma maior participação direta da sociedade na elaboração de políticas públicas que sejam de fato relevantes para as suas necessidades.

2.1.3 A construção da cidadania

O espaço público se congura como um local que tenha capacidade de possibilitar relações entre diferentes indivíduos que habitam a cidade. Assim, também devem possibilitar a visibilidade, o diálogo e a ação. Júnior (2015), arma que o diálogo entre a comunidade é fundamental na construção de espaços públicos, visto que, a comunicação com os usuários do espaço é importante para a construção da cidadania. De acordo com os artigos 182 e 183 da Constituição Federal, arma-se:

2.1.4 Vitalidade

A vitalidade urbana é entendida por Teixeira (2018), como algo que depende fundamentalmente de espaços públicos de qualidade que fomentem a ocupação e utilização das áreas comuns da cidade. O aspecto qualitativo, benecia não somente as pessoas e a cidade, mas também, tem potencial de fomentar a economia local e valorizar toda a comunidade em que estão inseridos.

Compreende-se que este tipo de espaço tem a função de promover a sociedade, o encontro, as trocas e circulação de todos. Por isso, as ruas, praças, parques, calçadas e ciclovias devem ser abertos aos indivíduos sem diferenciação.

Em Seul, Coreia do Sul, o parque Cheonggye Stream (g.05) exemplica a valorização do espaço após a revitalização de um espaço público.

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Figura 05: Parque Cheonggye Stream em Seul, Coreia do Sul.

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O sentimento de pertença ao grupo e ao lugar é fundamental para a manutenção da comunidade, desta forma, Spinelli (2006), dene três conceitos que se relacionam: Sentimento de pertença, comunidade e lugar. Segundo Spinelli (2006), a denição de comunidade tem passado, sobretudo pela armação de sua dimensão subjetiva: A comunidade se estrutura a partir de um sentimento em comum, de um senso de per tencer à determinada coletividade. ‘ A correspondência entre o homem e o lugar, entre uma sociedade e sua paisagem, está carregada de afetividade e exprime uma relação cultural no sentido amplo da palavra”. (BONNEMAISON, 2002, pág. 3)

A consciência do passado é imprescindível para o amor ao lugar. Talvez esta seja a razão de visitantes e nativos terem visões diferentes sobre um determinado local. Para o visitante, o confronto com a novidade é determinante para suas impressões. Já o nativo é inuenciado pelo compor tamento, pelas tradições locais, conhecimento e mitos. (FREITAS, 2008, p. 19).

Por concluir, o senso de pertencimento (g.06) é quando uma pessoa se sente pertencente a um local ou comunidade. Conforme Moriconi (2014), quando as pessoas sentem que fazem parte de algo e consequentemente se identica com aquele local, assim vão querer o bem, vão cuidar, pois aquele ambiente faz parte da vida delas, é como se fosse uma continuação delas próprias.

Assim, percebe-se que os sentimentos manifestados pelos moradores pelo meio em que vivem, são importantes para sua vida social e comunitária, não podendo ser desprezados durante um estudo e análise de determinada comunidade.

2.1.5 Senso de pertencimento

dem a se perder, fazendo com que os jovens esqueçam suas origens.

Um dos aspectos mais importantes para perceber e compreender o sentimento de pertença, conforme Tuan (1980), é relativo ao passado histórico, uma vez que esse é um fator relevante nos sentimentos de amor e afeto atribuídos ao lugar. “A memória coletiva é apontada como um cimento indispensável à sobrevivência das sociedades.’ (SANTOS, 1999, p. 264)

É fundamental, neste contexto, esforços no sentido de manter presente, em qualquer comunidade, sua identidade histórica e geográca, visto que, com o passar do tempo as histórias sobre seu passado

ten-Figura 06: Senso de pertencimento entre as pessoas.

(22)

O que acontece no espaço público está bastante relacionado com o uso das edicações que o conformam. Segundo Rodríguez (2013), a monofuncionalidade que foram condenados muitos espaços e áreas centrais em geral, somado ao esvaziamento de habitações, gerou uma distorção perversa: O desequilíbrio polarizado de uso em horários. Durante o dia tornam-se centros caóticos, saturados de odores e ruídos, mas quando fecham os estabelecimentos com atividades terciárias, os lugares voltam a ser solitários e geram insegurança ou a percepção dela.

Outro fator importante para a segurança de espaços públicos, é abordado por Rodriguez (2013), aonde a insegurança estava relacionada a deterioração do patrimônio. Pois o espaço degradado socialmente e sicamente, cria uma imagem de abandono e marginalidade, incidindo em uma tendência a se tornarem mais “crimináveis” e miticá-los como lugares perigosos.

S e g u n d o J a c o b s ( 2 0 0 0 ) , a s c a l ç a d a s desempenham papel fundamental para a manutenção da segurança nas cidades. Quando diz que uma cidade não é segura, ela está se referindo às suas calçadas. “O principal atributo de um distrito urbano próspero é que as pessoas se sintam seguras e protegidas na rua em meio a tantos desconhecidos (JACOBS, 2000, p. 30)

2.1.6 Segurança

Jacobs (2000) propõe, então, três condições para que haja pessoas sucientemente nas ruas de forma que elas exerçam a vigilância natural sobre os espaços públicos e, com isso, diminuam a violência: Para Jacobs (2000), é importante defender que a manutenção da segurança não é feita pela polícia (ou pelo menos não apenas por ela, que também é necessária), mas...“[…]pela rede intrincada, quase inconsciente, de controles e padrões de comportamento espontâneos presentes em meio ao próprio povo e por ele aplicados.” (JACOBS, 2000, p. 32)

Percebe-se que o senso de segurança em sua maioria, pode ser tratado com soluções urbanas mais humanas, do que necessariamente as convencionais que utilizamos hoje em dia. Sendo uma via de mão dupla, aonde as pessoas estarão na rua caso sintam segurança e a rua será um ambiente mais seguro, enquanto mais pessoas estiverem nelas.

