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TEORES FOLIARES DE N, P E K NO ALGODOEIRO FERTIRRIGADO COM EFLUENTE DOMÉSTICO

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Academic year: 2021

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Bolsista de Pós-doutorado, Depto de Ciências Ambientais e Tecnológicas, UFERSA, Mossoró, RN, CEP 59.625-900. e-mail: iarajane@hotmail.com.

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TEORES FOLIARES DE N, P E K NO ALGODOEIRO

FERTIRRIGADO COM EFLUENTE DOMÉSTICO

I. B. do Nascimento1; O. N. de Sousa Neto2; C. R. Cosme3; G. Andrade Filho4; N. da S. Dias3; J. R. L. Rebouças2

RESUMO: Este trabalho objetivou avaliar os efeitos da irrigação com efluente de estação de

tratamento de esgoto sanitário sobre os teores foliares de nitrogênio, fósforo e potássio do algodoeiro (Gossypium hirsutum L.). O delineamento experimental adotado foi o de blocos casualizados com parcelas subdivididas, sendo que em nível de parcelas foram testadas as diluições do efluente doméstico [25% - T1, 50% - T2, 75% - T3 e 100% de água residuária – T4 e água de abastecimento + adubação mineral do solo – T5] em dois solos de texturas contrastantes. Conclui-se que a utilização de água residuária supre as necessidades nutricionais do algodoeiro em N e K, exceto para P, sendo que, para as plantas cultivadas no Latossolo houve maior resposta na absorção de N e K do que no Cambissolo.

PALAVRAS CHAVE: Nutrição de Plantas, Esgoto doméstico, Gossypium hirsutum L.

LEVELS OF N, P E K IN THE LEAVES OF COTTON

FERTIGATED WITH WASTEWATER

SUMMARY: This study evaluated the effects of irrigation with wastewater treatment plant

sewage on foliar concentrations of nitrogen, phosphorus and potassium in cotton (Gossypium

hirsutum L.). grown in two soil types. The experimental design was a randomized block with

split plots, with plot level were tested dilutions of wastewater [25% - T1, 50% - T2, 75% - 100% of T3 and wastewater - T4 and water supply + mineral fertilizer soil - T5] in two soils of contrasting textures. It is concluded that the use of wastewater meets the nutritional needs of the cotton plant N and K, except for P. And yet, the plants grown in the Latossolo was greater response in the absorption of N and K than the Cambissol.

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I. B. do Nascimento et al.

INTRODUÇÃO

A escassez dos recursos hídricos é um fato atual e crescente, já que se refere a uma questão ambiental e que acompanha as atividades de urbanização, desmatamento, agricultura, pecuária e indústria, e que promove todo o tipo de contaminação, além disso, nos últimos anos vem diminuindo a qualidade e quantidade desse recurso, comprometendo o consumo para as gerações futuras.

A produção agrícola depende da disponibilidade de água e do seu uso racional, já que a utilização da água para a irrigação é um desafio relevante para as áreas com escassez desse recurso, como as regiões áridas e semiáridas. Dessa forma, é necessário buscar alternativas racionais que viabilizem o uso de águas residuárias, tanto do ponto de vista ambiental como do ponto de vista econômico, visto que se faz a cada dia mais necessário a busca de fonte alternativa. Além disso, vários trabalhos indicam o efluente tratado como alternativa para uso na irrigação, do ponto de vista nutricional; para o cultivo de várias espécies como pimentão (Sousa et al. 2006) e gérberas (Medeiros et al. 2007).

O nitrogênio, o fósforo e a matéria orgânica no efluente tratado são fertilizantes e condicionadores de solo, favorecendo o desenvolvimento das plantas (Fasciolo et al. 2002). Porém, existem poucas produções científicas relacionadas ao tema do reuso de esgoto doméstico tratado na irrigação da cultura do Algodoeiro, contrastando com a relevância econômica desta cultura, bem como a escassez de recurso hídrico, as vantagens e limitações do reuso na região do semiárido nordestino.

