FATORES
FACILITADORES
E
RESTRITIVOS
DE
DESEMPENHO
DO
MODELO
ESTRUTURAL
DA
UNIVERSIDADE
DO
OESTE DE
SANTA
CATARINA
No|R
ROQUE STÚRMER
F|_oR|ANÓPo|_|s 2001
FATORES
FACILITADORES
E
RESTRITIVOS
DE
DESEMPENHO
DO
MODELO
ESTRUTURAL
DA
UNIVERSIDADE
DO
OESTE DE
SANTA
CATARINA
Dissertação apresentada
ao
Cursode
Pós-Graduação
em
Administraçãoda
UniversidadeFederal
de
Santa Catarina _como requisito parcialpara obtenção
do
titulode
Mestreem
Administração.
Orientador:
Paulo Cesar da
Cunha
Maya,
Dr.Noir
Roque
Stürmer
Esta dissertação foi julgada'
adequada
para a obtençãodo
títulode
Mestreem
Administração (áreade
concentraçãoem
Políticas eGestão
Institucional) e.
'
\
\ \;' ›, , ... . . _.aprovada, na sua forma final, pelo Curso de
Pos-Graduacao
em
Administraçaoda
Universidade Federalde
Santa Catarina. _(F
)\/\
'^___.`
Prof Nelson Colo si, Dr.
Cop denador do urso
Apresentada à Comissão Examinadora integrada pelos professores
Paulo Cesar da
C
aya, Dr. ie tad r)0)
t ~/
f
z fW,
fi *~;~~fSchnini, (membro) ,_ l«.×4Ç7 = iz:yflfih
embro) /I ) Ipessoas
que,de
uma
ou
de outra forma, contribuem para a formaçãodo
estudioso.
Assim
sendo, os agradecimentos poderiam ser estendidos a todos osque
interagiram no processo.De
forma particular, ressaltam-se os professores:`
,-Dr. Nelson Colossi, coordenador
do Curso de Pós-Graduação
em
Administração
da
UFSC,
pelo seuempenho
na
viabilização do curso;-Dr. Paulo
Cesar da
Cunha
Maya, orientador deste trabalho pelas importantes contribuições a nívelacadêmico
e pessoal,em
especial, pelas palavrasde
confiança e estímulodadas ao
longoda
orientação,sem
as quais o presente estudo possivelmentenão
se concluiria;-Dr. Pedro Carlos Schenini, pelas sugestões e ponderações quanto a conteúdos correlatos à temática;
-MSc.
Gerson
Rizzatti, pelas contribuiçõesdadas no
sentidode
enriquecer o presente trabalho.-LISTA
DE FIGURAS
... ..'
VII
LISTA
DE
QUADROS
... viiRESUMO
... ... _. ` ç ... .. IXABSTRACT
... _. XI 1INTRODUÇAO
... ..13 1.1A
concepção
da
UNOESC
... ..151.2
Problema
etema
de pesquisa
... ..161.3Justificação
do
estudo
... ..161.40bjetivos e
abrangência
do
estudo. ... ..192
REFERENCIAL TEÓRICO
... ..21 2.1 Estrutura organizacional ... ..21 2.2 Análise organizacional ... ..36 2.3 Estratégia ... ..53 2.4 Estratégia e estrutura ... ..58 3MÉToDo
... "G1 3.1 Caracterizaçãoda pesquisa
... ..61 3.2Perguntas
de pesquisa
... ...623.3 Definição
de termos
e variáveis ... ..633.5Técnicas
de
coleta e análisedos
dados
... ..653.6 Limitações
do
estudo
... .`. ... ..664
RESULTADOS DA
PESQUISA
... ..674.1
Breve
histórico ... ..674.2 Estrutura organizacional formal ... ..68
4.3 Fatores facilitadores ... ....82
4.4 Fatores restritivos ... ..89
4.5 Estrutura e estratégia ... ..1
02
5coNcLusõEs
E
RECQMENDAÇÕES
... ..11o 5.1Conclusões
... _.110
5.2Recomendações
... ...1196
REFERÊNCIAS
BIBLIOGRÁFICAS
... ..1207
BIBLIOGRAFIACOMPLEMENTAR
... ..122FIGURA
1 -.Continuum
dos subproblemas afetos à estrutura organizacional .... ..23FIGURA
2- Os
mecanismos de coordenação
e o continuum da complexidade ..32FIGURA
3 -'As partes básicasde
uma
organização ... ..33FIGURA
4
-
Organograma da
UNOESC
... ..74F|GuRA
5-
Esboço
daum
organograma
para auNoEsc
... .... ._1oeQUADRO
1-
Dimensões
organizacionais ... ..QUADRO
2-
A
configuracao da estrutura organizacional ..QUADRO
3-
O
fato administrativo ... ._QUADRO
4
- As
dez
escolas da formulaçãode
estratégiasseu
desempenho.
Aqueles foramdenominados de
fatores facilitadores e estes,de
restritivos.A
fonte dosdados
se concentrouno
Estatutoda
Universidade enos
depoimentos
de
sete informantes-chaves, representados pelo Presidenteda
Fundação Mantenedora da
Universidade, pelo Reitorda
mesma
e pelos cincoPró-Reitores
de
Administração dos cinco campi, todos eles no exercíciode
suas funções. Para preservar a identidade, osmesmos
foram rotulados pelas letrasIIBYI' ICC”, HU”, MEU' “FH e HG”.
O
estudo tevecomo
objetivos especificos: descrever a naturezadas
alterações selecionadas
que
ocorreram na estruturada
UNOESC
ao
longode
suahistória; investigar quais os indicadores
que
facilitam e dificultam odesempenho
da
UNOESC;
iluminar omodelo de
estrutura sugerido para o futuroda
UNOESC
pelos atuais detentores
de
poder,em
face dasmudanças
ambientais; pesquisarse,
na concepção dos
informantes-chaves, a estrutura constitui-senuma
estratégia para a
consecução de
objetivos organizacionaisou
um
obstáculo àconsecução
dosmesmos;
investigar, junto aos informantes-chave, qual oseu
entendimento sobre a questão: se a estrutura determina as estratégias
ou
vice- versa.A
investigação édo
tipo “estudode
caso",de
perspectiva longitudinalcom
corte transversal.
Sua
população constitui~sedos
informantes-chavesda
Universidade.
Os
dados
foram coletados atravésde
entrevista semi-estruturada e análise documental, interpretados e analisadosde
forma qualitativa.O
conteúdo teóricoque
embasou
a análise é pertinente a teoriaorganizacional.
