UNIVERSIDADE
FEDERAL
DE
SANTA CATARINA
PROGRAMA
DE
PÓS-GRADUAÇÃO
EM
LETRAS/L1NGUísT1cA
›CONCORDÂNCIA VERBAL
COM
O PRONOME
TU
NA
FALA
DO
SUL
DO
BRASIL
LOREMI LOREGIAN
moúznópouz
CONCORDÂNCIA
VERBAL
COM
O PRONOME
TU
NA
FALA
DO
SUL
DO
BRASIL
Estadissertaçãofoijulgadaadequada
paraaobtençãodo graudeMeatree1n
Ieüas/LingñlsücaeapmvadasuafmmafinalpeloPmgramadePós-Gmdmçãomn
Lingüística da Universidade Federal de Santa Catarina `
m~
(UFSC)
Ôl'ÍeIlIaÓOl”. Pmf. Dt. Paulinø Valldmsell
(UFSC)
Banca
Examinadora:Pro . Dr. Paulino Vandresen
SC)
Profa.
Dm.
(UFSC)
',¿‹zW;^,¿wéá.
Ãwzgz
éryézzwz
Profa. Dra.
MariaMaIÍa
Paeita Schelte(UFRJ/UnB)
Suplente:
/
-
.., __`_,e Prof. Dr.
Romao
Lim
(UFSC)
UNIVERSIDADE
FEDERAL
DE
SANTA CATARINA
PROGRAMA
DE
PÓS-GRADUAÇÃO
EM
LEmAs/Ln~:GUísT1cA
CONCORDÃNCIA
VERBAL
COM
O
PRONOMB
TU
NA
FALA
DO
SUL
DO
BRASIL
IDREMI
DOREGIAN
Florianópolis 1996 Dissertaçãoapuesen1adaaocutsodePós- Graduaçãoem
Letras/Lingüística da UniversidadeFedemldeSanta Catarina, comopartedosrequisitos paraobtenção dograudeMestreLing11istica.MEUS
AGRADECIMENTOS...
Ao
professor' Paulino Vandresen pela orimtação, amizade e incentivo constante;Àpu'ofessor'aEdairGorskipelaajudaconstanteefimdamental; ÀprofessoraMartaSchenepelassugestõeseesclarecirnentos;
À
MarisaFemandes
pelo auxiliono usodo
VARBRUL
e pelo apoio e ajuda dispensadosdutantetodaarealimçãodocurso;ÀCIaudiaBrescancinipeloempréstimodocorpusdoRibeirãodaIlhaepelas
contribuições;
Aosmeuspaiseirmãospelacompreensâog
AtodososamigosdoLucima,deformaespecial:MmaeGerê,ClaudiaeFemando,
Isa, Paulinha, Marcinha, Ildinha,
Kikae
Caco, Marcelino, Caiubi, Paraná...Aos
amigosquefizeramefazempartedoPmjetoVARSUIJUFSC,e¡pecialmenteao
pmfessorPaulinoVmdresen,quenmabúuosprimeimscaminhospamosesmdos
sociolinguisticos;
AosamigosdomnsodemesuadoCláudiaBmscancinieAndréRuügHaniBmfi,pelo
apoio
mútuo
durante o período de disciplinas;Aosinformantesdapesquisag
ÀCAPESpelaconcessãodabolsa;
Enfim,atodosq\mwnuibuimmdealg\mmformapamqueestenabalhopudesseser
vâvvøflázvn
,4`ãl««.
o1,¢zs««â»;.‹,¢,«zú«,ú.‹.à~ú.‹¢.‹.‹¢¢«¢â~‹«z.
zúäldoeø.
mamae.
fiahanpmaãø.
afidaøumfileddaú.
Ddmaúmlúøb.
...acadasituaçãodefalaemquenosinseainms
edaqualparticipamos,notamos que a lingua
faladaé,a
um
só tempo, hetetogênea ediversificada.
suMÁ1uo
Lista de Tabelas ... .. ListadeQuadros ... ..Resumo
... ._ Abstract. ... .. l-Introdução ... _.2-objewdefizmóo
... ._ 3 - Referencial Teórico ... .. 3.1 -O
estudo da concordânciano
Português do Brasil.4 -
Mzwúologiz
... .. 4.1 -o
ProjetovARsUL
... .. 4.2 - Constituição da nossa ... ..4.3-Levantammtodosdados
... .. 4.3.1 -Dados
excluídos ... .. 4.4 - Variáveis trabalhadas ... .. 4.5 - Suporte quantitativo ..._.5-Anà1âzzózzvzf¡àvzizL¡ngúmizzz ... ..
5.1 - Pamlelismo Founal
no
Nivel Discursivo.5.2 - Explicitação do
Pronome
... ..5.3 - Interação Emissom/Receptor ... _.
5.4-Duasvaliàveispamialmemesobxepostas
Tempo
Verbal e Saliência Fônica ... .. 5.5 - Tonicidade do Verbo ... ..5.6
-NúmerodeSflabasdoVetbo
... ..5.7 - Contexto Fonológioo Seguinte ... ..
6-Aná1isedasVariáveisSociais ... ..
6.1 - Cruzamento de Variáveis ... ..
7 - Considemções Finais ... ..
LISTA
DE
TABELAS
Tabela 1 - Paraleliamo Foumal
no
Nivel Diacursivo (Marcasno
Verbo) ... ..Tabela 2 - Explicitação
do Pronome
... ..Tabela 3 - Interação Emissor/Receptor ... ._ 57
Tabela
4
- Saliêneia Fônica. ... ..Tabela S - Tabulação Cruzada entre
Tempo
Verbal e Saliência Fônica. ... _.Tabela
6
-Tempo
Verbal ... ..Tabela 7 - Pesos Relativos de Região e
Tempo
Verbal (Pretérito Perfeitodo
indicativo) ... ..
Tabela 8 - Tonicidade do
Vabo
... ..Tabela 9
-Número
de Sllabas do Verbo ... ..Tabela 10 - Pesos Relativos - interferência da Tonicidade
no
Número
deSllabas - ... .. 85
Tabela ll - Contexto Fonológico Seguinte ... _.
Tabela 12 - Região ... ..
Tabela 13 -
Grau
de Eseolarização ... ..Tabela 14 - Faixa Etária. ... _.
Tabela 15 - Sexo ... ..
Tabela 16 - Região e Grau de Esoolarização ... ._
Tabela 17 - Faixa Etária e Região ... ._
LISTA
DE
QUADROS
Quadml-DisüihúçãodosinfixmamesdasüêscapitaisdoSulquantoaosüposde
pronmnes/fmnxasdetratamentoutilizados ... ..20
Qmdro2-Nmmrodeocorrênciaduformasdopretéfimperfeiwdoindicaüvopor
RESUMO
Opmsentewmdofoifeitocombasenospostuladosteóúcosemetodológiwsda
TemiadaVuhçãoLingiñsfica,mqudnospmpomosadesmwhm\mamflisedescrifiva
daoonoordânciaverbaloomoprono¡neTU,nafi¡lademomdo1esdetrês
locaIidadesdoSuldoBrasil (Porto Alegre, FloaianópoliseRibeirãodal1ha).
