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RELATÓRIO DE ESTÁGIO

Relatório de Estágio apresentado à Universidade Católica

Portuguesa para obtenção do grau de mestre em enfermagem, com

especialização em Enfermagem de Saúde Infantil e Pediátrica

Por

Juliana Patrícia Domingues Dias

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RELATÓRIO DE ESTÁGIO

INTERNSHIP REPORT

Relatório de Estágio apresentado à Universidade Católica

Portuguesa para obtenção do grau de mestre em enfermagem, com

especialização em Enfermagem de Saúde Infantil e Pediátrica

Juliana Patrícia Domingues Dias

Orientação Doutora Constança Festas

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RESUMO

Este relatório tem como objetivo principal descrever as atividades desenvolvidas no decorrer do estágio, e objetivos planeados para adquirir as competências propostas pelo plano de estudos do curso. Também foi considerada e abordada a experiência desenvolvida na área de Saúde Infantil e Pediatria noutros contexto de estágio, com o inerente desenvolvimento e aquisição de competências. Para a concretização deste trabalho utilizei uma metodologia descritiva e reflexiva, baseada no desenvolvimento da minha atividade. Recorri a entrevistas informais com os Enfermeiros Especialistas em Saúde Infantil e Pediátrica (EESIP), a pesquisa bibliográfica com evidência científica bem como aos registos das atividades executadas. Num exercício autocrítico e reflexivo sistemático, todo o documento revela um processo lógico de evolução profissional e pessoal que considero ter sido atingido. Posso concluir que cabe aos EESIP a prestação de cuidados especializados às crianças e jovens, sem desvirtuar o binómio criança/ jovem e suas famílias. Um EESIP deve reconhecer a criança como ser vulnerável, valorizar dos pais/pessoa significativa como os primeiros prestadores de cuidados, e maximizar o potencial de crescimento e desenvolvimento da criança; promovendo assim um bem-estar da criança/ jovem e sua família.

PALAVRAS – CHAVE: Competência; Enfermagem Pediátrica; Especialização;

Parceria de Cuidados.

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ABSTRACT

The main goal of this report is to describe the activities developed during the internship and the established goals in order to ensure the acquisition of the competences proposed by the course's study plan. The experience developed in the area of Child Health and Paediatrics in other internship contexts was also considered and addressed, as well as the development and acquisition of skills inherent to these. To carry out this work I used a descriptive and reflective methodology, grounded on the development of my activity. I resorted to informal interviews with Child and Paediatric Health Specialist Nurses (CPHSN), to bibliographic research based on scientific evidence and to the records of the activities performed. In a systematic self-critical and reflective exercise, the entire document reveals a logical process of evolution both professional and personal that I believe has been achieved. I can conclude that it is up to CPHSN to provide specialized care to children and juvenile, without misconstruing the binomial child/juvenile and their families. A CPHSN must recognize the child as being vulnerable, value the parents/significant person as the primary caregivers, and maximize the child's growth and development potential; thus, promoting the well-being of the child/juvenile and their family.

KEYWORDS: Competence; Paediatric Nursing; Specialization; Care

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AGRADECIMENTO

A todos aqueles que de alguma forma contribuíram para a elaboração deste relatório gostaria de deixar um sincero agradecimento. Em particular:

Ao meu companheiro pela paciência infindável.

À minha prima Nádia que sem o apoio dela não teria conseguido concluir esta etapa.

Aos meus pais por compreenderem os dias difíceis e por me apoiarem incondicionalmente mais uma vez.

Às minhas amigas pela minha ausência nestes últimos tempos.

À Professora Doutora Constança Festas por toda a orientação crítica, disponibilidade e compreensão.

Aos Enfermeiros que me orientaram e acompanharam em mais uma etapa da minha formação.

A todos os enfermeiros que me receberam como par nas suas equipas e me mostraram o mundo da pediatria.

Aos escuteiros de S. José de S. Lazaro e aos Bombeiros Voluntários das Caldas das Taipas por nesta fase terem um elemento a “meio gás”, e mesmo assim ter o vosso apoio incondicional.

E por fim, a todas as crianças com que me cruzei e me cruzo diariamente e me fazem desejar ser mais e melhor enquanto pessoa e enfermeira.

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SIGLAS E ABREVIATURAS

ACES – Agrupamento de Centros de Saúde APU – Associação Portuguesa de Urologia

CEESIP - Colégio da Especialidade de Saúde Infantil e Pediátrica

CMEESIP – Curso de Mestrado em Enfermagem com Especialização em Enfermagem de Saúde Infantil e Pediátrica

CNPDPCJ – Comissão Nacional de Promoção dos Direitos e Proteção das Crianças e Jovens

CTAS - Canadian Triage and Acuity Scale DGS – Direção Geral da Saúde

EEICS – Escola de Enfermagem do Instituto de Ciências da Saúde EESIP – Enfermeiro Especialista em Saúde Infantil e Pediátrica ESIP - Especialista em Saúde Infantil e Pediátrica

NACJR – Núcleo de Apoio a Criança e Jovem em Risco OE – Ordem dos Enfermeiros

RN- Recém-nascido

SNS – Sistina Nacional de Saúde SU- Serviço de Urgência

SUP- Serviço de Urgência Pediátrica

UCC – Unidade de Cuidados na Comunidade UCP – Universidade Católico Portuguesa USF – Unidade se Saúde Familiar

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ÍNDICE

INTRODUÇÃO ... 14

1. DESCRIÇÃO DAS COMPETÊNCIAS PREVIAMENTE ADQUIRIDAS ... 16

2.DESCRIÇÃO DOS CONTEXTOS DE ESTÁGIO ... 18

3.DESCRIÇÃO DO PROCESSO DE DESENVOLVIMENTO DE COMPETÊNCIAS ... 22

3.1. DOMINIO DA PRESTAÇÃO DE CUIDADOS ... 22

3.2. DOMINIO DA GESTÃO DE CUIDADOS ... 50

3.3. DOMINIO DA INVESTIGAÇÃO ... 54

3.4. DOMINIO DA FORMAÇÃO ... 58

4. AVALIAÇÃO GLOBAL DO ESTÁGIO E IMPLICAÇÕES PARA A SUA PRÁTICA PROFISSIONAL... 62

CONCLUSÃO ... 66

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INTRODUÇÃO

Este relatório foi realizado no âmbito do 12º Curso de Mestrado em Enfermagem com Especialização em Enfermagem de Saúde Infantil e Pediátrica (CMEESIP), realizado na Escola de Enfermagem do Instituto de Ciências da Saúde (EEICS) da Universidade Católica Portuguesa (UCP). No decorrer da Unidade Curricular Estágio Final e Relatório que teve por base a realização de um estágio em diversos contextos clínicos de prestação de cuidados a criança e família, desde o Internamento de Pediatria Médico-cirúrgico, ao Serviço de Neonatologia e ao Serviço de Urgência. Este relatório incluiu também descrição e reflexão relativas às aprendizagens desenvolvidas no estágio de Opção - A saúde da criança e família realizado no semestre anterior.

O estágio teve início dia 9 de setembro de 2019 e termino a 4 de janeiro de 2020. Sob orientação dos tutores dos diferentes contextos de estágio e sob a orientação pedagógica da Professora Doutora Constança Festas.

Com a elaboração deste relatório pretende-se fazer uma análise critica sobre as competências desenvolvidas durante o estágio, de modo a responder aos objetivos propostos no plano de estudos, nomeadamente:

• Saber aplicar os seus conhecimentos e a sua capacidade de compreensão e de resolução de problemas em situações novas e não familiares, em contextos alargados e multidisciplinares, relacionados com a área de Especialização em Enfermagem de Saúde Infantil e Pediátrica (EESIP);

• Capacidade para integrar conhecimentos, lidar com questões complexas, incluindo soluções ou emitir juízos em situações de informação limitada ou incompleta, incluindo reflexões sobre implicações e responsabilidades éticas e sociais que resultem dessas soluções e desses juízos ou os condicionem;

• Capacidade para decisões fundamentadas, incorporando na prática os resultados da investigação válidos e relevantes no âmbito da

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especialização, assim como outras evidências, atendendo às suas responsabilidades sociais e éticas;

• Ser capaz de comunicar as suas conclusões, e os conhecimentos e raciocínios a elas subjacentes, quer a especialistas quer a não especialistas, de uma forma clara e sem ambiguidades.