Embora
“desconexa",na concepção de
Gibson, lvancevich eDonnelly e a literatura
não
teravançado
muito nestecampo,
na opiniãode
March
e Simon, o estudo apresenta diferentes autores
que
se interessaram pelo tema.Cabe
citar Hall. Este elenca diversos fatores inter-relacionadosque
afetam aestrutura, tais como: o tamanho, a tecnologia, o ambiente, a escolha estratégica.
Escreve
também
sobre as características específicas das estruturasorganizacionais. Entre elas: a complexidade, a formalização e a centralização.
Além
desses autores, subsidiaram a análise:Ramos,
Mintzberg, Chandler, Drucker, Morgan, Vasconcelos e Hemsley, Stoner e Freeman,Lawrence
e Lorsch,Simon
entre outros.Na
análise dos fatoresque
facilitam odesempenho
observou-seque
adescentralização é considerada pelos entrevistados
com
o fatorque
mais afetou positivamente odesempenho
da
Universidade.Um
segundo
fator significativoque
emergiu
da
análise dos depoimentos foi o ambiente.A
UNOESC
estáengastada
A
naturezada
Universidade, a sua origem jurídica refletidano
Estatuto foi ofator inibitivo mais ressaltado pelos informantes, no tocante às suas operações.
É
necessário destacar, ainda,
que
os fatores: tamanho, ambiente e descentralizaçãoapresentam
algumas dimensões que
também
foram consideradascomo
restritivas.Em
facedosaspectos
restritivos,há
evidências deum
movimento de
se
promover
à cisão da atual estrutura e a proposição de criar~se Universidades-UNOESC
- structure, emphasizing the positiveand
negative views that affect itsperformance.
Those
were
entitled by favourable factorsand
these by restrainingfactors.
The
source of the data focused on the Statute of the universityand on
theallocutions from
seven
key informers, represented by the president of theFoundation
who
maintain the University, by the rectorand
by hismanagement
rectors, all
on
the exercitation of its functions.To
preserve the identity, thename
went Iabelled by the symboles
The
studyhad
this specific goals: to describe the structure of thechanges
selected
who
happened
in theUNOESC
structure, on the lengthy of its history; toinvestigate which the indicators
who
ease
and
obstruct its performance; to clearthe pattern of the fucture structure suggested by the current
power
holders; tosearch if, at the key informers conception, the structure is a strategy to obtain the
goals or a hindrance; to investigate at the key informers which is their
unterstanding 'about this question: the structure determines the strategies or the
strategies establish the structure?
This investigation is a case study. lts target population is formed by the key
informers.
The
datahave been
collected through a not structured interviewand
documental analysis which
have been
interpretedand
analysed according to aqualitative form.
The
theoretical contents whichbased
the analysis is pertaining at theorganizational theory. Although disjointed at Gibson, lvancevich
and
Donnellyconcept
and
the literature didn'tadvanced
much
on this field in theMarch and
Simon
opinion, this study presents distinct authorswho
had
interested for thetheme. Hall is
one
of they.He
castes several factors interrelatedwho
affect thestructure, such like the size, the technology, the environment, the' strategic
decision. Hall writes also about specific attributes of organizationalstructures:
complexity, centralization
and
formalization. Others authorshad
subsidized thisstudy:
Ramos,
Mintzberg, Chandler, Drucker, Morgan, Vasconcelosand
Hemsley,Stoner
and
Freeman,Lawrence and
Lorsch, Simon.The
analysis of the factorswho
facilitate the performance, thedecentralization is the
most mencioned
factor.A
second
significant factorwho
emerged
of the analysiswas
the environment.The
UNOESC
is in an environmentwhose
indicators are favorable to the University growth.The
nature of the University, its juridical origin, reflected at the Statutewas
the inhibition factor at the university's workings
more
highlighted by the informers.That is necessary to detach that the factors size, environment
and
decentralizationthere are evidences of a split of the present structure
and
amove
to create smalleruma
estrutura através
da
qual éou
pode
ser identificado.A
sua estrutura o diferencia epermite estabelecer caracteristicas próprias. Características estas
que
afetam odesempenho,
o desenvolvimento e o crescimento. Enfim,que
permitem o serdemonstrar, -buscar e justificar sua finalidade. Tais assertivas
emergem
naturalmente para qualquer observador. Truísmos, para os fins deste trabalho,
não
precisam ser comprovados.As
organizações,como
entes sociais,têm
sua estrutura. Através delabuscam
sobreviver e atingir objetivos.As
universidades,como
tipode
organização, ,estruturam-se
de
forma tal e peculiar, objetivando garantir a sobrevivência e o alcancede
sua finalidade.A
adoção de
determinada estrutura constitui-senuma
estratégia,um
caminho
ouum
método
escolhido para, através dele atingir seus fins. Vale dizer,que
a estratégia determina a estrutura e esta é definida pelas pessoasque
têm
poder sobre e nesta organização (Hall, 1984).
Nem
todos os escritossão
unânimes
quanto a esta premissa.Há
osque entendem que
a estrutura determinaa estratégia,
sendo que
odesenho
organizacional é definido por variáveis básicasO
Estatuto da Universidade delineia a sua Estrutura Organizacional.Embora
tenha sofrido alteraçõesao
longodessa década
(1991-2001), é conveniente indagar sobre os aspectosda
estruturaque
facilitam e restringem odesempenho
da
UNOESC.
Com
a pretensãode
se apurar quais são estes aspectos estruturais na percepção dosinformantes-chaves, formatou-se opresente estudo
em
cinco capítulos.No
capítulo introdutório deste estudo, pode-se encontrar a formulaçãodo
problema, precedida
de
breve descriçãoda
criaçãoda
Universidade; a justificaçãodo
estudo,bem
como
os objetivosque
se pretende alcançarcom
omesmo.
Na
seqüência,no
capítulo dois, apresenta-se o referencial teórico. Este enfoca diversos aspectosda
análise organizacionalem
termos de estrutura eestratégia.
E
' "
Já o terceiro capítulo descreve o
método
utilizado na pesquisa. Apresenta-Vse a caracterização
da
pesquisa, as perguntasde
pesquisa, a definiçãode
termose variáveis, a delimitação
do
estudo, a coleta e análise dosdados
bem como
aslimitações
do
estudo. .Em
continuação,no
.quarto capitulo,são
apresentados os resultadosda
pesquisa.
Num
primeiromomento,
faz-seum
breve históricoda
Universidadedo
Oeste
de
Santa Catarina-
UNOESC.
