GUSTAVOGRANJA Contents 1. Introdução 2 História 3 Pré-requisitos 3 Agrade imentos 4 2. Preliminares 4 EspaçosTopológi os 4 Complexosem adeia 4 3. Fibraçõese obrações 6 Cobrações 7 Fibrações 13 Espaçospontuados 21
Relaçãoentre su essõesdebraçãoe obração. 27
4. Gruposdehomotopia 31
Gruposdehomotopiarelativos 33
Dependên iadopontodebase 36
5. Teoriadehomotopiade omplexos elulares 41
TeoremasdeAproximação 42
Ex isãoparagruposdehomotopia. 51
OhomomorsmodeHurewi z 65
6. (Co)homologiadebrações. 72
Su essõesespe trais 72
Asu essãoespe traldeum omplexoltrado 75
Asu essãoespe traldeSerre 81
Extensõesdasu essãoespe traldeSerre 91
ClassesdeSerredegruposabelianos. 92
Asu essãoespe tralde ohomologia 97
ÁlgebrasdeHopf 103
Gruposdehomotopiadeesferas 109
Maisapli ações 117
7. Teoriadeobstrução 123
SistemasdeMoore-Postnikov 135
FormulaçãodualdaTeoriadeObstrução 139
8. Fibrados, lasses ara terísti ase
K
-teoria. 140Deniçõeseexemplos 140
Classi açãodebrados 150
A onstruçãodeMilnor 156
Classes ara terísti as 159
Adeniçãode
K
-teoria 1669. SugestõesdeLeitura 170
Referen es 170
1. Introdução
Duas apli ações ontínuas
f, g : X → Y
dizem-se homotópi as se existe umaapli ação ontínua
H : X × [0, 1] → Y
tal que
H(x, 0) = f (x)
eH(x, 1) = g(x)
. Esta relação de homotopia é umare-lação deequivalên iano onjunto dasapli ações ontínuas. Éfá il veri arque a
omposiçãodefunçõesestábemdenidanas lassesdehomotopia. Istopermitea
denição da ategoria de homotopia
1
ujos obje tos são os espaçostopológi ose
osmorsmosas lassesdehomotopiadeapli ações ontínuas.
Numaprimeiraaproximação,podedizer-sequeaTeoriadeHomotopiaéoestudo
da ategoria dehomotopia, e em parti ular odesenvolvimento de ferramentas de
ál ulodos onjuntos
[X, Y ]
de lassesdehomotopiadefunçõesentredoisespaços
X
eY
.Umarazãoporqueesteestudoteminteresseéqueassoluçõesdemuitos
proble-masinteressantesdeoutrasáreasdaMatemáti a(notavelmenteproblemasde
las-si açãoemÁlgebraeGeometria)sereduzemao ál ulode onjuntosde lassesde
homotopia.
Umbomexemplo éoda lassi açãodevariedadesdiferen iáveis ompa tas a
menos de obordismo
2
que, por um famosoresultado de Thom [Th℄, sereduz ao
ál ulodosgrupos
[S
n+k
, M O(k)]
para ertos espaços
M O(k)
omk
su ientemente grande. Foi esta redução quepermitiu a lassi ação das variedades a menos de obordismo. Outro exemplo
nosmesmosmoldes (mas omum níveldesosti açãobastantemais elevado)é o
da lassi açãodevariedadessimplesmente onexas om urvaturaes alarpositiva
porStefanStolz[St℄( ulminandotrabalhodeGromoveLawson).
Damesmaforma,muitosproblemasde lassi açãoemálgebrapodemser
traduzi-dos em problemas de ál ulo de lassesde homotopia, um ponto de vista quese
revela frequentemente proveitoso. Exemplos sãoa lassi açãode extensõese
de-formaçõesde váriostipos de obje tos algébri os. Um outroexemploque, embora
trivial, omuni a de forma satisfatória a ubiquidade da noção de homotopia na
Matemáti a,éofa todearelaçãode onjugaçãoentrehomomorsmosdegrupos
(e,em parti ular,entre elementos deumgrupo) poderservista deforma natural
omoumarelaçãodehomotopiaentreos homomorsmosemquestão.
1
Narealidade, o uso orre nte destetermo não oin ide oma denição quesesegue, omo
veremosmaistarde. Esteaspe toté ni opodeserignoradodemomento.
2
Duasvariedades
M
eN
dedimensãon
dizem-se oborda ntesseexiste umavariedade om bordoW
dedimensãon + 1
talque∂W = M
`
A Teoria de Homotopia pode ainda ser des rita omo a álgebra dos espaços
topológi os. Otipodehomotopiadeumespaçoéumobje to de arizalgébri oe
ombinatório. Éeleafontedetodososoutrosinvariantesalgébri osquese ostuma
asso iara espaços (grupos de homologia, homotopia, et .) mas estes invariantes
dãoapenasumapálidaimagemdotipodehomotopia. ATeoriadeHomotopiaéo
estudoda"álgebra"dasoperaçõesquepodemserrealizadassobreosespaçoseque
sãoinvariantesdehomotopia.
Oestudoda ategoriadehomotopiadosespaçostopológi oséaorigemdaTeoria
daHomotopia,masé larodesdeotrabalhodeQuillen[Qu℄(por suavezbaseado
em trabalho anteriorde Kan) há er a de 40 anos quea Teoriade Homotopia é
algode muito mais geral,in luindo não só toda aTopologiaAlgébri ae Álgebra
Homológi a omo partes de várias outras áreas da Matemáti a. Este ponto de
vista abstra to tem ontribuído grandemente para odesenvolvimento re ente da
TopologiaAlgébri aeasuaintera ção omoutrasáreasdaMatemáti a.
Apesardaimportân iadesta perspe tivaabstra ta, pare e-nosque épreferível
teralgumafamiliariedade omoexemplodosespaçostopológi os(queédequalquer
maneiraoexemplouniversal [Ho℄) antes deestudaroassunto deformaabstra ta,
pelo que este urso lida quase ex lusivamente om espaços topológi os. Como
ompromisso, tentaremos desenvolverem paralelo(prin ipalmente nosexer í ios)
algumadateoriadehomotopiados omplexosem adeiademódulossobreumanel,
umexemploquejádeveseralgofamiliardoestudopréviodeTopologiaAlgébri a.
Alémdaimportân iaintrínse adesteexemplo,asuasimpli idadepermiteporsua
veziluminaralgunsdosfenómenosfundamentais emteoriadehomotopia.
Felizmente, nos últimos anos apare eram ex elentes livrosde texto sobre
Teo-ria de HomotopiaAbstra ta ([Ho℄ e [Hi℄) que re omendamos vivamente ao leitor
interessado. Parauma primeiraintroduçãore omendamos[DS℄.
Finalmente,paraumabrevedis ussãodaessên iaeestadoa tualdaTeoriade
Homotopia uja eloquên ia esabedoria seria difí il de superar re omendamos ao
leitorotextodeHaynesMiller[Mi℄.
História. Éusual datar[Wh℄ aorigemda Teoriade Homotopiaem 1930, om a
des obertaqueaapli açãodeHopf
S
3
→ S
2
(oquo ientedaesfera
S
3
⊂ C
2
pelaa çãodiagonalde
S
1
)nãoéhomotópi aauma
apli ação onstante.
Depois de um período de grande expansão nos anos 50 e 60 possibilitado em
parte pela introdução das su essões espe trais, esta área passou por um período
de relativoisolamento dasoutras áreas da Matemáti anos anos 70 e 80 até que
há er ade15anos ertosdesenvolvimentosinternosaliadosaumre onhe imento
do seupapelfundamental em outras áreas(por exemplo, ofenómeno de simetria
espelhoemgeometriasimplé ti ae omplexa;ateoriadehomotopiamotívi aque
permitiuaresoluçãodeváriosproblemasem
K
-teoriaalgébri aelevouàatribuiçãoda medalha Fields a Voevodsky em 2002; apli ações de teoria de homotopia a
álgebra omutativa)levaram aumaaproximaçãodesta áreaàsáreasnu learesda
Matemáti a...
[Mu℄) e um onhe imento bási o de teoriade homologia e ohomologia(ao nível
dos três primeiros apítulos de [Ha℄). Além disso assume-se familiariedade om
noçõesbási asdeálgebraealinguagemdas ategorias.
