Relação entre desidratação nos idosos
e o seu estado de cognição
Relation between dehydration in the
elderly and cognition status
Rute Filipa da Rocha de Oliveira
ORIENTADO POR: Mestre Cristiana SetasRevisão temática
1.º CICLO EM CIÊNCIAS DA NUTRIÇÃO | UNIDADE CURRICULAR ESTÁGIO
FACULDADE DE CIÊNCIAS DA NUTRIÇÃO E ALIMENTAÇÃO DA UNIVERSIDADE DO PORTO
TC
I Resumo
O processo de envelhecimento está associado a alterações fisiológicas que resultam numa diminuição da água corporal total, que pode dar origem a um estado de desidratação. Evidências científicas mostram a importância da água nas funções vitais do organismo, logo, um estado de boa hidratação é um ponto chave tanto para papeis fisiológicos como cognitivos. Em Portugal a população encontra-se cada vez mais envelhecida, tornando-se importante clarificar as relações entre a hidratação e o estado de saúde desta população-alvo.
Com o envelhecimento, o sistema nervoso apresenta várias alterações que podem ser avaliadas através de testes cognitivos. Os dados atuais mostram que uma boa hidratação está associada com melhores resultados em testes cognitivos.
Com base na hipótese hidromolecular, a água desempenha um papel importante na dinâmica das proteínas, resultando em moléculas biologicamente ativas disponíveis para reações químicas, sendo que o mesmo não se observa na ausência de água. Por isso, a manutenção de um estado bem hidratado é importante para manter a função cerebral normal, uma vez que há evidências que ligam a desidratação a alterações no cérebro.
As necessidades de água individuais variam de acordo com vários fatores, logo é muito difícil formular recomendações gerais sobre a quantidade de água a ingerir. No entanto, sabe-se que é importante ter em atenção o balanço hídrico, sendo que o equilíbrio é atingido quando as perdas de água são compensadas com ingestão de uma quantidade igual ou superior.
II Abstract
The aging process is associated with physiological changes that causes a decrease in total body water, which can give rise to a state of dehydration. Scientific evidence shows the importance of water in the body's vital functions, so an optimal hydrated state is one of the key points to physiological and cognitive roles. In Portugal the population is increasingly aging, making it important to clarify the relationship between hydration and the health status of this target population.
With aging, the nervous system presents several changes that can be evaluated through cognitive tests. Evidence shows that good hydration is associated with better results on cognitive tests.
Based on the hydromolecular hypothesis, water plays an important role in the dynamics of proteins, resulting in biologically active molecules available for chemical reactions, however the same is not observed in the absence of water. Therefore, maintaining a well-hydrated state is important to maintain normal brain function, since there is evidence that links dehydration to changes in the brain.
The individual water requirements vary according to several factors, so it is very difficult to formulate general recommendations on the amount of water to be ingested, however it is known that it is important to pay attention to the water balance, and the balance is reached when the water losses are compensated by ingesting an equal or greater amount.
Sumário
Resumo ... I Abstract ... II Lista de siglas e acrónimos ... III
1. Introdução ... 1
2. Metodologia ... 2
3. Desenvolvimento ... 3
3.1 Efeitos do envelhecimento na regulação dos fluídos ... 3
3.2 Desidratação... 4
3.3 Regulação do balanço hídrico ... 4
3.4 Sinais, sintomas e diagnóstico da desidratação ... 6
3.5 Medição do estado de hidratação ... 8
3.6 Modo de avaliar a cognição ... 9
3.7 Relação entre desidratação e cognição ...11
4. Análise crítica ...14
5. Conclusão ...15
6. Referências ...16
III
Lista de siglas e acrónimos ADH- Hormona Antidiurética AP- Área Postrema
AQP- Aquaporina
CAB- Teste de Bateria de Avaliação Computadorizada DGS- Direção Geral de Saúde
DTI- Imagem por tensor de difusão
EFSA- Autoridade Europeia para a Segurança dos Alimentos LEC- Líquido Extracelular
MMSE- Mini Exame do Estado Mental NTS- Núcleo adjacente do Trato Solitário OMS- Organização Mundial de Saúde
OVLT- Órgão Vascular da Lâmina Terminal SNC- Sistema Nervoso Central
1 1. Introdução
De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), nos países desenvolvidos, são considerados idosos os indivíduos que apresentem idade
igual ou superior a 65 anos (1). Em Portugal, em 2011, segundo projeções do
Instituto Nacional de Estatística, a população está envelhecida, uma vez que a percentagem de indivíduos com 65 ou mais anos, atingiu cerca de 20% da população e a esperança de vida à nascença, é de 80,3 anos para as mulheres
e de 73,5 anos para os homens (1, 2).