Em
seguida, é definida a estruturamanifesto pelos informantes-chaves, a partir
das
entrevistas a respeitodos
fatoresfacilitadores e restritivos da vigente estrutura organizacional,
bem como
do
entendimento
dos
mesmos
sobre a relação entre estrutura e estratégia. Vale frisarque
a fala dos entrevistados é confrontadacom
os aspectos teóricos pertinentes.'
No
capitulo-quinto, apresenta-se as conclusões erecomendações
que
oestudo sinaliza.
1.1
A
concepção
da
UNOESC
A
Universidadedo Oeste de
Santa Catarina-
UNOESC
-
é
uma
organização jovem. Foi definitivamente credenciada através
do
Parecer 263/CEE/95,de 20 de dezembro de 1995
e pelo Decretode
14de
agostode
1996. Foi concebida pela tríplice união
de
Instituiçõesde
Ensino Superior (IES)que
já tinhamuma
tradiçãode
ensinode aproximadamente
vinte anos.Foram
elas: a
Fundação
Educacional e Empresarialdo
Alto Valedo
Riodo
Peixe(FEMARP), Fundação
Educacionaldo Oeste
Catarinense (FUOC),
eFundação de
Ensino
de
Desenvolvimentodo Oeste
(FUNDESTE).
Estas se localizavam,respectivamente, nas cidades-pólos
de
Videira,Joaçaba
e Chapecó.Além
das
três
Fundações
isoladas, participaramdo
enlace aFundação de
Ensinodos
Municípios
do
Alto Irani (FEMAI), sediadaem
Xanxerê, e aFundação
Educacionaldo
Extremo Oestede
Santa Catarina(FUNESC),
com
sede
em
São
Migueldo
Oeste.
A
UNOESC
éuma
instituição mu/ticampicom
um
campus
em
cada
uma
das
cinco cidades-pólos mencionadas. Estásendo
dirigida, atualmente, pelo professor Santo Rossetto, terceiro Reitorda
Universidade.O
precederam
Aristides
Cimadon
(primeiro Reitor) e Luiz CarlosLückmann.
Foi estruturadacomo
sendo
um
modelo
mu/ticampi para atender às especificidades daRegião
do
Oeste de
Santa Catarina. iO
1.2
Problema
etema
de pesquisa
As
considerações feitase
a vasta literaturaemergente
sobre asnovas
configurações
das
organizaçõesaguçaram
a curiosidadedo
pesquisador, colocando-o frenteao
problema centraldo
estudo, cujo enunciado é:A
atualconfiguração estrutural
da
Universidadedo
Oeste de Santa
Catarinacumpre
a
função
para a. qual foiconfigurada?
-`
Deste problema, emergiu o
tema da
dissertação pretendida,sob
o título:Fatores facilitadores e restritivos
de
desempenho
do
atualmodelo
estrutural
da
Universidadedo
Oeste
de
Santa
Catarina-
UNOESC
-
na
percepção de
informantes-chaves.1.3 Justificação
do
estudo
No
atualmundo
globalizado, as organizações estão buscando, e porque
Para tanto, lançam
mão
de
fusões, incorporações, alianças, joint-ventures e tantas outrasmudanças
em
sua estrutura. 'O
modelo de
estrutura formalda
Universidadedo
Oestede
Santa Catarina-
UNOESC
é singularem
relação às estruturas universitárias brasileiras, razãopela qual é importante reconhecer os fatores facilitadores e restritivos
desse
modelo
para o seudesempenho.
Ainda, os resultadosdo
estudo poderão servirpara
embasar
o processode
tomada de
decisão dosatuais, e futuros dirigentesda
instituição. `
Castro (1977),
ao
estabelecerum
esquema
mental para se discutir a escolhade
um
tema de
pesquisa, escreveque
otema deve
satisfazer trêscondiçõesí
deve
ser importante, original, e viável.É
importante,quando
épertinente a
uma
questão crucialque
atingeou tem
o potencialde
atingir diretaou
indiretamente muita gente.
O
tema
é originalquando
os resultadosda
pesquisatêm
o potencialde
nos surpreender.Um
tema
é viável se,dados
o talentodo
autor, os recursos disponíveis e a disponibilidade
de
orientador, a pesquisapode
ser realizada.
Em
face dasponderações
precedentes, pode~se argüirque
otema da
presente pesquisa satisfaz as três condições.
Se
não, veja-se o seguinte:Quanto
à originalidade-
É
muito provávelque
tal estudonão
tenha sidoestrutura!
da
UNOESC
é singular.É
uma
universidade mu/ticampí.Cada
campus
é independente nos aspectos administrativos, financeiros e
de
ensino.Porém
-É e
aqui a sua singularidade
-
todos oscampi
estão vinculados à reitoria porestratégias, objetivos,
metas
enormas
institucionais. Admitindo-sequeas
estruturas
não
são rígidas, fixasnem
perfeitas, todavia formaiizadas, é desafiadore desperta a curiosidade, entender os fatores
que
restringem e facilitam odesempenho
da
organização. 1Quanto
à importância- Embora
aUNOESC
tenhaapenas poucos
anos,cerca
de
14.437 alunosda
graduação,402
funcionários técnico-administrativos e847
professorescompõem
acomunidade
académica.Sua
fronteira,não
claramente definida na prática, abrange cinco microrregiões
do
grande oestecatarinense.
É
uma
questão relevante, pois osachados da
pesquisapoderão
sugerir a concentração
de
esforços e recursos na minimização dos efeitosdos
fatores delimitadores e na otimização dos facilitadores
do
desempenho
estruturalda
universidade. ' `Quanto
à viabilidade-
O
autor convive parcialmentecom
a realidadeda
UNOESC.
É
professor damesma'
desde
a sua criação,em
1991. Já atuaraem
fundações anteriores,que
geraram a atual estrutura organizacional,desde
1986. Ademais, há o manifesto interesseda
Universidadeem
apoiar a pesquisa, abrindo as portas para a buscade
dados
e informações.É
oportuno salientar, porestá disponibilizando
ao
pesquisador todo _o seu vasto conhecimento, incluindo oorientador.
H
As
considerações precedentes permitem dizerque
o estudo pretendido ésuficientemente importante, original e viável,'de acordo
com
as três condições sugeridas por Castro. ''
1.4 Objetivos e
abrangência
do
estudo
O
objetivo geral desta pesquisa é verificar os fatores facilitadores erestritivos
de
desempenho
do modelo de
estruturada
Universidadedo Oeste de
Santa Catarina.