1º - Deve ser nítida a separação entre o espaço público e o espaço privado;

2º - Devem existir os olhos da rua;

3º - A calçada deve ter usuários transitando ininterruptamente.

Figura 07: Croqui da vigilância natural defendida por Jacobs.

(23)

De acordo com os preceitos do placemaking, são componentes de um lugar, o espaço físico, as atividades que nele ocorrem e o signicado por ele adquirido. Segundo Nevez (2014), há muitas experiências de placemaking de natureza efêmera, capazes de transformar espaços públicos ociosos em lugares onde as pessoas gostam de estar.

Buscam tornar-se o ambiente urbano mais vivo, convidativo, confortável e seguro. Têm consciência de um mundo cada vez mais urbano e denso, impondo o

2.1.7 Placemaking

Conforme Nevez (2014), placemaking é um termo criado pela organização sem ns lucrativos, Project For Public Spaces (PPS), como tentativa para promover inovações nos processos de planejamento. Essas novas ideias, estão ligadas ao campo do desenvolvimento urbano, pensando o espaço público de modo distinto do tradicional: Com foco nas pessoas e no transporte coletivo, e não nos carros.

foco das ações de urbanismo na capacidade de oferecer mais qualidade de vida e bem-estar a quem mora nas cidades.

Figura 08: O que é Placemaking?.

Fonte: Project For Public Spaces, 2007, modicado pela autora.

O QUE FAZ UM

BOM LUGAR ?

DIRETRIZ OBJETIVO MEDIDAS Número de mulheres, crianças e idosos Redes sociais Voluntariado Uso noturno Vida na rua Diverso Administração Cooperação Vizinhança Orgulho Amigável Interativo Acolhedora Dados de tráfego Tipos de modais Uso do trânsito

Atividade parao pedestre

Padrões para o estacionamento Continuidade Proximidade Conectado Legível Caminhável Conveniente Acessível SOCIABILIDADE ACESSO E LIGAÇÕES USOS E ATIVIDADES CONFORTO E IMAGEM LUGAR Negócios locais

Padões parauso do solo Valores de propriedade Níveis de aluguel Vendas no varejo Diversão Ativo Vital

Especial Real Útil Indígena Comemorativo Sustentável Seguro Limpo Verde Caminhável Sentável Espiritual Encantador Atrativo Histórico Estatísticas de crime Classicação de saneamento Condições de construção Dados ambientais

(24)

Mesclar o uso residencial com áreas de trabalho e usos comerciais, como: Bares, restaurantes, cafés e comércio local. Isso atrai as pessoas em todas as horas e torna o ambiente mais seguro e amigável. O Project For Public Spaces (PPS), arma que um bom espaço público precisa apresentar pelo menos dez possibilidades diferentes de coisas que as pessoas possam fazer nele – dez motivos para estar lá.

1 - Diversidade dos usos

2 - Fachadas ativas

A comunicação entre o nível térreo dos prédios e a calçada e a rua em frente, contribui para a segurança, mas também para a atratividade do desenho urbano, pois, as ruas cam mais interessantes visualmente e acabam sendo mais utilizadas pelas pessoas.

3 - Dimensão social e vitalidade urbana

Como agregador de pessoas, o espaço público tem poder de inuência também na dimensão social. Ruas, praças, parques, calçadas e ciclovias amplos e acessíveis e um mobiliário urbano que estimula a

inte-4 - Escala humana

Megaconstruções podem afetar negativamente a saúde das pessoas. Em seus estudos de campo, Jan Gehl (2013) observou que as pessoas tendem a caminhar mais rápido ao passar em frente a fachadas vazias ou inativas – em contraste com o passo mais lento e tranquilo ao caminharem em ambientes mais vivos e ativos.

5 - Iluminação

Iluminação eciente e voltada para as pessoas facilita a ocupação dos espaços públicos também durante a noite, aumentando a segurança.

6 - Fomento à economia local

Espaços públicos de qualidade não só beneciam as pessoas, ao oferecer áreas de lazer e convivência, como têm potencial de fomentar a economia da área onde estão inseridos. Essa alternativa mantém vivas as centralidades dos bairros, essenciais para fortalecer a economia da região.

7 - Identidade local

Ao planejar um espaço público é preciso levar em conta as dinâmicas sociais e especicidades culturais da área, a m de gerar a identicação das pessoas com aquele espaço.

8 - Ruas completas

Este conceito dene ruas planejadas para garantir a circulação segura de todos os usuários. Calçadas em boas condições, infraestrutura para bicicletas, mobiliário urbano e sinalização para todos os usuários.

ração entre as pessoas e o ambiente são elementos que geram uma apropriação positiva do espaço e aumentam a vitalidade urbana.

Figura 09: Os 10 motivos para ter um lugar.

(25)

Além de contribuir para a qualidade do ar e ajudar a amenizar as temperaturas no verão, a vegetação tem o poder de humanizar as cidades, atraindo as pessoas para atividades ao ar livre.

Envolver a população na concepção, planejamento e administração dos espaços públicos da cidade ou dos bairros onde moram é essencial para manter a qualidade desses espaços.

