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Identificação da estrutura do mercado brasileiro de carne de frango

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(1)

UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA

CENTRO

sóclo

ECONÓMICO

DEPARTAMENTO

DE

EcoNoM1A

DISCIPLINA:

MONOGRAFIA

-

CNM

5420

IDENTIFICAÇÃO

DA

ESTRUTURA

DO MERCADO

BRASILEIRO

DE

CARNE

DE

FRANGO

FLORIANÓPOLIS,

SETEMBRO

DE

2002

(2)

UNIVERSIDADE

FEDERAL

DE sANTA CATARINA

CENTRO

SÓCIO

ECONÔMICO

DEPARTAMENTO

DE

ECONOMIA

D1sC1PL1NAz

MONOGRAFIA

_

CNM

5420

IDENTIFICAÇÃO

DA

ESTRUTURA

DO MERCADO

BRASILEIRO

DE

CARNE

DE

FRANGO

MAURI AssUNÇÃO

Monografia submetida ao Departamento

de Ciências Econômicas para obtenção de

carga horária

na

disciplina

CNM

5420

-

Monografia.

ORIENTADOR:

PROF.

DR.

LUIS

CARLOS

DE

CARVALHO

JUNIOR

ÁREA

DE

PESQUISA:

ECONOMLA

INDUSTRIAL

(3)

lll

09 de setembro de 2002

IDENTIFICAÇÃO

DA

ESTRUTURA

DO MERCADO

BRASILEIRO

DE

CARNE

DE

FRANGO

MAUR1 ASSUNÇÃO

A

Banca Examinadora resolveu atribuir a nota 1;), ao acadêmico Mauri Assunção na

disciplina CI\H\/I 5420

-

Monografia, pela apresentação deste trabalho.

BANCA

EXAMINADORA:

/www»

Prof. Dr. Luis Carlos de Carvalho Júnior

Presidente

/'I f Ay. ç /Í' ‹

Prof. Dr. Celso Leonardo

eyd?Ái

Membro

P

Prof. . auro Francisco attei

(4)

IV

Dedico este trabalho a minha esposa Ângela e

minha filha Mariane, as pessoas mais importantes

de minha vida, que por vezes necessitavam de

alguns

momentos

de carinho,

mas

que

com

amor

e

paciência souberam compreender minha falta neste

momento.

(5)

V

AGRADECIMENTOS

Ao

meu

orientador Dr. Luiz Carlos de Carvalho Junior, que

com

sapiência soube guiar-me ao objetivo deste trabalho.

A

meus

pais Evaldo e Alzira, por terem

me

dado educação e

mesmo com

dificuldades conduziram minha vida até o

momento

em

que tive condições de segui-la

sozinho.

Tenho

a certeza de que realizaram sua tarefa

com

o maior brilhantismo possível.

Aos meus

professores que no decorrer deste curso participaram ativamente no

processo de aprendizagem.

A

minha querida sogra Lídia, que por muitas vezes enquanto estudava ela esquentae preparava

meu

chimarrão.

(6)

vi

RESUMO

Este estudo tem por objetivo identificar a estrutura de mercado vigente na indústria

avícola na década de 1990. Analisar as estratégias concorrenciais utilizadas nos últimos anos.

Este estudo permitiu verificar o constante crescimento do setor na década estudada,

juntamente verificou-se

uma

concentração do mercado onde as dez maiores empresas do setor

são responsáveis por

50%

da produção total da indústria. Foi verificado que as empresas

líderes obtêm ganhos mediante a economias de escala, as empresas líderes do setor são

empresas diversificadas

com

alto grau de diferenciação e níveis de investimentos

consideráveis, além de usufruir da

imagem

da empresa

como

marca reconhecida no mercado

para lançamentos de novos produtos.

As

estratégias concorrenciais das empresas líderes

servem de referencias para as empresas marginais,

com

isso as empresas líderes ditam o padrão de concorrência do setor.

(7)

Vll

SUMÁRIO

CAPÍTULO

1 ... .. 10

INTRODUÇÃO

... ._ 1» 1.1 Problemática ... .. 10 1.2 Justificativa ... .. 11 1.3 Objetivos ... .. 13 1.3.1 Objetivo geral ... .. 13 1.3.2 Objetivos específicos ... .. 13 1.4 Metodologia ... .. 14 1.4.1 Métodos predominantes ... .. 14 1.4.2 Natureza do estudo ... .. 14 1.4.3 Caracterização do estudo ... .. 14 1.4.4 População ... .. 14

1.4.5 Técnica de coleta de dados ... .. 14

CAPITULO

II ... .. 16

2.1 Evolução

da

avicultura no Brasil ... .. 16

CAPÍTULO

111

... .. 21

ESTRUTURAS DE

MERCADO

E

PADRÃO

DE

CONCORRÊNCIA

... ..z1 3.1

Modelo

de Possas ... .. 21

3.2

A

visão de

Guimarães

... .. 26

3.2.1 Padrão de competição

em

diferentes indústrias ... .. 26

(8)

viii

CAPÍTULO

Iv

... .. zz

4.1 Estrutura de

mercado da

indústria brasileira de carne de frango ... .. 32

4.1.2 4.1.3 4.1.4 4.1.5 4.1.6 4.1.7

Tamanho

e concentração do

mercado

... .. 34

Diƒerenciação de produto ... .. 36 Aquisição ... .. 38 Cooperação e associação ... .. 38 Internacionalização ... .. 39 Baixo custo ... .. 42 4.2

Economias

de escala ... .. 43

CAPÍTULO

V

... .. 45

CONCLUSÃO

... .. 45

REFERÊNCIAS

BIBLIOGRÁFICAS

... _. 49

(9)

TABELAS,

GRÁFICOS

E

FIGURAS

GRÁFICO

I -

Consumo

per-capita de carnes ... ..

GRÁFICO

II

-

Consumo

de

came

de frango 1988/93 ... ..

GRÁFICO

III - Evolução da produção brasileira de

came

de frango ... _.

GRÁFICO

IV -

Evolução do preço do

Kg

do frango

em

reais ... ..

FIGURA

I-

Esquema

gráfico complexo agroindustrial avicultura de corte

TABELA

I

-

Kg

de ração necessária p/ produção de l kg de

came

de frango _.

TABELA

II

-

Maiores Exportadores de

Came

de Frango ... ..

TABELA

III

-

Produção avícola ... ._

TABELA

IV

-

As

dez maiores do setor avícola ... _.

TABELA

V

-

Empresas lideres no abate de aves no Brasil ... ._

TABELA

VI

-

Exportações de

came

de frango por destino

em

2001 ... ..

(10)

CAPÍTULO

1

INTRODUÇÃO

1.1 Problemática

A

avicultura brasileira nos últimos 20 anos

vem

se destacando dentre os

agronegócios.

Dados

das entidades responsáveis pelos levantamentos estatísticos do setor,

mostram que o

consumo

de

came

de frango

em

1986 era de l0kg/ano por pessoa e

em

2000

alcança a marca de 30,5kg/ano por pessoa.

A

came

bovina no

mesmo

periodo passou de

29,8kg/ano por pessoa para 37,2 kg/ano e a

came

suína passou de 7,3kg para 11,1kg por

pessoa, isto mostra

um

grande crescimento no

consumo

de carne de frango e que

vem

sendo

acompanhado pela oferta que atende a

demanda

intema e exporta O excedente

GRÁFICO

I :

Consumo

per-capita de carnes

coNsu|v|o PER-cAP|TA

cARNEs

45,0 W V . 35,0 - . -_ ' . F . 9 A 30.0 u 'A _ Â 15,0 . H Ú A - 1o,o _ ~. - V 0 so nr' zu'

A

nr

:ii .- 3 0,0-z E '. .”' z"` .

L

.” . .` .`

`."'z

. `. 1986 1987 1988 1989 1990 1991 1992 1993 1994 1995 1996 1997 1998 1999 2000 2001* Fonte: IBGE-APA-IEA-ABIPECS-UBAI

Este crescimento só foi possível graças ao fácil manejo que este agronegócio propicia,

(11)

ll

nutricional e de manejo permanente, aumentando a produtividade.

