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Acessibilidade e segurança nos projetos de combate a incêndio para edificação classificada como reunião de público: Estudo de caso da igreja matriz do município de São Paulo do Potengi/RN

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE

CENTRO DE TECNOLOGIA

DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA CIVIL

ERIVAN FRANCISCO DE MOURA JUNIOR

ACESSIBILIDADE E SEGURANÇA NOS PROJETOS DE

COMBATE A INCÊNDIO PARA EDIFICAÇÃO

CLASSIFICADA COMO REUNIÃO DE PÚBLICO:

ESTUDO DE CASO DA IGREJA MATRIZ DO MUNICÍPIO DE

SÃO PAULO DO POTENGI/RN

Natal-RN 2019

(2)

Erivan Francisco de Moura Junior

Acessibilidade e segurança nos projetos de combate a incêndio para edificação classificada como reunião de público:

Estudo de caso da Igreja Matriz do município de São Paulo do Potengi/RN

Trabalho de Conclusão de Curso na modalidade Monografia, submetido ao Departamento de Engenharia Civil da Universidade Federal do Rio Grande do Norte como parte dos requisitos necessários para obtenção do Título de Bacharel em Engenharia Civil.

Orientadora: Prof(a). Dr(a). Micheline Damião Dias Moreira

Coorientadora: M(a). Larissa Cavalcante de Araújo Mello

Natal - RN 2019

(3)

Moura Junior, Erivan Francisco de.

Acessibilidade e segurança nos projetos de combate a incêndio para edificação classificada como reunião de público: estudo de caso da igreja matriz do município de São Paulo do Potengi/RN / Erivan Francisco de Moura Junior. - 2019.

67 f.: il.

Monografia (graduação) - Universidade Federal do Rio Grande do Norte, Centro de Tecnologia, Curso de Engenharia Civil, Natal, RN, 2019.

Orientadora: Profa. Dra. Micheline Damião Dias Moreira. Coorientadora: Ma. Larissa Cavalcante de Araújo Mello.

1. Dispositivos de segurança - Monografia. 2. Combate ao incêndio - Monografia. 3. Acessibilidade - Monografia. 4. Plano de emergência - Monografia. I. Moreira, Micheline Damião Dias. II. Mello, Larissa Cavalcante de Araújo. III. Título.

RN/UF/BCZM CDU 634.0.432

(4)

Erivan Francisco de Moura Junior

Acessibilidade e segurança nos projetos de combate a incêndio para edificação classificada como reunião de público:

Estudo de caso da Igreja Matriz do município de São Paulo do Potengi/RN

Trabalho de Conclusão de Curso na modalidade Monografia, submetido ao Departamento de Engenharia Civil da Universidade Federal do Rio Grande do Norte como parte dos requisitos necessários para obtenção do Título de Bacharel em Engenharia Civil.

Aprovado em 29 de novembro de 2019:

___________________________________________________ Prof(a). Dr(a). Micheline Damião Dias Moreira – Orientadora

___________________________________________________ M(a). Larissa Cavalcante de Araújo Mello – Coorientadora

___________________________________________________ Prof. Me. Eckhard Mozart Bezerra da Costa – Examinador interno

___________________________________________________ Cap. do CBM/RN Daniel Gleidson do Nascimento– Examinador externo

Natal-RN 2019

(5)

DEDICATÓRIA

À minha muito querida e estimada avó Argemira Garcia [in memoriam], por ter sido a luz que me guiou durante todo o curso de graduação.

(6)

AGRADECIMENTOS

Faz-se necessário agradecer nominalmente àqueles que diretamente ou indiretamente, participaram, de alguma forma, na elaboração desta monografia. Desta forma, expresso aqui os meus mais sinceros agradecimentos:

À Deus, pelo dom da vida e por permitir que tudo isso acontecesse, concedendo-me a oportunidade de concluir mais uma etapa da minha vida acadêmica.

À minha orientadora prof(a). Dr(a). Micheline Damião, pelo incentivo, orientação, suporte e confiança depositada durante toda à elaboração desse trabalho.

À minha coorientadora M(a). Larissa Mello, por todas as suas contribuições que foram tão pertinentes. Toda sua colaboração foi fundamental no meu desenvolvimento profissional.

Aos meus pais, Erivan e Maria do Desterro, que sempre me incentivaram e me apoiaram em todas as minhas decisões.

Ao meu irmão Ericles Lopes, que sempre partilhou comigo os momentos mais difíceis da minha vida.

À Alanna Costa, por toda sua paciência nos meus momentos de desespero, por todo seu amor nos meus momentos de desânimo, e por todo seu incentivo nos meus momentos de descrença. Você é incrível.

Ao pároco Pe. Ramos, por toda confiança depositada em mim para o desenvolvimento deste trabalho.

A todos os meus amigos da Residência Universitária, do estágio e da vida, pela convivência e conhecimentos compartilhados.

A todos que, direta ou indiretamente, contribuíram com a realização deste trabalho, contribuindo também com a minha formação.

Muito obrigado!

Alegria, oração e gratidão são três atitudes que nos fazem viver de modo autêntico.

(7)

RESUMO

Acessibilidade e segurança nos projetos de combate a incêndio para edificação classificada como reunião de público:

Estudo de caso da Igreja Matriz do município de São Paulo do Potengi/RN

A ocorrência de incêndios em edificações é tema recorrente em noticiários. Tais desastres acabam muitas vezes por vitimar pessoas e destruir o patrimônio, além de macular a história e a sociedade. Este trabalho trata da elaboração de um projeto de combate a incêndio e pânico de uma igreja localizada no município de São Paulo do Potengi/RN, incluindo propostas que tornem os dispositivos de segurança acessíveis, garantindo uma evacuação rápida e segura dos ocupantes desta edificação. De forma a garantir esta evacuação eficiente, esse trabalho também apresenta um Plano de Emergência aplicado a edificação analisada, que organiza as ações a serem realizadas em caso de sinistro.

Palavras-chave: Dispositivos de Segurança. Projeto de combate ao incêndio. Acessibilidade. Plano de emergência.

(8)

ABSTRACT

Accessibility and safety in fire fighting projects for a building classified as a public meeting:

Case study of the Parish Church of São Paulo do Potengi / RN

The occurrence of fire in buildings is a recurring theme in news. Such disasters often end up victimizing people and destroying heritage, as well as tainting history and society. This work deals with the elaboration of a project to combat fire and panic of a church located in the city of São Paulo do Potengi/RN, including proposals that make the safety devices accessible, ensuring a fast and safe evacuation of the occupants of this building. In order to ensure this efficient evacuation, this work also presents an Emergency Plan applied to the analyzed building, which organizes the actions to be taken in case of an accident.

(9)

LISTA DE FIGURAS

FIGURA PÁG.

Figura 1 - Incêndio na Catedral de Notre-Dame – Paris/França 18 Figura 2 - Incêndio no Museu Nacional – Rio de Janeiro/RJ 18

Figura 3 - Incêndio na Igreja de Monte Santo/BA 19

Figura 4 - Resultado do Incêndio na Igreja Matriz de Monte Santo/BA 19 Figura 5 - Incêndio na área externa do Shopping Midway Mall - Natal/RN 20

Figura 6 - Fluxograma das Etapas Metodológicas 34

Figura 7 - Localização do Município de São Paulo do Potengi 35 Figura 8 - Construção da Igreja Matriz de São Paulo Apóstolo (SPP/RN) 36 Figura 9 - Igreja Matriz de São Paulo Apóstolo (SPP/RN) 37 Figura 10 - Exigências do CBM/RN para a Igreja Matriz de SPP/RN 39

Figura 11 - Luminária de Emergência 41

Figura 12 - Funcionamento de alarme sonoro: a) com som tradicional; b) com som direcional

47 Figura 13 - Alcance manual lateral, em metros, sem deslocamento do

tronco

48 Figura 14 - Cadeira de evacuação: a) acondicionada; b) em utilização 49 Figura 15 - Cadeira de Evacuação: a) com transferência do usuário; b)

sem transferência do usuário

49 Figura 16 – Indicações, em metros, para as rampas 50 Figura 17 - Sinalização de corrimão: a) em vista lateral; b) em vista

superior

50

Figura 18 - Sinalização de degrau isolado 51

Figura 19 - a) Disposição de cabos energizados no altar; b) Adequação por meio de canaletas de piso

51 Figura 20 - Fluxograma de procedimento de emergência contra incêndio 53

(10)

LISTA DE TABELAS

TABELA PÁG.