Agrade imentos. MuitoobrigadoaoRi ardoJoelAndrade,ThomasBaier,eRui
Carpentierpor muitas orre çõese omentáriosúteisaestasnotas.
2. Preliminares
EspaçosTopológi os. Es revemos
Y
X
ou
Map(X, Y )
paraoespaçodasfunçõesontínuasentre
X
eY
omatopologia ompa ta aberta. Oseguinte resultadodetopologiageralseráusadofrequentemente
Proposição 2.1 ([Mu℄Teorema46.11) . Se
Y
éum espaço lo almente ompa to eHausdor,então umaapli ação
F : X × Y → Z
é ontínuasseaapli açãoadjuntaF : X → Z
Y
denidaporF (x)(y) = F (x, y)
é ontínua.Noseguimentotenderemosanãodistinguirnanotaçãoentreapli açõesadjuntas.
A proposiçãoanterior expli a porque podemos en araruma homotopia
H : X ×
[0, 1] → Y
equivalentemente omoumaapli açãoH : X → Y
[0,1]
.
Aproposiçãoanteriordizqueaapli ação
Z
X×Y
→ Z
Y
X
éumabije çãose
Y
forlo almente ompa toeHausdor. SealémdissoX
éHaus-dor,épossívelveri arqueestaapli açãoéumhomeomorsmo. A onveniên ia
de ter este último resultado sem restrições leva a que seja usual onsiderar em
topologiaalgébri auma ategoriadeespaçostopológi osdiferentedausual-ados
espaços ompa tamentegerados.
Umespaço
X
diz-se ompa tamente gerado se•
para ada apli açãof : K → X
omK
ompa toeHausdor,f (K) ⊂ X
éfe hado3
,
• F ⊂ X
éfe hadossepara adaf : K → X
omK
ompa to eHausdor,f
−1
(F ) ⊂ K
éfe hado.Qualquer espaço pode ser substituído fun torialmente por um espaço
ompa ta-mentegeradosemqueosinvariantesusuaisemtopologiaalgébri asejamafe tados
por esta substituição. O preço a pagar pelas boas propriedades desta ategoria
é que as onstruções usuais (produtos, quo ientes, et .) têm de ser modi adas.
Ver[RF, Apêndi e 1℄e [M ℄ para mais informaçãosobre espaços ompa tamente
gerados.
Complexosem adeia. Emalgunsexemplosiremos onsideraroseguinteanálogo
algébri oda ategoriadosespaçostopológi os.
3
ne essári-Denição 2.2. Um omplexo em adeia
C
∗
de grupos abelianos onsiste numa su essão{C
n
}
n∈Z
de gruposabelianos ehomomorsmosd
n
: C
n
→ C
n−1
( hama-dos operadoresdebordo) tais qued
n
d
n+1
= 0
. Oselementosx ∈ C
n
dizem-seos elementos degraun
deC
∗
ees revemos|x| = n
. Ogrupodos i losde graun
éZ
n
(C
∗
) = ker d
n
eogrupodos bordosde grau
n
éB
n
(C
∗
) = im d
n+1
Os gruposdehomologiade
C
∗
são osgruposH
n
(C
∗
) = Z
n
(C
∗
)/B
n
(C
∗
).
Um morsmo (de grau
0
)f : C
∗
→ D
∗
entre omplexos em adeia é uma su essãof
n
: C
n
→ D
n
dehomomorsmosdegrupostaisquef
n−1
◦ d
C
n
= d
D
n
◦ f
n
. Osmorsmos entre dois omplexos formam umgrupoabeliano. Uma homotopiaem adeia entre
f, g : C
∗
→ D
∗
éumasu essãodehomomorsmosdegrupos
H
n
: C
n
→ D
n+1
tal que
d
n+1
H
n
+ H
n−1
d
n
= f
n
− g
n
. Éfá ilveri arquearelaçãodehomotopia em adeia é uma relação de equivalên ia entre morsmos e que dois morsmoshomotópi osdeterminamapli açõesiguaisemhomologia. Es revemos
[C
∗
, D
∗
]
parao onjuntodas lassesdehomotopiaem adeia.
Exemplo 2.3. Se
X
éum omplexo CW,o omplexo elular deX
éo omplexoem adeiadenidopor
C
n
=
(
H
n
(X
n
, X
n−1
)
sen ≥ 0
0
sen < 0
omooperadordebordo
d
n
denido pela omposiçãoH
n
(X
n
, X
n−1
)
∂
−→ H
n−1
(X
n−1
) −→ H
n−1
(X
n−1
, X
n−2
).
Es revemos
I
∗
parao omplexo elulardointervalo[0, 1]
omaestrutura elular usual. Expli itamente,I
∗
éo omplexo· · · ← 0 ← Z ⊕ Z ← Z ← 0 ← · · ·
on entradoem dimensões0
e1
omd
1
(1) = (1, 0) − (0, 1).
Denição 2.4. O produtotensorialdos omplexos
C
∗
eD
∗
éo omplexoC
∗
⊗ D
∗
om(C
∗
⊗ D
∗
)
n
= ⊕
k+l=n
C
k
⊗ D
l
omodiferen i aldenido por
Exemplo2.5. Se
X
eY
são omplexos elulares omaestrutura elularprodutoentão
C
∗
(X × Y ) = C
∗
(X) × C
∗
(Y )
Exer í io 2.6. Verique que há uma orrespondên ia natural entre homotopi as
em adeiade
C
∗
paraD
∗
emorsmosC
∗
⊗ I
∗
−→ D
∗
.
Tal omo podemos denir um espaço topológi o de apli ações entre espaços
topológi os,podemosdenirum omplexoem adeiademorsmosentre omplexos
em adeia.
Denição 2.7. O omplexo de morsmos entre dois omplexos em adeia
C
∗
eD
∗
éo omplexoHom(C
∗
, D
∗
)
omHom(C
∗
, D
∗
)
n
=
Y
k∈Z
Ab(C
k
, D
k+n
)
onde
Ab(G, H)
denotaogrupoabelianodehomomorsmosentreosgruposabelianosG
eH
, omosoperadores de bordo denidospela fórmulad
k
f = d
D
f + (−1)
k+1
f d
C
.
Com esta denição a adjunção análoga à da Proposição 2.1 é válida sem
re-strições:
Proposição2.8. Dados omplexosem adeias
A
∗
, B
∗
, C
∗
,háumisomorsmo nat-uralHom(A
∗
⊗ B
∗
, C
∗
) = Hom(A
∗
, Hom(B
∗
, C
∗
)).
Proof. Exer í io.
Exer í io2.9. (a) Mostreque
Z
0
(Hom(C
∗
, D
∗
))
éogrupoabelianodosmorsmos entre os omplexosC
∗
eD
∗
.(b) Mostreque
H
0
(Hom(C
∗
, D
∗
)) = [C
∗
, D
∗
]
.Exer í io2.10. Se
G
éumgrupoabeliano, es revemosΣ
n
G
parao omplexoem
adeia que onsiste nogrupo
G
em dimensãon
om todos os operadores de bordo0
. SejaX
um omplexo elular. MostrequeH
n
(X; G) = [C
∗
(X), Σ
n
G].
3. Fibrações e ofibrações
Umaestratégiabási aparao ál ulodos onjuntosdehomotopia
[X, Y ]
éen aixá-losem"su essõesexa tas"queosrela ionam omoutros onjuntosdomesmotipo
ondeosespaços
X
ouY
sãomaissimples. Istofaz-sepormeiode ertasestruturasfundamentais da ategoria da homotopia hamadas su essões de obrações e de
brações,queagorades revemos. Nestase çãoseguimos[Ma,Capítulos6a9℄.
4
Anãoserqueumdosfa torestenhaumnúmeronitode élulasouqueambostenhamum
Cobrações. A obra de uma apli ação
f : X → Y
é o quo ienteY /f (X)
.Podemos pensar na obra omo uma espé ie de onú leo de
f
. Em geral estaoperaçãonãoserela iona bem omarelaçãodehomotopia.
Exemplo 3.1. Seja
X = S
n
eY = D
n+1
,f : X → Y
a in lusão,ef
′
: X → Y
umaapli ação onstante. Umavez que
Y
é ontrá til,f
ef
′
sãohomotópi as. A obra def
éS
n+1
ea obradef
′
éD
n+1
, pelo que nãotêm omesmotipode
homotopia.
