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Percurso multidisciplinar no exercicio da atividade de Engenharia Florestal

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Academic year: 2021

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UNIVERSIDADE DE TRÁS-OS-MONTES E ALTO DOURO

PERCURSO MULTIDISCIPLINAR NO EXERCICIO DA ATIVIDADE DE ENGENHARIA FLORESTAL

RELATÓRIO: MESTRADO EM ENGENHARIA FLORESTAL

ELIZUR ALEXANDRE VISEU ALVES

Orientação:

Professora Simone da Graça Pinto Varandas

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1 Relatório de atividade profissional, ao abrigo da recomendação do Conselho de Reitores das Universidades Portuguesas (CRUP) de 8 de Janeiro de 2011, apresentado para cumprimento dos requisitos necessários à obtenção do grau de Mestre em Engenharia Florestal.

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2 AGRADECIMENTOS

A aprendizagem em contexto profissional é indissociável da instituição. Por isso reconheço e quero agradecer a todos os que contribuíram para essa aprendizagem nas diversas instituições que me acolheram, sem as quais não teria sido possível desenvolver as diversas atividades e funções que compõem o meu trajeto profissional até ao presente, proporcionando, em simultâneo, oportunidades para uma formação continuada, indispensável ao desempenho das diferentes tarefas que me foram sendo destinadas.

À Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro, com especial destaque para o seu Departamento Florestal, que foi e continua a ser um pilar de conhecimento e disponibilidade presente ao longo de todo o percurso. Pelo que, aqui fica uma palavra de agradecimento a todos os colaboradores desta instituição que, nos vários momentos ao longo dos anos, foram fontes de apoio, incentivo e disponibilidade para a minha progressão académica e profissional.

Uma nota especial para a Professora Doutora Simone Varandas por todo o apoio, incentivo e disponibilidade para orientar a realização do presente Relatório.

Por fim, agradeço à Cláudia, ao Rafael e à Ana, pela paciência e disponibilidade para hipotecar alguns momentos de lazer, para que fosse possível executar o presente.

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3 RESUMO

O relatório aqui apresentado pretende, com uma estrutura de evolução temporal, dar uma visão global de um percurso profissional diversificado e que abordou várias áreas da fileira florestal com passagens pontuais, mas muito enriquecedoras, por outras áreas de intervenção.

Ainda antes da conclusão da licenciatura em Engenharia Florestal, que ocorreu em 1999 pela Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro (UTAD), foi possível iniciar a atividade profissional, desempenhando várias função com uma componente de trabalho de campo muito marcada. Posteriormente surge a oportunidade de ingressar na função pública, durante 6 anos consecutivos, onde foram desempenhadas funções de cariz florestal e, posteriormente, com uma passagem marcante pela área dos projetos (do ponto de vista do financiamento) de âmbito rural. Seguiu-se uma temporada como profissional liberal com muita atividade formativa e de elaboração de projetos rurais. Finalmente o ingresso no grupo Portucel Soporcel, empresa de referência do panorama florestal nacional, como colaborador nas compras e arrendamentos de propriedades e nas diversas componentes do abastecimento de madeira e biomassa aos centros fabris.

Nas atividades descritas, além de um breve enquadramento e explicação das tarefas realizadas, são apresentadas conclusões que pretendem mostrar os pontos fortes e as dificuldades de cada momento, demonstrando que é possível aprender com todas as situações, melhorando e adquirindo novas competências, a cada passo da carreira profissional.

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4 ABSTRACT

The presented report give us, with a time course structure, an overview of a diverse career in several areas of the forest industry with specific passages, but very enriching, in other areas of intervention.

Even before the completion of the degree in Forestry Engineering that occurred in 1999 by the University of Trás-os-Montes and Alto Douro (UTAD), it was possible to begin the professional activity, performing various functions with a very marked fieldwork component. Later comes the opportunity to join the civil service, for six consecutive years, which were performed in forest-oriented functions and subsequently with a striking passage through the project area (from the financing point of view) of rural areas. This was followed by a stint as liberal professional with a lot of formative activity and development of rural projects. Finally entering the Portucel Soporcel group, reference company in the national forest industry, as a collaborator on land purchases and leases and in several issues of the wood and biomass supply for the manufacturing centers. For the activities described, as well as a brief background and explication of the tasks undertaken, conclusions are presented to show the strengths and difficulties of every moment, showing that it is possible to learn from every situation, improving and acquiring new skills in every step of the professional career.

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5 ÍNDICE Página 1- ENQUADRAMENTO GERAL ... 11 1.1- Enquadramento Institucional ... 11 1.2- Organização do relatório... 11 2- EXPERIÊNCIA PROFISSIONAL ... 13 2.1- PERÍODO 1997-2000 ... 13

2.1.1- Controlo Físico Assistido por Teledeteção ... 13

2.1.1.1- Tarefas desenvolvidas ... 16

2.1.1.1.1- Membro de equipa de verificação de campo ... 17

2.1.1.1.2- Atendimento ao público ... 17

2.1.1.1.3- Controlador da qualidade ... 18

2.1.1.2- Conclusões ... 19

2.2- PERÍODO 2000-2005 ... 21

2.2.1- Direção de Serviços das Florestas da Direção Regional de Agricultura do Ribatejo e Oeste (DRARO) ... 21

2.2.1.1- Tarefas desenvolvidas ... 26

2.2.1.1.1- Divisão de Caça e Pesca nas Águas Interiores ... 26

2.2.1.1.2- Divisão de Valorização do Património Florestal ... 29

2.2.1.2- Conclusões ... 35

2.2.1.2.1- Divisão de Caça e Pesca nas Águas Interiores ... 35

2.2.1.2.2- Divisão de Valorização do Património Florestal ... 37

2.2.2- Divisão de Estudos/Estrutura de Apoio Técnico do Gabinete do Coordenador Regional da Medida AGRIS ... 39

2.2.2.1- Tarefas desenvolvidas ... 44

2.2.2.2- Conclusões ... 48

2.3- PERÍODO 2005-2007 ... 50

2.3.1- Elaboração e acompanhamento de candidaturas ... 50

2.3.2- Atividade na área da Formação ... 51

2.3.2.1- Tarefas desenvolvidas ... 57

2.3.2.2- Conclusões ... 59

2.3.3- Colaborador no Departamento Florestal da Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro ... 62

2.3.3.1- Enquadramento ... 62

2.3.3.2- Tarefas desenvolvidas ... 66

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6

2.4- PERÍODO 2007-2015 ... 72

2.4.1- Colaborador do grupo Portucel Soporcel, com as funções de Técnico Comercial ... 72

2.4.1.1- Breve história de grupo Portucel Soporcel ... 72

2.4.1.2- A Investigação no gPS ... 73

2.4.1.3- A Floresta no gPS ... 74

2.4.1.4- Pasta de celulose, Papel e Energia renovável ... 74

2.4.1.5- Estrutura de Prevenção e Combate a Incêndios Florestais da AFOCELCA . 75 2.4.2- Tarefas desenvolvidas ... 76

2.4.3- Conclusões ... 84

3- FUTUROS DESAFIOS PROFISSIONAIS ... 88

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7 ÍNDICE DE FIGURAS

Página Figura 1 Estrutura geral do Sistema Integrado de Gestão e Controlo (SIGC) 15

Figura 2 Mapa geral da Mata do Vimeiro 30

Figura 3 Exemplar de Quercus faginea 30

Figura 4 Mapa dos três PROFs do Ribatejo e Oeste 32

Figura 5 Capa das publicações “Matas Nacionais” e “Perímetros Florestais” 33 Figura 6 Localização das 15 Centrais de Biomassa a concurso 65 Figura 7 Atividades realizadas durante o processo de Compra de Madeira 78 Figura 8 Exemplo de equipamento de trituração de biomassa 86

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8 ÍNDICE DE TABELAS

Página Tabela 1 Projetos aprovados por programa operacional 41

Tabela 2 Projetos aprovados por região agrária 42

Tabela 3 Projetos aprovados por região agrária, no programa AGRIS 42 Tabela 4 Projetos aprovados por ação, no programa AGRIS 43