OsdadosmferemesaPortoAlegmeFlmianópoüsfi¡zempartedoBancodeDados
doProjeto Variação Lingüística Urbana
daRegião
Sul(VARSUL),
eos do
Ribeirão da Ilhafosramcoletados pela colega de1nestradoCláudia Brescancini. Analisamosumtotal de 2100
ooon'ências,retimdasde72 entrevistas,todas coletadas seguindoametodologia laboviana.
Nodecmrerdamáüsqpmocmmnošdetectuoswmeadoslingmsücosesociaisque
wndicimmm,defomaü1tegmda,owmpowtamenwsincrôniwdosfa1amesqmnmao
fenôme_no de oomomdânciaverbalemestudo.Esteestudop1etemdesewmümk,porumhdo,e1n1maimpottmtewnüü›1ñçãopam
mnpmjetomaisamplodedescriçãodeaspectossintáticosdafa]adaRegiãoSul;pozroutro lado,espe1'afomecerdadosimportantespamadesmiçãodosistemade ooncordânciaemusono
Suldopais. Aiv
ABSTRACT
'lhectmmtreseamhümppofiedbythetheomücdmdmethodologimlposmhtesof
theLing\úsücVaúaüonTheory,inwhichwehawpmposedwdewlopadescripfiveanalysis
oftheverba1ag1eemmtwith“TU”¡nomminthespeechoftbepop1flaüonfimnflnee
localities oftlm southern Brasil - Porto Alegre, Flomianópolis andRibei1'ãoda llha.
ThedataconoemingPortoAlegmeFloñanópolisa¡epafiofthedatahankoftbe
Urban
Linguistic Variation Project of southern region(VARSUL)
and the datafiom
RibeñãodaHhawmewfledbyCMudiaRegimB1esmncñú,apostgadmtewfleague.We
haveanalysedanamountof
2l00ocm'nencesfiom72
int›erviews,allool1ectedacoordinglabovianmathodology.
Inú¡ecmnseoftheaua1ysis,wehaveh'iedtodetecttheling1úsücandsocial
amdiümingcmtam,wmaningtheverbdagmemtphemmmminsmdy,thatinfl\mnce
imegtfllythesynamicbahaviomofthe
speakers.Thismsearchintendswbe,ononehand,mimportamwntibufimtoowiderpmject
ofdescúptionofsyntaticaspectsofthesouthemregionspeech;ontheotherhand,itwishes tosuplythedescriptionoftheagteementsystexninuseinthesouthemoftbeommtnywith importantdata.1 -
1N'naoDUÇÃo
No
presente trabalho, apresentamosuma
análise quantitativada concordância
verbal
com
o
pronome
sujeitode segunda
pessoa(pronome
TU)
na
falade
informantes
de
Porto Alegre, Florianópolis e Ribeirãoda
Ilha.Os
dados referentesa
Porto Alegre e Florianópolis
fazem
partedo Banco
deDados do
Projeto VariaçãoLingüística
Urbana da
Região Sul(VARSUL),
e osdo
Ribeirãoda
Ilhaforam
coletados pela colega
de
mestrado Cláudia Brescancini.A
pesquisa estáfimdamentada
nos
postulados teóricos e metodológicosda
TeoriadaVariação
Lingüística,aqual
investigaalinguaefetivamenteemusouma
comunidade
ou
grupo social. Focalizacomo
objeto de estudoa
variação lingüística,entendmdo-awmotmprmcípiogeralemivasaldasñnguasqiwpodeserdescrüoe
analisado. Partedo
pressupostode que
toda variação é motivada,ou
seja, controladaporfatoresn1ternoseextemosaosistemaln1güístico,detalformaquea
heterogeneidade se delineia sistemática e previsível (c£ Mollica, 1992: 10).
Dentro dessa abrangência, nosso objetivo principal é fazer
uma
descrição decomo
está secomportando a
concordância verbalcom
o pronome
TU
na
falado
Suldo
país. Para tanto, iremos testar as seguintes hipóteses* gerais:
'Osgmposdefatoresperünentesacadahipótcsepodcmservistosnosmplwlos5cõdesta
dissertação.2
l)ARegiãoSulapresentaumcomportamentodiversificadoquantoà
concordância verbal
com
o pronome TU,
com
Florianópolis e Ribeirãoda
Ilha usando,predommantemente,ovabommaflexãodesegmdapessoa,ePortoAlegreusandoo
verbosem
a
respectiva flexão. V2)
Há
certos contextos lingüísticos e certos fatores sociaisque
favorecemmais
a
aplicaçãoda
regraem
estudoque
outros.A
exposiçãodo
trabalho será fieitana
seguinte ordem;No
segimdo
capítulo delinearemoso
objeto de estudo, fazendomenção
à
concordância verbal
com
o
pronome
'I`U eao
modo como
talfenômeno
se realizana
fala dos informantes
do
Suldo
Brasil.No
terceiro capítulo apresentaremoso
referencial teóricoque fomeceu
as basespamadescúçãoemtmpmtaçãodoiënômenodewncordânciaverbalemesmdo.
Apresentaremos
também,
deforma
resumida, os principais trabalhosque abordaram a
concordância de
número no
portuguêsdo
Brasil.No
quarto capítulo trataremosda
metodologia adotada neste estudo,onde
faremosum
pequeno
históricodo
ProjetoVARSUL;
e, antesde
falarmos sobrea
3
estatístico sobre os
pronomes
e formas de tratamentoque
são utilizados paraestabelecerareferênciadosuieitodesegimdapessoadosmgularnafalade
infomiantesdastrês capitaisdo Sul.Na
seqüência falaremossobreo
levantamento dosdados; os dados excluídos; asvariáveis trabalhadas
eo
suporte quantitativo.No
quinto capítulo apresentaremosa
análise das variáveis lingüísticas,onde
iremos explicitar os fatores de cada variável, os objetivos e hipóteses
que
nos levarama
trabalharcom
cadauma
delas.No
sexto capítulo trataremosda
análise das variáveis sociais, primeiramentevistasdeformaisolada,enaseqüênciaapresentanemos
os cruzamentosdasvariáveissociais considerados estatisticamente significativos.
No
sétimo capitulo apresentaremos as considerações finais,em
que
iremosmtomarosgnqiosdefatoresquesedemonsuammmaisamantesparaaapücacão ou
não
aplicaçãoda flexão
de segunda pessoano
verboque
acompanha o pronome TU,
bemwmoosaspecmsnãomalisadosqtwmereceriammnamvesügaçãopostaior.
Por
fim,
apresentaremos as referências bibliográficas, e,em
anexo, colocaremosummapapara
situarmelhordeondeforamcoletadasasentrevistasdoRñ›eirãoda
4
2
-O
OBJETO
DE
ESTTUDO
i0presentetrabaIhosurgedanecessidadedesefirzerumestudoda
concordância verbal
com
o pronome
TU
na
fiila espontâneado Rio Grande do
Sul e de Santa Catarina,uma
vez
que,no
âmbitoda
Sociolingüística Variacionista,nenhum
trabalhoatéentãohaviaabordadoespecificamentetalquestão. Ostrabalhos atéentãoencontrados
na
literatura preocuparam-seem
estudar os usos,das
_/bmrasde
tratamento
de
segunda pessoa
tendoem
vista os conceitosde
poder
e solidariedade.Podemos
citarcomo
exemplo:Biderman
(1972-73);Abreu
(1987);Ramos
(1989),dentreoutros.Nonossocaso,nãoirernosade.ntrarerntal
questão, poisiremosnos
centrar
no
fenômeno de
concordância verbalcom
o pronome
sujeitoTU.
