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Vinculação aos pais e separação-individuação em jovens adultos: processos de regulação emocional, resiliência e papel da personalidade

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Universidade de Trás-Os-Montes e Alto Douro Departamento de Educação e Psicologia

2º Ciclo em Psicologia Clínica

Vinculação aos pais e separação-individuação em jovens adultos: processos de regulação emocional, resiliência e papel da personalidade

Dissertação de Mestrado em Psicologia Clínica

Fábio Alexandre de Azevedo Pereira Professora Doutora Catarina Pinheiro Mota

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iii Universidade de Trás-Os-Montes e Alto Douro

Departamento de Educação e Psicologia 2º Ciclo em Psicologia Clínica

Vinculação aos pais e separação-individuação em jovens adultos: processos de regulação emocional, resiliência e papel da personalidade.

Dissertação de Mestrado em Psicologia Clínica

Fábio Alexandre de Azevedo Pereira

Dissertação apresentada para a obtenção do Grau de Mestre em Psicologia Clínica pela Universidade de Trás-os-Montes e

Alto Douro, Departamento de Educação e Psicologia, sob a orientação da Professora Doutora Catarina Pinheiro Mota

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iv Vive sem horas. Quanto mede pesa,

E quanto pensas mede. Num fluido incerto nexo, como o rio Cujas ondas são ele, Assim teus dias vê, e se te vires Passar, como a outrem, cala.

Ricardo Reis, in "Odes"

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Agradecimentos

O presente trabalho envolveu uma extensa dedicação para que fosse conseguido, deste modo tem para mim um significado muito especial por tudo aquilo que passei para conseguir este produto final. Logicamente, e como não poderia deixar de ser, este feito deve-se também ao apoio de pessoas que de uma forma ou de outra me ajudaram nesta caminhada, por isso manifesto o meu agradecimento.

À professora Doutora Catarina Pinheiro Mota, agradeço toda a disponibilidade, orientação e partilha de conhecimentos que foram, sem dúvida, imprescindíveis para a concretização do trabalho.

A todos os participantes da presente investigação que colaboraram de forma respeitosa e sincera no preenchimento do protocolo.

Aos meus pais por acreditarem em mim e pela oportunidade de realizar todo este percurso académico, sem eles nada disto teria sido possível.

Ao meu irmão e aos meus amigos mais próximos, que nunca me deixaram cair, sempre dispostos a ajudar e a incentivar quando necessitava.

À Mariana por ser o meu porto seguro e por estar sempre ao meu lado, pela motivação e pelas palavras sábias nos momentos mais complicados.

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Índice

Introdução geral ... 2

Estudo empírico I ... 7

Efeito da vinculação aos pais na separação-individuação de jovens adultos: Papel mediador da regulação emocional... 7

Resumo ... 8 Abstract ... 9 Introdução ... 10 Objetivo Geral ... 13 Objetivos específicos ... 13 Hipóteses ... 13 Método ... 14 Participantes ... 14 Instrumentos ... 15 Procedimento ... 18

Estratégias de análises de dados ... 19

Resultados ... 20

Associações entre a vinculação parental, processos de separação individuação e dificuldades de regulação emocional ... 20

Variância da vinculação aos pais, processos de separação individuação e dificuldades de regulação emocional, em função do sexo e idade ... 24

Análises preditivas: papel preditor do género, da vinculação pai e mãe nos processos individuação pai ... 29

Análises preditivas: papel preditor do género, da vinculação pai e mãe nos processos individuação mãe ... 34

O papel mediador das dificuldades de regulação emocional na associação entre vinculação à mãe e processos de separação-individuação mãe ... 39

O papel mediador das dificuldades de regulação emocional na associação entre vinculação ao pai e processos de separação-individuação pai ... 41

Discussão ... 43

Implicações práticas, limitações e pistas futuras ... 51

Referências Bibliográficas ... 53

Estudo empírico II ... 57

Vinculação aos pais e resiliência em jovens adultos: efeito moderador do sexo e da personalidade ... 57

Resumo ... 58

Abstract ... 59

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vii Objetivo geral ... 63 Objetivos específicos ... 63 Hipóteses ... 64 Método ... 64 Participantes ... 64 Instrumentos ... 65 Procedimento ... 68

Estratégias de análise de dados ... 69

Resultados ... 70

Associações entre a vinculação parental, resiliência e personalidade ... 70

Variância da vinculação aos pais, resiliência e personalidade em função do sexo e idade ... 72

Análises de predição da vinculação parental face à resiliência ... 76

Papel moderador da personalidade na associação entre a vinculação parental e a resiliência ... 77

Discussão ... 80

Implicações práticas, limitações e pistas futuras ... 85

Referências bibliográficas ... 86 Considerações Finais ... 90 Referencias gerais ... 93 Índice de tabelas ... 95 Índice de figuras ... 95 Anexos ... 96 Anexo 1 ... 98 Anexo 2 ... 106 Anexo 3 ... 116

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Introdução geral

O desenvolvimento das relações de vinculação insere-se num contexto familiar, através da matriz relacional em torno da prestação de cuidados. A vinculação estabelece uma ligação mútua entre a criança e a figura parental, que patenteia a contribuição de ambos na promoção da sua qualidade. Segundo Bowlby (1969, 1980), a teoria da vinculação, alude que o vínculo afetivo desenvolvido entre pais e/ou figuras cuidadoras com os filhos, compete uma função biológica de sobrevivência e proteção. Sendo esta função compreendida à luz de uma perspetiva evolutiva (Bowlby 1969, 1980).

Esta ligação mútua entre a criança e as figuras de maior proximidade, entendidas também como figuras significativas, reflete uma capacidade inata do ser humano, tendo como função primordial o estabelecimento de laços afetivos. A vinculação também promove o desenvolvimento e maturação emocional do indivíduo. Além disto, a vinculação provoca efeitos a curto e longo prazo no desenvolvimento do sujeito. Estes efeitos parecem estar relacionados com os efeitos que a relação mãe-criança tem a nível da maturação cerebral (Bowlby, 1969).

Bowlby (1973) refere que existem dois estilos principais de vinculação, que se encontram na base da qualidade das relações estabelecidas ao longo da vida, a

vinculação segura e vinculação insegura. Na vinculação segura, os cuidadores suportam as necessidades das crianças, reforçando a sua autonomia de modo a atingir um

desenvolvimento mais estável. Contrariamente a esta relação consistente e firme, surge a vinculação insegura, caracterizada por uma relação dominada essencialmente pela desconfiança entre o indivíduo e as figuras de vinculação. Assim, pode apreender-se que a qualidade da ligação associa a imagem que a criança cria de si e do outro, potenciando desta forma o desenvolvimento das relações, sejam estas seguras ou inseguras.

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3 No decurso das relações de proximidade do indivíduo, Bowlby (1988) defende que são formuladas representações de si mesmo e do mundo, a partir das quais o sujeito passa a interpretar, antecipar e planear eventos. Desta forma, surge a noção de modelos internos dinâmicos, numa tentativa de classificar essas representações como modelos mentais acerca do mundo, do indivíduo e do indivíduo no mundo. Assim, o cérebro gera modelos, mais ou menos elaborados, acerca de situações vivenciadas no cotidiano e onde a informação apreendida é selecionada e interpretada com base nestes mesmos modelos, assim como o seu significado e os planos de ação postos em curso.

Desta forma, tendo como ponto de partida a teoria da vinculação, o

desenvolvimento pessoal é regulado por processos de separação-individuação, são estes os processos que possibilitam a construção de um sentido de autonomia. Recentemente o conceito de “adultos emergentes” tem vindo a ganhar destaque, gerindo a discussão em torno dos fatores internos e externos que eventualmente potenciam a entrada na fase adultícia.

Separação e individuação são considerados dois processos estruturais distintos e complementares (Mahler, 1982; Mahler, Pine, & Bergman, 2002). O primeiro denota a saída da criança da fusão simbiótica com a mãe, visando à aquisição intrapsíquica de um sentido de afastamento da mãe e do mundo em geral, isto é, sentimento de ser um indivíduo separado. Já o segundo indica a evolução da autonomia psíquica, com a criança assumindo as suas características individuais. Assim, para Mahler et al. (2002), tal processo levaria ao nascimento psicológico do indivíduo, a partir de algumas etapas específicas.