Tabela 5 Evolução anual dos projetos AGRIS 44

Tabela 6 Ação coordenada no âmbito da Medida 7, do programa AGRO 58 Tabela 7 Formação ministrada no âmbito da Medida 7, do programa AGRO 58 Tabela 8 Formação ministrada no âmbito do programa FORAL 59 Tabela 9 Formação ministrada no âmbito dos cursos de educação e formação de

adultos (EFA) 59

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9 LISTA DE SIGLAS E ACRÓNIMOS

AGRIS Medida Agricultura e Desenvolvimento Rural

AGRO Programa Operacional de Agricultura e Desenvolvimento Rural ANPC Autoridade Nacional de Proteção Civil

CTBF Centrais Termoelétricas a Biomassa Florestal

DAC/CAD Desenho Assistido por Computador/Computer Aided Design DGF Direção-Geral das Florestas

DGRF Direcção-Geral dos Recursos Florestais DN Despacho Normativo

DRA Direção Regional de Agricultura

DRARO Direção Regional de Agricultura do Ribatejo e Oeste EFA Educação e Formação de Adultos

FEOGA Fundo Europeu de Orientação e Garantia Agrícola FER Fontes de Energia Renovável

FFP Fundo Florestal Permanente

FORAL Formação para as Autarquias Locais FSC Forest Stewardship Council

gPS Grupo Portucel Soporcel GPS Global Positioning System

ICNF Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas

IFADAP Instituto de Financiamento e Apoio ao Desenvolvimento da Agricultura e Pescas

INGA Instituto Nacional de Intervenção e Garantia Agrícola ITM Indústrias Transformadoras de Madeira

MADRP Ministério da Agricultura, do Desenvolvimento Rural e das Pescas MN Matas Nacionais

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10 OPF Organizações de Produtores Florestais

PDF Programa de Desenvolvimento Florestal

PEFC Programme for the Endorsement of Forest Certification PF Perímetros Florestais

PGF Plano de Gestão Florestal

PROF Planos Regionais de Ordenamento Florestal QCA III III Quadro Comunitário de Apoio (2000-2006) SHST Segurança, Higiene e Saúde no Trabalho

SIG/GIS Sistema de Informação Geográfica/Geographic Information System SIGC Sistema Integrado de Gestão e Controlo

SIP Sistema de Identificação de Parcelas ou Parcelário Agrícola SUC Sistema Unificado de Controlo

UTAD Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro ZIF Zonas de Intervenção Florestal

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11 1- ENQUADRAMENTO GERAL

1.1- Enquadramento Institucional

O presente relatório visa a obtenção do grau de mestre em Engenharia Florestal, segundo a alínea b) do artigo 2.º do “Regulamento para obtenção do Grau de Mestre pelos Licenciados Pré-Bolonha” da Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro (UTAD). De acordo com esta alínea os licenciados Pré-Bolonha podem, após creditação da componente letiva por parte da Universidade, optar por fazer um relatório detalhado da sua atividade profissional desde que possuam mais de 5 anos de experiência profissional relevante.

1.2- Organização do relatório

Nos capítulos seguintes deste relatório serão apresentados, com uma estrutura de evolução temporal, os diversos momentos profissionais relevantes. São ainda referidas algumas atividades desenvolvidas que, embora aparentemente distantes das atividades inerentes a um licenciado em Engenharia Florestal, demonstram capacidade de adaptação e foram aprendizagens relevantes em experiências futuras.

De uma forma simplificada é possível resumir a atividade profissional a relatar, em quatro grandes momentos:

- 1997-2000 – Período inicial, parte dele anterior à conclusão da licenciatura, que permitiu iniciar o contacto com o “trabalho” e com algumas das tarefas\áreas de intervenção de um florestal.

- 2000-2005 – Período durante o qual foram desenvolvidas várias atividades na função pública, nos Serviços Florestais/Agrícolas, na região do Ribatejo e Oeste. Esta experiência iniciou-se com um estágio profissional na Divisão de Valorização do Património Florestal da Direção Regional de Agricultura do Ribatejo e Oeste e passou por vários serviços e funções, descritas mais adiante.

- 2005-2007 – Momento em que foram levadas a cabo várias atividades de cariz liberal que deram uma visão muito alargada do que é possível fazer (e foi feito). Destacar a formação dada, projetos elaborados e executados, consultoria a particulares e autarquias, entre outros.

- 2007-2015 – Entrada no grupo Portucel Soporcel, com funções comerciais na área da compra de madeira, aquisição/arrendamento de propriedades e gestão de abastecimento aos Centros Fabris.

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12 Em cada um destes momentos será feita a descrição das diferentes atividades desenvolvidas e das diversas funções desempenhadas. Será dada relevância aos momentos mais marcantes, considerados como os principais responsáveis pela visão e compreensão alcançados ao longo desta carreira profissional.

Por fim, são apresentados os futuros desafios profissionais que a curto e médio prazo constituem os objetivos que se pretende alcançar.

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13 2- EXPERIÊNCIA PROFISSIONAL

2.1- PERÍODO 1997-2000

Este momento foi a fase inicial de todo o percurso profissional e caracteriza-se por uma grande diversidade de intervenções, desde a utilização regular de aparelhos GPS, do contacto com fotografia aérea e ortofotomapa para fotointerpretação ou a abordagem e relacionamento com produtores agrícolas e florestais, nas diversas vertentes que foi possível explorar.

Neste período, embora tenham sido realizadas algumas atividades distintas como descrito no currículo anexo, optou-se por descrever apenas a experiência tida no “Controlo Físico Assistido por Teledeteção”. Este foi um momento marcante e claramente o ponto de viragem na vida de um estudante que teve que dar início à sua carreira profissional. Ainda antes de concluída a licenciatura surge a oportunidade de, entre os meses de julho e outubro de 1998, participar no controlo físico assistido por teledeteção às superfícies ocupadas com culturas arvenses, forrageiras, pousio obrigatório e/ou voluntário/não alimentar e indemnizações compensatórias, nas zonas indicadas pelo Instituto Nacional de Intervenção e Garantia Agrícola (INGA) localizadas em Portugal Continental.

2.1.1- Controlo Físico Assistido por Teledeteção

O Sistema de Identificação de Parcelas (SIP), mais conhecido pela designação de «Parcelário Agrícola», nasceu da regulamentação da União Europeia de 1992 (Regulamentos n.º 3887/92 e n.º 3508/92). Este exigia que, para efeitos de atribuição dos subsídios do Fundo Europeu de Orientação e Garantia Agrícola (FEOGA), fosse criado em cada Estado-membro um sistema integrado de gestão e controlo das ajudas (SIGC), com base na identificação geoespacial das parcelas, impondo que esse sistema estivesse operacional até 1996, evitando as duplicações e excessos de áreas. Assim o SIP é uma das ferramentas do referido SIGC e teve como objetivo a atribuição de um único número a cada parcela ou grupo de parcelas da exploração agrícola. Desta forma era possível a referenciação geográfica das explorações agrícolas de modo unificado e coerente e a identificação dos elementos gráficos necessários ao cálculo das Ajudas Comunitárias (http://www.ifap.min-agricultura.pt/portal/page/portal /ifap_publico/GC informacoes /GC_ parcelario).

Em 1995, perante as exigências da União Europeia, à inexistência de um cadastro rústico em todo o país, ao prazo e custo exorbitante necessários para o fazer, o INGA iniciou o

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14 processo de realização do SIP. Pretendia-se com isto fazer a identificação e numeração da totalidade das parcelas agrícolas declaradas no SIGC criado para o efeito, bem como a disponibilização da informação (áreas e elementos georreferenciados) aos agricultores. Assim, em 1995, foram identificadas as parcelas agrícolas em 49 concelhos e, em 1996, nos restantes concelhos do país, tendo o processo terminado em 1997 (após concessão de mais um ano pela União Europeia), com a operacionalização efetiva do SIP e de todo o SIGC.

