• Nenhum resultado encontrado

Download/Open

N/A
N/A
Protected

Academic year: 2021

Share "Download/Open"

Copied!
333
0
0

Texto

(1)UNIVERSIDADE METODISTA DE SÃO PAULO FACULDADE DE CIÊNCIAS ADMINISTRATIVAS MESTRADO EM ADMINISTRAÇÃO DE EMPRESAS. JOSÉ CLAUDIO DOS SANTOS PINHEIRO. USO DE TEORIAS NO CAMPO DE SISTEMAS DE INFORMAÇÃO: MAPEAMENTO USANDO TÉCNICAS DE MINERAÇÃO DE TEXTOS. SÃO BERNARDO DO CAMPO 2009.

(2) JOSÉ CLAUDIO DOS SANTOS PINHEIRO. USO DE TEORIAS NO CAMPO DE SISTEMAS DE INFORMAÇÃO: MAPEAMENTO USANDO TÉCNICAS DE MINERAÇÃO DE TEXTOS. Dissertação apresentada ao programa de Pósgraduação em Administração da Universidade Metodista de São Paulo, como requisito para obtenção do título de mestre. Área de concentração: Gestão de organizações. Orientação: Prof. Dr. Otávio Próspero Sanchez. SÃO BERNARDO DO CAMPO 2009.

(3) JOSÉ CLAUDIO DOS SANTOS PINHEIRO. USO DE TEORIAS NO CAMPO DE SISTEMAS DE INFORMAÇÃO: MAPEAMENTO USANDO TÉCNICAS DE MINERAÇÃO DE TEXTOS. Dissertação apresentada ao programa de Pósgraduação em Administração da Universidade Metodista de São Paulo, como requisito para obtenção do título de mestre. Área de concentração: Gestão de organizações Data da defesa: Resultado:_____________________________. Banca examinadora: Prof. Dr. Otávio Próspero Sanchez. _________________________. Universidade Metodista de São Paulo Orientador. Prof. Dr. Plínio Bernardi Júnior. _________________________. Universidade Metodista de São Paulo Examinador Interno. Prof. Dr. César Alexandre de Souza Faculdade de Economia e Administração da USP Examinador externo. _________________________.

(4) Dedico este trabalho ao Deus Triuno, Onipotente, Onipresente e Onisciente JESUS, o qual com muita misericórdia e amor, tem sustentando e conduzido minha nova vida amalgamada com o SENHOR, na medida em que permito, para um futuro glorioso, muito além do conhecimento, lógica ou razão,... um Reino celestial na terra pautado em fé, esperança e amor..

(5) AGRADECIMENTOS. Agradeço a minha esposa Patrícia e a minha filha Isabela, por todo incentivo, apoio e suporte, expresso em incontáveis atos de desprendimento e auxílio. Ao meu orientador, Dr. Otávio Próspero Sanchez, pela sua dedicação, competência, confiança e extrema capacidade técnica, criativa e profissional, com o qual tive a graça de partilhar ao longo deste trabalho acadêmico de pesquisa, o meu muito obrigado. Aos Professores da UMESP e da FGV por todo conhecimento, experiência e dedicação dos quais pude desfrutar. A Professora PhD Marley Pozzebon da HEC Montreal, por todos os artigos, referências, diálogos e conhecimentos proporcionados no “SEMESP - Doing and Publishing Research in IS” na FGV. Aos excelentes amigos e colegas de sala, pela mutualidade benemérita no viver acadêmico. Aos funcionários da biblioteca do campus Vergueiro da Universidade Metodista e do Campus São Paulo da FGV, pelo apoio e colaboração. Principalmente, agradeço a Deus JESUS sem o qual nada, nem ninguém existiriam! Não por sabedoria de palavras, mas pelo poder do Espírito Santo!.

(6) No princípio era a PALAVRA, e a PALAVRA estava com DEUS, e a PALAVRA era DEUS. João 1:1.

(7) RESUMO. Esta dissertação visa apresentar o mapeamento do uso das teorias de sistemas de informações, usando técnicas de recuperação de informação e metodologias de mineração de dados e textos. As teorias abordadas foram Economia de Custos de Transações (Transactions Costs Economics–TCE), Visão Baseada em Recursos da Firma (Resource-Based View-RBV) e Teoria Institucional (Institutional Theory-IT), sendo escolhidas por serem teorias de grande relevância para estudos de alocação de investimentos e implementação em sistemas de informação, tendo como base de dados o conteúdo textual (em inglês) do resumo e da revisão teórica dos artigos dos periódicos Information System Research (ISR), Management Information Systems Quarterly (MISQ) e Journal of Management Information Systems (JMIS) no período de 2000 a 2008. Os resultados advindos da técnica de mineração textual aliada à mineração de dados foram comparadas com a ferramenta de busca avançada EBSCO e demonstraram uma eficiência maior na identificação de conteúdo. Os artigos fundamentados nas três teorias representaram 10% do total de artigos dos três períodicos e o período mais profícuo de publicação foi o de 2001 e 2007. Palavras chaves: Análise semântica latente, teorias de sistemas de informação, mineração de dados, mineração de textos e conteúdo semântico..

(8) ABSTRACT This work aim to map the use of information system’s theories, based on analytic resources that came from information retrieval techniques and data mining and text mining methodologies. The theories addressed by this research were Transactions Costs Economics (TCE), Resource-based view (RBV) and Institutional Theory (IT), which were chosen given their usefulness, while alternatives of approach in processes of allocation of investments and implementation of information systems. The empirical data are based on the content of textual data in abstract and review sections, of articles from ISR, MISQ and JIMS along the period from 2000 to 2008. The results stemming from the text mining technique combined with data mining were compared with the advanced search tool EBSCO and demonstrated greater efficiency in the identification of content. Articles based on three theories accounted for 10% of all articles of the three journals and the most useful publication was the 2001 and 2007.. Key words: Latent semantic analysis, theories of information system, data-mining, text mining and semantic content..

(9) LISTA DE QUADROS. Quadro 1: Quadro sintético de comparação de abordagens científicas. ...................................31 Quadro 2: Comparação entre ideologia e teoria .......................................................................38 Quadro 3 : Formas de teorização e seus aspectos centrais básicos ..........................................41 Quadro 4: Divulgação de produção científica em SI no Brazil e internacional. ......................69 Quadro 5: Obras seminais da teoria RBV ................................................................................71 Quadro 6: Obras seminais da teoria TCE .................................................................................74 Quadro 7: Obras seminais da Teoria Institucional ...................................................................76 Quadro 8: Quadro de Teorias em sistemas de informação.......................................................81 Quadro 9: Classificação de periódicos internacionais..............................................................83 Quadro 10: Classes de conhecimento em linguagem natural ...................................................88 Quadro 11: Níveis de características necessárias de acordo com objetivo...............................89 Quadro 12: Exemplo de lista de parada com alguns termos do idioma inglês.......................95 Quadro 13: Exemplo de contrações omitidas: .....................................................................96.