Tabela 1 - Histórico recente dos incêndios em locais de reunião de

público 16

Tabela 2 - Classificação das edificações e áreas de risco quanto à carga

de incêndio 23

Tabela 3 - Classificação das edificações quanto à altura 24 Tabela 4 - Classificação das edificações e áreas de risco quanto à

ocupação 25

Tabela 5 - Cargas de incêndio específicas por ocupação 26 Tabela 6 - Exigências para edificações com área menor ou igual a 750

m2 e altura inferior ou igual a 12,00 m 28

Tabela 7 - Religião da População Residente do Município de São Paulo

do Potengi 36

Tabela 8 - Levantamento arquitetônico da Igreja Matriz de SPP/RN 37 Tabela 9 - Exigências para edificações com área menor ou igual a 750

m2 e altura inferior ou igual a 12,00 m 40

Tabela 10 - Quantidades de luminárias de emergência por setor 42 Tabela 11 - Cálculo da população de cada setor da Igreja 43

Tabela 12 - Distância máxima de caminhamento 43

Tabela 13 - Composição mínima da brigada de incêndio por pavimento

ou compartimento 45

Tabela 14 - População fixa da Igreja Matriz de SPP/RN 45

LISTA DE EQUAÇÕES

EQUAÇÃO PÁG.

Equação (1) 29

(11)

SUMÁRIO 1. INTRODUÇÃO ... 13 1.1. CONSIDERAÇÕES INICIAIS ... 13 1.2. OBJETIVOS ... 14 1.2.1. Objetivo Geral ... 14 1.2.2. Objetivos Específicos ... 14 2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA ... 15 2.1. DO FOGO ... 15 2.2. DO INCÊNDIO ... 15

2.3. DOS INCÊNDIOS URBANOS EM LOCAIS DE REUNIÃO DE PÚBLICO . 16 2.4. DO COMPORTAMENTO HUMANO NAS SITUAÇÕES DE INCÊNDIO ... 20

2.5. DA SEGURANÇA CONTRA INCÊNDIO ... 21

2.6. DA LEGISLAÇÃO RELATIVA À SEGURANÇA CONTRA INCÊNDIO E PÂNICO 21 2.7. DO CÓDIGO DE SEGURANÇA CONTRA INCÊNDIO E PÂNICO DO ESTADO DO RIO GRANDE DO NORTE (CESIP/RN) ... 22

2.7.1. Instrução Técnica Nº 01/2018 do CBM/RN ... 22

2.7.1.1. Quanto à Carga de Incêndio ... 23

2.7.1.2. Quanto à Altura da Edificação ... 23

2.7.1.3. Quanto à Ocupação ... 24 2.7.2. Instrução Técnica Nº 10/2018 do CBM/RN ... 25 2.7.3. Instrução Técnica Nº 11/2018 do CBM/RN ... 25 2.7.4. Instrução Técnica Nº 14/2018 do CBM/RN ... 26 2.7.5. Instrução Técnica Nº 16/2018 do CBM/RN ... 26 2.7.6. Instrução Técnica Nº 17/2018 do CBM/RN ... 26 2.7.7. Instrução Técnica Nº 18/2018 do CBM/RN ... 27 2.7.8. Instrução Técnica Nº 20/2018 do CBM/RN ... 27 2.7.9. Instrução Técnica Nº 21/2018 do CBM/RN ... 27

(12)

2.7.10. Instrução Técnica Nº 43/2018 do CBM/RN ... 27

2.8. DAS MEDIDAS DE SEGURANÇA CONTRA INCÊNDIO ... 27

2.8.1. Controle de Materiais de Acabamento e de Revestimento ... 28

2.8.2. Saídas de Emergência ... 29

2.8.3. Brigada de Incêndio ... 29

2.8.4. Iluminação de Emergência ... 30

2.8.5. Sinalização de Emergência ... 31

2.8.6. Extintores ... 31

2.9. DA IMPORTÂNCIA DA ACESSIBILIDADE DOS MEIOS DE COMBATE AO INCÊNDIO 32 3. METODOLOGIA ... 33

4. RESULTADOS E DISCUSSÕES ... 35

4.1. PRIMEIRA ETAPA METODOLÓGICA – DEFINIÇÃO DA EDIFICAÇÃO E CARACTERIZAÇÃO DO LOCAL ... 35

4.2. SEGUNDA ETAPA METODOLÓGICA – LEVANTAMENTO ARQUITETÔNICO ... 37

4.3. TERCEIRA ETAPA METODOLÓGICA – EXIGÊNCIAS DO CBM/RN ... 38

4.4. QUARTA ETAPA METODOLÓGICA – ELABORAÇÃO DOS PROJETOS COMPLEMENTARES ... 41

4.4.1. Controle de Materiais de Acabamento e de Revestimento ... 41

4.4.2. Iluminação de Emergência ... 41

4.4.3. Saídas de Emergêngia ... 42

4.4.4. Extintores de Incêndio ... 43

4.4.5. Sinalização de Emergência ... 44

4.4.6. Brigada de Incêndio ... 45

4.5. QUINTA ETAPA METODOLÓGICA – ACESSIBILIDADE PARA OS DISPOSITIVOS DE SEGURANÇA ... 46

(13)

4.5.2. Acessibilidade aos Extintores ... 47

4.5.3. Cadeiras de Evacuação ... 48

4.5.4. Adequações Quanto a NBR 9050/2015 ... 50

4.6. SEXTA ETAPA METODOLÓGICA – ELABORAÇÃO DO PLANO DE EMERGÊNCIA ... 52

5. CONCLUSÃO ... 54

6. REFERÊNCIAS ... 55

(14)

1. INTRODUÇÃO

1.1. CONSIDERAÇÕES INICIAIS

A ocorrência de incêndio em uma edificação pode ter consequências catastróficas, com grandes danos patrimoniais e perdas humanas, além das diversas consequências sociais, culturais e históricas que são muitas vezes irreparáveis. O que torna esses sinistros tão trágicos é, dentre outras características, o fato de o fogo possuir uma propagação rápida e violenta. Outra característica comumente observada nessas tragédias é que, geralmente, as edificações não estão preparadas para garantir uma evacuação rápida e segura dos seus ocupantes quando da ocorrência de incêndios.

Por isso, é extremamente importante que as edificações sejam rigorosamente analisadas por profissionais legalmente habilitados, com conhecimento na identificação dos riscos da edificação, dos materiais retardadores da propagação do fogo, adotando assim as medidas de proteção contra incêndio mais eficientes para cada caso. Além disso, estes profissionais devem adotar medidas que também incluam as pessoas com deficiência, seja ela visual, auditiva, mental ou física, para que elas também sejam contempladas em um projeto de segurança contra incêndio bem elaborado.

Uma pesquisa realizada pela National Fire Incident Reporting System – NFIRS mostra que a deficiência física é o segundo fator que mais contribuiu para mortes em situações de incêndio. Esse estudo reflete a importância que deve ser ofertada a um projeto de combate ao incêndio acessível (U.S FIRE ADMINISTRATION, 2017).

Portanto, este trabalho pretende analisar uma edificação classificada como Local de Reunião de Público, especificamente a Igreja Matriz do município de São Paulo do Potengi/RN, e desenvolver um projeto de combate ao incêndio e pânico que seja acessível aos usuários, garantindo uma evacuação rápida, segura e eficiente, de seus ocupantes, inclusive os deficientes. Além disso, é proposto a elaboração de um plano de evacuação específico para o caso de sinistro nesta edificação.

(15)

1.2. OBJETIVOS

1.2.1. Objetivo Geral

Este trabalho tem como objetivo principal elaborar um projeto de combate a incêndio e pânico da Igreja Matriz de São Paulo Apóstolo localizada no município de São Paulo do Potengi (Rio Grande do Norte – Brasil), de forma a garantir uma evacuação rápida, segura e eficiente de todas as pessoas, inclusive as deficientes, tornando os dispositivos de combate ao incêndio mais acessíveis as pessoas que venham a frequentar este local.

1.2.2. Objetivos Específicos

a) Analisar o contexto social e histórico em que a Igreja Matriz de São Paulo do Potengi está inserida;

b) Realizar o levantamento arquitetônico da Igreja Matriz de São Paulo Apóstolo do município de São Paulo do Potengi;

c) Identificar os meios de combate ao incêndio e pânico exigidos pelo CBM/RN para o caso de edificações de reunião de público do tipo igreja;

d) Analisar quais exigências do CBM/RN estão sendo atendidas pela Igreja Matriz de São Paulo Apóstolo;

e) Realizar os projetos de prevenção e combate a incêndio e pânico necessários à Igreja Matriz de São Paulo Apóstolo;

f) Adequar quanto à acessibilidade os dispositivos de segurança contra incêndio da Igreja Matriz de São Paulo do Potengi.

g) Elaborar um Plano de Emergência para a Igreja Matriz de São Paulo Apóstolo que garanta uma evacuação rápida, segura e eficiente.

(16)

2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

Aqui será apresentado os principais conceitos que dizem respeito ao tema de segurança e combate ao incêndio e pânico em edificações de reunião de público, fornecendo os subsídios necessários ao desenvolvimento do trabalho em questão. Para isso, foi realizada uma revisão de literatura sobre o tema.

