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Influência da salinidade na taxa de alimentação em Xenopus laevis e Pelophylax perezi

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Academic year: 2021

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Universidade de Aveiro Departamento de Biologia Ano 2015

Ricardo Alexandre

Catarino Alves

Influência da Salinidade na taxa de

alimentação em Xenopus laevis e

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DECLARAÇÃO

Declaro que este relatório é integralmente da minha autoria, estando devidamente referenciadas as fontes e obras consultadas, bem como identificadas de modo claro as citações dessas obras. Não contém, por isso, qualquer tipo de plágio quer de textos publicados, qualquer que seja o meio dessa publicação, incluindo meios eletrónicos, quer de trabalhos académicos.

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5 Universidade de Aveiro Departamento de Biologia Ano 2015

Ricardo Alexandre

Catarino Alves

Influência da Salinidade na Taxa de

Alimentação

em

Xenopus

laevis

e

Pelophylax perezi

Influence of salinity in the feeding rate of

Xenopus laevis and Pelophylax perezi

Dissertação apresentada à Universidade de Aveiro para cumprimento dos requisitos necessários à obtenção do grau de Mestre em Biologia Marinha, realizada sob a orientação científica da Doutora Isabel Lopes, Equiparada a investigadora principal do Departamento de Biologia da Universidade de Aveiro

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7 Aos meus pais e à minha namorada

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o júri

Presidente Prof. Doutor Fernando Manuel Raposo Morgado

Professor Associado, Departamento de Biologia E CESAM, Universidade de Aveiro

Vogal – Arguente Doutora Paula Inês Borralho Domingues

Investigadora em Pós-Doutoramento,Departamento de Biologia E CESAM, Universidade de Aveiro

Vogal - Orientador Doutora Isabel Maria Cunha Antunes Lopes

Investigadora Principal, Departamento de Biologia E CESAM, Universidade de Aveiro

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11 agradecimentos Agradeço à Professora Doutora Isabel Lopes por

toda a ajuda prestada.

Agradeço igualmente aos meus colegas de laboratório Sara Costa, Emanuele Fasola, Bárbara Silva, Antonieta Gabriel, Jorge Tavares e Victor Galhano por todo o apoio prestado ao longo de todo o trabalho laboratorial.

Aos pais da minha namorada Armando e Cristina por toda a ajuda.

Aos meus pais por me terem sempre apoiado e acreditado em mim.

E em especial à minha namorada Núrya Inocentes por toda a paciência, por toda a ajuda durante o trabalho e por todo o carinho.

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13 palavras-chave Xenopus laevis, Pelophylax perezi, salinidade, alimentação

resumo Como consequência do aquecimento global tem-se vindo a observar um aumento do nível médio da água do mar, em parte devido à subida da temperatura média global. Esta subida do nível médio dos oceanos provoca intrusões salinas em ecossistemas costeiros de água doce, causando um aumento da salinidade. Dependendo da intensidade e duração das intrusões salinas, o equilíbrio ecológico destes ecossistemas pode ser colocado em causa pois as espécies ou organismos mais sensíveis a um aumento de salinidade podem sofrer efeitos adversos que poderão comprometer a sua aptidão e, consequentemente, a sua capacidade de permanecer no ecossistema.

Um dos grupos taxonómicos que habita este tipo de ecossistemas e que é considerado muito vulnerável a estas mudanças de salinidade é a Classe Amphibia. De fato, este grupo de organismos está, presentemente, em grande declínio a nível mundial, sendo considerado o grupo de vertebrados em maior risco devido à influência de vários tipos de perturbações ambientais (ex. perda de habitats, disseminação de doenças infecciosas, presença de espécies invasoras, contaminação antropogénica, entre outros factores).

Com base no exposto acima, o presente estudo pretendeu avaliar os efeitos provocados por um aumento de salinidade nas espécies de anfíbios Xenopus laevis (espécie padronizada) e Pelophylax

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14 perezi, (espécie autóctone da Península Ibérica e sul de França). Pretendeu-se ainda avaliar o efeito da temperatura na toxicidade de sal. Para atingir o primeiro objetivo proposto, girinos no estádio Gosner 25 de cada espécie foram expostos durante 72h a uma gama de 5 concentrações de NaCl (para simular o aumento de salinidade) e a um controlo negativo e avaliou-se o efeito do sal na taxa de alimentação. Para avaliar a influência da temperatura na toxicidade de sal, girinos de X. laevis foram expostos a uma gama de 5 concentrações de NaCl a 3 temperaturas: 20, 23 e 26ºC. No final do ensaio foram avaliados os seguintes parâmetros: taxa de alimentação, taxa de incremento corporal, taxa de crescimento. Os resultados obtidos apontam para que P. perezi seja mais sensível a aumentos de salinidade do que X. laevis. Mais ainda, foram observados efeitos adversos a níveis baixos de salinidade, o que sugere que estas espécies são muito vulneráveis a pequenos aumentos de salinidade e estarão em elevado risco em cenários de intrusões de água do mar. Apesar de terem sido registadas interações significativas entre temperatura e concentração de sal, não foi observado um padrão de influência da temperatura, i.e., com um aumento ou diminuição de temperatura ocorre um aumento ou diminuição de efeitos.

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15 keywords Xenopus laevis, Pelophylax perezi, salinity, feeding

abstract As a consequence of global warming, it has been observed

the rise of the mean sea level, partly due to the rise of the mean global temperature. This increase of the mean sea level causes saline intrusions in coastal freshwater ecosystems, causing a rise in its salinity. Depending on the saline intrusions’ intensity and length these ecosystems’ ecological balance may be put in question, as the species or organisms most sensitive to an increase of salinity may suffer from adverse effects that might compromise their fitness and, consequently, their ability to remain part of the ecosystem.

One of the taxonomic groups that inhabits this kind of ecosystems and that is considered to be very vulnerable to these salinity changes is the Amphibia class. This group is nowadays in great worldwide decline, being the most endangered group of vertebrates due to the influence of several kinds of environmental disturbances (for example, loss of habitats, spread of infectious diseases, presence of invasive species, anthropogenic pollution, among other factors).