Com

relação à estrutura

três fatores mostram-se fundamentais: mercado intemo que se mostrou crescente neste período, mercado externo

com

a possibilidade de ganhos extras para as indústrias e

um

avanço tecnológico tanto na produção de frango vivo

como

no abate.

Neste setor, as empresas de maior porte

vêm

absorvendo

um

conjunto de estratégias

visando seu crescimento e o alcance de maior rentabilidade. Este estudo tem

como

finalidade

identificar o padrão de concorrência atual da indústria avícola no Brasil.

1.2 Justificativa

Dentre os agronegócios a avicultura

vem

se destacando, devido a sua fácil

manipulação e crescimento rápido,

com

um

prazo médio de 45 dias entre o nascimento e o

abate (este

tempo

pode ser

menor

podendo a ser de apenas 28 dias, dependendo do produto e

mercado a que se destina), tempo este que reduziu desde o inicio da industrialização, onde o

prazo médio era de aproximadamente 73 dias. Este ciclo de vida reduzido juntamente

com

novas tecnologias, tanto na criação

como

no abate, possibilitou ao setor avícola

um

ganho na

produtividade possibilitando a redução nos custos

Dentro do cenário mundial de produção de aves de corte, o Brasil

vem

se destacando

tanto no consumo, que

vem

crescendo gradativamente,

como

na oferta, que responde a este

crescimento da

demanda

interna e procura conquistar outros mercados mundiais, tendo

em

vista o ganho de competitividade devido a: a)

mão

de obra mais barata, b) clima que favorece bastante e c) atual

momento

político do país que proporciona

um

ganho na competitividade

devido à taxa de cambio favorável às exportações.

Segundo dados da

UBA/U

SDA

os Estados Unidos lideram o ranking dos

consumidores de

came

de frango seguido por Brasil, China, ex-URSS, Reino Unido e

(12)

12

GRÁFICO

II:

Consumo

mundial

de carne de frango

(II*BlVD[ECPR\ElÍEFl@MI)E1äBl93

51%

3101) zz.zz.z - ~ 5z:zz;;z,zz íízfšziišššzšív ~=

1%

2561) ;;;;;;;;;;; .t..í.,:':;:-1 _'

zm,

íí

01%

1oooo “áifšiiãíiëáiii fff ââzzâârâ zâ~êâfâ2I=fë2@

läaias Bá! Gira Ex-LRSS |ëmU1`‹.¬b Nëdm Otros TOTAIS Uidzs U1 O

Ê

É

í

äã*ÊÊ;Í"'ÊÊÊl .“.'.'.'.'.*.*.'.'C“.\'-3'

Fonte:

UBA/U

SDA

* Estimativa

Desde que

começou

a ser fornecido dados oficiais sobre a produção de frango no

Brasil, isto por volta do final década de 70 e início da década 80, o Brasil mostra

um

crescimento médio anual de 10%, de 1975 a 2000. Isto só foi possível graças aos ganhos na

produtividade obtidos dos avanços tecnológicos, tanto na produção

como

no abate.

Conforme

texto da revista Agroanalisys (2000), a cadeia de

came

de

fiango

experimentou

um

crescimento impressionante nas taxas de crescimento nas últimas décadas, este crescimento é

mostrado nos diversos indicadores: produção,

consumo

e exportação.

GRÁFICO

III: Evolução

da

produção brasileira de carne de frango.

EVOLUÇÃO

DA

PRODUÇÃO

BRAs|LE|RA

DE CARNE DE

FRANGO

-l›- PRODUÇÃO (T) -zm--coNsuMo (T) E P ' 10.000

-x-

X oRTAçAo(T) s.ooo ô.ooo 4.000

~_í1

2.ooo

01*

A

×~×f×fi×r×f×J.×.×.*.*.×.*`

.

,.

1986 1987 1988 1989 1990 1991 1992 1993 1994 1995 1996 1997 1998 1999 2000 2001 Fonte:UBA/USDA

Já o preço vai

em

sentido contrário cuja tendência de longo prazo é declinante, ao

(13)

13

produtividade é repassado ao consumidor proporcionando

uma

maior

vendagem

em

kg por

menor

preço.

GRÁFICO

IV: Evolução

do

preço do quilo de frango

em

R$.

EVOLUÇÃO DO PREÇO

REAL

DO KG DO FRANDO EM

R$

5,00 , 4,50 Í1'_'_ , ' , f 4,00 , “ 3,50 «_ z r. f _ › › , À V 2,50 , r Q c _ .. 7 2.00

É

1 z . 1 V .:";if;'~ z..;:1;¿ _- 1,50 * ' ,,, 5..-v. V ' .' . _ . ,, ,‹,i__.»,-. .az , _.. .› _ ‹z , ¿ . z.› ›. ~ ‹ _ ›-‹ -,-.»_,_.-. iz.›. 0.50 ,. ~ 000 . . . 1 . . . . . 7 *°>«.-z 7 `9)Ó` 7 *°à¬

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Portanto, o contexto

em

que está inserida a indústria avícola e

como

se deu a sua concentração, acompanhando o seu crescimento até os dias atuais, legitimam o interesse deste

estudo.

1.3 Objetivos

1.3.1 Objetivo geral

Identificar a estrutura atual da indústria avícola brasileira.

1.3.2 Objetivos específicos

a. Caracterizar a estrutura de mercado do setor avícola.

(14)

14

1.4 Metodologia

A

pesquisa foi desenvolvida através de

um

estudo de caso de caráter descritivo,

com

uma

amostra estabelecida pelo método intencional, onde neste item são apresentados os métodos predominantes, a amostragem e o plano da coleta e análise dos dados.

1.4. 1

Métodos

predominantes

O

presente trabalho terá

como

característica predominante o estudo do setor, que pode

oferecer através da análise deste

um

grande

número

de informações úteis, aumentando o

conhecimento

em

relação ao assunto pesquisado. Nesta seqüência serão apresentadas a natureza do estudo, sua caracterização, população e as técnicas de coleta de dados.

1.4.2 Natureza

do

estudo

O

problema do presente estudo busca compreender e identificar a estrutura de

mercado atual do setor. Neste sentido a pesquisa obterá dados quantitativos

com

a intenção de

garantir a análise e interpretação dos resultados do modelo desejado.

1.4.3 Caracterização do estudo

No

presente trabalho serão utilizados procedimentos descritivos, juntamente

com

análises da natureza comparativa de gráficos e tabelas estatisticas dos dados que se referem

ao setor avícola brasileiro e mundial.

1.4.4 População

A

população do estudo terá

como

modelo as empresas do setor avícola brasileiro e

dados gerais sobre o setor e a exportação mundial de frango.

1.4.5 Técnica de coleta de dados

Inicialmente será realizado

um

levantamento bibliográfico, de fonte secundária de

dados obtidos em: livros, revistas especializadas, Intemet, APAI,

UBA2,

APINCO

3, estudo

de caso das maiores empresas nacional e outras fontes.

1

Associaçao Paulista de Avicultura

2

União Brasileira de Avicuimm

3

(15)

15

Aplicar-se-á

também

uma

revisão bibliográfica, dos artigos publicados sobre o tema

bem como

a utilização de

um

fundamental teórico de análise, baseado na teoria econômica,

(16)

CAPITULO

II

2.1 Evolução da avicultura no Brasil

Documentos

históricos registram o início da produção industrial de pintos da raça

New

Hampshire,

em

1947 na granja São João, instalada

em

São Paulo.

Mas

ao longo da

história do Brasil, praticou-se a avicultura tradicional e familiar, conhecida

como

produção de frango “caipira”.

Nas

pequenas propriedades produziam-se

came

e ovos para

consumo

próprio e vendiam o excedente.

No

início deste século,

em

São Paulo, Rio de Janeiro e Minas

Gerais profissionais liberais desenvolveram a avicultura buscando aperfeiçoar as raças,

criando linhagens de penas bonitas destinadas aos concursos promovidos

em

todo o país.

