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Densidade básica da madeira de clones de eucalipto em diferentes espaçamentos / Basic density of wood of eucalyptus clones in different spacing

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Braz. J. of Develop., Curitiba, v. 6, n.4,p.19435-19445 apr. 2020. ISSN 2525-8761

Densidade básica da madeira de clones de eucalipto em diferentes

espaçamentos

Basic density of wood of eucalyptus clones in different spacing

DOI:10.34117/bjdv6n4-202

Recebimento dos originais: 14/03/2020 Aceitação para publicação: 14/04/2020

Livia Gabriela Souza Magalhães

Engenheira Florestal pela Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS), campus de Chapadão do Sul, MS

Instituição: UFMS, campus de Chapadão do Sul

Endereço: Rod. MS 306, Km 105, CXP 112, Chapadão do Sul, MS, Brasil E-mail: liviagsmagalhaes@gmail.com

Ana Paula Leite de Lima

Doutora em Ciência Florestal pela Universidade Federal de Viçosa Instituição: UFMS, campus de Chapadão do Sul

Endereço: Rua Nove, 857 – Centro, Chapadão do Sul, MS, Brasil E-mail: paula.leite@ufms.br

Sebastião Ferreira de Lima

Doutor em Fitotecnia pela Universidade Federal de Viçosa Instituição: UFMS, campus de Chapadão do Sul

Endereço: Rua Nove, 857 – Centro, Chapadão do Sul, MS, Brasil E-mail: sebastiao.lima@ufms.br

Deborah Nava Soratto

Doutora em Ciência Florestal pela Universidade Federal de Viçosa Instituição: UFMS, campus de Chapadão do Sul

Endereço: Rod. MS 306, Km 105, CXP 112, Chapadão do Sul, MS, Brasil E-mail: deborah.soratto@ufms.br

Sávio Moreira Martins

Graduando em Engenheira Florestal pela Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS), campus de Chapadão do Sul, MS

Instituição: UFMS, campus de Chapadão do Sul

Endereço: Avenida São Paulo, 182 – Bairro Flamboyant, Chapadão do Sul, MS, Brasil E-mail: savio.m.1996@hotmail.com

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Braz. J. of Develop., Curitiba, v. 6, n.4,p.19435-19445 apr. 2020. ISSN 2525-8761

Izabella Fabiani Fontes Santos

Graduanda em Engenheira Florestal pela Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS), campus de Chapadão do Sul, MS

Instituição: UFMS, campus de Chapadão do Sul

Endereço: Rod. MS 306, Km 105, CXP 112, Chapadão do Sul, MS, Brasil E-mail: iza.fabiani@gmail.com

RESUMO

Este estudo teve como objetivo avaliar a densidade básica da madeira de clones de híbridos de

Eucalyptus urophylla x Eucalyptus grandis em diferentes espaçamentos e ao longo da árvore.

O experimento foi implantado em área da Usina Cerradinho Bioenergia, em Serranópolis, GO. O delineamento utilizado foi em blocos casualizados, em esquema fatorial, com cinco espaçamentos (3,0 x 1,0 x 0,8 m; 3,0 x 1,0 x 1,0 m; 3,0 x 1,0 m; 3,0 x 1,5 m e 3,0 x 2,0 m) e três clones (A01, A02 e GG100), com três repetições. Aos 35 meses de idade foi abatida uma árvore por parcela, das quais foram retirados discos de 5,0 cm de espessura nas posições de DAP, 0%, 25%, 50%, 75% e 100% da altura comercial. A densidade básica da madeira foi determinada seguindo a norma NBR 11941. A densidade básica da madeira variou com o espaçamento de plantio e com o clone. O uso de maiores espaçamentos proporcionou maiores valores de densidade básica. Para os clones e os espaçamentos estudados houve variação da densidade básica da madeira nas posições amostradas. O comportamento observado foi de decréscimo na densidade da base até os 54% da altura comercial, seguido por aumento até os 100% da altura.