Based on the above, the present study aimed at evaluating the effects provoked by an increase of salinity on the amphibian species Xenopus laevis (standardized species) and Pelophylax perezi (indigenous species of the Iberian Peninsula and southern France). It also aimed to evaluate the effect of the temperature in the salt’s toxicity. To achieve the first objective, Gosner 25 stage tadpoles from each species were exposed during 72 hours to a range of 5 NaCl

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concentrations (to simulate the increase of salinity) and to a negative control and the salt’s effect on the feeding rate was evaluated. To evaluate the temperature’s influence in the salt’s toxicity, X. laevis tadpoles were exposed to a range of 5 NaCl concentrations in three temperatures: 20, 23 and 26ºC. The following parameters were evaluated at the end of the test: feeding rate, body weight and growth rates. The results pointed out that P. perezi is more sensitive to salinity increases than X. laevis. Furthermore, adverse effects were observed in lower salinity levels, which suggest that these species are highly vulnerable to small salinity increases and are at high risk under seawater intrusion scenarios. Although significant interactions between temperature and salt concentration were registered, a pattern of influence in the temperature was not observed, i.e., with the temperature’s increase or decrease did not correspond to an increase or decrease of the effects.

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Índice

Lista de Figuras ... 19

Introdução ... 21

Aumento da temperatura e do nível da água do mar ... 21

Anfíbios e alterações climáticas ... 22

Objectivos... 25

Materiais e Métodos ... 27

Químico de teste ... 27

Espécies modelo ... 27

Ensaios ecotoxicológicos ... 28

Análise Estatística... 32

Resultados ... 35

Sensibilidade a salinidade: P. perezi vs. X. laevis ... 35

Sensibilidade de X. laevis a salinidade: influência da temperatura ... 37

Discussão ... 43

Conclusões ... 47

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Lista de Figuras

Figure 1 – Esquema representativo de um girino de Xenopus laevis. CCo – Comprimento do corpo; CCa – Comprimento da cauda; Ctot – Comprimento total. (Adaptado de Pieter D. Nieuwkoop & J. Faber. 1994. Xenbase)………..….30

Figura 2 – Média da taxa de alimentação de girinos de Pelophylax perezi, após terem sido expostos durante 72h e a 23ºC a um gradiente de NaCl. As barras de erro representam o desvio padrão. *-Representa diferenças significativas relativamente ao controlo…………..34

Figura 3 – Média da taxa de alimentação de girinos de Xenopus laevis, após terem sido expostos durante 72h e a 23ºC a um gradiente de NaCl. As barras de erro representam o desvio padrão. *-Representa diferenças significativas relativamente ao controlo…………..34 Figura 4 – Média da taxa de alimentação de girinos de Xenopus laevis, após terem sido expostos durante 72h a um gradiente de NaCl e a diferentes temperaturas. As barras de erro representam o desvio padrão. *-Representa diferenças significativas relativamente ao respectivo controlo. Letras (a,b,c)–Representam grupos homogéneos em cada tratamento/concentração………36

Figura 5–Média da taxa de incremento de biomassa de girinos de Xenopus laevis, após terem sido expostos durante 72h a um gradiente de NaCl e a diferentes temperaturas. As barras de erro representam o desvio padrão. *-Representa diferenças significativas relativamente ao respectivo controlo. Letras (a,b,c)–Representam grupos homogéneos em cada tratamento/concentração………..………37

Figura 6 – Média da taxa de crescimento corporal (A) e caudal (B) de girinos de Xenopus laevis, após terem sido expostos durante 72h a um gradiente de NaCl e a diferentes temperaturas. As barras de erro representam o desvio padrão. *-Representa diferenças significativas relativamente ao respectivo controlo. Letras (a,b,c)–Representam grupos homogéneos em cada tratamento/concentração.………..………..…38

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20 Figura 7 – Média da taxa de crescimento total de girinos de Xenopus laevis, após terem sido expostos durante 72h a um gradiente de NaCl e a diferentes temperaturas. As barras de erro representam o desvio padrão. *-Representa diferenças significativas relativamente ao respectivo controlo. Letras (a,b,c)–Representam grupos homogéneos em cada tratamento/concentração ………...………..39

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Introdução

Aumento da temperatura e do nível da água do mar

Na atualidade, as alterações climáticas são consideradas uma realidade. No último relatório do Painel Internacional para as Alterações Climáticas (IPCC, 2013), é sugerido inclusivamente que existe uma probabilidade de 95% de que estas alterações tenham origem nas atividades antropogénicas (IPCC, 2013). Duas das consequências destas alterações climáticas constituem o aumento da temperatura média do planeta terra e a subida do nível médio da água do mar.

Segundo o relatório do IPCC (2013), desde o início do século XX a temperatura média da Terra já subiu 0,8ºC em média. Este aumento, está relacionado com a intensificação do efeito de estufa devido à acumulação de gases como o metano, dióxido de carbono, clorofluorocarbonetos, entre outros, que retêm a radiação térmica (IPCC, 2007). No relatório publicado em 2013 o IPCC apresenta vários cenários de previsão de subida da temperatura média da Terra, em que o mais optimista refere um aumento entre 0,3 e 1,7ºC e o mais pessimista um aumento médio entre 2,6 e 4,8ºC até ao ano 2100. Estas alterações na temperatura, e dependendo da sua intensidade, podem provocar efeitos adversos no biota. Todos os organismos possuem um intervalo de temperaturas que conseguem tolerar, que resulta da ação combinada de influências ambientais, genéticas e de desenvolvimento do organismo (Cairns et al., 1975). Fora deste intervalo os efeitos adversos provocados pelo aumento de temperatura podem inclusivamente provocar a morte do organismo.

Uma consequência física do aumento da temperatura é a expansão da água dos oceanos que, juntamente com o degelo das calotes polares e das neves permanentes, já está a provocar a subida do nível médio da água do mar. De acordo com o IPCC (2013), no último século assistimos a um aumento médio do nível da água do mar entre 12 a 22 cm. As previsões deste painel para o ano 2100 compreendem aumentos entre 26 a 82 cm (IPCC, 2013). No âmbito destes cenários é previsível que a água do mar se estenda, quer

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22 através de invasão superficial quer por intrusão através dos lençóis freáticos, para zonas onde atualmente apenas existe água doce ou solo, provocando a salinização destes ecossistemas costeiros. De facto, já existem várias zonas costeiras onde a intrusão da água do mar está a ocorrer, nomeadamente no México, EUA e Austrália (Danovaro et al., 2007; Abigail et al., 2009; Nielsen et al., 2009). Em Portugal também já se reportaram casos de sistemas hídricos costeiros de água doce onde está a ocorrer salinização devido a intrusão da água do mar (ex. Baixo Vouga lagunar; Andresen & Curado, 2005, IDAD, 2008). Perante estes cenários reais, torna-se necessário perceber que efeitos poderão ocorrer nos organismos que habitam estes ecossistemas. De facto, o aumento de salinidade pode ser bastante tóxico para organismos dulçaquícolas e edáficos, uma vez que interfere com funções ecológicas e fisiológicas básicas (e.g. afecta a capacidade do organismo osmoregular), afectando o ciclo de vida das espécies e aptidão dos organismos, a fonte de alimento, os habitats e zonas de reprodução disponíveis, entre outros (Leitão et al., 2013; Loureiro et al., 2013; Santos et al., 2013).