2.1. DO FOGO

A percepção do fogo como ciência é relativamente recente, tendo iniciado seus primeiros estudos na década de 80, com a criação da International Association for Fire Safety

Science (IAFSS). Essa Associação Internacional reuniu cientistas dos maiores institutos e

universidades do mundo para desenvolvimento de novos mecanismos que pudessem atuar com maior eficácia na prevenção e controle de incêndios (SEITO, 2008).

Porém, apesar dos grandes avanços obtidos na ciência do fogo, ainda não há consenso mundial para definir o conceito de fogo. E isso é constatado pelas diversas definições usadas em vários países do mundo (SEITO, 2008).

A ABNT NBR 13860 (1997, p. 06) define fogo como “processo de combustão caracterizado pela emissão de calor e luz”. Enquanto a Instrução Técnica 03 - Terminologia de Segurança contra Incêndio, do Corpo de Bombeiros Militar do Rio Grande do Norte, define fogo como sendo:

Uma reação química de oxidação (processo de combustão), caracterizada pela emissão de calor, luz e gases tóxicos. Para que o fogo exista, é necessária a presença de quatro elementos: combustível, comburente (normalmente o Oxigênio), calor e reação em cadeia (I.T. 03/2018 – CBM/RN, p. 20).

Independentemente das definições adotadas por determinados órgãos ou instituições, sabe-se que a propagação rápida e violenta do fogo pode causar muitos danos patrimoniais e perdas humanas, sociais, culturais e históricas que são muitas vezes irreparáveis.

2.2. DO INCÊNDIO

Os incêndios são fenômenos acidentais, onde diversos fatores contribuem para sua ocorrência. O início da reação de combustão se realiza na presença de um material combustível, aliado às condições atmosféricas e uma fonte de ignição, que é autossustentada pela produção de gases combustíveis e calor. Outro fator que tem parcela bastante significativa, tanto no surgimento quanto nas consequências de um incêndio, é o fator humano, caracterizado por atos e/ou omissões, constituindo-se também como o ente mais vulnerável desse processo (AQUINO, 2015).

(17)

Conforme define a ABNT NBR 13860 (1997, p. 07) o incêndio é o “fogo fora de controle”, enquanto que para a Instrução Técnica 03 - Terminologia de Segurança contra Incêndio do Corpo de Bombeiros Militar do Rio Grande do Norte (2018, p. 23) incêndio “é o fogo sem controle, intenso, o qual causa danos e prejuízos à vida, ao meio ambiente e ao patrimônio”.

2.3. DOS INCÊNDIOS URBANOS EM LOCAIS DE REUNIÃO DE PÚBLICO O histórico moderno de incêndios urbanos em locais de reunião de público se inicia na cidade de Chicago nos Estados Unidos da América (EUA), quando a ocorrência de um incêndio no Teatro Iroquois, em 30 de dezembro de 1903, vitimou 600 pessoas (GILL et al., 2008).

Outro incêndio registrado em locais de concentração de público, e que causou grande impacto emocional na população, ocorreu também nos EUA, no dia 4 de março de 1908 na Escola Elementar Collinwood, na cidade de Lake View, vitimando 172 crianças, 2 professores e 1 socorrista. Este incêndio mobilizou a população americana quanto à necessidade de implantação e melhoria dos códigos, normas e a necessidade do exercício constante de treinamento para evacuação de pessoas (DEADOHIO, 2012).

A fim de tornar mais completa a apresentação do tema, entende-se ser de grande utilidade, buscar paralelos e exemplos sobre situações equiparadas em incêndios ocorridos em locais de reunião de público. A Tabela 1 mostra o histórico dos principais incêndios em locais de reunião de público em diversas cidades do Brasil e do mundo (NUNES et al., 2018).

Tabela 1 - Histórico recente dos incêndios em locais de reunião de público

LOCAL DO

INCÊNDIO DATA MORTOS FERIDOS

CAUSAS DO

INCÊNDIO OBSERVAÇÕES

EUA, Detroit, Michigan 20/09/1929 22 50

Descarte irregular de cigarros Materiais inflamáveis no local EUA, Natchez, Mississippi boate Rhythm Night Club

23/04/1940 209 Centenas Acidental -

EUA, Boston boate

Cocoanut Grove 28/11/1942 492 Centenas Acidental - Brasil, Niterói-Rio de

Janeiro GranCircus Norte-Americano

15/12/1961 500 1.500 Incêndio criminoso

70% das vítimas eram crianças França,

Saint-Laurent-duPont, Club Cinq-Sept 01/11/1970 146 180 Acidental

Vítimas entre 17 e 30 anos

EUA, Kentucky, Southgate, Beverly Hills

Supper Club

28/05/1977 165 200 - Grande quantidade de

fumaça EUA, Nova York, Happy

Land 25/03/1990 87 Centenas

Incêndio

criminoso Homicídio Fonte: TEIXEIRA e CARDOSO (2014).

(18)

Tabela 1 - Histórico recente dos incêndios em locais de reunião de público

LOCAL DO

INCÊNDIO DATA MORTOS FERIDOS

CAUSAS DO

INCÊNDIO OBSERVAÇÕES

Argentina, no bairro de Olivos, em Buenos Aires,

Discoteca Kheyvis

12/1993 17 - - -

China, Fuxin 1994 200 - - -

Filipinas, Quezon City, Ozone Disco Club

18/03/1996 162 95 Equipamento de som Condenação de proprietários, funcionários e, agentes públicos México, Discoteca Lobohombo

10/2000 20 - - Local não possuía

número suficiente de saídas de emergência

China, Luoyang 2000 300 - - Sala de festas

Brasil, Belo Horizonte, Minas Gerais

12/2001 6 341 Pirotecnia Fogos de artifício Peru, Lima, Discoteca

Utopia 20/07/2002 28 - Pirotecnia - Venezuela, Caracas, Clube La Goajira 12/2002 50 - - Boate lotada EUA, Chicago, E2 Nightclub Stampede

17/02/2003 21 50 Pirotecnia Tumulto e pânico EUA, Rhode Island, West

Warwick, boate The Station

20/02/2003 100 200 Pirotecnia Integrante da banda ativou fogos no palco Argentina, Buenos Aires,

boate República Cromãnón

30/12/2004 194 Centenas Pirotecnia Mais de três mil pessoas no local Brasil, São Paulo,

Olímpia

11/2006 - - Pirotecnia -

Lisboa, Discoteca 2007 6 60 Gás de pimenta Pânico no local Equador, Quito,

Discoteca Factory

04/2008 13 15 Pirotecnia -

China, Shenzhen, Guangdong

21/09/2008 43 88 Pirotecnia 300 pessoas no local Tailândia, Bangkok 1/01/2009 66 222 Pirotecnia Início no teto do

palco Rússia, Perm, boate

Lame Horse

5/12/2009 109 134 Pirotecnia Fuga desordenada das pessoas Tailândia, Phuket 17/08/2012 4 20 - Incêndio no início da

madrugada Espanha, Madri, no

ginásio Madri Arena

31/10/2012 3 2 - Festa de Halloween,

as vítimas tinham entre 18 e 25 anos Brasil, Rio Grande do

Sul, Santa Maria, boate Kiss

27/01/2013 242 500 Pirotecnia Asfixiadas por gases tóxicos

Fonte: TEIXEIRA e CARDOSO (2014).

Alguns outros incêndios de grandes proporções aconteceram após os incêndios apresentados na tabela anterior. No cenário mundial, o incêndio na Catedral de Notre-Dame, em Paris (França), acontecido no dia 15 de abril de 2019, destruiu todo o telhado, demoliu parte

(19)

da abóbada e levou ao desabamento o pináculo da Catedral. A Figura 1 ilustra o incêndio da referida Catedral.

Fonte: <https://exame.abril.com.br/mundo/veja-videos-e-fotos-do-incendio-na-catedral-de-notre-dame/>. Acesso em: 26 de abril de 2019.

No Brasil, o incêndio do Museu Nacional (enquadrado também como local de reunião de público, segundo a I.T. 01/2018 - CBM/RN), no Rio de Janeiro, ocorreu na noite do dia 02 de setembro de 2018. Não vitimou nenhuma pessoa, porém estima-se que 90% do acervo, dos mais de 20 milhões de itens, tenha sido destruído. A Figura 2 mostra o incêndio do Museu Nacional.

Figura 2 - Incêndio no Museu Nacional – Rio de Janeiro/RJ

Fonte:< https://g1.globo.com/rj/rio-de-janeiro/noticia/2018/09/02/incendio-atinge-a-quinta-da-boa-vista-rio.ghtml >. Acesso em: 28 de abril de 2019.