Assim, torna-se importante mencionar que a vinculação é transferível ao longo do tempo com várias figuras e o processo de separação-individuação, caracterizado por uma maturidade emocional, é importante na adolescência e jovem adultícia pela

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4 superação de tarefas desenvolvimentais que se traduzem no nível de maturidade dos jovens. Portanto, mostra-se relevante a abordagem do processo de

separação-individuação, uma vez que, é este que permite a construção de um sentido de autonomia.

Nesta fase de transição e sob o ponto de vista da psicologia do desenvolvimento, os jovens são agentes ativos do ambiente, não estando absolutamente dependentes do contexto. Por essa razão, Arnett (2004) refere que diferenças estruturais não constituem necessariamente uma barreira na fase de transição dos jovens, no entanto, reporta quatro critérios que se mostram consistentes neste processo de transição dos jovens: (a)

aceitação da responsabilidade dos seus atos, (b) tomada de decisões de forma independente, (c) consideração pelos demais e (d) o tornar-se economicamente independente.

Segundo Rocha, Mota e Matos (2011), o processo de separação-individuação assume um papel fundamental no que diz respeito à qualidade das relações do jovem com os cuidadores. É no seio destas relações que é permitido ao jovem que se explore a si próprio e ao mundo. De destacar que a individuação consistiu num dos processos mais importantes no desenvolvimento dos jovens, estando diretamente ligado com a forma de como se estabelece e desenvolve a ligação com os cuidadores.

Em suma, é pertinente aludir que os pais se constituem como importantes

agentes de regulação emocional, contribuindo para a promoção do desenvolvimento dos adolescentes (Yap, Allen, & Sheeber, 2007). Assim, Eisenberg, Champion e Ma (2004) e Morris, Silk, Steinberg, Myers e Robinson (2007) assumem que a qualidade das interações parentais com os filhos se constitui como a base para a construção de uma relação de confiança e intimidade, que se identifica com efeitos significativos ao nível das experiências da criança, da sua expressão e ao nível da regulação das emoções.

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5 Um dos principais objetivos deste trabalho passa por também abordar a relação entre a vinculação parental e resiliência, tendo como agente mediador a personalidade. A resiliência é um conceito que tem sido utilizado para explicar fenómenos

psicossociais referidos a indivíduos, grupos ou organizações que superam situações adversas.

O termo resiliência começou a causar interesse na comunidade cientifica devido à descoberta da sua relação com o conceito de risco (Infante, 2005). Considerada inicialmente como resultado de traços de personalidade ou estilos de coping que faziam com que algumas crianças progredissem no seu desenvolvimento mesmo quando confrontadas com adversidades, a resiliência foi, posteriormente, compreendida de forma sistêmica, a partir da relação indivíduo - contexto (Waller, 2001). Atualmente, poucos autores insistem na categorização da resiliência como um traço pessoal, inerente ao indivíduo; a visão predominante, liderada por Masten (2001), Luthar, Cicchetti e Becker (2000) e Waller (2001) trata do fenómeno como um processo dinâmico, multidimensional ou ecossistémico. Waller (2001) é um dos representantes mais significativos desta abordagem. Esta autora define resiliência como “um produto – multideterminado e sempre mutável – de forças que interagem em determinado contexto ecossistémico” (Waller, 2001, p. 290).

Por sua vez, a regulação emocional, segundo a definição de John e Gross (2007), refere-se aos processos pelos quais os indivíduos influenciam, que tipos de emoções têm, quando as têm e como as experienciam e expressam. O modelo processual da regulação emocional, desenvolvido por esses autores, distingue diferentes estratégias de regulação emocional, sendo as mais estudadas a reavaliação cognitiva e a supressão emocional.

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6 Em suma, pode referir-se que a vinculação e o processo de

separação-individuação são relevantes no sentido da construção da personalidade, que por sua vez se relaciona de forma muito estreita com a regulação emocional e resiliência. Esta última, não é considerada um traço, podendo mudar em função das transações com o meio e desafios específicos. O grau de resiliência de um indivíduo é função de fatores protetores que modificam a resposta do indivíduo a alguma circunstância ambiental (Lopes, 2005). São exemplos desses fatores a saúde, competências comportamentais, recursos psicológicos (traços de personalidade, maturidade, regulação emocional, stresse) e recursos sociais (educação, família, amigos e instituições sociais). As vantagens relacionadas à idade em relação à regulação emocional podem ser um dos componentes centrais da resiliência (Kessler & Staudinger, 2009). Refletem-se na maior capacidade de adequar-se à intensidade dos eventos, integração cognitiva e afetiva, mecanismos de defesa mais maduros, uso de estratégias pró-ativas de enfrentamento e satisfação com a vida (Neri, 2006).

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Estudo empírico I

Efeito da vinculação aos pais na separação-individuação de jovens adultos: Papel mediador da regulação emocional

Effect of parental attachment on the separation- individuation of young adults: mediational role of emotional regulation

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Resumo

De acordo com Bowlby (1973) um individuo que experiencia uma vinculação do tipo seguro tem mais probabilidade de possuir um modelo representativo das figuras de vinculação como sendo disponíveis e responsivas.

O presente estudo pretende analisar o efeito da vinculação aos pais no processo de separação/individuação de jovens adultos. Pretende ainda testar o papel mediador da regulação emocional na associação entre a vinculação parental e os processos de separação/individuação. A amostra deste estudo é constituída por 948 sujeitos de ambos os sexos, com idades compreendidas entre os 18 e os 30 anos de idade. A recolha foi realizada através de questionários de autorrelato, nomeadamente o Questionário de

Vinculação ao Pai e à Mãe, o Individuation Test for Emerging Adults, e a Escala de Dificuldades de Regulação Emocional.

Os resultados obtidos indicam que existem correlações positivas e significativas entre a vinculação parental, processos separação/individuação e regulação emocional. Existem diferenças da vinculação parental, separação/individuação e regulação emocional mediante as variáveis socio demográficas da amostra, nomeadamente a idade e o sexo. Por último, verificou-se que a regulação emocional não exerce um efeito mediador entre a vinculação parental e os processos de separação/individuação para nenhuma das figuras parentais.

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Abstract

According to Bowlby (1973) an individual who experiences a secure type attachment is more likely to have a representative model of attachment figures as being available and responsive.

The present study intends to analyze the effect of the attachment to the parents in the process of separation / individuation of young adults. It also intends to test the mediating role of emotional regulation in the association between parental attachment and the processes of separation / individuation. The sample of this study consists of 948 subjects of both genders, aged between 18 and 30 years of age. The collection was performed through self-report questionnaires, namely the Parent and Mother Relationship Questionnaire, the Individuation Test for Emerging Adults, and the Emotional Regulation Difficulties Scale.

The results indicate that there are positive and significant correlations between parental attachment, separation / individuation processes and emotional regulation. There are differences in parental attachment, separation / individuation and emotional regulation through the socio-demographic variables of the sample, namely age and sex. Finally, it was verified that emotional regulation does not exert a mediating effect between the parental attachment and the processes of separation / individuation for any of the parental figures.

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Introdução

A vinculação significa uma ligação afetiva ou uma ligação entre um indivíduo e uma figura de vinculação. Esta consiste numa capacidade inata do ser humano para estabelecer laços afetivos com as figuras de maior proximidade (Bowlby, 1969). Além disto, a vinculação (Ainsworth & Bowlby, 1991; Bowlby, 1988) é compreendida por um conjunto de comportamentos exibidos pela criança que se caracteriza pela procura de proximidade e ligação afetiva com as figuras cuidadoras e, posteriormente, pela exploração firme e confiante do ambiente e das suas relações.

É importante mencionar que, nos primeiros anos de vida de um individuo, o progresso de representações internas, podem coligar-se à capacidade de o indivíduo se conhecer a si mesmo e de explorar o mundo e o outro, assim como a capacidade de adaptação face aos contratempos da vida. Tudo isto é possível, uma vez que o indivíduo desenvolve modelos internos dinâmicos que lhe possibilitam compreender o ambiente externo, bem como as suas próprias ações (Bowlby, 1988), funcionando como

esquemas na interpretação de si e do seu comportamento (Holmes, 1993).