(10) LISTA DE FIGURAS. Figura 1: Conhecimento e Teoria .............................................................................................32 Figura 2: Teorização dedutiva e indutiva. ................................................................................40 Figura 3: Níveis para comunicação de idéias ...........................................................................50 Figura 4: Visão geral das etapas que compõem o processo de KDD .......................................56 Figura 5: KDD – Fluxo dos dados ao conhecimento ...............................................................57 Figura 6 – Valor agregado pela Mineração de Textos (MT) no processo de análise de informações textuais. ................................................................................................................64 Figura 7: Processo de mineração textual ..................................................................................65 Figura 8: Elementos de interação com sistema de informação ................................................66 Figura 9: Diagrama esquemático da teoria RBV......................................................................71 Figura 10: Custos de governança por modo x graus de especificidade de ativos ....................73 Figura 11: Estrutura básica da TCE..........................................................................................73 Figura 12: Tela principal do site de teorias em sistemas de informação..................................80 Figura 13: Rastreamento de textos e criação de planilha com endereços. ...............................86 Figura 14: Extração semi-automática de textos........................................................................87 Figura 15: Exemplo de tokenização de uma frase....................................................................92 Figura 16:Matriz de incidência termo-documento M(t, d) de artigos do EnAnpad. ................93 Figura 17: Matriz de Frequência de incidências termo-documento M(t, d) de artigos do EnAnpad 2007. .........................................................................................................................94 Figura 18: exemplo de processo de stemming ..........................................................................97 Figura 19: Gráfico epresentativo da lei de Zipf......................................................................100 Figura 20: Processo de categorização.....................................................................................103 Figura 21:Ilustração de uma árvore de classificação..............................................................104 Figura 22: Representação de uma rede neural e de um nó de ativação ..................................105 Figura 23: Categorizador binário............................................................................................106 Figura 24: Evolução histórica das teorias...............................................................................107 Figura 25: Evolução da exposição das teorias por periódico .................................................108 Figura 26: Esboço do experimento e seus possíveis resultados. ............................................110 Figura 27: Mineração de textos – processo de estruturação de conteúdo semântica .............115 Figura 28: Mineração de textos – Jargões caracterizadores da ciência de SI.........................117.

(11) Figura 29: Mineração de textos – Jargões caracterizadores da ciência de SI.........................124 Figura 30: Mineração de textos – Jargões caracterizadores da teoria RBV ...........................127 Figura 31: Mineração de textos – Jargões caracterizadores da teoria RBV ...........................130 Figura 32: Mineração de textos – Jargões caracterizadores da teoria ITT .............................132 Figura 33: Mineração de textos – Jargões caracterizadores da teoria ITT .............................135 Figura 34: Mineração de textos – Jargões caracterizadores da teoria TCE............................137 Figura 35: Mineração de textos – Jargões caracterizadores da teoria TCE............................140 Figura 36: Mineração de textos – Jargões caracterizadores da teoria RBV ...........................142 Figura 37: Mineração de dados – Modelos de classificação ..................................................143 Figura 38: Mineração de dados – Modelos de classificação ..................................................145 Figura 39: Mineração de dados – Modelos de classificação ..................................................151 Figura 40:Árvore 1 Formato de saída da distribuição por teoria ramos terminais .................153 Figura 41:Árvore 1 Gráfico da distribuição por teoria ...........................................................155 Figura 42: Matriz de classificação 1.......................................................................................156 Figura 43: Evolução gráficas teorias das teorias nos três periódicos .....................................161 Figura 42: Fases da metodologia de mineração de dados–CRISP-DM..................................278 Figura 43: Detalhes de cada etapa do CRISP .........................................................................280 Figura 44: Fluxo DMAIC .......................................................................................................281 Figura 45: DMAIC e Data Mining exemplo de integração ....................................................282 Figura 46: Fluxo do SEMMA.................................................................................................283 Figura 47: Diagrama esquemático do Semma........................................................................284 Figura 48: SCECMR ..............................................................................................................285 Figura 49: Gráfico de barras do uso de metodologia de Data mining....................................286 Figura 50: Metodologia de mineração de dados – MDAV ....................................................287 Figura 51: Comparação Metodologia própria e metodologia CRISP-DM.............................288 Figura 52: Diagrama para escolha de técnicas a partir de relação de dependência................294 Figura 53: Diagrama de escolha de técnicas a partir de relação de Interdependência ...........295 Figura 54: Menu de mineação de dados e textos do software STATISTICA TEXT MINER..296 Figura 55: Processo de rastreamento de documentos em base de dados................................297 Figura 56: Tabela gerada pelo rastreamento com todos os endereços dos arquivos que serão analisados ...............................................................................................................................297 Figura 57: Escolha dos parâmetros para mineração ...............................................................298.

(12) Figura 58: Seleção da lista de palavras de parada customizada por idioma para o algoritmo de stop list....................................................................................................................................298 Figura 59: Escolha do idioma para o algoritmo de stemming................................................299 Figura 60: Determinação de filtros para palavras...................................................................299 Figura 61:Determinação de caracteres válidos para análise da composição das palavras .....300.

(13) LISTA DE GRÁFICOS. Gráfico 1: Composição da base por periódico........................................................................114 Gráfico 2: Valores singulares das componentes – Base bruta................................................119 Gráfico 3: Valores singulares das componentes – Base Refinada..........................................126 Gráfico 4 - Valores singulares das componentes – RVB Seminais........................................131 Gráfico 5 - Valores singulares das componentes – ITT Seminais..........................................136 Gráfico 6 - Valores singulares das componentes – TCE Seminais ........................................141 Gráfico 7: Evolução da teoria ITT nos periódicos ISR, JMIS e MISQ..................................162 Gráfico 8: Evolução da teoria TCE nos periódicos ISR, JMIS e MISQ ................................163 Gráfico 9: Evolução da teoria RBV nos periódicos ISR, JMIS e MISQ................................164 Gráfico 10: Evolução das outras teorias OTH nos periódicos ISR, JMIS e MISQ................165 Gráfico 11: Evolução da teoria ITT de artigos publicado no periódico JMIS .......................167 Gráfico 12: Evolução da teoria TCE de artigos publicado no periódico JMIS ......................168 Gráfico 13: Evolução da teoria RBV de artigos publicado no periódico JMIS .....................169 Gráfico 14: Evolução das outras teorias OTH de artigos publicado no periódico JMIS.......170 Gráfico 15: Evolução da teoria ITT de artigos publicado no periódico ISR..........................171 Gráfico 16: Evolução da teoria TCE de artigos publicado no periódico ISR.........................172 Gráfico 17: Evolução da teoria RBV de artigos publicado no periódico ISR........................173 Gráfico 18: Evolução das outras teorias OTH de artigos publicado no periódico ISR ..........174 Gráfico 19: Evolução da teoria ITT de artigos publicado no periódico MISQ ......................175 Gráfico 20: Evolução da teoria TCE de artigos publicado no periódico MISQ.....................176 Gráfico 21: Evolução da teoria RBV de artigos publicado no periódico MISQ ....................177 Gráfico 22: Evolução das outras teorias OTH de artigos publicado no periódico MISQ ......178.