Outro caso de incêndio ocorrido este ano, foi o da Igreja Matriz de Monte Santo, cidade localizada à 360 quilômetros de Salvador. Tal desastre aconteceu na madrugada do sábado 30

(20)

de abril. Segundo Zeliomar Almeida, secretário de Agricultura, Meio Ambiente, Recursos Hídricos e Ordem Pública, os moradores apagaram as chamas, tendo em vista a inexistência de unidade do Corpo de Bombeiros na cidade. Como a maioria das igrejas e templos religiosos não possuem medidas adequadas de combate a incêndio, o sinistro demorou a ser controlado e consumiu o altar, algumas cortinas e boa parte do telhado, destruindo parte da igreja que foi construída em 1927. A Figura 3 mostra a igreja durante o incêndio, e a Figura 4 mostra como ficou a igreja após o incêndio.

Figura 3 - Incêndio na Igreja de Monte Santo/BA

Fonte: < https://www.interiordabahia.com.br/2019/04/20/incendio-destroi-igreja-catolica-de-monte-santo-no-sertao-da-bahia/>. Acesso em: 28 de abril de 2019.

Figura 4 - Resultado do Incêndio na Igreja Matriz de Monte Santo/BA

Fonte: <http://www.montesanto.net/?area=noticias&id=2389>. Acesso em: 28 de abril de 2019.

No cenário estadual também teve o caso do incêndio ocorrido no Shopping Midway Mall, na tarde do dia 29 de abril de 2019, onde não houve vítimas, mas causou muitos danos em parte do estacionamento e nas instalações elétricas e hidrossanitárias de uma das

(21)

subestações da área externa. A Figura 5 mostra como estava a área externa do shopping durante o incêndio.

Figura 5 - Incêndio na área externa do Shopping Midway Mall - Natal/RN

Fonte: <https://www.correiobraziliense.com.br/app/noticia/brasil/2019/04/29/interna-brasil,752212/incendio-atinge-o-maior-shopping-de-natal-lojas-precisaram-ser-evacua.shtml>. Acesso em: 30 de abril de 2019.

2.4. DO COMPORTAMENTO HUMANO NAS SITUAÇÕES DE INCÊNDIO O estudo do comportamento humano em situações de incêndio é importante tanto para definir os procedimentos utilizados para evacuar a edificação, como para delimitar as normas para estabelecer parâmetros da rota de fuga e das saídas de emergência. Na ocorrência de incêndio, os ocupantes da edificação procuram evadir-se do local o mais rápido possível; e diante dessa situação, a simples decisão de escolher entre duas ou mais rotas de fuga, pode vir a causar interferência emocional e gerar situação de pânico (TEXEIRA, 2013).

Ainda sobre esse tema Texeira (2013) afirma o seguinte:

Normalmente, as pessoas demoram a reagir diante de uma situação de incêndio, como se estivessem paralisadas nos primeiros minutos, não acreditando que estejam sendo envolvidas numa situação de risco grave. Um dos fatores cruciais é a informação disponível associada ao tempo, pelo recebimento tardio do aviso de incêndio, quando as situações de fogo e fumaça estão mais severas, para se buscar uma resposta. O descobrimento sobre a gravidade do incêndio, qual a direção a seguir, muitas vezes em ambiente com fumaça, tende a gerar muita tensão nervosa.

Segundo Araujo (2008) a maior parte das pessoas que sobrevivem às situações de incêndio e pânico não é a parcela mais jovem e forte dos ocupantes, e sim a que estiver mais consciente e preparada para agir de maneira correta nessas situações. Esse comportamento só

(22)

pode ser adquirido através de treinamento específico, no caso, de abandono de área em situações de emergência. Os sistemas de combate a incêndios devem estar em perfeitas condições de uso, bem projetados e instalados, e o pessoal da equipe de emergência bem treinada para aplicar o plano de abandono desenvolvido para a edificação.

Portanto, observa-se que as características locais da edificação, como localização das rotas de fuga, disposição dos meios de combate a incêndios, associadas à instrução adequada de como agir nessas determinadas situações são características que influenciam significativamente no comportamento dos ocupantes, possuindo assim ligação direta com as consequências finais do sinistro.

2.5. DA SEGURANÇA CONTRA INCÊNDIO Conforme Texeira (2013, p. 35):

O desenvolvimento das atividades inerentes a segurança contra incêndio envolve inúmeras pessoas em diversos países. A ciência e tecnologia desenvolvida nessa área de conhecimento evoluem rapidamente, com ajuda de laboratórios de pesquisa e desenvolvimento de serviços e produtos utilizados no combate às chamas. Trata-se de uma tendência internacional a exigência de novos materiais resistentes ao fogo, devidamente testados e analisados anteriormente ao seu uso e aplicação nas edificações. Para acompanhar o avanço dos materiais e produtos, a legislação e os códigos de segurança vêm sendo alterados constantemente, sendo substituídos por versões mais completas para proteção dos usuários das edificações.

Embora de caráter acidental, o incêndio é previsível e também evitável. Notadamente nas edificações, a prevenção contra incêndios começa a partir da concepção arquitetônica, onde o arranjo dos sistemas construtivos, aliada à escolha dos materiais, terá grande influência na determinação de condições propícias ao início de um incêndio, sua propagação e generalização, difusão de fumaça e calor e também na evacuação e ações de combate ao fogo (AQUINO, 2015).

2.6. DA LEGISLAÇÃO RELATIVA À SEGURANÇA CONTRA INCÊNDIO E PÂNICO

Dois grandes incêndios foram marcos na legislação de combate ao incêndio e pânico no Brasil, foram eles o do edifício Andraus (em São Paulo, no ano de 1972, deixando 16 mortos e 336 feridos) e o incêndio do edifício Joelma (também em São Paulo, no ano de 1974, deixando 179 mortos e 320 feridos). Pela semelhança dos acontecimentos e proximidade espacial e temporal, o incêndio no edifício Joelma causou grande impacto, dando início ao processo de reformulação das medidas de segurança contra incêndios (NEGRISOLO, 2011).

(23)

Essa reformulação, que ocorreu na legislação da cidade de São Paulo quanto as questões de medidas de segurança contra incêndio, modificaram o cenário da segurança destes sinistros em todo o Brasil. Como consequência desse novo ordenamento, a legislação aplicada à segurança contra incêndio no estado do Rio Grande do Norte se tornaria uma das mais antigas do país (AQUINO, 2015).

No dia 09 de dezembro de 1974, foi publicada no Diário Oficial do Estado do RN, a Lei Estadual nº 4.436, criando no Corpo de Bombeiros o Serviço Técnico de Engenharia, órgão encarregado de analisar os projetos de segurança contra incêndio no estado do Rio Grande do Norte. Tal lei foi regulamentada pelo Decreto nº 6.576, de 03 de janeiro de 1975, publicado no Diário Oficial Estadual no dia 17 de janeiro de 1975, estabelecendo as Normas de Prevenção e Combate a Incêndios – NPCI (AQUINO, 2015).

Após isso, apenas em 07 de agosto de 2017, 44 anos depois, foi publicada a Lei Complementar nº 601 revogando a Lei Estadual nº 4.436 de 1974 e instituindo o Código Estadual de Segurança Contra Incêndio e Pânico do RN (CESIP/RN), tendo como finalidade prevenir e promover medidas de segurança contra incêndio e pânico nas edificações, áreas de risco e estruturas provisórias.

2.7. DO CÓDIGO DE SEGURANÇA CONTRA INCÊNDIO E PÂNICO DO ESTADO DO RIO GRANDE DO NORTE (CESIP/RN)

O CESIP/RN trouxe em seu texto de lei, uma abordagem mais administrativa do Corpo de Bombeiros, apresentando os seus autos e certificados, além de abordar as infrações e as sanções em casos de descumprimento de medidas cabíveis. A abordagem de caráter técnico ficou à cargo das Instruções Técnicas, definidas como sendo um ato administrativo de cunho normativo, expedido pelo CBM/RN com a finalidade de disciplinar a aplicação das exigências técnicas e medidas de segurança de prevenção de incêndio e pânico, nos termos da legislação em vigor (CESIP/RN, 2017).

2.7.1. Instrução Técnica Nº 01/2018 do CBM/RN Como expõe Aquino (2015, p. 31):

Para uma racional determinação das exigências quanto aos meios adequados à segurança contra incêndio torna-se necessário o estabelecimento de parâmetros para a classificação do risco de incêndio das edificações e de áreas sujeitas à incidência de incêndio.

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Nesse sentido, a Instrução Técnica 01 – Parte I – Procedimentos Gerais e Classificação das Edificações do Corpo de Bombeiros Militar do Rio Grande do Norte (2018), classifica as edificações e áreas de risco conforme segue:

• Quanto à carga de incêndio; • Quanto à altura;

• Quanto à ocupação.

2.7.1.1. Quanto à Carga de Incêndio

Aquino (2015, p. 15) afirma:

Atualmente, a classificação do risco de incêndio das edificações está baseada, entre outros fatores, na carga de incêndio dos materiais construtivos e no conteúdo das edificações. Esse parâmetro consiste na verificação da soma das energias caloríficas possíveis de serem liberadas pela combustão completa de todos os materiais combustíveis em um espaço, inclusive os revestimentos das paredes, divisórias, pisos e tetos. A unidade de medida para a carga de incêndio é estabelecida em Megajoule (MJ), sendo especificada por unidade de área pelo conceito de carga de incêndio específica em Megajoule por metro quadrado (MJ/m²).