O desenvolvimento dos modelos internos dinâmicos não é estático na vida do indivíduo, permitindo, ao longo do seu desenvolvimento, uma exploração, adaptação e reorganização do próprio indivíduo e do seu ambiente circundante (Bowlby, 1988). Desta forma, este tipo de situações relacionais suportam a organização de modelos de funcionamento psicológico e estilos de regulação emocional, podendo apresentar implicações no desenvolvimento da personalidade (Ainsworth & Bowlby, 1991; Bowlby, 1988).

Abordar o desenvolvimento do jovem, na adolescência e jovem adultícia, períodos referentes à amostra deste artigo, é constatar fases carregadas de mudanças e reorganizações adaptativas que vão sendo desenvolvidas com as figuras de vinculação.

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11 Assim torna-se importante referir a importância da vinculação na adaptabilidade do sujeito à transição da adolescência e jovem adultícia, frisando que o seio das relações de vinculação funciona como fator de exploração dos jovens perante o mundo e as suas figuras e, fundamentalmente potencialidade de alargamento do sistema de vinculação (Rocha, 2008; Rocha, Mota, & Matos, 2011).

Torna-se pertinente discutir em que medida as relações desenvolvidas pelos jovens, no seu seio familiar, nomeadamente com os pais, interferem no seu processo de separação-individuação. Note-se que a individuação apresenta-se como um dos

processos primordiais dos jovens, relacionando-se com a forma como se desenvolve a ligação precoce com as figuras de vinculação. A ligação afetiva com os pais traduz-se no afeto e na estabilidade da relação, que consequentemente estão implícitos nos processos de individuação (Buhl, 2008).

Os processos de separação-individuação presentes no desenvolvimento, são complementares mas também se caracterizam como processos estruturais diferentes (Mahler, 1982; Mahler et al., 2002). A separação caracteriza-se, numa primeira fase do desenvolvimento, pelo desligamento da fusão simbiótica entre a criança e mãe,

adquirindo um sentimento de ser um indivíduo separado da mãe e do mundo em geral. A individuação, sugere um progresso naquilo que é a sua autonomia psíquica, adotando características individuais. Esta simbiose entre processos leva ao nascimento

psicológico do individuo, em determinadas fases do desenvolvimento, presentes também na adolescência e na entrada na fase da jovem adultícia (Mahler et al., 2002).

O processo de individuação apresenta-se ao longo da vida com mudanças na autonomia essencialmente. Na adolescência, existe uma necessidade de ligação aos pais, tal como uma ambivalência sobre a autonomia. A essência destes processos advém uma

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12 consciência progressiva de reorganização do mundo inteiro de acordo com as mudanças desenvolvimentais (Fleming, 1997).

Posto isto, a adolescência é caracterizada por uma fase de constante mudança, através de processos de separação e individuação do jovem, ajudando na construção da sua identidade. Esta tarefa, marcada pela modificação das representações de si próprio e do outro, sugere a construção da sua personalidade e a autonomia em relação aos pais (Sampaio et al., 2000).

Desta forma, ao abordar as mudanças desenvolvimentais na adolescência, torna-se pertinente focar a pretorna-sença de alterações biológicas características da puberdade, experiências que exigem uma capacidade de regulação emocional. Todo o conjunto de processos inerentes ao desenvolvimento, nomeadamente mudanças psicossociais características deste período contribuem para o desenvolvimento de competências regulatórias (Steinberg, 2005).

De facto, o período da adolescência, exige que o jovem tenha de lidar como novos agentes stressores associados às suas relações sociais, nomeadamente a pressão de corresponder às expectativas dos adultos, assim como uma maior autonomia face ao apoio dos pais na regulação emocional (Bariola, Gullone & Hughes, 2011).

Esta complexidade de processos presentes na adolescência e na entrada da vida adulta vai ser estudada de forma mais profunda, visando responder aos objetivos delineados inicialmente.

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Objetivo Geral

O presente estudo pretende analisar o efeito da vinculação aos pais no processo de separação/individuação de jovens adultos. Pretende ainda testar o papel mediador da regulação emocional na associação entre a vinculação parental e os processos de separação/individuação.

Objetivos específicos

Mediante o objetivo geral, objetiva-se analisar as associações entre a vinculação parental, processos separação/individuação e regulação emocional. Pretende-se ainda analisar as diferenças da vinculação parental, separação/individuação e regulação emocional mediante as variáveis socio demográficas da amostra, nomeadamente a idade e o sexo. Por último, pretende-se testar o efeito da vinculação aos pais no processo de separação-individuação e analisar em que a regulação emocional pode exercer um efeito mediador entre a vinculação parental e os processos de separação/individuação.

Hipóteses

Face aos objetivos delineados, espera-se que as dimensões correspondentes à vinculação, processos de separação individuação e regulação emocional se

correlacionem de forma significativa entre si. Espera-se que a qualidade de laço

emocional, a ansiedade de separação se correlacionem de forma significativa e positiva com a auto confiança, ligação, suporte de si, estratégias, consciência, objetivos e clareza e negativamente com a intrusividade, medo de desapontar, não-aceitação, impulso e a inibição da exploração e individualidade se correlacione de forma oposta relativamente as dimensões qualidade emocional e ansiedade de separação. Espera-se a vinculação aos pais, os processos de separação individuação e regulação emocional apresentem diferenças significativas relativamente à idade e sexo. Aguarda-se que as

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14 dimensões da vinculação parental, qualidade do laço e a ansiedade de separação

exerçam um efeito preditor positivo na separação-individuação, nomeadamente na auto confiança, na ligação e no suporte de si e negativo na intrusividade e no medo de desapontar; espera-se ainda que a dimensão inibição da exploração e individualidade prediga positivamente a intrusividade e medo de desapontar, e negativamente a auto confiança, ligação e suporte de si. Por fim, espera-se que a regulação emocional exerça um papel medidor na associação entre a vinculação parental e os processos de separação individuação.

Método

Participantes

A amostra deste estudo é constituída por 948 sujeitos, com idades

compreendidas entre os 18 e os 30 anos de idade (M= 21.76, D = 3.31). A maioria era do género feminino (65.5%), tinha o 12º ano (73.3%) e residia em meio urbano (53.7%). Os jovens compreendem habilitações entre o 8ºano (3º ciclo) e o ensino superior (mestrado) (M= 12.44, DP= 1.03). Cerca de 58% tinha pelo menos um irmão e 79.3% vivia ainda com os pais. No que diz respeito à figura paterna, as idades

compreendem os 38 e os 78 (M= 52.12, DP= 6.28) e a sua escolaridade média é o 8º ano. No que concerne ao estatuto profissional, a figura paterna possui em média um estatuto profissional entre o médio e o médio baixo. Quanto à figura materna as idades das mães situam-se entre os 34 e os 72 anos (M= 49.60, DP= 5.65) e a sua escolaridade média é o 9 º ano. Relativamente ao estatuto profissional médio da figura materna varia entre o estatuto médio e médio baixo.

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Instrumentos

Visando obter informações pessoais relativamente aos participantes e sobre as suas figuras parentais, foi utilizado um Questionário de dados Sociodemográficos (anexo 2).

Para avaliar as representações de vinculação que os adolescentes e os jovens têm relativamente às figuras parentais (pai e mãe) foi utilizado o Questionário de

Vinculação ao Pai e à Mãe – QVPM (Matos & Costa, 2001, versão revista). Este é

composto por 30 itens, para a mãe e para o pai, distribuídos por 3 dimensões: Inibição

da Exploração e Individualidade (IEI – itens 1, 4, 7, 10, 13, 16, 19, 22, 25, 28), com

vista a avaliar a perceção de restrições à expressão da individualidade própria (“Os meus pais desencorajam-me quando quero experimentar uma coisa nova”) ; Qualidade

do Laço Emocional (QLE – 2, 5, 8, 11, 14, 17, 20, 23, 27, 30), pretendendo avaliar a

importância da figura parental enquanto figura de vinculação, entendida como única e essencial no desenvolvimento, a quem o sujeito recorre em casos de dificuldades e com quem projeta uma relação duradoura (“Confio nos meus pais para me apoiarem em momentos difíceis da minha vida”); e a Ansiedade de Separação (AS – itens 3, 6, 9, 12, 15, 18, 21, 24, 26, 29), que se encontra relacionada com ansiedade e medo de separação da figura de vinculação (“Penso constantemente que não posso viver sem os meus pais”). Este questionário apresenta uma escala de Likert de 1 a 6, em que 1 corresponde a “discordo totalmente” e 6 a “concordo totalmente”, para cada figura parental.