Em
termos especificos, pretende-se:o
Descrever
a natureza das alterações selecionadasque
ocorreram naestrutura
da
UNOESC
ao
longode
sua história;1
o Investigar quais os indicadores
que
facilitam odesempenho
da
UNOESC;
o Investigar quais os indicadores
que
dificultam odesempenho
da
UNOESC;
c Iluminar o
modelo de
estrutura sugerido para o futuroda
UNOESC
pelos atuais detentores
de
poder,em
face dasmudanças
Pesquisar se, na
concepção dos
informantes-chaves, a estruturaconstitui-se
numa
estratégia para. a_consecução
de -objetivosorganizacionais ou
um
obstáculo àconsecução
dosmesmos;
Investigar, junto aos informantesëchaves, qual o seu entendimento
sobre a questão: se a estrutura determina as estratégias
ou
vice- versa.€
inter-relacionadas: estrutura organizacional, análise organizacional, estratégia,
estratégia e estrutura.
Convém
assinalarque o
referencial teórico é parcial eincompleto.
Não
é intençãodo
autor resgatar tudo oque
foi escrito a respeito,mesmo
porque, este estudonão
visa escreverum
compêndio
nem
pretendeincorrer
no
vício tautológico.Embora
não
exaustivo, resgata aspectos relevantesda
teoria organizacional.2.1 Estrutura organizacional '
Ao
se ouvir e falar a palavra estrutura, cria-seuma
imagem
de conjuntoou
de
um
todo. Talvez atéde
algo resistente e rígidoque
abriga ou sustenta outroselementos. Subjacente a esta imagem, a
noção de
partes está presente,embora
inconsciente. Daí a lógica e o sentido
de
um
todo.Quando
se fala, por exemplo, aestrutura
da
Universidade X, o sentidoque
se quer dar é o da universidadecomo
um
conjuntode
partes.A
estrutura organizacional éuma
das variáveis básicas enfatizadas pordiversas teorias formais da administração.
Despontam
as teorias clássicas,neoclássica, burocrática e estruturalista.
De
modelos
prescritivos e rígidosno
passado, as novas configurações organizacionais,
no
presente,pretendem
ser mais flexíveis e, porque não
dizer,em
decorrência, mais complexas.Como
serávisto adiante, a estrutura é
uma
variável crucialparaodesempenho
dasorganizaçoes. '
Na
literatura sobre organizaçõesnão
existe urna teoria definitiva sobre odesign organizacional. Porém,
quando
se criauma
organização,uma
estruturaéconfigurada..
E
essa configuração está apoiadaem
determinada teoria,como
asseveram
Gibson, lvancevich, e Donnelly (1988).Os
mesmos
sustentamque
aliteratura a respeito
do
design organizacional é desconexa, pois é discutida por diversas fontes: gerentes práticos, engenheiros, sociólogos, antropólogos, psicólogos e cientistas políticos. Citam, textualmente, as observaçõesde March
eSimon
(1958, p. 5): "A literatura deixa a impressãode
que, afinal de contas,não
se disse muita coisa sobre as organizações,
mas
oque
se disse foi repetido muitas e muitas vezes eem
várias línguas” .~Após
porem
a descoberto a precariedade das teoriasdo
designorganizacional, Gibson, lvancevich e Donnelly (1988, p. 236)
escrevem que “O
design organizacional é o processo pelo qual os administradores criam
uma
estrutura
de
tarefas ede
autoridade”.Prosseguem,
afirmandoque
a estruturaorganizacional é
um
conjuntode
relações previamente decididas eque
compreende
a divisãoda
tarefa_totalem
tarefasmenores
(problemada
definiçãoda tarefa); o reagrupamento
das
mesmas
em
departamentos (problemada
departamentalização); o
tamanho do
grupoque
se reporta aum
superior (problemada
amplitudede
controle); a distribuição da autoridade entre as tarefasou
conjuntode
tarefas (problemada
delegação). Tais elementos,chamados
pelosautores de_ subproblemas, teoricamente,
podem
variarao
longode
um
Continuum,como
visualizado na Figura 1.SUBPROBLEMA
CONTINUUM
Especialização Definição da tarefa ` _ V _A
ta _ Baixavvvv
Base ou critério _ I DepartamentalizaçãoHomogênea
Heterogênea Amplitude de controle INumero
. Pequeno Grande V Delegação Autoridade Centralizada ` DescentralizadaFig.. 1
-
Continuum
dos subproblemas afetos à estruturação organizacional(Gibson, Ivancevich e Donnelly, 1988). A '
. . 4' /f
A
estrutura organizacionaltem
a ver,na concepçao de
Stoner eFreeman
(1995),
com
a maneirade
como
as atividadesde
uma
organizaçãosão
divididas,organizadas e coordenadas. Serve
de
arcabouçoque
permite aosmembros
da
organização realizarem
um
trabalhoem
conjunto para aconsecução
de
objetivos.Todavia,
nem
sempre
é oque
acontece.Algumas
vezes, as estruturas dificultamou
impedem
a adaptação àsmudanças
ambientaisou
às estratégias.Vasconcelos e
Hemsley
(1986, p. 3) definem a estrutura organizacionalcomo
“o resultadode
um
processo atravésdo
qual a autoridade é distribuída, asatividades
desde
os níveis mais baixos até a Alta Administraçãosão
especificadas e
um
sistemade comunicação
é delineado permitindoque
aspessoas
realizem asatividadese exerçam
a autoridadeque
lhescompete
para oatingimento dos objetivos organizacionais”.