Anfíbios e alterações climáticas

Um dos grupos de vertebrados mais suscetíveis às mudanças quer de salinidade, quer de temperatura, são os anfíbios. A elevada sensibilidade dos anfíbios a estas alterações ambientais, e outras, está relacionada com o facto de possuírem uma pele nua permeável muito vascularizada, ciclos de vida bi-fásicos com estádios de desenvolvimento aquáticos e terrestres e capacidade limitada de dispersão (Verdade et al., 2010). Mais ainda, a fisiologia da pele dos anfíbios proporciona não só um fluxo livre de água mas também a difusão de químicos e outras substâncias presentes no ambiente (Wells, 2007). No presente, o grupo de anfíbios está em declínio a nível global, constituindo uma grande preocupação para a comunidade científica. O projecto “Global Amphibian Assessment”, da União Internacional para a Conservação da Natureza concluiu que um terço (32%) das espécies de anfíbios, a nível mundial, se encontra ameaçada e que pelo menos 43% de todas as espécies têm populações em declínio, indicando que no futuro os anfíbios continuarão ameaçados. Mais ainda, segundo a International Union for

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23 Conservation of Nature Red List of Threatened Species, até 2009 cerca de 35 espécies de anfíbios ter-se-iam extinguido na natureza (Nyström et al., 2007).

Na tentativa de compreender as causas deste declínio sem precedentes, foram já efectuados diversos estudos sobre os efeitos de factores ambientais em anfíbios. De facto, são vários os factores que foram identificados como responsáveis pelo declínio a nível mundial dos anfíbios. Entre as ameaças mais importantes, foram identificadas as seguintes: destruição e fragmentação de habitat (ex., zonas florestais, lagos e lagoas), doenças (ex. introdução de microorganismos responsáveis por doenças infecciosas), alterações climáticas, poluição ambiental, exploração direta por alimentos, medicamentos, comércio de animais, aumento de radiação UV-B devido à depleção da camada de ozono e espécies invasoras (nomeadamente que se alimentam de anfíbios ou competem com eles pelas mesmas fontes de alimento) (Antwis & Browne, 2009; Duffus, 2009). No entanto, alguns estudos sugerem que as interacções complexas entre estes factores são a principal causa do declínio de anfíbios (Kiesecker et al., 2001; Juncá, 2001).

O aumento previsto da temperatura, no âmbito das alterações climáticas, pode afectar a sobrevivência dos anfíbios, uma vez que ela actua como um factor controlador de vários processos fisiológicos (ex. taxas de consumo de oxigénio, batimento cardíaco, locomoção, digestão, balanço de água, taxa de desenvolvimento, função do sistema imunitário; Rome et al., 1992). Mais ainda, o aumento da temperatura pode influenciar o oxigénio dissolvido na água, sendo que águas mais quentes geralmente possuem concentrações de oxigénio dissolvido mais baixas, o que pode provocar exposição dos organismos a condições de hipóxia. Até ao momento, existem muito poucos estudos realizados para perceber os efeitos adversos que o aumento da temperatura pode provocar nos anfíbios. Alguns exemplos são descritos a seguir: (i) Reading (2007) estudou o efeito de temperaturas mais elevadas na época de inverno em fêmeas de Bufo bufo e observou que o aumento de temperatura estava correlacionado negativamente com o tamanho das fêmeas, número de ovos nas posturas, e sobrevivência; (ii) Volpe (1957) demonstrou que o desenvolvimento normal de embriões da espécie de anfíbio Bufo valliceps pode ocorrer no intervalo de temperaturas entre 20 e 33˚C. No entanto, a sobrevivência dos embriões decresceu acentuadamente a 36ºC, sendo que a fase de

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24 formação da gástrula já não ocorre a esta temperatura; (iii) Buchholz & Hayes (2000) observaram que as espécies de sapo Scaphiopus couchii e Spea multiplicata quando expostas a temperaturas elevadas aceleravam o tempo até à metamorfose. De um modo geral este facto leva a que o corpo dos organismos aquando da metamorfose seja mais pequeno, o que pode comprometer a aptidão do indivíduo adulto (ex. anfíbios com corpos mais pequenos estão mais vulneráveis a dissecação em ambientes quentes ou secos), (iv) Downie et al. (2004) estudou o sucesso de metamorfose em várias espécies de anfíbios e observou que 57% dos indivíduos de Mannophryne trinitatis expostos a 32ºC não foram capazes de atingir com sucesso a metamorfose; o mesmo sucedeu a 50% dos indivíduos de Hyla crepitans e 86% dos indivíduos da espécie Phylomedusa trinitatis.

No caso dos efeitos de aumento de salinidade em anfíbios, o cenário repete-se, i.e., ainda existem poucos estudos publicados na literatura científica, e os que existem estão principalmente focados em efeitos a nível letal. A maior parte da literatura encontrada está relacionada com o efeito de sais anticongelantes que são lançados na neve e gelo e que, por lixiviação e escorrências superficiais, atingem ecossistemas onde habitam anfíbios, aumentando a sua salinidade. Por exemplo, Sanzo & Hecnar (2006) estudaram o efeito de NaCl em girinos de Rana sylvatica e reportaram valores de LC50, após 96h de exposição, de 2636 and 5109 mg/l (calculados com base em diferentes metodologias). Haramura (2007) observou que os embriões de Buergeria japonica expostos a NaCl não eclodiam a uma concentração de 1.57 g/L NaCl e Viertel (1999) reportou uma percentagem de sobrevivência de 35% em embriões de Rana temporaria expostos a 4.87 g/L NaCl. Santos et al. (2013), após expôr embriões e girinos de Pelophylax perezi a NaCl durante 96h registou valores de LC50 de 3,79 e 7,4g/L, respectivamente. Estes resultados reflectem a variabilidade na sensibilidade de diferentes espécies de anfíbios a NaCl.

Relativamente à interacção entre os dois factores, temperatura e aumento de salinidade não foram encontrados estudos publicados. No entanto, seria expectável que o aumento de temperatura, ao aumentar o metabolismo do organismo, aumente também a toxicidade de NaCl, pois irá ocorrer uma maior incorporação do composto, ou dos iões, através das guelras e pele.