Palavra-chave: Plantios energéticos, Biomassa, Eucalyptus

ABSTRACT

The objective of this study was to evaluate the basic wood density of clones of hybrids of

Eucalyptus urophylla x Eucalyptus grandis at different spacings and along the tree. The

experiment was carried out in an area of the Bioenergia Cerradinho mill, in Serranópolis, GO. The experimental design was a randomized complete block design with five spacings (3.0 x 1.0 x 0.8 m; 3.0 x 1.0 x 1.0 m; 3.0 x 1.0 m; 3.0 x 1.5 m and 3.0 x 2.0 m) and three clones (A01, A02 and GG100) with three replicates. At the age of 35 months a tree was felled per plot, from which 5.0 cm thick discs were removed at the DAP, 0%, 25%, 50%, 75% and 100% commercial height positions. The basic density of the wood was determined following the standard NBR 11941. The basic density of the wood varied with the planting spacing and with the clone. The use of larger spacings provided higher values of basic density. For the clones and the spacings studied, there was variation of the basic density of the wood in the positions sampled. The observed behavior was a decrease in density of the base up to 54% of commercial height, followed by increase up to 100% of height.

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1 INTRODUÇÃO

O consumo mundial de energia, fundamentado basicamente em fontes de renovação lenta como os combustíveis fosseis, é responsável pelo fornecimento de um sistema de energia inseguro, caro e, principalmente, prejudicial ao meio ambiente (Brito, 2007). Desta forma, a busca por fontes alternativas de energia vem crescendo cada vez mais. Segundo Vale et al. (2002), a biomassa é a fonte mais versátil para a produção de energia renovável, existindo inúmeras possibilidades de obtenção de combustíveis.

Quando se considera a utilização da biomassa florestal para geração de energia, através da queima direta, prioriza-se o uso de madeiras com maior poder calorífico, pois essa propriedade está relacionada ao rendimento energético e à sua constituição química, que varia de uma espécie para outra (Quirino et al., 2005).

Dentre as espécies florestais utilizadas para geração de bioenergia, destacam-se aquelas do gênero Eucalyptus, devido a sua produtividade, capacidade de formação de copa, elevada densidade da madeira, qualidade de biomassa e capacidade de rebrota (Barreiro e Tomé, 2012).

Dada a expressiva participação da biomassa florestal para fins de destinação energética industrial, no que diz respeito aos povoamentos de eucalipto visando geração de energia dentro de processos industriais, foi criado o termo “florestas energéticas” (ABRAF, 2013), que, geralmente, maneja os plantios em sistemas de curta rotação. Segundo Mckenney et al. (2014), o sistema florestal de curta rotação pode ser entendido como sendo um modelo de produção florestal referente a uma cultura intensiva de plantios florestais fundamentados em talhadia, com vantagem de obter uma maior produção por unidade de área, em rotações mais curtas. Para que seja alcançada essa maior produção, em um menor período de tempo, torna-se necessário adensar o plantio, elevando a densidade populacional.

O espaçamento de plantio exerce grande influência em fatores como produtividade, taxa de crescimento, sobrevivência das plantas, qualidade da madeira, volume de copa, porcentagem de casca, idade de corte, práticas de manejo e colheita, os custos de produção, disponibilidade hídrica e interceptação de luz na floresta (Leles et al., 2001; Gonçalves et al., 2004).

A escolha do material genético e do espaçamento de plantio são de fundamental importância para o estabelecimento de florestas energéticas, uma vez que influenciam na produtividade florestal e, como consequência, podem interferir também na qualidade da madeira. Segundo Fernandes et al. (2011) existe uma correlação entre a taxa de crescimento

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Braz. J. of Develop., Curitiba, v. 6, n.4,p.19435-19445 apr. 2020. ISSN 2525-8761 das árvores e a densidade da madeira e estas correlações podem ser nulas, positivas ou negativas, sendo esta última a mais aceita (maior taxa de crescimento proporcionando menor densidade).

Além desta correlação, a densidade da madeira também afeta a quantidade de energia produzida. Jesus et al. (2017) verificou que, a densidade energética aumenta proporcionalmente à densidade básica da madeira de eucalipto, assim, madeiras mais densas apresentam maior quantidade de energia disponível.

A densidade básica da madeira de eucalipto aumenta com a idade da árvore (Meneses et al., 2015). Para Vital (1984), isto ocorre devido ao aumento de espessura da parede celular e da diminuição da largura da célula do lenho. Além disso, a densidade da madeira varia ao longo da árvore. Oliveira et al. (2005), estudando sete espécies de eucalipto, constatou que, com exceção do E. grandis, nas demais espécies houve queda da densidade no topo das árvores.