Apesar dos esforços desses pioneiros, a avicultura continuava tradicional e familiar, sendo o

comércio efetuado somente

com

animais vivos.

O

costume de abater as aves e vende-las prontas para o

consumo

surgiu nos

EUA,

sobretudo após a Segunda Guerra Mundial, e no

Brasil, este hábito tomou-se

comum

somente na década de 1970.

O

verdadeiro divisor de águas na história da criação mundial veio acontecer durante a II Guerra Mundial. Até então a atividade era tocada de maneira simples e artesanal,

com

poucos conhecimentos técnicos que raramente chegavam à aplicação prática.

Com

a eclosão

do conflito surgiu a necessidade imediata de abastecer as tropas no front.

A

capacidade de

came

vermelha era insuficiente.

Uma

das alternativas para solucionar o problema, foi a oferta

de produtos pecuários de pequeno e médio animais, cujo ciclo de produção se completavam

em

tempos mais curtos.

A

situação trouxe enormes beneficios para a avicultura, privilegiada

com

grandes somas de recursos para pesquisa e desenvolvimento

com

novas linhagens, surgiram rações específicas, medicamentos preventivos e outros progressos. Enquanto isso, os criadouros iam se multiplicando e disseminando

com

grande velocidade nos

EUA

e Europa,

utilizando os recursos mais

modemos

da época (Pinazza e Lauandos, 2000a). Até chegar o

peso de 1,6kg, o ciclo das aves era de 14 semanas e a conversão alimentar era de 1:3, 5, ou

(17)

TABELA

I

-

Kg

de ração necessária para

produção

de 1 kg de carne de frango

ANO

kg

DE

RAÇÃO

FONTE

1930 1940 1950 1960 1970 1980 1988 1989 1990 1991 1992 1993 3,50 (1) 3,00 (1) 2,50 (1) 2,25 (1) 2,00 (1) ÍL00 11) 2,27 (2) 2,22 (2) 2,15 (2) 2,os (2)1 2,03 (2) 2,06 (2) 1994 2,02 (2) 1997 1,95 (2) Fontes: (1) Agroceres (SP) (2) Incubadora Pinheiros (SP)

Elaboração.:

UBA

- União Brasileira de Avicultura

Segundo ainda os

mesmos

autores, no Brasil, essa tendência chegou alguns anos

mais tarde, no início dos anos 50.

As

primeiras importações de linhagens americanas, híbridas e mais resistentes -

Abor

Acres, Cobb's, Nichol's, Kimber-44, Thompson, Sstarbro-Shaver e

Three Crosses

GBl070,

apontaram no país nos anos 60. Daí

em

diante chegaram linhagens

estrangeiras

em

profusão e as integrações agiram

como

catalisadores desse processo.

No

final

dos anos 80 e

em

1990, o Centro Nacional de Pesquisa Suínos e Aves da

Embrapa

anunciava o início dos testes de

campo

de sua marca de frango de corte e a Agroceres montava joint

venture

com

a Ross Breeders para a produção pioneira de aves avós de frango no Brasil.

Na

verdade, a entrada de linhagens genéticas mais sofisticadas exigia

uma

atualização técnica nos

padrões de manejo e nutrição.

A

avicultura de corte ganhava eficiência,

com

surpreendente

redução de custos e aumento de produtividade.

O

tratamento dispensado às aves evoluiu

também

nos aspectos ligados a temperatura, ventilação, iluminação, número de aves por

galpão, disponibilidade de comedouros e bebedouros, oferta de alimentos, debicagem e

acompanhamento semanal de peso, ou seja, além das exigências genéticas das aves,

uma

(18)

18

normalmente a rusticidade das aves.

O

desenvolvimento da avicultura não ficou limitado a melhorias de equipamentos de uso nas granjas. Até o

começo

dos anos 90, os abatedouros de

aves funcionavam muito similarmente as linhas de produção das indústrias de bens de consumo.

A

diferença primordial é que no primeiro caso se faz a desmontagem e no segundo,

a montagem.

O

consumo

consistia quase sempre

em

frango inteiro no mercado intemo,

enquanto o produto de exportação não tinha pés, cabeça e

nem

vísceras.

No

Brasil, a região avícola mais importante era a Sudoeste, predominando empresas

estabelecidas

em

São Paulo, Rio de Janeiro e Belo Horizonte. Nesse caso, dedicavam-se a

somente

uma

das etapas do processo produtivo, a especialização era predominante.

Diferentemente das empresas da região Sul do País, onde

em

1961

em

Santa Catarina surge a Sadia na cidade de Concórdia, esta empresa implanta a integração verticalizada, controlando

quase todas as etapas de produção, aves matriz, fábrica de ração, pinto de l dia, parcerias

com

pequenos agricultores para a criação de aves de corte, abatedouro e toda a comercialização do

frango abatido.

FIGURA

I

- Esquema

gráfico

do

complexo agroindustrial

da

avicultura de corte

lmnnrtacãn de aves avós

V

Avozeiros

V

I Fábrica de racões Matnzelros

V

Incubatórios

V

Criadores de frangos

V

Frigorífico (processamento)

V

V

V

' Industrialização I Í Frango inteiro I I Frango de corte \ I I

v

I

Y

1

Supermercados, feiras avícolas,

Mercado

externo

açougues, feiras, outros.

Fonte: Martins, Soma S. Aves e Ovos, out. 1996, p.6.

A

Sadia iniciou

em

Concórdia,

em

1961, os primeiros abates industriais na avicultura

(19)

19

matrizeiros, produziu os pintos de

um

dia, fez contratos de parceria

com

pequenos

agricultores para criar os frangos,

montou

um

abatedouro, instituiu

uma

frota própria de

caminhões frigorificados e

uma

empresa aérea de transporte de cargas, além de montar filiais comerciais para atender ao mercado nacional

Uma

vez consolidada a experiência da industrialização avícola

com

a integração vertical na produção, outras empresas seguiram a experiência da Sadia.

Uma

das primeiras a

imitar seus passos foi a Perdigão S.A., que iniciou suas atividades

com

moinhos de trigo e

abatedouros de suínos.

A

Perdigão pertencia às famílias Brandalize, Ponzoni e Bonato desde

1935 na cidade de Perdizes, oeste catarinense.

No

final dos anos 50, Saul Brandalize e seus

filhos desligaram-se das demais famílias para construírem sozinhos a Perdigão.

No

início da

década de 70 a Perdigão diversificou suas atividades passando a atuar na avicultura industrial, destacando-se

como

a principal concorrente da Sadia e ocupando o segundo lugar no ranking das maiores produtoras.

Antes de 1970 havia apenas quatro empresas

com

Serviço de Inspeção Federal (SIF)

no país, este número pulou para 80 no final da década de 70 e 116 no final dos anos 80.

Com

esta quantidade de plantas industriais, o país estava equipado para atender o mercado nacional

e para após, tornar-se

um

dos maiores exportadores mundiais.

Na

cidade de Seara, no oeste catarinense, nasce a Seara Avícola. Suas atividades

iniciaram-se

com

a suinocultura

em

1958, passando à avicultura

em

1973

com

a construção

do abatedouro da Seara Avícola.

A

empresa possuía

uma

fábrica de rações, incubatório,

granja de matrizes e contratos de parceria avícola

com

os pequenos agricultores.

No

Rio Grande do Sul duas empresas estão entre as maiores do setor, a Avipal,

fundada

em

1960 por Luis Shen junto

com

outros sócios, todos descendentes de chineses, e a

Frangosul S.A., segunda maior do estado, que iniciou suas atividades

em

1970.

Para o suporte de produção, distribuição, levantamentos estatísticos, aspectos legais,

jurídicos e institucionais e cuidar das exportações, a avicultura conta

com

importantes

representações nacionais e estaduais. Entre as instituições nacionais está a União Brasileira de

Avicultura

-

fundada

em

1963, cujo objetivo é representar todos os setores e ramos

abarcados pelo complexo avícola industrial.

