UNTYERSIDADE
FEDERAL
DE
SANTA CATARINA
*WcURso
DE
GRADUAÇÃQ
EM
CIÊNCIAS
EcoNÓM1cAs
À "
A
INFLUENCIA
DOS
BANCOS
ESTRANGEIROS
SOBRE
O
SISTEMA
FINANCEIRO
NACIONAL
0'
u
. Y \
o
Monografia
submetida aoDepartamento
de CiênciasEconômicas
para obtenção de cargaA f
horária
na
disciplinaCNM
5420
-Monografia.
.
` 'I
Por: Francine
Lamin
F
Orientador: Prof. Roberto Meurer”
' .
Area
de Concentração:Economia
Brasileira “Palavras-chaves: 1. Sistema Financeiro
O
2. Reestruturação
3. Internacionalização `
Florianópolis, fevereiro
de
2001.A
Banca
Examinadora
resolveu atribuir a nota 8,0 (oito)à
aluna FrancineLamin
na
disciplinaCNM
5420
-Monografia,
pela apresentação deste trabalho._
Banca
Examinadora:Prof. Roberto
Meurer
Presidente ›
›“
Anton
Peter MullerMembro
Rosiene Rosália'Andrade
Â
AGRADECUVIENTOS
-1
¡¬
A
Deus, porme
colocar nestemundo
com uma
missão a sercumprida
e pelaoporttmidade de hoje estar aqui.
À
minha
família, pelo carinho e apoioem
todas as ocasiões, e pela constanteparticipação
em
minha
vida.Í _
Aos
amigos que sempre
acreditaram ederam
força paraque
esta tarefa fosserealizada. ,r
A
Aos
professores que colaboraramcom
este trabalho, pela amizade e interessedispensados. ' ' -. w \ ‹\
LISTA
DE
GRÁFICOS
... ..viLISTA
DE TABELAS
... ..viiRESUMO
... ..viiicAPíTULo1
1.INTRQDUÇÃO
... ..o1 1.1. Problemática ... ..01 A 1.2. Objetivos ... ..03 1.2.1. Geral ... ..03 1.2.2. Específicos ... ..03 1.3. Metodologia ... ..03CAPÍTULO
11 2.SISTEMA FINANCEIRO
NACIONAL
... .. 052.1.
O
que
éo
Sistema Financeiro Nacional ... ..05
2.2. Histórico ... ..
06
2.3.
Evolução
... ..072.4.
Composição
Atual ... ..O8CAPÍTULO
111 . 3.A
REESTRUTURAÇÃO
DO
SISTEMA FINANCEIRO
NACIONAL
... .. 113.1.
Comportamento
dosBancos
Durante a Alta Inflação ... _. 11 ' 3.2. Plano Real e a Estabilizaçãoda
Economia
... ..143.3.
A
Reestruturação ... .. 183.4. Tendências ... ..22
CAPÍTULO
iv
M4.
A ATUAÇÃO
DOS
BANCOS
ESTRANGEIROS
NO
SISTEMA
FINANCEIRO
NACIONAL
... . ... ..244.1. Aspectos Positivos à Entrada de Instituições Estrangeiras ... ..24
4.2. Aspectos Negativos à Entrada de Instituições Estrangeiras ... .._ ... ..27
4.3. Efeitos
da
Presença Estrangeirana
Reestruturaçãodo
Sistema FinanceiroH
Nacional ... .Ç ... ..
30
4.4.
O
InteresseExtemo
no
Mercado
Brasileiro ... ..33
4.5.
A
Legislação Brasileira ... ..35
4.6.
Como Agem
osBancos
Estrangeiros ... _.37
4.7.
A
Participação das Instituições Estrangeirasno
Sistema FinanceiroNacional ... _. ... ..39
CAPÍTULO
v
5.
CONCLUSÃO
... ..51Gráfico
1-
Participação dosBancos no
Patrimônio Líquidoda
Área
BancáriaGráfico
2-
Participação dosBancos na
CaptaçãoExtema
da Área
Bancária ... ..Gráfico
3-
Participação Percentual das Instituições nos Ativosda
Área
Bancária_ .
,
Gráfico
4 - Participação Percentual.das Instituiçõesno
Patrimônioda
Area
Bancária ... ..
Gráfico
5-
Participação Percentual das Instituições nos Depósitosda
Área
Bancária ... ._
Gráfico
6-
Participação Percentual das Instituições nas Operações de Créditoda
Área
Bancária ... ..LISTA
DE TABELAS
Tabela 1
-
Participação Estrangeiraem
Instituições Financeirasno
País ... ..41Tabela 2
-
Avaliação dos Ativos dosBancos
porOrigem
do
Capital ... ..48Tabela 3
-
Avaliaçãodo
PatrimônioMédio
dosBancos
porOrigem
de
Capital ... ..48
Este trabalho
tem
por objetivo analisar a influência dos bancos estrangeiros sobre o SistemaFinanceiro Nacional,
bem como
aforma de
atuação e a participaçãono mercado
brasileiro.O
Sistema Financeiro Nacional, hojecomposto
basicamente peloBanco
Centraldo
Brasil,pela
Comissão de
Valores Mobiliários e poruma
constelação de bancos públicos, privados eestrangeiros,
vem
passando por diversas transformações ao longode
sua existência.Desde
o
seu início até a implantaçãodo
Plano Real,o
sistema era constituídoem
sua maioriapor bancos nacionais.
A
partir de1994 houve
uma
abertura financeira possibilitandoque
instituições estrangeiras penetrassem
no mercado
financeiro brasileiro,mesmo
não havendo
legislação
que
permitisse claramente essa entrada.A
busca por novosmercados
é provocada pelo intenso processo de desintermediação vividopelas
economias
avançadas,que
vêem
naseconomias
emergentescomo
a brasileira, novasoportunidades de lucro.
A
abertura traz muitos beneficiosmas
alerta parauma
possível desnacionalizaçãoda
economia.
Coma
globalização dos mercados, a presença de instituições estrangeirasaumenta
a concorrência
do
setor bancário proporcionandouma
elevaçãono
nível dos serviçosmas
pode
propiciarum
ataque especulativo contra amoeda
doméstica.Os
aspectos positivos e negativosda
abertura financeira serão analisados neste trabalhono
intuito de
uma
avaliaçãoda
influência exercida pelos bancos estrangeiros sobreo
Sistema Financeiro Nacional.De
maneira geral, a influência é positivadado o
amplo
controle exercido pelas autoridadesmonetárias brasileiras, e a adaptação das instituições estrangeiras ao nosso
mercado
enão
o1
CAPÍTULO
11.
INTRODUÇAO
1.1.
