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Processamento sísmico de reflexão: exemplo utilizando dado com baixa razão sinal ruído

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Canello, Estevão Guimarães.

Processamento sísmico de reflexão: exemplo utilizando dado com baixa razão sinal ruído / Estevão Guimarães Canello. - 2019. 55f.: il.

Monografia (Graduação)-Universidade Federal do Rio Grande do Norte, Centro de Ciências Exatas e da Terra, Geofísica, Natal, 2019.

Orientador: Carlos César Nascimento da Silva. Coorientadora: Rosangela Corrêa Maciel.

1. Fluxo de processamento de dados sísmicos - Monografia. 2. Sísmica de reflexão - Monografia. 3. Dados com baixa razão sinal ruído - Monografia. I. Silva, Carlos César Nascimento da. II. Maciel, Rosangela Corrêa. III. Título.

RN/UF/BCZM CDU 550.3 Universidade Federal do Rio Grande do Norte - UFRN

Sistema de Bibliotecas - SISBI

Catalogação de Publicação na Fonte. UFRN - Biblioteca Central Zila Mamede

(4)

ERRATA

CANELLO, E., G.

​Processamento sísmico de reflexão: Exemplo utilizando dado com baixa

razão sinal ruído. 2019. 50f. Trabalho de Conclusão de Curso (graduação em geofísica),

Departamento de Geofísica, Universidade Federal do Rio Grande do Norte, Natal/RN, 2019.

Folha Linha

Onde se lê

Leia-se/Adiciona-se

17

2

de pesquisa e prospecção

de prospecção

17

15

O

processamento

da

linha

sísmica será executado com o

uso

do

software

ProMAX/SeisSpace e terá como

objetivo uma seção sísmica que,

através da integração de dados,

O processamento foi executado

com

o

uso

do

software

ProMAX/SeisSpace e tem como

objetivo uma seção sísmica que,

através da integração de dados

(sejam

eles

geológicos,

batimétricos,

entre

outros

provenientes de outros estudos),

17

25

O processamento sísmico é

complemento

ao

trabalho

proveniente da aquisição e trata

o

dado

para

facilitar

sua

interpretação.

O processamento é uma etapa

fundamental do método sísmico.

Por meio deste que é permitido

imageamento da subsuperfície.

17

29

satisfatório

adequado ao dado

17

29

da informação geológica

geológica

19

1

consiste em mapear e investigar

a geologia do substrato

consiste

em

imagear

a

subsuperfície

19

11

é processado de acordo com sua

vertente e interpretado. Como o

processados de acordo com sua

vertente

para

depois

serem

(5)

alvo deste trabalho é a aplicação

do processamento de dados na

sísmica de reflexão, ênfases irão

ser dadas à técnica. Tal técnica,

interpretados. O objetivo deste

trabalho

é

a

aplicação

do

processamento de dados à sísmica

de reflexão. O processamento,

21

4 / 5

do raio / do raio refletido

da onda / da onda refletida

21

18

HILL, I., p. 66-67

HILL, I., 2009, p. 66-67

22

3

somados à resposta natural do

ambiente.

convolvidos com o meio.

22

4

onde o conjunto em função

dessas amplitudes representam

onde uma sequência de valores de

amplitudes geram

23

Legenda

fig.5

Após

aplicação

da

Transformada de Fourier em

determinada faixa do traço, o

sinal sísmico passa a ser obtido

no domínio da frequência

Transformada de Fourier aplicada

em determinada faixa a cada

componente

do

modelo

convolucional.

24

4

em função da qualidade

à qualidade

24

8

de recepção, o intervalo entre

canais ou estações

o

intervalo

entre

canais

ou

estações de recepção

25

10

os traços nos intervalos de

interesse e o mute em eliminar

certos intervalos de tempo,

o que não é de interesse, como

traços considerados ruidosos e

certos intervalos de tempo,

34

Legenda

fig.11

A linha/faixa em vermelho é

usada para definir o assoalho

oceânico, usado

A linha tracejada em vermelho é

usada para delimitar o assoalho

oceânico, usada

35

15

(mau

acoplamento

dos

hidrofones)

(possíveis problemas elétricos no

transdutor)

(6)

39

10

o raio sísmico

a onda sísmica

40

1

figura 14

figura 15

40

13

O modelo de deconvolução

utilizado então, foi do tipo do

tipo fase zero (Zero Phase

Spiking)

Este fato corrobora com a idéia de

que a fonte é quem indica o

modelo de deconvolução utilizado

no software. Deste modo, o tipo

fase zero (Zero Phase Spiking) foi

aplicado

43

22

seção de offset mínimo

seção empilhada da deconvolução

44

Legenda

fig.18

Seção de offset mínimo

Seção empilhada da deconvolução

46

4

já possui

o dado sísmico já possui

47

5

este caso,

este estudo,

47

20

entre a seção

com a seção

50

1

custo

custo (quando comparado com

métodos de investigação direta)

50

5

está relacionada

e está relacionada

50

15

eficiência

eficácia

50

24

(2016), Carvalho,

(2016), Moreira (2016), Carvalho,

50

29

(ou

seja,

voltado

em sua

essência para reduzir ao máximo

a influência do sinal enviado

pela fonte e dos ruídos)

(remoção dos ruídos e recuperação

das reflexões primárias)

(7)

51

20

A seção de empilhamento

A seção empilhada de DMO

52

9

fontes externas. Lembrando que

fontes

externas

podem

ser

quaisquer

outras

imagens

representativas da mesma região

e adquirida no mesmo período.

dados

da

literatura

(outras

referências).

Lembrando

que

dados da literatura podem ser

quaisquer

outras

imagens

representativas da mesma região e

adquirida

no

mesmo período

(como

exemplo

ASSUNÇÃO,

2013).

53

Ref. [1] 2018

2013

29;

32;

48;

49;

e 51

fonte

fig.8;

fonte

tabela 1;

linha 7;

fonte

fig.22A;

linha 27

Seismic

Project

Information

FM0106

SHIPLEY T. H. e LADD J. W. (

“Seismic

Project

Information

FM0106”, [s.d]).

Figura i: Atualização da figura 9 (fluxo lado esquerdo, aplicado).

(8)

Figura ii: Atualização da figura 11 (Adicional linha tracejada em vermelho).