A

Associação Nacional dos Abatedouros Avícolas -

ANAB,

fundada

em

1984,

tem

a tarefa de acompanhar os abates

com

SIF e assessorar as empresas associadas. Ainda na década de 70 foi fundada a Associação Nacional

dos Produtores de Pintos de Corte - Apinco, que realiza

uma

conferência anual para divulgar

as principais pesquisas técnicas do setor. Por fim,

em

1976 foi fiindada a Associação

(20)

20

dinamizar as exportações. Entre as associações estaduais, as mais influentes estão localizadas

nos principais estados produtores, ou seja, São Paulo e nos três estados do Sul.

A

Associação

Paulista de Avicultura além de ser

uma

das mais antigas do País publica a revista Aves

&

Ovos.

Particularmente a partir do Plano Real,

em

junho de 1994, cresce a tendência do

brasileiro para consumir produtos de maior valor agregado.

As

indústrias adaptam suas

estruturas de produção, repetindo o movimento ocorrido nos Estados Unidos, onde a maior

parte dos frangos comercializados é submetida a algum tipo de beneficiamento e

industrialização.

As

empresas investem nas unidades fabris e nos sistemas de distribuição, de

modo

a oferecer produtos mais sofisticados

com

valor agregado, voltado para o mercado de

conveniência.

Na

indústria de abate e processamento assiste-se a

uma

ampla modernização de máquinas e equipamentos.

É

uma

resposta aos anseios crescentes dos consumidores por produtos mais elaborados do que o frango inteiro,

como

o frango

em

pedaços (coxas,

sobrecoxas, peito, a passarinho, etc.) e semiprontos, pratos congelados e outros.

O

grande

mercado do frango para os próximos anos será o da facilidade

com

sabor. Explorar novas

receitas. Temperos e pratos são a trilha das indústrias para atender

um

consumidor cada vez mais exigente

em

comida mais barata, saborosa,

mas

de preparo rápido (Pinazza e Lauandos,

2000a).

Nos

dias atuais o setor avicola é muito importante para a balança comercial

brasileira, sendo o Brasil o segundo maior exportador mundial de

came

de frango perdendo somente para os

EUA

e seguido por

HONG KONG

conforme tabela abaixo.

No

caso especial

de

HONG KONG

a exportação é repassada pois este importa para depois exportar.

TABELA

II

-

Maiores Exportadores de

Carne

de

Frango

Maiores Exportadores (mil t) Variação

1996 1997 1998 1999 2000(e) 2000/1999

EUA

2.005 2.116 2.120 2.151 2.190

9,20%

BRASIL

569 650 612 770 906

59,20%

HONG KONG

544 557 572 735 885

62,70%

CHINA

351 350 345 380 430

22,50%

FRANÇA

344 321 373 360 350 1,70%

(21)

21

CAPÍTULO

111

ESTRUTURAS

DE

MERCADO

E

PADRÃO

DE

CONCORRÊNCIA

3.1

Modelo

de Possas

Segundo Possas (1985) há pelo

menos

três sentidos diferenciados ao uso do termo

“estrutura de mercado”.

O

primeiro é O tradicional que trata da estrutura de mercado,

dividindo O mercado

em

três grupos distintos a saber:

a. Monopólio, onde

um

mercado é dominado por

uma

empresa produtora.

b. Oligopólio, onde o mercado ou setor é controlado por poucas empresas de grande porte.

c. Concorrência, onde

um

número muito grande de empresas concorrem via preços pelas

parcelas do mercado.

A

segunda concepção é utilizada pela organização industrial e encontrada na

literatura que descreve esta área e recorrem ao modelo de estrutura-conduta-desempenho,

onde os tópicos principais desta concepção são: concentração de mercado, substituibilidade de

produto ou diversificação, entrada de concorrentes, estrutura de custo, conduta e desempenho.

O

terceiro sentido que se atribui à estrutura de mercado, é o que

sem

se contrapor ao

anterior, introduz certas características que O tornam

um

conceito dinâmico.

De

um

lado, a

ênfase na evolução da estrutura frente às condições da concorrência, efetiva ou potencial, que

contêm

em

si os fatores responsáveis de transformação dessa estrutura, tais como: acumulação

interna de lucro, grau de concentração de mercado e a economia

em

conjunto.

Do

outro a

redefinição do instrumental estático que pode viciar a análise de mercado, a começar pela

concepção do equilíbrio estático

como

o núcleo

em

tomo

do qual gravitam todas as demais

peças do aparato analítico convencional.

Este conceito dinâmico dentro do modelo estrutura-conduta-desempenho a partir das

(22)

22

sobre a natureza da concorrência e da formação de preço no mercado. Esse estilo de

abordagem privilegia os aspectos estruturais de mercado

como

primeiro elo da cadeia de

causalidade tendo a concentração econômica

como

elemento base da estrutura e a barreira à entrada

como

indicador chave do poder de mercado das empresas oligopolistas e co-

determinante do nível de preços.

Devemos

entender

como

barreiras à entradas

um

conjunto de obstáculos que os

entrantes potenciais

devem

enfrentar para entrar na indústria, cuja superação exige elevados

gastos (Carvalho J., 1997).

Como

indústria

um

grupo de firmas empenhadas na produção de

mercadorias semelhantes quanto ao seu método de produção.

Como

mercado

um

grupo de mercadorias que são substitutas próximas

umas

das outras.

Esta nova formulação dinâmica, traz consigo três pontos chaves a saber:

a.

A

rejeição da maximização dos lucros a curto prazo e o reconhecimento de que a

estratégia das empresas oligopolistas tem

em

conta a concorrência extema ou potencial,

tomando

possível o

exame

da modificação da estrutura da industria

em

questão.

b.

O

centro da questão é o equilíbrio da indústria ou mercado.

c.

O

rompimento dos instrumentais analíticos convencionais.

Os

determinantes das condições de entrada ou as barreiras a entradas esboçadas nesta

abordagem, são devido à basicamente três circunstâncias, que caracterizam vantagens das

firmas estabelecidas frente a concorrentes potenciais:

a. Vantagens absolutas de custo, atribuídas a controle de métodos de produção, insumos,

equipamentos, tipo de qualificação do trabalho, capacidade empresarial, etc.

b. Vantagens de diferenciação de produto, que traduzem na preferência de produtos

existentes.

c. Economias reais ou monetárias, de escala de produção, distribuição, promoção de vendas

e acesso a mercados.

Dentre destas

uma

significação especial deve ser concedida às economias de escala,

de qualquer natureza. Segundo (Possas, 1985) estas são

um

atributo da estrutura do mercado,

geralmente

bem

mais estável que as vantagens absolutas de custo ou diferenciação, que por

mais estáveis que sejam estão sempre sujeitas a eliminação por imitação e outros

procedimentos de concorrência.

A

fim

de esclarecer o papel da economia de escala (Possas,

1985), apresenta certas observações,

com

relação a entrada de

um

concorrente grande no

mercado.

Uma

desata observações é antecipar o efeito do volume de produção

em

conseqüência do preço e a lucratividade. Assim

mesmo

que seja atraente o nível de

(23)

23

potencial tenha possibilidade de acesso sem qualquer ônus a essa

mesma

margem

de lucro,

poderá ser dissuadido de entrar no mercado se as economias de escala o obrigarem após a entrada a escolher entre as alternativas indesejáveis de adotar as escalas inferiores a rnínima

eficiente ou pela escala ótima mínima e operar muito abaixo da plena capacidade,

com

a elevação dos custos unitários. Diante desta situação, fica mais fácil a entrada potencial de

empresas que dispõem de recursos financeiros e poder de mercado

com

disposição de

diversificação de produtos.

Como

detemnnantes básicos da estrutura do mercado, do ponto de vista interno, é a sua extensão (elasticidade/preço), a estrutura de tamanho das instalações e das empresas definidas pelas economias de escalas (tecnológicas e outras) e a estrutura de custo. Assim

sendo, devemos abordar as modificações na estrutura de mercado analisando o impacto das

modificações de cada condições determinantes.

