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QUESTÕES E
PROCESSOS
INCIDENTES
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CONCEITO
“Compreendem-se as controvérsias que sobrevêm no curso de um procedimento e que devem ser solucionadas pelo Juiz antes da decisão da causa principal. Quando surgem, devem ser objeto de um processo à parte. Essas questões quebram, por assim dizer, a normalidade procedimental. Por isso, continua o mestre, para evitar balbúrdia processual, não podem ser apreciadas nos autos da causa principal, mas, sim, em processo à parte, que normalmente, fica apensado àqueles.”
Questões:
OBRIGATÓRIA – (art. 92 do CPP)
FACULTATIVA – (art.93 do CPP)
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1) QUESTÕES PREJUDICIAIS (se ligam ao mérito da questão principal)
2) PROCESSOS INCIDENTES: (stricto sensu)
· Exceções (95 a 111) Suspeição; Incompetência de juízo; Litispendência; Ilegitimidade de parte; Coisa julgada. Incompatibilidades e Impedimentos (112) Conflito de Jurisdição (113 a 117)
Restituição de Coisas Apreendidas (118 a 124) Medidas Assecuratórias (125 a 144)
Incidentes de Falsidade (145 a 148)
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Toda matéria que exige uma decisão anterior ao julgamento de
mérito pode ser incluída dentro das questões e processos
incidentes. São matérias que exigem um exame anterior ao
julgamento do mérito.
A doutrina distingue as questões e processos incidentes em:
QUESTÕES PRÉVIAS
QUESTÕES INCIDENTES
As QUESTÕES PRÉVIAS podem ser desdobradas em:
QUESTÕES PRELIMINARES
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CONCEITO DE QUESTÃO PREJUDICIAL
questões prévias: preliminares (de direito processual) e prejudiciais (sempre
ligadas ao direito material);
etimologicamente, prejudicial significa o que é decidido antes do julgamento
definitivo, ou aquele processo que é resolvido antes de outro processo;
toda questão jurídica de direito penal ou extrapenal que verse elemento
integrante do crime e cuja solução, escapando à competência do juiz
criminal e provocando a suspensão da ação penal, deve preceder a decisão da questão principal.
são elementos essenciais da prejudicialidade: anterioridade lógica;
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QUESTÃO PREJUDICIAL OBRIGATÓRIA (art. 92, do CPP)
exige-se que a dúvida surgida seja ponderável (“séria e fundada”); em
assim sendo, a suspensão é obrigatória e não é necessário que a ação civil tenha sido iniciada; juízo de prelibação (o juiz verifica se há razão para a controvérsia);
a controvérsia deve girar sobre o estado das pessoas (prejudiciais próprias)
e que tenha ele influência na existência da infração;
estado da pessoa: maneira de ser em face dos preceitos legais sobre a
capacidade de direito e sobre as relações com as demais pessoas;
com a suspensão, não corre o prazo de prescrição (art. 116, I, CP), porém
não fica impedida a inquirição de testemunhas e a realização de outras provas urgentes;
o MP pode promover a ação prejudicial ou prosseguir na que tiver sido
iniciada, quando se tratar de ação pública; sendo A.P.Privada, cabe ao querelante promover ou tomar as providências para o prosseguimento da ação civil.