(9)
(10)

AGRADECIMENTOS

Agradeço à minha família, em especial à Deus, por me conceder o dom da vida, me

guiar nos melhores caminhos e me proteger sempre; Aos meus pais Edemar e Neuma, por me

ensinarem a trabalhar e estudar para conquistar os meus objetivos, sem a ajuda deles eu não

conseguiria nada; Aos meus queridos irmãos Emília e Gabriel por lutarem juntos comigo, o

companheirismo deles é inigualável; Em especial à minha avó Natércia, qual me ajudou muito

no início da minha graduação;

Gostaria de agradecer também à todos os amigos que fiz durante esses 5 anos de

curso, além dos melhores amigos que me acompanharam na jornada, Josieudo (amigo/irmão

de vida), Haron, B.A, Janderson, Moizes, Matheus, Marilia, Kamelia, Aiane, Rafael Alves

(amigo/irmão gênio de curso), Denis, Lucas Brito, Aline Alves, Débora, Tito, Ody, Gabriela,

Hadassa, Ítalo, Pamella, Sarah, Derick, Naiyan, Daniel, Baraúna, Gustavo Mendonça, Miro,

Thabita, Lucas, Carol, Asmminey, Augusto, Gilberto, Úrsula, Rayane, Hugo, Maurício,

Jobson, Luã, Victor, Larissa, Magnus, Gustavos, Patrick, Thyal, Quartas e os que acabei

esquecendo de citar (risos), foram tantos que cruzaram meu caminho, gratidão por cada um

deles;

Agradeço aos meus "patrões" por terem me acolhido, principalmente à família

“Mafra” (e todos os que compõem sua/nossa equipe de trabalho), grandemente à família

"Mazzili" ("Dopo le sessioni di agopuntura, festeggiamo con un buon vino e mangiando la

migliore pizza di Natal!"), ao Bruno e também ao André (representando a família "união

motos");

Agradeço aos meus orientadores e eternos professores Rosangela Corrêa Maciel e em

especial ao Carlos César Nascimento da Silva, pelos ensinamentos, por terem aceitado me

orientar neste trabalho, pela paciência, conselhos e longas correções. Cada um com sua

maneira de propor soluções para grandes problemas simples (sim, pelas ajudas na busca de

enxergar os caminhos de forma mais fácil);

Agradeço aos cientistas Thomas H. Shipley e John W. Ladd juntamente com o

Instituto de Geofísica da University of Texas (Austin) pela disposição do dado; Ao

INCT-Geofísica do Petróleo, com vistas à infraestrutura do laboratório (LAGAP); À

Halliburton pela disponibilização do software de processamento do dado (o belo

ProMAX/SeisSpace®) bem como à Petrobras pela disposição do equipamento utilizado,

(11)

adquirido através do projeto: "Fomento à formação de Recursos Humanos em Geofísica por

meio da criação do PRH-PB 229".

À infra-estrutura da Universidade Federal do Rio Grande do Norte, todos os

funcionários do DEGEF e em especial professores e equipe que compõe a coordenação do

curso (o grande Geraldo e Huganisa);

Por final, já que faz parte também da minha família, gostaria de agradecer

imensamente à minha companheira e psicóloga Ingrydy Layla, por ter me apoiado em

momentos difíceis no final da graduação, pelo companheirismo, carinho, por se envolver e me

motivar sempre a querer o melhor.

(12)

RESUMO

O método sísmico de reflexão possui aplicabilidade multidisciplinar (estudos

geológicos, ambientais, engenharia civil, etc), permite mapear as estruturas geológicas

presentes na subsuperfície e destaca-se quanto aos objetivos devido ao seu custo/benefício.

Neste trabalho, aplica-se um fluxo de processamento convencional atual (processado pelo

software da Landmark/Halliburton: o ProMAX/SeisSpace) num trecho de um dado

relativamente antigo (1979), com baixa razão sinal ruído, na tentativa de mostrar a imagem da

seção sísmica com ganho de resolução. Para este fim, envolve-se três etapas (concomitantes

com o conhecimento geológico): aquisição, processamento e interpretação. A aquisição do

dado fez parte de uma série de perfis de reflexão sísmica do projeto IPOD (

​International

Phase Ocean Drilling

​) no Oceano Atlântico, e está localizada nas proximidades da costa do

Rio de Janeiro e nas proximidades do Alto do Rio Grande, com geologia composta por uma

sucessão de carbonatos pelágicos intercalados com sedimentos vulcanogênicos e basaltos,

típicos de fundo de oceano. O processamento sísmico é complemento ao trabalho proveniente

da aquisição e trata o dado para facilitar sua interpretação tem como objetivo uma seção

sísmica que, através da integração de dados, é passível de identificação de interfaces

geológicas. Este trabalho mostra como o re-processamento de dados, usando diferentes fluxos

de processamento, pode gerar informações adicionais acerca das estruturas e feições

geológicas de interesse exploratório para o local, pois de etapa por etapa, considerando as

pequenas mudanças relativas ao ganho de resolução entre elas, atinge-se o objetivo do fluxo

de processamento aplicado.

Palavras-chave:

​Fluxo de processamento de dados sísmicos.​ ​Sísmica de reflexão. Dados

(13)

ABSTRACT

The seismic method of reflection has multidisciplinary applicability (geological,

environmental, civil engineering, etc.), this technique allows to map the geological structures

present in the subsurface , and it stands out as to the objectives due to its cost / benefit. In this

work, a current conventional processing stream (processed by Landmark / Halliburton

software: ProMAX / SeisSpace) is applied in an excerpt from a relatively old data (1979),

with a low signal-to-noise ratio, in an attempt to show the image of the seismic section with

resolution gain. For this purpose, three stages (concomitant with geological knowledge) are

involved: acquisition, processing and interpretation. The acquisition of the data was part of a

series of seismic reflection profiles of the IPOD (International Phase Ocean Drilling) project

in the Atlantic Ocean, and it is located near the coast of Rio de Janeiro and in the vicinity of

the Alto do Rio Grande, which geology is composed by a succession of pelagic carbonates

intercalated with volcanogenic sediments and basalts typical of the ocean floor. The seismic

processing complements the acquisition work and it treats the data to facilitate its

interpretation. The processing stage objective is a seismic section that, through the data

integration, is capable of identifying geological interfaces. This work shows how the data

re-processing, using different processing flows, can generate additional information about the

geological structures and features of exploratory interest for the site. In other words, step by

step, considering the small changes related to the gain of resolution between, the

re-processing reachs the goal of the applied processing stream.