A saúde é um conceito amplo, subjetivo e que inclui de forma complexa a saúde física da pessoa, o seu estado psicológico, o nível de independência, as
relações sociais e as crenças e convicções pessoais (3).
O processo de envelhecimento está associado a alterações fisiológicas, como a diminuição da perceção de sede, perda de massa muscular, alterações da função renal, e ainda, a aumenta das perdas de fluídos por infeção, demência e uso de diuréticos. Tudo isto que faz com que a quantidade de água seja
menor no organismo e haja risco de desidratação(4, 5). De acordo com Godfrey
et al. (2012), os idosos podem encontrar dificuldades em obter acesso a
bebidas devido à diminuição da mobilidade, problemas visuais, distúrbios da deglutição, alterações cognitivas e uso de sedativos. O medo da incontinência
pode levar alguns idosos a limitar sua ingestão de líquidos(6, 7).
A água tem diversas funções: regulador os processos metabólicos corporais, ajudar a manter a temperatura corporal, transportar nutrientes e outros químicos para as células e os produtos resultantes do catabolismo para o
2 água) é suficiente para iniciar a redução da capacidade de desempenho, podendo afetar a concentração, a atenção, a capacidade de memória e a
aptidão física (9, 10). Esta é a perturbação hidro-eletrolítica mais frequente
entre os idosos, sendo uma causa comum de hospitalização nesta
população(11).
Num estudo realizado em idosos em Portugal, mais de um terço da amostra, estavam desidratados, apresentando os homens uma proporção mais elevada
de desidratação (47,1%), em comparação com as mulheres (30,5%) (12). A
hidratação é outro dos pontos chave para se ter uma boa saúde, sendo fundamental tanto em papeis fisiológicos e cognitivos como em manter a
função cerebral normal (3).
Entende-se por função cognitiva as fases do processamento da informação como: perceção, aprendizagem, memória, atenção, vigilância, raciocínio e resolução de problemas. Mais recentemente, a função psicomotora avaliada como tempo de reação, tempo de movimento, velocidade da passada e desempenho físico tem sido frequentemente incluída como parte integrante
da função cognitiva(13).
Assim sendo, é importante avaliar a função cognitiva dos idosos e a sua relação com o estado de desidratação, uma vez que, dados existentes mostram que uma boa hidratação está relacionada com melhores resultados em testes cognitivos e a ligeira desidratação pode prejudicar as habilidades cognitivas (13, 14).
3 Foi realizada uma revisão da literatura, através de uma pesquisa bibliográfica realizada nos motores de busca Pubmed® e Scopus®, recorrendo às seguintes combinações de termos (“hydration OR dehydration OR hydromolecular”) AND (“mental health OR cognition OR dementia OR delirium OR cognitive disorders OR consciousness disorders OR brain”) AND (“elderly OR aged OR aging”). Foi feita uma filtragem por tipo de estudo (revisão sistemática), posteriormente ordenado por data, do mais recente para o mais antigo. O período de pesquisa decorreu entre 31/03 e 28/06. A primeira seleção de artigos foi feita com base no ano de publicação, sendo selecionados a partir da leitura do título e/ou do resumo do artigo. Posteriormente, algumas das referências citadas foram retiradas dos artigos pré-selecionados, devido à relevância para o tema e ainda a citação de algumas teses consultadas por terem distinção sobre os assuntos pretendidos.
3. Desenvolvimento
3.1 Efeitos do envelhecimento na regulação dos fluídos
O envelhecimento está associado a alterações fisiológicas(15). Como os idosos
são mais vulneráveis, podem ter menos recursos e/ou reservas cognitivas para
gerir os efeitos da desidratação(10). Como consequência de um consumo
inadequado de líquidos vemos aumentado o risco de infeções urinárias, insuficiência renal, hipertermia em condições de temperaturas elevadas, obstipação, dores de cabeça, confusão e delirium, estando também associado
um aumento das taxas de mortalidade em idosos hospitalizados(8, 16).