A Instrução Técnica nº 01 – Parte I, fornece uma tabela que classifica as edificações e áreas de risco, relacionando o risco de incêndio (baixo, médio e alto) com a carga de incêndio (em MJ/m). A

Tabela 2 apresenta a classificação das edificações e áreas de risco quanto à carga de incêndio.

Tabela 2 - Classificação das edificações e áreas de risco quanto à carga de incêndio

RISCO CARGA ESPECÍFICA DE INCÊNDIO [MJ/m²]

Baixo Até 300 MJ/m²

Médio Entre 300 e 1200 MJ/m²

Alto Acima de 1200 MJ/m²

Fonte: Tabela 3 da I.T. 01/2018 – CBM/RN (adaptado).

2.7.1.2. Quanto à Altura da Edificação

Sobre esse tema Aquino (2015, p. 15) expõe:

Além da classificação pela carga de incêndio, os corpos de bombeiros do Brasil levam em consideração a dificuldade de operacionalizar suas atividades em edificações altas, atribuindo exigências complementares às edificações de acordo com altura.

A altura de uma edificação é determinada sob o ponto de vista de dois aspectos. O primeiro aspecto é que, para fins de exigências das medidas de segurança contra incêndio, a altura da edificação é a medida em metros do piso mais baixo ocupado ao piso do último pavimento. Sob o segundo aspecto tem-se, para fins de saída de emergência, que a altura da

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edificação é a medida em metros entre o ponto que caracteriza a saída do nível de descarga ao piso do último pavimento, podendo ser ascendente ou descendente (I.T. 01/2018 – CBM/RN, p. 02).

Ressalta-se que a Instrução Técnica nº 01, também faz a ressalva de que para a mensuração da altura da edificação não serão considerados:

1. Os subsolos destinados exclusivamente a estacionamento de veículos, vestiários e instalações sanitárias, áreas técnicas sem aproveitamento para quaisquer atividades ou permanência humana;

2. Pavimentos superiores destinados, exclusivamente, a áticos, casas de máquinas, barriletes, reservatórios de água e assemelhados;

3. Mezaninos cuja área não ultrapasse a 1/3 (um terço) da área do pavimento onde se situa;

4. O pavimento superior da unidade duplex do último piso de edificação de uso residencial.

Na Tabela 3 é apresentada a classificação das edificações conforme sua altura.

Tabela 3 - Classificação das edificações quanto à altura

TIPO DENOMINAÇÃO ALTURA

I Edificação Térrea Um pavimento

II Edificação Baixa H ≤ 6,00 m

III Edificação de Baixa-Média Altura 6,00 m ≤ H ≤ 12,00 m IV Edificação de Média Altura 12,00 m ≤ H ≤ 23,00 m

V Edificação Medianamente Alta 23,00 m ≤ H ≤ 30,00 m

VI Edificação Alta Acima de 30,00 m

Fonte: Tabela 2 da I.T. 01/2018 - CBM/RN (adaptado).

2.7.1.3. Quanto à Ocupação

Tendo o objetivo de conferir uma divisão racional das edificações no que se refere ao tipo de uso, o Corpo de Bombeiros do Rio Grande do Norte, através de sua Instrução Técnica 01 – Parte I – Procedimentos Gerais e Classificação das Edificações, dividiu as ocupações em doze grupos de ocupações com seus respectivos exemplos. A Tabela 4 mostra a classificação quanto à ocupação de determinadas edificações de reunião de público.

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Tabela 4 - Classificação das edificações e áreas de risco quanto à ocupação

GRUPO OCUPAÇÃO/USO DIVISÃO DESCRIÇÃO EXEMPLOS

F Local de Reunião de Público F-1 Local onde há objeto de valor inestimável

Museus, centro de documentos históricos, galerias de arte, bibliotecas e

assemelhados

F-2 Local religioso e velório

Igrejas, capelas, sinagogas, mesquitas, templos, cemitérios, crematórios,

necrotérios, salas de funerais e assemelhados

F-3 Centro esportivo e de exibição

Arenas em geral, estádios, ginásios, piscinas, rodeios, autódromos, sambódromos, pista de patinação e assemelhados. Todos com arquibancadas

F-4

Estação e terminal de

passageiro

Estações rodoferroviárias e marítimas, portos, metrô, aeroportos, heliponto,

estações de transbordo em geral e assemelhados

F-5 Arte cênica e auditório

Teatros em geral, cinemas, óperas, auditórios de estúdios de rádio e

televisão, auditórios em geral e assemelhados

F-6 Clubes sociais e diversão

Boates, clubes em geral, salões de baile, restaurantes dançantes, clubes sociais, bingo, bilhares, tiro ao alvo, boliche e

assemelhados F-7 Construção

provisória Circos e assemelhados F-8 Local para

refeição

Restaurantes, lanchonetes, bares, cafés, refeitórios, cantinas e assemelhados F-9 Recreação

pública

Jardim zoológico, parques recreativos e assemelhados

F-10

Exposição de objetos ou

animais

Salões e salas para exposição de objetos ou animais. Edificações permanentes Fonte: Tabela 1 do Anexo Único da I.T. 01/2018 - CBM/RN (adaptado).

2.7.2. Instrução Técnica Nº 10/2018 do CBM/RN

Esta Instrução Técnica tem o objetivo de estabelecer as condições a serem atendidas pelos materiais de acabamento e de revestimento empregados nas edificações, para que, na ocorrência de incêndio, restrinjam a propagação de fogo e o desenvolvimento de fumaça (CBM/RN, 2018).

2.7.3. Instrução Técnica Nº 11/2018 do CBM/RN

A I.T. nº 11/2018 – Saídas de Emergência estabelece os requisitos mínimos necessários para o dimensionamento das saídas de emergência, para que sua população possa abandonar a edificação, em caso de incêndio ou pânico, completamente protegida em sua integridade física e permitir o acesso de guarnições de bombeiros para o combate ao fogo ou retirada de pessoas (CBM/RN, 2018).

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2.7.4. Instrução Técnica Nº 14/2018 do CBM/RN

Para que uma edificação seja classificada quanto ao seu risco, se faz necessário definir a carga de incêndio específica da edificação. Para isso recorre-se ao Anexo A da Instrução Técnica 14 – Carga de Incêndio nas Edificações e Áreas de Risco, do Corpo de Bombeiros Militar do Rio Grande do Norte (2018), que relaciona uma carga de incêndio para cada tipo de edificação, conforme ilustra a Tabela 5.

Tabela 5 - Cargas de incêndio específicas por ocupação

OCUPAÇÃO/USO DESCRIÇÃO DIVISÃO

CARGA DE INCÊNDIO [MJ/m²] Locais de Reunião de Público Bibliotecas F-1 2000

Cinemas, teatros e similares F-5 600

Circos e assemelhados F-7 500

Centros esportivos e de exibição F-3 150 Clubes sociais, boates e similares F-6 600 Estações e terminais de passageiros F-4 200

Exposições F-10 Adotar Anexo

B ou C

Igrejas e templos F-2 200

Lan house, jogos eletrônicos F-6 450

Museus F-1 300

Restaurantes F-8 300

Fonte: Anexo A da I.T. 14/2018 - CBM/RN (adaptado).

2.7.5. Instrução Técnica Nº 16/2018 do CBM/RN

Esta Instrução Técnica estabelece os requisitos para a elaboração, manutenção e revisão de um plano de emergência contra incêndio, visando proteger a vida, o meio ambiente e o patrimônio, bem como viabilizar a continuidade dos negócios. Além disso, tem o objetivo de nortear a elaboração dos documentos forneçam as informações operacionais das edificações ou áreas de risco ao Corpo de Bombeiros para otimizar o atendimento de ocorrências (CBM/RN, 2018).

2.7.6. Instrução Técnica Nº 17/2018 do CBM/RN

A I.T. 17/2018 estabelece as condições mínimas para a composição, formação, implantação, treinamento e reciclagem da brigada de incêndio e os requisitos mínimos para o dimensionamento da quantidade de bombeiro civil, para atuação em edificações e áreas de risco no Estado do Rio Grande do Norte, na prevenção e no combate ao princípio de incêndio, abandono de área e primeiros socorros, visando, em caso de sinistro, proteger a vida e o

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patrimônio, reduzir os danos ao meio ambiente, até a chegada do socorro especializado, momento em que poderá atuar no apoio (CBM/RN, 2018).

2.7.7. Instrução Técnica Nº 18/2018 do CBM/RN

O objetivo desta Instrução Técnica é fixar as condições necessárias para o projeto e instalação dos sistemas possíveis de serem utilizados para iluminação de emergência em edificações e áreas de risco (CBM/RN, 2018).