Para uma atuação mais ecaz dos equipamentos comunitários no ambiente urbano primeiramente faz-se necessário compreender as diferentes maneiras de planejamento, criando espaços de maior qualidade, comunidades com senso de “lugar” e uma coerente distribuição espacial.

Um dos critérios fundamentais no planejamento desses equipamentos, segundo Antunes (2007), é o entendimento da procura por determinados bens e a oferta necessária ao longo do tempo. É preciso compreender a evolução da demanda e oferta no presente e também em um futuro próximo e em um futuro distante.

Conforme Pinelli (2013), ao planejar equipamentos comunitários, deve-se levar em conta 4 fatores necessários para um bom dimensionamento, como: Entender o impacto no dia-dia da comunidade em

consequência da implantação de um equipamento comunitário é fundamental para planejar os cenários desejados para estas pessoas.

9 - Áreas verdes

10 - Participação social

Os equipamentos urbanos comunitários são os componentes físicos básicos de infraestrutura urbana de uma cidade ou bairro. A existência destes componentes é considerada como um fator de bem-estar social e de apoio ao desenvolvimento econômico, bem como de ordenação territorial e de estruturação dos aglomerados humanos (MORAES, GOUDARD, OLIVEIRA, 2008, pág. 25).

2.2 EQUIPAMENTO COMUNITÁRIO

Para Couto (1981), os equipamentos comunitários desempenham importante função para o equilíbrio social, político, cultural e psicológico de uma população, pois funcionam como fator de escape das tensões geradas pela vida contemporânea em comunidade.

Assim, entende-se que o crescimento das áreas comunitárias deve ser proporcional ao crescimento das cidades, para que estas permitam melhores condições de vida a seus habitantes.

Ao se analisar a literatura, contata-se que as leis em vigor na maioria dos estados brasileiros, tratam de forma supercial quanto à i m p l a n t a ç ã o e d i m e n s i o n a m e n t o d o s equipamentos comunitários. Menciona apenas a importância de prever áreas reservadas para os usos de saúde, educação, segurança, cultura, lazer e esporte, sem delimitar, no entanto, distâncias ou raios de abrangência para a 'melhor' utilização da população atendida. (PINELLI, 2013, p.56)

1 - Minimização de custos;

3 - Maximização da cobertura; 4 - Maximização da igualdade. 2 - Maximização da acessibilidade;

(26)

Centro de integração social, é um equipamento voltado ao desenvolvimento de atividades necessárias e interessantes à população. Segundo Pinelli (2013), o principal objetivo com esse tipo de equipamento é participar ativamente na promoção da cidadania da população (g.10). Para isso, são oferecidos cursos, atividades culturais, esportivas e de geração de renda, e também atendimento social com base na Política Nacional de Assistência Social. Para Pinelli (2013), um centro social, comunitário ou de integração, não possuem um programa de necessidades que os diferenciem, havendo apenas nomenclaturas diferentes. Para um melhor entendimento, compreende-se que estes tipos de equipamentos possam atuar em várias escalas, sendo o centro comunitário, um espaço que atenda necessidades básicas de um bairro, como: Assistência social, locais para reunião da comunidade, atividades complementares para educação e esporte. Já o centro social ou de integração, visa atender uma escala maior – dando suporte a várias comunidades -, como: Geração de renda, apoio nas áreas de educação, saúde, esporte e lazer.

Desta forma, entende-se que a escala da demanda de apoio, consequentemente, dene que tipo de equipamento melhor atende a população. A escolha de um centro de integração social, em vez de um centro comunitário para o presente trabalho, dene-se a partir das necessidades das comunidades (saúde, educação, esporte e lazer) e do raio que se pretende atingir com o este tipo de equipamento.

2.2.1 Centro de integração social

Figura 10: Sentimento de integração.

(27)

Altamira é um município brasileiro do Estado do Pará, pertencente a Mesorregião do Sudoeste paraense. Assim como muitos outros municípios da área de inuência da Região do Rio Xingu, Altamira teve origem nas missões dos Jesuítas, na primeira metade do séc. XVIII. Segundo Umbuzeiro (1999), foi através dessas excursões que se tem o primeiro registro histórico sobre o município.

2.3 A HISTÓRIA DE ALTAMIRA

Dois processos migratórios marcantes para a cidade de Altamira, foram: A abertura da Rodovia Federal Transamazônica (BR-230) e a construção da Hidrelétrica Belo Monte.

Segundo Neves (2000), a ideia da construção da Transamazônica surgiu em 1969 (g.11), quando o governo do Presidente Médici lançou como campanha a integração da Amazônia (atrasada) ao resto do país (ao centro sul desenvolvido).

2.3.1 Processos migratórios

MT RO AC AM RR AP PA TO BA MA PI SE AL PE RN PB CE

Fig. 11: Mapa do projeto da Transamazônica. N

Fonte: Google Maps, 2019, modicado pela autora.

A t r a v é s d o s p r o j e t o s d e c o l o n i z a ç ã o incentivados pelo INCRA, mais de seis mil pessoas foram assentadas na região até 1980. Porém, com as crises que abalaram a economia nacional, muitos migrantes passaram a se dirigir à cidade de Altamira. Com isso, o crescimento da população urbana foi signicativo, passando de 5.374 habitantes em 1970 para 26.911 em 1980, multiplicando cinco vezes em apenas uma década. (BECKER, 1997, pág. 47)

Tal crescimento esteve acompanhado de uma ocupação urbana sem planejamento, pois muitas famílias xaram residência em áreas próximas aos igarapés.