Relativamente às características psicométricas, este instrumento apresenta boa consistência interna nas três dimensões. Verificaram-se valores de Alpha de Cronbach de .85 para a totalidade do instrumento relativo ao pai e de .79 para a totalidade do instrumento relativo à mãe. Quanto às dimensões do instrumento, os valores de Alpha de Cronbach para a dimensão qualidade do laço foram de .92 para o pai e de .88 para a

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16 mãe; para a dimensão ansiedade de separação, os valores foram de .84 para o pai e de .81 para a mãe; por último a dimensão inibição da exploração e individualidade apresentou valores de .84 para o pai e .85 para a mãe.

A análise fatorial confirmatória revelou valores de ajustamento adequados para pai e mãe, respetivamente: χi2(395) =1837.747 p= .000; CFI= .886; TLI= .96; RMR= .06; RMSEA= .06 e χi2(395) =1699.470 p= .000; CFI= .871; TLI = .96; RMR= .05; RMSEA= .06 (Anexo 1).

Para avaliação da individuação aos pais utilizou-se o Individuation Test for

Emerging Adults (ITEA- Komidar, Zupančič, Sočan, & Puklek Levpušček, 2013),

adaptado por Correia & Mota (2016). O teste comporta 36 itens distribuídos em cinco fatores avaliados para o pai e mãe separadamente: suporte de si (6 itens; e.g., “Quando eu estou com problemas nas minhas relações pessoais eu peço-lhe conselhos”); ligação

(6 itens; e.g., “Ele (a) respeita as minhas vontades”); intrusividade (8 itens; e.g., “Eu

acho que ele (a) quer saber demasiado sobre mim”); autoconfiança (8 itens; e.g., “Eu tomo decisões sobre a minha carreira, independentemente da opinião dele (a)”) e medo

de desapontar os pais (8 itens; e.g.“Quando eu faço algo de errado, preocupo-me com

a reação dele (a)”). Os itens apresentam-se numa escala de Likert através de uma gradação de 5 pontos (1-5) que varia entre “completamente falso” e “completamente verdadeiro”. A análise da consistência interna do instrumento total para mãe e para o pai, respetivamente, é de .81/ .85 , e para as dimensões revelou valores de alfa de

Cronbach: suporte de si= .82/.84; ligação = .85/.86; intrusividade = .85/.83;

autoconfiança = .80/.79; medo de desapontar os pais = .77/.82. A análise fatorial

confirmatória para a mãe e para o pai, respetivamente, apresenta índices de ajustamento adequados com os seguintes valores: χi2(53) = 256.29; χi2(52) = 314.82, p = .000/ .000 , CFI =.84/.87, TLI=.94/.89 , RMR =.05/.06 , RMSEA = .07/.06

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17 Para avaliar as dificuldades de regulação emocional, utilizou-se a escala de autorrelato DERS escala de dificuldades de regulação emocional (versão adaptada:

(Coutinho, Ribeiro, Ferreirinha, & Dias, 2010), que pretende avaliar dificuldades de

regulação emocional clinicamente significativas. É composta por 36 itens e, para além de um coeficiente geral de dificuldade em regular emoções, contem ainda seis

dimensões, nomeadamente: Estratégias (itens 15, 16, 22, 23, 28, 31, 35 e 36), onde se observa se existem dificuldades no acesso a estratégias emocionais reguladas;

Não-aceitação (itens 11, 12, 21, 25, 29 e 30), que mostra o nível de dificuldade em aceitar as

emoções disfóricas e lidar positivamente com elas; Consciência (itens 2, 6, 8, 10, 17 e 34) com a vista a perceber se o sujeito está atento e consciente dos seus estados emocionais; Impulso (itens 3, 14, 19, 24, 27 e 32), que mostra se existem dificuldades em controlar impulsos quando perturbado; Objetivos (itens 13, 18, 20, 26 e 33), que evidencia o nível de dificuldade do sujeito se envolver em comportamentos centrados em objetivos aquando uma situação stressante; e Clareza (itens 1, 4, 5, 7 e 9)

evidenciando dificuldade ao nível de clareza emocional (Coutinho, Ribeiro, Ferreirinha & Dias, 2010). A cotação é feita numa escala de Likert de 5 pontos (1 - Quase Nunca (0-10%); 2 - Algumas vezes (11-35%); 3 - Metade das vezes (36-65%); 4 - A maioria das vezes (65-90%); 5 - Quase sempre (91-100%)). Os itens 1, 2, 6, 7, 8, 10, 17, 20, 22, 24 e 34, são cotados de forma inversa.

Os valores da análise confirmatória revelaram um ajustamento χi2(508) =3122.274 p= .000; CFI= .86; TLI= .81; RMR= .06; RMSEA= .07 (Anexo 1).

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Procedimento

Primeiramente foi efetuada uma pesquisa bibliográfica em várias bases de dados científicas – b-on, EBSCO, com a finalidade de obter conhecimento acerca da temática a ser investigada. Após a escolha dos instrumentos a utilizar no presente estudo, foi solicitada autorização aos autores dos instrumentos propostos a usar no estudo. Em seguida, procedeu-se à realização do protocolo, sendo submetido ao conselho de Ética da UTAD. Posteriormente à aprovação do conselho de ética, foram pedidas as

autorizações necessárias às respetivas escolas da Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro para proceder à realização da recolha de dados. Antes de se proceder à recolha dos dados, realizou-se uma reflexão falada com indivíduos que compreendiam idades entre o 18 e 30 anos, de modo a verificar a organização semântica e formal do protocolo, para assim calcular o tempo médio da aplicação do mesmo. A recolha da amostra foi realizada no período de outubro de 2016 e dezembro de 2016 na

Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro, assim como, de forma aleatória na população em geral da região norte do país. Foi necessária a realização de um

consentimento informado onde foram apresentados os objetivos gerais do estudo e todos os pressupostos referentes à participação voluntária e à confidencialidade dos dados prestados, sendo este a primeira página do protocolo. É de ressaltar, que foi necessária a criação de duas versões do protocolo com ordem inversa dos instrumentos, para assim evitar o enviesamento das respostas dos sujeitos devido, sobretudo ao fator cansaço. No decorrer da aplicação dos questionários, o investigador esteve presente, de forma a explicar os objetivos do estudo e responder a dúvidas que pudessem surgir com o preenchimento do protocolo. O presente estudo teve como base os princípios éticos e deontológicos da investigação científica.

(26)

19

Estratégias de análises de dados

O presente estudo é transversal dado que o conjunto de medições foi realizado num único momento. O tratamento dos dados foi realizado com o programa estatístico SPSS – Statistical Package for Social Sciences, versão 23.0. Para verificar se os dados da amostra seguiam os pressupostos de normalidade foram analisados os valores de

skeweness (assimetria) e kurtosis (achatamento), procedendo-se, concomitantemente, à

realização de uma série de análises estatísticas que fornecem informação acerca da distribuição dos dados: teste de Kolmogorov-Smirnov, os gráficos de Histogramas,

Q-QPlots, Scatterplots e Boxplots. Os valores calculados confirmaram que a amostra em

estudo cumpria os critérios de normalidade, uma vez que se encontravam dentro do intervalo de -1 e 1 procedendo-se, neste sentido, as análises estatísticas mediante testes paramétricos (Marôco, 2014).

Posteriormente procedeu-se à análise da consistência interna (alpha de cronbach) das dimensões dos instrumentos; e análise fatorial confirmatória dos instrumentos em estudo, de modo a verificar o ajustamento do modelo original do instrumento na amostra do presente estudo. Deste modo, para a análise da consistência interna foi verificado o valor de alpha de cronbach, sendo considerado adequado um valor superior a .70; e para a análise fatorial confirmatória de 1ª ordem foram analisados os valores de alguns índices, como o teste do Qui-quadrado de ajustamento (2/df); Goodness of Fit Index (GFI > .90); Comparative Fit Index (CFI > .90); Root

Mean Square Error of Approximation (RMSEA<.05) e o Root Mean Square Residuals

(RMR < .08) (Marôco, 2014, pp. 55).

