POLÍTICA DE RISCO DE LIQUIDEZ DOS
FUNDOS E CARTEIRAS GERIDOS PELO
SICREDI
Confederação Sicredi
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1.
OBJETIVOEm concordância com as diretrizes da Política de Gerenciamento de Riscos dos Fundos e Carteiras Geridos pelo Sicredi, esta Política tem como objetivo estabelecer as regras para as metodologias destinadas à identificação e ao acompanhamento da exposição ao risco de liquidez, conforme o disposto nos termos do artigo 23, § 1º, da Instrução CVM nº 558/2015. O gerenciamento do risco de liquidez busca assegurar a geração de caixa a partir dos ativos existentes na carteira, de acordo com as necessidades de cada fundo de investimento, sem o comprometimento da rentabilidade.
2.
DEFINIÇÕESA manutenção de nível adequado de liquidez em fundos de investimentos deve prever a cobertura das fontes potenciais de risco de saída de recursos, tais como risco de resgates e risco de concentração. A presente Política estabelece requerimento mínimo de liquidez – doravante, RML – para os fundos de investimentos, que devem manter montante de ativos líquidos capaz de satisfazer necessidades de liquidez, conforme definições que seguem.
2.1 Requerimento Mínimo de Liquidez
A metodologia de cálculo do requerimento mínimo de liquidez depende das características de cada tipo de fundo de investimento. Os fundos geridos pelo Sicredi são classificados em 4 categorias, estabelecidas nos itens a seguir:
2.1.1 Fundos do Tipo 1
São considerados fundos do tipo 1, os fundos de varejo ou destinado a um grupo não-restrito de cotistas com movimentação significativa. Para estes fundos, o RML deve ser calculado de acordo com a metodologia a seguir:
𝑅𝑀𝐿1 = 𝑀𝐶𝑜𝑡 + 𝑅𝑒𝑠𝑔
Onde:
MCot = percentual do PL relativo ao montante de recursos do maior aplicador do fundo; Resg = percentual do PL relativo ao percentil 1% da série histórica das movimentações líquidas do fundo.
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2.1.2 Fundos do Tipo 2
São considerados fundos do tipo 2, os fundos destinados a um grupo específico de investidores. A concentração dos cotistas é o fator de risco mais relevante e as movimentações não são significativas. Para estes fundos, deve-se utilizar o Índice de Herfindahl–Hirschman:
𝑅𝑀𝐿2 = √𝐼𝐻𝐻
Onde:
IHH = Índice de Herfindahl–Hirschman.
2.1.3 Fundos do Tipo 3
São considerados fundos do tipo 3, os fundos destinados a um único investidor, ou a um grupo restrito de investidores que tenham entre si vínculo familiar, societário ou pertençam a um mesmo grupo econômico e cujo regulamento determine a possibilidade de resgate em ativos financeiros integrantes de sua carteira, ou ainda a investidores profissionais cujo regulamento determine a possibilidade de resgate em ativos financeiros integrantes de sua carteira. Para estes fundos a concentração não pode ser considerada e a exigência de liquidez e o cálculo deve ser realizado da seguinte forma:
𝑅𝑀𝐿3 = 𝑀𝑅𝑒𝑠𝑔 + 𝐷𝑃
Onde:
MResg = maior resgate realizado nos últimos 252 dias;
DP = desvio-padrão da série de movimentação líquida dos últimos 252 dias.
2.1.4 Fundos do Tipo 4
São considerados fundos do tipo 4, os fundos que possuem particularidades especiais no que diz respeito aos seus aplicadores e/ou em relação a sua carteira de ativos (e.g., fundo da centralização financeira do Sicredi). Por este motivo, são considerados exceções dos Fundos do Tipo 3. Devido a características específicas, o controle de liquidez exigido para estes fundos deve ser diferenciado, sendo no máximo 5% do PL do fundo, devendo ser calculado da seguinte forma:
𝑅𝑀𝐿4 = 𝑀𝑖𝑛(𝑅𝑀𝐿3; 5%)
2.1.5 Cláusula de Barreira
O requerimento mínimo de liquidez não pode ser inferior a 5% do PL do fundo, com exceção dos fundos do tipo 4.
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2.2 Ativos Líquidos e Enquadramento
Para fins de enquadramento, é considerado adequado o cumprimento da exigência mínima de liquidez indicada pelo RML, que demanda a manutenção de ativos líquidos na carteira do fundo.