Este relatório pretende agregar aspetos indispensáveis para um melhor conhecimento de todo o trabalho desenvolvido, realizando-se assim a apropriação das competências planeadas para este ciclo de estudos que vão de encontro às competências recomendadas pela Ordem dos Enfermeiros (OE) para o enfermeiro especialista em enfermagem de saúde infantil e pediátrica. Este relatório organizou-se em torno dos objetivos traçados no início do estágio, com a sustentação das atividades desenvolvidas, bem como as competências elencadas no plano de estudos desta unidade curricular.

Este relatório encontra-se organizado em quatro capítulos. No 1º capítulo apresenta-se a descrição das competências previamente adquiridas, no estágio de Opção - A saúde da criança e família, onde se fará uma breve descrição do contexto de estágio e relato das competências adquiridas no contexto de estágio dos cuidados de saúde primários. No 2º capítulo procede-se à descrição do contexto de estágio: onde se fará uma breve apresentação e contextualização quer ao nível do internamento de pediatria médico-cirúrgico quer no Serviço de urgência pediátrica quer no serviço de neonatologia. Para assim existir uma breve noção da realidade os serviços e contextos do meu estágio. No 3º capitulo centrará o seu enfoque na descrição do processo de desenvolvimento de competências: esta será subdividida em 4 subcapítulos: Prestação de cuidados; Gestão de cuidados; Investigação e Formação, em que no desenvolvimento deste mesmo relatório se tornará mais compreensível os domínios e competências que fui adquirindo ao longo do estágio, Por último realizar-se-á uma avaliação global do estágio e implicações para a prática profissional: em que se baseia numa autorreflexão de uma forma abrangente de todo o estágio em si.

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1.

DESCRIÇÃO DAS COMPETÊNCIAS PREVIAMENTE

ADQUIRIDAS

No decorrer do Mestrado em Enfermagem com especialização em saúde infantil e pediátrica no semestre anterior realizei o estágio de Opção - A saúde da criança e família realizado nos cuidados de saúde primaria. Tendo o mesmo sido efetuado numa Unidade de Cuidados na Comunidade (UCC) e numa Unidade de Saúde Familiar (USF).

Segundo o Artigo 11.º do Decreto-lei nº 28/2008 de 22 de fevereiro uma UCC presta cuidados de saúde no âmbito domiciliário e comunitário, especialmente às pessoas, famílias e grupos mais vulneráveis, em situação de maior risco. A UCC onde realizei o meu estágio abrange um total de 75645 utentes sendo aproximadamente 15129 crianças/ jovens. A equipa é composta por 15 enfermeiros e 2 secretários clínico. Ao qual o método de trabalho é em equipa sendo que cada enfermeiro é responsável por um ou mais atividades desenvolvidas pela UCC. No entanto há um apoio de todos os elementos consoante a sua área de especialização de forma a haver um maior aproveitamento dos recursos existentes na equipa.

Para além da UCC também tive a oportunidade de realizar uma parte do meu estágio uma USF que pertence ao mesmo ACES que a UCC acima referida. A nível de utentes inscritos na UFS são 10871 utentes, sendo aproximadamente 2080 crianças/ jovens. A equipa é composta por 6 enfermeiros 6 médicos 3 médico internos e 4 secretários clínicos. O método de trabalho na USF é por enfermeiro/ equipa de família. Em que a equipa e constituída por um médico e um enfermeiro e estes passam a ser a referência para os respetivos utentes. Ao longo do estágio neste contexto tive a oportunidade de atingir várias competências descritas no plano de estudo. Realçando no domínio da formação tive a oportunidade de desenvolver a competência relacionada com: a formação de pares, através da realização uma sessão de formação de pares sobre NACJR. A oportunidade de realizar formação a pares (Apêndice I) surgiu da necessidade que fui observando aquando das sinalizações das crianças e jovens

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para o NACJR. Primeiramente, senti a necessidade de sensibilizar os colegas para a problemática dos maus tratos e consequentemente, a rede de apoio que têm à sua disposição. Tinha também como objetivo alertar para os fatores de risco que podem levar à sua objetivação, tornando-se assim num perigo para as crianças e jovens. Este momento de aprendizagem permitiu-me desenvolver a capacidade observação e identificação das necessidades de melhoramento por parte dos colegas enfermeiros para assim possamos prestar cada vez mais cuidados de excelência visto que “o saber não ocupa lugar” e é na partilha de experiências e conhecimentos que podemos crescer enquanto profissionais. Acredito que através das competências desenvolvidas pelo EESIP ninguém melhor que ele tem um conhecimento profundo das crianças e jovens faz a diferença sendo uma mais valia e um elemento chave na construção de uma sociedade melhor, onde as nossas crianças cresçam de forma saudável e feliz. Para além dos processos ligados à formação de pares foi também possível desenvolver competências na área da investigação. Tive a necessidade de fazer uma pesquisa sistemática sobre o apoio a parentalidade uma vez que participei no curso de apoio a parentalidade, nos módulos de massagem infantil e prevenção de acidentes nos primeiros anos de vida. Desenvolvi pesquisa bibliográfica relacionada com as técnicas comunicacionais com as crianças e jovens, vitos ter tido a oportunidade de realizar sessões de educação para a saúde nas diversas faixas etárias do ensino obrigatório. Ao nível do planeamento das consultas de saúde infantil, aproprie-me dos conhecimentos transmitidos aso longo da fase teórica do curso e das recomendações da DGS.

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2.DESCRIÇÃO DOS CONTEXTOS DE ESTÁGIO

O presente estágio decorreu em três contextos tendo-se iniciado pelo internamento médico-cirúrgico de pediatria posteriormente o serviço de urgência tendo culminado no serviço de cuidados intensivos neonatais. Esta sequência de contextos foi solicitada de forma a partir de um contexto mais abrangente no início do estágio e terminar um contexto de cuidados intensivos mais específicos e exigente.

O internamento em pediatria é definido como a hospitalização de todas as crianças e adolescentes até aos 18 anos, seja a patologia, médica ou cirúrgica. Sendo que dos 15 aos 18 anos, o adolescente poderá optar por um serviço de adultos (Alto Comissariado da Saúde, 2009) .

O contexto onde decorreu o meu estágio foi no internamento médico-cirúrgico de pediatria que está inserido numa instituição hospitalar do grupo III de diferenciação dos serviços de pediatria, onde é preconizado que devam ter serviços de ginecologia/ obstetrícia com bloco de partos e serviços de pediatria sendo classificados como Hospitais de Apoio Perinatal Diferenciado. Devendo ter também especialidade de cardiologia pediátrica, cirurgia pediátrica e genética médica e todas as subespecialidades ou unidades diferenciadas (SNS, 2015). A estrutura física do serviço é constituída por dois pisos. O piso 1 é destinado tendencialmente a crianças do foro cirúrgico e o piso 2 do foro medico. Ambos são compostos por 20 unidades perfazendo no total do internamento 40 unidades. Sendo um centro hospitalar do nível III haveria uma elevada complexidade das crianças/ jovens lá internadas, exigindo assim um maior grau de exigência, quer a nível técnico quer a nível pessoal de quem lá trabalha. Apos o fim do contexto de internamente de pediatria iniciei o meu estágio no contexto de urgência. O Serviço do Urgências (SU) muitas das vezes pode causar uma das experiências mais traumáticas para as crianças/ jovens devido a se tratar de uma situação aguda da doença. Tratando-se de um ambiente estranho e ameaçador, por isso na fase da admissão é fundamental a recolha

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de informação para seriação de prioridade na admissão e um acolhimento individualizado. Sendo mais comum a recorrência ao serviço de urgência é o agravamento de alguma doença ou em consequência de um acidente. Sempre que for possível deve-se dar à criança oportunidade de participar nas decisões para diminuir a perda controlo e resistência aos procedimentos subsequentes. (Hockenberry, M. J., & Wilson, D., 2014).