Para representar
o
Rio
Grande
do
Sul escolhemosa
capital, Porto Alegre, deondeanalisamosafaIade24n1formantespertencentesaocorpusdoProjeto
VARSUL.
Em
Santa Catarina analisamos36
informantesde
Florianópolis (corpusdo
ProjetoVARSUL)
e 12 informantesdo
Ribeirãoda
Ilha (corpus Brescancini).No
5
O
fenômeno que
estamos analisando apresenta-seda
seguinte fonna:1)
Verbos
com
flexão
de segunda pessoa. Exemplos:“...a partir
do
momento
que
tafisgissez tatem
que
ficá
casada..”(RIB
llCOL C
F);“...assim ta
quam
parecê igual aquelas pessoas...”(FLN
35
COL C
P).2)
Verbos
sem
a
referidaflexão
de segundapessoa
Exemplos:“...tu
dacasca
o camarão
depois tu bora tudo nafervura..(FLNOZPRI
A
M);
“...uznamnemoàesa1âri0mqzzéaizê?”
(POA
12PRIAF);
'“...tuflcôtão facera
que
lzaflcô até anocionada...”(POA
06
GIN
B
F).Procuramos
testar restrições já levantadas dentroda
concordância de número,pmaverüicardequemmeiramzõesinternaseextemas,apartirdehipóteses
lingüísticas gerais
ou
emergidas dos próprios dados,possam
indicar regularidadessociolingüísticas
que
estãoem
jogono
fenômeno da
concordânciacomo
um
todo.Vale
colocarque
o
presente trabalho é de natureza essencialmente sincrônica eas questões relacionadas
a
uma
possívelmudança
em
curso ficarãocomo
sugestãopara
um
estudo posterior.2
Nos
verbos que estão no pretérito perfeito do indicativo ocorre a assimilação do -t (ex.. tu6
3 -
REFERENCIAL
Tnómco
A
pesquisa relatadano
presente trabalho está fundamentadanos
postuladosteóricos e metodológicos
da
Teoriada
Variação Lingüística (Iaboviana),denominada
também
az
sozioimgfúzúzaQuzmúwivz”.
Neste capitulo, pretendemos dar
uma
pequena
visãoda
Sociolingüística Variacionista, enfocando alguns pressupostos gerais desta linha teórica e,de
certaforma, situando-a
em
relaçãoa
outras correntesda
ciência lingüística Pretendemostambémdumnavisãogeraldosprmcipaisnabalhosvaúaciomstasqtmesmdmama
concordância
de
número
no
portugêsdo
Brasil.Considerado
o
inaugurador oficialdo
Estruturalismo4, Saussure “... estabeleceuumadistinçâoentrelingua(langue)efala(parole),
considerandoalinguaumsistema
abstrato,
homogêneo,
social, supra-individual,ao
passoque a
fala seriaa
realizaçãoconcretaeindividualdalingua,Tomandoalínguacomoobjeto`deeetudoda
*A
Socioling0tsticaQuantitativarecebeu essadenominação devidoaofatode ser implementada por dados numéricos submetidos a tratamento estatístico. Segimdo Scherre (l993b:l0), “emboradmominadaSodoüngMsümQumfimüvgesmfisãotcóúmnãoxümñaafizamafixsmccâmms
dosdadoslingulsticos.Pordetrasdosnúmeros,quesãousadoscomoumrecursoadicionalpara
ret`utarounãohipótesesdiversas,háumlingttista,serpensante,quetemccrnoobje1ivoentendero
firncioto
da lingua, seu objeto de esmdo.”4 “Costumamos
reunir sob o
nome
esrrumralzkmoum
conjunto de diferentes elaborações teóricasque compartilham
uma
concepção imanentista da linguagem verbal (isto é, a linguagem assumidacomo
um
objeto autônomo, definido por relações puramente lingüísticas, internas), concepção essacujas coordenadas basicas encontram suas origens no trabalho de Saussure, no inicio do século
7
Lingüística, Saussure excluiu desse
mesmo
objeto tudo aquiloque
fosse individual eheterogêneo...” (Suassuna, 1995264).
A
limitaçãodo
objeto de estudoda
lingüísticaà
Ianguefomece
rigor ecientificidade
à
pesquisa,mas
aomo
tempo
começa
uma
tradição teóricaem
que
questões referentes às variedades são deixadasde
lado (cf. Battisti,199313-4).
Na
década de1950
surgeuma
nova
corrente teórica -a
gramática gerativo-transformacional - tendo
o
lingüistaNoam
Chomsky como
principal nome.De
certa forma,Chomsky
retomou
a
dicotomia saussureanaao
opora
competência (conhecimento
que
cada possuida
lingua, soba forma de
um
sistema abstrato de regras por ele internalizado)
à
performance
(escolha e aplicação dessas regras).Voltados para
a
competência, os gerativistas pretendemuma
teoria linguistica fundamentadaem
uma
comunidade
lingüística completamentehomogênea, formada
por
falantes-ouvintes ideaisque conhecessem
perfeitamentea
língua dessacomxmidade,
que
tivessem acessoà
própria competência lingüística epudessem
dar conta dessa compeaência (Labov, 1972). Ditode
outra forma, os gerativistasprocuram
8
atingir
a
competênciado
falante nativonão
através de seus enunciados,mas
sim
através de sua intuição
no
julgamento de sentençasbem
ou
mal
formadas.Retornando,valefi'isarquetantoSaussurequantoChomskyviamalíngua
wmoumsistemaabstam,fechado,\maesmmnamnsideradamdependentementede
seucontexto,edesuavariação.Entretanto,
na
década de60
surge urnanova abordagem
para essefenômeno
ernquestão. Trata-se
da
Sociolingüística Variacionista,que
tem
o
lingüista americanoWilliam
Labov
como
principal articulador.De
certa forma, estanova abordagem
constitui-se urna reação às teorias estruturalista e gerativo-transformacional.