Seguidamente, foram realizadas análises estatísticas, sendo análises correlacionais, e diferenciais (análise de comparação de médias e de variância

multivariada) das variáveis em estudo, assim como análises de predição sendo que para tal se recorreu ao Modelo de Regressões Múltiplas Hierárquicas. Para testar o efeito

(27)

20 mediador das dificuldades de regulação emocional e da personalidade na associação entre vinculação parental e os processos de separação individuação foram elaborados modelos de equações estruturais com recurso ao programa AMOS na versão 23.0, partindo do método de Bootstrap. Os resultados foram analisados a partir do valor de significância de p< .05 (Marôco, 2014).

Resultados

Associações entre a vinculação parental, processos de separação individuação e dificuldades de regulação emocional

De modo a proceder à análise das associações entre a vinculação parental, processos de separação individuação e dificuldades de regulação emocional foram realizadas análises correlacionais entre todas as dimensões das variáveis.

Em relação à associação entre vinculação parental e os processos de

separação individuação, verifica-se a existência de correlações positivas entre a inibição da exploração e individualidade relativa aos pais e a intrusividade e a autoconfiança para ambas as figuras parentais (entre r = .09, p<.01 e r = .59, p< .01).

Por outro lado, verifica-se a existência de correlações negativas entre a inibição da

exploração e individualidade relativa aos pais e o suporte de si e a ligação para

ambas as figuras parentais (entre r = -20, p<.01 e r = -.53, p< .01). A dimensão

qualidade de laço emocional correlaciona-se positivamente com o suporte de si, a ligação e o medo de desapontar em ambas as figuras parentais (entre r = .36, p< .01 e r = .71 p< .01). Por outro lado, verifica-se a existência de correlações negativas entre a qualidade de laço emocional relativa aos pais e a autoconfiança para ambas as

figuras parentais (entre r = -19, p<.01 e r = -.19 p< .01). Observa-se também a existência de correlações negativas entre a qualidade de laço emocional relativa ao

(28)

21

pai e a intrusividade apenas para a figura materna (r = -17 p< .01). A dimensão ansiedade de separação correlaciona-se positivamente com o suporte de si, a ligação, a intrusividade e o medo de desapontar em ambas as figuras parentais (entre r = .12, p< .01 e r = .56, p< .01). Por outro lado, verifica-se a existência de correlações

negativas entre a ansiedade de separação relativa aos pais e a autoconfiança para ambas as figuras parentais (entre r = -.33, p<.01 e r = -.34 p< .01).

No que concerne à associação entre vinculação parental e dificuldades de

regulação emocional, verifica-se a existência de correlações negativas entre a

qualidade do laço emocional e impulso, estratégias e clareza, (entre r= -.08 e r= -.19, p< .01) para ambas as figuras parentais, no entanto para a figura materna acresce a

associação com a não-aceitação (r= -.07, p< .05). As dimensões inibição da

exploração e individualidade e ansiedade de separação correlacionam-se positiva e

significativamente, com não-aceitação, impulso, estratégias, objetivos e clareza (entre r= .12 e r= .37, p< .01) para ambas as figuras parentais.

No que se refere à associação entre processos de separação individuação e

dificuldades de regulação emocional, verifica-se que a dimensão suporte de si

relativa ao pai, correlaciona-se negativa e significativamente com a estratégia e clareza (r= -.08, p< .05 e r= -.07, p< .05), respetivamente.. A dimensão ligação pai e mãe correlaciona-se negativa e significativamente com o impulso, estratégias, objetivos,

clareza (entre r=- .08, p< .01 e r=- .20, p< .01) e apenas na ligação mãe com a não

aceitação (r= -.12, p< .01). A dimensão intrusividade pai e mãe correlaciona-se de forma positiva e significativamente com a não aceitação, impulso, estratégias e

clareza (entre r= .12, p< .01 e r= .23, p< .01). No que se refere à dimensão medo de desapontar da mãe observa-se uma correlação positiva e significativa a não aceitação,

(29)

22

impulso, estratégias, objetivos e clareza (entre r= .12, p< .01 e r= .22, p< .01).

(30)

23 Tabela 1

Correlação entre variáveis, média e desvio-padrão (N = 948)

Variáveis 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21

Vinculação ao pai

1. Inibição da exploração e

individualidade -

2. Qualidade do laço emocional -.283** -

3. Ansiedade de separação .107** .512** - Vinculação à mãe

4. Inibição da exploração e

individualidade .850

** -.306** 0.06 -

5. Qualidade do laço emocional -.418** .643** .305** -.428** -

6. Ansiedade de separação .083* .239** .852** 0.06 .407** - Individuação – Mãe 7. Suporte de si -.221** .322** .304** -.247** .557** .422** - 8. Ligação -.433** .371** .164** -.525** .610** .242** .649** - 9. Intrusividade .483** -.162** .082* .593** -.173** .122** -0.04 -.261** - 10. Autoconfiança .128** -.107** -.271** .181** -.188** -.340** -.256** -.095** .202** -

11. Medo de desapontar os pais -0.01 .168** .378** 0.03 .359** .471** .448** .309** .241** -.071* - Individuação – Pai

12. Suporte de si -.198** .684** .480** -.223** .391** .268** .564** .376** -.093** -.155** .228** -

13. Ligação -.445** .705** .348** -.395** .470** .150** .331** .561** -.229** 0.01 .143** .713** -

14. Intrusividade .528** 0.05 .251** .478** -.195** .139** -0.03 -.203** .727** .153** .168** .170** -0.05 -

15. Autoconfiança .086** -.186** -.325** .137** -.147** -.306** -.213** -.064* .168** .906** -0.05 -.237** -0.05 .081* -

16. Medo de desapontar os pais 0.03 .531** .562** 0.00 .262** .370** .286** .190** .159** -0.03 .727** .546** .411** .307** -.125** - Dificuldades de regulação emocional 17. Não Aceitação .158** -0.03 .162** .214** -.068* .177** -0.01 -.117** .166** 0.05 .217** 0.00 -0.04 .128** 0.02 .181** - 18. Impulso .330** -.079* .191** .371** -.125** .188** -0.02 -.186** .223** 0.04 .131** -0.04 -.151** .227** 0.01 .126** .526** - 19. Estratégias .300** -.092** .187** .324** -.151** .201** -0.03 -.201** .196** 0.01 .155** -.077* -.167** .202** 0.01 .141** .674** .703** - 20. Objetivos .134** -0.03 .118** .147** -0.01 .126** 0.00 -.089** 0.05 0.01 .194** -0.04 -.077* 0.05 0.01 .169** .496** .563** .653** - 21. Clareza .207** -.128** .142** .221** -.185** .147** -0.04 -.187** .127** -0.03 .120** -.068* -.140** .138** -0.06 .113** .316** .416** .456** .282** - M 2.69 5.26 3.75 2.74 5.43 3.85 3.92 4.26 2.78 3.41 3.77 3.49 4.01 2.47 3.43 3.63 2.36 2.25 2.17 2.84 2.24 DP 0.96 0.83 0.94 0.96 0.61 0.88 0.77 0.66 0.89 0.75 0.70 0.88 0.78 0.80 0.75 0.80 0.91 0.81 0.79 0.85 0.76

(31)

24

Variância da vinculação aos pais, processos de separação individuação e dificuldades de regulação emocional, em função do sexo e idade

De acordo com os objetivos especificados anteriormente foram realizados test-t para amostras independentes entre as variáveis em estudo, em função do variável sexo. Para a variável

idade, foi realizada uma análise de variância multivariada, sendo que, as comparações múltiplas

entre os grupos foram realizadas através de testes Post-Hoc, utilizando-se o teste de Scheffé (Marôco, 2014).