Sendo o contexto de SU um estagio relativamente curto, selecionei um hospital que me pudesse potenciar o maior número que oportunidades de aprendizagem, dai ter escolhido um SUP central com Sistema de Triagem Pediátrica CTAS (Canadian Triage and Acuity Scale) que é da competência da equipa de enfermagem, o que exige um maior destreza e “olhar clinico” por parte dos enfermeiros triadores. O SU onde estagiei foi projetado com o objetivo de dar uma resposta eficaz a crianças e adolescentes com doença aguda, articulando os vários níveis de cuidados existentes de modo a oferecer a melhor assistência no local mais apropriado. Estando dividido pela zona de triagem (onde se localiza a sala de emergência com capacidade de duas unidades), a área médica, a área cirúrgica e a sala de observações que tem uma capacidade para 9 camas sendo uma delas de isolamento.

Sendo o último contexto de estágio o serviço de neonatologia, selecionei uma unidade de cuidados intensivos e neonatais, que é o local onde se prestam cuidados de saúde intensivos, intermédios ou especiais aos recém-nascidos, acolhendo seus familiares em regime de internamento ou de acompanhamento ambulatório. Entende-se por recém-nascido toda a criança com menos de 28 dias de vida e todo o RN que além dessa idade precise da continuação dos cuidados específicos neonatais, por problemas relacionados com o nascimento prematuro, com anomalias congénitas ou doenças adquiridas no período neonatal (ACSS, 2017).

O serviço de neonatologia onde decorreu o meu estágio é composto por 24 unidades, sendo 11 de cuidados intensivos neonatais 9 de cuidados intermédios neonatais e 4 de cuidados intermédios pediátricos. Tendo que este hospital tem a particularidade de nos internamentos não haver a unidade nº13, estando assim as unidades do serviço de neonatologia numeradas do 1 ao 25. Devido ao curto

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períodos de estágio optei por realizar todo o contexto na vertente dos cuidados intensivos neonatais, para assim poder maximizar as oportunidades de aprendizagens e também promover uma continuidade de cuidados na vertente do enfermeiro de referência. Sendo esta uma unidade de referência da sua área da atuação, acaba por ter uma grande flutuação de ocupação, visto que quando os neonatos de encontram estáveis são transferidos para as unidades hospitalares da sua área de residência.

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3.DESCRIÇÃO DO PROCESSO DE DESENVOLVIMENTO DE

COMPETÊNCIAS

Ao longo deste capítulo para que se torne mais explicita as competências desenvolvidas durante os diversos contextos organizei nos quatro grandes domínios que se preconiza para um enfermeiro especialista. Constatando que a enfermagem é a profissão de excelência do cuidar quer da pessoa quer da comunidade envolvente ao longo de todo o seu ciclo vital. Sendo os cuidados de enfermagem intervenções autónomas e interdependestes com o intuito de promover uma melhor qualidade de vida da população (Artigo 4º, REPE). Não podendo dissociar que “os enfermeiros contribuem no exercício da sua atividade na área da gestão, investigação, docência, formação e assessoria, para a melhoria e evolução da prestação dos cuidados de enfermagem” (Artigo 9º, REPE). Neste pressuposto organizei o meu relatório nos domínios da prestação de cuidados, sendo este o subcapítulo com mais competências desenvolvidas ao longo do estágio, de seguida o domínio da gestão de cuidados, que devido ao meu curto percurso profissional exigiu um maior empenho principalmente no que diz respeito aos modelos de lideranças e a sua reflexão, por último o domínio da investigação e da formação.

De seguida irei enumerar as competências e os objetivos específicos e para cada objetivo específico as atividades realizadas que iram responder aos objetivos e uma breve reflexão.

3.1. DOMINIO DA PRESTAÇÃO DE CUIDADOS

Inicio deste capítulo pela prestação de cuidados uma vez que este domínio é a base de todos os cuidados de enfermagem. Sendo este o domínio que permite assim um contacto próximo com as crianças/ jovens e suas famílias. Acreditando que os enfermeiros procuram aperfeiçoar-se em diversas áreas para poderem prestar cada vez mais cuidados de excelência.

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Os contextos onde tive oportunidade de realizar o meu estágio foram repletos de experiências e oportunidades de aprendizagens. Quer proporcionado pela especificidade dos serviços em si, quer pelas tutoras que me incentivaram a ter um espírito critico e refletivo. Desta forma, considero que todos as competências foram amplamente atingidas ao longo dos diferentes contextos relacionados com a prestação de cuidados. Como podemos constatar de seguida:

Objetivo:

Promover o apoio na transição e no desempenho da parentalidade e a promoção da vinculação nos diferentes contextos de estágio

Atividades realizadas:

 Apoiei e promovi o desempenho da parentalidade;

 Informei sobre recursos existentes na comunidade de apoio à parentalidade;

 Promovi, o aleitamento materno sempre que possível;  Apoiei nas estratégias utilizadas para amamentação;

Competências:

• Demonstrar um nível de aprofundamento de conhecimentos na área da EESIP;

• Produzir um discurso pessoal fundamentado, tendo em consideração diferentes perspetivas sobre os problemas de saúde com que se depara;

• Demonstrar consciência crítica para os problemas da prática profissional, atuais ou novos, relacionados com o cliente e família, especialmente na área da EESIP;

• Tomar decisões fundamentadas, atendendo às evidências científicas e às suas responsabilidades sociais e éticas.

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 Promovi a utilização da técnica Canguru nos RN internados no serviço de neonatologia.

Reflexão:

Ao longo do meu estágio apoiei a transição e a adaptação das novas necessidades da família no que diz respeito à parentalidade. Através da utilização de estratégias promotoras da vinculação e ligação mãe/pai e filho, tais como: facilitar da incorporação de um recém-nascido na unidade familiar e auxiliar na gestão das expectativas dos indivíduos, famílias, amigos e sociedade quanto aos comportamentos de papel parental adequados ou inadequados (ICN,2011).

Segundo, Meleis et al. (2000), a parentalidade é considerada uma transição desenvolvimental, fazendo com que a família se possa tornar mais vulnerável. Ao longo de todo o meu estagio tentei compreender os problemas e as forças das famílias, para que assim possa compreender todas a sua dinâmica familiar e trabalhar em prol de uma parentalidade saudável em que no final os pais se sintam satisfeitos com o papel, tendo anteriormente adquirido conhecimento e habilidades e atitudes e mais importante de tudo que crie ligação entre pais e filhos.

Nos diversos contextos constatei que a Parentalidade era uma área, que era alvo de uma atenção especial por parte dos enfermeiros ESIP. No internamente de pediatria, tive oportunidade de contactar com crianças de várias faixas etárias, desde lactentes e neonatos que eram transferidos do serviço de neonatologia até as crianças e adolescentes promovendo assim a continuidade de cuidados, para que os pais se sentissem apoiados a quando a transferência entre unidades. No mesmo contexto tive oportunidade de contactar com crianças/ jovens com doença renal cronica em que a aceitação do papel parental de uma criança com doença cronica complexa variava de pai/mãe dentro do mesmo casal. Havendo assim a necessidade de promover o reforço positivo e auxiliar no processo de aceitação do estado se saúde/ doença do seu filho.

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Aquando da admissão de uma criança/jovem em contexto de internamento devemos iniciar a preparação para a sua alta. Ao longo do estágio fui pesquisando os recursos existentes na comunidade para que as famílias pudessem recorrer em caso de necessidade. Tendo constatado que no serviço de neonatologia havia um grupo entreajuda constituído pelos pais de neonatos e crianças que nasceram prematuras que se reunia com periodicidade com o intuito de partilha de experiência e ajuda nesta crise da família. Enquanto que no SU era aconselhado a que os pais antes de recorrer ao SU contactasse a linha SNS 24 ou recorrerem aos cuidados de saúde primaria a fim de diminuir o risco de novos contágios para a criança/jovem.

