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Preços de hortifrutigranjeiros comercializados na cidade de Rio Pomba/MG: comparativo entre pnae, feira livre e varejo/ Marketing prices marked in Rio Pomba / MG: Comparative between pnae, fair and retail

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Academic year: 2020

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Preços de hortifrutigranjeiros comercializados na cidade de Rio

Pomba/MG: comparativo entre pnae, feira livre e varejo

DOI:10.34117/bjdv5n10-248

Recebimento dos originais: 10/09/2019 Aceitação para publicação: 18/10/2019

Henri Cócaro

Prof. do Instituto Federal do Sudeste de Minas Gerais/Campus Rio Pomba/Departamento Acadêmico de Ciências Gerenciais

e-mail: henri.cocaro@ifsudestemg.edu.br

Yuri De Oliveira Rodrigues

Estudante de Bacharelado em Agroecologia Instituto Federal do Sudeste de Minas Gerais/Campus Rio Pomba

e-mail: yuriagrodrigues@gmail.com

Francele Contarini Teodolino

Estudante de Bacharelado em Agroecologia Instituto Federal do Sudeste de Minas Gerais/Campus Rio Pomba

e-mail: francelecontarini@hotmail.com

Fagner José de Carvalho Lourenço

Bacharel em Agroecologia e Técnico Administrativo em Educação do Instituto Federal do Sudeste de Minas Gerais/Campus Rio Pomba

e-mail: fagner.lourenco@ifsudestemg.edu.br

RESUMO

O objetivo do trabalho foi verificar se os preços de hortifrutigranjeiros do PNAE do IF- Campus Rio Pomba eram mais ou menos competitivos que os preços dos estabelecimentos de varejo e da feira livre. As conclusões indicaram que para alguns alimentos os preços dos estabelecimentos de varejo eram mais competitivos e que para todos os alimentos pesquisados os preços da feira livre eram menos competitivos que os preços praticados no PNAE.

Palavras-chave: Canais de comercialização; Agricultura Familiar, Comercialização Agrícola ABSTRACT

The objective of the study was to verify if the prices of fruit and vegetables from the PNAE of the IF-Campus Rio Pomba were more or less competitive than the prices of retail establishments and the fair. The conclusions indicated that for some foods the prices of the retail establishments were more competitive and that for all the foods researched the prices

Marketing prices marked in Rio Pomba / MG: Comparative between

pnae, fair and retail

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Key words: Marketing channels; Family Farming, Agricultural Marketing

1 INTRODUÇÃO

Em 2009, com o objetivo de suprir parcialmente a necessidade de alimentação de alunos de creches e de escolas públicas de Ensino Médio, o rendimento escolar e o hábito de alimentação saudável, foi aprovada a lei 11.947, a qual instituiu o PNAE como um programa de assistência financeira suplementar. Conforme legislação, lei 11.947/ 09, art. 14:

Do total dos recursos financeiros repassados pelo FNDE, no âmbito do PNAE, no mínimo 30% (trinta por cento) deverão ser utilizados na aquisição de gêneros alimentícios diretamente da agricultura familiar e do empreendedor familiar rural ou de suas organizações, priorizando-se os assentamentos da reforma agrária, as comunidades tradicionais indígenas e comunidades quilombolas (FNDE, 2018).

O Núcleo de Estudos em Agroecologia, Segurança e Soberania Alimentar do Instituto Federal do Sudeste de Minas Gerais-Campus Rio Pomba (NEASSAN-IFRP) iniciou trabalho em conjunto com o setor de alimentação e licitação do Campus para aumentar o número de agricultores na chamada 2017. Ela foi realizada e contemplou 10 agricultoras e 6 agricultores totalizando 16 agricultores familiares. Nesta chamada o projeto básico adquiriu 14 tipos de hortifrutigranjeiros totalizando mais de 6 toneladas alimentos ao valor total de R$ 44.682,00, que passaram a fazer parte do cardápio oferecido aos estudantes no refeitório universitário ao longo de 2018 e concluída em fevereiro 2019.

Com o objetivo de verificar se os preços de referência praticados pelo PNAE do IF- Campus Rio Pomba eram mais ou menos competitivos que outros canais de comercialização realizou-se esta pesquisa. Assim, ela fundamentou-se nas observações de Wilkinson (2003) que aponta que os canais de comercialização dos alimentos da agricultura familiar podem ser classificados em quatro: integração vertical com o agronegócio processador, vendas para o setor de distribuição, mercados institucionais e venda direta ao consumidor. Na pesquisa foram comparados os preços praticados pelo PNAE (mercado institucional) com os preços praticados nos estabelecimentos de varejo (vendas para o setor de distribuição), e os preços praticados pelo PNAE com os preços praticados na feira livre da cidade de Rio Pomba (venda direta).