Problemática
O
Sistema Financeiro Nacional éo
conjunto de instituições e instrumentosfinanceiros
que
possibilita a transferênciade
recursos dos ofertadores finais para ostomadores
finais, e cria condições para
que
os títulos e valores mobiliáriostenham
liquidezno
mercado.V
As
atividades eo
funcionamento desses instrumentos financeiros, caracterizadospelos
bancos
diversos e sociedades de crédito, são regulamentados e fiscalizados peloBacen
que
controlam a sua liquidez. ç_
Por muito
tempo
a estrutura financeira brasileira funcionou estimulada porsubsídios e incentivos fiscais,
também
responsáveis pelas receitas satisfatoriamente auferidaspelas instituições
que
dela faziam parte. V*
O
longo período de altas taxas de inflação provocouuma
elevada rentabilidadedo
Sistema Financeiro e de sua participação
em
relaçãoao
PIB. .Com
o
Plano Real eo
conseqüente controledo
processo inflacionáriona
economia
brasileira, verificou-se a perdada
receitacom
float dos recursos transitóriosou não
onerosos dos bancos, reduzindo a rentabilidade de suas atividades.
Algumas
instituições,muito dependentes dessas receitas
ou
quepossuíam
má
gestão empresarial,começaram
aapresentar dificuldades financeiras e a transparecer o
número
excessivo de instituiçõesacima
das necessidades
da
economia. Esses fatoresacabaram
por provocar a falência dealgumas
instituições. -
A
solução para esseproblema
foio
processo de conglomeração de váriosbancos
em
buscade
mn
fortalecimento,que
passou a redefiniro
Sistema Financeiro Nacional,rompendo
com
o
modelo
de especialização. 'Ao
se esgotar o processo deconglomeração
no
âmbito doméstico da economia,universais,
como
constatamos hojeem
dia, suspendendo assim, o estigmada
especialização.São
abertas as portas para a globalização financeira.'
Porém, quando
comparada
em
termos globais, a fragilidadedo
sistemafica
exposta,
bem
como
a baixa competitividadeem
relação aos concorrentes estrangeiros, devidoa curta experiência brasileira
ou
à falta de preparo dos dirigentes das instituições enquadradasno
sistema. ›A
solução encontrada para suprir a fragilidadedo
sistema é fomentar o seufortalecimento
com
a aquisição de bancosem_
dificuldadesou
pouco
competitivos, porparceiros locais
ou
estrangeiros, atravésdo
PROER
-
Programa de
Estímulo à Reestruturaçãoe Fortalecimento
do
Sistema Financeiro Nacional.Cabe
observarque o
processo de consolidaçãodo
sistema financeironão
éum
fato restrito ao Brasil. Assiste-se a
uma
onda
de fusões e aquisições de instituições a nívelmundial. *
Os
beneficios decorrentes deste processo são: o fortalecimento financeiro dosparticipantes
do
sistema, oganho de
escala atravésda
redução de custo, principalmenteem
áreas de suporte
como
informática, contabilidade, etc., a atuaçãoem
um
número
maior de
carteiras, segmentos de
mercado
e/ou regiões geográficas.Quando
a situação envolveum
banco
estrangeiro,maior
facilidade na captaçãode
recursos
no
exterior e acesso a novas tecnologias e produtos de controle,também
seenquadram
nos benefícios oferecidos pelo processo de consolidaçãodo
Sistema FinanceiroNacional.
Por
outro lado,o
Balanço dePagamentos
brasileiropode
ser prejudicadoquando
os bancos estrangeiros envolvidos
em
transações de fusão e aquisição de instituiçõesnacionais,
ou
que
ingressaram recentementeno
país,começarem
a lucrar no Brasil e aremeterem
esses lucros para a matrizno
exterior.Além
disso, a vulnerabilidadeda
moeda
nacional é
um
outro aspecto apontadocomo
negativo à entrada de instituições estrangeiras.Por
esse motivo,o
trabalho propõe estudarmais
detalhadamente a influência dosbancos estrangeiros
quando atuam
adquirindo bancos brasileiros. Para isso, busca-se estudarqual o interesse desses bancos intemacionais à nossa
Economia
ecomo
é permitida a sua3
1.2. Objetivos
1.2.1. Objetivo Geral:
Analisar a influência dos bancos estrangeiros sobre o Sistema Financeiro
Nacional.
1.2.2. Objetivos Específicos:
0 Identificar o
momento
seo
ambienteem
que
as instituições estrangeirascomeçam
a entrarno
país;0 Analisar a legislação que permite a entrada das instituições estrangeiras
no
país e suaevolução;
l
0 Pesquisar a
forma na
qualatuam
as instituições estrangeirasno
Sistema FinanceiroNacional;
0 Estudar o interesse das instituições estrangeiras
na economia
brasileira;0
Apontar
os beneñciosda
aquisição dos bancos brasileiros por instituições estrangeiras. '1.3.
Metodologia
Este trabalho traz
um
estudo a respeito das condições encontradas pelosbancos
estrangeiros ao entrarem
no
Brasil,bem
como
a influência dosmesmos
sobreo
Sistema Financeiro Nacional.p Para
tal, foi realizada
uma
pesquisa de material especializado e posteriormenteurna análise
do
conteúdo.Foram. analisadas notícias e artigos recentes a respeito
do
assunto paraum
acompanhamento
dos acontecimentos. Livros, periódicos e publicações relacionadasao
tema
A
legislaçãoque
rege a atuaçãodo
Sistema Financeirocomo
mn
todo foiencontrada
na
Constituição Brasileira,em
publicaçõesdo
Banco
Centraldo
Brasil eem
relatórios especializados. .
Páginas
da
Intemetforam
outros recursos importantes disponíveis àcomplementação do
trabalho.Todo
o material foi lido e analisado para posterior redação conclusiva correlata ao5
CAPÍTULO
11 ~2.
SISTEMA
FINANCEIRO
NACIONAL
2.1.
O
que
é o Sistema Financeiro NacionalO
Sistema Financeiro Nacional é o conjunto de instrumentos financeirosque
busca intermediar transações de empréstimos entre
um
agente superavitário para outro,deficitário, isto é,
quem
possui recursos empresta paraquem
precisa atravésda
intermediaçãodesse sistema.
Cabe
a ele dar condições de liquidez aos títulos e valores mobiliários.Os
bancos são os principais instrumentos financeiros desse sistema.O
seu papel éfinanciar
quem
precisa ser financiado; emprestaro
dinheiro dequem
o possui paraquem
delenecessita.
E
fomecer
o
capital necessário para aquecer a economia, gerando investimentos,empregos
e renda.Uma
das funçõesdo
Sistemailiinanceiro é financiar projetos produtivos,ou
seja,um
empresárioque
deseja investirnum
ramo
produtivomas
que
não
possui capital suficientepode
recorrer aum
banco
e requererum
empréstimo.Uma
vez concedido,o
projeto é postoem
execução. Paraque
uma
empresa
produza é necessário que haja a contrataçãode
trabalhadores, o
que
por sua vez, vai criaremprego
e gerar renda, tantoem
termos de salárioquanto de lucro.