No

que tange o tamanho do mercado, cabe salientar que

um

crescimento muito rápido da

demanda

ameaça a ruptura do equilíbrio da estrutura, devido a facilidade de

entrantes, atraídos pelo aumento da demanda. Isto tenderá a levar as empresas já fixadas a

reduzir os preços para evitar a atrair novos entrantes. Possas (1985),

também

salienta a

possibilidade de barreira à entrada por inovação e que estas quando são redutoras de custos,

tipicamente (tecnológicas) são predominantes

como

forma de concorrência do oligopólio

concentrado ao passo que no oligopólio diferenciado prevalece

uma

estratégia baseada na inovação de produtos e sua diferenciação.

A

elasticidade da

demanda

é

também

um

ferramental interessante, embora sendo

um

instrumental estático para

uma

análise que pretende ser dinâmica, Possas (1985).

Para fechar esta apresentação sucinta do modelo dinâmico a que se pretende, cabe

salientar duas características deste conceito de barreiras à entradas. Primeiro o que configura

uma

abordagem estrutural ao mercado oligopolístico, no sentido que permite explicar a

conformação da estrutura técnica e econômica da indústria e não das decisões particulares das

empresas que

compõe

o mercado. Segundo é o sentido dinâmico que imprime a análise do

oligopólio ao considerar a estrutura de mercado, não mais

como

um

dado mas,

como

um

resultado, cujo equilíbrio não pode ser pressuposto. Para tanto, para o autor o oligopólio é

apresentado da seguinte forma: oligopólio concentrado, oligopólio diferenciado, oligopólio diferenciado-concentrado ou misto, oligopólio competitivo e mercado competitivo.

(24)

24

Oligopólio concentrado, pode ser caracterizado pela ausência de diferenciação dos

produtos, dada a sua natureza essencialmente homogênea, pouco passível de diferenciação.

Como

se trata de

um

oligopólio, marcado pela alta concentração técnica,

em

que poucas

unidades produtivas detêm parcela substancial da produção do mercado, a competição

em

preços

também

deve ser descartada

como

procedimento regular.

A

disputa pelo mercado, quando for o caso, será

comandado

pelo comportamento do

investimento

em

face ao crescimento da demanda, isto é, tanto pela introdução de novos

processos que permitem reduzir custos e melhorar a qualidade do produto ou pela iniciativa

de ampliar a capacidade, antecipando o crescimento do mercado ou reagindo mais

prontamente a este.

A

alta concentração prevalecente deve-se à ocorrência de economias de

escalas e/ou descontinuidades técnicas consideráveis, que criam importantes barreiras à

entrada.

Quanto à inserção na estrutura produtiva, os oligopólios concentrados de

um

modo

geral se localizam na fabricação de insumos básicos industriais e de bens de capital

com

grau

mínimo de padronização que requeiram economias de escalas. Contudo não pode ser afastada

a possibilidade de que,

em

condições de retração de mercado, naquelas indústrias cuja

estrutura seja mais heterogênea, as empresas mais

bem

situadas

busquem

eliminar ou reduzir

a participação de empresas marginais,

em

termos de custos e capacidade financeira.

Oligopólio diferenciado, é marcado pelo fato de que a natureza dos produtos

fabricados, faculta às empresas disputa pelo mercado mediante a diferenciação de produtos,

como

forma predominante.

A

concorrência por preços, embora não esteja inteiramente

descartada, não é

um

recurso habitual, a diferenciação de produto

como

forma principal de

concorrência tem implicações específicas sobre a estrutura de mercado e sobre a dinâmica

global.

A

natureza das barreiras à entradas, não se prende às economias técnicas de escalas

e/ou indivisibilidade,

mas

sim às chamadas “economias de escalas de diferenciação”, ligadas

a persistências de hábitos e marcas e conseqüentemente ao elevado e prolongado volume de

gastos necessários para conquistar

uma

faixa de mercado rnínirna que justifique o

investimento.

Como

decorrência, tais economias

costumam

ser mais importantes pela eficácia

em

inibir a entrada do que pelo tamanho mínimo exigido da unidade produtiva

ou

mesmo

da empresa.

A

presença de barreiras à entradas não significa que a estrutura do oligopólio

diferenciado tenda a permanecer estável, porque a diferenciação de produtos requer, para

produzir os efeitos desejados,

uma

contínua renovação dos produtos.

No

entanto, o próprio

(25)

25

impede excluir a possibilidade de entrada de novos concorrentes ou

mesmo

de

uma

concentração relativa. Pelo fato do mercado estar

em

constante mudança, por se tratar de

mercados ligados a persistência de hábitos e marcas e

como

conseqüência requer altos

volumes gastos e investimentos, é pouco provável que neste mercado as empresas de pequeno

porte se estabeleçam e prosperem.

Oligopólio diferenciado-concentrado ou misto, este tipo de oligopólio tem

como

característica predominante à combinação de elementos dos casos descritos anteriormente.

Esta fusão resulta de diferenciação de produtos

como

forma de competição por excelência, ao

lado dos requisitos de escala mínima eficiente, associados a produção dos bens duráveis de

consumo

que

configuram

este tipo de mercado; as barreiras à entradas se

devem

tanto a

economias de técnicas de escalas

como

a economia de diferenciação.

Ao

mesmo

tempo, as

estratégias de concorrência que condicionam o

modo

e o ritmo de expansão destes mercados,

também combinam

esses dois aspectos: não só se planeja excesso de capacidade para atender

as descontinuidades técnicas e antecipar o crescimento do mercado,

mas

principalmente

como

contrapartida,

em

nova capacidade produtiva, do esforço de ampliar o mercado pela

diferenciação e inovação de produto.

Do

ponto de vista da economia talvez o aspecto mais

importante para a dinâmica, esteja situado no comportamento de longo prazo, esta estrutura de mercado a qual permite que as grandes empresas dominem, pois elas são capazes de enfrentar

os custos

em

capacidade ociosa e esforço de vendas de

uma

conquista de parcelas de mercado. Portanto, neste mercado é pouco provável que a pequena empresa sobreviva e

prospere, pelo fato de ser altamente concentrado e estável.

Oligopólio competitivo, caracterizado pela concentração relativamente alta, isto é,

pelo fato de que algumas empresas detêm participação considerável no mercado mas, ao

mesmo

tempo, pela possibilidade de recorrer a competição

em

preços e ampliar as fatias de

mercado das unidades melhor situadas,

em

coexistências

com

empresas marginais,

relativamente pouco resistentes à eliminação,

mas

que

ocupam

espaço não desprezível no mercado.

A

inexistência de economias de escalas importantes, técnicas e de diferenciação,

restringe tanto a concentração do mercado quanto o nivel das barreiras a entradas de empresas

de qualquer porte dificultando margens de lucro muito elevadas.

Embora

freqüentemente haja oportunidade para a diferenciação do produto, a concorrência se realiza predominantemente via preço.

A

competição

em

preço restringe-se ao

objetivo das empresas “progressivas” (não necessariamente as maiores) de ampliar sua

participação no mercado às custas dos concorrentes marginais, promovendo assim sua

(26)

26

industria a

um

declínio das vendas, seja para realizar

um

potencial de crescimento superior ao

oferecido pelo mercado, se a possibilidade de diversificação não é

uma

altemativa atraente ou

viável.

A

capacidade de investir adiante da

demanda

é quase inexistente no oligopólio

competitivo, limitando-se a situações localizadas e pouco expressivas de economias de escala

e indivisibilidade ou crescimento por diferenciação e inovação de produtos.

Mercado

competitivo, têm

como

características principais, evidentemente, a desconcentração ligada à ausência de barreiras à entradas e a competição

em

preço.

A

possibilidade de diferenciação

em

alguns desses mercados, não estão totalmente afastadas,

com

grau de liberdade condicionado pela maior ou

menor

facilidade de diferenciar produtos.