Interessa identi ar as apli açõespara as quais estaoperaçãoé"bem
ompor-tada":
Denição 3.2. Diz-se que uma apli ação
i : A → X
é uma obração (ou quetema propriedadedaextensãodashomotopias)sedada umaapli ação
f : X → Y
euma homotopi a
H
entref ◦ i
eoutraapli açãog : A → Y
, a homotopi aH
podeser estendida aumahomotopi a
H
˜
entref
eg
˜
tal queg ◦ i = g
˜
. Isto é,(1)
A × {0}
i
//
X × {0}
f
5
5
5
5
5
5
5
5
5
5
5
5
5
5
5
5
A × [0, 1]
i×id
//
H
**
U
U
U
U
U
U
U
U
U
U
U
U
U
U
U
U
U
U
U
U
X × [0, 1]
˜
H
$$I
I
I
I
I
Y
Estapropriedadedizessen ialmentequeaoperaçãoderestriçãodefunções
on-tínuasa
A
interage deformasatisfatória omarelaçãode homotopia. É larodadeniçãoquea omposiçãodeduas obraçõeséuma obração.
Nota3.3. Usandoaadjunção2.1(eusandoamesmaletraparadesignarapli ações
adjuntas),estapropriedade pode ser es ritada seguintemaneira
A
i
H
// Y
[0,1]
p
X
f
//
˜
H
y
<<y
y
y
Y
ondep
éaavaliação noponto0
5
.
Exer í io3.4. (a) Mostre queas obrações são estáveis sobpushout. Isto é se
i : A → X
é uma obração ef : A → B
é uma apli ação qualquer, então a apli ação anóni aB → B
a
A
X
étambémuma obração.(b) Mostreque se
A ⊂ X
éuma obraçãoentão{A} ⊂ X/A
é uma obração.6
.
5
Nestasituação diz-seque
i
temaproprieda dedo levantamento àesquerdaem relaçãoap
, ouquep
temaproprieda dedo levantamentoàdireitaemrelaçãoai
. Emteoria dehomotopia abstra ta,esteresultadotorna-senumdosaxiomasdateoria6
Exer í io 3.5. Mostreque se
A → X
é uma obraçãoeA
é ontrá til, então aapli açãoquo iente
X → X/A
éumaequivalên ia de homotopi a.Notemos quena denição de obração(1), há uma es olhauniversal para
Y
.Nomeadamente
i : A → X
é uma obração sse a propriedadeda extensão dashomotopias(1)severi aparao asoparti ularemque
Y
denotaopushoutY = A × [0, 1]
a
A×{0}
X
e
f : X = X × {0} → Y
eH : A × [0, 1] → Y
designamasapli ações anóni as.Istoéuma onsequên iadapropriedadeuniversaldopushoutqueoleitordeveveri ar.
Exer í io 3.6. Mostre que uma obração
i : A → X
é ne essariamente ummergulhoeque, se
X
éHausdor,i
é umaapli ação fe hada.Pelo exer í io anterior, toda a obração é uma in lusão de um subespaço
(fe hado se o odomínio é Hausdor). Dado um par de espaços
(X, A)
omA
fe hadoem
X
háuma ara terizaçãomuitoútil dasin lusõesquesão obrações.Denição3.7. Umpar
(X, A)
diz-seumparNDR7
seexisteumafunção ontínua
u : X → [0, 1]
omA = u
−1
(0)
eumadeformação
H : X × [0, 1] → X
tal que
H(x, 0) = x
,H(a, t) = a
paraa ∈ A
, eH(x, 1) ∈ A
parau(x) < 1
.Adeniçãoanteriordizqueavizinhança
u
−1
([0, 1[)
de
A
sedeformaemA
masnãoqueestavizinhançaseretraipor deformaçãoem
A
umavez quenãoserequerque a homotopia preserve a vizinhança
8
. Note-se que podemos es olher
u
de talformaque
u(x) < 1
paratodoox
sseA
éumretratopordeformaçãodeX
.Exer í io 3.8. Se
X
éum omplexo CWeA
éum sub omplexo, então(X, A)
éum par NDR.
Exer í io 3.9. Se
(X, A)
é umpar NDR eY
é ompa to, então(X
Y
, A
Y
)
é um
parNDR.
Proposição3.10.Se
(X, A)
e(Y, B)
sãoparesNDR,então(X ×Y, X ×B ∪A×Y )
éum parNDR.
Proof. Sejam
u : X → [0, 1]
ev : Y → [0, 1]
,H : X × [0, 1] → X
,K : Y × [0, 1] → Y
omonaDenição3.7. Denimos
w : X × Y → [0, 1]
porw(x, y) = min{u(x), v(y)}
eL : X × Y × [0, 1] → X × Y
porL(x, y, t) =
H(x, t), K
y, t
u(x)
v(y)
seu(x) ≤ v(y)
H
x, t
u(x)
v(y)
, K(y, t)
sev(y) ≤ u(x)
onde se entende que as fra ções designam 1 no aso em que o denominador (e
portanto tambémonumerador)seanula. A ontinuidadede
L
só nãoé laranospontosonde
u(x)
ev(y)
seanulam,maséfá ilverquenessespontosa ontinuidade7
NDRéaabreviatu radeneighborhooddeformationretra t.
8
Noentanto,se
X
énormal,existedefa toumavizinhançadeA
queseretra ipordeformação emA
(ver[Du,TeoremaXV.7.4℄).é uma onsequên ia de termos
H(a, t) = a
eK(b, t) = b
para todo ot ∈ [0, 1]
.Claramente
w
−1
(0) = X × B ∪ A × Y
e temos
w(x, y) < 1 =⇒ L(x, y, 1) ∈
X × B ∪ A × Y
oque on luiademonstração.Proposição 3.11. Seja
(X, A)
um par de espaços omA
fe had o. As seguintesondiçõessão equivalentes:
(i)
(X, A)
éum parNDR.(ii)
X × {0} ∪ A × [0, 1]
éum retrato por deformaçãodeX × [0, 1]
.(iii) Existeumaretra ção de
X × [0, 1]
emX × {0} ∪ A × [0, 1]
.(iv) Ain lusão
i : A → X
éuma obração.Proof. (i) impli a (ii) pela Proposição 3.10. De fa to, para o par
([0, 1], {0})
podemos tomar
u(t) = t/2
na Denição 3.7. A funçãow
na demonstração de3.10é então sempre
< 1
eportanto oproduto dospares(X, A)
e([0, 1], {0})
é ain lusãodeumretratopordeformação.
Claramente(ii)impli a(iii).
Se
r : X × [0, 1] → X × {0} ∪ A × [0, 1]
éuma retra ção,entãodadosf, H
omonaDenição3.2temosque
(f
a
A
H) ◦ r : X × [0, 1] → Y
é uma extensão da homotopia
H
, pelo que (iii) impli a (iv). Por outro lado,tomando
Y = X × {0}
` A × [0, 1]
e paraf, H
as apli ações anóni as vemosque
H(−, 1)
˜
éuma retra çãodeX × [0, 1]
emY
peloque(iv)impli a (iii).Finalmentevejamosque(iii)impli a(i): dadauma retra ção
r : X × [0, 1] → X × {0} ∪ A × [0, 1]
edesignandoasproje çõesde
X × [0, 1]
porπ
1
eπ
2
,podemostomarnaDenição 3.7,H(x, t) = π
1
r(x, t)
e
u(x) = max{t − π
2
r(x, t) : t ∈ [0, 1]}
De fa to,
u
é ontínua pela ompa idade de[0, 1]
eu(x) = 1
sser(x, 1) ∈ X ×
{0}
pelo queu(x) < 1 =⇒ H(x, 1) ∈ A
. Claramente,u(x) ≥ 0
uma vez quer(x, 0) = (x, 0)
, eseu(x) = 0
entãor(x, t) ∈ A × [0, 1]
para adat > 0
eportantor(x, 0) = (x, 0) ∈ A × {0}
.Exer í io 3.12. Dê um exemplo de uma in lusão de um subespaço fe hado que
nãoseja uma obração.