Neste sentido, o trabalho objetivou avaliar os efeitos da irrigação com efluente de estação de tratamento de esgoto sanitário sobre os teores foliares de nitrogênio, fósforo e potássio no algodoeiro, cultivado em dois tipos de solos.

MATERIAL E MÉTODOS

O experimento foi conduzido na área experimental do Departamento de Ciências Ambientais e Tecnológicas da UFERSA, em Mossoró, RN. A água residuária foi proveniente de uma lagoa de estabilização de Estação de Tratamento de Esgotos Domésticos pertencente à CAERN (Companhia de Água e Esgoto do Rio Grande do Norte). A pesquisa foi desenvolvida utilizando-se dois tipos de solo, sendo um de textura arenosa, classificado como Latossolo Vermelho Amarelo e a outra de textura argilosa, classificado como Cambissolo. O delineamento experimental adotado foi o de blocos casualizados com parcelas subdivididas, sendo que em nível de parcelas foram testadas as diluições do efluente doméstico [ 25% - T1, 50% - T2, 75% - T3 e 100% de água residuária – T4 e água de abastecimento + adubação mineral no solo – T5.] e as subparcelas constituíram-se de dois solos de textura contrastante, Latossolo Vermelho Amarelo (S1) e Cambissolo (S2). Os tratamentos foram dispostos em 20 parcelas experimentais com 1 m2 (0,50 x 2,00 m), sendo cada parcela subdividida em duas subparcelas (solos), totalizando 40 unidades experimentais, sendo 5 diluições, dois tipos de solos e 4 repetições. Cada subparcela era composta por duas fileiras de plantas de algodão (Gossypium hirsutum L. raça latifolium Hatch) cultivar 8H, com oito plantas por metro linear, espaçadas em 0,15m entre fileiras e 1m entre subparcelas. Em cada subparcela, apenas quatro plantas centrais foram

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I. B. do Nascimento et al.

consideradas úteis. Adotou-se o sistema de irrigação localizada, utilizando-se emissores tipo microtubos de 1,5 mm de diâmetro interno, visando evitar entupimento pelas partículas em suspensão presentes no efluente. A determinação dos teores de N, P e K das folhas foi realizada pelo método de extração por digestão sulfúrica.

RESULTADOS E DISCUSSÃO

De acordo com à analise de variância (Tabela 1) verifica-se que para os teores de N, P e K na folha aos 70 DAP houve interação significativa entre as proporções de água residuária aplicadas e os solos para os teores de P e K ao nível de 5% de probabilidade, e efeito significativo independente para as proporções de água residuária apenas para teor de potássio. Já com relação fonte de variação tipo de solo ocorreu efeito significativo para N e K ao nível de 1% de probabilidade.

Com relação à segunda coleta (115 DAP) houve interação significativa apenas para o potássio em todas as fontes de variações estudadas. Ocorreu efeito isolado do solo para o P e K, e efeito significativo das proporções de água residuária somente para o K.

No Latossolo aos 70 DAP, verificou-se que o teor nitrogênio foi maior quando as plantas foram fertirrigadas com 100% de água residuária (39,66 g kg-1), na qual se obteve um incremento de 17% comparado ao T5 (tratamento controle). E os demais tratamentos (T1, T2 e

T3) apresentaram teores médios de 32,59; 36,16 e 35,44 g kg -1

, respectivamente (Figura 1A). No entanto no Cambissolo, observaram-se maiores valores para os tratamentos T3, T4 e T5. Já aos

115 DAP, observa-se um declínio nos teores de N nas plantas fertirrigadas com o aumento das proporções de água residuária; no entanto, as plantas quando submetidas ao T1 apresentaram

valores superiores ao T5, promovendo assim um acréscimo de 17% (Figura 1B). Os resultados

encontrados discordam com os obtidos por Fonseca (2001), usando efluentes na irrigação de milho, relata que o efluente contribuiu para o aumento dos teores de N nas plantas, teores estes mais altos inclusive que das plantas cultivadas com manejo convencional. Na avaliação dos dois tipos de solos durante o ciclo do algodoeiro, percebe-se maior resposta nas plantas cultivadas no Latossolo, em virtude deste solo apresentar menor teor natural de matéria orgânica e nitrogênio. Constata-se também que, este nutriente aumentou em função do grande aporte de matéria orgânica pela água residuária (Figura 4C).