É comum encontrar a ideia de que o município começa a existir com abertura da BR 230, visto que, a rodovia corta a cidade de Altamira. É inegável que o processo de urbanização foi acelerado com a abertura da Transamazônica. Por isso a Importância de situar a história de Altamira dentro do contexto da construção da Transamazônica.

Anos mais tarde a cidade sofre outro processo migratório, a implementação da barragem de Belo Monte. A partir disto, um novo cenário se instaura na estrutura urbano-regional, com um signicativo aumento da população. Conforme o IBGE, a população de Altamira passou de 79.000 para 160.000 habitantes em menos de 5 anos.

Umbuzeiro (2008), ressalta que a cidade sofre um crescimento signicativo em todos os setores, entretanto, as perdas com a violência, criminalidade, tráco de drogas e falta de planejamento urbano, resultaram em um cenário de pouca infraestrutura urbana e insegurança – elegendo o município como um dos mais violentos do país.

(28)

2.3.2 Linha do tempo

Segundo Umbuzeiro (1999), após s e r e m a n c i p a d a , A l t a m i r a é marcada pelo for te ciclo da borracha. Devido a esse processo, a cidade sofre um aumento na economia e no setor comerciário. Figura 13: Seringueiros no Vale do Xingu

Fonte: Site No Amazonas é assim, 2013.

Devido ao povoado de Altamira possuir grande extensão física e necessidades a dm i ni s t r a t i v a s , de a c o r do c o m Umbuzeiro (1999), em 06 de novembro de 1911 cria-se o município de Altamira. Totalizando uma área de 159 533,328 km², tornando-se o maior município do Brasil e o terceiro maior do mundo em extensão territorial.

Figura 12: Missão jesuíta no atual município de Altamira

Fonte: Melo, 2018. Missões jesuítas Elevada a categoria de município Queda do preço da borracha (crise) Séc. XVIII 1911 1920-1930

(29)

O empreendimento em si não está situado na cidade (g.11), entretanto, devido Altamira ser um município estruturado mais próximo, acaba por se torna a capital da grande obra – fornecendo estrutura para os funcionários da barragem -.

Fig. 14: Trecho atual da rodovia Transamazônica sem asfalto.

Fonte: Mundi, 2016.

Figura 15: Localização da barragem de Belo Monte

Fonte: Google Maps, 2019, modicado pela autora.

Altamira (sede) UHE Belo Monte

Rio Xingu N Inicio da construção da Transamazônica, migração de 20.000 pessoas para colonizar. Início da construção da UHE Belo Monte

1972

2010

Início dos Reassentamentos Urbano Coletivo (RUCs)

(30)

Conforme a Norte Energia³ (2011), Altamira é considerada uma cidade polo da região e foi a cidade que recebeu a maior parte dos impactos causados pela construção da usina hidrelétrica, principalmente com a instalação de empresas tercerizadas que prestam serviços ao empreendimento, bem como o grande uxo migratório de pessoas que vão trabalhar na obra.

Outro fator importante, foi que os estudos realizados para a implementação do empreendimento, apontava que 25% da sua malha urbana da cidade seria alagada. Segundo a Norte Energia³ (2011), O Plano Básico Ambiental da barragem, prevê o alagamento dos bairros que cam próximos aos igarapés que cortam a cidade. A partir disto, a empresa responsável pela obra da hidrelétrica, teve como obrigação realizar um plano de requalicação urbana destas áreas, realizando a realocação dessas pessoas que iriam sofrer com o alagamento e também implementando parques e áreas de lazer.

2.3.3 Reassentamento Urbano Coletivo

Segundo Umbuzeiro (1999), a cidade de Altamira tem seu processo de criação não diferente das demais cidades da região amazônica, onde só é realizada a implantação dos povoados para explorar recursos da Amazônia, e a maiorias das cidades só recebem recursos ou estruturas quando há interesses para exploração, até mesmo o uxo migratório para aparecimento de novas cidades ou antigas é realizado através de incentivos de grandes projetos na Amazônia, dessa forma, as cidades amazônicas têm sua dinâmica alterada a serviço do capital. Se reestruturando cada vez que projetos são instalados nas cidades ou próximos a elas.

Diante o exposto foram criados os Reassentamentos Urbano Coletivos (RUCs), para a realocação dessa população que precisava sair de suas casas devido o alagamento.

De acordo com o Gedtam (2015) foram pré-selecionadas pela Norte Energia cinco áreas para a implantação desses reassentamentos. Na gura 16 pode-se observar que as áreas escolhidas para implantação dos RUCs, são áreas distantes do centro da cidade e que no Plano Diretor de Altamira, de 2003 (ALTAMIRA, 2003), eram consideradas áreas periurbanas, sendo utilizadas como fazendas e áreas de preservação ambiental, nas quais havia o predomínio de orestas e pastagens para criação de gado.

Uma das principais características dessas localidades é a relativa distância em relação ao centro da cidade, causando assim o isolamento das famílias que habitam os RUCs, pois a cidade de Altamira não conta com um sistema de transporte público adequado e de qualidade, com ônibus sucientes para atender toda a população, assim, as pessoas são obrigadas a comprar um meio de transporte particular.