Pelopreçodesubstituiro ontradomínioporumespaçohomotopi amente
equiv-alente, qualquer apli ação
f : X → Y
pode ser substituída por uma obraçãousandoa onstruçãodo ilindrodaapli ação
f
. Defa tosedenotarmospori : X = X × {0} → M
f
= X × [0, 1]
a
X×{1}
a in lusão de
X
emM
f
e porπ : M
f
→ Y
a apli ação denida porπ(x, t) =
f (x), π(y) = y
,oseguintediagrama(2)
X
i
//
f
B
B
B
B
B
B
B
B
M
f
π
Y
omuta, e
π
é uma equivalên ia de homotopia (na realidade a retra ção de umretratopordeformação).
Se
f
éuma obração então a apli açãoπ
em (2)é mais do queuma simplesequivalên ia de homotopia. É uma equivalên ia de homotopi a sob
A
no sentidoseguinte:
Dadoum espaço
A
, a ategoriados espaços sobA
éa ategoria ujosobje tossãoapli ações
i : A → X
e ujosmorsmossãoapli ações
f : X → Y
tais queodiagramaA
i
j
@
@
@
@
@
@
@
X
f
// Y
omuta. Duas apli ações sobA
,f, f
′
: X → Y
dizem-se homotópi as sob
A
seexiste uma homotopia
H : X × [0, 1] → Y
entref
ef
′
tal que
H(i(a), t) = j(a)
.Com esta denição de homotopia podemos denir a ategoria de homotopia sob
A
daformaóbvia. Umaequivalên iade homotopiasobA
hama-setambém uma equivalên ia de homotopi a obrada. O seguinte exer í io mostra que o tipo dehomotopiada obradeumaapli açãoéinvariantemedianteequivalên iasde
ho-motopia obradas.
Exer í io3.13. (a) Mostrequeumaequivalên iadehomotopi adepares
f : (X, A) →
(Y, B)
induzumaequivalên ia de homotopi af : X/A → Y /B
.(b) Con lua que se
i : A → X
ej : A → Y
são espaços sobA
ef : X → Y
éuma equivalên ia de homotopi a obrada, então
f
induz uma equivalên ia dehomotopiaentreas obrasde
i
ej
.Proposição 3.14. (a) Sejam
i : A → X
ej : A → Y
obrações. Sef : X →
Y
é uma apli ação sobA
e uma equivalên ia de homotopia, entãof
é uma equivalên iade homotopi a obrada.(b) Sejam
i : A → X
ej : B → Y
obrações. Se asapli açõesf, g
no diagramaomutativo
A
i
g
// B
j
X
f
// Y
Proof. (a) Basta-nos mostrar quepara ada
f
nas ondições doenun iadoexisteuma apli ação sob
A
,g : Y → X
tal queg ◦ f ≃
A
id
X
, isto é, tal queg
é uminversodehomotopiasobA
àesquerda paraf
. De fa to,setaléverdadepodemos apli ar oresultado a
g
para obter um inversoà esquerda sobA
,f
′
para
g
eentãoaequaçãof
′
≃
A
f
′
◦ g ◦ f ≃
A
f
mostraque
f
′
éhomotópi oa
f
sobA
eportantoqueg
étambémuminversodehomotopiasob
A
àdireitaparaf
.Como
f
éumaequivalên iadehomotopia,existeh : Y → X
talqueh ◦ f ≃
id
X
. Isto impli a queh ◦ j ≃ i
, e estendendo aX
uma homotopia entreh ◦ j
ei
obtemos uma apli açãoh
′
: X → X
tal queh
′
≃ h
(e portantoh
′
◦ f ≃ id
X
)eh
′
◦ j = i
. Basta-nosagoradeterminar
e : X → X
sobA
talquee ◦ (h
′
◦ f ) ≃
A
id
X
umavezqueestaequaçãomostraqueg = e ◦ h
′
éoinverso
àesquerdaquepro uramos.
Estamos portanto reduzidos ao aso em que
Y = X, j = i
, ef ≃ id
X
. Aessên iadademonstraçãoéamaneira omoapropriedadedaextensãodashomotopiasdeterminauminversoàesquerdasob
A
paraumtalf
. SejaH : X ×
[0, 1] → X
umahomotopiaentref
eid
X
. ArestriçãoH
|A×[0,1]
: A × [0, 1] → X
determinaumlaço[0, 1] → X
A
baseadoem
id
A
9
. Seestelaçofosse ontrá til,
e
K : A × [0, 1] × [0, 1] → X
fosse uma nul-homotopia, poderíamos apli ara propriedadede extensão das homotopias ao par
(X × [0, 1], A × [0, 1])
e àhomotopia original
H : X × [0, 1] × {0} → X
entref
eid
X
para obter uma homotopiarelativaaA
entref
eid
X
(per orrendo afronteirade[0, 1] × [0, 1]
entre(0, 0)
e(1, 0)
aolongodostrêssegmentosquenão[0, 1] × {0}
).Em geral o aminho
H
|A×[0,1]
não será ontrá til. Podemos no entanto apli arapropriedadedaextensãodashomotopiasaH
|A×[0,1]
eaid
X
paraobter umaapli açãoe : X → X
ome
|A
= i
, eumahomotopiaK : X × [0, 1] → X
entreid
X
ee
. Estee
é o inverso de homotopia que pro uramos. De fa to, se on atenarmosahomotopiaK(f (x), 1 − t)
omH
obtemosumahomotopiaentre
e ◦ f
eid
X
talquearestriçãoaA × [0, 1]
orrespondeaum aminho on-trá tilemX
A
( omo
f
|A
= i
trata-sedeum aminhoseguidodoseuinverso)e podemosapli aroargumentoanteriorparaobterumahomotopiarelativaaA
entre
e ◦ f
eid
X
on luindoademonstração. (b) Exer í io(ouver[Ma,p. 47℄). Comovimosem(2)qualquerapli açãof : X → Y
podesersubstituídaporumaobração
X
→ M
i
f
Se
f
éuma obração,a obradef
edei
têmomesmotipodehomotopia(pelaProposição 3.14eExer í io3.13). Quando
f
nãoéuma obração,éa obradaapli ação
i
que orrespondeao" o-nú leodef
"( onformeoExer í io3.16)9
Embora, omasnossas onvenç ões,ore ípro osósejaverdadese
A
élo almente ompa to eHausdor. Norestodademonstraçãovamosignoraranãovalidadedesta orre spondên iaumaDenição 3.15. A obradehomotopia,ou onedaapli ação
f : X → Y
dene-sepela equaçãoC
f
=
(X × [0, 1])
a
X
Y
!
/X × {0}
PSfragrepla ementsCX = X × [0, 1]/X × {0}
C
f
f (X)
Y
Exer í io3.16. (a) Mostreque,es revendo
j : Y → C
f
paraain lusão anóni a, existeumasu essãoexa ta longade homologia· · · → H
k
(X)
f
∗
→ H
k
(Y )
j
∗
→ H
k
(C
f
)
→ H
∂
k−1
(X) → · · ·
(b) Mostreque se
A → X
éuma obraçãoentãoH
∗
(X, A) = H
∗
(X/A)
.A obra dehomotopiatemaseguinte propriedadeuniversal queéuma
onse-quên iadire tadadenição:
Proposição 3.17. Se
f : X → Y
éumaapli ação, dar umaapli açãog : C
f
→ Z
equivale adar•
Umaapli açãoh : Y → Z
,•
Umahomotopiaentreh ◦ f
euma apli ação onstanteX → Z
.Esta ara terizaçãodasapli açõesapartirdeuma obratraduz-senofa tode
asu essãode onjuntosde lassesdehomotopia
(3)
[X, Z]
f
∗
← [Y, Z]
j
∗
← [C
f
, Z]
ser exa ta no sentido em que dada
h : Y → Z
, temosf
∗
([h])
é a lasse de uma
apli ação onstante sse
[h]
estánaimagemdarestriçãoj
∗
.
Re orde-sequeasuspensão deumespaço
X
édenida pela fórmulaΣX ∼
= (X × [0, 1])/ ∼
onde∼
éarelaçãodeequivalên iageradapor(x, 0) ∼ (x
′
, 0)
e(x, 1) ∼ (x
′
, 1)
para todososx, x
′
∈ X
. Estaoperaçãodeneumfun torda ategoriadosespaçosnela
própriadaformaevidente. Es revemos
−Σf : ΣX → ΣY
paraaapli ação−Σf [(x, t)] = [(f (x), 1 − t)].