No que se refere ao sexo, a vinculação dos pais na dimensão inibição da exploração e

individualidade relativa ao pai e à mãe, em função do variável sexo, observaram-se diferenças

significativas t (946) = 3.21, p= .001 IC 95% [.08, .34] e t (946) = -4.86, p≤ .001 IC 95% [.07; .32], respetivamente. Constatou-se que o sexo masculino apresenta maiores níveis de inibição da exploração e individualidade relativa ao pai e à mãe (M= 2.82; DP= .97 e M= 2.87; DP= .95), respetivamente, do que o sexo feminino (M= 2.61; DP= .94 e M= 2.67; DP= .95). A dimensão

qualidade do laço emocional referente à figura paterna e à figura materna apresenta diferenças

significativas t (946) = 3.43, p≤ .001 IC 95% [.31; .08] e t (946) = 5.12, p ≤.001 IC 95% [.29; -.13], respetivamente. Observa-se que o sexo feminino apresenta maiores níveis de qualidade do laço emocional ao pai e à mãe (M= 5.33; DP= .82 e M= 5.51; DP= .57) comparativamente ao sexo masculino (M= 5.13; DP= .85 e M= 5.30; DP= .67) respetivamente. A dimensão ansiedade

de separação ao pai e à mãe também apresenta diferenças estatisticamente significativas face ao sexo t (946) = - 4.86, p ≤.001 IC 95% [-.43; -.18] e t (946) = - 5.14, p= .001 IC 95% [-.42; -.19], respetivamente. Verifica-se também que o sexo feminino apresenta maiores níveis de ansiedade de separação ao pai e à mãe (M= 3.86; DP= .93 e M= 3.96; DP= .86), comparativamente ao sexo masculino (M= 3.55; DP= .92 e M= 3.65; DP= .87) (tabela 2).

(32)

25 Tendo em conta os processos de separação individuação, na dimensão suporte de si relativa à mãe, em função do variável sexo, observou-se diferenças significativas t (946) = 6.46,

p< .001 IC 95% [-.44; -.23]. Constata-se que o sexo feminino apresenta maiores níveis de suporte relativa à mãe (M= 4.04; DP= .75) do que o sexo masculino (M= 3.71; DP= .77). Na dimensão

ligação relativa à mãe, em função do variável sexo, observou-se diferenças significativas t (946)

= -2.69, p= .007 IC 95% [-.21; -.03]. Constata-se que o sexo feminino apresenta maiores níveis de

ligação relativa à mãe (M= 4.30; DP= .65) do que o sexo masculino (M= 4.18; DP= .66). Na

dimensão intrusividade face ao pai, em função do variável sexo, observou-se diferenças significativas t (946) = 2.16, p= .031 IC 95% [.11; .22]. Constata-se que o sexo masculino apresenta maiores níveis de intrusividade relativa ao pai (M= 2.55; DP= .81) do que o sexo feminino (M= 2.43; DP= .79). Na dimensão autoconfiança relativa à mãe e ao pai, em função do variável sexo, observou-se diferenças significativas t (946) = 3.07, p= .002 IC 95% [.06, .26] e t (946) = 2.30, p=.022 IC 95% [.02, .22], respetivamente. Constata-se que o sexo masculino

apresenta maiores níveis de autoconfiança relativa à mãe e ao pai (M= 3.51; DP= .79 e M= 3.50;

DP= .67), respetivamente, do que o sexo feminino (M= 3.36; DP= .79 e M= 3.39; DP= .78). Na

dimensão medo de desapontar relativa à mãe e ao pai, em função do variável sexo, observou-se diferenças significativas t (946) = -4.36, p< .001 IC 95% [-.30,-.11] e t (946) = -3.94, p<.001 IC 95% [-.32, -.11], respetivamente. Constata-se que o sexo feminino apresenta maiores níveis de

medo de desapontar relativa à mãe e ao pai (M= 3.85; DP= .67 e M= 3.71; DP= .78),

respetivamente, do que o sexo masculino (M= 3.64; DP= .73 e M= 3.49; DP= .83).

Por último e tendo em conta as dimensões das dificuldades de regulação emocional, em função do sexo, observam-se diferenças significativas na dimensão não-aceitação t (946) = 2.28,

p= .023 IC 95% [.02, .26] onde se verifica que o sexo masculino tem maiores dificuldades em

(33)

26 Tabela 2

Análise diferencial da vinculação aos pais, processos de separação individuação e dificuldades de regulação emocional, em relação ao sexo

Sexo M±DP IC95% Direção das

diferenças Vinculação ao pai Inibição da exploração e individualidade 1-Masculino 2-Feminino 2.82±.97 2.61±.94 [.08; .34] 1>2 Qualidade do laço emocional 1-Masculino 2-Feminino 5.13±.85 5.33±.82 [-.31; -.08] 1<2

Ansiedade de separação 1-Masculino

2-Feminino 3.55±.93 3.86±.93 [-.43; -.18] 1<2 Vinculação à mãe Inibição da exploração e individualidade 1-Masculino 2-Feminino 2.87±.95 2.67±.95 [.07; .32] 1>2 Qualidade do laço emocional 1-Masculino 2-Feminino 5.30±.67 5.51±.57 [-.29; -.13] 1<2

Ansiedade de separação 1-Masculino

2-Feminino 3.65±.87 3.96±.86 [-.42; -.19] 1<2 Individuação – Mãe Suporte de si 1-Masculino 2-Feminino 3.71±.77 4.04±.75 [-.44; -.23] 1<2 Ligação 1-Masculino 2-Feminino 4.18±.66 4.30±.65 [-.21; -.03] 1<2 Autoconfiança 1-Masculino 2-Feminino 3.51±.66 3.36±.79 [.06; .26] 1>2

Medo desapontar 1-Masculino

2-Feminino 3.64±.73 3.85±.67 [-.30; -.11] 1<2 Individuação – Pai Intrusividade 1-Masculino 2-Feminino 2.55±.81 2.43±.79 [.11; .22] 1>2 Autoconfiança 1-Masculino 2-Feminino 3.50±.67 3.39±.78 [.02; .22] 1>2

Medo desapontar 1-Masculino

2-Feminino 3.49±.83 3.71±.78 [-.32; -.11] 1<2 Dificuldades de regulação emocional Não-aceitação 1-Masculino 2-Feminino 2.45±.86 2.31±.93 [.02; .26] 1>2

(34)

27 Em relação à idade, foram constituídos três grupos: o primeiro grupo dos 18 aos 23 anos; o segundo grupo dos 24 aos 27 anos; e o terceiro grupo dos 28 aos 30 anos.

Relativamente às dimensões da vinculação referentes às figuras parentais, as análises multivariadas apontam para diferenças estatisticamente significativas apenas na figura materna face à idade F(6,1888)= 2.244, p =.037, ƞ2 = .79. A partir das análises univariadas verifica-se que esta diferenciação está presente na dimensão ansiedade de separação à mãe F(2, 945)= 4.87, p=.008, ƞ2= .80, evidenciando-se que o grupo de indivíduos com idades dos 18 aos 23 anos apresentam maiores níveis de ansiedade de separação (M= 3.89; DP= .87) do que o grupo de indivíduos com idades compreendidas entre os 24 e 27 anos (M= 3.66; DP= .82).

Relativamente aos processos de separação individuação mãe e pai face à idade, as análises multivariadas apontam para a existência de diferenças significativas F(10,1882) = 2.32,

p= .010, ƞ2= .94 e F(10,1882) = 2.68, p= .003, ƞ2= .97, respetivamente. A partir das análises

univariadas, verifica-se a existência de diferenças na dimensão suporte mãe F(2, 945) = 4.15, p= .016, ƞ2= .73 , revelando que o grupo dos 18 aos 23 anos têm maiores níveis de suporte à mãe (M= 3.96; DP= .76) do que o grupo de indivíduos com idades compreendidas entre os 28 e 30 anos (M= 3.73; DP= .89). Concomitantemente, observa-se diferenças na dimensão

autoconfiança pai e mãe F(2, 945) = 4.89, p= .008, ƞ2= .81 e F(2, 945) = 3.52, p= .030, ƞ2=

.66, revelando que o grupo dos 28 aos 30 anos têm maiores níveis de autoconfiança pai e mãe (M= 3.60; DP= .74, M= 3.59; DP= .73) respetivamente, do que o grupo de indivíduos com idades compreendidas entre os 18 e 23 anos (M= 3.37; DP= .77, M= 3.39; DP= .77). De igual modo, observa-se diferenças na dimensão medo desapontar pai e mãe F(2, 945) = 4.05, p= .018, ƞ2= .72 e F(2, 945) = 6.78, p= .001, ƞ2= .92, revelando que o grupo dos 18 aos 23 anos têm maiores

(35)

28 níveis de medo desapontar pai e mãe (M= 3.81; DP= .69, M= 3.69; DP= .80) respetivamente, do que o grupo de indivíduos com idades compreendidas entre os 24 e 27 anos (M= 3.64; DP= .67, M= 3.44; DP= .74).