Os idosos têm menos sede e bebem menos líquido em comparação com os jovens e mesmo após a privação de líquidos têm menor capacidade para repor
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o seu défice hídrico corporal(17). Com o envelhecimento, aparecem defeitos
tanto nos osmorrecetores quanto nos barorrecetores, bem como alterações
nos mecanismos reguladores centrais mediados pelos recetores opióides(18).
Juntamente com a ingestão reduzida de líquidos, com o avanço da idade, há uma diminuição na água corporal total, em consequência dos mecanismos
renais de conservação de líquidos estarem diminuídos(19). Devido às baixas
reservas de água, era ideal que os idosos bebessem mesmo não tendo a sensação de sede. Uma melhor literacia sobre esses princípios poderia ajudar a prevenir a hipotensão súbita, derrame ou fadiga anormal. Todos esses fatores contribuem para um risco aumentado de hipoidratação e desidratação
em idosos(19).
3.2 Desidratação
A urina é a principal via para a perda de água do corpo, sendo que 150 litros
de água são filtrados pelos glomérulos nos túbulos renais diariamente(20). No
entanto, a maior parte desta água é reabsorvida e apenas 1 a 2 litros são
excretados na urina (1%)(8). A ingestão inadequada de água conduz a um
estado de desidratação em que a perda de água corporal é superior à sua ingestão, estado este associado com a hipovolemia (volume de sangue baixo). A desidratação pode ser classificada como isotónica, hipotónica e hipertónica
(AnexoA)(21). A desidratação isotónica é a forma mais comum da desidratação,
seguindo-se a desidratação hipertónica(22).
3.3 Regulação do balanço hídrico
A perda de água em situações como a exposição ao calor, febre, consumo insuficientes de líquidos, e atividade física resulta num aumento da osmolaridade (>320mOsml/L) e uma diminuição do volume plasmático, o que
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causa desidratação(23). Nestes casos, a desidratação estimula a sede e também
os níveis da ADH. A sensação de sede, provoca a ingestão de líquidos (quando disponível), e uma diminuição na produção urinária devido a um aumento da reabsorção tubular de água no nefrónio. Devido ao aumento da concentração
de urina, esta torna-se mais escura(14). A sede é desencadeada por um
aumento na osmolaridade do plasma e do líquido extracelular (LEC), por
reduções no volume plasmático dos défices hídricos(10). Durante a reidratação,
a sede pode desaparecer antes do equilíbrio hídrico estar reposto(24).
Quando as perdas de água excedem a ingestão de água, a pressão osmótica do LEC aumenta. Pela ativação dos osmorecetores hipotalâmicos, a hormona
antidiurética é libertada da glândula pituitária posterior(25). Tanto o aumento
da pressão osmótica do LEC quanto o aumento da ADH provocam a sensação
de sede(10, 26). Os recetores que provocam sede têm um limiar osmótico
superior aos osmorrecetores envolvidos na liberação da ADH. Assim, a ADH pode atuar nos rins para aumentar a reabsorção de água antes que a sede seja
provocada(25, 26).
A maioria dos medicamentos utilizados no tratamento de doenças cardiovasculares bloqueia o sistema renina-angiotensina-aldosterona, mas
esse sistema é ativado fisiologicamente por hipovolemia(25). O volume
sanguíneo é capaz de regular a sede uma vez que a sua diminuição em 10 % é
capaz de estimular essa sensação(27). Essa diminuição do volume é detetada
por barorecetores cardíacos que atuam no núcleo adjacente do trato solitário
6 A sensação de sede pode ser colmatada através do aumento da osmolaridade que é detetado por osmorrecetores no órgão vascular da lâmina terminal
(OVLT) que estimula a secreção da ADH(26). Pode ainda ser regulada através da
[Na+] pois o aumento da mesmo é detetado por osmorecetores “hepáticos” que atuam na área postrema (AP) e no núcleo adjacente do trato solitario o
que faz com que haja estimulação da secreção da ADH(23, 29).