A criação deste sistema permitiu que fosse disponibilizada a todos os agricultores informação sobre as suas parcelas, pelo que a partir de 1996 passou a ser enviado anualmente para estes o documento parcelar (P1), que contém toda a informação alfanumérica relativa às parcelas da exploração. Em 1997, passa a ser obrigatório os agricultores identificarem geoespacialmente as parcelas para efeitos de candidatura às ajudas, pelo que passa também a ser enviado aos titulares os designados P2, que representam os limites de cada uma das parcelas. Já em 1998, os P2, além do limite georreferenciado da parcela, passam a ter o ortofotomapa, assumindo a designação abreviada de P3.

Como referido, a partir de 1997, foi implementado pelo INGA um sistema de gestão e controlo das ajudas comunitárias, denominado SIGC. Este modelo, baseado no princípio de separação de funções, é atribuído às Organizações de Agricultores, enquanto Entidades Credenciadas pelo INGA. Assim, passam a ter a responsabilidade da divulgação da informação relativa às ajudas comunitárias instituídas, bem como a receção de candidaturas, passando a função de controlo a ser executada exclusivamente pela Administração (INGA/IFADAP/DRAs) através do Sistema Unificado de Controlo (SUC), o que permitiu organizar a completa segregação da Função Controlo, condição indispensável à correta aplicação das disposições comunitárias que regem o conjunto de ajudas do FEOGA Garantia. (http://www.ifap.min-agricultura.pt/portal/page/portal/ifap_ publico_recursos/O%20IFAP/GCR_publica/1999_Boletim%20Trismestral_1%20semestre. pdf).

Através do Despacho Normativo (DN) n.º 30/98, de 27 de abril, do Ministério da Agricultura, do Desenvolvimento Rural e das Pescas (MADRP), ficou consolidada a estrutura de controlo do FEOGA Garantia, destacando-se:

a) Integração no SUC, dos controlos às medidas agroambientais sob tutela do Instituto de Financiamento e Apoio ao Desenvolvimento da Agricultura e Pescas (IFADAP);

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15 c) Realização, por parte do INGA e do IFADAP, de controlos de qualidade no âmbito das ajudas tuteladas, dos quais resultaram relatórios, transmitidos às Direções Regionais de Agricultura (DRAs) para que estas agissem em conformidade.

Pelo mesmo Despacho, foi possível uma mais eficiente ligação com as DRAs, com a participação dos respetivos Diretores-Gerais, designadamente na afetação dos recursos humanos. Em termos funcionais, o SUC passou a integrar recursos do INGA, do IFADAP e das Direções Regionais de Agricultura. Estes organismos tiveram representação na Comissão Permanente do SUC, a qual dependia do Conselho Diretivo do INGA, continuando a assegurar, tendencialmente, a realização de todos os controlos físicos necessários ao cumprimento das disposições regulamentares aplicáveis. O sistema ficou estruturado de acordo com o apresentado na Figura 1.

Figura 1 - Estrutura geral do Sistema Integrado de Gestão e Controlo (SIGC).

Todo o Sistema foi estruturado com base em informação geográfica, abrindo as portas a uma nova forma de interagir entre as entidades gestoras, operacionais e os beneficiários.

BENEFICIÁRIOS

PRODUTORES AGRÍCOLAS QUE REQUEREM AS AJUDAS COMUNITÁRIAS

INGA

CONTROLOS FÍSICOS ESPECIAIS

DRA

GESTÃO PARCELÁRIO

IFADAP

CONTROLOS AGRO-AMBIENTAIS

COMISSÃO PERMANENTE DO SUC

CONTROLO DE QUALIDADE/FORMAÇÃO/NORMAS E PROCEDIMENTOS/RELATÓRIO DE QUALIDADE

EMPRESAS PRIVADAS

CONTROLOS POR TELEDETEÇÃO

DRA

CONTROLOS FÍSICOS/ATUALIZAÇÃO PARCELÁRIO

ENTIDADES GESTORAS

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16 Um Sistema de Informação corresponde ao conjunto de operações que nos leva desde o planeamento e captação de dados até à análise e armazenamento dos mesmos, com a função de ajudar na tomada de decisões. Um Sistema de Informação Geográfica (SIG) não é mais que um sistema de informação desenhado para trabalhar dados referenciados por coordenadas espaciais ou geográficas (Star e Estes, 1990).

Burrough (1986) definiu SIG como um poderoso conjunto de ferramentas para recolha, armazenamento, consulta, transformação e visualização de dados espaciais sobre a realidade.

Estes sistemas de apoio à decisão permitem conhecer o território nas suas diversas perspetivas, acompanhar as suas dinâmicas e projetar cenários relativos a situações reais, geograficamente representadas.

Com muitos recursos ao seu dispor, a Deteção Remota, com base em imagens ou mapas, surge como uma disciplina de excelência dentro dos SIG e, numa fase inicial, uma mais-valia financeira, uma vez que permite visualizar e analisar situações sem deslocação ao terreno. Este procedimento foi muitas vezes utilizado e pressupõe uma base de conhecimentos e de experiências que tornam o operador mais capaz a cada desafio que surge.

Segundo Campbell (1996), a Deteção Remota é a prática de obter informação sobre a superfície terrestre e aquática usando imagens obtidas a partir de uma perspetiva superior, usando radiação eletromagnética em uma ou mais regiões do espectro eletromagnético, refletido ou emitido pela Terra.

2.1.1.1- Tarefas desenvolvidas

Como já foi referido, entre os meses de julho e outubro de 1998 e os meses de julho e novembro de 1999, houve a possibilidade de participar no controlo físico assistido por teledeteção às superfícies ocupadas com culturas arvenses, forrageiras, pousio obrigatório e/ou voluntário/não alimentar e indemnizações compensatórias, nas zonas indicadas pelo INGA localizadas em Portugal Continental.

No primeiro período (1998) foram exercidas as funções de membro de uma equipa de verificação de campo e posteriormente no atendimento ao público em direta colaboração com os técnicos das DRAs. Em 1999, além das funções já referidas, devido à experiência adquirida no ano anterior, foi assumida a função de controlador de qualidade na maior parte da época de trabalho.

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17 2.1.1.1.1- Membro de equipa de verificação de campo

Esta primeira experiência decorreu nos concelhos de Trás-os-Montes “sorteados” para o controlo físico no ano de 1998, a saber: Mirandela; Macedo de Cavaleiros; Alfândega da Fé e Vila Flor. Mais tarde, no mesmo ano, foi possível realizar as mesmas funções nos concelhos de Vagos, Oliveira do Bairro, Mira e Cantanhede. Esta zona começou as ações de controlo mais tarde o que permitiu a deslocação de algumas equipas da zona norte para completar o trabalho.

Numa primeira fase procedeu-se à fotointerpretação de ortofotomapas, muito atuais (da primavera desse ano), com a intenção de perceber se as parcelas sujeitas a verificação estavam ocupadas com as culturas declaradas pelos respetivos proprietários. De seguida foram constituídas equipas de campo de dois elementos que, com recurso ao ortofotomapa impresso, visitavam todas as parcelas em causa. Parte das conclusões das visitas serviam para validar alguns resultados da fotointerpretação, permitindo corrigir erros de classificação.

Este procedimento, essencialmente de trabalho de campo, acarretava vários riscos/dificuldades, a saber:

- Todos os recursos necessários (equipamento, viaturas, comunicações, entre outros) eram da responsabilidade dos membros da equipa;

- O pouco (ou nenhum) conhecimento de algumas das zonas controladas, que dificultava a localização e a escolhas dos melhores acessos;

- A não identificação de pessoas e viaturas;

- A sensibilidade do tema, que implicava alguma pressão quando as equipas de campo se deparavam com os proprietários no terreno.