Háumaequivalên iadehomotopianaturalC
j
π
→ ΣX
dadapelo olapsodosubespaço ontrá til( f. Exer í io3.5)
CY = (Y ×[0, 1])/(Y ×
{0}) ⊂ C
j
,eportantodenotandopord : C
f
→ C
j
ain lusãonatural, olapsandoo subespaço ontrá tilCC
f
⊂ C
d
,temosumaequivalên iaC
d
π
Exer í io 3.18. Mostre que, denotando por
l : C
j
→ C
d
a in lusão natural, o seguintediagrama omuta na ategoria de homotopi aC
j
l
//
π
C
d
π
ΣX
−Σf
// ΣY
Exer í io3.19. Mostrequehá umhomeomorsmonatural
10
ΣC
f
≃ C
Σf
.
Estes exer í ios mostram que, al ulando su essivamente as obras de
homo-topiadasapli açõesobtidaspelopro edimentoanteriorobtemosaseguintesu essão
innita deespaçoseapli açõesquedesempenhaumpapelfundamental em teoria
dehomotopia.
Denição 3.20. A su essãode obração asso iada à apli ação
f : X → Y
é asu essão de espaços
X
→ Y
f
→ C
j
f
π
→ ΣX
−Σf
→ ΣY
−Σj
→ ΣC
f
−Σπ
→ Σ
2
X
Σ
→ Σ
2
f
2
Y → · · ·
Tal omo em (3) onsiderando apli ações para um onjunto
Z
produz umasu essãoexa talongade onjuntosdehomotopiaasso iadaàapli ação
f
. Veremosembreveque,apartirdoter eiro,estes onjuntostêmumaestruturamultipli ativa
quepermitedarumsentidomaisforte à"exa tidãodasu essão".
Exer í io3.21. Mostrequese
f, g : X → Y
sãoapli açõeshomotópi as,entãoasobras de homotopi asão homotópi amente equivalentes.
Exer í io3.22. Mostreque
f : X → Y
éumaequivalên ia dehomotopi a sseM
f
seretrai pordeformaçãoemX × {0}
.Fibrações. A bra de uma apli ação
f : X → Y
sobrey ∈ Y
é o subespaçof
−1
(y) ⊂ X
. Aoperaçãodetomarabradeumaapli açãopodeserinterpretada
omoo ál ulodo"nú leo"daapli ação. Éfá ilverqueestaoperaçãonãointerage
deformasatisfatória omarelaçãodehomotopia(dêumexemplo!).
Denição 3.23. Diz-se queumaapli ação
p : E → B
éuma bração,ouquetema propriedadedolevantamentodashomotopiasseemtodo odiagrama omutativo
(4)
X × {0}
f
//
E
p
X × [0, 1]
H
//
˜
H
;;v
v
v
v
v
B
existe olevantamentoH
˜
.Esta denição diz que aoperaçãode proje ção
p : E → B
interage de formasatisfatória omanoçãodehomotopia. Adeniçãotem omo orolárioimediatoo
seguinte resultado.
10
Devenotar-sequeestehomeomorsmotro aas oordenadasdo oneedasuspensãoe
Lema 3.24. (i) A omposiçãode duas braçõesé umabração.
(ii) Se
p : E → B
éumabraçãoeg : A → B
éumaapli ação ontínua, entãoopullba k
g
∗
p : A ×
B
E → A
éumabração.Hávários exemplosjá familiaresde brações. A veri açãodapropriedadedo
levantamentodashomotopiasémuitosimplesedeixa-se omoexer í io.
Exemplo3.25. (i) Aproje ção
π
1
: B × F → B
éumabração. (ii) Sep : E → B
éumrevestimento, entãop
éumabração.(iii) Aapli ação
X
[0,1]
→ X
determinadapelaavaliaçãoem
t = 0
éumabração,hamadaabraçãodos aminhos.
11
A seguinte relação entre as noções de obração e bração é absolutamente
fundamental:
Proposição 3.26. Se
i : A → X
é uma obraçãoeX
é lo almente ompa to eHausdor, aapli ação
Y
i
: Y
X
→ Y
A
éumabração.
Proof. Se
X
éHausdor,A
éne essáriamente umsubespaçofe hadodeX
epor-tantolo almente ompa toeHausdor. UsandoaProposição2.1podemoses rever
apropriedadedolevantamentodashomotopiasparaaapli açãoderestrição
Z
// Y
X
Y
i
Z × [0, 1]
H
// Y
A
naformaadjuntaZ × A
//
Z × X
wwppp
ppp
ppp
pp
Z × X × [0, 1]
&&N
N
N
N
N
N
Z × A × [0, 1]
66m
m
m
m
m
m
m
m
m
m
m
m
// Y
queéapropriedadedaextensãodashomotopiaspara
Z × i : Z × A → Z × X
. Oresultadopretendidoéportantouma onsequên iadaProposição3.10apli adaaos
pares
(Z, ∅)
e(X, A)
.Note-sequeademonstraçãoanterior onsistenumautilizaçãoformaldaadjunção
2.1. Seutilizarmosuma ategoriaadequadadeespaçostopológi os,oresultadoda
proposiçãoanterioréválidosemqualquerrestriçõesnatopologiade
X
.Tal omono asodas obraçõeséútilformularapropriedade(4)deformadual:
uma apli ação
p : E → B
éuma braçãossepodemosen ontrar umaapli ação a11
tra ejado fazendooseguinte diagrama omutativo(noqualasapli açõesverti ais
sãoasapli açõesdeavaliaçãoem
t = 0
)B
[0,1]
E
[0,1]
p
[0,1]
oo
A
H
bbDD
DD
DD
DD
f
""E
E
E
E
E
E
E
E
E
˜
H
z
<<z
z
z
B
oo
p
E
Tal omo antes, on lui-se desta formulaçãoquehá uma es olhauniversal para o
espaçodeteste
A
easapli açõesf
eH
:A = E ×
B
B
[0,1]
= {(e, α) : α(0) = p(e)},
f = π
1|A
,
H = π
2|A
Neste asouniversal,olevantamentodahomotopia
H
˜
designa-seumaapli açãodelevantamento eportantotemos oseguinte resultado
Lema 3.27. Uma apli ação
p : E → B
éuma bração sseexiste umaapli açãoΛ : E ×
B
B
[0,1]
→ E
[0,1]
tal que
Λ(e, α)(0) = e
ep(Λ(e, α)(t)) = α(t)
.Embreveser-nos-áútilumaligeirageneralizaçãodeste on eito. Considere-sea
apli açãodeavaliação
B
[0,1]
× [0, 1] → B
.
Denição 3.28. Seja
p : E → B
uma apli ação ontínua. Umaapli açãoΛ : E ×
B
(B
[0,1]
× [0, 1]) → E
[0,1]
diz-se uma apli ação de levantamento estendida para
p
seΛ(e, α, s)(s) = e
ep(Λ(e, α, s)(t)) = α(t)
.Lema 3.29. Uma apli ação
p : E → B
éuma braçãosse tem umaapli açãodelevantamento estendida.
Proof. Arestriçãodeumaapli açãodelevantamentoestendidaa
E ×
B
(B
[0,1]
×{0})
é uma apli ação delevantamento no sentido usual. Por outro lado, se
Λ : E ×
B
B
[0,1]
→ E
[0,1]
éumaapli açãodelevantamento, podemosdenir
˜
Λ : E ×
B
(B
[0,1]
× [0, 1]) → E
[0,1]
usandoaapli ação
Λ
paralevantaro aminhoα
apartirdee
atét = 1
,eparatrás,apartirde
e
,atét = 0
. Defa to,sees revermosα
s
parao aminhoα
s
(t) =
(
α(t + s)
set ≤ 1 − s
α(1)
set > 1 − s
eα
s
(t) =
(
α(s − t)
set ≤ s
α(0)
set > s
entãodenindo˜
Λ(e, α, s)(t) =
(
Λ(α
s
, e)(t − s)
set ≥ s
Λ(α
s
, e)(s − t)
set < s
Vamosagorademonstrar(seguindo[Du,TeoremaXX.3.2℄)queapropriedadede
serumabraçãoéumapropriedadelo al. Istoé,queumaapli açãoqueserestringe
aumabraçãosobre adaumdosabertosdeuma oberturadabaseéaindauma
bração(desdequeoespaçodebase sejapara ompa to). Paraissopre isamosde
algunspreliminaresdeTopologiaGeral.