Desta forma, o objetivo deste trabalho foi avaliar a densidade básica da madeira de clones de híbridos de E. urophylla x E. grandis plantados em diferentes espaçamentos.

2 MATERIAL E MÉTODOS

O experimento foi instalado na Fazenda São Roque, no município de Serranópolis, GO, em janeiro de 2014, em uma área da Usina Cerradinho Bioenergia. O município ocupa uma área de 5.526,723 km2 e, sua sede está localizada nas coordenadas geográficas: latitude -18º13’06’’S e longitude -52º35’23’’O de Greenwich, a 706 m de altitude (IBGE, 2015). O clima, segundo a classificação Köppen, é do tipo tropical úmido (Aw), com estação chuvosa no verão e seca no inverno. A precipitação média anual é de 1.579 mm e temperatura média anual variando de 20ºC a 25ºC. A cobertura vegetal original do Município é de cerrados e a classe de solo predominante é Neossolo Quartzarênico (SiBCS, 2018).

O delineamento experimental utilizado foi em blocos casualizados, em esquema fatorial 3 x 5, onde foram testados três clones de híbridos de E. urophylla x E. grandis (A01; A02; GG100) plantados em cinco espaçamentos (3,0 x 1,0 x 0,8 m; 3,0 x 1,0 x 1,0 m; 3,0 x 1,0 m; 3,0 x 1,5 m; 3,0 x 2,0 m), com três repetições.

Aos 35 meses após plantio, foi abatida uma árvore de diâmetro médio, em cada parcela, totalizando 45 árvores. Após o corte, cada tronco foi seccionado nas posições de 0% (base), 25%, 50%, 75% e 100% da altura comercial (até 3,0 cm de diâmetro com casca) e a 1,30 m de altura do solo (DAP). Na extremidade de cada seção, retirou-se um disco de aproximadamente

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Braz. J. of Develop., Curitiba, v. 6, n.4,p.19435-19445 apr. 2020. ISSN 2525-8761 5,0 cm de espessura, que foram identificados e encaminhados ao laboratório da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul, em Chapadão do Sul, MS.

A densidade básica da madeira foi determinada seguindo a metodologia proposta pela norma NBR 11941 (ABNT, 2003). A massa seca foi obtida após secagem em estufa de circulação de ar forçado, a 105ºC (±2) por 48 horas.

Os dados foram submetidos à análise de variância pelo teste F. As médias do fator qualitativo foram comparadas pelo teste de Tukey a 5% de significância e, para o fator quantitativo foi ajustada equação de regressão ao nível de 5% de significância.

3 RESULTADOS E DISCUSSÃO

A densidade básica da madeira (Db), apresentou interação significativa, entre os clones

e os espaçamentos estudados. Para Db a 1,30 m, foi significativa apenas para estes fatores

isoladamente. Em relação a Db da madeira nos diferentes espaçamentos e nas diferentes

posições ao longo da árvore, também houve interação significativa entre os fatores estudados. Analisando a Db dos três clones em cada espaçamento, pode-se observar que, de uma

forma geral, o clone A01 apresentou maior Db em todos os espaçamentos enquanto, o A02 os

menores valores. Quando se avalia cada clone nos diferentes espaçamentos, verificou-se que os clones variaram a Db da madeira com o espaçamento de plantio. Porém, de modo geral, a

Db foi menor nos espaçamentos mais adensados em linhas duplas e, maior nos espaçamentos

mais amplos (Tabela 1).

Tabela 1. Densidade básica média da madeira (g cm-3) de clones de E. urophylla x E. grandis plantados em

diferentes espaçamentos (metros), aos 35 meses de idade, em Serranópolis, GO

Clone Espaçamentos (m)

3,0 x 1,0 x 0,8 3,0 x 1,0 x 1,0 3,0 x 1,0 3,0 x 1,5 3,0 x 2,0 A01 0,415aC 0,415aC 0,467aAB 0,458aB 0,478aA GG100 0,416aB 0,392bC 0,415bB 0,443bA 0,449bA A02 0,386bC 0,381cC 0,418bB 0,410 cB 0,437 cA

Média seguida pela mesma letra minúscula na coluna e maiúscula na linha, não diferem entre si pelo teste de Tukey a 1% de probabilidade.