O
Quadro
1 procura sumarizar efacilitar a
compreensão da
definição. 'Quadro
1-
A
configuraçãoda
estrutura organizacional'
PROCESSO
_o
De
distribuiçãode
autoridade:quem manda
em
quem
0
De
especificaçãodas
atividades:quem
faz oquê
_c
De
delineamentoda
comunicação:como
ecom quem
seQ
QUE
PERMITE
Realizar as atividades comunicar _ Exercer a autoridade 'PARA
Atingir os objetivos organizacionais
Os mesmos
autores colocam, ainda,que
necessário se faz definirum
conjunto
de
aspectos para o delineamentoda
estrutura organizacional.Fazem
parte
do
conjunto: a departamentalização, as áreasde
apoio, a assessoria, aamplitude
de
controle,o
grau de descentralização, o sistemade comunicação
eo
graude
formalização. Concluem, escrevendoque
osorganogramas
e a descriçãode
atribuições são os instrumentos mais utilizados para formalizaruma
estrutura.Para Gilli (1993) o
desenho da
estrutura organizacionaldepende
de
múltiplos fatores. Cita,
como
exemplos, os seguintes: as atividades fundamentais,a quantidade e qualidade dos recursos disponíveis; a localização geográfica, tipo
de
resposta exigida para adaptação àsmudanças
ambientais, a autoridadedos
diversos centros
de
poder.Hall (1984) faz
uma
analogiacom
a estrutura dos edifícios. Estestêm
colunas, paredes, telhados, corredores etc. Afirma
que
a estruturade
um
prédiodetermina basicamente a forma
como
as pessoas,que
nelemoram
ou
trabalham, semovimentam
e realizam suas atividades.E
diz mais, as estruturas diferem.A
de
um
condomínionão
é igual à estrutura de, por exemplo,uma
industria. Esta será diferenteda
estruturade
uma
universidade. Todavia, a estrutura é determinada paraadequar
a organização àsdemandas
das atividadesque
nelase realizam. Ainda, para o
mesmo,
a estrutura organizacional atende às seguintesfunções básicas: realizar produtos, atingir metas, regulamentar as variações
das
influências individuais sobre a organização, servir
de
contexto para o exercíciodo
Park,
De
Bonis eAbud
(1997) simplificam essas funçõesem
três básicas:instrumento para a
consecução de
objetivos, tornar previsível ocomportamento
dos
membros
da
organização e mostrar as relaçõesde
mando
e subordinação V vigentes.~
.
O
sentidoque
sedá
à expressão “estrutura organizacional" diferena
literatura pertinente,
dependendo da
abordagem
adotada. Basta ver Blau (1974);Ranson, Hinings e
Greenwood
(1980);Meyer
eRowan
(1977);Kamens
(1977), citados por Hall.` '
Blau entende
que
a expressão "estrutura organizacional” temo
sentidode
mostrar a inserção das
pessoas
nas diversas posições sociais que,em
facedessa
posição, influenciam as relações quantoao
seu papelque têm nesse
contexto. Ranson, Hinings e
Greenwod
entendem que
aiestrutura éum
meio
complexo de
controleque
se modifica continuamente.Modela
e émodelada
peloque
ocorre na organização. Para Meyer,Rowan
eKamens
a estrutura constitui-senum
mito.É
interessante a observaçãode
Hall (1984, p. 38) a respeitodessas
f
abordagens. Escreve ele: '
r z~/
'
“Conquanto essas abordagens nos sensibilizem para o fato de que a estrutura
organizacional formal talvez não seja o que realmente ocorre
numa
organização,elas parecem demasiadamente distantes da realidade
com
que se deparam aspessoas dentro e fora das organizações. Decerto, algumas exigências estruturais
têm
um
impacto que vai além de seu objetivo explicitado”.,A
parda
perspectiva funcionalistade
Hall, é interessante evidenciar opensamento de
Ramos
(1983). Este crítico social brasileiro,após
definir o fatoadministrativo, distingue três ordens
de
elementosdo
mesmo:
aestruturais,estruturais e estruturantes. Elenca
como
elementos aestruturais: a morfologiamaterial, a força
do
trabalho e as atitudes individuais e coletivas. Subdivide oselementos estruturais
em
internos e externos.Os
elementos estruturantessão
as decisõesque são tomadas na
organização. `Após
a classificação dos elementosque
constituem o fato administrativo,empreendida
porRamos,
mister se faz aapreensão
dos diferentes sentidosimplicitos
em
cada
ordem de
elementos. .Ordem
dos
elementos aestruturaisSão
assimchamados
por não, isoladamente, constituíremum
fatoadministrativo.
São
instáveis e variam continuamente, razão pela qual necessitamde
decisões paraque
os objetivosda
organização sejam atingidos.Dos
diversos elementos aestruturais, distinguem-se a morfologia material, a forçadó
trabalhoe
as atitudes.
a) Morfologia material
-
Estadenominação compreende
as instalações, as ferramentas, máquinas, aparelhos, prédios, móveis,acomodações,
veículos matérias-primas etc. Poder-se-iachamar
esses elementosde
conjuntode
'
b) Força
do
trabalho- Compreende
a mão-de-obra dos individuos.Não como
pessoas.
com
natureza distintada
matéria.Mas
sim,como
instrumentomecânico.
Como
material,sem
personalidade.Como um
animalque tem
forçapara transformar algo.
c) Atitudes individuais e coletivas
-
'Cadahomídeo
apresentauma
condutadistinta,
de
acordocom
sua preferência.Os
aspectos materiais e não-materiaisdo
mundo
são percebidos diferentemente egeram
uma
atitude frente a taisaspectos.
As
atitudesde
um
indivíduo são decorrentesde
sua avaliação. São,portanto, singulares.
Ordem
dos elementos estruturais'i
São
também
denominados de
configurativos.Moldam
os elementosaestruturais.
Podem
ser internosou
externosao
contexto administrativo.a) Elementos configurativos internos
-
Estescompreendem
a estruturaorganizacional e os grupos.
A
estrutura organizacional é Vaque
determina as Alinhas
de
autoridade, as competências e as hierarquias.Os
gruposbuscam
ajustar a estrutura formal
da
organização às motivações dos indivíduos.b) Elementos configurativos externos
-
Classificam-seem
elementosconfigurativos
de
primeiro,segundo
e terceiro graus.Os
de
primeiro graucompreendem
as associações, sindicatos e classes sociais.Esse
grupoinfluencia os padrões
de
condutaque
interferem significativamenteno
desempenho
organizacional.A
sociedade global é o elemento configurativode
segundo
grau. Representa a coletividadehumana
conhecidacomo
continente.A
sociedade mundial transcende a anterior e é o elemento conflguratlvoexterno
de
terceiro grau.É
omundo
que
interfereno
fato administrativo graças f às interpenetraçõesque
hoje se verificam.
Êff .
'
R
Ordem
dos elementos estruturantes ''
As
decisões são os elementos estruturantesda
empresa.Dão
forma à empresa. Articulam os elementos aestruturais e os estruturais. ParaRamos
(1983, p. 12)! "Naempresa
verifica+sepermanente
e simultâneo processode
desestruturação, estruturação e reestruturação e é a decisão funcionalmente
racional
que
possibilita a estabilidadeda
organização e seu funcionamentominimamente
ordenado,segundo
as expectativas". Significa dizerque
aorganização
não tem
propriamenteuma
estrutura definitiva. Ela é precária.Variáveis internas
e
externas, aestruturais e estruturais constantementeinterferem
no
processode tomada de
decisão eno
formato organizacional.O
Quadro.2
procura daruma
visão resumidado pensamento de
Ramos
a respeitoQuadro
2-
O
fato administrativo v w.ORDEM
DOS
HCOMPONENTES
ELEMENTOS
nEscR|çÃo
Morfologia MaterialInstalações, ferramentas, máquinas,
aparelhos, prédios, móveis, veículos,
matérias-primas etc.