Para determinar o montante de ativos líquidos no fundo, os ativos devem ser avaliados quanto à sua capacidade de geração de caixa, de acordo com os seguintes critérios:
(i) Volume investido;
(ii) Fluxo de caixa do ativo; (iii) negociação em bolsa; (iv) registro em câmaras de
liquidação;
(iii) Mercado secundário; (iv) Margens de garantias.
Devem ser considerados ativos líquidos aqueles capazes de satisfazer as necessidades de geração de caixa do fundo de acordo com o prazo de resgate das cotas sem prejuízo à sua rentabilidade, conforme tabelas abaixo.
Ativos/Derivativos Dias úteis para liquidação
Overnight D0
Letra do Tesouro Nacional – LTN D0
Letra Financeira do Tesouro – LFT D0
Nota do Tesouro Nacional - Serie B – NTN-B D0
Nota do Tesouro Nacional - Serie F – NTN-F D0
Opções D+1
Ações no Índice Bovespa D+4
Ações fora do Índice Bovespa D+4*
Certificado de Depósito Bancário – CDB Vencimento **
Letra Financeira Vencimento **
Letra Financeira Subordinada Vencimento
Operação Compromissada Vencimento
Debêntures Vencimento**
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Nota Promissória Vencimento
Box de Opções Vencimento
Cédula do Produtor Rural – CPR Vencimento
Termo de Ações Vencimento
Cotas de Fundos de terceiros Cotização do Fundo
Aluguel de Ações Vencimento
*Se houver em carteira menos de 20% do volume médio diário operado no mercado,
as ações serão consideradas D+4, caso contrário, serão consideradas ilíquidas.
** Para os títulos privados de baixo risco, conforme definido pelo Administrador, a classificação de liquidez segue a tabela abaixo:
Percentual dos ativos em carteira que serão considerados líquidos Fundos CDBs e LFs Debêntures DPGEs
D+0 a D+4 0% 0% 0%
D+5 a D+14 20% 10% 5%
D+15 a D+30 30% 15% 10%
Superior a D+30 50% 20% 15%
Para fundos de investimento em cotas de fundos de investimento (FICs) que aplicam em fundos do próprio administrador, é possível a apuração da composição proporcional dos ativos no FIC. Dessa forma, o cálculo dos ativos líquidos dos FICs deve ser realizado através do produto entre o total de ativos líquidos do fundo que recebe a aplicação, considerando a cotização do FIC, e o percentual de cotas do FIC no fundo que recebe a aplicação. O RML dos fundos em que os cotistas sejam exclusivamente FICs não deve ser calculado, uma vez que o risco de liquidez destes é controlado indiretamente pelos FICs que neles aplicam.
3.
PAPÉIS E RESPONSABILIDADESIO Banco Cooperativo Sicredi subsidia de informações a Confederação Sicredi, e a este compete:
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Propor o conjunto de metodologias para identificar, mensurar, monitorar e reportar
a exposição ao risco de liquidez dos fundos e carteiras geridos pelo Sicredi;
Garantir a correta aplicação das metodologias, assim como propor revisões e
adequações, quando necessário. Ao Comitê de Riscos e Compliance, compete:
Definir o conjunto de metodologias para identificar, mensurar e monitorar a
exposição ao risco de liquidez dos fundos e carteiras geridos pelo Sicredi;
Proporcionar a adoção das melhores práticas de mercado de gerenciamento do
risco de liquidez e garantir a implementação de mudanças normativas aplicáveis à gestão do risco de liquidez dos fundos e carteiras geridos pelo Sicredi.
Ao Diretor e à equipe de riscos da Confederação, compete:
• Monitorar e controlar a exposição ao risco de liquidez, através de relatórios semanais enviados para a área de gestão. Em caso de descumprimento dos limites estabelecidos, cabe ao Diretor de Riscos e ao Superintendente de Riscos da Confederação solicitar ao Gestor a apresentação tempestiva da justificativa e o plano para ajuste das posições excessivas.
4.
BASE REGULATÓRIA / LEGISLAÇÃO APLICÁVEL Instrução CVM nº 555, de 17 de dezembro de 2014;
Instrução CVM nº 558, de 26 de março de 2015.
5.
DISPOSIÇÕES FINAISAs disposições da presente Política contemplam todos os fundos de investimento geridos pelo Sicredi, à exceção dos fundos fechados, que seguirão, exclusivamente, a política de investimento definida em seus regulamentos.
A equipe de riscos da Confederação é responsável pelos normativos referentes ao assunto tratado neste documento.