Para clone A01, a Db nos espaçamentos em linhas simples (mais amplos) foi em média

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Braz. J. of Develop., Curitiba, v. 6, n.4,p.19435-19445 apr. 2020. ISSN 2525-8761 GG100 essa superioridade foi em média de 7,3%, enquanto para o clone A02 foi de 9% (Tabela 1). Roque e Ledezma (2003), avaliando a influência do espaçamento de plantio sobre a densidade básica da madeira de Tectona grandis, constatou que esta aumentou com o espaçamento. Entretanto, Garcia et al. (1991), encontraram uma diminuição da densidade básica com o aumento do espaçamento de plantio, para as espécies E. grandis e E. saligna.

Quanto a Db dos clones em cada posição seccionada (Figura 1), nota-se que os três

clones estudados apresentaram variação na densidade em todas as posições. Alzate et al. (2005) observaram este comportamento ao analisar a Db da madeira de clones de E. urophylla

x E. grandis e constataram variação na densidade dentro e entre os clones do híbrido.

Figura 1. Densidade básica da madeira (g cm-3) de diferentes híbridos de E. urophylla x E. grandis ao longo do

tronco, até a altura comercial (3,0 cm de diâmetro com casca), aos 35 meses de idade, em Serranópolis, GO.

Analisando a Db ao longo da árvore, para os três clones, pode-se observar que, de 0%

até 100% da altura comercial, a Db do clone A01 foi a maior, seguida pela do clone GG100 e,

as menores, em todas as posições foram observadas para o clone A02 (Figura 1). Para o clone GG100, a Db reduziu da base até 55,64% da altura comercial e, a partir deste ponto retomou o

crescimento. Já para o A02, a Db decresceu da base até 64,75% da altura comercial da árvore

e a partir deste ponto houve uma ligeira alternância entre elevação e decréscimo na Db da

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Braz. J. of Develop., Curitiba, v. 6, n.4,p.19435-19445 apr. 2020. ISSN 2525-8761 De acordo com Hsing et al. (2016), o padrão mais verificado do comportamento da Db

ao longo da árvore, para o gênero Eucalyptus, são valores decrescentes de densidade até 50% da altura da árvore e deste ponto em diante, crescentes ou, com uma redução próxima ao topo. Porém, não há uma unanimidade sobre este tema e, conforme revisado por Sette Jr. et al. (2012), podem ocorrer pelo menos três padrões de variação ao longo do tronco: decrescente uniformemente com a altura; decrescente até certo ponto e crescente daí até o topo da árvore e, crescente da base para o topo, não obedecendo a um padrão uniforme de variação.

Observando a Db da madeira na altura de 1,30 m da árvore, o clone A01 diferiu

estatisticamente dos demais apresentando as maiores médias, já o GG100 e A02 não diferiram entre si (Tabela 2).

Tabela 2. Densidade básica média da madeira (g cm-3) na altura do DAP das árvores de clones de E. urophylla

x E. grandis aos 35 meses de idade, em Serranópolis, GO

Clones Densidade básica da madeira no DAP

A01 0,429 a

GG100 0,403 b

A02 0,394 b

DAP: diâmetro medido a 1,30 metros de altura a partir do solo; Médias seguidas pela mesma letra minúscula na coluna, não diferem entre si pelo teste de Tukey a 5% de probabilidade.

A densidade básica da madeira aumentou com o espaçamento de plantio (Tabela 3). As maiores médias de Db foram observadas para os espaçamentos em linhas simples (mais

amplos), sendo, o 3,0 x 2,0 m aquela que obteve a maior média. Os menores valores de Db

foram encontrados utilizando os espaçamentos em linhas duplas (3,0 x 1,0 x 0,8 m e 3,0 x 1,0 x 1,0 m). Os resultados encontrados estão em consonância com aqueles obtidos por Moulin et al. (2017). Conforme revisado por estes autores, a alta competição por água, luz e nutrientes entre as árvores de folhosas pode resultar na baixa densidade da madeira.