Houve interação significativa entre os fatores estudados para o teor de fósforo aos 70 DAP (Tabela 1). Nesta mesma época, evidenciou-se que as plantas de algodoeiro quando submetidas aos tratamentos T1, T2, T3 e T4 e cultivadas no solo S1 (Latossolo) apresentaram ganhos de 27,8;

39,0; 37,3 e 40,11% comparados ao tratamento controle (T5), demonstrando que, a aplicação de

águas residuárias aumentou os níveis desse nutriente nas plantas cultivadas no Latossolo (Figura 2A). Já para o Cambissolo, obteve-se comportamento inverso nas plantas quando submetidas ao tratamento T5, na qual proporcionou maiores teores de P comparado com as

plantas que foram cultivadas com 100% de água residuária (T4). Sendo que, a faixa obtida neste

experimento encontra-se abaixo dos resultados obtidos por Serra et al. (2010).

Para o Potássio foi observado o efeito da interação entre as proporções de água residuária e os dois solos estudados nas diferentes épocas de coletas, onde se percebeu que, no Latossolo as parcelas que receberam proporções de efluentes aos 70 DAP apresentaram valores maiores comparados com o tratamento com adubação mineral, na qual se destacou o T2 com 25% de

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I. B. do Nascimento et al.

água residuária (21,2 g kg-1), obtendo um aumento de 41% com relação ao T5 (Figura 3A).

Avaliando aos 115 DAP, evidenciou-se que o teor de K no Latossolo apresentou pequenas variações entre os tratamentos, variando de 4,26 a 5,95 g kg-1.

Por outro lado, no Cambissolo verificou-se uma maior diferenciação entre tratamentos com relação ao acúmulo deste nutriente, na qual ocorre uma redução de 28% para o tratamento controle (T5) comparado com o T2 (Figura 3B). O reuso de água como fertilizante mostra-se

uma estratégia ambientalmente adequada para o aproveitamento deste resíduo, pois à medida que as cidades vão investindo no tratamento do esgoto doméstico, quantidades cada vez maiores deste material são disponibilizadas com grande potencial de uso agrícola.

CONCLUSÕES

1-A utilização de água residuária supre as necessidades nutricionais do algodoeiro em N e K, exceto para P.

2- As plantas de algodoeiro cultivadas no Latossolo tem maiores respostas na absorção de N e K que o Cambissolo, quando irrigados com água de esgoto doméstico tratado.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

FASCIOLO, G.E.; MECA, M.I.; GABRIEL, E.; MORÁBITO, J. Effects on crops of irrigation with treated municipal wastewaters. Water Science and Technology, Oxford, v.45, n.1, p.133-8, 2002.

FONSECA, A. F. Disponibilidade de nitrogênio, alterações nas características químicas do solo e do milho pela aplicação de efluente de esgoto tratado. 2001. 126 f. Dissertação (Mestrado em Solos e Nutrição de Plantas) – Escola Superior de Agricultura “Luiz de Queiroz”, Piracicaba, 2001.

Medeiros, S. S.; Soares, F. A. L.; Gheyi, H. R.; Fernandes, P. D. Uso de água residuária de origem urbana no cultivo de gérberas: efeito nos componentes de produção. Eng. Agríc., Jaboticabal, v.27, n.2, p.569-578, maio/ago. 2007. SERRA, A. P.; MARCHETTI, M. E.; VITORINO, A. C. T.; NOVELINO, J. O.; CAMACHO, M. A. Determinação de faixas normais de nutrientes no algodoeiro pelos métodos CHM, CND e DRIS, Revista Brasileira de Ciência do Solo, Viçosa, v. 34, p. 105-113, 2010.