A partir de 2013, começou-se a produção de 4.139 lotes residenciais para ns de reassentamento da população urbana atingida, distribuídos em cinco loteamentos situados no perímetro urbano, sendo eles: Jatobá (1.178 lotes), Laranjeiras (599 lotes), São Joaquim (1.105 lotes), Casa Nova (452 lotes) e Água Azul (805 lotes). Ainda com previsão de mais um loteamento destinado aos pescadores, aos indígenas citadinos e aos reassentados da orla da cidade (Loteamento do Pedral). (NORTE ENERGIA, 2011)

(31)

Figura 18: Tipologia das casas dos RUCs

Fonte: Autora. Figura 17: Vista aérea do RUC Casa Nova

Fonte: Souza, 2019.

Fig. 16: Mapa de localização dos RUCs e a cota de alagamento.

Fonte: Norte Energia, 2011, modicado pela autora.

Iguarapé Panelas Iguarapé Altamira Iguarapé Ambé Ilha Ilha Perímetro urbano Perímetro urbano Perímetro urbano BR-230 BR -230 Cota de alagamento Cota Cota RUC São Joaquim RUC Casa Nova RUC Laranjeiras RUC Jatobá RUC Água Azul Rio Xingu Rio Xingu N

(32)

Fonte: Autora.

Outro problema encontrado, durante o trabalho de campo é a falta da intervenção do poder público nos reassentamentos. Há o funcionamento de escola pública e posto de saúde (g.21) em apenas dois RUC. Nos demais, existem equipamentos (g.20), todavia, não funcionam.

As pessoas que tinham comércio, para manterem suas atividades, modicam as casas por conta própria, como se pode observar na gura 19, que mostra um ponto comercial construído pelo próprio morador no RUC Jatobá.

Figura 19: Distribuidora de bebidas no RUC Jatobá

Figura 21: Posto de saúde no RUC São Joaquim

Fonte: Autora.

Figura 20: Praça e quadra de esportes no RUC São Joaquim

Fonte: Autora.

Embora haja muitas reclamações sobre as casas que foram construídas, em entrevistas realizadas pela acadêmica, algumas famílias consideram ótimas as casas que receberam, por acreditarem que nunca teriam condições de conseguir uma casa nova. Mas também para essas famílias os reassentamentos têm muitos problemas a serem resolvidos, principalmente de acessibilidade e de mobilidade das pessoas que ali residem.

Em suma, pode-se concluir que com a chegada da Usina Hidrelétrica Belo Monte a cidade de Altamira passou (e ainda está passando) por profundas transformações e reestruturações. Neto (2017) ressalta que os direitos básicos da população estão sendo negligenciados, principalmente para a população remanejada – sendo estes direitos, como: Transporte público, educação e saúde -.

Nesse sentido podemos armar que o processo de produção urbana da cidade de Altamira vem sendo modicado ao longo do tempo. Os reassentamentos urbanos da cidade modicaram o modo de vida da população que antes tinha uma relação direta com o rio e agora sofrem um processo de segregação imposta pelo capital.

(33)
(34)

3.1 LOCALIZAÇÃO

A área de recorte escolhida para a implantação do projeto, está localizada no município de Altamira, no estado do Pará, na região Norte do país. A área abrange o bairro da Liberdade e está entre os Reassentamentos Urbano Coletivos. Segundo o IBGE, a população estimada do município em 2018 era de 113.195 habitantes.

Como o objetivo do equipamento comunitário é oferecer suporte para a população dos RUCs, entende-se que a melhor área para implantação, seja um local que que próximo de todos, embora haja uma certa distância entre os mesmos.

3.1.1 Área de recorte

RUC RUC RUC RUC RUC N

Área de recorte

Figura 22: Mapa da localização da área de recorte

De acordo com o mapa abaixo, conclui-se que os RUCs não se conectam, havendo dois ao Oeste e três a Leste. Entre eles, situa-se o bairro da Liberdade, que também possui as mesmas demandas, porém a população já residi ali há um certo tempo.

Entede-se que a melhor localização para que o equipamento dê suporte aos RUCs, seja estar no meio deles, mais precisamente no bairro da Liberdade, aonde em conjunto, também passa a avenida Magalhães barata, que é o principal eixo viário que conecta os 5 RUCs e também leva para o centro da cidade.

Liberdade

(35)

Figura 23: Mapa de localização do terreno na área de recorte. Fonte: Autora.

TERRENO

BR-230 (R odovia Transamazônica) Rua WE-Dezoito

Rua Magalhães Barata

ESCALA 1:5000

N 2 1 4 3 Área:10.500 m²

Bairro: Liberdade

(36)

Figura 24: Vista 1 BR-230 (orientação sul)

Fonte: Autora.

Figura 25: Vista 2 Rua Magalhães Barata (orientação nordeste) Fonte: Autora.

Rodovia Transamazônica

Rodovia T

(37)

Fonte: Autora. Fonte: Autora.

Figura 26: Vista 3 Rua WE-Dezoito (orientação noroeste)

Figura 27: Vista 4 (orientação sudoeste)

Rodovia Transamazônica

R odovia T

(38)

3.2 CARACTERIZAÇÃO DA POPULAÇÃO

Segundo a Norte Energia, a população residente nos 5 Reassentamentos Urbano Coletivos é estimada em 24.834 pessoas, sendo considerado o número de 6 residentes por unidade habitacional. Já o bairro Liberdade, apresenta uma estimativa de 6.350 pessoas, de acordo com a Prefeitura Municipal de Altamira.

Esta população não tem o senso de pertencimento do local onde estão inseridos, pois chegaram repentinamente e sem escolha.

O equipamento pretende atender dois tipos de moradores: Os realocados dos RUCs e os do consolidado bairro da Liberdade.