(14) LISTA DE TABELAS. Tabela 1: Valores empíricos da lei de Zipf da obra de Tom Sawyer ......................................99 Tabela 2 - Termos obtidos a partir de mineração de textos de todos artigos - Base Bruta ....116 Tabela 3 – Componentes advindas da decomposição singular de valor - Base Bruta............118 Tabela 4 - Termos obtidos a partir de mineração de textos - Base bruta ...............................120 Tabela 5 : Tabela de documentos outliers ..............................................................................121 Tabela 6 - Termos obtidos a partir de mineração de textos de todos artigos - Base Refinada ................................................................................................................................................122 Tabela 7 - Termos obtidos a partir de mineração de textos - Base Refinada .........................123 Tabela 8 – Componentes advindas da decomposição singular de valor - Base Refinada ......125 Tabela 9 - Termos obtidos a partir de mineração de textos de artigos RVB seminais...........128 Tabela 10 - Termos obtidos a partir de mineração de textos - RVB seminais .......................129 Tabela 11 – Componentes advindas da decomposição singular de valor – RBV seminais ...131 Tabela 12 - Termos obtidos a partir de mineração de textos de artigos ITT seminais...........133 Tabela 13 - Termos obtidos a partir de mineração de textos - ITT seminais .........................134 Tabela 14 – Componentes advindas da decomposição singular de valor – ITT seminais .....136 Tabela 15 - Termos obtidos a partir de mineração de textos de artigos TCE seminais..........138 Tabela 16 - Termos obtidos a partir de mineração de textos - TCE seminais........................139 Tabela 17 –Componentes advindas da decomposição singular de valor – TCE seminais .....141 Tabela 18 - Resultados das redes neurais Artigos SEMINAIS .............................................146 Tabela 19 - Resultados das redes neurais Classificação.........................................................147 Tabela 20 - Caracteristicas da rede neural escolhida..............................................................148 Tabela 21 - Resultados das redes neurais Classificação.........................................................149 Tabela 23 - Precisão da rede neural........................................................................................150 Tabela 23 - Tabela de resultados da mineração de texto com Redes Neurais........................150 Tabela 25 - Tabela com a Matriz de Confusão do modelo CART .........................................152 Tabela 25 - Tabela com precisão de classificação dos artigos Seminais................................154 Tabela 26 - Tabela com resultados da estrutura da árvore de classificação ...........................157 Tabela 27 – Tabela de resultados da mineração de texto do periódico ISR...........................158 Tabela 28 - Tabela de resultados da mineração de texto do periódico MISQ........................159 Tabela 29 - Tabela de resultados da mineração de texto do periódico JMIS .........................159 Tabela 30 - Tabela de resultados da mineração de texto ISR, MISQ e JMIS ........................160.

(15) Tabela 31 – Evolução das teorias ITT, RBV e TCE no período de 2000 a 2008...................161 Tabela 32: Evolução de teorias por periódicos – Valores Observados ..................................166 Tabela 33: Evolução da Teoria ITT – Institucional no JMIS .................................................167 Tabela 34: Teoria TCE - Economia de Custos de Transações ...............................................168 Tabela 35: Teoria RBV - Visão Baseada em Recursos da Firma...........................................169 Tabela 36: Teorias OTH - Outras teorias ...............................................................................170 Tabela 37: Teoria ITT - Institucional .....................................................................................171 Tabela 38: Teoria TCE - Economia de Custos de Transações ...............................................172 Tabela 39: Teoria RBV - Visão Baseada em Recursos da Firma...........................................173 Tabela 40: Teorias OTH - Outras teorias ...............................................................................174 Tabela 41: Teoria ITT - Institucional .....................................................................................175 Tabela 42: Teoria TCE - Economia de Custos de Transações ...............................................176 Tabela 43: Teoria RBV - Visão Baseada em Recursos da Firma...........................................177 Tabela 44: Teorias OTH - Outras teorias ...............................................................................178.

(16) SUMÁRIO 1. Introdução .......................................................................................................................21 1.1 Tema da pesquisa .....................................................................................................22 1.2 Objetivos ..................................................................................................................23 1.3 Justificativas.............................................................................................................24 1.4 Contribuição prevista ...............................................................................................25. 2. Revisão teórica ................................................................................................................26 2.1 Principais abordagens utilizadas em administração.................................................26 2.1.1 Abordagem Positivista .................................................................................27 2.1.2 Abordagem Interpretativa ............................................................................28 2.1.3 Abordagem Crítica .......................................................................................29 2.1.4 Comparando abordagens ..............................................................................30 2.2 Importância da Teoria ..............................................................................................32 2.2.1 Desenvolvimento do Conhecimento e Teorização.......................................32 2.2.2 Definição de Teoria......................................................................................34 2.2.3 O que não é uma teoria.................................................................................37 2.3 Níveis de Teoria e Sentido de Teorização ...............................................................39 2.3.1 Abordagem Dedutiva e Indutiva ..................................................................39 2.3.2 Nível da teoria ..............................................................................................41 2.4 Formas de Explicação ..............................................................................................43 2.4.1 Predição e Explicação ..................................................................................43 2.4.2 Explicação Causal ........................................................................................44 2.4.3 Explicação Estrutural ...................................................................................46 2.4.4 Explicação Interpretativa .............................................................................46 2.5 A importancia dos conceitos na construção da teoría ..............................................47 2.5.1 Agrupamentos de conceitos .........................................................................47 2.5.2 Escopo ..........................................................................................................48.

(17) 2.5.3 Premissas ou Suposições..............................................................................48 2.5.4 Relacionamentos ..........................................................................................48 2.6 Estrutura e Jargão.....................................................................................................49 3. O Jargão Revelado a partir de Bases Textuais ...............................................................52 3.1 Análise de Discurso .................................................................................................52 3.2 Análise de Conteúdo ................................................................................................53 3.3 Mineração de Dados ................................................................................................55 3.3.1 Definindo mineração de dados ou Data Mining .........................................57 3.3.2 Métodos de Mineração de Dados .................................................................58 3.4 O Jargão e a Mineração de Textos ...........................................................................60 3.4.1 Aspectos da Mineração de Textos................................................................61 3.4.2 O processo de mineração de textos ..............................................................64. 4. O Campo de Information Systems ..................................................................................66 4.1 Característica da Área ..............................................................................................66 4.2 Teorias em Evolução em Sistemas de Informação ..................................................69 4.2.1 Descrição concisa da teoria RBV.................................................................70 4.2.2 Descrição concisa da teoria de Economia dos Custos de Transações..........72 4.2.3 Descrição concisa da teoria Institucional .....................................................74 4.3 O Papel da Comunidade em Information Systems ...................................................76 4.4 O Jargão da Área......................................................................................................77. 5. Metodologia ....................................................................................................................78 5.1 Definição de Amostra de teorías relevantes.............................................................78 5.1.1 Periódicos relevantes na Área ......................................................................82 5.2 Técnicas Propostas para Obtenção de Dados...........................................................84.