Em todos os contextos, uma das estratégias de apoio à parentalidade desenvolvida foi o apoio e promoção ao aleitamento materno. Contudo, no serviço de neonatologia, esta temática era mais trabalhada e explorada, face às próprias características e especificidades do serviço. Sabendo que o leite materno é o alimento de excelência por ser o alimento mais completo ao nível nutricional e transmite defesas aos RN, salvo raras exceções. Havia no próprio serviço um cantinho da amamentação onde a mãe podia usufruir do espaço e a utilização de todos os matérias sempre que desejasse, para que com auxílio das máquinas elétricas de extração do leite materno, conseguissem extrair leite que seria fornecido ao RN assim que possível. Tendo também a oportunidade de extrair no domicílio, cumprindo com as normas de higiene e identificação dos sacos de armazenamento de leite materno era armazenado no próprio serviço, na copa de leite. Acredito que vivemos uma era em que facilmente se pode cair uma obstinação pela promoção do aleitamento materno, em que nos casos em que as mães não podem ou não conseguem amamentar, apesar da sua vontade ser a amamentação é importante auxiliar nas estratégias de coping para que não se torne num problema no seio da unidade familiar. No entanto é de veras importante, respeitarmos as crenças das mães, sabendo que o facto de não amamentarem não influenciara a sua satisfação do seu papel parental, demonstrando à mesmas as competências e habilidades parentais que as mães que amamentam demonstram.

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Ao longo do estágio fui-me deparando ao nível da amamentação que as primíparas tem uma conceção da amamentação muito idílica e por vezes idealizam ser algo fácil e sem qualquer tipo de dor/ desconforto desde o início, o que nem sempre corresponde a realidade por vários fatores. Desta forma ao longo de estágio apoiei em várias estratégias de forma a minimizar este desconforto materno numa fase inicial, através dos ensinos da pega correta do RN, exercícios que promoviam o favorecimento do mamilo para a amamentação. Apoiei nas diferentes posições de amamentação (posição tradicional, a de rugby e a setada) que promove assim o esvaziamento generalizado da mama, os cuidados preventivos a ter com o mamilo de forma a prevenir macerações ou gretas. E realizei o reforço positivo de forma a que se sentissem cada vez mais capazes e com mais habilidades.

O método canguru foi outra das estratégias utilizadas para o apoio à parentalidade que pode ser aplicado a recém-nascidos com idade gestacional igual ou superior a 28 semanas, independentemente do seu peso. Deve durar o máximo de tempo possível, não devendo este ser inferior a 1 hora, por forma a evitar o excesso de manipulações ao bebé. São muitos os benefícios, tanto a nível biológico como psicológico, quer para o bebé como para a mãe/pai, como pode verificar ao longo de estágio: o aumento do contacto e facilitação da vinculação e a ligação pais-bebé; a promoção da amamentação; o aumento da competência e confiança materna, levando assim a uma adaptação e evolução da família de um recém-nascido pré-termo. Promove o controlo térmico do recém-nascido; o aumento do crescimento físico do bebé; a diminuição do tempo de choro e da irritabilidade; o conforto e segurança por ouvir os batimentos cardíacos do progenitor; a melhor organização dos estados de sono/vigília; a diminuição das pausas respiratórias e apneias, consequentemente o aumento dos níveis de oxigénio e a redução do número de bradicardias. Permitindo assim uma adaptação mais rápida à vida extra-uterina, contribuindo assim para a diminuição do tempo de internamento e leva a uma humanização da assistência neonatal (Valente & Silva, [s.d.];Cattaneo et al., 1998).

Considero que nos diferentes contextos os enfermeiros ESIP têm como área sensível da sua intervenção o apoio a parentalidade. Fazendo todo o sentido no

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meu ponto de visto, uma vez que que ninguém melhor que o enfermeiro ESIP para conhecer o RN/criança/jovem na sua globalidade permitindo assim um apoio e interação entre o binómio RN/criança/jovem e pais para que estes se sintam satisfeitos no seu papel. Proporcionando assim um amparamento nas diversas crises quer naturais quer acidentais para que assim tenhamos famílias com crianças saudáveis.

Objetivo:

Gerir o controlo e alívio da dor e promover o bem-estar do RN/ criança/ jovem nos diversos contextos assistenciais;

Atividades realizadas:

 Utilizei as escalas de avaliação da dor;  Fiz a história da dor da criança;

 Realizei medidas não farmacológicas e farmacológicas para o alívio da dor;

Reflexão:

Tendo a dor como um foco da atenção do EESIP, ao qual após a fase teórica do curso me despertou muito interesse passando a ter uma maior relevância na minha atuação diária. Mas muito para além da sua avaliação impera um reconhecimento que as crianças têm dor, e guardam memória da dor e quando esta não é tratada altera o nível de tolerância à dor a longo prazo. Havendo a necessidade de os profissionais estarem atentos aos pequenos sinais relativos a quê das crianças/ jovens e aplicar a escala correta a cada grupo etário/ fase de desenvolvimento (DGS, 2010).

De modo a gerir a dor na criança/ jovem tive a oportunidade de utilizar diferentes escalas nos diversos contextos. Assim na neonatologia utilizei a escala EDIN (Échelle de Douleur et d’Inconfort du Nouveau-Né) sendo uma escala que permite avaliar a dor prolongada através do comportamento do neonato, sendo

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a escala de referência para as unidades de cuidados intensivos neonatais. Esta avaliação através de uma escala que ainda não tinha tido a oportunidade de aplicada a um RN, permitiu-me aprofundar a minha capacidade de observação e reconhecimento dos pequenos sinais de dor num neonato.

No SU e no serviço de internamento pediátrico várias foram as escalas de dor aplicadas a cada grupo etário. Tendo aplicado em RN a escala de NIPS (Neonatl Infant Pain Scale) que já me era conhecida devido a minha experiência profissional. Até aos 3 anos ou crianças sem capacidade de verbalizar pude aplicar a escala de FLAAC (Face, Legs, Activity, Cry, Consolability) sendo esta ainda uma escala de avaliação comportamental, exigindo ao profissional de saúde um cuidado redobrado de forma a não fazer uma avaliação nem por excesso, nem por defeito levando a erros e a más experiências por parte da criança. A partir dos 3 anos privilegiei as escalas de autoavaliação tendo nos dois contextos, utilizado a escala de faces de Wong- Baker e a partir dos 6 anos no SU era utilizada com maior ferquência a escala numérica ao em vez do serviço de internamento que utilizei as EVA (Escala Visual Analógica). Tendo por fim em ambos os contextos foi utilizada a FLACC‐R (Face, Legs, Activity, Cry, Consolability – Revised) nas crianças com multideficiências, tal como recomenda a DGS (2010).

Quer no contexto de internamento de pediatria quer na neonatologia a avaliação da dor era realizada de 8 em 8 horas e sempre que necessário. No SU a dor era avaliada no momento da triagem e sempre que necessário. Podendo assim haver um despiste e uma atuação mais precoce no tratamento da dor.

Para alem dos aspetos supracitados é fundamental realizar a história da dor de cada criança. Ao longo de estágio tive a oportunidade de realizar a colheita de informação que me permitiu assim orientar a avaliação e o seu controlo através dos que melhor conhecem as suas crianças, os seus pais/ cuidador principal. Realizei esta colheita através da avaliação das características da dor (localização, intensidade, qualidade, duração, frequência e sintomas associados), os fatores de alivio e de agravamento, as experiencias anteriores traumáticas, como é o comportamento da criança no domicilio. Pois assim foi-me possível utilizar as foi-medidas farmacológicas e não farmacológicas para o

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controlo da dor de forma a que a criança não sofresse efeitos da dor a longo prazo

O Guia Orientador de Boa Prática acerca das estratégias não farmacológicas no controlo da dor define alguns princípios que devem ser tidos em conta, de modo a garantir os que são exercidos os direitos das crianças.