Keywords: Seismic data processing flow. Seismic reflection. Data with low signal noise ratio.

ProMAX/SeisSpace. Rio Grande Rise.

(14)

LISTA DE ILUSTRAÇÕES

Figura 1 – Representação esquemática para o sucesso da técnica da sísmica de exploração.

Conjunto aquisição/processamento/interpretação/aquisição e a importância das

vertentes com o alvo (geologia) centralizado ………..………. 19

Figura 2 – Ondas de corpo. SH e SV como componentes da onda S, setas indicando vibração

perpendicular à direção de propagação da onda e a onda P. onde seta indica que as

partículas do meio vibram na mesma direção da propagação da onda …….…... 20

Figura 3 – Raios incidente, refletido e transmitido, devido contrastes de impedância acústica

entre camadas planas. Raio de amplitude An+2 atravessa a interface na mesma

direção do raio incidente e o raio refletido de amplitude An+1 retorna seguindo a

mesma trajetória do raio incidente ………...……… 21

Figura 4 – Geração do traço sísmico sendo o produto da convolução entre a função

refletividade e um pulso sísmico variável com o tempo…...….……...………… 22

Figura 5 – Após aplicação da Transformada de Fourier em determinada faixa do traço, o

sinal sísmico passa a ser obtido no domínio da frequência …………...……...… 23

Figura 6 – Representação da disposição de fonte-receptor numa aquisição sísmica. Retas no

arranjo destacam famílias de offsets comum; família de receptores comuns;

família CMP e; seção de tiro comum (fonte), respectivamente representados por

círculos

claros

numerados

(1,

2,

3

e

4)

e

suas

coordenadas

espaciais………..….…… 24

Figura 7 – Representação

de

um

modelo

de

fluxo

de

processamento

convencional... 27

Figura 8 – Mapa de localização da linha de aquisição WSA01 (trecho processado em

vermelho), sobreposto ao mapa estrutural da margem continental do sul do Brasil

e bacia oceânica adjacente, mostrando a localização do Alto do Rio Grande (onde

a Elevação do Rio Grande está contida ou ainda a Cadeia do Rio Grande) em

relação às principais características tectônicas... 29

Figura 9 – Fluxograma de processamento sísmico comparado com outro fluxograma

convencional semelhante; A) Utilizado no trecho da linha sísmica WSA-01tr3; B)

Utilizado em Zaque (2011)... 31

(15)

Figura 10 – Janela do módulo, onde informações acerca da geometria podem ser

acessadas………... 33

Figura 11 – Seção de offset mínimo (316m) como imagem auxiliar na análise de velocidades

preliminar. A linha/faixa em vermelho é usada para definir o assoalho oceânico,

usado na etapa de edição do dado (aplicação de top mute). As regiões limitadas

nos quadros coloridos (cerca de 10km em escala horizontal), servirão como

regiões utilizadas nas comparações entre etapas ... 34

Figura 12 – Painéis aplicados ao conjunto de 9 CDPs, utilizado para a aumentar a

confiabilidade na interpretação das velocidades. A picagem da velocidade é

exibida por uma linha branca no painel de semblance e uma linha vermelha no

painel de funções de velocidade de empilhamento... 37

Figura 13 – Modelo de velocidades 2D resultante da velan nas CDPs definidas (destacadas em

vermelho), usado para controle de qualidade. Neste controle, variações laterais de

velocidade devem ser suaves e caso haja anomalias bruscas deverá ser executada

uma nova análise em torno da CDP ... 38

Figura 14 – Traços do tiro 290. A) Antes da correção B) Depois da correção da divergência

esférica. Note efeito do top mute na faixa superior dos traços (comparação entre A

e B, antes e depois de sua aplicação, respectivamente) e janela de deconvolução

(jan_decon) limitada na faixa inferior dos traços da figura B apenas com dados

destinados ao uso... 39

Figura 15 – Sessões de empilhadas para efeito de comparação. A) Empilhamento da

geometria; B) Empilhamento da divergência esférica.………. 40

Figura 16 – Sessões de empilhadas para efeito de comparação. A) Empilhamento da

divergência esférica; B) Empilhamento da deconvolução... 40

Figura 17 – Espectro de amplitude x frequência, com o intuito de verificar a faixa de

frequências predominantes no dado sísmico para uso posterior de filtragem. A)

Após carregamento da geometria; B). Após correção de amplitude. (C) Após

correção da divergência... 42

Figura 18 – Seção de

​offset mínimo sobreposta com o modelo de velocidades 2D resultante da

análise preliminar de velocidades... 44

Figura 19 – Modelo de velocidades 2D resultante da análise de velocidades nas 52 CDPs

(16)

qualidade.

Variações

laterais

de

velocidade

também

devem

ser

suaves………... 45

Figura 20 – Sessões de empilhadas para efeito de comparação. A) Empilhamento da

deconvolução; B) Empilhamento (NMO/DMO)... 46

Figura 21 – Sessões de empilhadas para efeito de comparação. A) Empilhamento

(NMO/DMO); B) Empilhamento dado migrado…....…... 48

(17)

SUMÁRIO

1

INTRODUÇÃO

​……..………...…………..17

1.1

Apresentação e objetivos

​ …...………...………….. 18

2

FUNDAMENTOS TEÓRICOS

​…....………...………….. 19

2.1

A propagação das ondas e geração do pulso sísmico

​……..………...…………..20

2.2

Coeficiente de reflexão e contraste de impedância

​……...………...………….. 21

2.3

Modelo Convolucional

​……...………...…………..22

2.4

Aquisição

​…...………...…………..24

2.5

Processamento Convencional

​……...……….…….25

2.6

Interpretação

​………...…………...………...………. 28

3

CONTEXTO GEOLÓGICO

​………..………....………...… 29

4

APLICAÇÃO DO MÉTODO SÍSMICO DE REFLEXÃO

​ ………...……..….31

4.1

Pré processamento

​…...……….………..… 32

4.2

Processamento

​……….……….………...36

5

CONSIDERAÇÕES FINAIS

​………...……….... 50

(18)

17

1 INTRODUÇÃO

A Geofísica é uma ciência que se utiliza dos princípios da física para estudar o

substrato por meios indiretos de pesquisa e prospecção fornecendo informações importantes

acerca do meio, apesar das incertezas e ambiguidades na sua interpretação. Para reduzir

incertezas e remover as ambiguidades, utiliza-se de conceitos geológicos (método direto)

como "calibrador" de suas informações.