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Objectivos

De acordo com o exposto anteriormente, o presente estudo pretendeu: (i) avaliar se a espécie modelo Xenopus laevis (Daudin 1802) é muito sensível a um aumento da salinidade através da sua comparação com uma espécie autóctone de Portugal, Pelophylax perezi (Seoane 1885); (ii) avaliar a influência da temperatura na toxicidade de sal em X. laevis. Para atingir estes objectivos foram avaliados os efeitos subletais (taxa de alimentação, taxa de incremento de biomassa e de crescimento) nas espécies de estudo.

A espécie em estudo (Xenopus laevis), também conhecida por rã-de-unhas, é um anfíbio da Família Pipidae, endémico de África, proveniente das regiões subsarianas mais frias, encontrando-se entre o Cabo da Boa Esperança e o planalto dos Camarões e da Nigéria. Foi observada pela primeira vez em Portugal na região de Oeiras, a cerca de 20 quilómetros do maior centro urbano do país, Lisboa (Ferreira et al., 2014), sendo portanto uma espécie introduzida neste país. Segundo Vale (2010) no “Plano de Erradicação de Xenopus laevis em Portugal”, o seu aparecimento nestes locais aparenta ter ocorrido devido à libertação na natureza de espécimes comercializados em lojas de animais de companhia. Esta espécie constitui a espécie de anfíbios padronizada mais utilizada para a realização de experimentação a nível mundial.

A rã-verde Pelophylax perezi, o outro organismo em estudo, é uma espécie da Família Ranidae que se distribuem principalmente pelo Oeste da Europa Ocidental. Estes organismos de pequenas dimensões, são uma espécie bastante comum em áreas húmidas altamente alteradas, o que pode estar relacionado com a sua elevada tolerância a agentes tóxicos (García-Munõz et al., 2010).

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Materiais e Métodos

Químico de teste

De modo a simular o aumento de salinidade devido a intrusões de água do mar, foi utilizado o composto químico cloreto de sódio (NaCl). O sal NaCl foi adquirido à empresa Merck (St Louis, MO, USA). As soluções stock, corresponderam às soluções mais altas testadas para cada espécie, e foram efectuadas através da adição do sal NaCl ao meio de cultura de girinos: FETAX (constituído por NaCl, NaHCO3, KCl, CaCl2, CaSO4.2H2O e MgSO4; ASTM, 1998). As restantes concentrações de NaCl testadas nos ensaios ecotoxicológicos, foram obtidas através da diluição direta, com meio FETAX, da respectiva concentração stock. Todas as concentrações de NaCl foram efectuadas sempre frescas para a realização dos ensaios.

Espécies modelo

As espécies de anfíbios Xenopus laevis e Pelophylax perezi foram selecionadas como modelos para realizar o presente estudo. Esta seleção baseou-se no fato de X. laevis ser uma espécie modelo já padronizada, ser utilizada em vários laboratórios a nível mundial, e a sua reprodução em cativeiro ser muito fácil, produzindo um elevado número de ovos. Pelophylax perezi foi selecionada por ser uma espécie autóctone da Península Ibérica e Sul de França e por constituir uma das espécies de anfíbios mais abundantes nestas regiões, o que facilita a captura de massas de ovos para a realização de ensaios ecotoxicológicos. É ainda de realçar que esta espécie não é considerada ameaçada, estando incluída na categoria de espécie pouco preocupante da International Union for Conservation of Nature (http://www.iucnredlist.org/, last visited 22nd December).

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Ensaios ecotoxicológicos

Todos os ensaios ecotoxicológicos foram realizados com girinos de X. laevis e de P. perezi no estádio de desenvolvimento Gosner 25 (Gosner, 1960). Os girinos de X. laevis foram obtidos através da reprodução em cativeiro desta espécie. Para tal, e para cada ensaio, um casal de X. laevis foi injectado com a hormona gonadotropina coriónica de modo a promover amplexo, ocorrer libertação de oócitos e espermatozóides e, consequentemente, acontecer fecundação. Cerca de 24h após a injeção da hormona foi verificada a presença de ovos fecundados, e subsequentemente feita a triagem dos ovos viáveis. Estes ovos foram colocados num aquário e mantidos em condições óptimas de cultura até atingirem o estádio Gosner 25. Durante este período os organismos foram mantidos em meio FETAX, com mudança de meio 48/48h e arejamento contínuo, a 23ºC±1ºC e um fotoperíodo de 10:14 h luz:escuro.

Os girinos de P. perezi foram obtidos a partir de massas de ovos recolhidas, durante a época de Primavera/Verão, numa lagoa de referência de água doce localizada próximo da cidade de Aveiro (Portugal; 40o36’16’’N, 8o41’48’’W). As massas de ovos foram recolhidas no estádio de desenvolvimento Gosner 10-11 e transportadas para laboratório em recipientes de plástico preenchidos com água do local de recolha. Em laboratório as massas de ovos foram tranferidas para um aquário com meio FETAX e mantidas, até atingirem o estádio Gosner 25, sob as mesmas condições que as descritas para X. laevis.

Ensaios ecotoxicológicos com P. perezi

Foram realizados ensaios de inibição da alimentação com girinos de P. perezi expostos a um gradiente de salinidade por um período de tempo de 72h. Durante os ensaios os organismos foram expostos a um controlo negativo, que consistiu em meio FETAX, e a 5 concentrações de NaCl (1,05; 1,36; 1,77; 2,3 e 3,0 g/L NaCl). Foram expostos 16 girinos distribuídos por 4 réplicas (i.e. 4 organismos/réplica) no controlo e em cada concentração de NaCl.