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Tabela 3. Densidade da madeira (g cm-3) na altura do DAP das árvores, plantadas em diferentes espaçamentos

(metros), aos 35 meses de idade, em Serranópolis, GO

Espaçamentos Densidade básica da madeira no DAP

3,0x1,0x0,8 0,375 c

3,0x1,0x1,0 0,383 c

3,0 x 1,0 0,423 b

3,0 x 1,5 0,417 b

3,0x2,0 0,445 a

DAP: diâmetro medido a 1,30 metros de altura a partir do solo; Médias seguidas pela mesma letra minúscula na coluna, não diferem entre si pelo teste de Tukey a 5% de probabilidade.

Analisando a Db nos diferentes espaçamentos, verificou-se que todos têm diferença ao

longo da árvore (Figura 2), com redução da Db até 50% da altura da árvore e aumento até o

topo. Os espaçamentos em linhas simples (3,0 x 2,0 m; 3,0 x 1,5 m; 3,0 x 1,0 m) apresentaram as maiores densidades. Já os espaçamentos de linhas duplas de plantio (3,0 x 1,0 x 1,0 m e 3,0 x 1,0 x 0,8 m) a redução da base até os 50% da altura foi mais expressiva. Segundo Martins et al. (2009) as escolhas de espaçamentos amplos implicam em volumes individuais maiores.

Figura 2. Densidade básica da madeira (g cm-3) ao longo do tronco, até a altura comercial (3,0 cm de diâmetro

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Braz. J. of Develop., Curitiba, v. 6, n.4,p.19435-19445 apr. 2020. ISSN 2525-8761 Analisando a Db ao longo da árvore nos diferentes espaçamentos, verificou-se que, em

todos os espaçamentos, houve diferença na densidade ao longo da árvore (Figura 2), com redução da Db até 54% da altura da árvore e aumento até o topo.

Observa-se, que a Db diminuiu ao longo da árvore até à metade da altura. A partir de

50% apresentou aumento em direção ao topo da árvore, porém, ao atingir 100% a Db foi menor

do que os valores obtidos na base. Essa tendência de densidades básicas mais altas, na base e nas partes mais altas das árvores, foi também encontrada por Souza et al. (1986) e por Vale et al. (1995), trabalhando com E. grandis e, segundo Sette Jr. et al. (2012), os maiores valores de densidade básica do lenho nas regiões basal e apical devem-se, provavelmente, às exigências mecânicas de sustentação do tronco e da copa das árvores de eucalipto.

Os espaçamentos de linhas simples (3,0 x 2,0 m; 3,0 x 1,5 m; 3,0 x 1,0 m) apresentaram as maiores densidades. Já os espaçamentos de linhas duplas de plantio (3,0 x 1,0 x 1,0 m e 3,0 x 1,0 x 0,8 m) a redução da densidade básica da base até aproximadamente os 65% da altura foi mais expressiva. Palermo et al. (2003) e Mattos et al. (2011) observaram, para Eucalyptus grandis, uma redução da base para o topo, mas com um aumento significativo a partir de 75% da altura total. Segundo estes autores, tal característica pode estar relacionada à região de inserção dos ramos, onde ocorrem alterações na estrutura anatômica da madeira, provocando aumento da densidade.

4 CONCLUSÕES

A densidade básica da madeira variou com clones e espaçamentos testados. O clone A01 foi o que apresentou maior densidade básica da madeira.

Os espaçamentos maiores proporcionaram maiores valores de densidade básica, enquanto os espaçamentos adensados, as menores densidades.

Para os clones e os espaçamentos estudados, houve variação da densidade básica da madeira nas posições amostradas.

AGRADECIMENTOS

Os autores agradecem a empresa Cerradinho Bioenergia pelo auxílio na realização deste trabalho.

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Imagem

Tabela 1. Densidade básica média da madeira (g cm -3 ) de clones de E. urophylla x E. grandis plantados em  diferentes espaçamentos (metros), aos 35 meses de idade, em Serranópolis, GO
Figura 1. Densidade básica da madeira (g cm -3 ) de diferentes híbridos de E. urophylla x E
Tabela 2. Densidade básica média da madeira (g cm -3 ) na altura do DAP das árvores de clones de E
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