A excreção de água pelo rim é rigorosamente controlada pela (ADH) sendo a sua secreção regulada pela pressão osmótica do plasma. Um aumento da osmolaridade promove a secreção da ADH, que conduz a um aumento da reabsorção da água a partir dos túbulos renais (menor volume de urina
excretada)(27).
Por outro lado, uma diminuição da osmolaridade suprime a secreção de ADH, que resulta na redução da reabsorção de água a partir dos túbulos renais (maior volume de urina excretada). A osmolaridade do plasma é em grande parte dependente da [Na+], que controla indiretamente a quantidade de água
no corpo(27).
3.4 Sinais, sintomas e diagnóstico da desidratação
Os sinais de desidratação leve a moderada e grave são pele seca, diminuição da quantidade e concentração da urina, perda de peso, obstipação e
diminuição das funções cognitivas(30). Os grupos etários com risco particular
de desidratação incluem as crianças e os idosos. Os sinais clínicos de desidratação incluem sintomas neuropsíquicos, como confusão mental, funções cognitivas comprometidas, secura da mucosa, hipotonia dos globos oculares, hipotensão ortostática e taquicardia, aumentando o risco de quedas
7 (4, 8), sendo que alguns apresentam baixa sensibilidade e especificidade(22). Os fatores com boa sensibilidade (>80%) são as membranas mucosas secas na boca e nariz e sulcos longitudinais na língua. Os fatores com boa especificidade (> 80%) são: incoerência da fala, fraqueza nas extremidades,
axila seca e olhos fundos(22).
O turgor da pele, a sede e a humidade das mucosas, são exemplos de métodos físicos de avaliação do estado de hidratação, sendo simples, económicos e
rápidos, com uma boa especificidade, mas menos fiáveis(30). Alguns autores
defendem que os parâmetros físicos, indicam melhor a existência de
desidratação devido à sua alta especificidade(16). Contrariamente, outros
autores argumentam que, uma vez que, possuem baixa sensibilidade, não têm capacidade para discriminar desidratação e euhidratação, não devendo ser usados isoladamente para diagnosticar o estado de hidratação em idosos, defendo, portanto, o uso dos sinais bioquímicos no diagnóstico do estado de hidratação.
Quanto aos sinais bioquímicos, é considerado desidratação quando a osmolaridade sérica elevada é >295 mmol/L, o sódio sérico elevado >145 mmol/L ou então o rácio ureia no sangue/creatinina elevado >50 (ureia e
creatinina em mmol/L) (30).
Segundo Martin D. Hoffman et al, a sede parece ser o método mais viável para diagnosticar o estado de hidratação, pois mede-se a sensação de sede com recurso a uma escala numérica simples, pelo que é mais prático e seguro quando comparado com outros métodos, como a osmolaridade plasmática e marcadores urinários, uma vez que estes apresentam baixa especificidade
8 defendendo que a sede é um fraco indicador da necessidade de ingestão água, pois é facilmente desregulado em indivíduos com demência que têm uma
sensação de sede mascarada(15). É crucial reconhecer e diagnosticar a
desidratação rapidamente, mas atualmente não há marcadores biológicos específicos para essa condição. Por esse motivo, o marcador epigenético microRNA-6842-3p obtido de exossomos do sangue periférico pode contribuir
para o diagnóstico precoce e também para a prevenção da desidratação(32).
3.5 Medição do estado de hidratação
Quando um indivíduo está em equilíbrio energético, uma perda de peso corporal é essencialmente igual à perda de água. As medições do peso corporal devem ser realizadas em condições padrão, de preferência de manhã
em jejum e após micção e defecação(33).
Há evidencia suficiente que sugere que vários métodos usados isoladamente não são úteis na avaliação da desidratação, por não detetarem uma grande percentagem de indivíduos desidratados, também podem classificar de forma
errada indivíduos adequadamente hidratados(33, 34). Por haver então uma
grande dificuldade na escolha de um método de fatores como a sensibilidade e a especificidade, o tempo requerido e o preço contribuem para a seleção do método.
A bioimpedância é uma possível técnica que mede a resistência do tecido
corporal e da água a uma corrente elétrica que flui pelo corpo(32, 35). Sabe-se
que a corrente elétrica passa melhor pelos iões contidos nos fluidos. A partir
desse princípio, é possível determinar a quantidade de água corporal(32).