2.1.1.1.2- Atendimento ao público

Na campanha de 1998, o atendimento aos benificiários decorreu em Mirandela e Macedo de Cavaleiros. No ano seguinte, tendo em conta a alteração de área alvo de controlo, o atendimento decorreu nos concelhos de Mogadouro e Miranda do Douro. Esta fase decorria após tratamento informático dos dados obtidos no trabalho de campo e resultava no atendimento em gabinete de todos os proprietários onde tinham sido detetados erros significativos que pusessem em causa o recebimento dos subsídios a que os beneficiários se tinham candidatado. Este atendimento conjugava as várias entidades,

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18 com técnicos das empresas privadas, que desempenharam funções de campo, técnicos das DRAs que conheciam o terreno e eram fundamentais na agilização de toda a dinâmica, e técnicos nomeados pelo INGA e que coordenavam todo o processo de atendimento. Como é óbvio, este era um momento de tensão uma vez que apenas eram convocados os beneficiários com irregularidades, sendo que estas irregularidades tinham as mais diversas origens, a saber:

- A verificação no terreno da totalidade das parcelas de uma determinada zona (vários concelhos) era um processo novo, sendo que anteriormente era feita a verificação por amostragem; este facto fazia com que as declarações, para efeitos de subsídios, fossem muitas vezes fraudulentas e especialmente sobredeclaradas o que tinha severas implicações no resultado final;

- Erros no Parcelário Agrícola: estando numa fase muito inicial da sua existência, provocava grandes erros de localização e de forma/dimensão das parcelas;

- Uma mesma área alvo de mais do que uma declaração o que obrigava a uma confrontação dos vários declarantes, levantando questões de titularidade e consequentemente acentuava problemas antigos entre proprietários.

Este procedimento, embora muito rígido relativamente à parte declarativa, permitia rever, corrigir a acrescentar parcelas ao Parcelário Agrícola o que era uma mais-valia para os pedidos de Ajudas futuros.

Relativamente ao resultado do atendimento aos agricultores, raramente se conseguia rever o processo de forma a poderem receber as Ajudas a que se tinham candidatado. As situações de erro inerentes à cartografia (Parcelário mal marcado total ou parcialmente) resultavam na perda do apoio mas na correção para ações futuras; nos casos onde o erro era declarativo poderia, caso existissem outras parcelas, ser feita nova declaração de substituição a repor a situação correta; nos casos de desacordo com os resultados do Controlo era agendada visita conjunta entre proprietário, técnico(s) responsável(eis) pela verificação de campo e uma equipa de campo da DRA da área de influência.

2.1.1.1.3- Controlador da qualidade

A função de controlador de qualidade apenas foi desempenhada na campanha de 1999, fruto da experiência adquirida no ano anterior e da confiança e qualidade demonstradas. Esta função implicava uma maior responsabilidade e disponibilidade pois tinha implicação com o trabalho de várias pessoas.

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19 Numa primeira fase esta função foi desempenhada em Miranda do Douro, Mogadouro e Vimioso, sendo que após a conclusão nestes concelhos foi necessário ajudar, ainda como Controlador de Qualidade, nos concelhos de Barcelos, Braga, Guimarães e Vila Nova de Famalicão. Este trabalho consistiu em:

- Verificação inicial de situações anómalas, ainda durante a fase de fotointerpretação, com verificações piloto que visavam melhorar o trabalho e evitar erros de análise;

- Acompanhamento inicial das equipas de campo sem experiência, com especial enfase para a escolha das melhores opções de trabalho (caminhos a utilizar, situações a evitar, método de gerir o dia de trabalho, entre outros) e para questões de segurança;

- Fiscalização e controlo do trabalho das várias equipas, de forma a validar e corrigir erros ainda durante o decorrer dos trabalhos e não apenas para classificar o resultado final de cada um;

- Durante a fase de atendimento era da responsabilidade do Controlador de Qualidade acompanhar qualquer verificação conjunta (com proprietários e DRA) que surgisse, caso não fizesse parte das equipas de atendimento nenhum membro da equipa responsável pelo processo.

2.1.1.2- Conclusões

O SUC, ao assegurar a regionalização da execução de todos os controlos físicos e ao integrar recursos do INGA, do IFADAP e das DRAs potenciou a função de controlo pelo cruzamento das diferentes fontes de informação. Assim, é de referir o importante papel que o SUC desempenhou na construção e implementação do SIGC e na articulação responsável que o INGA e o IFADAP mantiveram no estabelecimento e compatibilização dos calendários existentes ao nível do SIGC e medidas agroambientais, impostas pela legislação comunitária aplicável. Por outro lado, o alargamento da missão do SUC à função de manutenção do Parcelário, a qual passou a ser atribuída exclusivamente às DRAs veio a mostrar-se uma solução adequada para esta pesada tarefa, dada a complementaridade funcional entre as operações que envolve e o controlo destas ajudas comunitárias.

A adjudicação, por parte do INGA, do processo de teledeteção da maioria dos controlos "superfícies" a empresas privadas revelou-se mais eficaz e eficiente que o controlo físico tradicional. O uso da teledeteção constitui-se como a única forma de assegurar a

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20 execução atempada da totalidade dos controlos obrigatórios, sendo também um elemento fulcral para a atualização do Parcelário. A adoção deste procedimento permitiu, ainda, direcionar para controlos físicos tradicionais, a desenvolver pelas DRAs, os controlos obrigatórios fora das áreas de teledeteção, bem como os controlos especiais de acordo com a análise de fatores excecionais de risco.

Dado o carácter sazonal dos controlos, foi fundamental a participação das empresas privadas, já que permitiu dotar o Sistema de um maior número de colaboradores. Estes, asseguraram a manutenção dum padrão de qualidade decorrente tanto dum "know-how" adquirido com a estabilidade dos quadros técnicos, como do grande conhecimento das regiões pelas equipas de controlo das DRAs. O número de controlos efetuados pelas DRAs/empresas privadas, no quadro do SUC, aumentou significativamente em 1998, alcançando um total de 26.000 controlos. Ficaram, deste modo, reservados aos Organismos Pagadores -INGA e IFADAP- as funções de planeamento, acompanhamento da execução do plano de controlos, formação dos agentes do Estado (propostos pelas DRA) e das empresas privadas para a realização de controlos físicos e controlo de qualidade dos controlos efetuados.

O esquema de funcionamento assim alcançado introduziu melhorias qualitativas relevantes no exercício da função controlo, com enfâse para o controlo de qualidade dos controlos realizados. Pretendeu-se, por este meio, inferir da qualidade dos controlos físicos executados pelas DRAs/empresas privadas no âmbito do SUC, considerando os aspetos relativos quer ao cumprimento das Instruções de Controlo, quer ao cumprimento das disposições regulamentares nacionais e comunitárias aplicáveis.

O controlo de qualidade dos controlos realizados permitiu a deteção de aperfeiçoamentos a introduzir e impôs uma maior responsabilização das equipas de controlo no cumprimento rigoroso das Instruções. A aplicação no terreno de critérios uniformes a nível nacional, relevou-se de significativa aceitação por parte dos beneficiários das ajudas face ao pesado sistema a que os mesmos se encontravam (e ainda se encontram) sujeitos. Tratou-se, pois, sem dúvida de um importante passo na credibilização junto das Instituições Comunitárias.

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21 2.2- PERÍODO 2000-2005

Durante este período de 6 anos, toda a atividade profissional decorreu nos serviços da Administração Pública mais concretamente na Direção Regional de Agricultura do Ribatejo e Oeste (DRARO), com a passagem por várias Divisões e Direções de Serviços, fruto das necessidades do serviço e das reestruturações que ocorreram durante esse tempo.

Numa primeira fase, foi realizado um estágio profissional na Direção de Serviços das Florestas, sediada em Santarém, repartido entre a Divisão de Caça e Pesca nas Águas Interiores e a Divisão de Valorização do Património Florestal. Seguiu-se depois pela colaboração, numa fase muito inicial, como membro efetivo da estrutura de planeamento e elaboração dos Planos Regionais de Ordenamento Florestal (PROF) do Ribatejo e Oeste, na Divisão de Valorização do Património Florestal. Estes Planos serviram de base aos PROFs que se encontram atualmente em vigor.