0sestudosdeLabovnãosesituamàmargemdeumalingüisticadalíngua,
uma
vezque
ele consideraque
esta sótem
sentidonum
contexto social.Em
outraspdavras, diferentemente de Saussure e
Chomsky,
Labov
quer buscara
estrutura heterogêneadalinguaenquantofaladaporumacomunidade ou
grupo social.Seufoco
demteressenãosãoasformasreg1úaresdalíngua,masasvariantes-formas
altmnaüvasdesedizeramesrnawisgpermiüdaspelaprópñaesmmuadalmguae
motivadas por condicionamentos externos;Labov
quer evidenciarque
existemregularidades
na
variação, quer mostrarque
esta é sistemática e previsível. Logo,há
düerençasenneiuüizuosdadosdeimalmguaefeüvamentemnusomswmumdades
defalaeumaciênciada“parole”
ouumaciênciado
“desempenl1o”.9
Labovvaimaisalém,afirmandoqueavariaçãoeasestr1umasheterogêneas
sãotënômenosnatlnaismscomrmidadesdefalaeqrwesmnmaçãonãosignüica
homogeneidade. Para isso, formaliza todoum
instrumental teórico e metodológico paratratarcomavariacão.`
Paraabrangeravariação
inerentedaslínguas,Labov
(1969)ampliaoconceito
de
regrada
gramática para envolvero de
negra variável.Segundo
ele,a
regravariável deve ter freqüência
de
uso expressiva e estar sujeitaà
interferência tanto de fatores lingüísticos (fonéticos, fonológicos, morfológicos, sintáticos e semânticos)quanto
de
fatores sociais (faixa etária, sexo, grau de escolarização, etnia, etc.).Portanto,umavezdetectadaavariaçãoeexaminados
oscontextosemqueestase
insere, os fatores condicionantes apresentam
um
padrão elevadode
sistematicidade e conseqüente previsão pelo pesquisador.Por
fim,
vale registrarque
três estudos clássicos, realizados porWilliam
Labov,
marcaram
o
inícioda
Sociolingüísticas VariacionistaNo
primeiro deles,em
1963,
o
autor investigaa
centralização dos ditongos lay/ e law/em
Marta°s Vineyard;em
1966, estudao
lr/ pós-vocálicona
cidadede
Nova
Iorque e,em
1969, realizaum
estudo sobre
o
desaparecimentoda
cópulano
inglês falado por adolescentes negrosdo
5
Para
uma
visão mais completa da Sociolingtltstica, consultar: Lahov (1969; l972)g Tarallo (l990);10
Harlem,
Nova
Iorque.Os
trabalhos de1963
e1966 foram
publicadosem
1972
no
livro “Sociolínguistic
Pattems”;
neleLabov
abordatambém
os conceitos de variação.Em
suma,o que mais assumimos da
postura variacionista compreendeó:-Existemnarelaçãosistemáticaenüeüngimepressõesmternasdosistema
lingüístico, de
um
lado, e forças sociais sobrea
comunidade, de outro;-Aidéiadequeavariação
éinerenteaosistemalingüísticoequeanoçãode
heterogeneidadenão
é incompatívelcom
anoção
de
sistema;-Adíssociaçãoquesefazentreestruturaehomogeneidadqumavezque
a
variaçãonãoexistesó
nacomunidademas
inclusivenafaladeumamesmapessoa;
-
A
variaçãonão
é aleatóriamas
sim
governada por restrições eextralingiiísticas (sociais),
-
Os
fenômenos
lingüísticos variáveis, expressos por duasou
mais
variantes,apresentam tendências regulares passíveis
de
serem descritos e explicados por restrições de natureza lingüística enão
°
O
ll
-Sãoosdadosproduzidosemsituaçõesreais,istoé,dadosempíricosenão
dados obtidos
em
estantesou
bibliotecasque
revelama
verdadeira oonfiguraçãode
12
3.1
-o Esrvno
DA
coNco1u›ÃNcIA
No
PQRTUGUES
no
BRASIL
Nesta
parte, citaremos, deforma
suscinta, alguns dos trabalhosque
utilizaramprincipios teóricos e metodológicos
da
teoriada
variação lingüísticaem
estudosde
concordância: a) verbal, b) nominal e c)nos
predicativos.Escolhemos
os trabalhos, listadosa
seguir,por
termosnos
baseado neles, deuma
forma
ou
outra, paraa
realização
da
nossa pesquisa.z)
coNcoRDÃNc1A
vERBALz
LEMLE
eNARO
(1977) analisama
fala de20
alunosdo
Movimento
Brasileiro de Alfabetização
(MOBRAL)
do Rio
de Janeiro. Este trabalho, encontradoem
Competências
Básicasdo
Português, transformou-seem
modelo
para pesquisasposteriores.
MOTTA
(1979) estudao
efeitoda
escolarização, sexo e idadena
concordância verbal entre sujeito e verboem
34
adolescentes(com
8
anos de escolarização, de nível sócio-econômico baixo)em
Salvador, Bahia.13
NARO
(1981)em
“The
socialand
structural dimensionsof a
syntactic change” retoma osmesmos
dadosdo
Competências
Básicasdo
Português e incluinovas variáveis sociais e
algumas
mudanças
na
categorização morfológicaNARO, GORSKI E
FERNANDES
(1983)estudam a
concordância verbalcom
os sujeitos nós/a gente
na
talade
64
infonnantes cariocas, de nível sócio-econômicobaixo,
num
total de48
horas de gravação e6916
ocorrências.NICOLAU
(1984) analisaa
concordância entreo
verbo eo
SN
sujeito de terceira pessoado
pluralna
falade
32
informantesde
Belo Horizontede
ambos
os sexos, dois grupos etários e quatro grupos sociais diferentes. Trabalhoucom
um
totalde 1913
ocorrênciasque foram
submetidasa
uma
analise quantitativa e outraqualitativa.
BoRToN1-RICARDO
(1985) analisaz
fala dzso
informam
da zona
ruraldo
Alto Parnaíba(MG),
radicadosem
Braslândia (cidade satélite de Brasilia).RODRIGUES
(1987) analisaa
concordância verbalcom
a
primeira e terceirapessoasdopluralnafalade40
informantesresidentesemfiwelasdaperiferiadeSão
Paulo, informantes estes de procedências geográficas diversificadas,que haviam
cursadoo
primeirograueosanalfabetos.Í
14
GRACIOSA
(1991) analisaa
concordância verbalna
falade
118 informantesuniversitários, pertencentes ao projeto
Norma
Urbana
Culta(NURC).
H
SCHERRE
eNARO
(1991,1992
e 1993) publicam Irês artigos (“Marking in discurse”,“The
serial efl`ecton
internaland
external variables” e“Duas
dimensõesdo
paralelismo verbalno
português populardo
Brasi1”)com
dadosde
64
informantescariocas
(com
la
ll anos de escolarimção) pertencentesao
corpusCENSO/PEUL.
b)coNcoRDÀNc1A
NoM1NALz
BRAGA
eSCI-IERRE
(1976) realizamo
primeiro estudo sobrea
concordânciade
número no
sintagma nominalno
portuguêsdo
Brasil, adotando os princípios teóricos e metodológicosda
Teoriada
Variação Lingüística e analisam dados de7
informantes cariocas.BRAGA
(1977),com
o
mesmo
tema
abordado ern 1976, agoracomo
dissertaçãodemestrado,analisaosdadosdeinformantes
daclassebaixaemédiado
Triângulo
SCI-IERRE
(1978),em
sua dissertaçãode
mestrado, analisa os dados de 1015
GUY
(1981) analisa dados de infonnantes semi-analfabetos (alunosdo
MOBRAL),
amostra essa pertencente ao projeto Competências Básicasdo
Português.SCI-IERRE
(1988), agoracomo
tesede
doutorado, retomao
mesmo
tema
de1978
e “reanalisa”a
concordância nominal,com
dadosdo
corpusCENSO/PEUL.