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QUESTÃO PREJUDICIAL FACULTATIVA (ART. 93)
envolve matéria diversa da do estado das pessoas, relacionando-se ao
próprio direito penal ou a qualquer outro ramo, e que se refira à existência da infração penal, ou seja, que afete a qualificação jurídico-penal do fato objeto de processo;
a suspensão não é obrigatória; é necessário que já exista no juízo extrapenal
a ação a que se refira à matéria prejudicial;
não cabe a suspensão se a matéria versa sobre direito cuja prova a lei civil
limita, pois a decisão criminal não pode subordinar-se à civil;
o juiz deve assinar prazo razoável de suspensão, findo o qual retoma o
julgamento da ação criminal; não há necessidade de que a sentença transite em julgado; a suspensão somente deve ser determinada após a inquirição das testemunhas e a realização de outras provas de natureza urgente; durante a suspensão, não corre a prescrição da pretensão punitiva;
o MP deve intervir no processo cível, tratando-se de ação penal pública; da decisão que suspende cabe recurso em sentido estrito (art. 581, XVI);
exs: verificação do direito de propriedade nos crimes de furto, de prestação de contas no delito de apropriação indébita
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QUESTÕES PREJUDICIAIS HOMOGÊNEAS
A prejudicial é homogênea quando a questão prejudicial (anterior) e a questão prejudicada (principal) são do mesmo ramo do Direito (Penal & Penal, Civil & Civil, etc
QUESTÕES PREJUDICIAIS NÃO HOMOGÊNEAS (ou HETEROGÊNEAS)
A prejudicial é heterogênea quando a questão prejudicial (anterior) e a questão prejudicada (principal) são de ramos diferentes.
Dependendo do caso, vai haver ou não o transporte da coisa julgada para o outro processo, ou seja, se aquela decisão anterior vincula ou não o juiz posterior. Se for prejudicial homogênea, haverá sempre o transporte da coisa julgada (vincula a decisão posterior); sendo heterogênea, dependerá das regras de quando a coisa julgada civil faz coisa julgada no crime, e de quando a matéria criminal faz coisa julgada no cível (arts. 64 a 67 do CPP)
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PREJUDICIAIS JÁ SOLUCIONADAS
É aquela questão de direito material que é pressuposto do exame de mérito e que está resolvida no juízo competente anterior (antes da ação penal). Neste caso, já houve um julgamento anterior. A questão já está solucionada jurisdicionalmente.
PREJUDICIAIS AINDA NÃO SOLUCIONADAS
No curso da ação penal, a questão de direito material, que é pressuposto do julgamento do mérito, ainda está pendente.
SUSPENSÃO OBRIGATÓRIA
SUSPENSÃO FACULTATIVA
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SUSPENSÃO FACULTATIVA
O art. 93 trata da suspensão facultativa. Na verdade, o que não for
enquadrado no art. 92 (suspensão obrigatória), por exclusão, será
facultativo. Exemplo: questões de propriedade, questões tributárias,
etc.
Quando a suspensão é facultativa o juiz tem o ônus de fixar um
prazo (art. 93, §1º). Vencido este prazo, o juiz terá que examinar
SUSPENSÃO OBRIGATÓRIA
Ocorre sempre nas questões prejudiciais heterogêneas.
O art. 92 trata da suspensão obrigatória
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QUESTÕES INCIDENTES
As QUESTÕES INCIDENTES alteram o curso do processo.
Toda vez que uma matéria, exigindo exame antes do julgamento do mérito, modifica o curso do procedimento, teremos um INCIDENTE.
Trata-se de uma questão anterior que desvia do rumo original do procedimento.
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EXCEÇÕES:
É a defesa indireta apresentada por qualquer das partes, com o intuito de prolongar o trâmite processual, até que uma questão processual relevante seja resolvida, ou com a finalidade de estancar, definitivamente, o seu curso, porque processualmente incabível o prosseguimento da ação. ( Guilherme de Souza Nucci )
INCIDENTE PROCESSUAL são as exceções (art. 95), que são uma forma de defesa processual (e não de defesa de mérito):
Exceção de suspeição
Exceção de incompetência de juízo Exceção de coisa julgada
Exceção de litispendência
Exceção de incompetência de juízo
As exceções podem ser opostas no prazo da resposta do réu.
Cada vez que a parte opõe uma exceção (ou seja, lança mão de um meio de defesa processual chamado de exceção), o processo modifica o seu curso. Elas serão autuadas em apartado, apensadas, terão um processamento e precisarão ser examinadas antes que o processo chegue ao seu final.