Dada

a baixa relação capital/produção, a impossibilidade de

um

excesso de capacidade significativo,

menos

ainda planejado e a ampliação de capacidade antecipando a

demanda

se dá unicamente no período de investimento, geralmente pouco extenso, o efeito

dinâmico acelerador é

em

média inferior ao dos oligopólios, especialmente os concentrados,

com

ou

sem

diferenciação.

3.2

A

visão de

Guimarães

3. 2. I

Padrão

de competição

em

diferentes indústrias

Segundo Guimarães (1983) os aspectos principais para se classificar as indústrias se

dá a partir de

um

padrão de comportamento definido a priori e identificar a posteriori, as implicações do

mesmo

sobre as estruturas de mercado.

Assim sendo, dentro deste raciocínio, os padrões de competição

devem

ser

analisados no contexto de sua efetividade para que as empresas ultrapassem os lirnites de

crescimento imposto pela taxa de expansão da

demanda

dos seus mercados.

O

padrão de competição destas empresas se dá no seguinte esquema:

a. Indústria competitiva: tem as seguintes caracteristicas: não há barreiras à entrada de

pequenos produtores, firmas marginais

com

taxas de lucro quase nula, o conjunto de

firmas marginais respondem por parcela significativa do mercado.

b. Indústria oligopolista: não há competição via preço e tem as seguintes características:

(27)

27

economias de escala, firmas marginais

com

taxas de lucro significativa e alta resistência financeira.

As

indústrias

podem

ainda ser classificadas

em

homogêneas ou diferenciadas,

dependendo da possibilidade de se competir através de variações constantes de produtos Indústria competitiva

homogênea-

quando o potencial de crescimento da indústria

é igual ao aumento esperado da demanda, a expansão da capacidade de produção das firmas

existentes assegura o equilíbrio

com

o tamanho do mercado. Nesse caso, o grau de

concentração relativa da indústria aumentará, já que as firmas mais eficientes crescerão mais rapidamente. Devido a este fato, embora não seja necessário a entrada ou saída de novas

firmas, a estrutura da indústria pode sofrer mudanças significativas.

Se o potencial de crescimento da indústria for insuficiente para atender a expansão da demanda, o desequilíbrio tenderá a ser corrigido através de aumentos de preços, o que

acarreta aumento dos lucros e por conseqüência

uma

maior acumulação interna das firmas.

Embora

possibilite a entrada de firmas pequenas, provocando

um

suave ajuste entre

capacidade produtiva e demanda,

um

eventual surto pode provocar

um

aumento excessivo da capacidade instalada.

O

ingresso de grandes firmas só se da

com

a expulsão de empresas menores.

Se o potencial de crescimento da indústria for maior que o crescimento da demanda,

uma

eventual competição via preço, que

como

conseqüência temos a expulsão das firmas

menos

eficientes.

Indústria competitiva diferenciada-

A

dinâmica de crescimento desta indústria

difere substancialmente do oligopólio diferenciado quando o potencial de crescimento é

superior ao ritmo de expansão da demanda, já que neste caso as fimias intramarginais

podem

realizar seu potencial de crescimento expulsando produtores marginais e se apropriando da

parcela de mercado antes explorada por estes produtores. Esses resultados

podem

ser

alcançados via corte de preços, aumento dos esforços de vendas e intensificação da competição por diferenciação de produtos.

Na

medida

em

que a estratégia da grande

firma

para realizar seu potencial de

crescimento consistir na redução de preços ou aumento de seu esforço de venda, a conseqüência é a redução das taxas de lucros da indústria.

O

que não é o

mesmo

resultado no caso da intensificação da competição por diferenciação de produto. Isto se dá porque as taxas

de lucro das firmas inovadoras não declinarão necessariamente e o potencial de crescimento

(28)

28

Oligopólio

homogêneo-

O

oligopólio

homogêneo

difere da indústria competitiva pela ineficácia da competição via preço

como

um

mecanismo de ajuste entre oferta e

demanda. Esta ineficácia fica visível quando o potencial de crescimento da indústria excede o ritmo de expansão da demanda.

Na

medida

em

que isso não ocorre , os padrões de

crescimento de ambas as indústrias não diferem de forma substancial, contudo, as

características estruturais do oligopólio

homogêneo

determinam certos traços específicos no

seu padrão de crescimento.

Quando

o potencial de crescimento da indústria é igual ao aumento da demanda, a

expansão da capacidade instalada das firmas existentes responde pelo ajustamento entre oferta e demanda.

Da

mesma

forma que na indústria competitiva, há

um

aumento da parcela do mercado das finnas mais eficientes. São escassas as possibilidades de entrada de novas firmas na indústria.

A

entrada de novas firmas pode ocorrer, quando o ritmo de expansão da

demanda

for

maior que o potencial de crescimento da indústria. Isto se dá, devido ao aumento de preços,

que provoca aumento das taxas de lucro das firmas individuais, aumentando a acumulação intema das firrnas já estabelecidas,

tomando

atrativa a entrada de novas firmas. Para evitar

esta situação provavelmente os produtores estabelecidos reajam antecipando ao crescimento

do mercado, expandindo sua capacidade produtiva além da demanda, ou seja, instala-se

uma

capacidade ociosa nas firmas estabelecidas.

A

possibilidade de engajar-se

em uma

política dessa natureza está limitada pelo seu potencial de crescimento, que estabelece

um

teto limite à sua expansão.

Quando

o potencial de crescimento da industria é maior que o aumento da demanda, há grande velocidade de resposta dos produtores ao crescimento da demanda, isto pode

caracterizar

um

elemento estratégico na competição no interior da indústria.

A

aquisição de

finnas marginais na indústria pode constituir,

um

escoadouro para a acumulação intema das

grandes firmas oligopolistas.

Oligopólio diferenciado- na medida

em

que se da origem a

um

novo padrão de competição na indústria, a diferenciação de produto implica a necessidade da busca contínua

de inovações de produto pela finna. Essa necessidade aparece não apenas

como

meio de conquistar clientes de seus competidores

mas

mesmo como

uma

condição para garantir sua

participação no mercado.

A

diferenciação traz consigo grandes dispêndios

em

P&D

(Pesquisa

e Desenvolvimento), a existência de

um

esforço contínuo

em

P&D

representa

uma

fonte de

aplicação de recursos, diminuindo o potencial de crescimento da firma. Por outro lado, o

(29)

29

uma

vez que, através da diferenciação de produto, as firmas dessas indústrias afetam o ritmo

de expansão do mercado. Se o potencial de crescimento da indústria for maior que o

crescimento da demanda, a eficácia da intensificação do processo de diferenciação de produto pode ser limitada, seu impacto sobre a taxa de crescimento da

demanda

sendo insuficiente para resolver aquele desequilíbrio.

Se o potencial de crescimento da indústria for inferior a taxa de expansão da

demanda, a pressão para que as firmas introduzam novos produtos tende a ser amortecidas.

Além

disso, é possível que diminuam suas atividades

em P&D,

não apenas pela diminuição do ritmo do processo de diferenciação,

mas

também

porque alguns dos fundos e serviços que

seriam alocados para essa atividade

podem

ser para o financiamento e planejamento da expansão da capacidade produtiva da firma.

3.3

A

visão neoclássica

Uma

das classificações mais simples das estruturas concorrenciais é a de Stakelberg

em

1934. Sua simplicidade está no elemento básico que foi adotado para a diferenciação.

Trata-se do

número

de empresas que intervêm no mercado, tanto do lado da oferta

(vendedores),

como

do lado da procura (compradores). Essa forma de abordar a questão tomou-se clássica.

Marshal

em

1946, adotou

uma

terminologia própria, ele admite que a oferta e a

procura

podem

apresentar-se sob três formas: atomizadas, moleculares e monolíticas,

conforme a estrutura de mercado configurada.