Segundo a Prefeitura Municipal de Altamira (2019), o primeiro tipo de morador, é proveniente das áreas próximas de iguarapés - os quais seriam alagados - aonde moravam em palatas (tipologia de casa em madeira elevada do chão) e não possuíam a mínima infraestrutura. Estas pessoas, em consequência do alagamento proveniente da barragem de Belo Monte, tiveram que sair de suas casas e do lugar aonde moravam há vários anos, para serem realocados a novos bairros distantes de suas casas antigas. É importante destacar que essa mudança possui tanto seu lado negativo quanto positivo. O lado positivo, é que a população ganhou casas em concreto pré moldado, com escritura de lote e projeto de saneamento (ainda não houve a efetivação do serviço em todas as casas). Todavia, esses moradores foram colocados em lotes aleatórios, aonde cavam longe das escolas que os lhos frequentavam, do trabalho e de seus familiares.

Já o segundo tipo de morador, é proveniente do bairro da Liberdade (bairro existente). Contudo, possui características diferentes, visto que, tiveram a escolha de residir naquele lugar e estão lá há bastante tempo - o bairro é um dos primeiros da cidade-. Esta população possui um senso de pertencimento em relação ao local que moram, pois estudam, trabalham e possui familiares por perto.

3.3 PERFIL SOCIOECONÔMICO

Embora os moradores sejam diferenciados em dois tipos para uma melhor análise, os mesmos possuem o mesmo perl socioeconômico e renda familiar (g.28) - os diferenciando apenas pelo fator de como chegaram no local.

1 a 2,5 salários minímos

Fonte: Prefeitura de Altamira, 2019, modicado pela autora. Figura 28: Renda da população

Fonte: Prefeitura de Altamira, 2019, modicado pela autora. Figura 29: Grau de escolaridade e prossionalização da população.

6 - 14 anos 14 - 18 anos Ensino superior

93 % 52 % 27 %

(39)

Fonte: Prefeitura Municipal de Altamira, 2008.

Figura 30: Vista aérea das palatas (antigas moradias dos atuais moradores dos RUCs)

Figura 31: Novas moradias dos RUCs

(40)

3.4 LEGISLAÇÃO

3.4.1 Zonas de uso do solo

Área caracterizada por ocupação de categoria de uso do solo residencial de média densidade e comércio especializado.

Área habitacional onde se pretende incentivar a categoria de uso do solo, usos de média densidade sob a forma de habitação uni-habitacional (UH), sendo admitida habitação da subcategoria pluri-habitacional (PH) e comércio e serviço.

Áreas públicas ou privadas, com atributos naturais importantes para a manutenção do equilíbrio ambiental da área urbana, onde se pretende incentivar o interesse ambiental.

Zona de Industria e Abastecimentos 2: Áreas caracterizadas pelos usos de atividades de produção e transformação da subcategoria IN 1 (As atividades industriais não nocivas ou perigosas) e admite comércio, serviços e uso habitacional.

O terreno está locado em uma área que de acordo com o Plano Diretor de Altamira é caracterizada como uma ZM 2 (Zona Mista 2), visto que, é permitido a construção de usos residenciais e de comércio. Devido o parcelamento do uso do solo não prever espaços para equipamentos públicos, ca a critério do Poder Executivo Municipal regulamentar a instalação deste tipo de uso. Entende-se que é necessário a destinação de áreas de interesse social perto dos bairros periféricos ao centro da cidade, para que haja a instalação de equipamentos que possam vim atender as necessidades da população. ZM 2 (Zona Mista 2)

ZH 2 (Zona Habitacional 2)

ZIP (Zona de Interesse Paisagístico)

ZIA 2 (Zona de Indústria e Abastecimento 2) Conforme o Plano Diretor de Altamira, o uso do solo

é distribuído em 5 zonas.

Áreas caracterizadas pelos usos de atividades de produção e transformação, da subcategoria IN 2 (Atividades industriais que signiquem uso incômodo ou nocivo).

ZIA 1 (Zona de Indústria e Abastecimento 1)

Figura 32: Mapa de legislação

Fonte: Prefeitura Municipal de Altamira, 2019, modicado pela autora. TERRENO ZIA 2 ZIA 1 ZM 2 ZH 2 ZIP LEGENDA N ESCALA 1:5000

(41)

O gabarito máximo da altura recomendável das edicações não deverá ultrapassar a 30 metros. E não é permitido acréscimos nas coberturas de qualquer espécie.

Segundo o Plano Diretor da cidade, em todas as zonas, deverá ser mantida, nos lotes, uma área permeável mínima de 10%, a qual cará livre de edicação, da projeção desta ou de avanço do subsolo, não podendo, ainda, receber nenhum tipo de revestimento impermeável ou cobertura. Como observação, deve-se manter no dimensionamento da área permeável, 50% contidos em apenas uma área única.

3.4.3 Taxa de impermeabiliazação

3.4.4 Gabarito

3.4.5 Afastamentos

3.4.2 Taxa de ocupação

Frente Laterais Fundo 2 metros 1,5 metros 3 metros Previsão BR 230 20 metros

Figura 33: Esquema de gabarito máximo

Fonte: Autora.

Os afastamentos são baseados no Plano Diretor, entretanto, não há nenhuma observação sobre a rodovia BR-230. Devido o terreno estar as margens da rodovia, será considerado, de acordo com o DNIT-PA, um afastamento de 20 metros do eixo da via, destinado a faixa de domínio. Conforme o Departamento de Estradas e Rodagens, a faixa de domínio, é caracterizada como um espaço lateral as rodovias estaduais e federais, para construção de pistas de rolamento, acessos, entre outros. Conforme conversas realizadas com o DNIT regional, não há projeto de ampliação desta rodovia, apenas, manutenção do asfalto.