(18) 5.2.1 Rastreamento de Textos com Teoria............................................................85 5.3 Níveis de linguagem natural ....................................................................................87 5.3.1 A Extração de informação............................................................................89 5.4 Técnicas Propostas para Análise de Dados............................................................101 5.4.1 Classificação de documentos .....................................................................102 5.4.2 Modelos de classificação por teoria ...........................................................105 5.4.3 Estudo dos jargões do modelo....................................................................106 5.5 Análise da Evolução das Teorias no Campo de Sistemas de Informação .............107 5.5.1 Análise por periódicos................................................................................107 5.5.2 Artigos mais caraterísticos de cada teoria ..................................................109 5.6 Descrição de todos as etapas dos procesos de experimentaçao .............................109 6. Resultados Empíricos....................................................................................................111 6.1 Descrição geral da experiência e suas etapas.........................................................111 6.2 Análise Semântica do campo de sistemas de informação em função das teorías escolhidas ......................................................................................................................112 6.3 Análise semântica da teoria - Visão Baseada em Recursos da Firma – RBV .......127 6.4 Análise semántica da teoria - Institucional – ITT ..................................................132 6.5 A mineração de dados –Modelagem calssificatória de artigos ..............................142 6.5.1 REDES NEURAIS.....................................................................................144 6.5.2 ÁRVORE DE CLASSIFICAÇÃO.............................................................151 6.6 Resultados das modelagems através dos resumos dos artigos...............................158 6.6.1 Rastreando a evolução das teorias nos periódicos .....................................161 6.6.2 Evolução das teorias no periódico JMIS ....................................................167 6.6.3 Evolução das teorias no periódico ISR ......................................................171 6.6.4 Evolução das teorias no periódico MISQ...................................................175. 7. Conclusões ....................................................................................................................179.

(19) 8. Referências....................................................................................................................181. 9. ANEXO I – Bases de dados MISQ, JMIS, ISR ............................................................189. 10. ANEXO II – Ranking de Periódicos Internacionais .....................................................267. 11. ANEXO III - Lista de palavras de parada.....................................................................274. 12. APÊNDICE I – Metodologias de data mining.............................................................278 12.1CRISP – Cross Industry Standard Process for Data Mining..................................278 12.2Abordagem com a metodologia DMAIC...............................................................280 12.3SEMMA – Sample, Explore, Modify, Model, Asses ............................................282 12.4SCECMR – Etapas (Usama Fayyad) ...................................................................285 12.5Metodologia própria...............................................................................................286. 13. APÊNDICE II – Tarefas de Data Mining .....................................................................289 13.1Tarefas de mineração de dados ..............................................................................289 13.1.1 Sumarização e visualização........................................................................289 13.1.2 Associação..................................................................................................290 13.1.3 Classificação ..............................................................................................290 13.1.4 Segmentação ..............................................................................................290 13.1.5 Estimação ...................................................................................................290 13.1.6 Predição......................................................................................................291. 14. APÊNDICE III – Tipo de Análise e seleção de técnicas ..............................................292 14.1Análises Supervisionadas e Não Supervisionadas .................................................292 14.1.1 Dependência e interdependência entre as variáveis ...................................292 14.2Técnicas estatísticas por abordagem de relacionamento entre as variáveis...........293. 15. APÊNDICE IV - Procedimentos no Sistema de Mineração de texto ..........................296.

(20) 16. APÊNDICE V - Macros de Mineração de dados.........................................................301. 17. APÊNDICE VI - Artigos minerados (Complemento resultado).................................324.

(21) 21. 1. Introdução. “Data without theory is blind. Theory without data is empty.” - Kant Sempre que a ciência se depara com um problema, uma busca tenaz sob as mais variadas formas de observação e elucidação se inicia, como uma corrida invisível, pelos vastos campos insólitos das incógnitas. Cada palavra que digitamos atualmente oferece um novo e particular material para ciência, tanto em significado, quanto em compreensão tácita. O problema de trabalharmos com maciças e exponencialmente crescentes bases de dados textuais se apresentou à ciência, com todos os aspectos cognitivos humanos de aquisição, produção e compreensão das estruturas lingüísticas presentes (MANNING e SCHÜTZE, 1999). Sob as mais variadas formas de abordagem e de metodologia1, respostas começam a emergir, mesmo diante da imensa complexidade lingüística de significação personalizada. Embora este trabalho seja um estudo científico com relação a bases de dados textuais, por tratar do campo de sistemas de informações, e por buscar apresentar a evolução de suas teorias, pode mesmo que secundariamente, oferecer uma janela preditiva sob um aspecto, tecnológico-social, de textos pertinentes a um campo de pesquisa. O que é tratado neste estudo e trabalho empírico vai além de extração de conhecimento específico em uma base de dados textual específica, pois permite uma que um mecanismo de inteligência artificial, forneça em uma percepção nova, útil e prática da potencialidade de observar constructos latentes lingüísticos. Será apresentado um estudo longitudinal com o mapeamento do uso das teorias de sistemas de informação nos últimos sete anos (de 2000 a 2007). O detalhamento do tema de pesquisa, objetivos, justificativas e contribuição prevista, é disponibilizado a seguir.. 1. Segundo GRINNELL (1987, p.125): “A maioria das pessoas aprendem sobre o “método científico”, ao invés da atitude científica. Enquanto o “método científico” é um constructo ideal, a atitude científica é a forma como as pessoas têm de olhar para o mundo. Fazer ciência inclue muitos métodos; o que os torna científicos é sua aceitação pela coletividade acadêmica. (Tradução do autor)..