Previamente ao início do ensaio introduziu-se em cada frasco de teste 150 mL da solução a testar (FETAX ou NaCl a diferentes concentrações). A estas soluções foi

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29 adicionada uma suspensão da microalga verde Raphidocelis subcapitata (previamente congelada a -80ºC de modo a inviabilizar as células e, deste modo, evitar o seu crescimento durante a realização do ensaio de inibição da alimentação) de forma a obter uma concentração final de algas de 6x10⁵ células/mL em frasco do teste. De seguida, a absorvância de todas as soluções foi medida a 440 nm num espectrofotómetro (Jenway 6505 UV/Vis Spectrophotometer) e as soluções deixadas a repousar durante 24h de modo a permitir que as algas depositassem no fundo dos frascos de teste. Este procedimento foi realizado de forma a maximizar a taxa de alimentação dos girinos durante o ensaio, uma vez que estes organismos se alimentam raspando a matéria orgânica e outros detritos presentes na superfície dos sedimentos. Após 24h, a absorvância do sobrenadante foi medida novamente a 440nm de modo a comprovar a deposição das algas no fundo dos frascos de teste. De seguida foram introduzidos em cada frasco de teste 4 girinos no estádio Gosner 25. A exposição decorreu durante 72h, sob as mesmas condições descritas para a manutenção dos organismos em laboratório até ao seu uso nos ensaios ecotoxicológicos (i.e., 23ºC±1ºC, fotoperíodo de 10:14 h luz:escuro, arejamento leve contínuo). Terminadas as 72h de exposição os girinos foram retirados dos frascos e as algas ressuspendidas no meio para se proceder à medição da absorvância no final do ensaio. As três medições de absorvância das algas foram efectuadas à mesma hora de cada dia.

A taxa de alimentação dos girinos foi determinada utilizando a seguinte equação (1): Taxa de alimentação = t Abs Ln Abs Ln i f   ( ) ) ( (1), onde

Absi corresponde ao valor de absorvância inicial (i.e., medido antes do período de deposição das algas), Absf corresponde ao valor de absorvância no final do ensaio e ao tempo de exposição.

Com base nos valores da taxa de alimentação calculou-se a percentagem de inibição de alimentação relativamente ao controlo de acordo com a equação (2):

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30 % de inibição da alimentação =  100 controlo NaCl controlo TA TA TA (2), onde

TAcontrolo corresponde à taxa de alimentação média calculada para o grupo do controlo e TANaCl corresponde à taxa de alimentação calculada para cada réplica das concentrações de NaCl testadas.

Ensaios ecotoxicológicos com X. laevis

A metodologia utilizada para realizar os ensaios de inibição de alimentação com girinos de X. laevis foi igual à descrita na secção anterior para P. perezi. No entanto, no caso dos ensaios com X. laevis as concentrações de NaCl testadas foram as seguintes: 1,56; 2,03; 2,64; 3,43; 4,46 g/L NaCl. Esta gama de concentrações e o controlo negativo foram testadas a 3 temperaturas: 20, 23 e 26ºC, para avaliar a influência deste factor na toxicidade provocada por NaCl.

A taxa de alimentação e percentagem de inibição da alimentação relativamente ao controlo foram calculadas com base nas equações (1) e (2), respectivamente.

Para além da taxa de alimentação, nos ensaios realizados com esta espécie foi ainda determinada a taxa de crescimento da cauda, do corpo e total (Fig. 1) e a taxa de incremento de biomassa. Para tal o comprimento da cauda e do corpo e o peso dos girinos foi medido no início e no final das 72 h de exposição de acordo com o exemplificado na figura 1, com uma lupa Zeiss na ampliação 10X 0,8.

CCo CCa

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31 Figure 1 – Esquema representativo de um girino de Xenopus laevis. CCo – Comprimento do corpo; CCa – Comprimento da cauda; Ctot – Comprimento total. (Adaptado de Pieter D. Nieuwkoop & J. Faber. 1994. Xenbase).

As taxas de crescimento corporal, caudal e total e de incremento de biomassa foram calculadas com base na equação (3):

C= t C Ln C Ln f i   ( ) ) ( (3), onde

C corresponde à taxa de crescimento corporal, caudal, total ou ao incremento de biomassa; Cf corresponde ao comprimento corporal, caudal, total ou ao incremento de biomassa no final do ensaio e Ci corresponde ao comprimento corporal, caudal, total ou ao incremento de biomassa no início do ensaio.

A percentagem de inibição de crescimento do corpo, cauda e total e a percentagem de inibição de incremento de biomassa foi calculada com base na equação (4):

CC =CCcontrolo-CCNaCl

CCcontrolo

´100 (4), onde

CC corresponde à percentagem de inibição das taxas de crescimento corporal, caudal ou total ou à taxa de inibição de incremento de biomassa; CCcontrolo corresponde às taxas de crescimento corporal, caudal ou total ou à taxa de incremento de biomassa calculadas para o grupo do controlo e CCNaCl corresponde às taxas de crescimento corporal, caudal ou total ou à taxa de incremento de biomassa calculadas para cada réplica das concentrações de NaCl testadas.

Em todos os ensaios ecotoxicológicos, realizados com girinos de P. perezi e de X. laevis, foram medidos os seguintes parâmetros físico-químicos, no início e no final de cada ensaio, de modo a garantir a validade dos ensaios em termos de parâmetros abióticos: oxigénio dissolvido medido com uma sonda WTW oxi 330 i, pH medido com

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32 uma sonda WTW pH 330 i, condutividade e salinidade ambas medidas com uma sonda WTW cond 330 i.

Análise Estatística

As concentrações de NaCl que provocaram 50% de efeito (EC50), nas respostas monitorizadas nos ensaios ecotoxicológicos realizados, foram calculadas através do melhor ajuste dos dados a um modelo de regressão não linear.

De modo a perceber qual das espécies de anfíbios é mais sensível a um aumento de salinidade realizou-se uma análise de variância de uma via (ANOVA) para cada espécie seguida do teste de Dunnett para determinar diferenças entre o control e as concentrações de NaCl testadas. Não foi possível efectuar esta análise com uma ANOVA de duas vias por se terem testado gamas de concentrações diferentes para cada espécie. Os pressupostos da ANOVA foram analisados através do teste Kolmogorov-Smirnov, para a normalidade dos dados, e o Levene’s para a homoscedasticidade das variâncias.

Para analisar a influência da temperatura nos efeitos provocados pelo aumento da salinidade em girinos de X. laevis foi efectuada uma ANOVA de 2 vias seguida de uma ánlise de contraste.

Todas as análises descritas acima foram efectuadas utilizando o programa SigmaPlot para windows version 11, Systat Software, Inc., 2008).

O presente trabalho foi realizado em estrita concordância com as recomendações da Directiva Europeia 63/2010 para experimentação animal, já transposta para a legislação portuguesa através do Decreto de lei n°113/2013 de 07 de Agosto. Foram obtidas certificações para experimentação animal, uma institucional, referente ao Departamento de Biologia, e outra pessoal, referente à Investigadora responsável pelo trabalho Isabel Lopes. Estas certificações foram emitidas pela Direcção Geral de Veterinária (sob a tutela do ministério da Agricultura Desenvolvimento Rural e Pescas).