Relativamente às dificuldades de regulação emocional face à idade, as análises

multivariadas apontam para a existência de diferenças significativas F(12, 1880) = 3.20, p≤ .001, ƞ2 = .99. Verifica-se a existência de diferenças na dimensão objetivos F(2, 945) = 4.13, p= .02, ƞ2= .73, revelando que o grupo dos 18 aos 23 têm maiores dificuldades no envolvimento de comportamentos centrados em objetivos (M= 2.88; DP= .86) do que o grupo dos 28 aos 30 anos (M=2.63; DP= .80) (Tabela 3).

(36)

29 Tabela 3

Análise diferencial da vinculação aos pais, processos de separação individuação e dificuldades de regulação emocional em relação à idade

Idade M±DP IC95% Direção das

diferenças Vinculação à mãe

Ansiedade de separação 1- 18 aos 23 2- 24 aos 27 3- 28 aos 30 3.89±.87 3.63±.82 3.87±.94 [3.83, 3.95] [3.48, 3.78] [3.69, 4.04] 1>2 Individuação - mãe Suporte de si 1- 18 aos 23 2- 24 aos 27 3- 28 aos 30 3.96±.76 3.88±.76 3.73±.89 [3.90, 4.02] [3.74, 4.00] [3.58, 3.88] 1>3 Autoconfiança 1- 18 aos 23 2- 24 aos 27 3- 28 aos 30 3.37±.77 3.48±.63 3.60±.74 [3.32, 3.42] [3.35, 3.61] [3.46, 3.75] 1<3 Medo desapontar 1- 18 aos 23

2- 24 aos 27 3- 28 aos 30 3.81±.69 3.64±.67 3.70±.75 [3.76, 3.86] [3.52, 3.76] [3.56, 3.83] 1>2 Individuação – pai Autoconfiança 1- 18 aos 23 2- 24 aos 27 3- 28 aos 30 3.39±.77 3.49±.64 3.59±.73 [3.34, 3.45] [3.36, 3.62] [3.44, 3.74] 1<3 Medo desapontar 1- 18 aos 23

2- 24 aos 27 3- 28 aos 30 3.69±.80 3.44±.74 3.51±.81 [3.63, 3.74] [3.30, 3.57] [3.35, 3.66] 1>2 Dificuldades de regulação emocional Objetivos 1- 18 aos 23 2- 24 aos 27 3- 28 aos 30 2.88±.86 2.79±.83 2.63±.80 [2.82, 2.94] [2.64, 2.94] [2.46, 2.79] 1>3

Análises preditivas: papel preditor do género, da vinculação pai e mãe nos processos individuação pai

Como forma de dar resposta a um dos objetivos inicialmente propostos, realizaram-se análises de regressão múltipla hierárquica, nas quais se utilizou como variável dependente os processos de individuação para a mãe e pai separadamente. A análise de regressão múltipla

(37)

30 hierárquica foi realizada mediante a introdução de 3 blocos, sendo eles, sexo, vinculação pai, vinculação mãe. A variável sexo foi transformada em dummy, de forma a analisar qual dos sexos (0 – masculino e 1 - feminino), explicam e predizem melhor as variáveis preditas.

No sentido de testar os efeitos preditores das variáveis na dimensão suporte de si pai, foi inserido no bloco 1 a variável género (dummy) que não apresenta um contributo significativo F (1,946) = 3.59, p=.06. No bloco 2 introduziram-se as três dimensões da vinculação pai, que apresentam um contributo significativo F (4, 943) =230.83, p≤ .001, explicando 49.5% da variância total (R2= .495), contribuindo individualmente com 49.3% da variância para o modelo (R2change= .493). No bloco 3, incluíram-se as três dimensões da vinculação mãe, que

apresentam um contributo significativo, F (7,940) = 135.15, p≤ .001, explicando 50.2% da variância total (R2= .502), contribuindo individualmente com 49.8% da variância para o modelo (R2change= .498). Através da análise individual do contributo de cada uma das variáveis

independentes dos blocos, verifica-se a existência de quatro contribuições significativas (p <.05) enquanto preditores dos processos de individuação pai na dimensão suporte: qualidade do laço emocional pai (β =.567), ansiedade de separação pai (β =.202), qualidade do laço emocional mãe (β =-.106) e inibição e exploração da individualidade pai (β = -.063). (Tabela 4).

Em relação à dimensão ligação pai foi inserido no bloco 1 a variável género (dummy), que não apresenta um contributo significativo F (1, 946) = .222, p=.638. No bloco 2

introduziram-se as três dimensões da vinculação pai, F (4, 943) = 320.33, p≤ .001 e explicando 57.6% da variância total (R2= .576), contribuindo individualmente com 57.4% da variância para o modelo (R2change= .574). No bloco 3, incluíram-se as três dimensões da vinculação mãe, F (7,

940) = 187,55, p≤ .001 e explica 58.3% da variância total (R2= .583), contribuindo

(38)

31 individual do contributo de cada uma das variáveis independentes dos blocos, verifica-se quatro contribuições significativas (p <.05) enquanto preditores dos processos de individuação pai na dimensão ligação: qualidade do laço emocional pai (β =.581), inibição pai (β = -.301), ansiedade de separação pai (β =.098) e inibição e exploração da individualidade mãe (β = .081). (Tabela 4).

Relativamente à dimensão intrusividade pai foi inserido no bloco 1 a variável género (dummy), que apresenta um contributo significativo F (1, 946) = 4.666, p=.031, explicando 0.5% da variância total (R2= .005), contribuindo individualmente com 0.4% da variância para o modelo (R2change= .004). No bloco 2 introduziram-se as três dimensões da vinculação pai, que

apresenta um contributo significativo F (4, 943) = 118.15, p≤ .001, explicando 33.4% da

variância total (R2= .334), contribuindo individualmente com 33.1% da variância para o modelo (R2change= .331). No bloco 3, incluíram-se as três dimensões da vinculação mãe, que apresenta um contributo significativo F (7, 940) = 73.91, p≤.001, explicando 35.5% da variância total (R2= .355), contribuindo individualmente com 35% da variância para o modelo (R2change= .350).

Através da análise individual do contributo de cada uma das variáveis independentes dos blocos, verifica-se a existência de seis contribuições significativas (p <.05) enquanto preditores dos processos de individuação pai na dimensão intrusividade: inibição e exploração da

individualidade pai (β =.553), qualidade do laço emocional mãe (β =-.184), qualidade do laço emocional pai (β =.153), inibição mãe (β =.133), ansiedade de separação pai (β =.121) e sexo (β =-.070) com contributo masculino. (Tabela 4).

No que concerne à dimensão autoconfiança pai foi inserido no bloco 1 a variável género (dummy), que apresenta um contributo significativo F (1,946) = 5.27, p=.022, explicando 0.6% da variância total (R2= .006), contribuindo individualmente com 0.4% da variância para o modelo (R2change= .004). No bloco 2 introduziram-se as três dimensões da vinculação pai, que

(39)

32 total (R2= .121), contribuindo individualmente com 11.8% da variância para o modelo

(R2change= .118). No bloco 3, incluíram-se as três dimensões da vinculação mãe, que apresenta

um contributo significativo F (7,940) = 21.51, p≤ .001, explicando 13.8% da variância total (R2= .138), contribuindo individualmente com 13.2% da variância para o modelo (R2change= .132).

Através da análise individual do contributo de cada uma das variáveis independentes dos blocos, verifica-se a existência de cinco contribuições significativas (p <.05) enquanto preditor dos processos de individuação pai na dimensão autoconfiança: ansiedade de separação pai (β =-.356), ansiedade de separação mãe (β =-.239), inibição e exploração da individualidade mãe (β =.220), inibição e exploração da individualidade pai (β =.133) e sexo (β =-.074) com contributo masculino. (Tabela 4).