Por último, após várias colaborações com as diversas áreas da Direção Regional, foi iniciada a participação na análise e acompanhamento de candidaturas da Medida AGRIS, do 3º Quadro Comunitário de Apoio. Esta colaboração foi prestada inicialmente na Divisão de Estudos da DRARO e, posteriormente, como membro inicial da Estrutura de Apoio Técnico do Gabinete do Coordenador Regional da Medida AGRIS, principalmente na área de trabalho nas medidas referentes à “Gestão sustentável e estabilidade ecológica das florestas” e “Caminhos e eletrificação agro-rurais”.

2.2.1- Direção de Serviços das Florestas da Direção Regional de Agricultura do Ribatejo e Oeste (DRARO)

Como previsto no Decreto-Lei n.º 75/96, de 18 de Junho foram criadas as Direções de Serviços das Florestas dentro das estruturas das Direções Regionais de Agricultura (DRA). No âmbito desta reestruturação do Ministério da Agricultura foram atribuídos muitos poderes aos serviços regionais, na forma das DRAs, com a extinção dos serviços regionais e locais das florestas que existiam até então. Esta alteração teve um efeito muito negativo na área florestal, com a perda de autonomia (essencialmente financeira) e a obrigação de responder não apenas ao Diretor Regional da Agricultura como também à Direção-Geral das Florestas (DGF). De acordo com o referido diploma, à Direção de Serviços das Florestas incumbia, em articulação com a Direcção-Geral das Florestas do MADRP e, de acordo com as normas funcionais emitidas por este serviço central, proceder às ações de ordenamento, proteção, gestão, conservação, experimentação e demonstração dos recursos ligados à floresta.

(23)

22 Com a publicação do Decreto Regulamentar 17/97, de 7 de maio, foi aprovada a lei orgânica da Direção Regional de Agricultura do Ribatejo e Oeste (DRARO), serviço diretamente dependente do Ministro da Agricultura, do Desenvolvimento Rural e das Pescas, dotado de autonomia administrativa. Foram ainda definidos os órgãos, serviços e competências desta Direção Regional e foi aprovado o quadro do pessoal dirigente. No artigo 29.º do mesmo Decreto Regulamentar, ficaram definidas as unidades orgânicas que compunha a Direção de Serviços das Florestas na DRARO:

a) Divisão de Valorização do Património Florestal; b) Divisão de Proteção e Conservação Florestal; c) Divisão de Caça e Pesca nas Águas Interiores.

Como resultado dos incêndios no Verão de 2003, ocorre, no final de 2003/início de 2004 uma total reviravolta na orgânica dos serviços de cariz florestal.

Pelo Decreto-Lei n.º 80/2004, de 10 de Abril foi criada a Direcção-Geral dos Recursos Florestais, designada por DGRF, com a atribuição das funções de Autoridade Florestal Nacional, que conjuga as atribuições da DGF e das DRAs em matéria florestal, cinegética e aquícola nas águas interiores.

Como descrito no Decreto-Lei em causa, com estas mudanças, a DGRF, serviço executivo e central do Ministério da Agricultura, Desenvolvimento Rural e Pescas, dotado de autonomia administrativa, passou a ser responsável pela conceção, execução e avaliação das políticas florestais, cinegéticas e aquícolas das águas interiores. A missão da DGRF passou a ser a promoção do desenvolvimento sustentável dos recursos florestais e dos espaços associados e, ainda, dos recursos cinegéticos e aquícolas das águas interiores, através do conhecimento da sua evolução e fruição, garantindo a sua proteção, conservação e gestão e promovendo os equilíbrios intersectoriais, a responsabilização dos diferentes agentes e uma adequada organização dos espaços florestais. As principais atribuições definidas foram:

a) Participar na formulação das políticas florestal, cinegética e aquícola das águas interiores e propor as medidas necessárias à sua concretização;

b) Apoiar o Ministro da Agricultura, Desenvolvimento Rural e Pescas na definição e acompanhamento de estratégias e prioridades no quadro da participação nacional na União Europeia, em organizações, convenções e fóruns internacionais, que envolvam políticas relativas ao sector florestal;

c) Coordenar e apoiar a execução da política florestal, nomeadamente nos domínios do ordenamento e da proteção florestal, da produção, transformação e

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23 comercialização dos produtos da floresta, bem como dos recursos cinegéticos e aquícolas das águas interiores;

d) Assegurar a articulação das políticas florestais, cinegética e aquícola das águas interiores com outras políticas públicas, nomeadamente nas áreas da agricultura, do ambiente, da conservação da natureza, do ordenamento do território, da energia, do turismo, do comércio, da indústria e da formação, qualificação e certificação profissional;

e) Propor a fixação de objetivos e metas de política florestal no âmbito nacional e regional, submetendo-os à aprovação do Governo, definindo a programação da sua concretização no médio e longo prazos aos vários níveis;

f) Criar mecanismos de observação e inventariação dos recursos florestais disponíveis, de forma a permitir a avaliação e a monitorização dos efeitos das medidas de política e de gestão, bem como a prestação de uma informação atualizada aos diferentes agentes do sector;

g) Promover a gestão e a conservação da floresta e dos recursos associados, numa ótica de sustentabilidade e conservação da diversidade biológica e genética;

h) Assegurar as ações necessárias ao acompanhamento e defesa da floresta contra agentes bióticos e abióticos;

i) Garantir o desenvolvimento de ações e programas com vista à adequada proteção da floresta contra incêndios florestais, contribuindo para a minimização da área ardida e do número de ocorrências, através, nomeadamente, da operacionalização de sistemas de prevenção;

j) Assegurar o desenvolvimento integrado do sector florestal com vista à harmonização das componentes de produção de bens, prestação de serviços, transformação e comercialização;

l) Coordenar a execução de planos de intervenção e assegurar a elaboração e acompanhamento de planos de ordenamento e de gestão em espaços florestais; m) Elaborar e difundir normas necessárias à execução das medidas de desenvolvimento sustentável das florestas e aproveitamento dos recursos florestais e dos espaços associados, desenvolver e estimular a atividade de extensão florestal e informar os agentes do sector sobre boas práticas;

(25)

24 o) Participar na definição das medidas financeiras de apoio ao sector florestal e assegurar o acompanhamento da sua execução;

p) Promover e participar em ações de divulgação, de cooperação e de representação em instituições nacionais, comunitárias e internacionais, nas suas áreas de intervenção;

q) Acompanhar e validar os projetos de investimento florestais apoiados por fundos públicos.

Adicionalmente, foram atribuições da Direcção-Geral dos Recursos Florestais, na sua qualidade de Autoridade Florestal Nacional:

a) Colaborar na definição da política florestal nacional e assegurar a sua execução; b) Normalizar, informar e fiscalizar a atividade dos agentes interventores, públicos e privados;

c) Compatibilizar os diversos interesses em presença e arbitrar os conflitos resultantes da sua aplicação, nos domínios do ordenamento e da polícia florestais, da defesa da floresta contra incêndios e agentes bióticos, da proteção e conservação dos sistemas florestais e das atividades cinegética e aquícola em águas interiores.

Paralelamente às alterações estruturais de base, levadas a cabo pelo executivo em funções na época, ocorreram algumas alterações legais em determinadas temáticas que obrigaram a alterações de funcionamento tais como:

a) Alteração à Lei de Bases Gerais da Caça: Com a aprovação da Lei de Bases Gerais da Caça, Lei 173/99, de 21 de setembro, a tutela teve como intenção a reformulação da política cinegética nacional, orientada para o ordenamento de todo o território cinegético, a adequação da legislação às novas realidades do País, bem como as preocupações de conservação do meio ambiente.