(22) 22. 1.1. Tema da pesquisa A área de sistemas de informação é extremamente dinâmica quanto as suas. proposições teóricas. Pela multidude de pesquisadores que produzem trabalhos na área e por muitos deles serem originais de diversas áreas do conhecimento (tais como economia, matemática, engenharia entre outras) algumas teorias podem sofrer ondas de popularidade de acordo com setores mais sensíveis a evolução tecnológica. Além disso, o campo estudos de sistemas de informação é um campo recente e em rápido desenvolvimento o que tendência a utilização de teorias consolidadas advindas de outros campos. Vislumbrar a evolução das teorias de sistemas de informação nos oferece um panorama dos estudos na área. O tema de pesquisa deste trabalho é estudar a evolução do uso da teorias em sistemas de informação através da utilização de recursos de avaliação semi-automática proporcionada pela mineração de textos, de forma que a extração de radicais de palavras empiricamente obtidos que reflitam o jargão teórico. Para tanto serão utilizadas as técnicas e os recursos analíticos da metodologia de mineração de textos que fornece bases de dados estruturadas para desenvolvimento de modelos de classificação de coleções de artigos. Também, por valer-se de uma metodologia analítica, ganhos secundários são obtidos, tais como as palavras e sufixos (radicais) que compõem a semântica latente das definições das teorias escolhidas e por conseqüência a semântica latente. Inicialmente as abordagens científicas são descritas, pois a própria conceituação de teoria sofre consideráveis mudanças de significados de acordo com a abordagem. Além das noções de teorias, aspectos de metodologia são diferentes tais como os métodos estatísticos utilizados pela abordagem positivista frente aos métodos etnográficos e ideográficos utilizados na abordagem interpretativa. Posteriormente, os conceitos de teoria utilizados no estudo são apresentados e definidos, dentro da abordagem positivista, na qual a verdade é passível de ser obtida de forma empírica, reprodutível e validável fortemente amparada por modelos matemáticos obtidos a partir de técnicas estatísticas de inteligência artificial. Seguidos de explanações sobre as formas de teorização e seu sentido de concepção, além da conexão entre componentes das teorias e os conceitos expressos por definições semânticas e sua.

(23) 23. interpretação enquanto jargões. A presença dos jargões específicos de cada área é relacionada aos conceitos que compõem a teoria. Dentro de dezenas de teorias foram escolhidas três teorias, RBV, TCE e Teoria Institucional como as teorias escolhidas deterministicamente para o estudo. Tais teorias foram escolhidas em função do interesse crescente, nos últimos tempos, sobre teorias de estratégia de uso de TI e efetividade de investimentos de TI nas organizações como demonstrado em pesquisas recentes por SANCHEZ e ALBERTIN (2009). O processo de mineração de textos apresenta as palavras que compõem a definição latente da teoria, ou o jargão empírico, que são extraídas e posteriormente utilizadas para criação de modelos de classificação de artigos. O processo de mineração de dados é apresentado como uma forma de análise de dados estruturados, com sua definição e abrangência, tendo como etapa posterior a apresentação do processo de mineração textual. A partir da classificação dos artigos e posterior análise longitudinal, as análises de evolução das teorias são obtidas.. 1.2. Objetivos. O Objetivo deste trabalho é o mapeamento da evolução do uso das teorias de sistemas de informações ao longo do período de 2000 a 2007 nos artigos científicos dos principais periódicos internacionais da área de sistemas de informação. Tal mapeamento fornecerá uma possibilidade de descrição e visualização da evolução de uso de determinadas teorias, sua estagnação ou seu desuso. Objetivos específicos: a). Identificar os periódicos mais relevantes da área de Sistemas de informação.. b). Identificar os artigos seminais e mais representativos de cada teoria escolhida.. c). Identificar os radicais textuais que são característicos das teorias RBV,. Institucional e TCE..

(24) 24. 1.3. Justificativas Este trabalho visa o mapeamento da evolução do uso das teorias de sistemas de. informações ao longo do período de 2000 a 2007, presentes nos artigos científicos dos principais periódicos internacionais da área de sistemas de informação. Tal mapeamento fornecerá uma possibilidade de descrição e visualização, da evolução de uso de determinadas teorias, a partir da contabilização do seu volume de exposição. Tal evolução fornece uma informação quanto à adoção das teorias escolhidas por parte da comunidade científica ao longo do período estudado..

(25) 25. 1.4. Contribuição prevista A contribuição prevista neste trabalho consiste inicialmente de uma avaliação sobre o. uso de determinadas teorias de sistema de informações, demonstrando a aceitabilidade e a adotabilidade destas teorias por parte da academia e fornecendo subsídios e material para compreender melhor a evolução paradigmática e teorética do campo de sistema de informações. Além desta contribuição, será realizada a extração e representação das palavras com maior relevância semântica latente, (e seus radicais) que compõe a expressão da definição das teorias estudadas. Outra contribuição prevista será a obtenção de uma lista ordenada dos artigos científicos utilizados no processo de modelagem que denote os artigos de maior poder caracterizador das teorias estudadas, obtendo assim os artigos que possuem maior consistência latente de conteúdo com relação ao conteúdo semântico da teoria. Prevê-se a criação de modelos de classificação das teorias escolhidas a partir do jargão empiricamente obtido a partir da análise textual. È anelada uma contribuição quanto à apresentação de uma comparação entre a escolha do conteúdo do resumo dos artigos como fonte de dados e do conteúdo da revisão teórica. Sendo apenas utilizado nos estudos o resumo dos artigos, a partir da qualidade de previsão dos modelos de classificação obtidos. Propõe-se realizar uma análise qualitativa por periódico, dos volumes de utilização e por conseqüência volumes de concentração das teorias, dos três principais periódicos de sistemas de informação. Por fim, é pleiteada uma conclusão sobre o poder do jargão empírico, sua influência e presença em publicações internacionais e seu uso na avaliação da evolução teórica da área de administração de sistemas de administração. Tal compreensão pode refletir a aceitação da academia por trabalhos relacionados a estas teorias e oferecer subsídios para posterior criação de parâmetros quantitativos de escoragem de importância relativa de teorias científicas com base em seu nível de exposição nos periódicos internacionais..

(26) 26. 2. Revisão teórica. A revisão teórica esta dividida em quatro temas principais elencados seqüencialmente apresentar apresentando uma perspectiva panorâmica sobre as abordagens científicas em administração e seus paradigmas, além dos aspectos e componentes estruturais que conformam as teorias, em geral. As estruturas lingüísticas e termos específicos caracterizadores de uma área ou comunidade também são explanados culminando com uma visão do campo de sistemas de informação, com seus temas e com suas problemáticas. O primeiro tema da revisão teórica explana sobre as principais abordagens de administração, apresentando os paradigmas que compõem estas abordagens. No segundo tema, pautados em uma abordagem paradigmática apresentada do tema anterior, são apresentados os componentes lógicos constituintes de uma teoria e sua forma de desenvolvimento. O terceiro tema versa sobre o jargão teórico, estruturas lingüísticas e sua possibilidade de ser revelado a partir da mineração de bases textuais. O quarto tema da revisão teórica aborda alguns objetivos e conceitos do campo de sistemas de informação apresentando algumas de suas características, subsidiando o estudo das evoluções das teorias do campo a partir de um processo modelização analítica. Cada um dos temas expostos é composto por diversos aspectos tratados em diversos sub-tópicos. 2.1. Principais abordagens utilizadas em administração. Os trabalhos de pesquisa científica são produzidos considerando-se de atos, posturas e conceitos adotados pelos pesquisadores em função de seu enviesamento filosófico. Tal enviesamento ou adoção aberta impacta os instrumentais metodológicos a serem escolhidos e a forma de construção das teorias científicas, reflexos do próprio entendimento e significação da ciência e da verdade científica, por cada uma das abordagens. (NEUMAN, 2003). Existem três principais abordagens dentro de ciências sociais, obtidas a partir de uma reestruturação de conceitos que se iniciou na década de 60. Cada uma destas abordagens significa uma maneira diferente de ver, medir e compreender a realidade social. As três principais abordagens são positivista, interpretativa e crítica, sendo que a maioria dos estudos são realizados baseados nas duas principais formas de abordagem. O positivismo é a.