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2 METODOLOGIA

O período base foi de agosto de 2018 a fevereiro de 2019 no qual os preços, por unidade, foram levantados a partir de uma cesta constituída pelos mesmos 14 tipos de hortifrutigranjeiros da chamada pública do PNAE: Alface (cabeça), Alho (kg), Batata Doce (kg), Beterraba (kg), Brócolis (cabeça), Cebola (kg), Cenoura (kg), Chuchu (kg), Couve-Flor (cabeça), Feijão (kg), Pepino (kg), Repolho (kg), Tomate (kg) e Vagem (kg). Os preços foram coletados entre os dias 25 e 30 de cada mês em 3 estabelecimentos de varejo especializados na comercialização de hortifrutigranjeiros e em 5 barracas de agricultores da feira livre.

Os dados coletados foram tabulados mensalmente em planilha eletrônica sendo uma para registro dos preços dos estabelecimentos de varejo e outra para registro dos preços da feira livre. Em cada planilha, os preços de cada um dos 14 hortifrutigranjeiros foram confrontados com os preços praticados pelo PNAE a fim de se determinar a variação percentual entre eles. Após isso, foi realizada a média da variação percentual do preço de cada alimento no período considerado para avaliar quais hortifrutigranjeiros, em um mesmo canal de comercialização, tinham preços mais (+%) ou menos (-%) competitivos que os preços do PNAE

3 RESULTADOS E DISCUSSÕES

No Quadro 1 apresentam-se os resultados da variação de preços do PNAE em relação aos preços dos estabelecimentos de varejo.

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Quadro 1 Variação de preços do PNAE em relação aos estabelecimentos de varejo ALIMENTOS ago/1 8 set/1 8 out/1 8 nov/1 8 dez/1 9 jan/1 9 fev/1 9 Média da Variaçã ALFACE -21% -13% -13% -21% -28% -28% -28% -21% ALHO 46% 68% 68% 46% 97% 100% 78% +72% BATATA -9% -12% -8% -9% -4% -9% -12% -9% BETERRABA -9% 11% 11% -9% 7% -9% -11% -1% BRÓCOLIS -22% 25% 8% -22% -11% -14% -17% -8% CEBOLA -22% 42% 17% -22% -12% -25% -25% -7% CENOURA 14% 37% 37% 14% 15% 0% 0% +17% CHUCHU -16% -12% -7% -16% -5% -38% -55% -21% COUVE-FLOR 14% 34% 24% 14% -1% -13% -20% +8% FEIJÃO 50% 74% 65% 50% 60% 64% 25% +55% PEPINO -22% -9% 0% -22% -9% -17% -17% -14% REPOLHO 1% 26% 26% 1% 26% 9% 2% +13% TOMATE 46% 8% -39% 46% -24% -6% -32% 0% VAGEM -34% -38% -12% -34% -23% -17% -21% -25%

Fonte: Dados da pesquisa (2018)

Neste quadro observa-se que o preço do alface comercializado para o PNAE foi 21% inferior ao preço do alface comercializado nos estabelecimentos de varejo pesquisados. As mesmas observações se aplicam ao comportamento dos preços da batata doce (-9%), beterraba (-1%), brócolis (-8%), cebola (-7%), chuchu (-21%), pepino (-14%) e vagem (-25%). Como a média da variação dos preços foi negativa, para esses alimentos os preços praticados pelo PNAE eram menos competitivos que os preços praticados pelos estabelecimentos de varejo. A situação oposta ocorreu com os preços do alho (+72%), couve (+8%), feijão (+55%) e repolho (+13%). Como exemplo, para o preço do alho comercializado no PNAE percebe-se que este foi 72% superior ao preço do alho comercializado nos estabelecimentos de varejo e, portanto, para estes alimentos afirma-se que os preços do PNAE foram mais competitivos que os praticados pelos estabelecimentos de varejo.

Um dos motivos que explica que os preços dos estabelecimentos de varejo se apresentassem mais competitivos pode ser devido a aquisição desses alimentos ocorrer diretamente de um atacadista, como o CEASA Minas. Como agentes intermediários no processo de distribuição os atacadistas são eficientes em desempenhar as funções de venda, promoção, armazenagem, transporte e transmissão de informação (LOURENZANI E SILVA, 2004) e como compram grandes volumes, conseguem preços melhores que são repassados aos seus compradores (MACHADO, 2004)

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No Quadro 2 apresentam-se os resultados da variação de preços do PNAE em relação aos preços da feira livre da cidade de Rio Pomba.