9 (menor impedância) à passagem da corrente elétrica, o mesmo não acontece com tecidos que possuam pouca água. Esta tem várias vantagens, como o seu rápido feedback, baixo custo, o facto de não ser invasiva, e ser de fácil aplicação. O uso de equações preditivas (baseadas na antropometria) em indivíduos com diferentes condições clínicas, podem sobre ou subestimar a
água corporal total(34).
A osmolaridade sérica é rigidamente controlada e raramente varia em mais de 2% em torno de um ponto definido de 280-290mOsm /L. Em indivíduos bem hidratados, um valor médio basal de 287mOsm/L é mantido pelos
osmorecetores hipotalâmicos que controlam a secreção de ADH(10, 34). Um
aumento de osmolaridade de 1% é suficiente para dar a sensação de sede e aumentar a concentração sérica de ADH em 100% do valor basal, sendo este o
mais usado como padrão de referência para desidratação(36). A sua vantagem é
a capacidade de diagnosticar o estado de hidratação de uma só vez(34).
Mesmo não existindo consenso sobre o método pelo qual medir o estado de hidratação, o gráfico de cores da urina pode ser usado como indicador
prévio(16, 34). Isso é muito usado porque é um método rápido e de baixo custo
para avaliar o estado da hidratação, o que pode ajudar na intervenção precoce. Dependendo da cor da amostra de urina que combina com a cor da
tabela, é possível identificar pacientes em risco de desidratação (34).
3.6 Modo de avaliar a cognição
Existem vários testes, a fim de avaliar o estado cognitivo, padronizados: o Mini Exame do Estado Mental (Mini Mental Status Exam- MMSE), o teste de bateria de avaliação computadorizada (Cognitive Assesment Battery- CAB) e o
10
teste de trilha (Trail Making Test- TMT)(10, 34). Na população idosa um dos mais
utilizados para rastreio da função cognitiva é o MMSE que é um teste de fácil aplicação e requer cerca de 5 a 10 minutos a ser concluído, sendo constituído por um questionário de 30 pontos usado para rastrear défice cognitivo. O MMSE é uma série de perguntas e problemas simples como número de habilidades mentais diferentes, incluindo memória, orientação no tempo, registo, nomeação, leitura, atenção e linguagem. A pontuação do MEEM é influenciada por variáveis demográficas, diminuindo com a idade e com a menor escolaridade sem influência significativa do sexo. Em Portugal, foi publicado em 1994 o estudo de adaptação e tradução do MMSE por Guerreiro et al. no qual foram determinados valores de corte para deteção de défice cognitivo: 15 pontos quando se trata de indivíduos analfabetos; 22 para indivíduos cuja escolaridade varie entre o 1.º e 11.º anos e inferior a 27 pontos indica défice cognitivo quando se refere a indivíduos com literacia
superior a 11 anos(48).
O CAB serve para avaliar o nível cognitivo visto ser um teste neuropsicológico da memória episódica que contempla a avaliação da neurocognição, da cognição social e da funcionalidade. Está pontuado entre 0 e 21 e quanto
maior a pontuação, maior o nível de memória episódica(38).
O TMT é um teste neuropsicológico de efeitos visuais, velocidade de processamento, flexibilidade mental e executivo, constituído por duas partes. A parte A é usada para examinar a velocidade do processamento cognitivo. Na parte B é usado para avaliar o funcionamento executivo. O resultado é o tempo para concluir a tarefa. Quanto menor o tempo, melhor a função cognitiva(38, 39).
Até ao momento a associação entre estado de hidratação e função cognitiva ainda não foi amplamente estudada, mas sabe-se que, para atingir o mesmo
11
nível de desempenho, o cérebro exerce maior esforço quando desidratado(38).
O Plano Nacional de Saúde Mental, implementado em 2016, pela Direção Geral de Saúde (DGS), apontado como prioritário o estudo dos possíveis determinantes da função cognitiva, sendo a sua manutenção essencial para a autonomia e funcionalidade da pessoa idosa, uma vez que esta pode e deve
ser capaz de ter um papel ativo na sociedade(2).
3.7 Relação entre desidratação e cognição
Com o envelhecimento, o sistema nervoso apresenta várias alterações, como a redução no número de neurónios, redução na velocidade de condução nervosa, redução da intensidade dos reflexos, restrição das respostas
motoras, alteração do poder de reações e da capacidade de coordenação (14).