2.7.8. Instrução Técnica Nº 20/2018 do CBM/RN

Esta Instrução Técnica do CBM/RN fixa as condições exigíveis que devem satisfazer o sistema de sinalização de emergência em edificações e áreas de risco, tendo como finalidade reduzir o risco de ocorrência de incêndio, alertando para os riscos existentes e garantir que sejam adotadas ações adequadas à situação de risco, que orientem as ações de combate e facilitem a localização dos equipamentos e das rotas de saída para abandono seguro da edificação em caso de incêndio (CBM/RN, 2018).

2.7.9. Instrução Técnica Nº 21/2018 do CBM/RN

A I.T. 21/2018 tem o objetivo de estabelecer critérios para proteção contra incêndio em edificações e áreas de risco por meio de extintores de incêndio (portáteis ou sobrerrodas), para o combate a princípios de incêndios (CBM/RN, 2018).

2.7.10. Instrução Técnica Nº 43/2018 do CBM/RN

Esta Instrução Técnica visa estabelecer medidas para as edificações existentes a serem adaptadas, visando atender às condições necessárias de segurança contra incêndio, bem como permitir condições de acesso para as operações do Corpo de Bombeiros.

2.8. DAS MEDIDAS DE SEGURANÇA CONTRA INCÊNDIO

A adoção dos meios utilizados para atender os objetivos da segurança contra incêndio são obtidos através de medidas que devem ser adequadas às características das edificações e áreas de risco. Nos aspectos relacionados à construção, notadamente quanto à área construída, materiais utilizados e altura da edificação, como também em relação à finalidade da ocupação. Essas características das edificações serão consideradas na análise dos riscos inerentes aos incêndios, caracterizando a necessidade dos meios de proteção adequados à suas vulnerabilidades (AQUINO, 2015).

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Dentre as muitas medidas de segurança contra incêndio apresentadas pelo item 10.1 da I.T. nº 01/2018 do CBM/RN como detecção automática de incêndio, alarme de incêndio, chuveiros automáticos, chuveiros automáticos, hidrantes, etc. serão apresentadas aqui apenas as medidas de segurança consideradas básicas, conforme mostra a Tabela 6.

Tabela 6 - Exigências para edificações com área menor ou igual a 750 m2 e altura inferior ou igual a 12,00 m

MEDIDAS DE SEGURANÇA CONTRA INCÊNDIO A, D, E e G B C F-2, F-3, F-4, F-6 e F-8 F-1 e F-5 F-9 e F-10 H-1, H-4 e H-6 H-2, H-3 e H-5 I e J L-1 Controle de Materiais de Acabamento - X - X X - - X - X Saídas de Emergência X X X X X X X X X X Iluminação de Emergência X¹ X² X¹ X³ X³ X³ X¹ X¹ X¹ - Sinalização de Emergência X X X X X X X X X X Extintores X X X X X X X X X X Brigada de Incêndio - - - X 4 X4 X4 - - - X

Fonte: Tabela 5 do Anexo Único da I.T. 01 do CBM/RN, 2018 (adaptado).

As notas 3 e 4 serão transcritas a seguir:

• Nota 3: Para edificação com lotação superior a 50 pessoas ou edificações com mais de dois pavimentos; (como a edificação em questão possui uma lotação superior a 50 pessoas, a medida de iluminação de emergência se aplicará);

• Nota 4: Exigido para lotação superior a 100 pessoas; (como a edificação em questão possui uma lotação superior também a 100 pessoas, a medida de brigada de incêndio também se aplicará).

Outra nota desta tabela que se faz necessário registrar é a Nota “E”, que exige que as instalações elétricas e o SPDA devem estar em conformidade com as normas técnicas oficiais, porém este trabalho não realizará o estudo destes dois aspectos.

2.8.1. Controle de Materiais de Acabamento e de Revestimento

Conforme a Instrução Técnica nº 10/2018 – Controle de Materiais de Acabamento e de Revestimento, do CBM/RN, quando da apresentação do Projeto Técnico, devem ser indicadas em planta baixa e respectivos cortes, correspondentes a cada ambiente, ou em notas específicas, as classes dos materiais de piso, parede, teto e forro.

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2.8.2. Saídas de Emergência

As larguras das saídas de emergência são obtidas em função da quantidade de pessoas que por elas devem transitar. Nesse sentido, faz-se necessário calcular a população total em que a ocupação estará submetida, e para auxiliar neste cálculo a Instrução Técnica nº 11/2018 – Saídas de Emergência, do CBM/RN, observa em sua Nota (Q) do Anexo “A” que “para os locais que possuam assento do tipo banco (assento comprido, para várias pessoas, com ou sem encosto) o parâmetro para cálculo de população é de 1 pessoa por 0,50 m linear” (CBM/RN, 2018). Enquanto que na Tabela 1 do Anexo “A” da mesma instrução técnica, o cálculo de população em Igrejas e locais religiosos deve considerar 1 pessoa por m² de área.

A largura das saídas é calculada pela Equação (1):

𝑁 =𝑃

𝐶 (1)

Onde:

• N → Número de unidades de passagem, arredondado para número inteiro imediatamente superior;

• P → População;

• C → Capacidade da unidade de passagem.

Para tanto, é muito importante a definição dos seguintes conceitos:

• Unidade de Passagem: Largura mínima para a passagem de um fluxo de pessoas, fixada em 0,55 m (CBM/RN, 2018);

• Capacidade de uma Unidade de Passagem: É o número de pessoas que passa por esta unidade em 1 minuto.

Por fim, a largura mínima da saída é calculada pela multiplicação do número de unidades de passagem (N) pelo fator 0,55, resultando na quantidade, em metros, da largura mínima total das saídas (CBM/RN, 2018).

2.8.3. Brigada de Incêndio

A Instrução Técnica 17 – Brigada de Incêndio, do CBM/RN, estabelece as condições mínimas para a composição, formação, implantação, treinamento e reciclagem da brigada de incêndio e os requisitos mínimos para o dimensionamento da quantidade de bombeiro civil, para atuação em edificações e áreas de risco, na prevenção e no combate ao princípio de

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incêndio, abandono de área e primeiros socorros, visando, em caso de sinistro, proteger a vida e o patrimônio, reduzir os danos ao meio ambiente, até a chegada do socorro especializado, momento em que poderá atuar no apoio.

Além dos critérios básicos para a seleção de candidatos a brigadista, essa I.T. define a organização funcional da brigada em:

a. Brigadista; b. Líder;

c. Chefe da edificação ou do turno; d. Coordenador geral.

2.8.4. Iluminação de Emergência

A Instrução Técnica nº 18/2018 – Iluminação de Emergência, do CBM/RN, tem o objetivo de “Fixar as condições necessárias para o projeto e instalação do sistema de iluminação de emergência em edificações e áreas de risco”. Apresenta três medidas possíveis de serem utilizadas, são elas:

a. Grupo Motogerador;

b. Sistema Centralizado com Baterias; c. Conjuntos de Blocos Autônomos.

Por outro lado, a ABNT NBR 5413/1992 apresenta um conceito muito importante, o conceito de iluminância, também chamada de Iluminamento ou intensidade de iluminação. Sendo iluminância definida como o “limite da razão do fluxo luminoso recebido pela superfície em torno de um ponto considerado, para a área da superfície quando esta tende para o zero”. Logo, matematicamente a luminância é representada pela Equação (2):

𝐸 [𝑙𝑥] =𝜑 [𝑙𝑚]

𝐴 [𝑚2] (2)

Onde:

• E → Iluminância [lux];

• φ → Fluxo Luminoso [lúmen]; • A → Área [m²].

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2.8.5. Sinalização de Emergência

A Instrução Técnica nº 20/2018 – Sinalização de Emergência, do CBM/RN, tem o objetivo de “fixar as condições exigíveis que devem satisfazer o sistema de sinalização de emergência em edificações e áreas de risco”. Além disso, tem como finalidade reduzir o risco de ocorrência de incêndio, alertando para os riscos existentes e garantindo que sejam adotadas ações adequadas à situação de risco, que orientem as ações de combate e facilitem a localização dos equipamentos e das rotas de saída para o abandono seguro da edificação em caso de incêndio (CBM/RN, 2018).

A sinalização de emergência faz uso de símbolos, mensagens e cores, definidos na referida Instrução Técnica, e devem ser alocados convenientemente no interior da edificação, dividindo-se nos seguintes tipos:

• Sinalização Básica: a. Proibição; b. Alerta; c. Orientação e Salvamento; d. Equipamentos. • Sinalização Complementar:

a. Complementar, através de um conjunto de faixas de cor, símbolos ou mensagens escritas, a sinalização básica;

b. Informar circunstâncias específicas em uma edificação ou áreas de risco, por meio de mensagens escritas;

c. Demarcar áreas para assegurar corredores de circulação destinados às rotas de saídas e acesso a equipamentos de combate a incêndio e alarme;

d. Identificar sistemas hidráulicos fixos de combate a incêndio; e. Rotas de saída;

f. Obstáculos;

g. Mensagens escritas; h. Demarcações de áreas.