`
O
financiamento
sedá
atravésda
«intermediação bancáriaonde
osbancos
comerciais
emprestam o
dinheiro aplicadoem
caderneta de poupança, por exemplo, paraempresas não-financeiras investirem
em
seus projetos.Quando
um
trabalhador contratado poresta
empresa
recebe seu salário, ocorreum
efeito multiplicadorda
renda,uma
vezque
partedesse salário vai ser consumida,
aumentando
ademanda
agregada e incentivando osinvestimentos, e parte é poupada, geralmente através de depósitos
em
instituições bancáriasque
servirá para financiarnovos
projetos.Além
disso, essa rendaque
époupada
poderá serviroperações são realizadas,
mas
basicamente é assimque
funcionao
Sistema Financeiro Nacional.2.2. Histórico
Embora
o
país já possuísseum
pequeno
número
de bancos desdeo
iníciodo
século
XIX,
é apenasno
finaldo
século passadoque o
sistema passa a tomar corpo.O
Sistema Financeiro Brasileiro passa por cinco fases segundo
LOPES
eROSSETTI
(1996).A
primeira abrange o final
do
período colonial,do
Império até os primeiros anosda
República.A
segunda abrangeo
período das guerras eda
depressão.A
terceira engloba o período pósguerra, a partir de 1945.
A
quarta émarcada
pelas reformas institucionais dos anos 60.A
quinta inicia nos anos
90
com
a globalização.Mais
detalhes a seguir.s~
i
Com
a vindada
Família Real parao
Brasil, foi criado em' 12 de outubrode
1808,o
Banco
do
Brasil,o
primeirobanco do
país.Em
1829, essa instituição foi extinta sobacusação de que suas emissões estavam desvalorizando os
meios
circulantes, causandoêxodo
de
metais preciosos eaumento
geral dos preços.Em
1833, oBanco
do
Brasil é reestabelecidomas
não
consegue fundos para subscrever o capital estipulado para o seu funcionamento.Mais
tarde,em
1851, é fundadoumnovo
Banco
do
Brasil, agora particular, que dois anosdepois se funde
com
o
Banco
Comercialdo Rio de
Janeiro eno ano
seguinte passa a operarsem
a interveniênciado
govemo
brasileiro. _ .Em
1861, é fundadano Rio de
Janeiro a primeira CaixaEconômica
Federal,com
0 objetivo de conceder empréstimos e incentivar a
poupança
popular. Buscava-setambém
inibir as atividades de outras empresas
que não
ofereciam garantias aos seus depositantes econcediam
empréstimos a juros altissimos.Apenas
em
1869 ocorreu a unificação das22
Caixas
Econômicas
Estaduais,que
passaram aamar
deforma
padronizada.A
partir de 1888,o
Banco
do
Brasil passa a se destacarcomo
instituição defomento
eem
1889,com
a proclamaçãoda
República, échamado
a cooperarna
gestãofinanceira
do novo
regime.Em
17 dedezembro
de 1892, oBanco
do
Brasil se fimdecom
o
Banco
da
República dos EstadosUnidos do
Brasil, passando a sechamar
Banco
da Repúblicado
Brasil.Em
1905, sob o decreto n.° 1.455, estebanco
é liquidado, passando a constituir o7
2.3.
Evolução
-1
No
iníciodo
século, a estruturado
sistema bancário nacional era muito precária eapresentava
um
alto grau de concentração principahnenteno
eixo Rio-São Paulo.Visando
aumentar
a segurançana
intermediação bancária e a integração dos vários sistemas dispersospelo país, foi criada a Inspetoria Geral dos
Bancos
em
1920 e instalada aCâmara
deCompensação
em
1921. __
Em'
1934,surgem
as carteiras hipotecárias e de cobrança de pagamentos,quando
tiveram início as operações de crédito comercial e consignação.
O
objetivo era intermediarrecursos e negócios financeiros
de
qualquer natureza atuandono
fomento ao desenvolvimentourbano e nos segmentos de habitação,
saneamento
e infra-estrutura ena
administração defundos.
(t
Os
bancos estataiscomeçam
a aparecer depoisda
II Guerra Mundial, instalandoagências
em
todo o paíscom
o
objetivode
atender as necessidadesdo
setor produtivoque não
era atendido pelos bancos privados.
O
Sistema Financeiro se expandiu devido ao crescimentoda
renda urbanano
país, decorrenteda
expansão industrial.Nesse
mesmo
períodocomeçam
aaparecer os bancos de desenvolvimento. ”
O
Banco
Nacional deDesenvolvimento
Econômico
-
BNDE
-
foi criadona
década de
50
pelogovemo
federalcom
o objetivo de financiar infra-estrutura e investimentosindustriais.
'
e
O
Banco
Nacional de Habitação-
extintoBNH
-
foi instituído
mais
tarde,na
década
de 60, para financiar a construção civil.Nessa
mesma
décadauma
sériede
reformasfinanceiras
foram
realizadas criandoum
programa
de crédito especial e fundos designados asetores prioritários para a política
de
mercados..,
Em
30
dedezembro
de 1964 foi criado oBanco
Centraldo
Brasil,com
apromulgação da
Lei n. ° 4.595,com
o
objetivo depromover
a estabilidadedo
poderde
compra
da
moeda
brasileira, zelar pela sua liquidez, manter as reservas intemacionais a níveisadequados, estimular a
poupança
intema para atender aos investimentosdemandados
eaperfeiçoar o Sistema Financeiro Nacional.
Deve
também
formular políticas monetária eAté 64
as autoridades monetáriaseram
a Superintendênciada
Moeda
edo
Crédito-
SUMOC
-,o
Banco
do
Brasil eo
Tesouro Nacional.Em
1985,buscando
um
reordenamentofinanceiro
govemamental, houve
a separação das contasdo
Banco
Central,Banco
do
Brasil eTesouro Nacional.
Aos
poucos
as funções de autoridade monetáriado
Banco
do
Brasilforam
transferidas para
o
Banco
Central,que
também
ficouencanegado
de emitirmoeda,
e as atividades relacionadasao fomento
e à administraçãoda
dívida públicaficaram
a cargo ,doTesouro Nacional. 4
V
2.4.