A redução na produção de importantes neurotransmissores centrais, como as catecolaminas, a serotonina e a acetilcolina resulta em alterações na memória, na função motora e de humor. Existem evidências que a desidratação tem efeito no desempenho cognitivo e comportamento em idosos: em relação ao humor, mudanças significativas e consistentes têm sido
observadas em idosos quando o nível de hidratação é manipulado(37).
O cérebro, apesar de ser um órgão altamente lipofílico, é constituído por 80%
de água(40). Na maioria das doenças intracelulares do Sistema Nervoso Central
(SNC) a água é armazenada em astrócitos. Essas células são caracterizadas por alta expressão de aquaporina (AQP), o que os torna quatro vezes mais permeáveis à água em comparação com outras células cerebrais, funcionando
como cisternas para períodos de escassez de água(40). Alguns estudos
demonstram que os astrócitos respondem à desidratação periférica por
regulação positiva das proteínas AQP-4(41). Quer a desidratação quer o
envelhecimento, foram associados à regulação positiva da AQP-4, portanto, não surpreende que o envelhecimento e a perda de água estejam
12 efeitos da desidratação são: o sistema de ativação reticular, que preserva a atenção e a vigília; as estruturas autonómicas, que regulam as funções psicomotoras e reguladoras; e as estruturas corticais e do meio do cérebro
responsáveis pelo pensamento, memória e perceção(39).
As grandes preocupações do envelhecimento são o facto do SNC não possuir capacidade de reparação e da quantidade de água corporal total diminuir ao
longo da idade(13).
O estudo realizado por Suhr et al. em 28 idosos saudáveis demonstrou que um menor estado de hidratação foi associado a uma velocidade de processamento
psicomotor reduzida, uma menor atenção e menos memória(42).
Noutro estudo, foi avaliado se o estado de hidratação apresentava alguma variação significativa em dois processos cognitivos principais: velocidade de processamento psicomotor e desempenho da memória, tendo sido controlados os fatores que pudessem ser confundidores, mas chegaram à conclusão de que uma desidratação está associada a menor memória e velocidade psicomotora
diminuída(43). Quanto ao estado de hidratação, verificou-se que indivíduos
desidratados ou em risco de desidratação têm 2,1 vezes maior possibilidade
de apresentar comprometimento cognitivo(39).
O delirium é uma manifestação comum de desidratação (40). A síndrome do
delirium é caracterizada pela natureza transitória da sua ocorrência e pela
potencial reversibilidade inerente a esse diagnóstico(40). Assim, os médicos
geralmente assumem que a identificação e o tratamento da desidratação como terapia de reposição apropriada devem resultar na resolução completa de qualquer disfunção cognitiva associada a esta síndrome.
13 Além disso, estudos de neuroimagem em idosos desidratados mostram
diminuição do volume de substância cinzenta e branca(41). No entanto, é
importante ter em consideração que a maioria dos estudos volumétricos baseiam-se na imagem por tensor de difusão (DTI) que deteta a anisotropia da água e, portanto, é altamente dependente da dinâmica dos fluidos cerebrais. A primeira descoberta deste estudo foi que o volume cerebral muda devido a flutuações fisiológicas por períodos cíclicos, alterações relacionadas com o
volume cerebral(44).
Concomitantemente, Adonis et al. descobriram que a água desempenha um papel importante na dinâmica conformacional das proteínas transcritas para se tornarem biologicamente ativas, pois, a presença de água permite que se dobrem ao longo de eixos específicos através da formação de cadeias de
hidrogénios que liga os aminoácidos(37, 45). Na presença de água, a dobragem
ocorre quase instantaneamente (140ns), resultando em moléculas biologicamente ativas disponíveis para reações químicas no momento oportuno. Na ausência de água, o processo de dobragem é significativamente mais lento e as biomoléculas podem perder o tempo de suas reações prejudicando a quantidade de informações nos mecanismos biomoleculares do cérebro, com perda de vias neurais normais que transmitem informações sensoriais para centros corticais superiores, onde são percebidos estímulos e a
partir dos quais a resposta emana(39). Esta descoberta intitulada de hipótese
hidromolecular pretende explicar a relação entre desidratação e
comprometimento cognitivo em pacientes idosos(37, 43). Os autores consideram
14 disfunção neuronal, atrofia cerebral, cerebrovasculopatia crônica e doença de
Alzheimer(46).