2.8.6. Extintores

A Instrução Técnica nº 21 – Sistema de Proteção por Extintores de Incêndio, do CBM/RN, estabelece critérios para proteção contra incêndio em edificações e áreas de risco por meio de extintores de incêndio, para o combate a princípios de incêndios. Além de definir a

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Capacidade Extintora Mínima para cada tipo de extintor, é estabelecido os tipos de extintores possíveis de serem utilizados, são eles: os portáteis e os sobrerrodas.

2.9. DA IMPORTÂNCIA DA ACESSIBILIDADE DOS MEIOS DE COMBATE AO INCÊNDIO

Proporcionar segurança contra incêndio adequada para indivíduos com deficiências físicas pode ser um desafio enorme, principalmente para aqueles indivíduos que possuem grandes limitações de mobilidade. A National Fire Protection Association - NFPA estima que a incapacidade física foi um grande fator contribuinte para a média de 400 mortes por ano do total das mortes ocorridas por incêndio doméstico nos EUA no período entre 2007 e 2011 (NFPA, 2014).

Uma pesquisa realizada pela National Fire Incident Reporting System – NFIRS mostra que a deficiência física é o segundo fator que mais contribuiu para mortes em situações de incêndio ocorridas entre os anos de 2013 e 2015, perdendo apenas para os casos em que as vítimas se encontravam dormindo (U.S FIRE ADMINISTRATION, 2017).

O art. 8º do Decreto Federal Nº 5.296 de 2004 define acessibilidade como sendo:

Condição para utilização, com segurança e autonomia, total ou assistida, dos espaços, mobiliários e equipamentos urbanos, das edificações, dos serviços de transporte e dos dispositivos, sistemas e meios de comunicação e informação, por pessoa portadora de deficiência ou com mobilidade reduzida (BRASIL, 2004).

Nesse sentido, incluir a palavra autonomia no conceito de acessibilidade, evidencia que é fundamental não só permitir que as pessoas portadoras de deficiência ou com mobilidade reduzida consigam se locomover de forma segura, mas que também consigam fazer isto de maneira independente (COSTA, 2018).

(34)

3. METODOLOGIA

Para a aplicação dos principais conceitos do combate ao incêndio e pânico em locais de reunião de público, incluindo a acessibilidade aos dispositivos de segurança e a elaboração do Plano de Evacuação, este trabalho foi dividido em seis etapas metodológicas, que serão detalhadas a seguir.

Na primeira etapa metodológica foi realizada a definição da edificação a ser analisada, neste caso, a Igreja Matriz do município de São Paulo do Potengi (SPP) no estado do Rio Grande do Norte (RN – Brasil). Para tanto, foi necessário fazer uma caracterização do local, com intuito de entender melhor o contexto da cidade onde a igreja está inserida.

Na segunda etapa foi realizada uma visita à Igreja para realizar registros fotográficos e levantamento arquitetônico do local. Para auxiliar esta etapa e as seguintes, fez-se o uso do

software SkecthUp Pro 2019 para a modelagem 3D da edificação.

A terceira etapa metodológica trata-se de uma revisão da literatura, utilizando-se principalmente de normas nacionais e estaduais vigentes, tais como as Instruções Técnicas do Corpo de Bombeiros do RN e as Normas Técnicas Brasileiras, que dispõem sobre o dimensionamento e a instalação dos dispositivos de combate ao incêndio e pânico em igrejas. Com isso, foi verificada quais exigências se aplicavam ao caso estudado e quais destas estavam sendo atendidas a contento.

A etapa de número quatro consistiu em elaborar os projetos inexistentes do local estudado e adequar aqueles que, embora existissem, não estavam atendendo aos critérios exigidos pelas normas. Para isto, recorreu-se às normas técnicas vigentes, bem como a utilização do software SkecthUppara o auxílio de análises quantitativas e qualitativas.

Na quinta etapa da metodologia foi realizada uma análise qualitativa dos dispositivos adotados para a Igreja Matriz estudada, com o intuito de oferecer algumas soluções que possam ser adotadas pelo projetista de forma a tornar os dispositivos de combate ao incêndio e pânico mais acessíveis as pessoas que venham a frequentar o local.

Por fim, na última etapa metodológica foi elaborado o Plano de Emergência da Igreja Matriz do município de São Paulo do Potengi contemplando todas as perspectivas abordadas nas etapas anteriores, inclusive as de acessibilidade aos dispositivos de segurança, de forma a garantir ao público do local uma evacuação segura e eficaz em caso de sinistro.

A Figura 6 apresenta a sequência metodológica adotada para o desenvolvimento deste trabalho.

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Fonte: Autor, 2019.

1ª ETAPA • Definição da edificação e caracterização do local.

2ª ETAPA • Levantamento arquitetônico.

3ª ETAPA • Determinação das exigências que se aplicam ao caso estudado.

4ª ETAPA • Elaboração dos projetos complementares exigidos.

5ª ETAPA

• Adequação dos dispositivos de segurança visando a acessibilidade.

6ª ETAPA • Elaboração do Plano de Emergência.

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4. RESULTADOS E DISCUSSÕES

4.1. PRIMEIRA ETAPA METODOLÓGICA – DEFINIÇÃO DA EDIFICAÇÃO E CARACTERIZAÇÃO DO LOCAL

O município de São Paulo do Potengi fica localizado a cerca de 75 quilômetros da capital do Rio Grande do Norte (Natal). Possui uma área territorial de aproximadamente 240.425 km² e uma população de 15.843 habitantes, sendo considerado o maior município da Região Potengi em termos de população (IBGE, Censo Demográfico 2010). A Figura 7, obtida com o auxílio do software QGIS versão 3.8.3, localiza o município de São Paulo do Potengi dentro do Brasil através dos dados georreferenciados fornecidos pelo IBGE.

Figura 7 - Localização do Município de São Paulo do Potengi

Fonte: Autor, 2019.

Quanto ao aspecto religioso, a Tabela 7 apresenta a distribuição da população do município por religião. Pode-se verificar que quase 90% da população do município de São Paulo do Potengi professa a fé católica.

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Tabela 7 - Religião da População Residente do Município de São Paulo do Potengi

RELIGIÃO POP. RESIDENTE PERCENTUAL [%] Católico 14044 88,64 Evangélica Protestante 1118 7,06 Umbanda 13 0,08 Espírita 5 0,03 Budismo 4 0,03 Sem Religião 415 2,62 Não sabe 128 0,81 Outras 116 0,73

Fonte: IBGE, Censo Demográfico, 2010 (adaptado).

Através do Livro de Tombo da Igreja Matriz sabe-se que o lançamento da pedra fundamental, cerimônia que marca o início de uma obra importante, foi realizada por Monsenhor Expedito no dia 16 de maio de 1946.Porém, somente no dia 25 de janeiro de 1956 a igreja possuía condições de uso provisório, e a pedido do bispo diocesano, na manhã deste mesmo dia, foi celebrada a primeira missa num altar ainda improvisado na capela mor. A Figura 8 mostra a Igreja Matriz em sua fase de construção, enquanto a Figura 9 exibe como a Igreja se encontra atualmente.

Figura 8 - Construção da Igreja Matriz de São Paulo Apóstolo (SPP/RN)

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Figura 9 - Igreja Matriz de São Paulo Apóstolo (SPP/RN)

Fonte: Autor, 2019.

4.2. SEGUNDA ETAPA METODOLÓGICA – LEVANTAMENTO

ARQUITETÔNICO

Uma vez definido o local de estudo como sendo a Igreja Matriz, para a realização da análise do sistema de proteção contra incêndio e pânico de uma edificação foi necessário, primeiramente, a obtenção de sua planta baixa. A partir da planta, tem-se condições de elaborar todos os projetos complementares necessários. Sendo assim, foi feito um levantamento in loco de todas as medidas que seriam importantes para esta etapa. Utilizando o software SkecthUP foi possível elaborar a planta baixa da edificação, conforme o Apêndice A.

Com o intuito de facilitar a leitura do projeto da edificação foi feita uma setorização da Igreja, conforme ilustra o Apêndice B. Utilizando-se dessa mesma setorização, a Tabela 8 apresenta algumas informações relevantes que foram obtidas a partir do levantamento arquitetônico.

Tabela 8 - Levantamento arquitetônico da Igreja Matriz de SPP/RN

SETOR ÁREA [m²] ALTURA [m] Altar 101,12 9,38 Nave Central 154,88 9,60 Corredor Esquerdo 77,48 6,55 Corredor Direito 77,48 6,55 Entrada Principal 24,48 5,35 TOTAL 498,68 - Fonte: Autor, 2019.