Composição
Atual
‹Hoje,
o
Sistema Financeiro Nacional écomposto
peloBanco
Centraldo
Brasil,pelo
Banco
do
Brasil, peloBanco
Nacionalde Desenvolvimento
Econômico
e Social, peloSistema Financeiro
de
Habitação e pelas instituições financeiras representadas pelos bancosmúltiplos, de desenvolvimento, de investimentos, pelos bancos comerciais, as sociedades
de
crédito,
financiamento
e investimento,além da
Comissão
de Valores Mobiliários.De
acordocom
informações contidasna
páginado
Banco
Centraldo
Brasilna
Intemet, a resolução n.° 2.099/94, especifica
que banco
múltiplo “é a instituição financeiraprivada
ou
públicaque
realiza as operações ativas, passivas e acessórias das diversasinstituições financeiras, por intermédio das seguintes carteiras: comercial, de .investimento
e/ou de desenvolvimento, de crédito imobiliário, de arrendamento mercantil e
de
crédito,financiamento
e investimento. Essas operações estão sujeitas àsmesmas
normas
legais eregulamentares aplicáveis às instituições singulares correspondentes às suas carteiras.
A
carteira de desenvolvimento
somente
poderá ser operada porbanco
público.O
banco
múltiplodeve ser constituído
com, no mínimo,
duas carteiras, sendouma
delas, obrigatoriamente,comercial
ou
de investimento.”Banco
de
desenvolvimento, segundo a Resolução n.° 394/76, é a instituiçãopública não federal
que
tem
como
principal objetivo supriro
financiamento, amédio
e longoprazos, de programas e projetos
que
promovam
o
desenvolvimentoeconômico
e socialdo
Estado
onde
tenha sede,com
ênfase ao setor privado.Porém, o banco
pode
financiar, atravésde consórcio
com
bancosde
desenvolvimento locais, projetos e programas para forado
9
A
Resolução n.° 18/66, estipulaque banco
de investimento é aquela instituiçãofinanceira privada
que
realizada primordialmente operaçõesde
investimento, participaçãoou
financiamento, a
médio
e longo prazos, para empresas privadas obterem capitalfixo
ou
degiro, através de recursos próprios
ou
de terceiros.Por
fim,
de acordocom
COSTA
(1999), bancos comerciais são instituiçõesprivadas
ou
públicasque
visam
proporcionar financiamento,a
curto emédio
prazos, para aindústria,
o
comércio, empresas prestadoras de serviços, pessoas fisicas e terceirosem
geral.Podem
ser entendidoscomo
instituições monetárias capazes de criarmoeda
escritural,ou
seja,recebem
depósitos a vista eemprestam
a curto prazo. Suas atividades são fiscalizadas peloBanco
Central,que
controla a liquidezdo
sistema bancário pormeio
de
operaçõesde
mercado
aberto, redescontos e depósitos compulsórios.
Dentre os bancos comerciais
podemos
destacar oschamados
bancos -varejistas,que atendem
clientes diversos, operandocom
um
altovolume de
recursos euma
baixamargem
de risco. Suas agências estão presentesem um
grandenúmero
de municípiosou
localidades e
têm
como
principal operaçãoo fomecimento
de empréstimos para capital degiro das empresas,
mas
também
oferecem serviços diversificados.No
caso dosbancos
comerciais nacionais de
pequeno
porte, estespossuem
agências centralizadasnum
só lugarprivilegiando
o
crédito pessoal, e os bancos estaduaistêm
clientela garantida emonopólio
dasliberações dos Tesouros.
Contam
com
uma
extensa redede
agências e custo de captaçãodiferenciado.
Têm
obrigação de privilegiar operações de créditoem
detrimento de operaçõesmais
lucrativascom
títulos e valores mobiliários.H
Os
bancos comerciaistambém
podem
ser atacadistas,ou
seja, atendersomente
clientes preferenciais e lidar
com
maiores valores emaior
risco.É
o
casode
alguns bancosnacionais privados de
médio
porteque
se especializamem
nichosde
mercado
com
alto risco,com
elevado custo de captação e agências distribuídas irregularmente.O
maior
risco édeterminado pela incerteza
de
retorno,ou
seja,o banco
emprestaum
montante considerávelaum
tomador
para investimentonum
projeto produtivo, por exemplo. Este investimentopode
não
se realizar deforma
esperada, .fazendocom
que
otomador não cumpra
com
suasresponsabilidades.
Caso
a parte, os bancos estrangeirosforam
os primeiros a instalar terminais decomputador
junto a clientes preferenciais para prestação de serviços especializados.Enquanto
o
Banco
Central fiscalizava a expansão de sua rede de agências, tinham maior capacidade debaixo custo de captação.
Os
bancos estrangeirostinham
suas atividades altamente fiscalizadaspelo
Banco
Central.Dessa
forma, sua capacidadede
captar recursos erapequena
pois ospoupadores preferiam a credibilidade e na familiaridade dos bancos domésticos.
Porém,
osinvestidores
que
demandavam
empréstimosencontravam
facilidadesem
obtê-los junto aosbancos estrangeiros.
Resumindo,
estes bancosnão conseguiam
captar recursos,mas fomeciam
empréstimos.
Não
haviacomo
gerar spreads creditícios elevados.Mesmo
assim, eracompensador
atuarno
Brasil pois os recursos escassosque eram
captadospagavam
baixa taxaaos poupadores.
Os
recursos utilizados para emprestareram
provenientesdo
capital de girodo
ll
CAPÍTULO
1113.
A REESTRUTURAÇÃO
DO
SISTEMA
FINANCEIRO
NACIONAL
‹
Ç
3.1.
Comportamento
dosBancos Durante
aAltalnflação
Até
meados
da
década de 90, antesda
implementaçãodo
Plano Real,em
1994,o
país convivia
com
um
alto índice de inflação. Para tentar controlá-la, a políticaeconômica
colocou
em
prática importantes providências.A
grande inovação foi a indexação dos valoresde títulos emitidos pelo sistema financeiro e
de
contratos de financiamento.Em
condiçõesÍ
inflacionárias isso regularizaria os contratos
de
“débito e crédito, viabilizandoo
desenvolvimento
da
intermediação financeira. Buscava-se evitar o riscodo
credor frente adesvalorização
da moeda.
Com
a indexação,no
caso deuma
desvalorização damoeda
frente ainflação, os contratos seriam reajustados pela taxa indexada,
ou
seja,uma
taxa baseadana
inflação passada
mas
que
projetava a inflação futura(MODIANO,
1990). Assim, os credoresC
não perderiam dinheiro.