Figura 34: Esquema dos afastamentos

Fonte: Autora. 20 m 1,5 m 1,5 m 1,5 m eixo viário

60 %

Máximo

6.300 m²

Área máxima

1.050 m²

10% do Terreno

525 m²

Área única

30 metros

10.500 m²

Área do terreno

(42)

3.5 SISTEMA VIÁRIO

Por está situado próximo a um eixo viário importante, o espaço tem como possibilidade um escoamento maior de pessoas e até a valorização do equipamento. A via em vermelho, é um dos principais acessos ao interior da cidade, fazendo parte dos primeiros eixos traçados.

A área está situada às margens da BR-230 – mais conhecida como Transamazônica, sendo eixo de ligação muito importante a cidade. As outras vias que circundam o terreno são caracterizadas, como: Principal (vermelho) e local (amarelo). (g.37)

destres e placa de sinalização com limite de 60km/h. Entende-se que a via apenas tem a nomenclatura de rodovia federal, entretanto, não possui características de um eixo viário arterial. Em relação ao trânsito, o uxo de veículos é considerado baixo, visto que, os caminhões não cortam a cidade por ali.

As vias possuem traçados ortogonais e em sua maioria uma leitura clara da hierarquia, entretanto, alguns eixos locais escoam diretamente na BR 230, não havendo nenhuma zona de amortecimento.

arterial

arterial

local

local

coletora

Fig. 34: Esquema da hierarquia das vias atualmente.

Fig. 35: Esquema da hierarquia desejada das vias .

3.5.1 BR-230

Fig. 36: Perl viário da BR-230.

Fonte: Autora

Fonte: Autora

Fonte: Autora

O uxo de transporte de cargas acontecem de duas formas. Na primeira situação, as cargas não passam pela cidade, pois as mesmas são levadas para o porto da cidade Vitória do Xingu, que ca situado um pouco antes da entrada de Altamira, não havendo a necessidade de entrar na cidade. Já a segunda situação, os caminhões preferem cortar a cidade pelas avenidas principais (centro da cidade), que são mais largas e possuem mais pistas. Conclui-se que o trecho da BR-230 que passa pelo terreno, não gera uma zona de perigo ou incômodo ao futuro equipamento.

O trecho da rodovia Transamazônica que corta a cidade de Altamira, possui apenas duas faixas (ida e volta). O eixo viário possui sinaleiras, faixa de

(43)

43 DIAGNÓSTICO Figura 37: Mapa do sistema viário

Fonte: Prefeitura Municipal de Altamira, 2019, modicado pela autora. TERRENO SISTEMA VIÁRIO LEGENDA N ESCALA 1:5000 Via arterial Via principal Via coletora Via local

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Grande parte das vias locais encontram-se em estado degradado, sendo algumas em terra. Atualmente o estado da BR 230 (Transamazônica) é precário e sem nenhuma manutenção – contendo buracos e trechos sem sinalização.

3.5.2 Perl das vias

Fig. 41: Perl viário esquemático da via local. Fig. 39: Perl viário esquemático da via principal. Fig. 38: Perl viário esquemático da via arterial.

7 metros (duas pistas) 9 metros (duas pistas) 11,50 metros (duas pistas) 12 metros (duas pistas)

Fig. 40: Perl viário esquemático da via coletora.

Fonte: Autora Fonte: Autora Fonte: Autora Fonte: Autora

Fig. 42: Foto da via arterial (BR-230).

Fig. 43: Foto da via principal (Rua. Magalhães Barata). Fonte: Autora

Fig. 44: Foto da via local (Rua WE-Dezoito). Fonte: Autora

Fig. 45: Foto da via local.

Fonte: Autora Fonte: Autora

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3.6 MORFOLOGIA

Assim como muitas cidades brasileiras, o traçado de Altamira (g.46) nasceu a partir da matriz religiosa, sendo suas ruas principais desenhadas de forma ortogonal. Pois no passado a Igreja era sinônimo de proteção e se xar ao redor de uma era, portanto, um bom negócio.

Devido aos grandes movimentos migratórios, a c i d a d e s e d e p a r o u c o m u m a e x p l o s ã o populacional. Consoante a isto, a malha urbana começa a crescer de forma desordenada e sem planejamento. (g.47)

Ao analisar a morfologia do entorno do lote (g.48), pode-se perceber que o traçado é ortogonal. Já as quadras, possuem tamanhos irregulares, sendo as de médio porte – totalmente ocupadas por residências- e as de grande porte – ocupadas por vegetação e chácaras urbanas.

Os primeiros bairros foram locados às margens do rio, visto que, era a única entrada e saída da cidade, sendo por meio de barcos ou aviões. Nos dias atuais, essa área é considerada como centro histórico e comercial do município.

Fig. 46: Vista aérea da cidade em 1960.

Fig. 47: Crescimento do perímetro urbano de Altamira.

N S/ESC

Fonte: Whayne, 2019

Fonte: Autora

Perímetro urbano antigo

Perímetro urbano novo

3.7 CHEIOS E VAZIOS

Ao analisar o mapa de cheios e vazios (g.48), pode-se concluir que o recorte contém grandes manchas brancas e em determinadas partes um certo aglomerado de manchas pretas.