DIAS
(1993) analisa os dados de20
informantes brasilienses(com
4
anos deescolarização, sendo
10daáreaurbanae
10daárearural).FERNANDES
(1996) analisaa
falade
67
informantes, sendo47
do
corpusdo
projeto
VARSUL
(situação informal) e 19 informantes de diferentes procedênciasregionais (situação formal).
Q)
coNcom)ÃNc1A na
NÚMERO
Nos
Pasnicxrwos/PAR'ncíP1os
1›Ass1vosz
SCI-IERRE
(1991) publicaum
artigona
revistaOrganon
entitulado:“A
concordância de
número
nos predicativos enos
particípios passivos”,no
qual analisa16
VAZZATA
DIAS
(1996),com
baseno
artigo de Seherre, elabora sua dissertaçãodemesüadoeanalisaafialade
72 informantesdaRegião Su1(eo1pusdo
projetoVARSUL).
17
4
-METODOLOGIA
Uma
pesquisa sociolingüística de base laboviana envolve, normahnente, os seguintes procedimentos: coleta de dados reaiscom
uma
seleção prévia dos informantes, seguidada
transcrição desses dados,do
estabelecimento das variantes sob estudo eda
delimitaçãoda
O
passo seguinte consisteem
codificar, digitare quantificar os dados para, dessa forma, obter resultados estatísticos e analisa-los lingüisticamente, de acordo
com
as hipóteses previamente estabelecidas.Nesta
partedo
trabalho, descreveremos as etapas seqüenciais porque
passou,metodologicamente,
a
presente pesquisa. Falaremos inicialmentedo
projetoVARSUL,
tendo
em
vistao
fato de os dados trabalhados terem sido coletados(em
sua grande18
4.1 -
O
PROJETO
VARSUL
O
projeto Variação LingüísticaUrbana da
Região Sul(VARSUL)
teve iníciooficial
em
1990,composto
pelas três universidadesdo
Sul: Universidade Federal de Santa Catarina(UFSC),
Universidade Federaldo
Paraná(UFPR)
e Universidade Federalao Rio
ozzzzazao
sul (U1=RGs)*.O
projetoVARSUL
segue os postuladosda
sociolingüística variacionistaepossui
como
meta
principal “armazenar e colocarà
disposição dos pesquisadoresinteressados amostras de realizações
da
fala de habitantes enraizadosem
áreas urbanassócio-culturalmente representativas de cada
um
dos três estadosda
Região Suldo
Brasil” (Knies
&
Costa, 1995, p.l).Foram
selecionadas4
cidades de cada estado paracompor
a
amostrado
projetoVARSUL”,
z
saber;sam
cam-ma
(aloúanópolis, Chapecó,Blumenau
e Lages);Paraná
(Curitiba, Londrina, PatoBranco
e Irati);Rio
Grande
do
Sul (Porto Alegre, Floresda Cimha, Panambi
eSão
Borja).Em
cadauma
destas cidadesforam
entrevistados
24
moradores, totalizando96
entrevistas por estado e288 no
acervototal.
7
Em
1993a Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul
(PUC
- RS) passou tambémafazer pane do Projeto
VARSUL.
5 Maiores detalhes sobre o Projeto
VARSUL
podemser obtidos no Manual do Usuário, ehborado
19
Para
a
coleta dos dadosforam
feitos dois contatoscom
cada informante.O
primeiro contato foi feito
com
a
ajuda de pessoasda comunidade
(geralmente líderescomunitários), objetivando estabelecer
uma
relação amigável entreo
entrevistador eo
informante.
Nesse
primeiro encontroo
pesquisadormarcava
o
dia ea
horamais
propicia para
o
informante concedera
entrevista, alegandoque
se tratava de tm: estudo sobrea
colonizaçãodo
local, os costumes e hábitos dos moradores, etc.No
segundo contato,o
pesquisador gravavaa
entrevistaem
fita cassete,com
duração de,
no
máximo, 60
minutos. Para este diao
pesquisador elaboravaum
roteirode
perguntas para orientar as entrevistas.Vale
salientarque
não houve
preocupaçãoem
seguir esse roteiro.Em
cada entrevistaforam
abordados os assuntosde maior
envolvimento emocional
do
informante.4.2 -
coNsT1'rU1ÇÃo
DA
Nossa
AMOSTRA
Inicialmente, utilizamos
o
Banco
deDados
do
projetoVARSUL
eñzemos
um
levantamento estatístico dos dados das três capitais (Florianópolis, Curitiba e PortoAlegre),
com
o
intuito de verificar quais fonnas (pronomes e formas de tratamento)seriam utilizadas para estabelecer
a
referênciado
sujeitode
segunda pessoana
fala dos20
n
Para isso, escutamos as
24
fitas de cada capital, transcrevemos os dadosem
forma
defichamento
eprocedemos
auma
contagem manual
dos resultados,que
podem
ser visualizados
no
Quadro
1:Quadro 1: Distribuiçãodosinformantesquantoaostipos
de pronomes/fonnas de tratamento utilizados9
você vocêesenhor/ tn tuevocé tuesenhor/ misturade total
senhora senhora formas
cuúúba
23 1__
_____
__
24POA
1_
13 4_
1 24PLN
q__
_
117
1 5 24Como
podemos
perceberno
Quadrol, os falantes das capitaisdo
Sulapresentam
um
comportamento
bem
distinto quantoà forma
de referênciaà
segundapessoa, especialmente
no
que
se refere ao usodo
pronome
TU.
9
Não
incluímos na análise a referência apagada (zero) por constatarmos que aparecia na fala de
todos os informantes analisados.
Além
do mais, este tema já foi abordadoem
Curitiba por Abreu, 1987; eem
Florianópolis por Ramos, 1989.21
Em
Curitiba,o
pronome
TU
não
foi encontradoem
nenhuma
das24
entrevistas, sendo,
no
nosso corpus, categóricoo
usodo
pronome
VOCÊ.
Já
em
Porto Alegre, dos24
informantes analisados, 18usaram o
pronome
TU
durante toda
a
entrevista,4
informantesusaram
alternadamente ospronomes
TU
eVOCÊ,
1 infonnanteusou
somenteo
pronome
VOCÊ
e 1 informanteusou
mistura defonnas (tu, você, senhor/senhora).
Nessa
etapado
trabalho já constatamosque
em
Porto Alegre
o pronome
TU
é usado,na
maioria das vezes,sem a
flexão
de segundapessoa
EX: “...tu era obrigado tu
não
passava
deano
se tunão
fizesse aqueleexame...” -
(POA
16PRI
B
F).Em
Florianópolis, a distribuição dos informantes estámais
equilibrada, poisdos
24
indivíduos analisados, llusaram o
pronome
TU,
7 usaram
TU
eVOCÊ,
1informam
usou
TU
esENHoR/sEN1-lona
z 5usaram
mz-sfzzm dz f‹›z-zw.É em
Florianópolis
também
que há
predominância maiorda
variaçãona
concordância22
Diante desta realidade,
não
tínhamoscomo
trabalhara
concordância verbalcom
o
pronome
TU
nos dados de Curitiba.Mesmo
sem
esta capital, poderíamosperfeitamente analisar os dados das duas capitais restantes (Florianópolis e Porto
Alegre), mas, tendo
em
vista quea
variação maior foi encontradaem
Florianópolis, decidimos então ampliar os dados desta capital, e manter Porto Alegre.Para ampliação dos dados, aproveitamos
um
corpus coletado pelos mestrandosda
disciplina Sociolingüística II,da
UFSC,
o
qual estava disponívelno
Banco
deDados
do
ProjetoVARSUL.