AESTRUTURAIS
Força
do
Trabalho Conjunto de mão-de-obra deindivíduos ~
Atitudes Individuais e
›
Coletivas .
Condutas orientadas por preferências
Internos
A
estrutura organizacional._
ESTRUTU
RAIS
Externos
19 grau: associações, sindicatos,
classes sociais
29 grau: sociedade global
(continente)
39 grau: sociedade mundial
.z
/
»
ESTRUTU RANTES
DecisõesParticípio passado - decidido: rotinas,
í _
organização relativamente estática
Particípio presente `-
decidindo:
conforme as circunstâncias,
organização dinâmica
_
Enfocando
como
as organizações se estruturam, Mintzberg (1979) assinalaque
toda atividade.humana
apresentaduas
exigências básicas e opostas: adivisão
do
trabalhoem
diferentes tarefas estacoordenação
dasmesmas
para aconsecuçãowde
resultados.A
partirdessa
assertiva, define a estruturaorganizacional
como
o conjuntode
meios atravésdo
qual ela divideseu
trabalhoem
distintas tarefas e realiza a sua coordenação.As
maneiras fundamentaisde
coordenar as tarefas
podem
seragrupadas
em
cinco, denominadas, pelo autor,de
cincomecanismos de
coordenação. -Taismecanismos compreendem:
ajustamento mútuo, supervisão direta, padronização dos processos
de
trabalho,padronização
dos
resultados (produtosou
serviços) .e padronizaçãodas
habilidades dos trabalhadores.
O
autorem
evidência esclareceque
essa tipologiareflete as conclusões a
que chegaram
Simon,em
1957;March
e Simon,em
1958,'e Galbraith,
em
1973..
Os
cincomecanismos parecem
seguiruma
certaordem.
Na
medida
em
que
o trabalhode
uma
organização se torna mais complexo, parecemudar
osmecanismos
facilitadoresda
coordenação,como
se observa no Continuumilustrado
na
Figura 2. ~-
. dos processos
A' st nt S
"
" HJu
ame
o upervisao de trabalhoE) Ajustamento
1
[:> Padronização
` mútuo direta .
. dos resultados mútuo
dás atividades
- complexa - -I- complexa
I t
I
É '_ V- organização
Fig. 2-
Os
mecanismos de coordenação e o continuam da complexidade (Adaptado deMintzberg, 1979, p. 4 e 7). _
Definida a estrutura organizacional, Mintzberg (1979) descreve as
diferentes partes básicas
que
acompõem.
Utiliza-sedo
diagrama para melhorilustrar as diferentes partes
da
organização e os indivíduos pertencentesa cada
uma. Aqui, novamente, o autor utiliza o
número
cinco para desenvolver as partesbásicas
da
organização,como
pode
ser vistono
diagramada
Figura 3.Na
base
da
organização o autor aloca o núcleo operacionalcomposto
pelaspessoas
que
executam
o trabalhode
fabricar produtosou
prestar serviços.A
coordenação,em
organizações mais simples, dá-se pelo ajustamento mútuo,não
necessitando , .de
outros mecanismos.
Se
essa organização simples crescer,a
divisãode
trabalho_/
se torna mais complexa, necessitando
uma
supervisão direta, executada porum
administrador
que
se situana
cúpula estratégica. Continuando seu crescimento, mais chefes são exigidos. Cria-se então a linha intermediária -uma
hierarquiade
autoridade entre o núcleo operacional e a cúpula estratégica.Na
seqüênciade
seu
crescimento, a organização se torna ainda mais complexa.A
coordenação da
mesma
pode
exigir a padronização. Padronização essa, atribuída a especialistasautoridade.
Ao
prosseguir o crescimentoda
organização, esta tende a implantar assessoriasnão
para a padronização,mas
sim, para prestar serviços indiretos, asquais
podem
serdenominadas de
assessoriade
apoio.Em
escritos posteriores,Mintzberg (1983, 1989, 2001) acrescenta
um
sexto elemento às_partes básicasde
seu
modelo,chamando-o de
ideologia para significaruma
forte “cuItura".A
ideoiogiaenvolve toda a organização,
assemelhando-se
aum
haloou
aura.Abrange
as tradições e as crençasque
a ,distinguemde
outras organizações,dando
vida à estrutura.r
cúPuiA
EsTRATEe|cA
TECNOESTRU TURA vnfytclal/\n1s.Lr×u VHNYI olodv ao VmossassvNúcuâo
oPERAcioNAL
A A IdeologiaStoner e
Freeman
(1995, p. 240) sustentamque
o projeto organizacionalpode
ser crucial para a sobrevivênciade
uma
organização.Entendem
por projetoorganizacional
como
"o processode
escolheruma
estrutura organizacionaladequada
auma
determinada .estratégianum
determinado ambiente".Esses
autores
observam
que,com
o tempo, as estratégias' e os ambientesmudam
e oprojeto organizacional é
um
processo contínuo. Assinalamque
"asmudanças
na
estrutura geralmente
envolvem
tentativa e erro, acidentes, eacomodações
arealidades políticas, mais
do que
simplesmenteabordagens
racionais".Após
essas colocações genéricasdo
que
vem
a seruma
estruturaorganizacional, suas funções básicas e as variáveis básicas
que
a configuram,convém
evidenciar alguns aspectos teóricosdas
estruturas universitárias._
De
uma
forma geral, _na opiniãode
Vahl (1991), a Universidade éuma
organização burocrática por apresentar muitasde
suas características.O
modelo
weberiano traça
como
característicasda
burocracia: a divisão do trabalho, ahierarquia
de
autoridade, sistemade
regrasou
normas de
atuação,comunicação
escrita, seleção e
promoção de
pessoal e racionalidade.Conforme
os estudosde
Machado
e Silveira (1998), os critériosde
estruturação adotados pelas universidades são essencialmente influenciados pela
legislação
que
trazem
seu bojo omodelo
americano.De uma
forma geral, asuniversidades criaram sua estrutura formal para atender a requisitos legais
sem
5
Ao
referir-se à estruturaacadêmica
e administrativa das Instituiçõesde
Ensino Superior, 'Vahl (1980) escreveque
as IES seguiram a legislaçãopertinente,
como
os Decretos-Lei ng 53/66 e 464/69 e a Lei ng 5540/68. Esta Lei,que
fixou asnormas de
organização e funcionamentodo
ensino superior,em
seuartigo 11, determinou
algumas
característicasde
organização, das quaiscabe
destacar:
“a) unidade de patrimônio e administração;
_ b) estrutura orgânica
com
baseem
departamentos reunidos ou nãoem
unidadesmais amplas;
c) unidade de funções de ensino e pesquisa, vedada a duplicação de meios para
fins idênticos ou equivalentes;
d) racionalidade de organização,
com
plena utilização dos recursos materiais ehumanos: [...`]"
Como
é possível observar na alínea “d”do
artigo 11,houve
uma
preocupação
do
legisladorcom
a racionalizaçãodo
usode
recursos por partedas
,/
universidades.