Desta forma, esta temática foi algo que ao longo dos diferentes contextos me foi despertar um maior interesse. No internamento de pediatria à chegada ao serviço, sendo este um edifício de construção nova, me intrigou pelo défice de ilustrações/ desenhos principalmente na sala de tratamento onde se poderia utilizar a imaginação guiada através das ilustrações como estratégias não farmacológicas para controle da dor no momento de procedimentos dolorosos. No entanto pode utilizar a distração de forma a desviar a atenção da criança através de uma história, a preparação da criança de forma a que a criança tivesse uma expectativa realistas do procedimento que iria realizar e também utilizei o reforço positivos para que a criança sentisse um empoderamento. Sendo este um hospital de referência, teria um impacto positivo na hospitalização tornando-a mais suave. Já no serviço de neonatologia constatei que há uma maior sensibilidade para a problemática da dor no neonato pelo impacto que esta tem no seu desenvolvimento e conforto, pois aquando da adoção de procedimentos e técnicas invasivas, diversas estratégias não farmacológicas: como a sucção não nutritiva, o aconchego e a utilização da sacarose a 24% 2 minutos antes de forma a controlar dor nos neonatos. No SU eram utilizadas as medidas não farmacológicas em cima referidas sempre que possível, visto que em situações de emergência a prioridade era a estabilização das funções vitais da criança/ jovem.

Em suma, cada criança tem de ser olhada num todo e a dor que sente pode levar a que as mesmas no futuro tenham uma sensibilidade diferente a dor. Cabe aos enfermeiros ESIP como se pode observar nos diferentes contextos o olhar critico e promotor de crianças sem dor, para um menor impacto da hospitalização.

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Objetivo:

Promover a parceria de cuidados;

Atividades realizadas:

 Estabeleci uma relação terapêutica com a criança/família através da adoção de uma atitude empática e de interajuda;

 Promovi a colaboração entre as famílias e a equipa no planeamento, implementação e avaliação de cuidados de saúde à criança;

 Apoiei a criança/ jovem e sua família no processo de saúde/ doença;  Promovi o processo de negociação;

 Apoiei as estratégias de coping/necessidades da criança/ jovem e sua família para a identificação de necessidades de ensino;

Reflexão:

Os profissionais de saúde, da área da pediatria, reconhecem os benefícios do envolvimento dos pais nos cuidados à criança hospitalizada. Segundo (Casey, 1995), a parceria de cuidados implica um reconhecimento dos pais como uma parte essencial dos cuidados à criança e da experiência desta em situações de doença conhecer e respeitar a perícia dos pais em cuidar do filho dentro e fora do hospital, preservando assim o crescimento e desenvolvimento da criança, os cuidados devem ser prestados em forma de proteção, estímulo e amor, e nesta perspetiva ninguém melhor que os pais para os desenvolverem. Tendo ao longo do estágio, principalmente do contexto de internamento, na ausência dos pais, tentei mantém as rotinas habituais da criança estabelecidas pelos pais.

Tendo por base que, na parceria de cuidados ocorre a distinção entre cuidados familiares englobam os cuidados de suporte às necessidades básicas da criança, tais como higiene, alimentação, conforto e amor. E os cuidados prestados pela equipa de enfermagem são cuidados que envolvem alguma diferenciação, e têm por objetivo satisfazer outras necessidades relacionadas com os cuidados de enfermagem ou cuidados especializados. Contudo, esta

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abordagem de cuidados é flexível, sendo que, no cuidado à criança e em função das circunstâncias familiares, havendo ocasiões em que prestava os cuidados familiares e outras em que os pais, com já demonstrava conhecimentos e habilidades prestavam algumas atividades de enfermagem como já realizavam no domicílio tendo no internamento a supervisão da equipa de enfermagem (Casey, 1993).

Sabendo que no modelo de Casey (1993), não solicita distribuição igualitária das tarefas, nem a compartimentalização de funções, não limitando a participação dos pais no cuidado à criança. Tendo observado que em cada criança/ família havia uma a negociação estabelecida entre pais e enfermeiros, em que muitos destes conhecimentos eram extraídos na avaliação inicial. De facto, a base deste modelo é o sentimento de negociação e respeito pelas necessidades e desejos da criança e família.

No que diz respeito ao contexto de internamento de pediatria considero ter prestado cuidados a crianças com doenças crónicas complexas, considerando assim um dos maiores desafios de aprendizagem ao longo de todo o meu estágio, devido a ser um contexto fora da minha experiencia profissional, onde os pais já demonstram habilidades para cuidar dos seus filhos, que permitiu uma facilidade maior no processo de negociação. No entanto, em momentos de agudização necessitam de um maior apoio da equipa de enfermagem pela fragilidade em que os seus filhos se encontram, quando estes recuperam já retomam a rotina do seu dia-a-dia. E considero que é esta estreita ligação entre profissionais e família é onde se encontra o equilíbrio e bem-estar da criança e família internada.

Tendo sido e contexto de internamento o onde o leque de aprendizagem relativa a parceria de cuidados foi mais notório, não posso de deixar de referir dos dois restantes contextos, que de uma forma diferente me proporcionaram uma maior aprendizagem sobre esta temática. No contexto de neonatologia permitiu-me aprender outras coisas, pois os pais não detinham um conhecimento profundo do seu filho e olhavam para o cuidado prestado pelos enfermeiros como referência e o detentor do conhecimento das necessidades do seu filho. Aqui houve um desafio maior em capacitar os pais de habilidades e conhecimento

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para que pudessem sentir confiança aquando a prestação de cuidados. Iniciando sempre por cuidados mais básicos, como por exemplo uma muda de fralda, para uma prestação de cuidados de higiene e conforto. Tudo era feito calmamente ao ritmo de cada RN e da resposta especifica de cada família e de cada pai/mãe. Sendo o SU o local onde a parceria de cuidados pode passar despercebida, mas que revela uma importância extrema, visto que no momento de triagem eram realizados ensinos aos pais dos sinais de alarme/ alerta que deviam de estar atentos, tornando-se assim um facilitador nos cuidados e vigilância as crianças/ jovens que lá recorriam. Sendo os pais um porto seguro, e nesta perspetiva ninguém melhor que os pais, são neles que as crianças mais confiam, havendo uma negociação entre a tríade (enfermeiro/ criança/ pais) para que as técnicas mais invasivas se tonassem mais suavizadas.

Em suma a parceria de cuidados, ao ser implementado na prática permite conhecer as necessidades de cada criança/família, estabelecer intervenções personalizadas destinadas a resolver os seus problemas específicos, implementar as intervenções e, por fim, avaliar os resultados obtidos que poderão levar a novos dados que serão incorporados no plano de cuidados da família, de modo a atender essas novas necessidades, conduzindo, assim, a um cuidado de enfermagem idealmente concebido para a criança, que compreende uma visão do cuidado centrado na família, com a família e pela família(Casey, 1993).

Objetivo:

Minimizar o impacto da hospitalização e maximizar o potencial de crescimento e desenvolvimento da criança/ jovem e família perante a experiência de internamento hospitalar;

Atividades realizadas:

 Utilizeis estratégias de modo a minimizar o stress da hospitalização nas crianças/ jovens e sua família internadas com doença crónica ou deficiência/incapacidade;

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 Promovi a maximização do potencial de crescimento da experiência de doença e hospitalização;

 Identifiquei as necessidades da criança, influenciadas ou decorrentes da hospitalização;

 Analisei e compreendi o impacto da doença nos processos familiares;  Utilizei os recursos lúdicos do serviço;

 Conheci o papel da educadora de infância e colaborei nas atividades desenvolvidas.