O método sísmico permite mapear as estruturas geológicas presentes na

subsuperfície. Sua importância torna-se multidisciplinar devido à aplicabilidade, pois auxilia

em estudos geológicos, ambientais e é também atuante em áreas como engenharia civil.

Tal

método é corriqueiramente utilizado na indústria do petróleo devido ao custo/benefício, onde

apesar de elevados custos de aquisição e processamento, ainda se destaca quanto aos objetivos

(alta profundidade x resolução sísmica e abrangência x tempo) em relação aos outros

métodos.

Neste trabalho é apresentado o método sísmico e sua teoria com posterior aplicação

de um fluxo de processamento sísmico de reflexão num dado real (levantamento sísmico

marinho 2D) adquirido no final dos anos 70. O processamento da linha sísmica será executado

com o uso do software ProMAX/SeisSpace e terá como objetivo uma seção sísmica que,

através da integração de dados, seja passível de identificação de interfaces geológicas na linha

sísmica analisada. Trata-se do uso de um fluxo/ software atual, aplicado à um dado antigo.

O fluxograma de processamento segue uma linha convencional, composta por leitura

do dado, carregamento da geometria, edição e silenciamento dos traços, análise de velocidade

preliminar, correção da divergência esférica, deconvolução, correção de NMO ( Normal

MoveOut ), mute stretch , correção DMO ( Dip MoveOut ), empilhamento, migração Kirchhoff

em tempo além de filtros e ganhos para geração da seção final.

O processamento sísmico é complemento ao trabalho proveniente da aquisição e trata

o dado para facilitar sua interpretação. É válido salientar que cada processamento, por mais

que seja básico, segue um fluxo diferente e as técnicas utilizadas devem ser explicadas por

cada autor, depende dos objetivos e do conhecimento prévio sobre o alvo. A qualidade final,

após o processamento, está ligado a esse conjunto. Deste modo, a escolha de um fluxo de

processamento satisfatório vai permitir melhor visualização e interpretação da informação

geológica.

(19)

18

1.1 Apresentação e objetivos

Este Relatório de Graduação em Geofísica – RGG, apresenta o trabalho

desenvolvido para a disciplina GEF 0161 – Relatório de Graduação em Geofísica,

componente obrigatório da grade curricular do curso de Bacharelado em Geofísica da

Universidade Federal do Rio Grande do Norte – UFRN.

Apesar da sísmica envolver a aquisição, o processamento e a interpretação, este

trabalho apenas apresenta informações relacionadas à aquisição com ênfase à metodologia

aplicada ao processamento utilizado num dado relativamente antigo (década de 1970),

mostrando a eficiência de novas técnicas, assim como fluxogramas aplicados em trabalhos já

disponíveis na literatura para trechos da linha sísmica analisada (REVORÊDO e

NASCIMENTO DA SILVA, 2016; ASSUNÇÃO, 2013; CARVALHO, NETO e

NASCIMENTO DA SILVA, 2017), discutindo os resultados obtidos em cada parte do fluxo

aplicado pelo autor.

Deste modo, o RGG tem como objetivo aplicar técnicas atuais de processamento

sísmico de reflexão em um dado de baixa razão sinal/ruído (SNR) na tentativa de mostrar a

imagem da seção sísmica com ganho de resolução.

Para completar a prática será utilizado um

software com licença acadêmica para a UFRN em busca de, através do processamento

sísmico, produzir imagens com o maior nível de confiabilidade relacionadas ao alvo de

subsuperfície.

O dado será submetido às etapas de processamento, usando o software da

Landmark/Halliburton: o ProMAX/SeisSpace (licença do tipo Grant), podendo assim analisar

a eficiência de cada processo. Vale salientar que o re-processamento de dados, usando

diferentes fluxos de processamento, pode gerar informações adicionais acerca das estruturas e

feições geológicas de interesse exploratório para o local.

O trabalho será subdivido nos próximos capítulos em apresentação dos fundamentos

da base teórica envolvidos no método, o contexto geológico da área analisada, a aplicação do

método sísmico de reflexão bem como o processamento envolvido e considerações finais.

(20)

19

2 FUNDAMENTOS TEÓRICOS

O método sísmico consiste em mapear e investigar a geologia do substrato através do

contraste de impedância acústica entre (meios distintos) diferentes eventos sísmicos e se

baseia na propagação de ondas acústicas geradas de forma artificial (fonte controlada). A

partir do contraste de impedâncias acústicas (nos contatos de litologias distintas) temos os

efeitos de reflexões e refrações, dividindo o método em duas vertentes (sísmica de reflexão ou

sísmica de refração).

O método tem como produto imagens (passíveis de posterior interpretação) que

fornecem uma definição das feições geológicas a partir das técnicas empregadas. Usualmente

a técnica para este fim envolve três etapas como mostrado na figura 1, concomitantes com o

conhecimento geológico: aquisição, processamento e interpretação.

Figura 1 - Representação esquemática para o sucesso da técnica da sísmica de exploração. Conjunto aquisição/processamento/interpretação/aquisição e a importância das vertentes com o alvo (geologia) centralizado.

Fonte própria.

Para o método, dados podem ser adquiridos em terra ou no mar, é processado de

acordo com sua vertente e interpretado. Como o alvo deste trabalho é a aplicação do

processamento de dados na sísmica de reflexão, ênfases irão ser dadas à técnica. Tal técnica,

visa realçar feições de interesse (sinais) e remover informações indesejadas (ruídos), quando

possível, a partir da aplicação de técnicas de filtragens nos dados adquiridos, visto que ruído e

sinal estão presentes nos registros.

Cada processamento segue um fluxo diferente e cada

técnica do processamento deve ser explicada por cada autor.