No que concerne à dimensão medo de desapontar pai foi inserido no bloco 1 a variável género (dummy), que apresenta um contributo significativo F (1, 946) = 15.52, p≤ .001,

explicando 1.6% da variância total (R2= .016), contribuindo individualmente com 1.5% da variância para o modelo (R2change= .015). No bloco 2 introduziram-se as três dimensões da

vinculação pai, que apresenta um contributo significativo F (4, 943) = 161.06, p≤ .001, explicando 40.6% da variância total (R2= .406), contribuindo individualmente com 40.3% da variância para o modelo (R2change= 403). No bloco 3, incluíram-se as três dimensões da

vinculação mãe, que apresenta um contributo significativo F (7, 940) = 94.17, p≤ .001, explicando 41.2% da variância total (R2= .412), contribuindo individualmente com 40.8% da variância para o modelo (R2change= .408). Através da análise individual do contributo de cada

uma das variáveis independentes dos blocos, verifica-se a existência de quatro contribuições significativas (p <.05) enquanto preditor dos processos de individuação pai na dimensão medo de

(40)

33 sexo (β =.127) com contributo feminino e inibição e exploração da individualidade pai (β =.105) (Tabela 4).

Tabela 4

Regressão múltipla hierárquica para processos de individuação – pai

R2 R2change B SE β t p

Suporte de Si

Bloco 1 - Género (dummy) .004 .003 .11 .06 .06 1.89 .06

Bloco 2 – Vinculação pai .495 .493

Inibição da exploração e individualidade -.06 .02 -.06 -2.46 .01

Qualidade do laço emocional .60 .03 .57 19.32 ≤.001

Ansiedade de separação .19 .03 .20 7.07 ≤.001

Bloco 3 - Vinculação mãe .502 .498

Inibição da exploração e individualidade -.05 .04 -.06 -1.33 .19

Qualidade do laço emocional -.15 .07 -.11 -2.15 .03

Ansiedade de separação -.01 .077 -.01 -.124 .90

Ligação

Bloco 1 - Género (dummy) .000 -.001 .03 .05 .02 .47 .64

Bloco 2 – Vinculação pai .576 .574

Inibição da exploração e individualidade -.24 .02 -.30 -12.87 ≤.001

Qualidade do laço emocional .54 .03 .58 21.61 ≤.001

Ansiedade de separação .08 .02 .10 3.73 ≤.001

Bloco 3 - Vinculação mãe .583 .580

Inibição da exploração e individualidade .07 .03 .08 1.99 .05

Qualidade do laço emocional -.01 .06 -.01 -.23 .82

Ansiedade de separação -.12 .06 -.14 -1.95 .05

Intrusividade

Bloco 1 - Género (dummy) .005 .004 .12 .05 -.07 -2.16 .03

Bloco 2 – Vinculação pai .334 .331

Inibição da exploração e individualidade .46 .02 .55 18.87 ≤.001

Qualidade do laço emocional .15 .03 .15 4.54 ≤.001

Ansiedade de separação .10 .03 .12 3.69 ≤.001

Bloco 3 - Vinculação mãe .355 .350

Inibição da exploração e individualidade .11 .04 .13 2.63 .009

Qualidade do laço emocional -.24 .07 -.18 -3.27 .001

Ansiedade de separação .03 .08 .04 .41 .69

Autoconfiança

Bloco 1 - Género (dummy) .006 .004 .12 .05 -.07 -2.30 .022

Bloco 2 – Vinculação pai .121 .118

Inibição da exploração e individualidade .10 .03 .13 3.96 ≤ .001

Qualidade do laço emocional .03 .04 .04 .91 .36

Ansiedade de separação -.28 .03 -.36 -9.44 ≤ .001

Bloco 3 - Vinculação mãe .138 .132

Inibição da exploração e individualidade .17 .05 .22 3.76 ≤ .001

Qualidade do laço emocional .15 .08 .12 1.88 .06

Ansiedade de separação -.20 .09 -.24 -2.34 .02

Medo de desapontar

Bloco 1 - Género (dummy) .016 .015 .213 .054 .127 3.94 ≤ .001

Bloco 2 – Vinculação pai .406 .403

Inibição da exploração e individualidade .09 .02 .11 3.81 ≤ .001

Qualidade do laço emocional .36 .03 .38 11.82 ≤ .001

(41)

34

Bloco 3 - Vinculação mãe .412 .408

Inibição da exploração e individualidade .017 .04 .02 .42 .68

Qualidade do laço emocional -.04 .07 -.03 -.57 .57

Ansiedade de separação -.12 .08 -.13 -1.57 .12

Nota: B, SE e β para um nível de significância de p≤05; Bloco 1 - Género; Bloco 2 – vinculação pai; Bloco 3 – vinculação mãe

Análises preditivas: papel preditor do género, da vinculação pai e mãe nos processos individuação mãe

No sentido de testar os efeitos preditores das variáveis na dimensão suporte de si mãe, foi inserido no bloco 1 a variável género (dummy) que apresenta um contributo significativo F (1,946) = 41.71, p≤ .001, explicando 4.2% da variância total (R2= .042), contribuindo

individualmente com 4.1% da variância para o modelo (R2change= .041). No bloco 2

introduziram-se as três dimensões da vinculação pai, que apresentam um contributo significativo F (4, 943) =53.55, p≤ .001, explicando 18.5% da variância total (R2= .185), contribuindo

individualmente com 18.2% da variância para o modelo (R2change= .182). No bloco 3,

incluíram-se as três dimensões da vinculação mãe, que apresentam um contributo significativo, F (7,940) = 80.70, p≤ .001, explicando 37.5% da variância total (R2= .375), contribuindo

individualmente com 37.1% da variância para o modelo (R2change= .371). Através da análise

individual do contributo de cada uma das variáveis independentes dos blocos, verifica-se a existência de sete contribuições significativas (p <.05) enquanto preditores dos processos de individuação mãe na dimensão suporte: ansiedade de separação mãe (β =.461), qualidade do laço emocional mãe (β =.344), ansiedade de separação pai (β =.239), sexo (β =.205) com contributo feminino, inibição e exploração da individualidade pai (β = -.196), qualidade do laço pai (β =.129) e inibição e exploração da individualidade mãe (β = -.104), (Tabela 5).

(42)

35 Em relação à dimensão ligação mãe foi inserido no bloco 1 a variável género (dummy), que apresenta um contributo significativo F (1, 946) = 7.25, p=.007, explicando .08% da variância total (R2= .008), contribuindo individualmente com 07% da variância para o modelo (R2change= .007). No bloco 2 introduziram-se as três dimensões da vinculação pai, F (4, 943) =

83.13, p≤ .001 e explicando 26.1% da variância total (R2= .261), contribuindo individualmente com 25.84% da variância para o modelo (R2change= .258). No bloco 3, incluíram-se as três dimensões da vinculação mãe, F (7, 940) = 119.54, p≤ .001 e explica 47.1% da variância total (R2= .471), contribuindo individualmente com 46.7% da variância para o modelo (R2change=

.467). Através da análise individual do contributo de cada uma das variáveis independentes dos blocos, verifica-se seis contribuições significativas (p <.05) enquanto preditores dos processos de individuação mãe na dimensão ligação: inibição e exploração da individualidade mãe (β = -.455), qualidade do laço mãe (β =.452), inibição e exploração da individualidade pai (β = -.381),

qualidade do laço pai (β =.214), ansiedade de separação pai (β =.094) e sexo (β =.087) com um contributo feminino (Tabela 5).

Relativamente à dimensão intrusividade mãe foi inserido no bloco 1 a variável género (dummy), que não apresenta um contributo significativo F (1, 946) = 2.792, p=.095. No bloco 2 introduziram-se as três dimensões da vinculação pai, que apresenta um contributo significativo F (4, 943) = 73.20, p≤ .001, explicando 23.7% da variância total (R2= .237), contribuindo

individualmente com 23.4% da variância para o modelo (R2change= .234). No bloco 3,

incluíram-se as três dimensões da vinculação mãe, que apresenta um contributo significativo F (7, 940) = 77.69, p≤ .001, explicando 36.7% da variância total (R2= .367), contribuindo

individualmente com 36.2% da variância para o modelo (R2change= .362). Através da análise

individual do contributo de cada uma das variáveis independentes dos blocos, verifica-se a existência de três contribuições significativas (p <.05) enquanto preditores dos processos de

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