A
aplicaçãodos
ditames legais na estruturação gerou estruturasuniversitárias padronizadas.
Em
decorrência, a maioria das universidades,segundo
Vahl (1991), apresentavam,em
sua estrutura, dois conjuntosde
órgãos: os superiores e os setoriais.Os
órgãos superiorescompreendiam o
conselhouniversitário; o conselho
de
curadores;o
conselho diretor; o conselhode
ensino,pesquisa e extensão, e a reitoria. Já os Órgãos setoriais
eram compostos
pordepartamentos acadêmicos;
coordenação
didáticados
cursos, e diretoria.Destarte à
preocupação
com
a racionalização apontada, essas estruturaspadronizadas
geraram
uma
sériede
disfunções, poisnão levavam
em
consideração
algumas
variáveis críticas,como
o tamanho, necessidades,características e contexto especificos
de cada
instituição. .i
De
acordocomo
o Projetode
Universidadeda
UNOESC
(1991, p. 30),a
estrutura
da
entidadebusca
atender os seguintes objetivos:"a) facilitar o fluxo e o processo das informações, agilizando a tomada de
decisões; '
.
"
b) facilitar a flexibilidade e a capacidade de adaptação dos órgãos, o
agrupamento destes
em
unidades maiores e a dinâmica de procedimentosadministrativos e normas;
c) garantir a satisfação das pessoas que nela atuam e a sustentam;
d) promover a eficácia e a efetividade organizacional”.
Em
se tratandode
um
estudoque
pretende descobrir fatores que' afetam odesempenho
da
entidade, impõe-se buscar,em
estudos precedentes, osprincipais enfoques utilizados para a análise organizacional.
V
2.2 Análise organizacional
Para
Morgan
(1996), as organizações são geralmente complexas,Propõe
_oito metáforas ou_
imagens
básicas para a leituraou
análiseorganizacional. Esclarece
que
o usode
metáforas implicaum
modo
de
pensare
ver a realidade.
O
processode
ler a organização está relacionadocom
ode
análise organizacional. Tanto a leitura
que
se fazda
organização quanto à análisetêm
seu fulcro na aplicaçãode algum
tipode
teoriaou
metáfora.Dessa
forma, asorganizações
podem
ser interpretadascomo
máquinas, organismos vivos,cérebros, culturas, sistemas políticos, prisões psíquicas, fluxos e transformações
e, finalmente,
como
instrumentosde
dominação. Adverte, porém,que essas
metáforas
não
são exaustivasnem
exaurem
todas' as possibilidadesde
secompreender
as organizações. ''
A
imagem
de
secompreender
a organização cornomáquina é
a primeirametáfora por ele descrita. Este estilo
de
leiturafundamenta
o desenvolvimentoda
organização burocrática.
O
dirigenteque
assim interpreta a organização, aadministra
como
se ela fosseuma
máquina, constituídade
partesque
seinterligam.
Cada
partetem
um
papel claramente definidono
funcionamentodo
todo.
Ao
descrever a natureza da interpretação mecanicistada
organização,reporta-se à origem,
da
palavra organização. Afirmaque
ela verrido
gregoorganon, significando ferramenta, instrumento.
As
organizações são instrumentos criados para atingir fins.Prossegue apontando
outras invasivas influênciasno
pensamento
mecanicista, tais como: a Revolução Industrial; a divisãodo
trabalho,defendida por
Adam
Smith,em
1776,em
sua obraA
riquezadas
nações; omilitarismo
de
Frederico, o Grande,da
Prússia; a produçãoem
massa, cujaCharles
Babbage
sobre
a administração científicada
organização; asconstatações
de
Max Weber
quanto à proliferaçäode formas burocráticasde
organização; a teoria
da
Administração Clássica atravésde
seus princípios e técnicasde
APO,
SIG
e outras; e, finalmente, a teoriada
Administração Científica.A
segunda
metáfora é a organização vistacomo
um
organismo.Essa
imagem
procura focalizar as “necessidades” organizacionais e as relaçõescom
o ambiente.Em
decorrência, admite diferentes espéciesde
organizações,sendo
aburocrática
apenas
uma
dessas. Entender-se a organizaçãocomo
um
sistemavivo implica concebê-la
como
inseridaem um
ambiente,do
qualdepende
parasatisfazer suas várias necessidades.
Ambientes
diferentes,requerem
organizações diferentes.
Em
ambientes estáveisou
protegidos, as organizaçõesburocráticas
tendem
a' ser mais eficazes.Em
ambientes mais competitivose
turbulentos, existem outros tipos
de
organizações.Essaabordagem
levou osteóricos organizacionais a
abandonarem
a ciênciamecânica
e inspirar-se,principalmente, na ciência biológica.
Morgan
sustentaque
a transposiçãoda
visãomecanicista para a visão da organização
como
engajadano
ambiente,começou
com
os Estudosde
Hawthorne, nosanos 20
e 30. Prosseguiucom
”os estudossobre a motivação
humana,
desenvolvidos por Maslow, Argyris, Herzberg,McGregor.
Recebeu
a contribuição dosmembros
do
Tavistock Institute ofHuman
Relations, na Inglaterra. Foi fundamental a obra
do
biólogoalemão
Ludwigvon
Bertalanffy,
denominada
Teoria Gera/dos
Sistemas. Mais recentemente, a visãoexplicar as organizações
como
organismos, é constituído pelas teoriasdas
Relações
Humanas,
Comportamental,dos
Sistemas e Contingencial._ Analisar as organizações
como
cérebros é a terceiraimagem
abordada
por Morgan. Enfatiza o processo das informações, aaprendizagem
e a inteligência,como
formasde compreender
e 'avaliar as organizações modernas.Outra metáfora: as organizações são culturas.