Neste capítulo é descrita uma breve introdução à teoria utilizada para explicar

fenômenos físicos envolvidos na sísmica de reflexão (fundamentos físicos), quando o meio é

percorrido por ondas sísmicas, e os próximos capítulos mostrarão com mais detalhe o fluxo de

processamento aplicado com descrição de detalhes para cada etapa.

(21)

20

2.1 A propagação das ondas e geração do pulso sísmico

No contexto sísmico marítimo, são analisadas apenas as ondas primárias (ondas P),

visto que os geofones encontram-se sobre a coluna de água e as camadas prospectadas

submersas ao fluido. Como o fluido não apresenta resistência ao cisalhamento, ondas

secundárias (SV e SH) não se propagam até os geofones e não são passíveis de registro. As

ondas secundárias podem até sofrer reflexão e se converterem em ondas P, mas neste caso são

consideradas como ruídos (reflexão múltipla) e passíveis de atenuação. A figura 2 apresenta a

movimentação de ondas de corpo e a vibração das partículas de cada onda quando percorrem

um determinado meio. Note na figura que a direção de propagação da onda se afasta da fonte

e se aproxima do receptor.

Figura 2 - Ondas de corpo. SH e SV (horizontal e vertical, respectivamente) como componentes da onda S, setas indicando vibração perpendicular à direção de propagação da onda e a onda P. onde seta indica que as partículas do meio vibram na mesma direção da propagação da onda.

Fonte própria.

O pulso sísmico pode ser originado por fontes de impactos, de vibração, de impulsos,

entre outras. A partir da emissão do pulso sísmico (onda gerada pela fonte), parte da energia

deste pulso é transmitida, uma parte é perdida devido à atenuação e outra parte é refletida.

Obtém-se então uma série de impulsos (gravados pelos receptores em superfície), esta

correspondente à função refletividade (vide capítulo 2.3), como resposta da propagação das

ondas sísmicas por meio das interfaces entre as camadas em subsuperfície. Tais impulsos

apresentam diferentes intensidades e dependem dos contrastes de impedância entre camadas

vizinhas.

(22)

21

2.2 Coeficiente de reflexão e contraste de impedância

As amplitudes do dado sísmico estão relacionadas com os coeficientes de reflexão

(R) em decorrência da passagem das ondas acústicas e é uma propriedade de interface,

diferentemente da impedância acústica, que é uma propriedade de camada. A equação 1

mostra que o coeficiente de reflexão (R) é dado através da razão entre a amplitude do raio

incidente (An), e a amplitude do raio refletido (An+1).

R = An+1 / An

(1)

Sendo n o índice da camada. O coeficiente de reflexão é proporcional à diferença de

impedância acústica entre camadas geológicas vizinhas. A equação 2 mostra que a

impedância acústica (propriedade intrínseca do meio, Z) é definida como o produto entre a

velocidade compressional (V) e a densidade da rocha (ⲣ).

Zn = ⲣn.Vn

(2)

A figura 3 mostra que, para um raio com incidência normal na interface entre duas

camadas, o coeficiente de reflexão é obtido a partir da equação 3, ou seja, a partir da diferença

das impedâncias acústicas entre as duas camadas pela soma das mesmas. :

R =(Zn+1 - Zn) / (Zn+1 + Zn)

(3)

Entre dois meios com contraste de impedância, conforme figura 3, a energia total dos

raios transmitido e refletido deve ser igual à energia do raio normalmente incidente

(KEAREY, P.; BROOKS, M.; HILL, I., p. 66-67). Assim, as proporções relativas da energia

transmitida e refletida são determinadas pelo contraste de impedância acústica (ligado à

diferentes propriedades elásticas do meio atravessado pela onda). Esse contraste serve como

principal guia para o método.

Figura 3 - Raios incidente, refletido e transmitido, devido contrastes de impedância acústica entre camadas planas. Raio de amplitude An+2 atravessa a interface na mesma direção do raio incidente e o raio refletido de amplitude An+1 retorna seguindo a mesma trajetória do raio incidente.

(23)

22

2.3 Modelo convolucional

Os dados sísmicos são compostos pelos resultados de leituras dos receptores sísmicos

(grupo de geofones ou hidrofones), e neles estão contidos todos os sinais oriundos da fonte

somados à resposta natural do ambiente. A representação desses dados é dada através de

medidas de amplitudes (sismogramas), onde o conjunto em função dessas amplitudes

representam o traço. A figura 4, mostra a convolução da assinatura da fonte com o coeficiente

de reflexão (convolução onde o sistema é a Terra), adicionado de ruídos, originando assim o

traço sísmico (resposta sísmica). Note que os coeficientes de reflexão variam de acordo com a

diferença de impedância acústica entre camadas geológicas adjacentes, isso significa que a

impedância acústica é uma propriedade de camada.

Figura 4 - Geração do traço sísmico sendo o produto da convolução entre a função refletividade e um pulso sísmico variável com o tempo.

Adaptado de Kearey, P.; Brooks, M.; Hill, I. (2009).

Conforme equação 4, o sinal sísmico pode ser aproximado como sendo a convolução

da função refletividade (forma de distribuição dos coeficientes de reflexão) com o pulso

sísmico adicionado de ruídos, e é conhecido como modelo convolucional onde é utilizado

para representar a resposta sísmica.

S(t) = R(t) *W (t) + r(t)

(4)

Onde: S(t) – sinal sísmico, R(t) – função refletividade, W(t) – pulso sísmico e r(t) –

ruído;

Numa dada coordenada, várias medidas do sinal sísmico variando apenas o tempo

formam um conjunto de amostragem, que juntas, formam o traço sísmico. Assim, o sinal

(24)

23

sísmico é obtido por coordenadas espaciais (GPS) em função do tempo (domínio distância x

tempo). O sinal também pode ser representado no domínio da frequência (domínio frequência

x número de ondas). A figura 5 representa a obtenção do traço sísmico em função da

frequência.

Figura 5 - Após aplicação da Transformada de Fourier em determinada faixa do traço, o sinal sísmico passa a ser obtido no domínio da frequência.

(25)

24

2.4 Aquisição

Na aquisição, assim como noutros métodos geofísicos, podem ser utilizados diversos

arranjos. Para os arranjos, mudança de parâmetros vão influenciar na qualidade da seção

sísmica. Parâmetros de aquisição de uma linha sísmica serão importantes na definição do que

se quer encontrar (alvo) e este está diretamente ligado (vide figura 1) em função da qualidade

da seção gerada para interpretação. A figura 6 exibe distintas formas de como o dado pode ser

visualizado (seus diversos domínios e suas coordenadas).