A regulamentação desta Lei aparece a 15 de setembro do ano seguinte, com a publicação do Decreto-Lei 227-B/2000 que surge como instrumento para reduzir a controvérsia gerada em torno da caça e a necessidade de prosseguir o processo de apaziguamento entre os caçadores, introduzindo maior justiça e equilíbrio na gestão dos recursos cinegéticos. Este novo regulamento apresentou várias alterações como o regime de criação e funcionamento das zonas de caça, designadamente a nova figura criada na lei, zona de caça municipal, aberta a todos os caçadores e gerida por associações de entidades interessadas na fruição ordenada dos recursos cinegéticos. Reforçou a proteção das pessoas e bens,

(26)

25 melhorando o sistema de seguros com aumento de capital de risco das apólices e criação de novos seguros para batidas e também para largadas de espécies cinegéticas em campos de treino. Instituiu o regime do direito à não caça, permitindo aos proprietários a interdição da caça nos seus prédios, acrescentando às áreas de refúgio de caça novas zonas de proteção da fauna. Esta medida, conjugada com algumas restrições no exercício da caça a algumas espécies, visava contribuir para um impacto positivo na conservação faunística. Na fiscalização da caça foram introduzidas novas regras e métodos, designadamente a possibilidade de deteção do álcool a quem se encontra no exercício da caça, permitindo um reforço da segurança dos caçadores e dos restantes cidadãos. b) Planos Regionais de Ordenamento Florestal (PROF) – previstos na Lei de Bases

da Politica Florestal Nacional (Lei nº 33/96 de 17 de Agosto): Definidos como os instrumentos de ordenamento dos espaços florestais a nível regional, visando a organização dos espaços florestais numa ótica de uso múltiplo, os PROFs determinavam que a gestão das explorações florestais deveria ser efetuada de acordo com as normas de silvicultura neles definidas e estabeleceram a área acima da qual as matas privadas devem ser geridas de acordo com um plano de gestão florestal. Estes Planos obedeciam aos quatro princípios gerais definidos pela lei de bases para a Política Florestal Nacional:

1. A floresta, pela diversidade e natureza dos bens e serviços que proporciona, é reconhecida como um recurso natural renovável, essencial à manutenção de todas as formas de vida, cabendo a todos os cidadãos a responsabilidade de a conservar e proteger;

2. O uso e a gestão da floresta devem ser levados a cabo de acordo com políticas e prioridades de desenvolvimento nacionais, harmonizadas com as orientações internacionalmente aceites e articuladas com as políticas sectoriais de âmbito agrícola, industrial, ambiental, fiscal e de ordenamento do território;

3. Os recursos da floresta e dos sistemas naturais associados devem ser geridos de modo sustentável para responder às necessidades das gerações presentes e futuras, num quadro de desenvolvimento rural integrado;

4. Os detentores de áreas florestais são responsáveis pela execução de práticas de silvicultura e gestão, de acordo com normas reguladoras da fruição dos recursos da floresta.

(27)

26 Um ponto importante, muitas vezes tema de discussão, é a relação entre os diferentes instrumentos de ordenamento e gestão territorial. O regime jurídico dos Instrumentos de Gestão Territorial (definido através da Lei nº 48/98, de 11 de Agosto e regulamentado pelo Decreto-Lei nº 380/99, de 22 de Setembro) estabelece a relação hierárquica entre os vários instrumentos. Os PROFs constituíram planos de gestão sectorial com incidência territorial, com carácter vinculativo para as entidades públicas. A elaboração dos planos sectoriais foi condicionada pelas orientações definidas no programa nacional da política de ordenamento do território, procurando assegurar a necessária compatibilização com os planos regionais de ordenamento do território (art. 23º do Decreto-Lei 380/99).

2.2.1.1- Tarefas desenvolvidas

Como referido foi realizado um estágio profissional na Direção de Serviços das Florestas, repartido entre a Divisão de Caça e Pesca nas Águas Interiores e a Divisão de Valorização do Património Florestal. Nesta fase, durante o ano de 2000, foi quase total a dedicação à Divisão de Caça e Pesca nas Águas Interiores. Aí, foi possível acompanhar e atuar, numa área muito sensível do setor florestal, com a incursão pelo “mundo” da caça e pela difícil gestão da pesca, especialmente quando esta mistura lazer com a atividade profissional de muitos pescadores.

2.2.1.1.1- Divisão de Caça e Pesca nas Águas Interiores

Nesta Divisão muitas foram as funções desempenhadas com especial relevo para os assuntos inerentes à Caça, tais como:

A. Instrução de processos iniciais de concessão de Zonas de Caça e processos de renovação, suspensão e extinção de concessões existentes, dos diferentes tipos previstos. Os diferentes tipos de Zonas de Caça, embora todas tenham como objetivo fundamental ordenar e gerir de forma sustentável a atividade cinegética numa área contínua bem delimitada, diferem de acordo com a natureza dos seus objetivos: i) Zonas de caça associativas, de interesse associativo, constituídas com o objetivo de privilegiar o incremento e manutenção do associativismo dos caçadores, conferindo-lhes assim a possibilidade de exercerem a gestão cinegética; ii) Zonas de caça turísticas, de interesse turístico, constituídas com a intenção de privilegiar o aproveitamento económico dos recursos cinegéticos, garantindo a prestação de serviços turísticos adequados, devidamente definidos num plano de aproveitamento turístico; iii) Zonas de caça

(28)

27

municipais, de interesse municipal, constituídas para proporcionar o exercício

organizado da caça a um número maximizado de caçadores em condições particularmente acessíveis; iv) Zonas de caça nacionais, de interesse nacional, constituídas em áreas que, dadas as suas características físicas e biológicas, permitem a formação de núcleos de potencialidades cinegéticas a preservar ou em áreas que, por motivos de segurança, justifiquem ser o Estado o único responsável pela sua administração.

B. Participação na análise cartográfica de Zonas de Caça e na estruturação e digitalização da base de dados (cartográfica e alfanumérica) do Regime Cinegético Especial na área da DRARO.

C. Análise e aprovação dos planos anuais de exploração, que anualmente eram entregues pelas entidades concessionárias como proposta de atividades a levar a cabo na época venatória seguinte. De forma resumida estes planos identificavam os processos de caça a utilizar, as espécies a abater, apresentavam uma estimativa das populações das diferentes espécies cinegéticas e quais os momentos em que as caçadas deveriam ocorrer, caso fossem diferentes da lei geral.

D. Análise e aprovação dos resultados da execução do plano anual de exploração da época venatória anterior, também obrigação das entidades concessionárias. Aqui analisava-se os desvios aos planos inicialmente propostos (e respetivas justificações), identificava-se o número total de caçadores que exerceram o ato em cada concessão, quantas foram as jornadas de caça realizadas, espécies e quantidades abatidas.

E. Avaliação e visita a prejuízos causados por espécies cinegéticas. Neste campo muitos foram os processos analisados, essencialmente estragos provocados por javalis e pontualmente coelhos e pombos. Estes processos resultaram de apresentações feitas por lesados acerca de prejuízos em culturas agrícolas (como campos de hortícolas e de cereais e pomares/olivais) e florestais (muitas plantações e sementeiras totalmente destruídas).