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33 Para a recolha de massas de ovos de P. perezi foi solicitada e obtida autorização ao Instituto de Conservação da Natureza e Biodiversidade.

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Resultados

Em todos os ensaios ecotoxicológicos que foram realizados durante este trabalho os níveis de oxigénio dissolvido, quer no início quer no final dos ensaios, mantiveram-se acima de 6 g/L, o que demonstra que durante os ensaios os organismos nunca estiveram sob condições de hipóxia. Em relação aos valores de pH, estes estiveram sempre compreendidos entre 7,2 e 8,4, nunca tendo ocorrido uma variação entre o início e final dos ensaios superior a 0,3. Finalmente os valores registados de condutividade e salinidade variaram com a concentração de NaCl, aumentando com o aumento da concentração de NaCl. A média dos valores de conductividade mínimo e máximos medidos foram os seguintes: 616 μS/cm (controlo) e 8798 μS/cm (concentração testada mais alta: 4,46 g/L). Relativamente à salinidade, a média dos valores mínimo e máximos medidos foram os seguintes: 0 (controlo) e 5,14 (concentração testada mais alta: 4,46 g/L).

Sensibilidade a salinidade: P. perezi vs. X. laevis

Na figura 2 e 3 pode-se observar a taxa de alimentação de girinos de P. perezi e X. laevis, respectivamente, quando expostos a um gradiente de NaCl a 23ºC. Durante o ensaio não ocorreu mortalidade nem nos controlos nem nas concentrações de NaCl testadas.

No caso de P. perezi, apenas se observou uma inibição significativa da alimentação nas concentrações de 1,77 g/L e 2,30 g/L (p=0,017 e p=0,026; respectivamente), correspondente a 64 e 60%, respectivamente, de inibição relativamente ao controlo (Fig. 2).

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36 * * 0 0.05 0.1 0.15 0.2 0.25 Controlo 1,05 1,36 1,77 2,30 3 Ta xa d e al im en ta çã o (d -1 ) Concentração de NaCl (g/L)

Figura 2 – Média da taxa de alimentação de girinos de Pelophylax perezi, após terem sido expostos durante 72h e a 23ºC a um gradiente de NaCl. As barras de erro representam o desvio padrão. *-Representa diferenças significativas relativamente ao controlo.

Os dados obtidos para X. laevis revelaram uma inibição significativa da alimentação relativamente ao controlo nas concentrações de 2,64 g/L e 4,46 g/L (p=0,029 e p=0,014; respectivamente), correspondente a uma percentagem de inibição de 64 e 71%, respectivamente. Na concentração de 3,43g/L NaCl, apesar de ter ocorrido uma inibição da alimentação relativamente ao controlo de 31%, esta não foi significativa (Fig. 3).

* * 0 0.05 0.1 0.15 0.2 0.25 0.3 0.35 0.4 Controlo 1,2 1,56 2,03 2,64 3,43 4,46 Ta xa d e al im en ta çã o (d -1) Concentrações de NaCl (g/L)

Figura 3 – Média da taxa de alimentação de girinos de Xenopus laevis, após terem sido expostos durante 72h e a 23ºC a um gradiente de NaCl. As barras de erro representam o desvio padrão. *-Representa diferenças significativas relativamente ao controlo.

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Sensibilidade de X. laevis a salinidade: influência da temperatura

Durante a exposição de girinos de X. laevis a diferentes concentrações de NaCl e diferentes temperaturas não se registou qualquer mortalidade. No entanto, observaram-se efeitos significativos na taxa de alimentação, incremento de biomassa e crescimento.

Os valores das concentrações que provocaram 50% de inibição na alimentação (e correspondentes limites de confiança a 95%, entre parêntesis) de girinos de X. laevis expostos a NaCl foram semelhantes nas três temperaturas: 2,55 (2,36-2,73) g/L NaCl para 20ºC; 3,17 (1,82-4,53) g/L NaCl para 23ºC; 2,25 (2,12-2,38) g/L NaCl para 26ºC. No entanto, enquanto nas temperaturas de 20ºC e 26ºC todas as concentrações de NaCl provocaram uma inibição da alimentação significativa relativamente ao respectivo controlo, na concentração de 23ºC tal só aconteceu nas concentrações de 2,64 e 4,46g/L (p<10-6; Fig. 4). Mais ainda, registaram-se interações significativas entre os dois factores estudados: temperatura e níveis de salinidade (p<10-6). Exceptuando o controlo e a concentração de NaCl mais alta, em que a taxa de alimentação registada foi significativamente diferente entre as três temperaturas, as taxas de alimentação apenas foram significativamente diferentes (mais baixas) entre a temperatura de 23ºC e as temperaturas de 20ºC e 26ºC (p<10-6; Fig. 4).

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38 * * * * * * * * * * * * 0 0.1 0.2 0.3 0.4 0.5 0.6 0.7 0.8 0.9 1 Controlo 1,56 2,03 2,64 3,43 4,46 Ta xa d e al im e n ta çã o (d -1) Concentrações de NaCl (g/L) 20ºC 23ºC 26ºC a b c a a b a a b a a b a a a a b c

Figura 4 – Média da taxa de alimentação de girinos de Xenopus laevis, após terem sido expostos durante 72h a um gradiente de NaCl e a diferentes temperaturas. As barras de erro representam o desvio padrão. *-Representa diferenças significativas relativamente ao respectivo controlo. Letras (a,b,c)–Representam grupos homogéneos em cada tratamento/concentração.

Relativamente ao efeito de NaCl no peso dos girinos, a concentração de NaCl que provocou 50% de inibição na taxa de incremento de biomassa foi menor na temperatura de 23ºC: 3,10 (2,89-3,11) g/L para 20ºC; 1,61 (0,49-2,74) g/L para 23ºC; 3,59 (3,44-3,75) g/L para 26ºC. Para esta resposta não foram observadas interações significativas entre temperatura e concentrações de NaCl (p=0,10). No entanto, nas concentrações de 1,56; 2,64 e 4,46g/L a taxa de incremento de biomassa calculada a 23ºC foi significativamente diferente (mais baixa) da calculada para 20 e 26ºC (p<10-6; Fig. 5).

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39 * * * * * * * * * * * * * 0 0.05 0.1 0.15 0.2 0.25 0.3 0.35 Controlo 1,56 2,03 2,64 3,43 4,46 Ta xa d e in cr e m e n to d e b io m as sa (d -1) Concentrações de NaCl (g/L) 20ºC 23ºC 26ºC a,b a b a b a a a a a b a a a a a b a

Figura 5–Média da taxa de incremento de biomassa de girinos de Xenopus laevis, após terem sido expostos durante 72h a um gradiente de NaCl e a diferentes temperaturas. As barras de erro representam o desvio padrão. *-Representa diferenças significativas relativamente ao respectivo controlo. Letras (a,b,c)–Representam grupos homogéneos em cada tratamento/concentração.