Denição 3.30. Uma obertura
U
deX
diz-se lo almente nita se para todo ox ∈ X
existe um abertoV
ontendox
que interse ta apenas um número nitode abertosdeU
. Um onjuntoabertoV ⊂ X
diz-seum onjunto o-zeroseexisteumaapli ação ontínua
φ : X → [0, 1]
tal queφ
−1
(]0, 1]) = V
. Uma oberturaaberta
U
de
X
diz-seenumerávelseéuma oberturalo almentenitapor onjuntos o-zero.Re orde-sequeumespaçosedizpara ompa tosetodaa oberturaabertaadmite
um renamento lo almente nito. Se
X
é para ompa to e Hausdor, entãoX
énormal[Mu, Teorema 41.1℄eé fá il verque então todaa obertura aberta de
X
admiteumrenamentoenumerável.
Exemplo3.31. Um omplexo elularéumespaçopara ompa toeHausdor(ver
[RF,Teorema1.3.5℄ou[Ha2,Proposição1.20℄).
Lema 3.32. (a) Uma interse ção nita de onjuntos o-zero é um onjunto
o-zero.
(b) A união de uma família lo almente nita de onjuntos o-zeroé um onjunto
o-zero.
( ) Se
J ⊂ [0, 1]
é fe hado eU ⊂ X
éum onjunto o-zero, o onjuntoS(J, U ) =
{f ∈ X
[0,1]
: f (J) ⊂ U }
é um onjunto o-zero.
(d) Se
U
é uma obertura deX
por onjuntos o-zero eU =
S
∞
n=1
U
n
omU
n
famílias lo almentenitas,entãoU
admiteum renamento enumerável.Proof. (a) Se
c
k
: X → [0, 1]
sãotaisquec
−1
k
(]0, 1]) = U
k
tome-sec(x) = min{c
1
(x), . . . , c
n
(x)}.
(b) Dada uma família lo almente nita
{U
α
}
,c(x) = max{c
α
(x)}
é ontínua ec
−1
(]0, 1]) = ∪
α
U
α
. ( ) Sec
−1
(]0, 1]) = U
, então a apli açãoc : X
[0,1]
→ [0, 1]
denida porc(α) =
min
t∈J
c(α(t))
é ontínuaesatisfazc
−1
(]0, 1]) = S(J, U )
.
(d) Seja
W
n
= ∪U
n
. Pela parte (b), existec
n
: X → [0, 1]
omc
−1
n
(]0, 1]) = W
n
. Tome-seW
′
n
= {x ∈ W
n
: c
i
(x) < 1/n, i = 1, . . . , n − 1}
. EntãoW
′
n
é um onjunto o-zeroe{W
′
n
}
éuma oberturalo almentenita.{U
n
∩ W
′
n
: n ∈ N}
éorenamentodesejado.
Teorema 3.33 (Hurewi z). Sejap : E → B
uma apli ação ontínua. Se existeuma oberturaenumerável
U = {U
α
}
deB
talquep : p
−1
(U
α
) → U
α
éumabração para adaα
, entãop
éumabração.Proof. Seja
{U
α
}
uma oberturadeB
satisfazendoas ondiçõesdoenun iadoeΛ
α
: p
−1
(U
α
) ×
U
α
(U
[0,1]
α
× [0, 1]) → E
[0,1]
apli açõesdelevantamento estendidaspara
p : p
−1
(U
α
) → U
α
. Para adan
-tuplo deindí es(α
1
, . . . , α
n
)
sejaW
α
1
,...,α
n
= S([0, 1/n], U
α
1
)∩. . .∩S([(n−1)/n, 1], U
α
n
)
. Pelo Lema 3.32(a) e ( ) estes onjuntos são o-zero. Como[0, 1]
é ompa to, aimagemde ada
α ∈ B
[0,1]
que
U
n
= {W
α
1
,...,α
n
}
é umafamília lo almente nita(masinfelizmente não uma obertura). A oberturaU = ∪U
n
deB
[0,1]
estáportanto nas ondiçõesdoLema
3.32(d)eportanto podemoses olherumrenamentoenumerável
{V
µ
}
paraU
. Vamosagoradenirapli açõesdelevantamentoestendidas lo aisΛ
µ
: E × (B
[0,1]
× [0, 1]) ∩ E × V
µ
× [0, 1] → E
[0,1]
Para ada
µ
, es olha-se(α
1
, . . . , α
n
)
tais queV
µ
⊂ W
α
1
,...,α
n
. Dado(e, α, t)
no domínio deΛ
µ
tome-sek
tal quet ∈ [(k − 1)/n, k/n]
. Sejaα
j
oprolongamento por aminhos onstantesdeα
|[(j−1)/n,j/n]
aointervalo[0, 1]
. Podemosdenirβ =
Λ
µ
(e, α, t)
indutivamentedaseguinte formaβ(s) =
Λ
β
k
(e, α
k
, t)(s)
se(k − 1)/n ≤ t ≤ k/n
Λ
β
k−1
(Λ
β
k
(e, α
k
, t)((k − 1)/n), α
k−1
, (k − 1)/n)(s)
se(k − 2)/n ≤ t ≤ (k − 1)/n
Λ
β
k+1
(Λ
β
k
(e, α
k
, t)(k/n), α
k+1
, k/n)(s)
sek/n ≤ t ≤ (k + 1)/n
. . .
Éfá il veri arque estaapli açãoé ontínua,epordenição satisfazas equações
requeridas deuma apli açãode levantamento. No entanto, se
W
µ
∩ W
µ
′
6= ∅
não temos garantia queΛ
µ
eΛ
µ
′
estejam de a ordo na interse ção e portanto não temos aindaumaapli ação delevantamento globalmente denida. Este problemaresolve-seutilizandouma partiçãodaunidade paraa obertura
{W
µ
}
. Sejac
µ
: B
[0,1]
→ [0, 1]
taisquec
−1
µ
(]0, 1]) = W
µ
eX
µ
c
µ
(α) = 1
para todo oα ∈ B
[0,1]
. Es olhamosuma ordemtotalpara o onjunto dosindí es
{µ}
e uma obertura deB
[0,1]
por abertos
{U }
tais que adaabertoU
interse taapenas umnúmeronitode abertos
W
µ
1
, . . . , W
µ
k
omµ
1
< . . . < µ
k
. Denimos funçõest
i
: U → [0, 1]
parai = 1, . . . , k
port
i
(α) = c
µ
1
(α) + . . . + c
µ
i
(α)
deformaque
t
k
(α) = 1
paratodooα ∈ U
. DenimosemU
uma novafunçãode levantamentoΛ
U
: E ×
B
B
[0,1]
∩ E × U → E
[0,1]
que ombinatodasas funçõesdosabertos
Λ
µ
i
daseguinteformaΛ
U
(e, α)(t) =
Λ
µ
1
(e, α, 0)(t)
se0 ≤ t ≤ t
1
(α)
Λ
µ
2
(Λ
µ
1
(e, α, 0)(t
1
(α)), α, t
1
(α))(t)
set
1
(α) ≤ t ≤ t
2
(α)
. . .
É fá ilveri arqueesta apli açãoé ontínuano seudomínio. A suapropriedade
fundamental éque
Λ
U
(e, α)
dependeapenasdosabertosW
µ
i
aqueα
perten e(e não do onjuntoU
) pois seα 6∈ W
µ
i
entãot
i
(α) = t
i+1
(α)
. Isto mostra que seα ∈ U ∩ V
, entãoΛ
U
(α) = Λ
V
(α)
. Obtemos assim a apli açãode levantamento pretendidaΛ : E ×
B
B
[0,1]
→ E
[0,1]
atravésdafórmula
Λ(e, α) = Λ
U
(e, α)
paraU
umabertoqualquer ontendoα
Uma onsequên iaimportantedesteteoremaéqueasapli açõesquelo almente
são produtos têm a propriedade do levantamento das homotopias (pelo menos
quandoabaseépara ompa ta).