Este corpus écomposto
por informantes de 15a
24
anos,moradores
da
área urbana de Florianópolis.inzizúmos ainda
um
‹×›fpusde
Ribeirãoaz
nha”
que
foiwiazao,
aezwfao
com
a
orientação metodológicada
sociolingüistica variacionista, pela colega de mestrado CláudiaRegina
Brescancinin .Nosso
intuito era analisaro
comportamento
dos falantes de Florianópolis de
uma
forma mais
abrangente etambém
verificar sea
distância
do
centro urbano eo
pouco
contato externo dos falantesdo
Ribeirãoda
Ilha interfiriano uso da
concordância verbalcom
o
pronome
TU.
l° ORibeirãodaI1haficalocalizado
nacostaoestedallhade SantaCatarina,juntoàBaía Sul de
Florianópolis. Caracteriza-se por ser o povoado mais antigo da Ilha.
“ Brescancini coletou os dados para desenvolver sua dissertação de mestrado (em andamento) e está estudando a palatalizacão do S não mortëmico
em
regiões de colonização açoriana.23
Portanto, nossa amostra
ficou
assim representada:*
24
infonnantes de PortoAlegre” (Banco
deDados
do
ProjetoVARSUL);
*
36
informantesde
Florianópolis(Banco
deDados
do
ProjetoVARSUL);
* 12 informantes
do
Ribeirãoda
Ilha (corpus Brescancini).Para visualizar melhor, apresentaremos,
na
seqüência, as características sociais dos infonnantes, de acordocom
a
localidade analisadaCom
o
intuito de preservara
identidade dos informantes, colocamosnúmeros
ao
invés dos nomes. Portanto,em
todos os exemplos encontrados nesta pesquisa,primeiramente colocaremos
a
localidade(FLN=
Florianópolis;RIB=
Ribeirãoda
Ilha;
POA=Porto
Alegre), apóso
número
da
entrevista (quepode
ser de 01a
36),o
grau de
escolarização (Pri= primário;Gin=
ginásio;Col=
colegial),a idade
(A=
25
a
49
anos;B=
mais
de50
anos;C=
15a
24
anos) e, por último,o
sexo(M=
masculino;
F=
feminino).*2
Na
verdade, foram computados dados de 23 informantes de Porto Alegre, já que
um
deles usoucARAcTERts'ncAs
soc1A1s
Dos
1NI‹'oRMANTEs
Porto Alegre
Cidade
N°
da entrevista escolaridade 1dade sexoPOA
POA
POA
POA
POA
POA
POA
POA
POA
POA
POA
POA
POA
POA
POA
POA
POA
POA
POA
POA
POA
POA
POA
POA
PRI
PRI
PRI
PRI
GIN
GIN
GIN
GIN
COL
COL
COL
COL
PRI
PRI
PRI
PRI
GIN
GIN
GIN
GIN
COL
COL
COL
COL
Hmmmm
FLN
FLN
04FLN
05FLN
06
FLN
10FLN
FLN
FLN
FLN
FLN
19FLN
21FLN
23FLN
01FLN
03FLN
07FLN
08FLN
09FLN
llFLN
15FLN
16FLN
17FLN
20FLN
22FLN
24 ›-››-os-un-n 00.§£››l\>Corpus 15 a 24 anos (Florianópolis)
FLN
25FLN
26FLN
27FLN
28FLN
29FLN
30FLN
31FLN
32FLN
33FLN
34FLN
35FLN
36Cidade
N
da entrevista Escolaridade02
PRI
PRI
PRI
PRI
GIN
GIN
GIN
GIN
COL
COL
COL
COL
PRI
PRI
PRI
PRI
GIN
GIN
GIN
GIN
COL
COL
COL
COL
PRI
PRI
GIN
GIN
COL
COL
PRI
PRI
GIN
GIN
COL
COL
l21II13>>U1W>3>WW>>l¡1W3>3>wwÍ1>>¡z;W>>ã OOOOOOOGOOOO mmmmwmmmmwwmššššššššgggzš mmwwmwšššššš26
Ribeirao da
nha
ciózóz
N
ózfizúzevim
Ezwlzúózàz
Idade”sem
RIB
01PRI
A
M
RIB
02PRI
B
M
RIB
03GIN
A
M
RIB
04GIN
A
M
RIB
05COL
A
M
RIB
06COL
B
M
RIB
07PRI
A
F
RIB
08PRI
B
F
RIB
09GIN
C
F
RIB
10GIN
B
F
RIB
1 lCOL
C
F
RIB
12COL
A
F
'3Em
seu trabalho, Brescancini não considerou a variável idade, dai não haver
uma
distribuição27
4.3
-LEVANTAMENTO
DOS
DADOS
Para procedermos ao levantamento dos dados,
ouvimos
na
íntegra as72
entrevistas e transcrevemos apenas os contextos que nos interessavam para a realização
da
presente pesquisa.Em
seguida,fichamos
as estruturascom
pronome
sujeito
TU
(explícitoou
apagado) e seus respectivos verbos, analisamos cadafonna
verbal de acordocom
os gruposde
fatores previamente estabelecidos, quepodem
ser vistosno
item 4.4, deste capítulo.Nesta etapa
do
trabalho, cadadado
sob análise recebeuuma
codificação,constituida de 13 itens, isto é,
um
número
representandoa
variáveldependente
edoze
números
e/ou letras simbolizando os fatores das variáveis Independentes.Finalmente, após eodificar individualmente
um
total de2100
dados,estes
foram
analisados pelo SistemaVARBRUL
2S
(descritono
item 4.5 desta28
4.3.1-DADOS
Excwinosz
Excluímos de nosso trabalho todos os dados
que pudessem
enviesar nossasEstes
podem
ser conferidos abaixo:* Contextos
em
que não dava
para recuperara marca
formal de segtmda pessoa(
quando o
sujeito estavaapagado
enão
havianenhum pronome
TU
no
contexto).
* Contextos
em
que
havia neutralização (pornão
termos certeza se a regra de concordância se realizavaou
não).Ex:..se tu
marcá
sozinha,TU
GANH¿§OZINHA..
(FLN
32
PRI
C
F).SABE§_
§E
tu gostas de tal pessoa..(FLN
35
COL C
F).* Contextos
em
que
o verbo apareciano
gerúndio.Ex: ...bateu
uma
coisa ca otranão tem?
e realmente depoisTU
ANALISANDO
como
ela se comportava..(FLN
28
GIN
C
M).