Dados demonstram que a hipoidratação altera a morfologia cerebral e requer mais recursos neurais em áreas associadas à produção motora e respostas
emotivas(44). As mudanças na osmolaridade extracelular afetam
inevitavelmente o ambiente intracelular, determinando importantes alterações no volume e função dos mecanismos celulares, causando dano
morfológico e funcional irreversível(45). Portanto, essas mudanças podem ser
os principais fatores que contribuem para as vulnerabilidades neurovasculares
relacionadas com a idade e estão atualmente sob intensa investigação(38).
4. Análise crítica
Os consumos totais de água, em idosos, encontram-se muito abaixo, quando comparados com as recomendações da Autoridade Europeia para a Segurança
dos Alimentos (EFSA)(47). Contudo, ainda não se sabe quais são os principais
fatores para a diminuição da ingestão de água nesta faixa etária, pelo que seria interessante estuda-los e tentar esclarecer se é a desidratação o fator desencadeante das desordens cognitivas ou se poderão ser as desordens cognitivas as impulsionadoras de um estado de desidratação.
Dados atuais mostram que uma boa hidratação está associada com melhores resultados em testes cognitivos. No entanto, são necessários mais estudos para apoiar esta hipótese, sendo a hipótese hidromolecular uma possível base para futuros estudos. A realização deste tipo de estudos em idosos é um desafio devido às limitações quando se trata deste público-alvo, uma vez que estes poderão ter uma menor adesão ao estudo, apresentam alterações
15 fisiológicas que derivam do envelhecimento, o seu estado cognitivo pode já estar afetado por outros fatores e mesmo a sensação de sede pode estar mascarada. Como intervenção precoce, o ideal seria sensibilizar a população e alerta-los das consequências da desidratação.
5. Conclusão
As necessidades de água individuais variam de acordo com vários fatores, logo é muito difícil formular recomendações gerais sobre a quantidade de água a ingerir. No entanto, sabe-se que é importante ter em atenção o balanço hídrico devido à importância da água na fisiologia humana. Uma desidratação com uma perda de apenas 2% do total da água corporal é suficiente para iniciar algum tipo de desordem cognitiva.
Há uma necessidade de aumentar a ingestão de água em idosos uma vez que, o envelhecimento está associado a alterações fisiológicas e a um declínio cognitivo progressivo. Estudos demonstram que a reposição de fluidos é eficaz, mas mais lenta em pessoas idosas. À luz destes dados, os autores acreditam que, na ausência de água, haja uma alteração da conformação normal das proteínas, que pode prejudicar a cognição de forma direta ou indireta, danificando sinapses e neurônios, comprometendo a função cognitivas.
Assim, a manutenção de um bom estado de hidratação é crucial para manter a função cognitiva normal.
16 6. Referências
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19 7. Anexos
20
Anexo A-Descrição dos tipos de desidratação
Tipo de
desidrataç
ão
Definição
Causas
Isotónica:
Ocorre tanto da perda quanto da falta de fornecimento de água e sódio ao espaço extracelular • Vómitos prolongados • Diarreia • Aspiração nasogástrica • Hemorragias • Diurese excessiva Hipotónica: Ocorre da diminuição do volume do espaço extracelular como consequência da diminuição do fornecimento de água e sais ou devido ao aumento de perdas de fluídos com consequente diminuição dos valores de sódio maiores do que os da água neste
compartimento
• Perdas gastrointestinais como diarreia e vómitos;
• Perdas renais; • Má nutrição
• Excessiva reposição de líquidos com soluções hipotónicas
• Uso prolongado de diuréticos com reposição de pouco sal
Hipertónica: Ocorre da diminuição do compartimento extracelular derivado ao decréscimo ou supressão do consumo de água ou então de perdas de água maiores à perda de sódio neste espaço
• Febre prolongada • Sudorese severa
• Comprometimento da sede (por disfunção do hipotálamo) • Condições debilitantes que
levam a baixa administração de água
• Hiperglicemia
• Dietas prolongadas sem adequada reposição de líquidos