(27) 27. abordagem mais comumente vista em ciências, e a mais antiga. Segundo Miller (1987): “O Positivismo é a mais comum das perspectivas filosóficas sobre a ciência.” Cada abordagem tem sua tradição e em geral adota técnicas de pesquisa específicas, condizentes com suas fundamentações filosóficas. (NEUMAN, 2003). As abordagens são similares a paradigmas científicos. O paradigma é uma idéia proposta por Thomas Kuhn em 1962 que reflete sistema completo de pensamento. Segundo KUHN (2006, p.221): “um paradigma, é aquilo que os membros de uma comunidade partilham e, inversamente, uma comunidade científica consiste em homens que partilham um paradigma”. 2.1.1. Abordagem Positivista O positivismo é amplamente definido como a abordagem das ciências naturais, que. se desenvolveu como escola de pensamento no século dezenove, a partir dos trabalhos de Auguste Comte, tendo como sua principal obra os seis volumes que compõem Cours de Philosophie Positivistic (O Curso da filosofia Positivista) de 1830-1842. Nela foram esboçados muitos princípios que são usados até hoje. Tais princípios foram consistentemente modificados pelo britânico John Stuart Mill, que por sua vez, também elaborou alguns princípios, e os publicou, em sua obra intitulada “A System of Logic” (Um Sistema da Lógica), em 1843. O francês Emile Durkheim também esboçou uma versão do positivismo em sua obra “Rules of the sociological method” (Leis dos métodos sociológicos) de 1895, que se tornou um livro chave para pesquisadores positivistas. Entretanto, a abordagem positivista de parte da comunidade científica advém do positivismo lógico, também denominado empirismo lógico ou neo-positivismo, que foi desenvolvida por membros do Círculo de Viena em 1922, com base no pensamento empírico tradicional e no desenvolvimento da lógica moderna. O positivismo lógico se apresenta como uma abordagem determinista que professa o experimentalismo sistemático empírico-analítico, proveniente de métodos tais como: dedução, indução, observação, experiência, comparação, analogia, nomenclatura, descrição físicomatemática, historicidade entre outros. De acordo com o positivismo, o conhecimento é definido como a conquista da ciência, já idéias e proposições não-científicas (mitos, crenças e metafísicas sistemas) são designadas como conhecimentos ilusórios. A ciência é equivalente a verdade, como uma contraposição, a não-ciência, que é considerada como não-real. Segundo esta abordagem o mundo natural tem existência própria independente de quem o estuda, além de ser governado por leis que permitem explicar, predizer e controlar os.

(28) 28. fenômenos do mundo natural onde tais leis são passíveis de serem descobertas e descritas de forma objetiva, livre dos valores dos pesquisadores a partir de metodologias funcionalistas adequadas. (NEUMAN, 2003) Seus objetivos são factuais e válidos em quaisquer tempos ou lugares, independente de quem o descobriu. Dentro de sua concepção o instrumental parte de uma via hipotética como lógica metodológica, e por defender a idéia de certo grau de uniformidade e ordem na natureza, parte na busca da generalização de aplicabilidade das descobertas. Segundo POPKEWITZ (1988), Este enfoque pode ser configurado a partir de cinco premissas inter-relacionadas: •. A teoria deve ser universal sem vincular-se a um contexto específico nem a circunstâncias em que se formulam as generalizações.. •. Os enunciados científicos são independentes dos fins e valores dos indivíduos. A função da ciência se limita a descobrir a relação entre eles.. •. O mundo social existe como um sistema de variáveis. Estas são elementos distintos e analiticamente separáveis em um sistema de interações. Tais variáveis podem ser mensuradas independentes dos outros elementos do sistema.. •. As variáveis devem ser claramente definidas e especificadas antes de iniciar uma pesquisa científica. Os conceitos devem ser operacionalizados e outorgados definições fixas possibilitando a verificação e comparação dos dados. Tais dados são suscetíveis a medição, possibilitando réplicas do estudo.. •. A quantificação de variáveis permite que sejam reduzidas ou eliminadas as ambigüidades e contradições: se empreende a construção de estruturas lógicodedutivas do conhecimento mediante a comprovação da hipótese que aprimora a teoria.. 2.1.2. Abordagem Interpretativa A abordagem interpretativa defende que a realidade que é criada e mantida através de. interações simbólicas2 e padrões comportamentais. Derivada da fenomenologia3 social de. 2. Segundo CALDAS e VERGARA (2005): “O interacionismo simbólico sublinha o aspecto subjetivo do comportamento humano presente no grupo social e tem como princípio fundamental que pessoas, individual ou grupalmente, existem em ação.”.

(29) 29. Schutz e Husserl e da sociologia do conhecimento de Berger e Luckman, considera que a interação dos indivíduos é a origem da elaboração e manutenção das normas que regem a vida social e conseqüentemente os fenômenos relacionados ao uso e implementação de sistemas de informação. Nesta abordagem a realidade social não possui um caráter objetivo, mas sim é inseparável dos próprios sujeitos intervenientes e de suas expectativas, intenções, sistemas de valores entre outros, de cada indivíduo e de como este percebe a realidade e a sua própria ação. Uma substituição das noções científica de explicação, predição e controle da abordagem positivista pelos aspectos de compreensão, significado e ação. Nele ocorre uma busca da objetividade no âmbito dos significados utilizando como critério de evidência o acordo intersubjetivo do contexto educativo. O enfoque interpretativo possui uma grande variedade de fontes e posicionamentos. A fenomenologia, o historicismo e o interacionismo simbólico constituem algumas das bases desta perspectiva. Todas estas doutrinas se integram em torno do conceito de “Verstehen” ou compreensão e interpretação dos significados das ações humanas. Na abordagem interpretativa, o indivíduo não pode ser dissociado da realidade, pois esta é construída pelos seus atos e forma de ver o mundo. Da mesma forma o pesquisador não pode ser neutro, pois, dentro deste contexto ele se apresenta como elemento social de interação e deflagração, sendo parte integrante do processo analisado e impactando no significado dado a interpretação do fenômeno. Ao aplicar o interpretacionismo na análise organizacional, as organizações tornam-se processos que surgem das ações intencionais das pessoas, individualmente ou em harmonia com outras. Tais organizações interagem entre si na tentativa de interpretar e dar sentido ao seu mundo. Na visão interpretacionista a realidade social é, então, uma rede de representações complexas e subjetivas. (CALDAS e VERGARA, 2005). 2.1.3. Abordagem Crítica A abordagem crítica se apresenta como uma alternativa adversa da abordagem. positivista e da abordagem interpretativa, buscando superar o reducionismo positivista e o 3. Fenomenologia é o método que é a própria ciência da essência do conhecimento, ou doutrina universal das essências. (Husserl, 1990).