Denição3.34. Umaapli ação
p : E → B
diz-seum brado ombraF
seexisteuma oberturaaberta
U = {U
α
}
deB
talquepara adaα
existeumhomeomorsmoφ
α
fazendooseguintediagrama omutarp
−1
(U
α
)
p
##H
H
H
H
H
H
H
H
H
φ
// U
α
× F
π
1
{{ww
ww
ww
ww
w
U
α
Corolário 3.35. Se
p : E → B
éumbradoeB
éumespaçopara ompa toentãop
éumabração.Dadoumespaço
B
,podemosdenira ategoria dos espaços sobreB
ujosob-je tossãoasapli ações
E
→ B
p
e ujosmorsmossãoasapli açõesf : E → E
′
taisqueE
p
@
@
@
@
@
@
@
f
// E
′
q
~~}}
}}
}}
}
B
omuta. Temosanoçãoóbviadehomotopiadeapli açõessobre
B
ea omposiçãodeapli açõesestábemdenida nas lassesdehomotopiapeloquepodemosdenir
a ategoriade homotopiade espaçossob
B
. Umisomorsmonesta ategoriadiz-seuma equivalên ia de homotopi a brada. Mais geralmente podemos deniruma
ategoriadeapli açãoesondeosobje tossãoasapli ações
p : E → B
eosmorsmossãoosdiagramas omutativos
E
p
f
// E
′
q
B
g
// B
′
omanoçãodehomotopiaóbvia. Osisomorsmosna orrespondente ategoriade
homotopia hamam-seequivalên iasdehomotopiade brações. Tal omo no aso
dualdas obrações,asbraçõestêmaseguintepropriedadeútil:
Proposição 3.36. (a) Se
p : E → B
eq : E
′
→ B
são brações e
f : E → E
′
é uma apli ação sobre
B
e uma equivalên ia de homotopia, entãof
é umaequivalên iade homotopi a brada.
(b) Se
p : E → B
eq : E
′
→ B
′
são brações ef : E → E
′
,g : B → B
′
sãoequivalên ia sde homotopiatais queodiagrama
E
f
//
p
E
′
q
B
g
// B
′
omuta então
(f, g)
éuma equivalên iadehomotopiadebrações.Proof. Exer í io.
Qualquerapli ação
f : X → Y
podesersubstituídaporumabraçãodaseguintemaneira. Dena-se
P
f
= X ×
Y
Y
[0,1]
= {(x, α) ∈ X × Y
[0,1]
: f (x) = α(0)}
Temosumain lusãoeproje çãonaturais
i : X → P
f
i(x) = (x, c
f (x)
),
π : P
f
→ Y
π(x, α) = α(1)
(ondees revemos
c
a
para o aminho onstante ema ∈ Y
) eo seguinte diagrama omuta (5)X
i
//
f
A
A
A
A
A
A
A
A
P
f
π
Y
Exer í io3.37. (a)
i
éain lusãodeumretratopordeformação(eportantoumaobração).
(b)
π
éumabração.Éuma onsequên iadaProposição3.36que,se
f : X → Y
éumabraçãoentãoaapli ação
i
éuma equivalên iadehomotopiabradaeem parti ularinduzumaequivalên iade homotopiaentre as bras
f
−1
(y)
e
π
−1
(y)
para ada
y ∈ Y
. Istosugereaseguintedenição:
Denição 3.38. Abradehomotopiade uma apli ação
f : X → Y
sobrey ∈ Y
,éoespaço
F
f
= π
−1
(y) = {(x, α) ∈ X × Y
[0,1]
: α(0) = f (x), α(1) = y}
Tal omono asodualdas obraçõestemos laramenreaseguintepropriedade
universaldabradehomotopia:
Proposição 3.39. Daruma apli ação
g : A → F
f
entreA
e abradehomotopia sobrey ∈ Y
,equivale adar•
Umaapli açãoh : A → X
,•
Umahomotopiaentref ◦ h
eaapli ação onstanteA → {y} ⊂ Y
. Ditodeoutraforma,asu essãode onjuntos[A, F
f
]
π
→ [A, X]
1∗
f
∗
→ [A, Y ]
éexa tanomesmosentidoque(3) . Notemosqueparaiterarestaoperaçãodetomar
abra,pre isamosdees olherumponto debaseem
X
sobreoqualtomarabrade
π : F
f
→ X
. Assim as su essõesde bração denem-se naturalmente apenas na ategoriados espaçospontuados ujosobje tos onsistemempares(X, x
0
)
omx
0
∈ X
,eosmorsmossãoasapli açõesquepreservampontosdebase.Vamosagoraverqueapropriedadedolevantamentodashomotopiasnosdáuma
bração, e
α : [0, 1] → B
um aminho omα(0) = b
eα(1) = b
′
. Apli ando a
propriedadedolevantamentodashomotopiasaodiagrama
p
−1
(b) × {0}
// E
p
p
−1
(b) × [0, 1]
˜
H
α
55
j
j
j
j
j
j
j
j
j
π
2
// [0, 1]
α
// B
obtemosumaapli açãoM
α
: p
−1
(b) → p
−1
(b
′
)
denidapor
M
α
(e) = ˜
H
α
(e, 1).
Estaapli açãodependedaes olhadelevantamento
H
˜
α
,masdadosdois aminhos homotópi osα ≃ α
′
, e dois levantamentos
H
˜
α
, ˜
H
α
′
: p
−1
(b) × [0, 1] → E
, uma
apli açãodapropriedadedolevantamentodashomotopias
12 aodiagrama
p
−1
(b) × ([0, 1] × {0, 1} ∪ {0} × [0, 1])
F
//
E
p
p
−1
(b) × [0, 1] × [0, 1]
˜
K
22
f
f
f
f
f
f
f
f
f
f
f
f
f
f
f
f
π
2
// [0, 1] × [0, 1]
K
// B
ondeK
designa ahomotopiaentreα
eα
′
,
F
éaapli açãodenida porF (e, t, 0) = ˜
H
α
(e, t)
F (e, t, 1) = ˜
H
α
′
(e, t)
F (e, 0, t) = e
mostraqueaapli ação
p
−1
(b) × [0, 1] → p
−1
(b
′
)
denidapor
(e, t) 7→ F (e, 1, t)
éumahomotopiaentre asapli açõesM
α
eM
′
α
. Con luímosportantoquea lasse dehomotopiadaapli açãodemonodromiaM
α
: p
−1
(b) → p
−1
(b
′
)
estábem denidaedependeapenas da lassedehomotopiado aminho
α
.Se
α
éum aminho onstante,podemos laramentetomarH
˜
α
(e, t) = e
eseα ∗ β
denotaa on atenaçãodedois aminhos,aexpressão˜
H
α∗β
(e, t) =
( ˜
H
α
(e, 2t)
se0 ≤ t ≤
1
2
˜
H
β
(M
α
(e), 2t − 1)
se1
2
≤ t ≤ 1
éumlevantamentode
α ∗ β
,mostrandoqueM
α∗β
≃ M
β
◦ M
α
.
Temosportantooseguinte resultado:
Proposição 3.40. Seja
p : E → B
umabração. A apli ação queasso ia a adaponto
b ∈ B
abrap
−1
(b)
, ea ada lassede homotopi a de aminhos
[α]
entreb
eb
′
∈ B
a lasse de homotopi a
[M
α
] : p
−1
(b) → p
−1
(b
′
)
éumfun tor ontravariante
M : Π(B) → Ho(T op)
dogrupóide fundamental de
B
paraa ategoriade homotopi a dosespaçostopológi- os.
12
Note-sequeopar
([0, 1] × [0, 1], [0, 1] × {0, 1} ∪ {0} × [0, 1])
éhomeomorfoaopar([0, 1] ×
Corolário 3.41. Seja
p : E → B
uma bração. Seb, b
′
∈ B
perten em àmesma
omponente onexaporar osde
B
, asbrasp
−1
(b)
e
p
−1
(b
′
)
sãohomotopi amente
equivalentes.
Corolário 3.42. Se
p : E → B
é umabraçãoeb ∈ B
, temosumarepresentação(ditade monodromia)
ρ : π
1
(B, b) → Aut
h
(p
−1
(b))
onde
Aut
h
(p
−1
(b)
denotaogrupodeequivalên iasde homotopi adabra
p
−1
(b)
. A
representação édenida por
ρ([α]) = [M
α
].
Exer í io 3.43. Nesteexer í io, assumaquea adjunção 2.1é válida paraos
es-paços que for onveniente. Seja
p : E → B
uma bração e sejaAut
h
(p
−1
(b))
o monóide topológi o das equivalên ia s de homotopi a de
p
−1
(b)
( om o produto
denido pela omposição de apli ações). Promova a representação do Corolário
3.42 aumaapli ação
φ : Ω
b
B → Aut
h
(p
−1
(b))
queémultipli ativa amenosde homotopi a (Compareesteresultado oma
demon-straçãodaProposi ção3.14 no asoda bração
X
X
→ X
A
.)