Figura 6 - Representação das diversas disposições entre fonte-receptor numa aquisição sísmica para um arranjo end-on . Polígonos no arranjo destacam famílias de offsets comum; família de receptores comuns; família CMP e; seção de tiro comum (fonte), respectivamente representados por círculos claros numerados (1, 2, 3 e 4) e suas coordenadas espaciais.

Adaptado de Yilmaz (2001).

Os parâmetros essenciais na aquisição sísmica estão numerados em círculos escuros

na figura 6 e são o intervalo entre pontos de tiro (1), de recepção, o intervalo entre canais ou

estações (2) e a distância entre fonte e receptor, conhecida como offset . O offset mínimo (3) é

a distância que separa a fonte e o canal mais próximo, já o offset máximo (4) é a que separa a

fonte e o canal mais afastado.

(26)

25

2.5 Processamento Convencional

O fluxo de processamento comumente segue etapas como: conversão do dado para

leitura nos softwares , carregamento de geometria, análise espectral (correção da divergência

esférica), ganhos específicos, análise de velocidades, deconvolução do pulso sísmico,

migração e filtros e ganhos. O processamento trata o dado de forma a atenuar ruídos

aumentando assim a razão sinal/ruído ( SNR ) e melhorando a resolução dos traços individuais

(KEAREY, P.; BROOKS, M.; HILL, I., 2009).

O primeiro passo, é a conversão do dado para o formato de leituras (dependência do

software usado), e na sequência, carrega-se a geometria. Esta etapa é muito importante, visto

que todo o processamento será comprometido caso haja erro na definição de seus parâmetros.

A edição dos traços consiste em eliminar os traços nos intervalos de interesse e o mute em

eliminar certos intervalos de tempo, diminuindo assim a carga de dados a ser processado.

A etapa de recuperação das amplitudes trata de compensar a perda natural que um

sinal sofre ao longo de sua trajetória. Essa perda ocorre de diferentes formas. Segundo o

dicionário do petróleo (FERNÁNDEZ Y FERNÁNDEZ E., PEDROSA JUNIOR O. A. e

PINHO A. C. de.) parte da energia oriunda da fonte sísmica é convertida em calor ao

atravessar um meio, fenômeno conhecido como absorção, e compreende dois fenômenos

conjugados: a atenuação intrínseca (decaimento da amplitude da onda) e a dispersão

(dependência da velocidade de propagação com a frequência). Tais fenômenos estão

relacionados à propriedades intrínsecas do meio e a correção desses efeitos torna-se atípica,

não sendo executadas num processamento convencional. A outra parte responsável pela

diminuição da amplitude do sinal, geralmente usado em etapas como esta, é conhecido como

espalhamento geométrico e está associado à expansão da frente da onda sísmica.

No efeito de

espalhamento geométrico (ou divergência esférica), a frente de onda se propaga no interior da

terra e se espalha, cobrindo áreas cada vez maiores em função do tempo. A energia distribuída

nessa frente permanece a mesma, e como é distribuída para áreas cada vez maiores ao se

afastar da fonte, a amplitude do pulso sísmico tende a decrescer. Em teoria, a recuperação é

tratada em função da distância percorrida (e/ou do tempo), onde o decaimento da amplitude

acontece de maneira uniforme para um meio homogêneo. Mesmo sendo tratado dessa forma,

(27)

26

correção da divergência esférica (que diferente de outros fenômenos, independe de

propriedades intrínsecas da rocha).

A deconvolução é comumente aplicada antes do empilhamento, trata-se de um filtro

inverso que é usado na tentativa de restaurar as frequências mais altas que foram atenuadas

destacando assim as reflexões. Ela trata de comprimir o pulso, atenuando ruído e energia

coerente indesejável (reverberações e múltiplas de curto período, por exemplo). Dito de outra

forma, aumenta a resolução vertical e produz uma representação da refletividade

subsuperficial, importante na obtenção do traço.

Determinar as velocidades sísmicas dos eventos sísmicos é a base da análise de

velocidades e sua determinação torna-se fundamental devido utilização em muitas etapas do

processamento e interpretação. No contexto sísmico, há diferentes tipos de velocidade

(intervalar/DIX, aparente, média, média quadrática/RMS, instantânea, de fase, de grupo,

stacking velocity , etc). Porém, a velocidade que pode ser obtida de forma confiável a partir de

dados sísmicos é a velocidade que produz o melhor empilhamento ( stacking velocity ), válida

para todos os offsets , devido esta apresentar uma melhor caracterização relacionada às curvas

de reflexão (YILMAZ, 2001; KEAREY, P.; BROOKS, M.; HILL, I., 2009). Diversos fatores

como: forma, pressão, saturação de fluido dos poros, temperatura, a rocha em si (composição

litológica), influenciam na variação de velocidade. Deste modo o conhecimento geológico

sobre o alvo é de suma importância. As informações sobre as velocidades são utilizadas na

correção de NMO, na correção de divergência esférica, etc.

A correção de NMO ( normal moveout ) trata sobre o atraso do tempo de chegada do

raio, em relação ao tempo duplo de incidência normal. A diferença entre o tempo duplo em

um dado offset e o tempo duplo zero-offset é chamado de normal moveout (NMO). Tal

correção é feita a partir da estimativa da velocidade executada anteriormente. Uma distorção

como consequência desta correção ocorre nos sinais sísmicos registrados em curtos intervalos

de tempos e longos offsets , conhecida por estiramento ( stretch ) do traço. Tal distorção é

passível de eliminação para não comprometer a qualidade dos dados no empilhamento.

A correção Dip-moveout (DMO) busca a correção do efeito de distorção dos

mergulhos dos refletores em subsuperfície. Na presença de refletores que possuem mergulho,

a seção empilhada não é idêntica a uma seção zero-offset . A correção DMO produz uma seção

empilhada melhor representativa em relação à seção zero-offset em comparação com o

empilhamento CMP convencional baseada somente na correção de NMO (YILMAZ, 2001).