Reflexão:

A hospitalização muita das vezes são das primeiras crises que as crianças enfrentam. Principalmente nos primeiros anos de vida, sendo estas particularmente vulneráveis a estas crises. Tendo como fatores de stress a ansiedade de separação, a perda de controlo e a lesão corporal e dor dependendo das idades varia as reações comportamentais que a criança/ jovem expressão, que implica uma assistência de enfermagem especializada que envolva a criança e a família (Hockenberry, M. J., & Wilson, D., 2014).

No que se refere a ansiedade de separação até a idade pré-escolar as crianças temem a separação dos pais, sendo mais vincada dos 16 aos 30 meses, tendo reações numa primeira fase de protesto, posteriormente de desespero e por último de desprendimento, neste sentido como forma de minimizar o impacto da separação uma das estratégias utilizada era quando por algum momento o pai/ mãe teriam de se ausentar (o que era raro), em conversa com o pais estipulávamos uma hora aproximada da chegada para pudéssemos dizer que o pai/ mãe regressava apos um evento que a criança associasse. Na idade escolar a ansiedade da separação para além dos pais é dos seu pares tendo como reações comportamentais como a solidão, o tédio, a raiva, a hostilidade, e o sono excessivo. No entanto quando falamos dos adolescentes a ansiedade de separação já diz respeitos aos seu pares podendo levar a que o adolescente apresente reações de isolamento, solidão e podendo progredir para depressão. Para a minimização do impacto da separação em crianças na idade escolar e adolescentes estabeleci relação empática com a criança/jovem e família,

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apoiando o desempenho de papéis parentais e favorecendo a sua participação ativa. Desta forma, concentrei a minha atenção na promoção da presença dos pais, durante todas as intervenções que realizei, na sua participação ativa nos cuidados à criança, no aconselhamento sobre a importância da presença de objetos/brinquedos familiares significativos (Hockenberry, M. J., & Wilson, D., 2014).

A perceção da capacidade de controlo que as crianças têm no ambiente hospitalar influência, diretamente, a quantidade de stress colocada pela hospitalização. A falta de controlo aumenta a perceção de ameaça por parte da criança/ jovem afetando assim os seus mecanismos de coping. No que diz respeito às minhas intervenções para a minimização da perda de controlo por parte das crianças/ jovens, foi a promoção da independência da criança, nomeadamente a nível do seu autocuidado. Em todas as intervenções realizadas, ao longo de todo o estágio, foi minha preocupação de forma a manter alguma sensação de controlo, incentivar a criança/jovem a participar no seu cuidado. Para isso considero que a colheita de dados inicial assume particular importância, na medida em que permite a manutenção da rotina da criança, dentro do possível, o que exige das equipas de enfermagem alguma flexibilidade, mas também um trabalho de estruturação do tempo, planeado com os pais e a criança.

Em relação à lesão corporal e dor procurei aumentar o empoderamento das crianças encorajando a colaborar nos procedimentos, para que assim, estes fossem o menos traumáticos, para além do encorajamento realizei negociação quando possível dos procedimentos para que assim sentissem um maior controlo da situação. Uma vez que várias são as reações que as crianças vão apresentado desde na idade pré-escolar às agressões físicas e verbais e a não cooperação, ao medo de doenças incapacitantes até ao medo de morte na idade escolar que leva a que as crianças tentem adiar o evento, procuram informações sobre os procedimentos que vão ser sujeitos. Já os adolescentes tendem a apresentar queixas psicossomáticas, demonstrarem uma confiança em excesso, a procura de informações tal como nas crianças na fase escolar (Hockenberry,

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M. J., & Wilson, D., 2014). Ao nível das minhas intervenções o controlo e alívio da dor, já foram abordados anteriormente.

São em momentos de crise que se surgem as grandes oportunidades, sendo a hospitalização de uma criança/ jovem e sua família um momento de crise. Considerei importante maximizar os benefícios potenciais de hospitalização através da promoção das relações entre pais e filhos. Para esta promoção realizei cuidados antecipatórios, expliquei as reações habituais das crianças ao stress da hospitalização para que assim estes não sentissem encapasses nesta circunstância. Tendo proporcionado oportunidade educativa visto que em contexto de internamento pode realizar ensinos sobre o corpo humano e promovi o acompanhamento das matérias lecionadas na escola realizando reforço positivo pela tomada de decisão por parte da criança / jovem, isto foi possível devido a articulação entre os pais/ a escola e os enfermeiros, é de realçar que estas atividades se proporcionaram devido ao estado de saúda da criança/ jovem. Foi também possível promover a mestria para isso estimulei o reforço positivo tendo em várias situações explicado a criança o procedimento que iria realizar pedindo para não mexer, no final apos o procedimento valorizado a sua “valentia” da criança de forma a aumentar a sua autoconfiança. Ao nível da socialização no contexto de internamento havia a sala de atividades em que muitas das fezes as próprias crianças pelas suas características faziam elas as suas amizades, ajudando assim à sua distração e brincadeiras.

Pude observar e colaborar com a educadora de infância em algumas atividades lúdicas o que me permitiu o aproximar das crianças e promover as brincadeiras entre elas. Pude é observar a limitações que a educadoras devido ao facto de no contexto de internamento só eram duas para os diferentes setores do serviço de pediatria do hospital.

Acredito que a minimização do impacto da hospitalização permite que as consequências negativas da alteração da dinâmica da própria família sejam suavizadas levando a que não haja uma perda das rotinas por parte de toda a família. Possibilitando assim um crescimento saudável da criança/ jovem podendo tornar a hospitalização uma oportunidade de enriquecimento e trabalho das conexões da família.

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No final deste grupo de competências considero ter sido um enorme desafio de aprendizagem, mas que no final posso concluir que atingi as competências propostas e superei as dificuldades que foram surgindo à medida que o tempo foi passando.

Objetivo:

Desenvolver competências no âmbito da prestação de cuidados a crianças/ jovens com doença crónica complexa.

Atividades realizadas:

 Colaborei na prestação de cuidados específicos a crianças com doença crónica complexa;

 Promovi a relação empática e terapêutica com as crianças/ jovens e suas famílias;

 Promovi momentos de reflexão com a enfermeira tutora e restante equipa de enfermagem sobre a atuação em situações complexas;

 Realizei pesquisa bibliográfica de modo a poder compreender toda a especificidade do serviço de nefrologia pediátrica;

 Realizei a prática baseada na evidência. Competências:

• Abordar questões complexas de modo sistemático e criativo, relacionadas com o cliente e família, especialmente na área da EESIP;

• Avaliar a adequação dos diferentes métodos de análise de situações complexas, relativamente ao cliente, segundo uma perspetiva profissional avançada;

• Demonstrar capacidade de reagir perante situações imprevistas e complexas, no âmbito da área da EESIP.

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Reflexão:

Quando uma criança e sua família se deparam com um diagnostico de uma doença crónica complexa a plena tomada de consciência, por parte destes, da problemática da criança não é feita num único momento, mas sim um processo ao longo do qual a família se vai apropriando da nova realidade (Pimentel,J. et al., 2009). Dai a necessidade do enfermeiro ESIP apoiar a família, tendo de prestar informações, esclarecimentos completarem, escutarem os sentimentos e anseios, para que assim a pouco e pouco ajudem, a que as famílias desenvolvam competências e habilidades para lidar com a situação com que se deparam.

Assim, considero extremamente importante que os profissionais desenvolvam competências para identificar e entender as fases por que cada membro da família passa, individualmente, assim como as fases por que passa a família, como um todo (Pimentel,J. et al., 2009).