À

partir dessas classificações, reunem-se

elementos para diferenciar quatro estruturas de mercado, básicas e signjficativas, que tem

atraído a atenção dos teóricos contemporâneos. Essas estruturas

podem

ser apontadas

como

reproduções-sínteses das diferentes classificações existentes. Elas

definem

situações

realmente distintas. São elas:

l. Concorrência perfeita;

2. Monopólio;

3. Oligopólio;

(30)

30

Concorrência perfeita

-

uma

estrutura sob concorrência perfeita deve preencher as

seguintes condições: a) número elevado de empresas produtoras e de compradoras agindo

independentemente, de forma que

nenhum

produtor ou comprador individual, devido a seu

tamanho reduzido, consiga reunir condições de influenciar os padrões que vigoram na

estrutura do mercado vigente; b) inexistência de diferenciação de produto ofertado; c)

inexistência de barreiras à entrada e à saída de empresas do mercado; d) impossibilidade de

manobras e atitudes isoladas que possam afetar o mercado, isto se dá, devido ao grande número de concorrentes e pela alta padronização do setor.

Monopólio

-

as condições que caracterizam o monopólio puro

podem

ser

consideradas

como

diametralmente opostas as da concorrência perfeita são elas: a) existência

de apenas

uma

empresa produtora; b) inexistência de produtos substitutos, não havendo

altemativas possíveis para os compradores; c) inexistência de competidores imediatos,

sobretudo devido as barreiras à entrada para o ingresso de outras empresas no setor; d)

considerável poder de influência sobre os preços e sobre o regime de abastecimento do mercado; e) devido a plena dominação do mercado, os monopólios dificilmente recorrem a

publicidade.

Oligopólio

-

as estruturas oligopolistas não são tão precisamente definidas

como

as

da concorrência perfeita ou do monopólio. Dois setores de produção dominados por situações

de oligopólio

podem

não reunir características inteiramente semelhantes.

De

forma geral,

porém, as condições que regem o oligopólio são: a)

um

número pequeno de empresas que

dominam

o mercado; b) as indústrias sob estrutura oligopolística

podem

estar produzindo bens e serviços padronizados ou diferenciados; c) controle sobre os preços pode ser amplo, devido ao pequeno número de empresas no setor; d) existência de concorrência extra-preço,

pois a concorrência via preço pode prejudicar o setor; e) existência de barreiras à entrada no

setor geralmente é alta.

Concorrência monopolística

-

esta expressão identifica

um

elevado número de

situações de mercado, verificados na realidade prática e situadas entre os extremos da

concorrência perfeita e o monopólio,

mas sem

as características resultantes do pequeno número de empresas que

marcam

o oligopólio. Trata-se assim, de estruturas de mercado

em

que há

um

grande número de empresas concorrentes e

em

que as condições de ingresso são relativamente fáceis; todavia, cada

uma

das empresas concorrentes possui suas próprias patentes ou, então, é capaz de diferenciar seu produto de tal fonna que passa a criar

um

segmento próprio de mercado; suas principais caracteristicas são: a) existência de

um

grande número de empresas, relativamente iguais

em

poder concorrencial; b) acentuada diferenciação

(31)

31

de produtos; c) apreciável controle dos preços, dependendo do grau de diferenciação do

(32)

CAPÍTULO

Iv

4.1 Estrutura de

mercado da

indústria brasileira de carne de frango

4.1.1 Evolução do setor avícola

A

avicultura brasileira desde a década de 80 cresceu significativamente.

A

taxa

média do crescimento da produção é de

9,70%

ao ano, já o

consumo acompanhou

de perto

este crescimento chegando a

9,32%

de crescimento/ano.

As

exportações no período estudadas

apresentam

um

crescimento médio de 12,63% ao ano. Segundo (Teixeira da Silva, 2000), "o

segredo do crescimento da avicultura no Brasil está ligado a transferência de todo o ganho de

produtividade e redução de custos para o consumidor final" isto dá fôlego ao produto

como

bem

substituto.

No

Brasil duas peculiaridades contribuem para este crescimento, a começar pelo

clima, que dispensam ambientes climatizados,

com

custos menores e produtividade

naturalmente maior. Outra peculiaridade é a mão-de-obra, que é abundante e mais barata que

nos países desenvolvidos (Godoy, 2000).

Nos

últimos dez anos o

consumo

de

came

de frango per capita foi o que mais apresentou crescimento entre as proteínas animais:

em

1990 o

consumo

de carne de frango

por habitante encontrava-se no patamar de 14,2 Kg;

em

2000, a

demanda

aumentou para

29,1/Kg/hab.,

com

variação positiva de l04,0%.

De

acordo

com

a Apinco (Associação

Paulista dos Criadores de Pintos de Corte), esse aumento da

demanda

do frango, eleva o

consumo

de carnes dos brasileiros para mais de 80Kg/per capita.

Com

esse volume os

brasileiros posicionam-se nos

mesmos

níveis de consumos de paises desenvolvidos

(33)

TABELA

III-

Produção

avícola 33

PRODUÇÃO

AvÍCoLA

A040

EVOLUÇÃO

EvoLUÇÃo

A

=

B

=

c

=

,

DA

Do

PRQDUÇAO

,

coNsUMo

EXPQRT.

1>RoDUÇAo

(T)

coNsuMo

(T) (%) (°/0) (T)

EvoLUÇAo

DA

Ex;PoRT.

(%) 1986 1987 1988 1989 1990 1991 1992 1993 1994 1995 1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002* 1617 1798 1947 2082 2356 2627 2872 3144 3491 4050 4058 4461 4853 5526 5977 6739 7050 11,19 8,29 6,93 13,16 11,50 9,33 9,47 11,04 16,01 0,20 9,93 8,79 13,87 8,16 12,75 4,61 1393 1584 1706 1839 2057 2306 2500 2727 3010 3620 3489 3812 4242 4756 5070 5495 5700 13,71 'L70 'L80

lL85

12,11

&41

208

IOÂ8

ZQ27

¿L62

926

1L28

l2J2

Q60

&38

173

224 214 241 243 299 321 372 417 481 430 569 649 611 770 907 1244 1350 -4,46 12,62 0,83 23,05 7,36 15,89 12,10 15,35 -10,60 32,33 14,06 -5,86 26,02 17,79 37,16 8,52 Crescimento médio 9,70

932

12¢B

Fonte UBA-2000 * Estimado 2002

Através da incorporação de modernas tecnologias

em

nutrição, manejo, sanidade e

genética, o avanço da importância da

came

de frango

como uma

fonte de proteína animal

ul "

barata para a pop açao brasileira foi notável.

O

consumo

per capita brasileiro aumentou consideravelmente, o preço pago pelo consumidor brasileiro,

em

São Paulo, que

em

1970 era

de

R$

4,10

em

1998 chegou a

R$

0,98 e

em

2002 está

em

média

R$

1,63 isto só é possível

(34)

34

A

cadeia da carne avícola, no Brasil e

em

diversos países, tem experimentado impressionantes taxas de crescimento nas últimas décadas.

Os

diversos indicadores como:

produção, consumo, comércio têm se expandido continua e vertiginosamente.

O

comportamento dos preços, cuja tendência de longo prazo é claramente declinante, ao

mesmo

tempo é viabilizado por esse desempenho.

A

cadeia tem vivido

um

ciclo virtuoso poucas

vezes observado

em

qualquer agronegócio (Agroanalysis,'2000).

Na

última década a indústria avícola apresentou

um

resultado favorável, apesar de

não ter repetido as elevadíssimas taxas de crescimento da década de 70.

A

produção de 1990 representou quase o dobro daquela de 1980, o que resultou

numa

taxa anual média de crescimento da

ordem

de

7%

se levarmos

em

conta a década de 1970.

A

despeito de todos os esforços despendidos na busca de tecnologia e no

aprimoramento da gestão empresarial e do crescimento do setor, a atividade nunca esteve

imune a crises intermitentes.