A
indexação contribuiu paraque
o indivíduo andassecom
menos
dinheiro
no
bolso e passasse a investí-lo, caracterizando a desmonetização. Isso porque amoeda
na
mão
desvalorizava rapidamente. Por.esse motivo, eramelhor
colocá-lano
banco,onde
seria corrigida pela taxa indexada.Houve
também
a transferência de recursosdo
mercado
de crédito parao
mercado
de capitais.O
movimento
de captação de recursos paraempréstimo
a outros era a principal fonte de lucro dos bancos.Era
ochamado
spread
inflacionário,ou
seja, a diferença entreo
que
o banco pagava na
captação de "recursos eo que
recebiacom
o empréstimo
dosmesmos,
levando
em
consideração a inflaçãodo
período. -1,
A
inflaçãotambém
constituía importante fonte geradora de lucros tendoem
vistaque
os depósitosnão
remunerados, os depósitos a custo “zero”,eram
aplicados pelo própriobanco
em
títulosda
dívida públicaou
emprestados,com
altas taxas de juros.Era
oƒloat, cujosvalores
superavam
as receitascom
operações de crédito,ou
seja, aquelas baseadasespaço, desativando as operações bancárias-de crédito ao setor privado devido
ao
lucroda
arbitragem e
do
giro inflacionáriodo
dinheiro. .Esse processo
de
desativação de crédito continuou até a irnplantaçãodo
PlanoCruzado. partir daí, há
uma
brusca reduçãodo spread
inflacionário e dos ganhoscom
o
financiamento
dos títulosda
dívida pública. 'Para compensar,
o
sistema bancário fazum
ajuste de custos e receitas passando acobrar taxas
de
serviços e elevando as operaçõesde
crédito.Em
1987,um
empréstimo de
ajustamentodo
setor financeiro para o Brasil, juntoao
Banco
Mundial,no
valorde
US$500
milhões, apoiariao
programa de
reformasinstitucionais
do
setor, aserem
estipuladas pelo próprioBanco
Mundial.Para receber este empréstimo,
o
Banco
Mundial impôs ao
Brasil que eliminasse aintervenção
govemamental no mercado
de crédito.Além
disso, o paístambém
teriaque
desenvolver seu
mercado
de capitais privados e criar instnunentos de empréstimos a longoprazo. Essas
medidas
melhorariam a captação de recursos para financiar a economia.Outra exigência
do
Banco
Mundial
era a realização de reformasque
liberassem asregras
de
operaçãodo
mercado
financeiro, permitindo a livre determinação das taxasde
jurospelas forças de
mercado
e, principalmente, queo
sistema financeiro fosse aberto aosbancos
estrangeiros. - '
Segtmdo
COSTA
(l999)1,na
visãodo
Banco
Mundial
o sistema financeirobrasileiro possuía programas
de
crédito oficial e direcionadocom
taxas de juros e condiçõesde empréstimos administradas
que
aumentavam
asmargens
sobre as taxas de juros nosempréstimos para investimentos, induzia a urna segmentação
do mercado
de crédito eafastavam as fontes privadas
do
crédito a longo prazo, sendoque
as taxas de empréstimosadministradas pelo
govemo
para esse programas variavam de taxas reais negativas a taxasreais positivas de até
12%.
Além
disso,o
sistema financeiro tinha42
exigências diferentes dereserva legal para depósitos à vista,
que
variavam de acordocom
o porte e a localização dosbancos, contribuindo para a instabilidade fmanceira e
impedindo que
oBanco
Centralexercesse
o
controle monetário.Os
bancos comerciaispagavam
juros sobre os depósitos àvista resultando
em
subsídiosao
sistema bancáriocomo
resultadoda
inflação e levando a1
O
autor se baseou em The World Bank, Brasil - Empréstimo de Ajustamento do Setor Financeiro, Ofñce Memorandum, 2 nov.
1988, p. 23. _
13
desmonetização
da
economia,ou
seja a população preferia colocaro
dinheirono banco
buscando
evitar a desvalorização pela alta inflação atravésdo pagamento de
juros.O
sistema financeiro, aindana
visãodo
Banco
Mundial, eracomposto
porum
grande sistema bancário estadual insolvente,
em
que
os bancos estaduaisfuncionavam
como
minibancos centrais para seus estados e cujas funções
podiam
ser cumpridas pelosbancos
privados existentes, e por
um
sistema de financiamento habitacionalque
era fonte deinstabilidade financeira.
Havia
faltade
implementação dos regulamentos para estimularprudência nos empréstimos, especialmente dos bancos estaduais, falta de
esquema de
segurode depósitos, barreiras ao ingresso de novas instituições, baseadas
num
sistema de cartas- patentes,que
contribuíam para a segmentação institucional, não permitindo a consolidaçãodos grupos bancários, e altas
margens
de taxas de juros para os empréstimos livres, resultantesdo
alto nível de exigências de reservas, empréstimos obrigatórios de depósitos e lucrosrelacionados à inflação. _
A
inflação ajudou os bancos permitindo que osmesmos
auferissem renda atravésde
um
grandenúmero
de depósitos' a taxas de juros reais baixasou
negativas, reduzindoo
valor real
de
suas responsabilidades, evitando -a probabilidade de insolvência eaumentando
aliquidez,
tomando
mais
fácil aos tomadores de empréstimoshonrarem
seus compromissos.Com
as vantagens oferecidas, o clima inflacionário fez disparar onúmero
denovos bancos comerciais e a proliferação de agências, porém, mais tarde
com
o
fm
da
inflação, muitos desses estabelecimentos tiveram
que
fechar suas portas devido as baixíssimastaxas
de
intermediação cobradas para emprestar dinheiro eo
aumento da
inadimplência.A
fragilidade financeira, causada principalmente pelo desequilíbrio entre a cargatributária e
o
lucro das empresas estatais, esgota o padrão definanciamento
edá
fim
aodesenvolvimento auto-sustentado
da
economia
brasileira.Diante
da
instabilidade provocadatambém
pelo Plano Cruzado, os bancoscomerciais brasileiros passaram
a
adotaruma
estratégia defensiva de diversificaçãode
atividades.
A
partir de 1988, passaram a ter umaestrutura enxutacom
um
pequeno
número
de
agências
que não competiam
pelo serviço prestado pelos demais bancos.Em
1990,um
novo
Plano de estabilização foiimplementado buscando
pôrfim
na
inflação. Para restringir
o consumo,
adotou-seuma
política restritiva,confiscando a
riquezada
população.Dados
do Bacen
indicam que80%
da poupança
foi bloqueada, incluindoo
Isso porque a população de alta renda, que foi
quem
teve seus ativos “seqüestrados”,ficou
impedida
de
utilizar seus recursos e osmesmos
não
puderam
ser utilizados pelosbancos
paraempréstimo.
As
instituições, dessa forma, reforçarama
emissão de títulos,aumentando
osseus depósitos totais,
ou
sejao banco
emitia títulos e captava recursos junto aos clientes.As
operações
com
títulos públicosforam
reduzidas.No
ano
seguinte, tentou-se desindexar a economia,sem
. êxito.O
processorecessivo continuou até
1992
quando
as taxas de juros voltaram a subir eo
chamado
overnight-
operação lastreadaem
títulos públicos-
foi substituído pelos fundos de aplicaçõesfinanceiras.