Para que ao longo deste contexto pudesse compreender e auxiliar as famílias das crianças/ jovens internadas tive a necessidade de explorar mais as dinâmicas familiares e os seus processos realizando assim pesquisa bibliográfica. Segundo (Relvas, 1996) são cinco as etapas do ciclo de vida de uma família, começando pela formação do casal, família com filhos pequenos, família com filhos na escola, filhos adolescentes e por último as famílias com filhos adultos. Cada etapa é considerada uma crise espectável/ natural, uma vez que, exige por parte de cada elemento da família um restruturação e adaptação à nova condição. No entanto, as famílias com crianças com doença crónica complexa, após a receção da notícia a família passa por um processo de adaptação, podendo ser mais ou menos rápido consoante a capacidade de adaptação e aceitação por parte da família. Não podendo esquecer que cada membro da mesma família tem tempos diferentes de adaptação à nova realidade. Todo este processo de adaptação envolve sete as fases: choque, confusão, desorganização e desespero; posteriormente a negação, desacreditar da realidade; de seguida, a raiva; a tristeza; a desvinculação e por último a reorganização. Podendo haver na mesma família pessoas em diferentes fases

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daí a importância de conhecer a família como um todo e haver abertura para o diálogo e apoio a todos os membros (Hockenberry, M. J., & Wilson, D., 2014). No decorrer deste contexto tive oportunidade de contactar com uma família de um neonato com diabetes tipo I que se encontravam na primeira fase de choque, confusão, desorganização e desespero, em que os pais se recordam pouco do que lhe foi dito, podendo durar esta fase algumas horas ou até dias. Tendo deparado que a família teve um primeiro internamento até que os pais conseguissem compreender toda a dinâmica e especificidade da patologia. No entanto o nível de perícia e aceitação entre os dois pais era diferente, havendo uma necessidade de um novo internamento para voltar a compensar os níveis do neonato e aferir a perícia e conhecimentos dos pais. Sendo na fase que tiveram no domicílio, receberam apoio por parte da equipa dos cuidados de saúde primários. Daí a importância dos profissionais numa primeira fase não bombardearem os pais de informações. Passando de seguida para a negação, desacreditar da realidade que é utilizada como estratégia de coping durante a fase inicial. Devendo o EESIP estar atento, uma vez que, a negação prolongada pode levar ao atraso do processo de recuperação/ tratamento, pois os pais podem tentar procuram um diagnóstico mais favorável para o seu filho. Quando já não é possível manter a negação passa-se para a fase de fúria, ira e raiva. É nesta fase que há um sentimento de procura da culpa pela circunstância vivida e dor profunda por parte dos pais (Hockenberry, M. J., & Wilson, D., 2014). Pode verificar que a tristeza de certa forma se mantém ao longo de todo o processo, apenas varia de intensidade. É nesta fase que existe o desespero, a falta de vontade de continuar. Correspondendo a plena consciência da perda do filho sonhado bonito e saudável. Nesta fase, os pais choram, ficam tristes, apáticos e deixam transparecer um estado de miséria, quer interiormente, quer exteriormente. Tendo tido a oportunidade de constatar que uma das famílias com um jovem se encontravam nesta fase devido à revolta que sentiam e a falta de aceitação, que se prendia ao facto da necessidade de transferência do seu filho para uma clínica de adultos. Sendo importante por parte do EESIP estar alerta para todos os sinais que os pais apresentam, visto que é nesta fase que ocorre

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por vezes as ideias suicidas por parte dos pais (Hockenberry, M. J., & Wilson, D., 2014).

Após acreditar na realidade, vem a fase da desvinculação em que os pais referem um sentimento de vazio de falta de preenchimento, em que nada parece ter importância. E só posteriormente, começa a haver uma reorganização dos próprios sentimentos dos pais em que deixam de ver o copo “meio-vazio” para o verem “meio-cheio” e é nesta fase de reorganização em que a família começa a ganhar ferramentas e ideias mais positivas que permitem chegar a fase de adaptação, pude observar uma família nesta fase de reorganização que já havia um conhecimento e um pensamento positivo do que o futuro lhes reservava e que cada dia seria um pouco melhor. Para chegar à fase de adaptação, os pais podem levar alguns dias ao até em alguns casos anos, em que passam a aceitar a criança “real” e não estarem presos à criança idealizada. Nesta fase os pais apresentam uma maturidade emocional face a forma como lidar com o seu filho com doença crónica complexa, e estão conscientes das suas necessidades fazendo o que podem para as satisfazer, por fim foi-me possível observar a dinâmica familiar de uma família já na fase adaptação em que demostravam uma maturidade emocional, sendo eles por vezes o próprio apoio das restantes famílias da criança com doença renal cronica. Foi-me muito reconfortante poder observar a envolvência desta família e como ela se reorganizou de forma a manter um crescimento saudável da família (Hockenberry, M. J., & Wilson, D., 2014).

Considero que este contacto que me foi possível com pais de crianças com doença crónica complexa foi um grande desafio de aprendizagem, visto que tive oportunidade de lidar com famílias nas diversas fases do processo de adaptação tendo por certeza que nos casos que expos os próprios casais havia estádios diferentes por parte dos pais. Tendo observado como a minha tutora interagia e avaliava cada fase do processo de adaptação. Acreditando que nesta circunstância o enfermeiro de referência é uma mais valia visto que, este conhece e acompanha toda a evolução da criança e família, tornando-se assim um apoio e um confidente compreendendo melhor toda a envolvência e dinâmica familiar.

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Tenho a convicta certeza que este grupo de competências me foi um enorme desafio de aprendizagem, levando-me à necessidade de uma reflexão e pesquisa constate de forma a poder prestar cuidados de qualidade, tendo muitas das vezes pedido apoio neste mesmo processo a minha orientada. Considerando-me uma pessoa afetuosa, acabei-me por envolver com as famílias, algo que no meu contexto não acontecia e ao longo do estágio foi esta empatia que se criou que me ajudou manter o meu envolvimento e sentido de missão.

Objetivo:

Aprofundar competências comunicacionais e relacionais com a criança/ jovem e sua família de acordo com a sua fase do desenvolvimento e características pessoais;

Atividades realizadas:

 Utilizei estratégias de comunicação para com os pais e família;  Utilizei as técnicas comunicacionais consoante a faixa etária;  Mantive a comunicação não verbal em consonância com a verbal;  Realizei comunicação assertiva;

 Treinei as diversas estratégias de comunicação; Competências:

• Demonstrar conhecimentos aprofundados sobre técnicas de comunicação no relacionamento com o cliente e família e relacionar-se de forma terapêutica no respeito pelas suas crenças e pela sua cultura;

• Planeia e executa intervenções terapêuticas em grupo, em função dos diagnósticos de enfermagem levantados.

• Desenvolve competências de entrevista clínica, observação e diagnóstico da situação de saúde/doença na área de especialidade.

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41  Realizei pesquisa bibliográfica

Reflexão:

A comunicação consiste em todos aqueles comportamentos através dos quais a pessoa, consciente ou inconscientemente comunica com a outra pessoa. Todos os nossos comportamentos transmitem uma mensagem, mesmo até o comportamento de não comunicar produz uma comunicação efetiva. Uma vez que é impossível não comunicar. Desta forma ao longo do meu estágio fui-me apropriando de estratégias comunicacionais para esta fosse mais assertiva possível.