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4.3. TERCEIRA ETAPA METODOLÓGICA – EXIGÊNCIAS DO CBM/RN

No desenvolvimento desta etapa metodológica fez-se necessário consultar as prerrogativas da I.T. 43 (Adaptação às Normas de Segurança Contra Incêndio – Edificações Existentes) do CBM/RN. O fluxograma do Anexo A desta Instrução Técnica mostra as exigências e adaptações que podem ser feitas para edificações já existentes.

A Figura 10 mostra destacado em amarelo o percurso realizado no referido fluxograma, e para tanto foi feita a seguinte análise:

• Como Documento Comprobatório de que se trata de uma edificação construída foi utilizado o próprio Livro de Tombo da Igreja;

• Até então, a igreja não possui nenhum projeto aprovado;

• Como será visto na próxima etapa metodológica, as saídas de emergência atenderam suficientemente bem, logo não há necessidade de nenhuma adaptação para as mesmas; • Os demais dispositivos de segurança como: SPK, hidrante, compartimentação, etc. não são

aplicados para o caso estudado, por isso também não foi necessária nenhuma adaptação. Sendo assim, tem-se as seguintes determinações que devem ser aplicadas para o caso da Igreja Matriz de SPP: EXIGÊNCIAS ATUAIS + EXIGÊNCIAS BÁSICAS.

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Figura 10 - Exigências do CBM/RN para a Igreja Matriz de SPP/RN

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Para a obtenção das exigências atuais é necessário classificar a igreja quanto à área, quanto à altura e quanto à sua ocupação. Ao analisar a planta baixa, observa-se que a Igreja Matriz de SPP possui uma área de 498,68 m² e possui apenas um pavimento, classificando-se como uma edificação térrea (ver Tabela 3). Na classificação quanto à ocupação, a Igreja é um Local de Reunião de Público, do Grupo F e Divisão F-2 (ver Tabela 4). Por fim, a Tabela 9 apresenta de maneira destacada as exigências do CBM/RN para Igreja Matriz de SPP.

No caso das exigências básicas aplicáveis a esta edificação, o item 6.3 da I.T. 43 exige que devem ser aplicadas as medidas de segurança da Tabela 9 deste trabalho. Ou seja, para o caso em estudo, as exigências atuais são coincidentes com as exigências básicas, sendo necessário então os seguintes dispositivos de segurança para a Igreja Matriz de São Paulo do Potengi:

• Controle de Materiais de Acabamento; • Saídas de Emergência;

• Iluminação de Emergência; • Sinalização de Emergência; • Extintores;

• Brigada de Incêndio.

Tabela 9 - Exigências para edificações com área menor ou igual a 750 m2 e altura inferior ou igual a 12,00 m

MEDIDAS DE SEGURANÇA CONTRA INCÊNDIO A, D, E e G B C F-2, F-3, F-4, F-6 e F-8 F-1 e F-5 F-9 e F-10 H-1, H-4 e H-6 H-2, H-3 e H-5 I e J L-1 Controle de Materiais de Acabamento - X - X X - - X - X Saídas de Emergência X X X X X X X X X X Iluminação de Emergência X¹ X² X¹ X³ X³ X³ X¹ X¹ X¹ - Sinalização de Emergência X X X X X X X X X X Extintores X X X X X X X X X X Brigada de Incêndio - - - X 4 X4 X4 - - - X

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4.4. QUARTA ETAPA METODOLÓGICA – ELABORAÇÃO DOS PROJETOS COMPLEMENTARES

Nesta etapa metodológica foram desenvolvidos os projetos complementares de cada dispositivo de segurança aplicável à Igreja Matriz de São Paulo do Potengi.

4.4.1. Controle de Materiais de Acabamento e de Revestimento

Este dispositivo de segurança estabelece padrões para o não surgimento de condições propícias para o crescimento e para a propagação de incêndios. Quando da apresentação do Projeto Técnico, devem ser indicadas em planta baixa e os seus respectivos cortes correspondentes a cada ambiente, as classes dos materiais de piso, parede, teto e forro (CBM/RN, 2018).

Sendo assim, o Apêndice C apresenta o Projeto Técnico de Controle de Materiais de Acabamento e de Revestimento da Igreja Matriz de São Paulo do Potengi.

4.4.2. Iluminação de Emergência

Para este projeto será adotado o Conjunto de Blocos Autônomos, por apresentar facilidade na implementação e melhor custo/benefício. Para efeito dos cálculos foi utilizado um bloco autônomo de 30 LED’s possuindo um fluxo luminoso de 100 lúmens, similar ao da Figura 11.

Figura 11 - Luminária de Emergência

Fonte: https://www.eztechs.com.br/Luminaria-30-LEDs-Emergencia-Recarregavel-Bivolt#.XVhmCuhKhPY

Utilizando a Equação (2) e a setorização realizada na etapa do levantamento arquitetônico, tem-se os resultados apresentados na Tabela 10.

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Tabela 10 - Quantidades de luminárias de emergência por setor SETOR ÁREA [m²] ILUMINÂNCIA MÍNIMA EXIGIDA [lm] FLUXO LUMINOSO MÍNIMO CALCULADO [lm] QUANTIDADE DE LUMINÁRIAS DE EMERGÊNCIA Corredor Esquerdo 77,44 3 232,20 3 Corredor Direito 77,44 3 232,20 3 Entrada Principal 24,48 3 73,44 1 Nave Central 154,88 5 774,40 8 Altar 101,12 5 505,60 6

TOTAL DE LUMINÁRIAS DE EMERGÊNCIA 21

Fonte: Autor, 2019.

A distribuição das luminárias foi feita de forma a garantir a melhor uniformidade possível para cada ambiente. O resultado desta distribuição é apresentado no Apêndice D.

4.4.3. Saídas de Emergêngia

Fazendo uso da I.T. 11/2018 do CBM/RN e da setorização da igreja, foi possível obter as informações necessárias para o cálculo da população de cada setor da edificação em questão.

Na Nave Central toda a população fica acomodada em 42 bancos que possuem comprimento de 2,50 m cada. Para este caso, o parâmetro de cálculo da população é de 1 pessoa por 0,50 m linear conforme a Nota (Q) do Anexo “A” da Instrução Técnica nº 11. No caso do cálculo da população da Entrada Principal foi utilizada a consideração da Tabela 1 do Anexo “A” onde o parâmetro é de 1 pessoa por m² de área. Para o cálculo da população nos Corredores foi necessário fazer uso das duas considerações anteriores, visto que neste setor existem 3 bancos, em cada corredor, para acomodação das pessoas. Por fim, no cálculo da população do

Altar foi considerada a população acomodada nos 6 bancos e também foi feita uma estimativa

de ocupação de 15 pessoas para o restante da área, pois o altar é frequentado apenas pelos presbíteros, coroinhas, leitores, ministros extraordinários da Eucaristia e outras pessoas que auxiliam na liturgia. A Tabela 11 resume o cálculo da população para cada setor da Igreja.

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Tabela 11 - Cálculo da população de cada setor da Igreja

AMBIENTE ÁREA QUANTIDADE DE BANCOS POPULAÇÃO NOS BANCOS POPULAÇÃO POR ÁREA POPULAÇÃO NO AMBIENTE Corredor Esquerdo 77,44 3 15 78 93 Corredor Direito 77,44 3 15 78 93 Entrada Principal 24,48 - - 25 25 Nave Central 154,88 42 210 - 210 Altar 101,12 6 30 15* 45 POPULAÇÃO TOTAL 466

Fonte: Autor, 2019. *Estimativa

Através da Tabela 1 do Anexo “A”, tem-se que o caso da Igreja Matriz a Capacidade de Unidade de Passagem, para as portas, é 100. Neste caso, o Número de Unidades de Passagens (N) foi calculado com auxílio da Equação (1):

𝑁 =𝑃 𝐶 =

466

100 ∴ 𝑁 = 4,66 → 𝑵 = 𝟓

A Nota 3 do item 5.4 da I.T. 11 do CBM/RN exige que largura mínima das saídas seja calculada pela multiplicação do N pelo fator 0,55, resultando na quantidade, em metros, da largura mínima total das saídas. Sendo assim, a largura mínima das saídas é 2,75 m.

A porta central possui largura de 1,90 m e as portas laterais possuem uma largura de 1,00 m. Com isso, a porta central e 2 portas laterais são suficientes para que a população total que venha a ocupar a igreja possa abandoná-la em caso de incêndio ou pânico.

O Apêndice D mostra quais portas da edificação foram tomadas como saídas de emergência.

4.4.4. Extintores de Incêndio

A Instrução Técnica nº 21/2018 do CBM/RN relaciona as distâncias máximas de caminhamento com a classificação de risco de uma edificação, conforme a Tabela 12.

Tabela 12 - Distância máxima de caminhamento

RISCO DISTÂNCIA MÁXIMA

Risco Baixo 25 m

Risco Médio 20 m

Risco Alto 15 m

Referências

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