As concentrações de NaCl que provocaram 50% de inibição no crescimento corporal dos girinos de X. laevis foram semelhantes entre as três temperaturas testadas: 4,08 (3,58-4,57) g/L para 20ºC; 4,50 g/L para 23ºC; 4,91 (3,52-6,31) g/L para 26ºC. No entanto, apenas se observaram diferenças significativas relativamente ao respectivo controlo na concentração mais alta testada a 20 e 26ºC (p<10-6; Fig. 6A). Não foram observadas interacções significativas entre os dois factores testados: temperatura e salinidade (p=0,34). Mais ainda, não foram observadas diferenças significativas entre temperaturas em cada tratamento/concentração (p=0.35).

No que respeita à taxa de crescimento da cauda, os valores de EC50 foram semelhantes nas três temperaturas testadas: 4,55 (3,78-5,32) g/L para 20ºC; 3,25 (2,55-3,95) g/L para 23ºC; 3,76 (3,09-4,44) g/L para 26ºC. Nas temperaturas de 20 e 23ºC todas as concentrações provocaram uma inibição significativa do crescimento caudal relativamente ao respetivo controlo, enquanto a 26ºC só as concentrações acima de 1,56 g/L provocaram uma inibição significativa (p<10-6; Fig. 6B). Foi ainda observada uma interacção significativa entre temperatura e salinidade (p<10-6). De um modo geral, a taxa

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40 de crescimento caudal foi menor na temperatura de 23ºC comparativamente às temperaturas de 20 e 26ºC (Fig. 6B). * * 0 0.01 0.02 0.03 0.04 0.05 0.06 0.07 0.08 Controlo 1,56 2,03 2,64 3,43 4,46 Ta xa d e cr e sc im e n to co rp o ra l( d -1 ) Concentrações de NaCl (g/L) 20ºC 23ºC 26ºC A * * * * * * * * * 0 0.02 0.04 0.06 0.08 0.1 0.12 Controlo 1,56 2,03 2,64 3,43 4,46 Ta xa d e cr e sc im e n to ca u d a l( d -1) Concentrações de NaCl (g/L) 20ºC 23ºC 26ºC a b c a,b a b a,b a b a a a a a a b b b B

Figura 6 – Média da taxa de crescimento corporal (A) e caudal (B) de girinos de Xenopus laevis, após terem sido expostos durante 72h a um gradiente de NaCl e a diferentes temperaturas. As barras de erro representam o desvio padrão. *-Representa diferenças significativas relativamente ao respectivo controlo. Letras (a,b,c)–Representam grupos homogéneos em cada tratamento/concentração.

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41 Tal como observado para as taxas de crescimento corporal e caudal, os valores de EC50 calculados para a taxa de crescimento total foram semelhantes nas três temperaturas: 4,24 (3,76-4,73) g/L para 20ºC; 4,32 (3,46-5,19) g/L para 23ºC; 4,23 (3,45-5,02) g/L para 26ºC. A exposição a NaCl provocou efeitos significativos no crescimento total dos girinos expostos às três concentrações mais altas a 20ºC e nos girinos expostos às quatro concentrações mais altas a 26ºC (p<10-6; Fig. 7). A interacção entre os dois factores foi significativa (p=0,008), no entanto, apenas se registaram diferenças significativas entre temperaturas no tratamento controlo (p<10-6; Fig. 7).

* * * * * * * 0 0.01 0.02 0.03 0.04 0.05 0.06 0.07 0.08 0.09 Controlo 1,56 2,03 2,64 3,43 4,46 Ta xa d e cr e sc im en to to ta l( d -1) Concentrações de NaCl (g/L) 20ºC 23ºC 26ºC a b a a a a a a a a a a a a a a a a

Figura 7 – Média da taxa de crescimento total de girinos de Xenopus laevis, após terem sido expostos durante 72h a um gradiente de NaCl e a diferentes temperaturas. As barras de erro representam o desvio padrão. *-Representa diferenças significativas relativamente ao respectivo controlo. Letras (a,b,c)–Representam grupos homogéneos em cada tratamento/concentração.

O comprimento do corpo representou uma menor percentagem do comprimento total dos girinos em todos os tratamentos e variou entre 37,1% e 41,4%. Na temperatura de 26ºC ocorreu uma ligeira diminuição da percentagem de comprimento corporal no que respeita ao comprimento total na concentração mais alta (39%) de NaCl relativamente ao control (41,4%).

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Discussão

Os objetivos deste trabalho focaram-se na: (i) comparação de sensibilidades a aumento de salinidade entre a espécie modelo, X. laevis, e a espécie autóctone de regiões temperadas, P. perezi e (ii) avaliação da influência da temperatura na sensibilidade de X. laevis a aumento de salinidade.

Os resultados obtidos não permitiram calcular o EC50 relativo à taxa de alimentação de P. perezi para sua comparação com o EC50 calculado para X. laevis. No entanto, o valor da concentração de NaCl mais baixa testada que provocou uma diminuição significativa na taxa de alimentação de P. perezi foi de 1,77g/L (64%), enquanto que a concentração mais baixa testada para X. laevis que provocou uma redução significativa na taxa de alimentação foi de 2,64g/L (64%) e a 2,03g/L não foram observados efeitos significativos na alimentação. Estes resultados sugerem que a espécie autóctone P. perezi é mais sensível a níveis sub-letais de NaCl. De fato este resultado era esperado, uma vez que X. laevis é considerado na literatura como uma das 3 espécies conhecidas de anfíbios mais tolerantes a salinidade, sendo as outras duas Rana cancrivora e Bufo viridis (Balinsky, 1981). Exemplares destas espécies foram observados a sobreviver sob condições de salinidade de 8, 28 e 19, respetivamente (a salinidade máxima a que os organismos foram expostos no presente estudo foi de 5,14) (Balinsky, 1981; Uchiyama and Yoshizawa, 1992). Estas diferenças de sensibilidade entre espécies pode estar relacionada com diferentes estádios de desenvolvimento de alguns órgãos, como por exemplo as guelras internas (que são o principal órgão responsável pela osmorregulação) e os rins (responsáveis também pela osmorregulação e pelo balanço de água no organismo). Uma vez que X. laevis apresenta um tempo até à metamorfose mais curto que P. perezi, é provável que estes órgãos estejam mais desenvolvidos na primeira espécie. Um maior desenvolvimento destes órgãos torna mais eficiente a sua capacidade de osmorregulação (Viertel & Richter, 1999; Chinathamby et al., 2006). Por exemplo, Bernabò et al. (2013), verificaram diferenças na sensibilidade a sal entre girinos no estádio 25 de Bufo balearicus e de Bufo bufo. Sugeriram que estas diferenças eram em parte devidas a diferenças observadas na morfologia das guelras e na atividade da Na+/K+ - ATPase. Na

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44 espécie mais sensível, B. bufo, registaram uma maior produção de muco, maior dano nas guelras e menor atividade da Na+/K+ - ATPase.