Quadro 2 Variação de preços do PNAE em relação a feira livre ALIMENTOS ago/1 8 set/1 8 out/1 8 nov/1 8 dez/1 9 jan/1 9 fev/1 9 Média da ALFACE 45% 45% 45% -3% -3% 81% -28% +26% ALHO 58% 58% 46% 19% 46% 19% 19% +38% BATATA 27% 9% 9% 27% -16% 27% 27% +15% BETERRABA 79% 19% 28% 79% 19% 79% 2% +43% BRÓCOLIS 53% 13% 13% -21% -1% 59% 59% +25% CEBOLA 29% 89% 42% 13% 13% 13% -6% +28% CENOURA 33% 33% 33% 60% 60% 60% 60% +49% CHUCHU 32% 5% 5% 75% 32% -25% -34% +13% COUVE-FLOR -1% 23% 41% 41% 97% 64% 97% +52% FEIJÃO 73% 73% 73% 58% 58% 58% 19% +59% PEPINO -5% 11% -5% 11% 33% 11% 11% +9% REPOLHO 128% 82% 37% 9% 37% 9% 9% +44% TOMATE 75% -13% -21% -27% -13% 46% -13% +5% VAGEM 83% 10% -8% 57% -8% 83% 38% +36%

Fonte: Dados da pesquisa (2018)

Neste quadro observa-se que o preço do alface comercializado para o PNAE foi 26% superior ao preço do alface comercializado na feira livre. Ao analisar a média da variação de preços nota-se que todos os alimentos comercializados no PNAE apresentaram preços mais competitivos que os preços praticados na feira livre, destacando-se a beterraba (+43%), cenoura (+49%), couve flor (+52%), feijão (+59%), repolho (+44%), e vagem (+33%). Portanto, afirma-se que os preços de todos os hortifrutigranjeiros comercializados no PNAE foram mais competitivos que os preços praticados na feira livre ao longo do período considerado. Uma explicação para que os preços da feira fossem menos competitivos reside no fato de menores margens de comercialização uma vez que na venda direta há ausência de agentes intermediários que influenciam na formação do preço (BARROS, 2007; MARQUES; AGUIAR, 1993).

4 CONCLUSÕES

A pesquisa apontou que para o canal de comercialização “vendas para o setor de distribuição”, representado pelos estabelecimentos de varejo de hortifrutigranjeiros, a batata

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competitivos que os preços praticados pelo PNAE do IF-Campus Rio Pomba. Ao comparar os preços comercializados pelo canal de comercialização “venda direta”, representado pela feira livre, concluiu-se que os preços de todos os hortifrutigranjeiros comercializados pelo PNAE eram mais competitivos que os preços da feira livre, no período considerado. Os preços praticados no canal de comercialização “feira livre” mostraram-se menos competitivos tanto quando comparados aos preços do PNAE quando comparados aos estabelecimentos de varejo, para todos os alimentos considerados. Isso significa que a feira livre deve ser questionada pelo agricultor como um canal de comercialização competitivo quando há no município possibilidades de venda de hortifrutigranjeiros diretamente aos estabelecimentos de varejo locais e também quando há possibilidades do agricultor acessar ao PNAE municipal, estadual ou federal.

Há de se considerar também que a quantidade que se planeja vender é indispensável para a escolha adequada do canal de comercialização. Dado a desestruturação progressiva de programas de apoio à agricultura familiar, como a redução de recursos para o Programa de Aquisição de Alimentos (PAA), tem-se observado um aumento do número de agricultores que participam das chamadas públicas do PNAE. Isso tem aumentado a concorrência entre os próprios agricultores que tem buscado esse canal de comercialização, especialmente quando participam das chamadas públicas com projetos de venda na condição de grupo informal. Como consequência isso tem levado a oferta de um quantitativo de alimentos cada vez menor para cada agricultor, ou seja, mesmo com preços mais competitivos que o varejo e que a feira livre, o PNAE deixa de ser atrativo dado o pequeno volume que tem sido comprado de cada agricultor em uma mesma chamada pública. Dessa forma, cabe ao agricultor a escolha e combinação dos canais de comercialização mais adequados que possam otimizar a sua receita.

AGRADECIMENTOS

Ao Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) e ao Instituto Federal do Sudeste de Minas Gerais (IFSUDESTEMG) – Campus Rio Pomba.

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REFERÊNCIAS

BARROS, G. S. de C. Economia da comercialização agrícola. Universidade de São Paulo – USP: Piracicaba. 2007. 221p.

FNDE. Programa Nacional de Alimentação Escolar. Disponível em: <http://www.fnde.gov.br/programas/pnae>. Acesso em: 21/03/2018.

LOURENZANI, A. E. B. S.; SILVA, A. L. da. Um estudo da competitividade dos diferentes canais de distribuição de hortaliças. Gestão & Produção, 2004. 11(3), 385-398.

MACHADO, M. D. Canais de distribuição para produtores da agricultura familiar: um estudo de hortaliças. Dissertação (pós-graduação em engenharia da produção. 192 f. UFSCAR – Universidade Federal de São Carlos, 2004.

MARQUES, P. V.; AGUIAR, D. R..D. de. Comercialização de produtos agrícolas. São Paulo: Edusp, 1993.195 p.

WILKINSON, J. A pequena produção e sua relação com os sistemas de distribuição. Ponencia realizada para El Seminario de Políticas de Seguridad Alimentaria y Nutricion en America Latina. FODEPAL. Campinas, Brasil, Outubro e 2003.

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