(28)

27

O empilhamento, como próprio nome sugere, trata de empilhar vários traços sísmicos

de uma mesma CMP (técnica CDP, admitindo um modelo de terra com refletores planos e

horizontais e sem variação lateral de velocidades). Nesta etapa, os traços que já passaram pela

correção de NMO/DMO e silenciados (aplicação do mute ) para cada família CMP, são

somados e produzem um único traço. De acordo com Rosa (2010, p.98), a multiplicidade

relativa à técnica CDP faz com que os traços sísmicos de um agrupamento CMP possam ser

empilhados realçando as reflexões. Quão melhor forem executadas as velocidades de

empilhamento (stack), anteriormente estimadas na análise de velocidades, melhores serão os

resultados do empilhamento.

A etapa de migração faz com que as reflexões sísmicas que possuem mergulho

movam-se para suas verdadeiras posições em subsuperfície. A migração geralmente é

executada no domínio do tempo (simplicidade x custo) mas também pode ser executada no

domínio da profundidade. Na seção empilhada há o colapso das difrações, ocorrendo o

aumento da resolução espacial, e é produzido uma imagem sísmica da subsuperfície

(YILMAZ, 2001).

Durante o processamento filtros e ganhos são utilizados para obter melhorias

significativas no caráter sísmico. Dificilmente o processamento consegue eliminar todos os

efeitos indesejados de um dado. A figura 7 mostra as etapas como modelo de fluxo de

processamento convencional.

Figura 7 - Representação de um modelo de fluxo de processamento convencional.

(29)

28

2.6 Interpretação

Ao término das etapas de aquisição e processamento, é possível retirar/interpretar

informações acerca da geologia (dependência do conhecimento do intérprete) como a

existência de fraturas, falhas, ou até de um possível reservatório. Na etapa de interpretação os

dados sísmicos formam apenas uma base e são passíveis de integração aos dados geofísicos

não sísmicos (gravimétricos e magnetométricos, p.e), dados de poços, geológicos, etc. A

experiência do intérprete também pode fazer a diferença na qualidade do resultado da

pesquisa, visto que essas áreas estão em evolução e melhoria constante.

A interpretação dos dados sísmicos é então dada pela visualização dos refletores na

imagem obtida e servem para ”amarrar” o conhecimento (geofísico/geológico) integrado do

intérprete através das imagens oriundas das seções empilhadas, as quais definem as feições

geológicas e sua geometria como resultado obtido do emprego das etapas anteriores. Há duas

abordagens acerca da interpretação em seções sísmicas (análise estrutural e análise

estratigráfica) uma baseada em tempos de reflexão na análise da geometria e a outra na

análise de sequências de reflexão, sendo ambas assistidas por modelagem (KEAREY, P.;

BROOKS, M.; HILL, I., 2009, p.155). É válido ressaltar que deve haver uma interação entre a

aquisição, o processamento e a interpretação, juntamente com o alvo.

(30)

29

3 CONTEXTO GEOLÓGICO

A aquisição aconteceu próximo a costa do Rio de Janeiro e nas proximidades do Alto

do Rio Grande (RGR), em inglês Rio Grande Rise - região offshore sudeste do Brasil (figura

8), e fez parte de uma série de perfis de reflexão sísmica do projeto IPOD ( International

Phase Ocean Drilling ) no Oceano Atlântico. A região separa a Bacia de Santos, ao norte, da

Bacia de Pelotas, ao sul.

Figura 8: Mapa de localização da linha de aquisição WSA01 (trecho processado em vermelho), sobreposto ao mapa estrutural da margem continental do sul do Brasil e bacia oceânica adjacente, mostrando a localização do Alto do Rio Grande (onde a Elevação do Rio Grande está contida ou ainda a Cadeia do Rio Grande) em relação às principais características tectônicas.

Adaptado De Gamboa, L.A., Buffler, R.T. e Barker, P.F. (1983) e Seismic Project Information FM0106.

Em meados 1979 a University of Texas Institute for Geophysics (UTIG) teve a

proposta de coletar dados sísmicos para basear a perfuração durante o Deep Sea Drilling

Project (DSDP) e International Phase Ocean Drilling (IPOD) (Fase 72), através de perfis

sísmicos. O interesse exploratório da região é dado com o objetivo de descobrir e descrever a

região, bem como sua origem e estrutura, o qual permitiu estudos posteriores ( BARKER, P.F.,

(31)

30

BUFFLER, R.T., AND GAMBOA, L., 1983;

COULBOURN, W.T., 1983;

GAMBOA, L.A.,

BUFFLER, R.T. & BARKER, P.F., 1983; GAMBOA, L. A. P. & RABINOWITZ, P. D., 1984;

MOHRIAK et al., 2010; etc) para definição da estratigrafia local, das sequências sedimentares

bem como entendimento da origem e evolução do Alto do Rio Grande (interesse

exploratório).

A profundidade média na Cadeia do Rio Grande equivale a cerca de 2000m com

variações que podem superar os 4000m, e é formada por montes vulcânicos dentro da

sequência sedimentar do Cretáceo Superior ao Paleogeno (GAMBOA, L.A., BUFFLER, R.T.

& BARKER, P.F., 1983; GAMBOA, L. A. P. & RABINOWITZ, P. D., 1984). Existem em

diversas bibliografias ( BARKER, P.F., BUFFLER, R.T., AND GAMBOA, L., 1983;

COULBOURN, W.T., 1983;

GAMBOA, L.A., BUFFLER, R.T. & BARKER, P.F., 1983;

GAMBOA, L. A. P. & RABINOWITZ, P. D., 1984; como também em Mohriak et al., 2010)

que explanam sobre alguns furos de sondagens próximos ao local de aquisição da linha

sísmica WSA-01 (cujo trecho foi processado no presente trabalho, WSA-01tr3) onde mostram

litologia nas proximidades composta por uma sucessão de carbonatos pelágicos intercalados

com sedimentos vulcanogênicos e basaltos, típicos de fundo de oceano.

(32)

31

4 APLICAÇÃO DO MÉTODO SÍSMICO DE REFLEXÃO

As etapas de aquisição, processamento e interpretação representam o método sísmico

de reflexão e, assim como outros métodos geofísicos, devem ser realizadas de forma integrada

visando o alvo (estruturas em subsuperfície). A aquisição e escolha de parâmetros adequados

vão otimizar o fluxo de processamento para o imageamento dos alvos de interesse.