Relativamente à temperatura, era expectável que com o aumento da temperatura ocorresse uma maior taxa de alimentação e, consequentemente, de incremento de biomassa e de crescimento, uma vez que o aumento de temperatura, principalmente em organismos ectotérmicos, promove o aumento do metabolismo que requer mais energia. Por exemplo, Álvarez & Nicieza (2002) observaram que o peso de girinos de Discoglossus galganoi aumentava com a temperatura: peso a 12ºC < peso a 17ºC < peso a 22ºC. Mais ainda, Warkentin (1992) mostrou que girinos de Rana clamitans apresentavam taxas de alimentação mais elevadas quando expostos a temperaturas de 23 e 26ºC comparativamente a quando expostos a uma temperatura de 20ºC. De acordo com os resultados obtidos por este autor, no presente trabalho, os girinos de X. laevis apresentaram taxas de alimentação maiores quando expostos a temperaturas de 26 comparativamente à exposição a 20ºC. No entanto, contrariamente ao esperado, a taxa de alimentação a 23ºC foi significativamente inferior à registada a 20ºC. Apesar de as diferenças não terem sido significativas para a taxa de incremento de biomassa e taxa de crescimento corporal, este padrão de resposta foi observado para as restantes respostas que foram monitorizadas durante o ensaio. O motivo pelo qual ocorreu esta redução nos parâmetros analisados a 23ºC, relativamente às outras duas temperaturas testadas, não é claro, quer com base na literatura publicada quer pelo facto de as culturas de X. laevis serem mantidas a 23ºC, o que sugere que os girinos estejam aclimatizados a esta temperatura.

Relativamente à influência da temperatura na toxicidade de NaCl, era expectável que com o aumento da temperatura ocorresse um aumento do metabolismo dos organismos e subsequentemente uma maior toxicidade de NaCl. Este padrão de influência tem sido reportado na literatura científica para a influência de temperatura na toxicidade de outros compostos químicos. Como exemplo, Boome e Bridges (1999) verificaram que um aumento de temperatura de 22 para 27ºC aumentou significativamente a mortalidade de girinos de Rana clamitans expostas a carbaril. No presente trabalho, este padrão não foi observado para nenhuma das respostas

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45 analisadas. Os valores de EC50 apenas permitiram discriminar diferentes toxicidades de NaCl para o parâmetro taxa de incremento de biomassa, em que este composto apresentou maior toxicidade para os girinos na temperatura intermédia testada. No entanto, considerando os valores das concentrações mais baixas testadas que provocaram efeitos significativos, de modo geral a toxicidade de NaCl foi superior na temperatura mais baixa e mais alta testadas (20 e 26ºC) comparativamente à intermédia (23ºC). Contudo, a ausência de diferenças significativas nas concentrações de NaCl mais baixas relativamente ao respetivo controlo a 23ºC deve estar relacionada com a elevada variabilidade que se observou nos resultados.

A redução da taxa de incremento de biomassa e de crescimento total, aquando exposição a NaCl, pode estar relacionada com o decréscimo de consumo de algas, que reflete uma menor ingestão de energia para o funcionamento basal do organismo. Mais ainda, uma vez que a exposição a NaCl requer a ativação de mecanismos de detoxificação e osmorregulação, sugere-se que a redução nestas taxas esteja também relacionada com a necessidade de divergir energia para esses mecanismos em detrimento da energia que seria alocada para o crescimento total e desenvolvimento do organismo.

As diferenças observadas na taxa de crescimento total deveu-se principalmente a diferenças nas taxas de crescimento da cauda, pois a taxa de crescimento corporal foi semelhante quer entre tratamentos (apenas as concentrações mais altas de NaCl apresentaram diferenças significativas relativamente aos respetivos controlos a 20 e 26ºC) quer entre temperaturas. A redução do tamanho da cauda e a simultânea manutenção do crescimento corporal (uma vez que este não apresentou diferenças significativas relativamente ao controlo, com exceção da concentração mais alta a 20 e 26ºC) pode indicar que o organismo continua a investir no crescimento do corpo, uma vez que este é fundamental para poder realizar a metamorfose. Atingir a metamorfose é importante para sair do local contaminado e também para atingir maturidade sexual para se poder reproduzir antes dos efeitos provocados pela contaminação provocarem efeitos severos na sua aptidão.

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Conclusões

Os resultados obtidos indicam que os girinos da espécie P. perezi é mais sensível que X. laevis a níveis subletais de salinidade. Pelo que o uso da espécie X. laevis para realizar análise de risco ecológico para anfíbios do aumento de salinidade associada ao aumento do nível médio do mar não é aconselhável, pois parece ser uma espécie mais tolerante a sal. No entanto, esta conclusão deve ser confirmada com outros ensaios a realizar com mais concentrações de NaCl e mais réplicas, uma vez que nas concentrações de 3 g/L e 3,43 g/L não se observaram efeitos significativos nas taxas de alimentação de P. perezi e X. laevis, respetivamente, e a variabilidade dos resultados foi elevada.

Os resultados obtidos após expor girinos de X. laevis a várias concentrações de NaCl a diferentes temperaturas não indica um aumento da toxicidade de NaCl com o aumento da temperatura, como seria de esperar. No entanto, a variabilidade dos resultados gerados após exposição a 23ºC é muito elevada e determinou a ausência de efeitos significativos em alguns tratamentos relativamente ao controlo. Assim, também aqui é sugerido repetir o ensaio com mais réplicas.

No geral, foi possível observar que baixas concentrações de NaCl (1,77 g/L) induziram efeitos significativos na taxa de alimentação dos anfíbios e também nas suas taxas de crescimento, sugerindo que este grupo estará em elevado risco sob cenários de intrusão da água do mar em ecossistemas costeiros.

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