No

principio dos anos 80, o governo fez

uma

mididesvalorização

do cruzeiro cujo impacto recessivo no mercado interno chegou a retrair substancialmente o

consumo. Paralelamente o sul do país era atingido por prolongadas chuvas, que provocaram

grandes enchentes e quebras significativas no milho. Foi

um

período duro para a criação,

mas

de enorme progresso tecnológico (Pinazza e Lauandos, 2000b).

Desde 1994 os produtos dos estabelecimentos avícolas apresentam margens lucro

muito pequenas ou até negativas,jpondo

em

risco sua competitividade e sobrevivência.

Na

média, os preços pagos aos avicultores e os recebidos pela indústria sofreram

um

decréscimo

anual e sucessivos da

ordem

de

30%

desde a implantação do Plano Real.

De

outra parte, todos

os componentes de custo acusaram aumento,

em

especial as dos insumos básicos da

alimentação das aves (milho teve sua cotação aumentada

em

30%,

e a soja

em

33%)

bem

como

a mão-de-obra, (Célio Terra, 1997). p

A

indústria avícola,

mesmo com

várias adversidades

vem

apresentando

uma

expansão continuada e forte e esta expansão

vem

facilitando às empresas a implantação de

seus projetos de crescimento.

4.1.2

Tamanho

e concentração do mercado

Para se verificar a estrutura da indústria avícola brasileira pode-se usar o abate

realizado sob inspeção federal.

No

Brasil cerca de

19%

da produção é realizada

sem

o SIF

(Serviço de Inspeção Federal), estes abates são realizados por pequenos frigoríficos

(35)

35

responsável por

81%

da produção nacional.

Do

total da produção brasileira

em

2000, as 10

maiores empresas do setor, são responsáveis por

49,23%

da produção nacional de carne de

frango.

TABELA

IV - As

dez maiores do setor avícola.

RANKING

2000

EMPRESAS

CABEÇAS ABATIDAS

(%)

DO

MERCADO

1° Sadia 2° Perdigão Fran gosul Seara Avipal Penabranca Dagranja Chapecó Aurora 382.162.664 290.796.007 196.557.668 177.954.712 136.578.075 109.416.570 94.174.078 86.563.540 74.215.694 11,78 8,96 6,06 5,49 4,21 3,37 2,9 2,67 2,29 10° Sertanejo 48.759.901 1,5 Fonte:

ABEF

49,23

Quanto às lideres, na década de 80, observa-se a liderança da Sadia na indústria

avícola brasileira,

com

abates de frangos que representaram o dobro da empresa que estava na

segunda posição.

Na

década de 90

começam

uma

série de inversões de posicionamento das empresas

líderes da indústria, enquanto as duas primeiras empresas do setor se

mantém

na liderança, as

empresas abaixo proporcionam

uma

série de mudanças, aumento da rivalidade e contínuo

aumento da produção. Esta década

também

foi marcada por entradas de novos investimentos,

incorporações e aquisições, alguns exemplos destes acontecimentos são:

em

1997 a

Bunge

comprou

a Ceval Alimentos,

em

1998 a Frangosul é vendida ao grupo francês

Doux

e passou

a ser denominada

Doux

Frangosul,

em

1999 o grupo Argentino Macri

comprou

o frigorífico

(36)

TABELA V

-

Empresas

líderes

no

abate de aves

no

Brasil

(Em

milhões de cabeças abatidas)

36

EMPRES

A

1985

EMPRESA

1990

EMPRESA

1993

EMPRESA

2000

Sadia Perdigão Chapecó Seara Frangosul Avipal

Minuano

Coop.Lat. v Paraná Borela Guapiaç' 194,6 Sadia

911

SQ4

328

219

2Q9

1a7

112

14,7 13,2 Perdigão Ceval Chapecó . Frangosul Avipal Coopercentral Pena Branca Sertanejo

Minuano

228, 5 Sadia 133,8 Perdigão

713

vrs

ózo

sas

217

211

226

2L9

Ceval Frangosul Avipal Chapecó

Da

Granja Coopercentral

Minuano

Batavo

2948

B9;

928

924

715

599

4¿2

3âs

srs

214

Sadia Perdigão Frangosul Seara Avipal Penabranca

Da

Granja Chapecó Aurora Sertanejo

3322

29qs

19@ó

ivan

lsaó

1094

9¶2

86,6 74,2 48,8 U \

F onte ssociaçao acional :A

`"N

dos Abatedouros Avícolas/ABEF

em

2000 a diferença entre a primeira e a segunda colocada cai acentuadamente, de

58.55%

em

1990 para 31,43%, redução considerável

mas

que não chega a ameaçar a empresa

líder do setor. Desde o início as duas empresas, Sadia e Perdigão se

mantêm

na liderança do

mercado não sendo ameaçadas pelas concorrentes menores.

De

1993 para 2000,

com

exceção

da Sadia, todas as demais empresas mais que dobraram sua produção fato este que fez

aumentar a competição entre as líderes do mercado.

Em

1993 a diferença média entre as 10

maiores do setor era de

35,37%

em

2000 esta diferença cai para 26,52%.

4.1.3 Dzferencíação de produto

O

setor avícola

vem

se destacando consideravelmente quanto a diferenciação de

produtos.

Do

final da década de 1980 para cá, houve

uma

crescente onda de produtos mais

práticos no seu preparo, facilitando a vida dos consumidores

com

pouco tempo para prepará-

los. Segundo Pinazza e Lauandos (2000), na indústria de abate e processamento, assiste-se

uma

ampla modernização de máquinas e equipamentos, é a resposta aos anseios crescentes

dos consumidores por produtos mais sofisticados. Nesta onda foi introduzindo

uma

série de

novos produtos tais como: cortes

com

osso congelados ou resfriados (neste último caso para

(37)

37

temperados

com

osso, cortes

sem

osso e produtos pré-prontos estes desenvolvidos pelas

maiores empresas do setor. Segundo os

mesmos

autores, o mercado de frango nos próximos

anos será o da facilidade

com

sabor.

O

frango inteiro que era

um

produto tido

como

homogêneo também

teve suas

agregações tais

como

frangos defumados, frangos temperados, faixas de pesos para atender

determinados seguimentos do comércio

como

o do frango assado que exige

um

frango de menor porte.

Hoje já existem frigoríficos especializados quase que na sua totalidade ao corte de

frango,

como

é o caso do frigorífico Agroveneto

com

70%

de sua produção destinados aos

cortes especiais.

0

A

Sadia empresa líder do setor neste ano

mudou

toda a

imagem

de seus produtos, “a

mudança

fortalece não só os valores tradicionais da Sadia,

como

qualidade, confiança e

tradição,

mas

também

transmite os valores de inovação e modernidade, na medida

em

que

amplia o conceito de serviço oferecido através da multiplicidade de informações úteis”,

complementa Paulo Striker, gerente de

Marca

e Planejamento Estratégico da Sadia. Isto

mostra a preocupação da empresa

com

sua marca.

Outro exemplo é a Perdigão

com

sua política agressiva que visa crescimento e

atender os anseios dos consumidores,

em

sua página na intemet

<http://Www.perdigao.com.br> (2002), mostra que “a Perdigão manterá

em

2002 a política

agressiva de lançamentos, que a destaca entre as principais empresas produtoras de alimentos

do Brasil. Estão previstos 42 lançamentos, consolidando seu mix

em

400 produtos no

mercado interno. Sempre fundamentados na excelência da qualidade e diversificação,

em

atendimento às exigências do consumidor moderno, a preferência pelos produtos da empresa

reflete-se na constante elevação do market share”.

O

Frigorífico Chapecó, inserido

num

mercado altamente competitivo,

vem

realizando fortes investimentos na modernização de seu parque industrial, no aumento da

capacidade para novas linhas de produtos,

em

sistemas de informática, treinamento, marketing, distribuição e vendas e na eficiência deisua área operacional e logística.

Porém

em

seu site na intemet <http://www.chapeco.com.br> não menciona gastos

em

P&D

'

Para as empresas líderes do setor a diferenciação é estratégia predominante

em

suas

políticas, isto porque disponibiliza altas somas de recursos

em P&D,

já para as empresas de

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