(30) 30. conservadorismo interpretativista. Desenvolvida pela escola de Frankfurt em 1930, pode ser chamada também de dialética materialista, análise de classe ou estruturalismo e introduz a ideologia de forma explícita da crítica auto-reflexiva em todos os processos do conhecimento, mixando nomotética4 com abordagens ideográficas5. Esta abordagem recebeu esta designação a partir do manifesto intitulado Teoria Tradicional e Teoria Crítica, publicado sob a forma de artigo na revista alemã Zeitschriftfür Sozialforschung (1937), onde ganhou contornos mais precisos. A abordagem crítica busca a transformação da estrutura das relações sociais visando dar resposta a determinados problemas gerados por tais estruturas. Os princípios da abordagem crítica são:. 2.1.4. •. Conhecer e compreender a realidade como práxis. •. Unir teoria e prática (conhecimento, ação e valores). •. Orientar o conhecimento a emancipar e liberar o homem.. Comparando abordagens O quadro 1 apresenta uma síntese das características das primeiras três abordagens. citadas.. 4. Etimologicamente nomotética significa proposição da lei, sendo utilizada na sociologia como uma explicação que introduz a compreensão generalizada de um caso dado.(NEVES,1999). 5 Segundo NEVES (1999): “A palavra ideográfica significa representação de idéias (ideogramas), que estabelecem de acordo com a subjetividade, da representação do ser em sua essência. O retorno à descrição do sujeito é uma constante análise e visa a melhoria da reflexão e variação da imaginativa.” (Tradução do autor).

(31) 31. Quadro 1: Quadro sintético de comparação de abordagens científicas. DIMENSÃO. FUNDAMENTOS. POSITIVISTA. INTERPRETATIVA. (racionalista). (naturalista). Positivista Lógico.. Fenomenologia. Teoria. Empirismo.. interpretativa.. NATUREZA DA. Objetiva, estática, única, dada,. REALIDADE. fragmentável, convergente.. Explicar, predizer, controlar os FINALIDADE DA. fenômenos, verificar teorias.. INVESTIGAÇÃO. Leis para regulamentar os fenômenos. Independência. Neutralidade.. RELAÇÃO. Não se afetam. Investigador. SUJEITO OBJETO. externo. Sujeito como “objeto” de investigação Neutros. Pesquisador livre de. VALORES. valores. Métodos são garantia de objetividade. Dissociadas, Constituem. TEORIA - PRÁTICA. entidades distintas. A teoria como regra para pratica.. CRITÉRIOS DE. Validade, confiabilidade,. QUALIDADE. objetividade.. SÓCIO-CRÍTICO. Teoria Crítica.. Dinâmica, múltipla,. Compartilhada,. holística, construída,. Holística, construída,. divergente.. dinâmica, divergente.. Compreender e interpretar. Identificar potencial. a realidade, os. de mudança,. significados das pessoas,. emancipação dos. percepções, intenções,. sujeitos. Analisar a. ações.. realidade.. Dependência. Afetam-se. Implicação do pesquisador. Inter-relação.. Explícitos. Influem na pesquisa.. Relação influenciada pelo compromisso. O pesquisador é um sujeito a mais. Compartilhados. Ideologia compartilhada. Indissociáveis.. Relacionadas. Retro-. Relação dialética. A. alimentação mútua.. prática é teoria em ação.. Credibilidade, confirmação, transferabilidade.. Inter-subjetividade, validade concensuada.. Qualitativo, TÉCNICAS:. Quantitativos. Medidas de. INSTRUMENTOS E. testes, questionários, observação. ESTRATÉGIAS. sistemática. Experimentação. descritivos. Pesquisador como. Estudo de casos.. principal instrumento.. Técnicas dialéticas. Perspectivas dos participantes. ANÁLISES DE. Quantitativo: Estatística. Qualitativo: Indução. Intersubjetivo.. DADOS. descritiva e inferencial. analítica, triangulação. Dialético. Fonte: (YEAMAN, KOELLING, NICHOLS, 1994).

(32) 32. 2.2. Importância da Teoria A importância da teoria é clara por permitir a transformação de dados em conhecimento,. oferecendo uma explicação para um determinado tema ou situação. Enquanto os dados e informações relatam o quê tem sido observado, a teoria explica o porquê isto foi observado e por que isto será susceptível de ser observado novamente. (HANDFIELD & MELNYK, 1998). 2.2.1. Desenvolvimento do Conhecimento e Teorização A teorização gera a produção e descoberta de conhecimento de forma consistente,. obtido a partir de validação experimental ou a partir de modelos mentais. A figura 1 ilustra um aspecto da descoberta de conhecimento, advindo da teoria e da experimentação.. Figura 1: Conhecimento e Teoria Fonte: (WHETTEN, 2000). O conhecimento em si foi definido inicialmente por Platão como crença verdadeira e justificada. Segundo uma perspectiva positivista o conhecimento pode ser obtido a partir da busca da verdade, e se expressa a partir de construções geradas pela teorização científica. Segundo WEICK (1969) “A teorização consiste de atividades como abstração, generalização, relação, seleção, explanação, sinterização e idealização.” Já segundo DENZIN (1989): “Teorização se refere a trazer sentido ao ato de interação social. O objeto da teorização é prestar uma compreensão da experiência vivida direta, em vez de uma generalização abstrata. Cada situação é nova, emergente e repleta de múltiplas escolhas, muitas vezes com.

(33) 33. significados conflitantes. Nós podemos entender como a essência destes significados e contradições." A importância da teorização como forma de extração de conhecimento é ressaltada por PENROSE (1959) que afirmou: “Nós não precisamos de mais experiências. Nós necessitamos entender as experiências que nós já tivemos.” (Tradução do autor) Segundo LANGLEY (1999) a teorização ocorre a partir três formas: •. Indução - Generalização dirigida pelos dados (data-driven generalization). •. Dedução – Teste de hipóteses dirigido pela teoria (theory-driven hypothesis testing). •. Inspiração – Dirigida pela criatividade e intuição (driven by creativity and insight). Tais componentes serão tratadas a posteriori. A teorização expressa o conhecimento gerado através de teorias, sendo que o conhecimento é a compreensão resultante criada e a capacidade para agir diferenciadamente. Segundo Kuhn (1962): "Existem, em princípio, somente três tipos de fenômenos a propósito dos quais pode ser desenvolvida uma nova teoria. O primeiro tipo compreende os fenômenos já bem explicados pelos paradigmas existentes. Tais fenômenos raramente fornecem motivos ou um ponto de partida para a construção de uma teoria. Quando o fazem, ...as teorias resultantes raramente são aceitas, visto que a natureza não proporciona nenhuma base para uma discriminação entre as alternativas. Uma segunda classe de fenômenos compreende aqueles cuja natureza é indicada pelos paradigmas existentes, mas cujos detalhes somente podem ser entendidos após uma maior articulação da teoria. Os cientistas dirigem a maior parte de sua pesquisa a esses fenômenos, mas tal pesquisa visa antes à articulação dos paradigmas existentes do que à invenção de novos. Somente quando esses esforços de articulação fracassam é que os cientistas encontram o terceiro tipo de fenômeno: as anomalias reconhecidas, cujo traço característico é a sua recusa obstinada a serem assimiladas aos paradigmas existentes. Apenas esse último tipo de fenômeno faz surgir novas teorias.”. A teorização se apresenta como um anelo intrínseco do ser humano e se torna uma forma de obtenção efetiva de teorias científicas. Segundo DURBIN (1978): “Teorias, então, servem para satisfazer a grande necessidade humana de ordenar o mundo experienciado.” (Tradução do autor).