Espaços pontuados. Um espaço pontuado é um par
(X, ∗)
om∗ ∈ X
. Umaapli ação
f : (X, ∗) → (Y, ∗)
éuma apli açãof : X → Y
quepreservaoponto debase. Osespaçospontuados juntamente omestasapli açõesformam a ategoria
dosespaçospontuados. Dadoumespaço
X
es revemosX
+
para oespaçoX
om umpontodebasedisjunto. A apli açãoX → X
+
é um fun tor da ategoria dos espaços para a ategoria dos espaços pontuados
(adjunto àesquerda dofun tor esque ido). Re orde-se queum espaçosediz bem
pontuado seain lusãodopontodebaseéuma obração.
O oprodutona ategoriadosespaçospontuadoséasomawedge , denidapor
X ∨ Y = (X
a
Y )/∗
X
∼ ∗
Y
Oprodutoéoproduto usual omoponto debase
(∗
X
, ∗
Y
)
edenimosoproduto smash pelafórmulaX ∧ Y = (X × Y )/(X ∨ Y ).
Exemplo3.44. Paratodook, n ≥ 0
,S
k
∧ S
n
éhomeomorfoa
S
n+k
.
Oprodutosmashestásujeitoaalgumaspatologias omoéindi adonaprimeira
partedoseguinte exer í io.
Exer í io3.45. (a) Mostre que
Q
∧ (Q ∧ N) 6≃ (Q ∧ Q) ∧ N
.(b) Mostrequese
X, Z
sãolo almente ompa toseHausdorentãoX ∧ (Y ∧ Z) ≃
(X ∧ Y ) ∧ Z
. Es revemosMap
∗
(X, Y ) ⊂ Y
X
paraosubespaçode
Y
X
formadopelas apli açõesquepreservamoponto debase,
om ponto de base dado pela apli ação onstante no ponto de base de
Y
. Pelapropriedadeuniversaldoquo ientetemosumaapli ação
(6)
Map
que é uma bije ção se
Y
é lo almente ompa to e Hausdor (de a ordo om aProposição 2.1). Esta adjunção expli a arelevân ia do produto smash. Note-se
que numa ategoria adequada de espaços topológi os esta adjunçãoé válida sem
restriçõeseénarealidadeumhomeomorsmodeespaçostopológi osoqueimpli a
formalmenteaasso iatividadedoprodutosmash.
Anoçãonaturaldehomotopianesta ategoriaéadeumahomotopiaquepreserve
opontodebase,quepodemoses rever
H : X ∧ [0, 1]
+
→ Y
O onjuntodas lassesdehomotopiapontuadasentre
(X, ∗)
e(Y, ∗)
es reve-se[X, Y ]
∗
Note-sequeeste onjuntotemumpontodebasenatural(aapli ação onstanteno
pontodebase de
Y
).Podemosdenir obraçõesebraçõesna ategoriadosespaçospontuados,pelas
propriedadesdaextensão elevantamentodas homotopias(pontuadas). Arelação
entre estes on eitos e os on eitos dis utidos anteriormente é a seguinte: Uma
obraçãoé uma obraçãopontuada (uma vez que oponto de base perten eao
subespaço). Se
(A, ∗) → (X, ∗)
é uma obração pontuada e(A, ∗)
(e portanto(X, ∗)
) é bem pontuado, entãoA → X
é uma obração. Por outro lado uma bração pontuada é uma bração (uma vez que a propriedade do levantamentodashomotopiaspontuadaspara
A
+
éomesmoqueapropriedadedolevantamento das homotopias paraA
) e uma bração tem ne essáriamente a propriedade dolevantamentodashomotopiaspontuadasrelativamenteaosespaçosbempontuados.
O ilindroreduzido deumaapli ação
f : (X, ∗) → (Y, ∗)
éoespaçoM
f
= (X ∧ [0, 1]
+
a
Y )/(x ∧ 1 ∼ f (x))
eo onereduzido oua obrade homotopia def
éC
f
= M
f
/(X × {0}).
Asuspensãoreduzida de
(X, ∗)
éΣX = X ∧ S
1
.
Éusualidenti ar
S
1
omoquo iente
[0, 1]/({0, 1})
ees reverx ∧ t
omt ∈ [0, 1]
paraumelementode
ΣX
.Note-se que
M
f
, C
f
eΣX
obtêm-se dasversões não reduzidas olapsandoum intervalo[0, 1]
. É fá il ver que seX
eY
são bem pontuados, as in lusões desteintervalo são obrações e portanto as apli ações quo iente são equivalên ias de
homotopia.
Oespaçodos aminhos de
(X, ∗)
éoespaçopontuadoP X = Map
∗
([0, 1], X)
em quedamosa[0, 1]
opontodebase0
. Temosumaapli açãonaturale : P X → X
dadapor avaliaçãoem
t = 1
. Oespaço de laços de(X, ∗)
éoespaçopontuadoΩX = Map
∗
(S
1
, X).
Aadjunção(6)tem omo onsequên iaimediataaseguinte relação
[ΣX, Y ]
∗
= [X, ΩY ]
∗
Proposição 3.46.
[ΣX, Y ]
∗
é umgrupoe[Σ
2
X, Y ]
Proof. Amultipli açãoem
[ΣX, Y ]
éinduzidapelaapli açãoΣX
→ ΣX ∨ ΣX
ν
que olapsao"equador"de
ΣX
. Mais pre isamente,identi ando omohabitual-mente
S
1
om[0, 1]/{0, 1}
,ν(x ∧ t) =
(
x ∧ 2t ∈ ΣX ∨ ∗
se0 ≤ t ≤ 1/2
x ∧ (2t − 1) ∈ ∗ ∨ ΣX
se1/2 ≤ t ≤ 1
Utilizandooargumentojáfamiliarno asodogrupofundamental13
,éfá ilverque
este produtoéasso iativo,que oelemento neutro édadopela lassedaapli ação
onstanteequea lassedaapli ação
−f : ΣX → Y
denida por(−f )(x ∧ t) = f (x ∧ (1 − t)
éoinversode[f ] ∈ [ΣX, Y ]
.Paraverque
[Σ
2
X, Y ]
éabeliano,notemosque
S
1
∧S
1
éhomeomorfoa
[0, 1]
2
/∂([0, 1]
2
)
.
Por denição,amultipli ação em
[Σ
2
X, Y ]
efe tua-se on atenando as apli ações
nasegunda oordenada. Agura
PSfragrepla ements
→
→
→
∗
∗
∗
∗
f
f
f
f
g
g
g
g
ilustraahomotopiaentre
[f ][g]
e[g][f ]
.Uma vez que
S
n
= Σ
n
S
0
= Σ
2
S
n−2
, as lassesde homotopia apartirde uma
esferadedimensãomaiorouiguala2formamumgrupoabeliano.
Denição 3.47. Seja
(X, ∗)
um espaço pontuado. Para adan ≥ 0
, dene-seon
-ésimo grupodehomotopiadeX
porπ
n
(X, ∗) = [S
n
, X]
∗
É laro que
π
0
(X)
éo onjunto pontuado das omponentes onexas por ar os deX
,π
1
(X, ∗)
éogrupofundamental. Paran ≥ 2
,π
n
(X, ∗)
éumgrupoabeliano omoobservámosa ima. Estesgrupossãoosinvariantemaisimportantesemteoriadehomotopia,egeralmentequaisqueroutrosinvariantes(gruposdehomologiapor
exemplo) podem serinterpretados em termos deles. Note-se quesempre queseja
válida aadjunção2.1 temos
[Σ
n
X, Y ]
∗
= π
n
(Map
∗
(X, Y ))
. Estes grupos são ex-tremamentedifí eis de al ularemgeral. Atéàdatanãosão onhe idososgruposdehomotopia de
S
2
(ounarealidade dequalquer omplexo elular nito quenão
sejaaesféri o
14
).
É larodadeniçãodamultipli açãonaProposição3.46quea omposição om
umaapli ação
g : (Y, ∗) → (Z, ∗)
determinaumhomomorsmodegrupos[ΣX, Y ]
∗
g
∗
→ [ΣX, Z]
∗
,
equeΣf : ΣX → ΣY
13Note-sequeseassumirmosaadjunção2.1,temos