F. Análise de processos de “direito à não caça”. Nestas situações o requerente tinha que cumprir vários requisitos, desde logo ficava responsável por estragos provocados pelas espécies cinegéticas existentes nas áreas em causa, não podendo exercer qualquer atividade cinegética, nem sequer ter carta de caçador. G. Participação, como observador e colaborador técnico, em vários exames

(29)

28 de fogo, de cetreiro e de arqueiro-caçador. Para a obtenção da carta era necessário realizar com sucesso a prova teórica do exame com as especificações «sem arma de caça nem ave de presa», que consistia num lote de perguntas acerca de fauna, ordenamento cinegético, legislação cinegética, meios e processos de caça e cães de caça. Posteriormente era necessário fazer os exames teórico-práticos de cada uma das especialidades a que se candidatavam: i) Caça com arma de fogo, prova teórico-prática composta por um pequeno teste escrito ou oral com perguntas específicas da caça com arma de fogo, nomeadamente legislação, armas e munições. Seguidamente era feito um teste prático de identificação de munições, manejo e utilização das armas de fogo, com total observância pelas regras de segurança; ii) Cetreiro, teste escrito com perguntas teóricas específicas da caça de cetraria, nomeadamente biologia das aves de presa, sua importância no ecossistema e legislação aplicável, seguido por um exame prático onde eram postos à prova os conhecimentos de utensílios de cetraria, bem como a aplicação de regras, técnicas e utensílios de cetraria; iii)

Arqueiro-caçador, teste escrito com perguntas específicas de caça com arco ou

besta e legislação aplicável, seguida de prova prática para verificação de conhecimentos acerca do manejo e utilização de arco e besta, englobando uma prova de tiro, com pontas de caça maior. Esta prova consistia no disparo de um máximo de seis projéteis sobre três alvos colocados a distâncias não conhecidas dos candidatos, até um máximo de 30 m; com especial atenção ao manejo e utilização do arco ou da besta e das respetivas flechas e virotões, com total observância pelas regras de segurança.

H. Acompanhamento de explorações de reprodução e criação de espécies cinegéticas em cativeiro, com visitas regulares a explorações de perdiz-vermelha (Alectoris rufa), codorniz (Coturnix coturnix) e pato-real (Anas platyrhynchos).

No que diz respeito à “Pesca nas Águas Interiores”, área com menor intervenção técnica, referir as seguintes participações:

I. Processos de concessão de licenças para pesca profissional (praticada com fins lucrativos e com atividade aberta nas Finanças) para o exercício em águas públicas. Estes procedimentos, habitualmente geradores de conflito entre aqueles que desde sempre viveram do que conseguiam pescar (caso de algumas comunidades piscatórias ao longo dos rios Tejo e Zêzere), e os pescadores desportivos que não raras vezes recorriam a esta forma de licenciamento para obterem algum lucro adicional. Referir que, na altura, as licenças profissionais

(30)

29 eram limitadas e o procedimento de atribuição colocava todos os que cumprissem os requisitos previstos na lei em igualdade.

J. Levantamento e verificação de conformidade de todas as explorações de extração de areias do rio Tejo, com o reportar das irregularidades existentes às entidades fiscalizadoras. Estas explorações, embora não fossem da responsabilidade direta dos serviços, eram uma área sensível e cujo licenciamento passava pela divisão, para dar parecer relativo ao impacto das mesmas nos habitats das diferentes espécies piscícolas existentes.

K. Acompanhamento e apoio na gestão do viveiro piscícola das Virtudes (concelho da Azambuja), onde eram produzidas as principais espécies de água doce da região para posterior venda para repovoamentos. Paralelamente eram desenvolvidos vários estudos que pretendiam entender as relações e os comportamentos das várias espécies, bem como qual o efeito da introdução de espécies exóticas consideradas invasoras (que reduzem a biodiversidade e/ou afetam o equilíbrio ecológico) como a perca e o lagostim vermelho-da-Louisiana nos ecossistemas aquáticos daa região do Ribatejo e Oeste.

2.2.1.1.2- Divisão de Valorização do Património Florestal

Numa fase inicial e em paralelo com a Divisão de Caça e Pesca nas Águas Interiores foi elaborado um Plano de Gestão Florestal (PGF) para a Mata Nacional do Vimeiro, em Alcobaça, plano este supervisionado pela Divisão de Valorização do Património Florestal. Este trabalho foi a base da candidatura ao estágio profissional e permitiu conhecer e estruturar de forma organizada as intervenções em curso e as que ocorreram anteriormente, para poder planear as intervenções futuras seguindo os objetivos definidos para uma Mata Nacional com estas caraterísticas.

De seguida faz-se uma breve descrição da Mata Nacional do Vimeiro, que também teve a participação da Divisão no âmbito do trabalho de elaboração das Fichas monográficas das MATAS NACIONAIS na área de intervenção da DRARO:

(31)

30

Figura 2 - Mapa geral da Mata do Vimeiro.

Figura 3 - Exemplar de Quercus faginea. “Apontamento histórico: A Mata Nacional do Vimeiro (MNV) é propriedade do Estado,

tendo anteriormente pertencido ao Mosteiro de Alcobaça. Com a sua extinção, por Portaria de 26 de Novembro de 1835, foi incorporada na Administração Geral das Matas do Reino. Desde então e até à data fica sob administração/gestão direta dos Serviços Florestais, hoje representados pelo Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas (ICNF). (Figura 2)

Indicadores de Gestão: A MNV com 262

hectares, arborizada numa superfície de 247 hectares, tem como espécie principal o pinheiro-bravo (que ocupa 60% da área da Mata), seguido do eucalipto (ocupando 8% da área) conduzido com o objetivo de produção de madeira de qualidade, e do sobreiro (que ocupa 6% da área da Mata). A MNV localiza-se junto à povoação que lhe deu o nome, sendo constituída por quatro matas: a mata da Roda, a mata do Gaio, a mata da Ribeira e a mata do Canto.

Património arquitetónico: Na MNV existem três

casas de guarda-florestal (denominadas de Gaio, Canto e Pedras). Os dois parques de merendas (um junto ao campo de futebol da localidade de Gaio e o outro junto à casa de guarda de Pedras) e os dois fontanários constituem um forte atrativo para a sua utilização com funções sociais e recreativas. A rede viária tem uma extensão de 4,2 km.

Factos singulares: A MNV foi a mata de

eleição para os trabalhos de investigação da Estação Experimental do Sobreiro, dirigida por Joaquim Vieira Natividade entre 1930 e 1950, subsistindo hoje muitos povoamentos resultantes das suas experiências, não só com o sobreiro e outras quercíneas mas também no campo da fruticultura. Posteriormente, algumas

(32)

31

parcelas continuaram a ser geridas no âmbito da Estação Florestal Nacional e da Estação Nacional de Fruticultura. Na Mata da Roda existe uma notável mancha de carvalho-português (Quercus faginea ssp. Broteroi), com uma superfície de cerca de 20 hectares, constituída por exemplares na sua maioria seculares (Figura 3), que em

conjunto com a fonte da Pena Gavinha e os parques de merendas, criam uma paisagem natural de rara beleza.”

(http://www.icnf.pt/portal/florestas/matas-nacionais/resource/doc/mn-vimeiro)

Em 2001, foi reforçada a colaboração com esta divisão, com a participação em muitas das competências da divisão, bem como outras de interesse geral da Direção Regional, com especial referência para:

L. Participação na estruturação e criação do primeiro SIG da DRARO. Com a tomada de decisões na aquisição dos equipamentos e software necessários, bem como na recolha e uniformização de dados que permitiram, num momento muito inicial, dar resposta a algumas necessidades dos diferentes serviços. Nesta experiência foi fundamental a colaboração com os colegas de Parcelário com quem foram partilhados dados e conhecimentos, o que permitiu evoluir muito rapidamente e, em muito pouco tempo, disponibilizar soluções operacionais às diferentes áreas, como: i) Direção de Serviços de Veterinária, onde foram

georreferenciadas as explorações pecuárias (inicialmente apenas as suiniculturas); este trabalho, essencialmente de fotointerpretação, permitiu aos

colegas ter uma noção espacial dos licenciamentos existentes e das linhas de água afetadas, o que ajudou nos futuros licenciamentos; ii) Análise cartográfica de

Zonas de Caça, que compunham o Regime Cinegético Especial no Ribatejo e

Oeste; este processo tinha sido iniciado anteriormente e, com a melhoria dos equipamentos adquiridos, foi possível trabalhar com uma base de dados mais válida, com correspondência geográfica das áreas; iii) Execução de diversos

levantamentos GPS para os diferentes serviços e para os mais diversos fins.