...porque
TU
NÃO
TENDO
dinherocomé
que
tu vai saí decasa..(POA
12PRI
29
4.4 -
VARIÁVEIS
TRABALHADAS
Neste item, apresentaremos todas as variáveis e sociais que consideramos para realizar
a
presente pesquisa. Apresentaremostambém
os fatores, as hipótesesde
cada variável eexemplos
para a variável dependente.Quanto
àshipóteses,aapmsentaçãosedarádefomaresumida,tendoemvistaq1wh'emos
retoma-las,bem
como
exemplificar cada fator trabalhado,em
momento
oportuno”
.-VARIÁVEL
DEPENDENTE
1 - Presença de
flexão
de segunda pessoano
verbo. Exemplos:“...tu alimentas
o
que
tu tens dentro de ti durante oitomeses...”(FLN35COLCF);
“ ...a partir
do
momento
que tu fuglsse tu tensque
ficá
casada..”(RlB1lCOLCF);
“...que
que
tuqueres
Rogério'?”(FLN04PRIAM);
2
- Ausênciade
flexão
de segunda pessoano
verbo. Exemplos:“...pai, tu
sabe que a
professora falaem
moral e cívica..”(POA0lPRIBM);
“...um
aumento de
salário tuqué
dizê?”(POA12PRIAF);
“...tu te
arrependeu,
tuflcô
boaz.inha...” (POA18PRIBM);
"
As
variáveis lingüísticas serão objeto de análise no capitulo 5, e no capitulo 6 analisaremos as30
_
VARIÁVEIS
LINGÚÍSTICAS
INDEPENDENTES
1 - Paralelismo Formal:
"a)
Verbo
deuma
seqüênciacom
todas as marcas de concordância;b)
Verbo
deuma
seqüênciasem
marcas de concordância;c) Primeiro
de
uma
série;d)
Verbo
em
construção isolada;e) Mistura de marcas
em
que
o
elemento anterior ao elemento sob análiseé marcado;Í) Mistura de marcas
em
que
o
elemento anterior ao elemento sob análise énão
marcado.
'
Hipótese:
Marcas
conduzem
a
marcas e zerosa
zeros.2
- Interação Emissor/Receptor:a)
O
falante dirige-se ao entrevistador;b)
O
falante dirige-sea
um
interveniente;c)
O
falante repetea
fala de outra pessoa;d)
O
falante dirige-sea
um
interlocutor genérico;e)
Função
fática.Hipótese:
Quando
o
falante se dirigeao
entrevistador, por ser esteuma
pessoa3 - Explicitação
do
Pronome:a)
Pronome
explícito imediatamente antesdo
verbo; b)Pronome
explícitocom
material inetveniente;c)
Sem
pronome
explícito.Hipótese:
Quando o
pronome não
está explícitohá mais
concordância verbal4
-Tempo
Verbal:a) Presente
do
indicativo;b) Pretérito perfeito
do
indicativo;c) Pretérito imperfeito
do
indicativo; d) Presentedo
subjuntivo;e) Pretérito imperfeito
do
subjuntivo;Í) Futuro
do
subjuntivo;g) Infinitivo pessoal.
Hipótese:
O
Tempo
em
que se encontrao
verbo influenciaa
concordância verbalcom
o
pronome
TU.
5 - Saliência Fônica;
a) Nível 1 -
Acréscimo
de -S;b) Nível 2 -
Acréscimo
de -ES;c) Nível
3
-Acréscimo
de -STE/-SSE.Hipótese:
As
formas mais salientes, por seremmais
perceptíveis, sãomais
marcadas
do que
asmenos
salientes.6
- Tonicidadedo
Verbo:a) Oxítono;
b) Paroxítono.
Hipótese:
Os
verbos oxítonos, por terem acentona
sílabaque
vai recebera
flexão
de segunda pessoa, sãomais marcados
do que
os paroxítonos.7
-Número
de Sílabasdo
Verbo:a) Monossílabo;
b) Dissílabo;
c) Trissflabo;
d) Polissílabo.
Hipótese:
Os
itens de maiornúmero
de sílabas, por seremmais
perceptíveis, são osmais
marcados.0.259.
íLo5~.2,
8
- Contexto Fonológico Seguinte:a) Pausa;
b) Consoante;
c) Vogal.
Bfu|¡ziezáÊ*›Í§ÂzÇzfa¡mzm
ufsc
Hipótese:
Havendo
pausa apóso
verbo, porchamar mais a
atençãodo
ouvinte,a
concordância será maior.-vwmuÁxmnssc×nAúsz
1 - Região:
a) Porto Alegre;
b) Florianópolis;
c) Ribeirão
da
IlhaHipótese:
Os
informantesdo
Ribeirãoda
Ilha liderama
concordância verbal,seguidos pelos informantes de Florianópolis.
Em
Porto Alegrea
concordância verbalcom
o
pronome
TU
é praticamente inexistente.34
2
-Grau
de Escolarização:a) Primário; '
b) Ginasial;
c) Colegial.
Hipótese:
Quanto
maiora
escolarizaçãodo
falante, maior serátambém
a
concordância verbalem
estudo.3 - Faixa Etária:
a) 15
a
24
anos; b)25 a
49
anos;c)
mais
de50
anos.Hipótese:
Os
informantes demais
de50
anos, por seremmais
conservadores,fazem mais
concordância verbalque
os demais.4
- Sexo:a) Masculino
b) Feminino.
Hipótese: Informantes
do
sexo femininofazem mais
concordância verbalque
os35
4.5 -
SUPORTE QUANTITATIVO
Ao
introduziro
conceito de regra variável,William
Labov
mostrou
também
a
importância
de
se estabelecer fatores lingüísticos e extralingüísticosque
favorecemou
inibem
a
aplicaçãoda
regra sob estudo.A
partir daí, a metodologia variacionistapermitiu avaliar
em
termos quantitativoso
efeito desses fatoresque
condicionam osfenômenos
de variação emudança
na
lingua.Para se calcular
o
efeitocombinado
de todos os ambientes contextuaisna
aplicaçãode
uma
determinada regratêm
sido utilizados diferentes pacotesestatísticos para
a
análiseda
variação.No
entanto,o
que
se consagrou entre os sociolingüistas foio
sistema “logístico” proposto porDavid
Sankoíf, VariableRule
Analysis”,
mais
conhecido pela siglaVARBRUL. Na
presente pesquisa foi utilizadaz
ii-mira versãoao
referido Programa,denominada
VARBRUL
2s'°.15
Para
um
histórico detalhado dos diversos modelos probabilisücos utilizados na análise da variação,consultar: Ccdergren
&
Sankoif (l974); Labov (l9'72); Rousseau&
Sankoff (1978); Sankoñ`(19ssb);
Nam
(1981 z 1932).1°
Informações sobre a utilização do Programa
VARBRUL
podem ser obtidas no manual escrito por Pintzuk e traduzido para o português por Ivone I. Pinto; consultar também Scherre (l988; 1992 e36
.