É
a quarta. implica ver a organizaçãocomo
locaisonde
se encontram idéias, valores, normas, rituais ecrenças. Neste enfoque, a organização é socialmente construída por tais
aspectos culturais.
_
A
metáfora política, relacionadacomo
quintaimagem
atravésda
qual pode-se
entender a organização, focaliza os diferentes interesses, conflitos e jogosde
poder
que
seobservam
nas organizações.O
autor observaque
a idéiada
racionalidade organizacional,
amplamente
discutida pelas teorias, tende a inibir adiscussão sobre a motivação politica.
E
issoimpede
o reconhecimento'de
que
apolitica e o jogo politico
podem
serum
aspecto relevantena
vida organizacional,não
necessariamente disfuncional.Morgan
reporta-seao
significado originalde
política defendido por Aristóteles. Este entendia a§politica
como
meio
de
reconciiiar a necessidade
de
unidadeda
po/isigrega,com
a divergênciade seus
membros.
Elanasce
(a política)de
uma
diversidadede
interesses.E
essadiversidade origina distintas manobras, negociações e processos
de
coalizão,que permeiam
a organização, “fala-se sobreum
conjuntocomplexo de
predisposições
que envolvem
objetivos, valores, desejos, expectativas e outras orientações e inclinaçõesque
levam apessoa
a agirem
uma
enão
em
outra direção (p. 15_3)".Analisar, lerie tentar
compreender
a organizaçãošcomo “prisão psiquica"é
a sexta metáfora.
Assume
buscarno
inconsciente daspessoas
uma
resposta para a dinâmica organizacional._A
organizaçãocomo
fluxo e transformação é a sétima metáfora elencada por Morgan. Esta tenta descobrircomo
seprocessam
asmudanças
na
organização.
A
última, a oitava, éuma
extensãoda dimensão
politica, já mencionada.Implica olhar para a organização
como
sendo
um
instrumentode
dominação.É
tentar ler a organização
como
exploradorados
empregados,da comunidade
edo
contexto
econômico
para aconsecução de
seus objetivos. `'
r
Para
compreender
as organizações, Daft (1995) sugere oexame
das
diferentes
dimensões
organizacionais, as quaispodem
seragrupadas
em
dimensões
estruturais edimensões
conte×tuais.,Estasdimensões não são
estanques. Elas interagem e são interdependentes.
Dimensões
estruturaisAs
dimensões
estruturaisdizem
respeito às características internasda
organização. Tais
dimensões compreendem:
a formalização, avespecialização, a padronização, a hierarquiade
autoridade, a complexidade, a centralização, aprofissionalização e os quocientes
de
pessoal.V
A
formalização refere-seao volume
dadocumentação
escrita. Incluiprocedimentos, descrições
de
cargos, regulamentos e manuais.A
especialização,também
chamada
de
divisãodo
trabalho,tem
a vercom
o grauem
que
as tarefassão
divididas e subdivididasem
cargos distintos.A
padronização refere-se àuniformidade na
execução
de
atividades similares.A
hierarquiade
autoridadeespecifica
quem
obedece
aquem
e está relacionada à amplitude de controle,ou
seja,
ao
número de empregados
subordinados aum
supervisor.A
complexidadediz respeito
ao número de
cargosde
uma
organização. Elapode
ser analisadaatravés
de
três dimensões: a vertical, a horizontal e a espacial.A
complexidadevertical refere-se
ao número de
niveis hierárquicos.A
horizontal,ao
número
de
títulos
de
cargosou de
departamentos.A
espacialtem
a vercom
á'dispersão geográfica da organização.
A
centralização refere-se à concentração,em
determinado nível hierárquico,da tomada de
decisões.A
organizaçãoé
centralizada
quando
a maioriadas
decisões étomada no
nível mais elevado.É
descentralizada
quando
as. decisões são delegadas a níveis mais baixos.A
profissionalizaçäo é o nível
de educação
formal e horasde
treinamentodos
várias funções e departamentos.
É medido
pela divisãodo
número
de
empregados de
uma
funçãoou
departamento pelonúmero
total dosempregados
da
organização. AAs
dimensões
contextuais. V 1
As dimensões
contextuais caracterizam toda a organização, influenciandoe
moldando
asdimensões
estruturais.Fazem
partedesse
elenco: o tamanho, atecnologia, o ambiente, os objetivos e estratégias, e a cultura.
_
O
tamanho
émedido
costumeiramenteem
termosdo número de pessoas
na
organização, jáque
as organizações são entendidascomo
sistemas sociais.Outras
medidas
também
sãousadas
parao
tamanho, -taiscomo
totalde vendas
ou de
ativos, porém, estasnão
refletem a magnitudedo componente humano.
A
tecnologia
tem
a vercom
o subsistemade
produção. Inclui asações
e as técnicasutilizadas para transformar insumos
em
produtosou
serviços.O
ambientecompreende
todas as variáveis encontradas forada
fronteirada
organização, taiscomo: o governo, concorrentes, os clientes, os fornecedores,-“A entidades
financeiras etc.
Os
objetivose
estratégiasda
organização representam ospropósitos e os planos
de
ação.A
cu/tura organizacional é o conjuntode
valores,crenças, conhecimentos e normas, compartilhado pelos
membros
da organização.O
Quadro
3 sintetiza asdimensões
sugeridas por Daft para acompreensão das
organizações. ' r
Quadro
3-
Dimensões
organizacionaisDimensões
Indicadores
F
ormalização Especialização fI1*"'>7UCI'.*-1C."'2'¡>"1WH - Padronização Hierarquia _Complexidade
, Centralização Profissionalização Quocientede
pessoalVolume
de documentos
escritosGrau de
divisãodo
trabalhoGrau de
uniformidade naexecução das
Níveis
de
autoridadel
Número
de
atividadesNível
de
tomada de
decisãoNivel
de educação
formal e treinamentoDistribuição
de pessoas
por funçãotarefas rn*">C!*-]×F1-JZOÕ
Tamanho
Tecnologia ~Ambiente
Objetivos e estratégias CulturaNúmero
de pessoas
naempresa
Ações
e técnicasde
transformaçãoContexto externo
Propósitos e planos
de ação
Conjunto
de
valores compartilhadosFonte: Daft (1995, adaptado)