Durante esse período de alta inflação, principalmente nos anos 80,
o
nível deempréstimos cai devido a insuficiência de
demanda
por fundos nas condições contratuaisoferecidas.
Em
outras palavras, para emprestar dinheiro,o banco
comercial precisa tê-lo. Essedinheiro é proveniente das aplicações e depósitos a vista feitos pelos clientes superavitários.
Como
a inflação é grande e a taxa deretomo
oferecida pelobanco não
é suficiente para cobriruma
desvalorização, os clientes preferem aplicaro
dinheiroem
outros ativos, o câmbio, porexemplo.
Se
os clientesnão colocam
dinheirono
banco, estenão
possui recursos paraemprestar, e
quando
ostem
cobra taxas tão altasque
desestimulam qualquer investidor.Em
1994,um
novo
sistema de indexação foi implementado, aURV
-
Unidade
Real
de
Valor.A URV
erauma
unidadede
conta estável, conigida diariamente pela inflação.H _
O
objetivo era alinhar todos os preços dos contratos e dos salários evitandouma
inflaçãoinercial;
Tinha
paridadecom
amoeda
norte-americana e ogovemo
comprometeu-se
em
manter essa paridade.
Depois
de quatromeses
de vigência,quando
os preços e saláriosestavam indexados plenamente, essa unidade
de
conta foi substituída pelanova moeda, o
Real.
3.2.
O
Plano Real
e a Estabilizaçãoda
Economia
Quando
o Plano Real entraem
vigor,em
1994, amoeda
é estabilizada e a inflaçãodespenca.
Há
um
aumento do
poder aquisitivo real, tendoem
vistaque
os saláriosforam
reajustados
no
mesmo
nível dos preços e tendiam a permanecerem
paridadedada
aestabilização. Isso estimulou os empresários a fazerem novos investimentos
ou
aampliarem
a15
com
que o crédito bancário crescesse.Porém,
com
a valorização cambial- do
Realem
relação ao dólar
-
as empresas sofremum
esmagamento
nas suasmargens
de lucro pelasituação de baixa competitividade devido
também
a abertura externada
economia.Mais
tarde,há
um
aumento da
inadimplência eo
crédito é cortado, agravando a crise bancária.No
inícioda
estabilização a inflação cai consideravelmente.Há
um
surtode
consumo,
tendoem
vistaque
o poder decompra
realaumentou
pois os preçosestavam
estabilizados.
As
empresasincrementam
seus investimentos para poder atender ademanda
crescente
(COSTA,
1999).Como
de costume,quando não conseguem
se autofinanciarrecorrem aos bancos para
tomar
dinheiro emprestado.Depois
deum
longo período de inflação alta,no
iníciodo
Plano,o
crediárioreaparece
com
força totalfinanciando
os gastos tanto das unidades produtivas quanto dasfamílias, pois as taxas
de
juros estavam baixas devido a estabilização,o que
atraiao
consumidor. _
A
A
demanda
por crédito, devido a estabilidadeeconômica
e o surto deconsumo,
trouxe benefícios aos bancos,
como
o
alto índice de operações gerando receitascom
serviços,porém, a curto prazo.
A
longo prazohouve
dificuldades causadas pela incapacidade de prevero
risco. Isso porque o sistema bancário vinha deuma
faseem
que era desnecessário, tantopara os bancos públicos quanto para os privados, diante de
ganhos
fáceis, basear decisõesna
análise de risco.
As
receitaseram
tão altasque
compensavam
possíveis perdas.Além
disso, asconsiderações de risco
que eram
feitaspesavam
muito sobre a supervisão dosbancos que
estavam
mais
interessadosem
dominar
a explosãodo consumo.
A
supervisão bancárianão
deu
muita atenção ao risco. Estavamais
preocupadaem
frearo consumo.
'Outro fator a ser considerado após a implementação
do
Plano Real é a valorizaçãocambial.
O
fortalecimentoda
moeda
domestica, equiparada amoeda
americana, e a reduçãodas tarifas alfandegárias favoreceram a expansão
do
consumo
de importações e prejudicarama competitividade dos produtos nacionais.
Com
isso, os bancos ficaram mais vulneráveis àinadimplência de empresas
que
tomaramempréstimos
para investir enão
viram suaprodução
realizada
no
mercado.A
demanda
por importação triplicouno
período inicialdo
Plano causandoum
aumento no
déficit comercial, já que as exportações tiveramuma
queda
causada peloencarecimento dos produtos brasileiros frente ao
mercado
intemacional. Esse déficit foiEm
1994, ocorreuma
crisena
economia mexicana
trazendo diversasconseqüências aos países
em
desenvolvimento.O
governo tentando mantero
nível deestabilização e a
moeda
forte,que
vigorava antesdo
choque, estabeleceuma
taxa decâmbio
fixa.
Com
o
Real valorizado, as exportaçõesperdem
competitividade e as importaçõesaumentam, provocando
uma
criseno Balanço
de Pagamentos, fatoque
já vinha ocorrendoantes
mesmo
da
crise mexicana.Porém,
para garantirque
os investimentos externos continuassemno
país,dada
asobrevalorização cambial, o governo eleva as taxas
de
juros, dificultandoo empréstimo
parainvestimentos nacionais. Isso enfraquece os bancos
que
devem
pagar altas taxas de jurosmas
não encontram
demanda
para os recursos captadosque
possuem.Apesar
dos problemas,o Real
foi defendidocom
o aumento
das taxas de juros.Outro fator foi a adoção de
medidas
anti-consumo adotadas para evitar a voltada
inflação.Com
isso, as empresasficaram
em
difícil situação,bem
como,
os consumidores,que
também
demandavam
empréstimos, seja junto a bancos, seja pela financeirada
própriaempresa
em
que
compravam.
Isso gerouum
elevado índice de inadimplência e para dificultar aindamais
aposição das empresas, o crédito foi cortado,
ou
seja,o
refinanciamentotomou-se
escasso.Quando
as empresasnão conseguem
capital junto ao sistema bancário, elasrecorrem ao
mercado
de capitais, lançandoou vendendo
a terceiros parte daempresa ou
títulos
que
garantem ao portador parte nos rendimentosdo
exercícioda empresa
mas
que não
dão
direitoao
voto.Com
avenda
de açõesno
mercado
financeiro, aempresa
capta recursospara garantir os investimentos e pagar seus empréstimos.
Porém, houve
um
declíniona
produção, causando a falência
de
muitas empresas.Algumas
instituições financeiras passarampor
maus momentos
aobuscarem
novas fontes de renda através de contratos de risco,emprestando recursos a empresas
com
baixa capacidade depagamento que acabaram
falindoe
não honraram
seus compromissos. Contudo,houve
um
processo de desintennediaçãoque
acabou
por agravar a crise bancária tendoem
vista a preferência pelomercado
de capitaisem
detrimento ao
mercado
de crédito. _As
crisesno
sistema bancário existem desdeque
os primeiros bancos surgiramdevido a sua natureza vulnerável relacionada aos riscos de sua atividade, principalmente por
administrar recursos de outras pessoas.