(34) 34. 2.2.2. Definição de Teoria A palavra teoria advém do grego Theoria (ação de olhar, especulação) e é definida. como um conhecimento especulativo, puramente racional; o conjunto de princípios fundamentais de uma arte ou ciência; uma doutrina ou sistema acerca destes princípios, segundo o dicionário Priberan. Ao buscar a definição de teoria criada pela comunidade aberta de usuários da internet foi encontrada a seguinte definição para teoria – um sistema lógico composto de observações, axiomas e postulados, que tem como objetivo declarar sob que condições se desenvolvem certos pressupostos. Segundo Mesquita (1997): “Teoria é um conjunto de hipóteses coerentes interligadas, tendo por finalidade explicar, elucidar, interpretar ou unificar um dado domínio do conhecimento.” Nagel (1979, p.15) afirma que: “As teorias, como explanações sistemáticas e responsavelmente suportadas, são o alvo da ciência. Tais explanações podem ser oferecidas para ocorrências individuais, para processos de retorno ou para invariável assim como regularidades estatísticas. As explanações oferecidas podem repousar em diferentes idéias de causalidade e o que constitui uma explanação”. Valendo-se de uma figura de linguagem temos a definição segundo POPPER (1980, p.59): “As teorias científicas são declarações universais. Como todas as representações lingüísticas que são sistemas de signos ou símbolos. Teorias são moldes de redes para pegar o que nós chamamos “o mundo”, para racionalizá-lo, para explicá-lo e comandá-lo. Estamos a nos esforçar para tornar cada vez mais fina a malha.” (Tradução do autor) A teoria sumariza o conhecimento existente, apresenta princípios, e explicações as relações e acontecimentos observados, bem como deve ser apta a predizer a ocorrência de acontecimentos ainda não observados, BRAITHWAITE (1955) isto também é afirmado por (SELLTIZ Et al. 1974, p.540) apud NEUMAN (2003) que diz que teoria é: “… um conjunto de hipóteses que formam um sistema dedutivo; vale dizer, organizado de maneira que, considerando-se como premissas algumas das hipóteses, destas decorram, logicamente, todas as outras. As proposições num sistema dedutivo podem ser consideradas como dispostas numa ordem de níveis, onde as hipóteses de nível mais elevado são aquelas que aparecem como premissas no sistema, enquanto que as de nível mais baixo são as que aparecem como.

(35) 35. conclusões do sistema, e as de nível intermediário são as que aparecem como conclusões de deduções das hipóteses de nível mais elevado e que servem de premissas para as de nível mais baixo.” Com uma definição que agrega uma relação de causal, KERLINGER (1973, p. 9) concorda com a proposição sistemática das teorias e afirma que: "Uma teoria é um conjunto de construções, definições e proposições interrelacionadas que apresenta uma visão sistemática dos fenômenos através de uma especificação de relações entre variáveis com o objetivo de explicar e prever os fenômenos". (Tradução do autor) Segundo HUTNEER e EEDEN (1995, p. 4) os elementos das teorias anteriores são concentrados nos conceitos: “Teoria é um conjunto de afirmações para explicar relações entre fatos empíricos acessados, onde o menor elemento da teoria são os conceitos.” (Tradução do autor) A visão sistêmica integrada também está presente na definição segundo NEUMAN (2003, p. 42): “Teoria social é definida como sistema interligado de abstrações ou idéias que condensa e organiza o conhecimento sobre mundo social.” (Tradução do autor) As teorias à semelhança de outras formas de apresentação das relações empíricas – são versões do mundo. Essas versões sofrem revisão, avaliação, construção e reconstruções contínuas. (GOODMAN, 1978). Essas versões são como uma afirmação sobre o relacionamento entre constructos que podem ser testados que conduz a proposições e premissas testáveis, que podem ser investigadas empiricamente (DAVIS, 1989). As teorias embora se apresentem como a forma mais eficiente de explicar fenômenos contemporâneos diante dos conhecimentos atuais, tem por características ser de caráter provisório, estar sempre abertas a revisão e se apresentarem de muitas formas e tamanhos. Como ponto relevante a boa teoria tem como padrão a “parcimônia”. A parcimônia significa que quanto mais simples melhor, sendo que uma teoria parcimoniosa tem complexidade mínima sem redundância ou excesso de elementos (NEUMAN, 2003). As teorias representam visões e abordagens diferenciadas, principalmente sob o paradigma acolhido pelo pesquisador e na própria percepção conceitual da definição interna de teoria pelo pesquisador. Existem quatro classes interrelacionadas que compõem o corpo de uma definição teórica: domínio, estrutura ou ontologia, epistemologia e sócio-política. Para identificá-las realizam-se questionamentos com relação a cada uma destas classes (GREGOR, 2006). 1.. Questões de domínio..

Referências

Documentos relacionados

De acordo com os Anais do Seminário Internacional Envelhecimento Populacional (1996) tem constatado hoje o declínio acelerado das taxas de mortalidade em todos

Não podemos aplicar esta hipótese no Brasil pelo seguinte motivo: como já foi citado, o setor que vem tendo a maior queda é a indústria de transformação, no caso

O conector macho, associado ao terminal de dados, deve ser acoplado a um cabo, que deve ser o menor possível (menor que 15 metros). A norma ainda específica que a amplitude de

Como o nível de glicémia sobe rapidamente após a administração do medicamento veterinário, através da ação do fosfato de sódio de dexametasona, e, os níveis

Partindo da perspectiva da Resource Based View (RBV), este estudo teve como objetivo identificar os recursos que conferem vantagens competitivas a quarenta franqueados da maior rede

111ª JORNADA DERMATOLÓGICA PAULISTA, promovida pela Sociedade Brasileira de Dermatologia – SP e Departamento de Dermatologia da Faculdade de Medicina da Universidade de São

Tal materialidade pode simbolizar um tipo de aprisionamento, pelo termo “viveiros” (alusão à grande gaiola de pássaros), não condizente com a caracterização onírica

Pacientes que apresentam reações anafiláticas ou outras imunologicamente-mediadas, ou seja, reações alérgicas (ex. agranulocitose) à dipirona podem apresentar um risco especial