Quando nos referimos à comunicação para comos pais tive a preocupação de encorajar os pais a falar, logo desde o início tentei criar uma relação empática para com eles. A medida que o relacionamento ia estreitando promovia conversas com os pais realizando perguntas abertas de modo a que estes pudessem a expressar os seus sentimentos e realizar as suas dúvidas sem qualquer tipo de constrangimento. Sabendo que havia pais que optavam por deixar que fosse eu que conduzia a conversa e outros que eram eles próprios já a desenrolar da conversa. Tendo sempre a preocupação de no momento em que me predisponha a conversar com os pais iria conseguir manter-me disponível para os ouvir até ao final e mantendo o foco da conversa, tentando não dispersar com outos assuntos que naquele momento não seriam tão pertinentes. Uma vez que me considero uma pessoa desprovida de preconceitos foi-me fácil de respeitar todas as crenças e vontades dos pais. Tendo por vezes usado o silencio quando a situação assim o exigia. Todas estas estratégias que optei fui-me aperfeiçoando à fui-medida que o estágio desenrolava, sabendo que em determinadas situações houve a necessidade de pedir apoio à minha tutora para que pudesse desbloquear. Sei que foi um enorme desafio, principalmente a comunicação com pais de crianças com doença cronica complexa, mas que o mesmo foi superado através das estratégias de comunicação que fui adotando. Quando falamos da comunicação com crianças/ jovens devemos ter sempre por base o seu desenvolvimento. Sabendo a comunicação do RN e lactente advém da comunicação não verbal e através do choro, sendo esta a forma mais precoce

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de comunicar, tendo observado que esta forma de comunicar muita das vezes causa inseguranças por parte dos pais, quando ainda não conseguem desmistificar as características de choro do seu filho, sabendo que estas faixa etária que me desperta um maior interesse e desafio a nível pessoal e profissional. Ao fim de alguns meses o lactente tem maior capacidade de resolver sozinho os seus anseios, tendo nesta fase realizados ensinos aos pais que é recomendável que estes não respondam ao choro de imediato, aguardem um pouco para verificar o modo como a criança lida com a frustração, ajudando-a ajudando-assim, ajudando-a conhecer-se e ajudando-a ajudando-autocontrolajudando-ar-se. O choro, ajudando-agorajudando-a menos frequente, continua a ser apelativo, exigente e por vezes manipulador (Seabra, 2009). Quando abordava crianças no pré-escolar devido ao seu egocentrismo evitava as comparações com as outras crianças, visto que para elas o seu foco são elas próprias. Tentava ter cuidado da forma como explicava o procedimento visto que por exemplo na colocação de um cateter venoso periférico, se dissesse que ela iria “sentir uma pequena pica no braço” ela fazia uma interpretação errática do procedimento. desta forma quando realizava algum procedimento em crianças do pré-escolar explicava os procedimentos com honestidade, e quando possível demonstrava no seu peluche/ brinquedo, podendo assim tomar pequenas decisões levando assim aso seu empoderamento. Na idade escolar as crianças já exigem dos profissionais de saúde respostas a todas as suas pregunta, visto que estas têm uma curiosidade sobre tudo o que as rodeia, tendo já uma maior consciência das crianças que as rodeia, nesta faixa etária promovia o comunicação positiva, fazendo sempre o reforço positivo quando estas conseguia colaborar nos procedimentos, e quando elas não conseguia dias “da próxima vais correr melhor” de forma a que não desanimassem. A faixa etária que me foi mais desafiante trabalhar foi os adolescentes devia à sua especificidade, uma vez que estes se isolavam muito no seu mundo, em que para conseguir obter a sua atenção tive a necessidade de realizar pesquisa sobre os interesses/ dilemas deles hoje em dia, e apos isso desenvolvia o dialogo com eles.

Ao nível competência da comunicação com grupos de crianças/ jovens nas suas diversas faixas etárias já fora desenvolvida no estagio da opção no semestre

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anterior, como descrevi no capitulo 1 através das seções de educação para a saúde realizadas no âmbito da saúde escolar a todos os níveis de ensino exceção do ensino secundário.

Ao longo dos diversos contextos, tive ainda a oportunidade de realizar o acolhimento em contexto de internamento a uma criança que tinha sido transferida entre unidades hospitalares. Procurei que o primeiro impacto da criança e família, fosse favorecedor de uma relação terapêutica harmoniosa. No final deste grupo de competências concluo que fora uma área que me deu muito trabalho da casa para que pudesse aperfeiçoar as minhas estratégias de comunicação com as crianças/ jovens e suas famílias. Acreditando que o ser voluntaria numa associação juvenil me facilitou nesta aprendizagem de melhor comunicar.

Objetivo:

Conhecer a estrutura, a dinâmica e o método de trabalho da equipa multidisciplinar dos diversos contextos;

Atividades realizadas:

Realizei visita guiada no início de cada contexto;

Consultei protocolos e normas dos serviços por onde estagiei;

Conheci a orgânica e funcional dos diversos contextos;

Competências:

• Desenvolver uma metodologia de trabalho eficaz na assistência ao cliente;

• Faz avaliação crítica/reflexão dos resultados obtidos.

• Demonstrar capacidade de trabalhar, de forma adequada, na equipa multidisciplinar e interdisciplinar.

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Conheci a metodologia do trabalho que sustenta a prática de enfermagem;

 Utilizei todas as oportunidades para a partilha de conhecimento com a equipa de saúde;

 Promovi uma boa relação com a equipa multidisciplinar.

Reflexão:

No início de cada contexto tive oportunidade de realizar a visita guiada aos diversos contextos, tendo sido realizada por parte das enfermeiras responsáveis (no internamento e no SU) e pela enfermeira chefe no serviço de neonatologia. De forma a que pudesse conhecer as especificidades dos serviços o número de unidades e a área de referência de cada unidade. Tendo no capítulo 2 feito uma caracterização dos contextos por onde passei ao longo do estágio.

Quando falamos no contexto de internamento de pediatria e o serviço de neonatologia o método de trabalho implementado é o individual. Esta metodologia baseia-se na conceção de cuidado global e implica que um enfermeiro preste os cuidados na totalidade a um único cliente ou mais do que um. A prestação de cuidados não é dividida durante o tempo em que o enfermeiro está de serviço. A totalidade dos cuidados é prestada pelo enfermeiro afeto ao cliente, embora não possa ser coordenado de um turno para o outro, ou de um dia para o outro, uma vez que pode ocorrer alterações das dinâmicas do serviço. A responsabilidade dos cuidados prestados ao cliente é da inteira responsabilidade do enfermeiro que lhe está atribuído no turno (Costa, 2019). De acordo com Silva, (2017) o método de Enfermeiro Responsável caracteriza-se pela responsabilidade individual do Enfermeiro pelas tomadas de decisão sobre os cuidados a serem prestados aos seus clientes, espelhando-se na descentralização da tomada de decisão e autorização em dirigir as ações de outros que o substituem na sua ausência. Este tipo de metodologia é adotado no serviço de nefrologia pediátrica, que tive oportunidade de realizar alguns turnos neste serviço a quando o contexto de internamento de pediatria, em que cada criança/ jovens está atribuído a um enfermeiro responsável/ de referência

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para a criança/ jovem e seus familiares. Durantes as sessões de hemodialise ou dialise peritoneal a equipa adota a metodologia de trabalho é em equipa onde o diálogo está sempre presente e ambas as enfermeiras têm a precessão de toda e envolvência e do tratamento que esta a ser utilizado a cara criança/ jovem. Quanto ao que observei no SU, pela sua especificidade a metodologia adotada e a funcional que consiste num modo de organização em que o processo global de trabalho é dividido em tarefas, e em que cada trabalhador é responsabilizado pela concretização de parte dessas tarefas, que estão previamente definidas e padronizadas quanto à sua sequência e execução (Costa, 2019).

Os três tipos de metodologias de prestação de cuidados que pude observar nos diversos contextos considero serem adequadas a especificidade de cada serviço. Havendo uma particularidade no serviço de neonatologia em que apesar do método ser individual quando se tratava de dar as más noticias aos pais era escolhido o elemento da equipa que teve um maior envolvimento com o RN e seus pais.

Acredito que a metodologia do enfermeiro de referência nos contextos de internamente em pediatria é o método que mais adequa pelo facto do internamento ser uma janela de oportunidades de apoio não só na fase aguda mais em todas as necessidades da criança e sua família. Potenciando assim o papel do EESIP neste mesmo apoio a parentalidade.

Nos diversos contextos promovi um bom espírito de equipa, demonstrando sempre vontade de aprender e partilhar os conhecimentos que obtinha, pois acredito que só na partilha é que nos tornamos profissionais melhores e mais capazes, já o ditado diz “sozinhos vamos mais rápido, mas juntos vamos mais longe” sendo esta a milha linha de pensamento.

No final deste grupo de competências posso concluir que foram atingidas uma vez que através deste relatório consegui responder as competências previamente estabelecidas.

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Fig.  1:  Metodologia  de  trabalho  do  NACJR

Referências

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