Os
bancos estão sujeitos a crise porque são instituições endividadas quedependem
17
da
econornia.Uma
vez instaurada a crise, será necessárioum
grandevolume
de recursos parasua solvência afetando a
economia
atravésdo
crédito, dos juros e assim, dos investimentos edo
nivelde
atividade econômica,que
é oque
podemos
constatarno
casodo
Brasil.As
crises são causadas por diversos fatores microou
macroeconômicos.No
planomicro,
o
passivos dos bancospode
estar muito elevadoou
os ativospodem
serde
má
qualidade. Outro aspecto muito importante é a administração
da
instituição.Segundo
CORAZZA
(2000), geralmente, os dirigentes autorizam amaquiagem
das contas para burlarasupervisão,
acabando
por trazer prejuízosao
próprio banco.No
campo
macro, as crisespodem
ocorrerem
ambientes de instabilidadeou
duranteuma
estabilidade forçada.São
efeitosda
desintermediação bancáriao abandono do
crédito bancário edo
atendimento das necessidades
de
financiamento por parte das empresas não-financeirasmais
fortes,
que
buscam
se autofinanciar atravésdo
mercado
de capitais, a procura pelos fundosde
investimentos,
mais
rentáveisque
a poupança, por exemplo, e a reduçãodo spread
creditícioem
funçãodo
aumento do
crédito para operações especulativas. -Segundo
BARROS
eLOYOLA
(1998), a expansão das operaçõesde
créditoslastreadas pelo crescimento dos depósitos bancários foi a
fonna
encontrada pelosbancos
paracompensar
a perda de receita inflacionária.Os
depósitosa
vistamostraram
um
crescimento de165
,4%
nos seis primeirosmeses do
Plano Real, e os depósitos a prazo, quase40%.
O
Bacen
aumentou
as alíquotasde
recolhimento compulsório que,no
caso dosdepósitos a vista passou de
48%
para100%, da poupança
passou de10%
para30%,
e instituiuuma
alíquota de30%
sobreo
saldo dos depósitos a prazo. Isso para restringir omontante
dedinheiro escritural
em
circulação e diminuiro
crédito, tendoem
vista a crescenteinadimplência
do
período.Dados
do
Boletimdo
Banco
Central,mostram que
a partir de janeiro de95
osempréstimos
em
atraso eem
liquidaçãono
Sistema Financeiro cresceram assustadoramentechegando
em
agosto de96
a atingir16%
dos empréstimos totais. Esseaumento
colaborou3.3.
A
Reestruturação
Para
contomar
a crise, provocada peloamnento da
taxa de juros edo
compulsório,que
diminuíram a capacidade dos bancos defomecer
crédito,o
sistema bancário teveque
passar por
um
processo de reestruturação. Esse processo, segundoBARROS
eLOYOLA
(1998),
pode
ser divididoem
três fases a seguir. *›
A
primeira fase é caracterizada pela diminuição de bancosna
economia,decorrente
da
liquidação, incorporação, fusão e transferência de controle acionáriode
váriasinstituições bancárias; e pela implementação
do
PROER,
juntamentecom
modificações
referentes à legislação e à supervisão bancária.
Essa
fase iniciacom
o
Plano Real e vai atémeados
de 1996.Diante
da
inadimplência causada pelo afrouxamentoda
análisedo
risco edo
crescimento dos créditos
em
liquidação, muitas empresas já fragilizadas pela perdade
receitasficaram
em
diflcil posição dentrodo
sistema financeiro.Algumas
entraramem
Regime
de
Administração Especial Temporária
(RAET)
chegando
aserem
liquidadas.Depois de
uma
intervenção financeira de seis meses,
o
Banco
Centralpode
liquidaro
banco, mantê-lo sobintervenção por
mais
seis meses,ou
colocá-lo de volta às suas operações nonnais.Na
prática,a intervenção se traduziu
em
liquidação. Cerca de 25 bancos privados e l estatalforam
liquidados entre julho de
94
edezembro
de 96. ._ Outras empresas
foram
incorporadas a instituiçõesmais
sólidas.O
governo
estabeleceu incentivos fiscais para a incorporação
de
instituições financeiras,o que
possibilitou à
empresa
incorporadora contabilizarcomo
perdas os créditos de diflcilrecuperação,
ou
seja, os créditosem
liquidaçãoforam
eliminadosdo
ativodo
banco, arcandoo
setor públicocom
esse ônus. 'Além
disso, foi aprovado o estatuto e regulamentodo
Fundo
Garantidorde
Crédito. Instrumento criado pelo
govemo
para evitar prejuízos aos correntistasde
bancosquebrados, era
uma
espécie de seguro de atéR$20.000
parao
total de créditos de cada pessoa.Atualmente as instituições financeiras contribuem
mensahnente
com
0,025%
do
total captadonos depósitos à vista, a prazo,
cademeta
depoupança
e operaçõescomo
letrasde
câmbio.Toda
a arrecadação é aplicadaem
títulos públicos.No
intuitode
acabarcom
essa19
dinheiro seja liberado imediatamente
quando
for necessário.Hoje mais
de200
instituiçõescontribuem para o fundo.
O
FGC
já suportou 15 liquidações(D'AMORIM,
2000).Outra ferramenta utilizada para garantir
o
bom
andamento do
sistema financeiroforam
os processosde
fusões e transferênciade
controle acionário. Para issoo
governodificultou a constituição de novas instituições financeiras, incentivando as fusões,
incorporações e transferências
de
controle acionário,aumentando
a exigênciamínima
decapital para constituição
de novos
bancos emantendo o
limitemínimo
nos casosde
fusão,incorporação e transferência de controle acionário. -
Buscando
garantir a liquidez e a solvênciado
Sistema Financeiro Nacional, foiinstituído
o
PROER
-
Programa de
Estímulo à Reestruturação e ao Fortalecimentodo
SistemaFinanceiro Nacional -,
em
novembro
de 1995, atravésda
Resolução 2.208.O
principalobjetivo era criar
uma
linha deamparo
financeiro para reorganizações» administrativas,operacionais e societárias de instituições
que buscassem
a transferência de controle, amodificação do
objeto socialcom
fins
privativosou
não.Os
recursos necessários para essalinha de
financiamento provinham
dos depósitos compulsórios recolhidos pelas instituições participantes,que
ficam
temporariamente liberadasda
exigênciade
capitalmínimo
estipuladopelo
Acordo da
Basiléiaz,conforme
publicaçãodo
Banco
Mundial.Em
outras palavras,O
PROER
ofereciaum
'sistemade
taxas de incentivo e crédito facilitado para encorajar aconsolidação rápida
do
setor bancário.Quem
desejasse adquirirum
banco, recebiauma
linhade crédito suficiente
com
taxasde
juros abaixodo
mercado.Era
feitauma
avaliação atravésde
linhas oficiaisdo
Bacen,do
Banco
do
Brasil eda
CaixaEconômica.