SOUSA, J. T.; CEBALLOS, B.S. O.; HENRIQUE I. N.; DANTAS J. P.; LIMA, S. M. S. Reúso de água residuária na produção de pimentão (Capsicum annuum L.). Revista Brasileira de Engenharia Agrícola e Ambiental, Campina Grande, v.10, n.1, p.89-96, 2006.

Tabela 1. Resumo da análise de variância dos teores de N, P e K em função da fertirrigação com e sem água residuária em dois tipos de solos aos 70 e 115 DAP.

Quadrados médios

F.V. G.L Época 1 (Aos 70 DAS) Época 2 (Aos 115 DAS) Nitrogênio Fósforo Potássio Nitrogênio Fósforo Potássio PAR¹ 4 27,240 n.s 0,324 n.s 41,441* 6,425 n.s 0,438 n.s 3,769* Solo 1 128,343 * 0,289 n.s 112,828* 62,555 n.s 2,402** 9,890* PAR x solo 4 18,030 n.s 0,591** 9,719** 38,59 n.s 0,615 n.s 2,99**

Resíduo 27 12,555 0,591 3,38 27,721 0,354 0,498

C.V (%) 9,53 26,04 12,53 15,87 47,51 12,33

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I. B. do Nascimento et al.

Figura 1. Teores do N (A) aos 70 DAP, (B) aos 115 DAP e (C) totais no limbo foliar do algodoeiro fertirrigado com água residuária e adubação mineral.

Figura2. Teores do P (A) aos 70 DAP, (B) aos 115 DAP e (C) totais no limbo foliar do algodoeiro fertirrigado com água residuária e adubação mineral.

0 5 10 15 20 25 30 35 40 45 S1 S2 T eo re s d e N ( g .k g -1) Solos 1A T1 T2 T3 T4 T5 0 5 10 15 20 25 30 35 40 45 T1 T2 T3 T4 T5 T eo re s d e N ( g .k g -1) Tratamentos 1C S1 S2 0 5 10 15 20 25 30 35 40 45 S1 S2 T eo re s d e N ( g .k g -1) Solos 1B T1 T2 T3 T4 T5 0 0,5 1 1,5 2 2,5 S1 S2 T e o r e s d e P ( g .k g -1) Solos T1 T2 T3 T4 T5 0 0,5 1 1,5 2 2,5 S1 S2 T e o r e s d e P ( g .k g -1) Solos T1 T2 T3 T4 T5 0 0,5 1 1,5 2 2,5 T1 T2 T3 T4 T5 T e o r e s d e P ( g .k g -1) Tratamentos S1 S2 C B 0 5 10 15 20 25 S1 S2 Te o re s d e K (g .k g -1) Solos A T1 T2 T3 T4 T5 0 1 2 3 4 5 6 7 S1 S2 T e o r e s d e K ( g .k g -1) Solos B T1 T2 T3 T4 T5 0 5 10 15 20 25 T1 T2 T3 T4 T5 T e o r e s d e K ( g .k g -1) Tratamentos C S1 S2 B C 0 5 10 15 20 25 S1 S2 Te o re s d e K (g .k g -1) Solos A T1 T2 T3 T4 T5 0 1 2 3 4 5 6 7 S1 S2 T e o r e s d e K ( g .k g -1) Solos B T1 T2 T3 T4 T5 0 5 10 15 20 25 T1 T2 T3 T4 T5 T e o r e s d e K ( g .k g -1) Tratamentos C S1 S2

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I. B. do Nascimento et al.

Figura 3- Teores do K (A) aos 70 DAP, (B) aos 115 DAP e (C) totais no limbo foliar do algodoeiro fertirrigado com água residuária e adubação mineral.

0 5 10 15 20 25 S1 S2 Te o re s d e K (g .k g -1) Solos A T1 T2 T3 T4 T5 0 1 2 3 4 5 6 7 S1 S2 T e o r e s d e K ( g .k g -1) Solos B T1 T2 T3 T4 T5 0 5 10 15 20 25 T1 T2 T3 T4 T5 T e o r e s d e K ( g .k g -1) Tratamentos C S1 S2

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