Um fator importante a ser elencado, é a forma de ocupação do bairro, visto que boa parte das edicações dividem o mesmo lote ou até mesmo não possuem afastamentos laterais mínimos. Esta disposição de espaços construídos, confere a área um perl mais informal e sem planejamento. Em conformidade a distribuição dos espaços vazios, pode-se perceber um potencial para futuras construções ou implementação de espaços de lazer e suporte para a comunidade.

(46)

TERRENO

(47)

3.8 USO DO SOLO E EQUIPAMENTOS COMUNITÁRIOS

Em relação ao uso institucional, as edicações são caracterizadas como igrejas evangélicas em sua maioria, havendo apenas uma escola de ensino infantil no recorte. Por ser um bairro de classe média baixa e estar situado em uma zona periférica, não há presença de muitos equipamentos institucionais.

Conforme a gura 51, compreende-se o bairro como residencial, devido haver várias manchas amarelas. Todavia, em torno das vias de maior uxo, há uso misto – sendo comércio e residência no mesmo local.

O único equipamento da área é a escola Nossa Senhora Aparecida, a qual atende crianças no ensino infantil. Devido ser um bairro classicado como periferia e alguns loteamentos serem reassentamentos da Barragem de Belo Monte, não há uma infraestrutura necessária à comunidade. Em consequência, os moradores carecem de um espaço comunitário.

O lazer da comunidade se volta em torno de apenas um espaço próximo, mais conhecido como Praça do Mirante – é o ponto mais alto da cidade e aonde se pode ter uma vista completa da mesma. A praça possui quadras, playground, lanchonetes e academia ao ar livre, sendo atualmente um ponto de referência, tanto geográco como turístico.

Fig. 49: Igreja Presbiteriana do Brasil.

Fonte: Google Maps, 2019 Fonte: Google Maps, 2019

(48)

Fonte: Prefeitura Municipal de Altamira, 2019, modicado pela autora. TERRENO

(49)

3.9 GABARITOS

Consoante o mapa abaixo (g.52), compreende-se o recorte como uma área de característica mais residencial, pois os gabaritos são mais baixos. Por ser uma cidade de médio porte e grande áreas vazias, as edicações acabam por se distribuir pelos Ao pensar em um novo espaço, deve-se eleger elementos importantes a serem analisados, como: Relação dos gabaritos das edicações. Este fator é fundamental à percepção do espaço em volta, pois,

caracteriza os usos e a relação com o observador. Por ser um bairro de classe média baixa, nota-se que as edicações de 1 pavimento são residências e as edicações de 2 pavimentos são de uso misto – ocupadas por famílias que trabalham e moram no mesmo local. Já as construções de 3 pavimentos, são caracterizadas como grandes comércios ou galpões.

terrenos de forma horizontal e não utiliza o artifício de adensamento das construções verticalmente para locar a população.

Fonte: Prefeitura Municipal de Altamira, 2019, modicado pela autora. Figura 52: Mapa de gabaritos

1 PAVIMENTO LEGENDA

N

ESCALA 1:5000

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Conforme Souza (2018), a velocidade horária média do vento não varia signicativamente ao longo do ano, permanecendo mais ou menos 5 km por hora. O vento norte tem duração de 1,1 mês (9 de março a 12 de abril) e durante 2 meses (22 de agosto a 23 de outubro). Já o vento mais frequente vem do leste durante 4,3 meses (12 de abril a 22 de agosto) e durante 4,5 meses (23 de outubro a 9 de março).

3.10 CONDICIONANTES LOCAIS

4.10.1 Clima

O clima em Altamira é caracterizado como tropical, sendo que só existe uma curta época seca e não é muito ecaz, enquanto que na maioria dos meses do ano existe uma pluviosidade signicativa. A temperatura média da cidade é de 26 °C.

Segundo Souza (2018), durante o ano inteiro, o clima é quente e opressivo. Ao longo do ano, em geral a temperatura varia de 21 °C a 33 °C e raramente é inferior a 20 °C ou superior a 36 °C. As estações no município, são divididas em duas, como: Quente e fresca. A estação quente, de 28 de julho a 21 de novembro, com temperatura máxima média diária acima de 33 °C. Já a estação fresca permanece por 3,5 meses, de 10 de janeiro a 26 de abril, com temperatura máxima diária em média abaixo de 31 °C.

A umidade na cidade é caracterizada por ser abafado, opressivo ou extremamente úmido. Esta sensação não varia signicativamente ao longo do a n o , p e r m a n e c e n d o p r a t i c a m e n t e constante,100%, o ano inteiro.

Segundo o IBGE, as coordenadas geográcas de Altamira são: latitude -3,203°, longitude -52,206° e está situada a 105 m de altitude. A topograa dentro do perímetro de 3 quilômetros da cidade, contém apenas variações pequenas de altitude. Já a topograa do terreno, há 8 curvas de níveis, sendo o ponto mais alto localizado as margens da BR- 230.

Chove ao longo do ano inteiro na cidade, sendo a ocorrência máxima de chuva durante fevereiro e março, com acumulação total média de 322 milímetros. Já a ocorrência mínima de chuva é por volta de agosto e setembro, com acumulação total média de 21 milímetros.

4.10.2 Topograa

4.10.3 Umidade

4.10.4 Chuva

4.10.4 Ventos

Fonte: Site Wheather Spark, 2019

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Fonte: Prefeitura Municipal de Altamira, 2019, modicado pela autora. TERRENO 12h 10h 08h 14h 16h CONDICIONANTES LOCAIS LEGENDA massa vegetativa insolação mais forte insolação menos forte ventos

ESCALA 1:5000 N

Referências

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