M. Colaboração como membro inicial e efetivo da estrutura de planeamento e elaboração dos Planos Regionais de Ordenamento Florestal (PROF, ver Figura 4) na área geográfica do Ribatejo e Oeste numa fase muito inicial e que serviu de base aos PROFs que se encontram atualmente em vigor. Nesta fase (que justificou a contratação do autor durante dois anos), foram recolhidos todos os dados considerados pertinentes para a elaboração dos PROFs do Oeste, Ribatejo e Área Metropolitana de Lisboa. Numa fase inicial foi possível dar um primeiro impulso a cada PROF, com a elaboração da: i) Caraterização biofísica e

(33)

32 socioeconómica das diferentes regiões; ii) Definição do elenco das espécies a privilegiar nas ações de reconversão ou expansão do património florestal; iii) Definição de objetivos gerais de proteção, conservação e fomento da floresta; iv) Classificação inicial das diversas categorias de utilização do espaço florestal, com base cartográfica; v) Identificação dos modelos gerais de silvicultura e de gestão dos recursos florestais mais adequados; vi) Definição das áreas críticas do ponto de vista de risco de incêndio, da sensibilidade à erosão e da importância ecológica, social e cultural, bem como das normas específicas de silvicultura e utilização sustentada a utilizar nestes espaços; e, vii) Definição das prioridades de intervenção florestal quanto à sua natureza e repartição no tempo e no território.

Figura 4 - Mapa dos três PROFs do Ribatejo e Oeste.

Após um trabalho difícil mas muito proveitoso de recolha de dados, visitas e reuniões com diversas entidades e estruturação de uma primeira abordagem aos Planos, foram reunidas as diferentes comissões mistas de acompanhamento (uma por cada PROF) com os seguintes participantes: i) Um representante da Direção Regional de Agricultura da área a que respeitava o PROF, que presidia;ii) Um

(34)

33 representante da Direcção-Geral das Florestas; iii) Um representante do Instituto da Conservação da Natureza, quando este fosse territorialmente competente, ou, nos restantes casos, um representante da direção regional de ambiente da área a que respeita o PROF; iv) Um representante da comissão de coordenação regional da área a que respeitava o PROF; v) Um representante de cada um dos municípios da área abrangida pelo PROF; vi) Um representante do Serviço Nacional de Proteção Civil; vii) Três representantes das organizações de proprietários florestais da área abrangida pelo PROF; viii) Um a três representantes a eleger pelos órgãos de administração dos baldios existentes na área de incidência de cada PROF; ix) Um a três representantes das organizações de indústrias florestais com maior representatividade na área abrangida pelo PROF.

N. Participação na idealização e elaboração das fichas monográficas das referentes às Matas Nacionais da área geográfica da DRARO, publicadas em Dezembro de 2000 (Figura 5). Com a boa recetividade que esta publicação teve, foram de seguida, em Maio de 2001, publicadas as fichas monográficas referentes aos Perímetros Florestais sob gestão dos Serviços.

(35)

34 Este trabalho surge do contacto com as matas e perímetros nacionais da região, cuja gestão e responsabilidade estavam a cargo da divisão. Uma vez que existia financiamento (proveniente do FEOGA - Fundo Europeu de Orientação e de Garantia Agrícola) disponível nos Serviços e que estavam a ser atualizados dados sobre algumas das propriedades no âmbito dos Planos de Gestão Florestal, com recolha de fotos, realização e atualização das cartografias existentes, surgiu a ideia de conjugar toda a informação em fichas monográficas que pudessem dar a conhecer de forma sistematizada as seguintes matas e perímetros florestais:

Matas Nacionais

Mata Nacional das Mestras – 94 ha nas Caldas da Rainha, ocupada essencialmente por sobreiros e pequenas manchas de pinheiros e eucaliptos; • Mata Nacional do Escaroupim – 430 ha em Salvaterra de Magos, é um

importante arboreto com 125 espécies diferentes de eucalipto, com cerca de metade da área arborizada com pinheiro bravo e pinheiro manso;

Mata Nacional das Virtudes – 235 ha na Azambuja, ocupada com pinheiro manso, pinheiro bravo e sobreiro, possui ainda um pequeno arboreto com 90 diferentes espécies de eucalipto;

Mata Nacional do Vimeiro – 262 ha em Alcobaça, maioritariamente ocupada com pinheiro bravo e uma pequena área de eucalipto, tem como ponto alto uma mancha única com 20 ha de carvalho cerquinho, muitos deles seculares;

Mata Nacional do Valado – 1.505 ha na Nazaré, totalmente ocupada com pinheiro bravo, conduzido em talhões tem permitido, ao longo dos anos, produzir material lenhoso de excelente qualidade;

Mata Nacional da Quinta da Serra – 20 ha no Cadaval, inserida no interior do Perímetro Florestal da Serra de Montejunto, no seu interior localiza-se o aquartelamento da Esquadra n.º11 do Sistema de Alerta e a Real Fábrica do Gelo (classificada como Monumento Nacional);

Mata Nacional da Machada – 386 ha no Barreiro, mata periurbana, com muita atividade social, devido aos muitos fontanários, parque de merendas e um Centro de Educação Ambiental, parte da sua área está vedada devido a atividades militares, em termos florestais é ocupada por pinheiro bravo, pinheiro manso e sobreiro.

(36)

35 Perímetros Florestais

Perímetro Florestal do Castro – 230 ha em Ferreira do Zêzere, arborizado na sua totalidade com pinheiro bravo;

Perímetro Florestal da Mata da Amieira – 68 ha em Sesimbra, ocupada com pinheiro bravo e pinheiro manso, tem como sob coberto o zimbro, espécie fundamental na proteção contra a erosão e avanço das dunas, devido à sua elevada resistência às condições impostas pelo mar;

Perímetro Florestal da Serra da Ota – 315 ha em Alenquer, com pinheiro bravo, pinheiro manso, pinheiro do alepo e sobreiro;

Perímetro Florestal da Serra de Montejunto – 1.500 ha em Alenquer e Cadaval, ocupado maioritariamente por matagal mediterrânico (com carrasco, carvalho e azinheira), salientar os miradouros existentes e os dois conventos construídos pela Ordem Monástica de São domingos, nos séculos XIII e XVII, a ermida da Senhora das Neves e a capela de São João;

Perímetro Florestal da Serra de Aire (1.700 ha), Perímetro Florestal da Serra dos Candeeiros (3.600 ha), Perímetro Florestal de Alcanede (2.000 ha) – localizados no Maciço Calcário Estremenho, na área do Parque Natural das Serras de Aires e Candeeiros, notar a elevada riqueza de fauna e flora, com relevo para espécies arbustivas típicas como o alecrim, tomilho, carrasco e azinheira, a pouca vegetação arbórea existente é composta por pinheiro bravo, pinheiro manso e pinheiro do alepo;

Perímetro Florestal da Serra de Sintra – 814 ha em Sintra e Cascais, mata periurbana, com pinheiro bravo, cedro do Buçaco, faias, pseudotsugas e diversos abetos;

Perímetro Florestal da Penha Longa – 43 ha em Sintra, arborizado com pinheiro bravo e eucalipto;

Alva de Pataias, Alva da Mina de Azeche; Alva da Senhora da Vitória; Alva da Água de Medeiros – num total de 804 ha em Alcobaça, arborizadas com pinheiro bravo de forma ordenada, em talhões e parcelas com o duplo objetivo de produção de lenho de qualidade e proteção das dunas.

2.2.1.2- Conclusões

2.2.1.2.1- Divisão de Caça e Pesca nas Águas Interiores

Período extremamente enriquecedor, com o primeiro contacto de como funcionavam os serviços públicos, com todos os seus defeitos e virtudes. Como já referido a maior

Imagem

Figura 1 - Estrutura geral do Sistema Integrado de Gestão e Controlo (SIGC).
Figura 2 - Mapa geral da Mata do Vimeiro.
Figura 4 - Mapa dos três PROFs do Ribatejo e Oeste.
Figura 5 - Capa das publicações “Matas Nacionais” e “Perímetros Florestais”
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