Visto suas características (por exemplo, ruídos, multiplicidade, forma de aquisição,

etc), cada dado é único. É necessário, portanto, um fluxo de processamento adequado para

otimização das imagens finais e escolha correta/adequada dos parâmetros inseridos no fluxo.

O fluxo de processamento utilizado (figura 9) foi desenvolvido com algumas alterações, mas

tomando como base um fluxograma de sísmica convencional (Vide figura 7) com o objetivo

de possibilitar o imageamento da subsuperfície.

Figura 9: Fluxograma de processamento sísmico comparado com outro fluxograma convencional semelhante; A) Utilizado no trecho da linha sísmica WSA-01tr3; B) Utilizado em Zaque (2011).

Adaptado de Zaque (2011).

A partir de processos específicos aplicados aos dados de campo a etapa de

processamento sísmico tem o objetivo de fornecer uma imagem satisfatória para a

(33)

32

4.1 Pré

p

rocessamento

O primeiro passo do fluxo de processamento foi carregar o dado (que foi gravado no

formato SEG-Y ) no ambiente do software ProMAX. Visto que o dado já encontrava-se

convertido no formato Seg-y, informações acerca da aquisição para uso de parametrização no

software são retiradas do relatório conforme exibidas na tabela 1.

Tabela 1 - Parâmetros da aquisição sísmica.

Receptor Hydrophone:Streamer; Hydrophone:Sonobuoy

Fonte AirGun:Bolt4200; Maxipulse

Datum WGS72

Profundidade (Receptor / Fonte) 8 / 10 (metros)

Número de Tiros 1774

Número de Canais 24 (Número de receptores) Intervalos (Receptor / Tiro) 50 metros (mesmo intervalo) Offset (Mínimo / Máximo) 316 / 1466 (metros)

Multiplicidade CMP 12

Número de CDP’s 3569

Fonte: Seismic Project Information FM0106 (acessado em setembro de 2018).

Para facilitar ainda mais a análise desses parâmetros, visto que alguns cálculos são

necessários (cálculo das células/celas, extensão da linha sísmica analisada, cobertura, etc), no

ProMAX há um módulo chamado Header Value Range Scan cujo foi usado para obter de

(34)

33

Lista 1: Lista dos parâmetros mais usados no processamento obtidas pelo Header Value Range Scan .

Fonte própria

No ProMAX as informações acerca da geometria podem ser vistas no módulo 2D

Marine Geometry Spreadsheet (cabeçalho), vide figura 10. Após execução deste passo, os

parâmetros da geometria são carregados nas planilha do software .

Figura 10 - Janela do módulo, onde informações acerca da geometria podem ser acessadas.

.

Fonte Própria.

Em seguida, com a geometria pré carregada, no ProMax foi utilizado o sort (com o

uso do canal mais próximo da fonte) e a ferramenta que mostra em tela a seção empilhada

( Trace Display) para gerar uma seção de offset mínimo (nesta fase também é possível

(35)

34

visualizar os traços em famílias de tiro comum - domínio do tiro - para edição e mute ),

conforme figura 11, também denominada de seção traço próximo.

Figura 11: Seção de offset mínimo (316m) como imagem auxiliar na análise de velocidades preliminar. A linha/faixa em vermelho é usada para definir o assoalho oceânico, usado na etapa de edição do dado (aplicação de top mute). As regiões limitadas nos quadros coloridos (cerca de 10km em escala horizontal), servirão como regiões utilizadas nas comparações entre etapas.

(36)

35

Esta figura 11 servirá como referência em termos de verificar reflexões mais claras

na primeira análise de velocidades, tendo em vista que para o intervalo de tempo escolhido

deve-se ter em mente os tempos de reflexão. Os quadrados coloridos presentes na figura 11

são trechos que servirão de análise para mostrar o efeito gerado após cada empilhamento. O

quadro em azul entre as CDPs 1134 e 1554 e tempo 4800 ms e 6200 ms, o quadro em

vermelho entre as CDPs 2674 e 3094 e tempo 4600 ms e 6000 ms e o quadro em amarelo

entre as CDPs 3234 e 3654 e tempo 4800 ms e 6200 ms. A parte interna do quadro representa

uma escala horizontal de aproximadamente 10km.

Cada etapa é aplicada em função do tipo de sinal que deseja-se eliminar (ruídos) e/ou

do sinal que deseja-se ressaltar. Sobre os dados da linha WSA-01tr3, duas seleções para

técnicas distintas de supressão de ruídos foram usadas logo no início do processamento: Uma

visando a eliminação da faixa ruidosa nos traços ( Pick Top Mute ) e a outra a eliminação de

traços ruidosos, com o silenciamento cirúrgico ( Sirurgical Mute ). Este, consistiu em uma

seleção de traços com baixíssima razão sinal/ruído, que podem ser devido ao desligamento ou

problemas no hidrofone (mau acoplamento dos hidrofones), traços com polaridade invertida,

traços com ruídos aleatórios diretamente relacionados a sinais transientes, etc. E aquele, em

selecionar a faixa dos ruídos acima do assoalho oceânico (linha em vermelho na figura 11),

como ondas diretas e ruídos inerentes da lâmina d'água. Após seleção, foram gerados tabelas

com essas informações para uso nos módulos Trace Muting ( top ) e Trace Kill/Reverse ( kill ).

Deve-se ter muito cuidado ao selecionar a faixa para o top mute e na etapa de remoção dos

traços, já visto que a aquisição do trecho WSA-01tr3 aconteceu em meados 1979 com baixa

cobertura sísmica (interfere na baixa razão sinal/ruído) e a depender da informação contida no

traço, possa ser de interesse em termos de sinal.

O carregamento da geometria é uma etapa básica que antecede o processamento

sísmico, e não deve ser negligenciada. Para efeitos de análise qualitativa da geometria

carregada, Salles (2011) cita a visualização de inúmeros gráficos e mapas que podem ser

gerados para simples conferência (grau de cobertura, disposição do arranjo, etc.) no ProMAX.

A definição de forma errônea (coordenadas da fonte ou dos receptores, número de canais,

intervalos de tiro/receptor, etc) acarretará na perda total ou parcial do que será feito nas etapas

posteriores.

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