V
'O
resultado dessas
medidas
podem
ser constatadosquando
verificarnosque
dos271 bancos existentes
no
Brasilno
inicio de 1994,72
deles jáhaviam
passado poralgum
processo de ajuste resultante
na
transferência de controle acionário, intervenção, liquidaçãoou
incorporação por outras instituições até 1999. Isso indica
que o
Sistema Financeirotem
conseguido se ajustar à estabilização macroeconômica.
A
segunda fase é caracterizada pela entradade
bancos estrangeiros e pelo ajustedo
sistema financeiro público. Iniciadaem
meados
de 1996.2 Criado em
1975, o Comitê para Praticas de Supervisão e Regulamentação Bancária, conhecido como Acordo da Basiléia, cria
regras para proteger o sistema financeiro de uma crise global causada pela internacionalização. É editado de forma a
enquadrar-se as características de cada pais, respeitando as regras de supervisão dos estabelecimentos bancários, com
enfoque na liquidez e solvência dos bancos. Pennite a troca de informações entre bancos centrais, sobre todas as instituições
No
'que
diz respeito 'à entrada de bancos estrangeiros, será estudadaoportunamente
ao
longo deste trabalho.Quanto ao
ajuste dos bancos públicos cabemencionar
que
seu principalproblema
erao
excesso deempregados que
pesavana
estrutura de custosdessas instituições.
No
caso dos bancos estatais foi utilizadoo Programa de
Incentivo paraReestruturação
do
Sistema Financeiro Público Estatal-
PROES
-,que
tinhacomo
objetivoreduzir
o
papeldo
setor públicono
sistema financeiro atravésda
privatização, extinçãoou
transformação dos
mesmos
em
agênciasde
desenvolvimentoou
instituições não-financeiras.O
RAET
foium
recurso bastante utilizado sobre os bancos estatais.Os
bancosem
difícilsituação
ficavam
sob administraçãodo
Banco
Central durante seismeses
afim
de regularizarsuas finanças.
Depois
desse periodoo
Bacen
poderia liquidaro
banco, mantê-lo sobintervenção por mais seis meses,
ou
colocá-lode
volta às operações normais.A
reestruturação neste setor sedeu
atravésde
emissão de títulos públicos federais,possibilitando urna maior captação de recursos.
A
estrutura jurídicaque
regulamentava regrasde
financiamento
e execução de garantias de contratos imobiliários foi modificada.No
casodos bancos estaduais
que
tiveram sua liquidezcomprometida
pelo agravamentoda
crise fiscaldos Estados,
houve
reduçãoda
participação pública pormeio
de privatizações etransfonnações
em
agências de fomento. 'Exemplo
de reestruturação sãoo
Banco
do
Brasil e a CaixaEconômica
Federal.O
\.primeiro passou por
um
processode
recapitalização atravésda
emissão de titulos públicosfederais
no
valor deRS
8 bilhões.O
grandeproblema eram
os prejuízos causados peloacúmulo
de créditos irrecuperáveis.A
Caixa
Econômica
Federal encontrou-seem
perigodevido à falência
do
Sistema Financeiroda
Habitação-
antigoBNH.
O
ajusteficou
porconta
de inovações nas regras
de
financiamentos imobiliários ena
criação deum
novo
sistemaque
financiasse a construção civil.
Um
novo
Sistema de Financiamento Imobiliário está sendomontado.
A
terceira fase émarcada
pelas profundasmodificações no
modelo
operacional.Até
a implantaçãodo
Plano Real, antesda
estabilização, os bancos lucravamcom
o
float
-
propiciado pela .perda
do
valor realdos
depósitos a vista e pela correção dos depósitosbancários
em
valores abaixoda
inflação -, ecom
os spreads inflacionários.Sem
inflação,o
lucro
do
sistema bancário passou a provirda
cobrança de taxas e serviços diversoscomo
abertura de contas,
manutenção
de contas, emissão de segundo talonário de cheques, entre21
concessão
de
empréstimos e os pagos a depositantes,da
poupança, por exemplo, receita essaremanescente
do
período inflacionário.As
negociaçõescom
o
exteriortambém
foram importantes.Com
a inadimplência,a
queda
das receitascom
float
e ainda a exigênciade
reservas compulsórias, a captaçãoextema
e a securitizaçãoda
dívidaforam
as formas encontradas paracontomara
retenção dosdepósitos compulsórios e suprir a
demanda
por crédito.O
lucro vinhado
diferencial entre astaxas de captação
no
exterior e asde
aplicaçõesno
mercado
doméstico.Os
bancos brasileirostomavam
empréstimos a taxasmais
baixasno
exterior e emprestavarnno
paíscom
taxasmais
elevadas.
Diante
do
exposto,merece
menção
o
cuidadono amparo
ao sistema financeiropara
que
fosse evitadoo
socorrode
bancossem
que
ocorressemudança
no
controle acionário.Isso porque muitas vezes, a situação de debilidade era causada por
má
administração eirresponsabilidade,
podendo
voltar a ocorrerno
futuro.`
Para evitar
o
problema, oBanco
Central editouem
novembro
de 1995 a Circularn.° 2.633, autorizando a participação apenas
quando
houvessemudança
no
controle acionário,especificando
que
mesmo
assim a instituição teria obrigações penais e administrativas.Até
este
momento
o
Banco
Central estava proibido de agir,mesmo
de forma
preventiva,quando
as
normas não
estivessem sendo cumpridas. Para issoforam tomadas medidas
para melhorar afiscalização bancária
como,
por exemplo, oaumento do
poder de intervençãodo
Banco
Central nas instituições financeiras, permitindo a exigência de
novo
aportede
recursos,transferência de controle acionário e reorganização societária junto a instituições
com
problemas de liquidez; a alteração
na
legislaçãono que
se refere à abertura de dependênciasno
exterior; a permissãoda
cobrança de tarifas pela prestação de serviços; e a criação deCentral de Risco de Crédito para avaliação
da
situação dos clientesda
instituição.Além
disso,foi instituída a responsabilidade
da
auditoria contábilem
casode
irregularidade. Isso porquena
maioria dos casoso
balançoda
instituição eramaquiada
paranão
revelar os possíveisproblemas enfrentados pela
mesma
ou
para burlar a supervisão.Dessa
forma, caso osbalanços