A
versãoVARBRUL
ZS,além
de calcularo
número
de ocorrências dos fatoresde
cada variável (= percentagens), trabalhatambém
com
os pesos relativos de cada fator (ou grupo de fatores),ou
seja, faz a análise conjugada dos grupos e verifica eventuais interações,o que
toma
a
análise muitomais
precisa e segura.O
VARBRUL
2S
trabalhacom
diversos níveis de análises, “efetuandocomparações progressivas entre os pesos relativos atribuídos aos diversos fatores das
variáveis independentes e fazendo seleção estatística
a
cada passoda
análise” (Scherre, 1992:27).Ou
seja,no
nível zeroo
progama
calcula “amédia
globalcorrigida de aplicação
da
regra” (id. ibid); estamédia
é consideradacomo
“aprobabilidade
de
aplicaçãoda
rega
quando o
efeito de todos os fatoresde
todas asvariáveis é
neutro”(LEMLE
&
NARO,
1977:26-27).A
esta probabilidade édado
o
nome
de inputda
rega
No
nível seguinte,o
nível 1,o
progama
calcula os pesos relativos de cadagupo
de fatores isoladamente,ou
seja,a
cadauma
das variáveis é atribuídoum
nível de significância, eo
gupo
mais
significativo é selecionado.Depois
deo
primeirogupo
estatisticamente relevante,o
progama
executa
o
segundo nível de. análise,onde
compara a
primeira variável selecionadacom
as demais, duasa
duas e escolheo
'segundogupo
mais relevante.37
Feito isso,
o programa
executao
terceiro nível de análise ecompara
as duas variáveis selecionadas, agora três a três, e escolhea
terceira variável e assimsucessivamente até
que não
restenenhuma
variável estatisticamente relevante. Este processo,que
sedá
do
nivel0
atéo
nívelN,
recebeo
nome
de stepup.O
processo descritoacima
ocorretambém
inversamente,ou
seja,do
nivelN
atéo
nível 0 e recebeo
nome
de stepdown.No
stepdown
oprograma
testanovamente
todas as variáveis (as selecionadas eas
não
selecionadasno
stepup) e verifica se as variáveis selecionadasnão
sãoeliminadas e se as variáveis
não
selecionadas são eliminadas.Segundo
SANKOFF
(l988b:99l-992),
“O
ideal é quea
análisestepdown
pare de eliminar gruposquando
os restantes
fazem
partedo
conjunto de gruposque foram
selecionadosna
análisestepup. Neste caso,
podemos
estar bastante seguros deque
este éo
conjunto de grupos de fatores ideal. Ocasionalmente, as duas análisespodem
não
coincidir. Neste caso, os gruposque
não foram
nem
adicionados pelo stepup enem
eliminados pelo stepdown, e aquelesque foram
tanto adicionados quanto eliminados apresentam statusindefinido".”
" “Ideally, the step-down analysis stops discarding groups
when
it is lefi with just the set of groupsthatwcreaddedinthestep-upanalysis.Inthiscase,wecanbetairlysurethatthisistheoptimal
group of factors. Occasionally, the two analyses do not coincide in this way. In this case, the groups
Which were neither added by the step-up nor discarded by the step-down, and those that were both added and discarded, remain ofuncertain status.” (Sankoif, 19882991-992)
38
Quanto à
leitura dos pesos relativos, para análises bináriasm tem-se lidoque
pesos relativos
próximos
a 100 são fortemente favorecedoresda
regra de aplicaçãodo
fenômeno
em
estudo,próximos
a
0.50 são neutrosem
relaçãoà
aplicaçãoda
regra epróximos
a
zero desfavorecem a aplicaçãoda
regra.Além
dessa leitura, seglmdoSANKOFF,
o
quemais
importa éa
relação entreos
números
propriamente ditos, nas suas palavras: “é acomparação
dos efeitos dequaisquer dois fatores
em
um
grupo de fatores (medida pelas suas diferenças)que
éimportante, e
não
os seus valores individuais””(SANKOFF,
l988:989).Por
fim,
vale lembrarque
osnúmeros
são apenas acessórios, cabendoao
lingüista
a
importante função de interpretar lingüisticamente os resultados.1”
Um
exemplotipico de analise binária e o presente estudo, onde temos a possibilidade de realização
de duas variáveis: verbo
com
flexäo de segunda pessoa e verbo sem flexão de segunda pessoa Ex.. tufalas/tu fala
1° “It
is the compmison of the effects of any two factors in a factor group (as measured by their difference) which is important, and not their individual values” (Sankoff, 19882989).
39
5
-ANÁLISE
DAS
VARIÁVEIS
LINGÚÍSTICAS
Partindo
do
pressuposto deque
todo e qualquerfenômeno
variável está soba
influência de várias forças variáveis simultâneas eque
empiricamente é praticamente impossível observaruma
só forçaem
ação, procuramos dar contada
variação encontradana
concordânciado
verboque acompanha
opronome
TU
atravésda
análise de 12 variáveis (8 lingüísticas e
4
sociais)que
listaremos a seguir de acordocom
aordem
de escolha peloprograma
computacionalVARBRUL:
1 - Pamlelismo Formal; 2 - Região; 3 -
Tempo
Verbal; 4 - Explicitação do Pronome; 5 - Interação Emissor/Receptor, 6 - Tonicidade do Verbo;7 -
Número
de sílabas do Verbo;8 - Grau de Escolarização;
9 - Faixa Etária.
'
10 - Contexto Fonológieo Seguintezo;
ll - Saliência Fônica;
12 - Sexo.
2°
As
últimas três variáveis (n°. 10, ll e 12) foram eliminadas
como
estatisticamente não relevantespelo
VARBRUL.
40
Este capítulo destina-se
à
análise” das variáveis lingüísticas listadasacima”
e,no
decorrerda
mesma,
explicitaremos os fatores de cada variável,bem
como
os objetivos e hipótesesque
nos levarama
trabalharcom
cadauma
delas. Procuramostambém
colocar exemplos, sempreque
necessário, paraque
hajaum
melhor
entendimento dos grupos de fatores trabalhados.
A
análise aqui empreendida corresponde à rodadacom
todas as variaveis lingüísticas e sociaisjuntas. Fizemos também rodadas separadas mas não houve alterações sinificativas nos pesos relativos
e
nem
na ordem de escolha das variáveis. 2122
As
variaveis sociais consideradas
em
nossa pesquisa serão objeto de análise no capitulo 6 desta41
5.1 -
PARALELISMO
FORMAL
O
princípioda economia
lingüísticavem
sendo evocado, tradicionalmente, para explicarfenômenos
queenvolvem
variaçãona
concordância Esse princípiopostula que quanto mais previsível
uma
informação,menos
codificação ela requer (cf.Haiman
l983:807,apud
Scherre, 1988149).Entretanto, diversos estudos
têm
mostrado queno
uso real este princípionem
sempre se aplica.`O quetem
se verificado éuma
tendência de “marcas levarema
marcas e zeros levarem a zeros”(Poplack, 1980), ou, de
uma
forma
mais geral,“uma
tendência
de
formas gramaticais semelhantes ocorrerem jtmtas” (cf. Schifliin, 1981;apud
Scherre&
Naro, 1993).Essa tendência é conhecida
na
literaturacom
o
nome
de ParalellsmoFormal,
cujo efeito
tem
se mostrado altamente relevanteem
diversosfenômenos
analisados,principalmente
no
campo
da
sintaxe eda
morfossintaxe de diversas línguas”.No
Portuguêsdo
Brasil existem hoje vários trabalhos queahordaram
a
variávelem
questão.Podemos
citarcomo
exemplo:Omena,
1978; Naro, 1981; Scherre, 1988;1991; Scherre e Naro, 1993; Vazzata Dias, 1996; Fernandes, 1996, entre outros.