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Determinação de contaminantes físicos, químicos, microscópicos e qualidade microbiológica do trigo usado para elaboração de farinha integral / Determination of physical, chemical, microscopic contaminants and microbiological quality of wheat used for the

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Braz. J. of Develop., Curitiba, v. 6, n. 7, p. 52473-52482 jul. 2020. ISSN 2525-8761

Determinação de contaminantes físicos, químicos, microscópicos e qualidade

microbiológica do trigo usado para elaboração de farinha integral

Determination of physical, chemical, microscopic contaminants and

microbiological quality of wheat used for the preparation of whole flour

DOI:10.34117/bjdv6n7-774

Recebimento dos originais: 03/06/2020 Aceitação para publicação: 29/07/2020

Franciele Maria Perseguelo

Mestre em Tecnologia de Alimentos pela Universidade Tecnológica Federal do Paraná – Câmpus Londrina

Instituição: Universidade Tecnológica Federal do Paraná – Câmpus Londrina

Endereço: Programa de Pós-Graduação em Tecnologia de Alimentos, Av. dos Pioneiros, 3131, Jd Morumbi, CEP: 86.036-370. Londrina-PR, Brasil

E-mail: fran.quimica@gmail.com

Alexandre Rodrigo Coelho

Doutorem Ciência de Alimentos pela Universidade Estadual de Londrina Instituição: Universidade Tecnológica Federal do Paraná – Câmpus Londrina

Endereço: Programa de Pós-Graduação em Tecnologia de Alimentos, Av. dos Pioneiros, 3131, Jd Morumbi, CEP: 86.036-370. Londrina-PR, Brasil

E-mail: arcoelho@utfpr.edu.br

Neusa Fátima Seibel

Doutora em Ciência de Alimentos pela Universidade Estadual de Londrina Instituição: Universidade Tecnológica Federal do Paraná – Câmpus Londrina

Endereço: Programa de Pós-Graduação em Tecnologia de Alimentos, Av. dos Pioneiros, 3131, Jd Morumbi, CEP: 86.036-370. Londrina-PR, Brasil

E-mail: neusaseibel@utfpr.edu.br

RESUMO

Nos últimos anos a busca por hábitos alimentares mais saudáveis vem crescendo gradativamente e a opção por alimentos integrais participa efetivamente desta tendência. O trigo é muito utilizado na elaboração de pães e massas integrais, sob a forma de farinha, como uma fonte de fibras alimentares. Porém, até o momento, poucos dados são divulgados quanto aos contaminantes existentes nas porções externas do grão e se o processamento é capaz de reduzi-los a níveis aceitáveis. Neste trabalho foram investigadas as condições do trigo para elaboração da farinha integral quanto aos contaminantes físicos, químicos, microscópicos e qualidade microbiológica. As amostras foram coletadas em três dias alternados, ocorrendo assim a renovação do estoque de matéria-prima. As coletas ocorreram em fluxo contínuo, no início, meio e fim da produção do dia, os cinco pontos amostrados foram: trigo sujo, trigo limpo, impurezas, farinha integral e rechaços. Com os resultados obtidos foi constatado que as etapas do processamento retiraram grande parte dos contaminantes presentes no trigo in natura, originando uma farinha integral com parâmetros físicos, químicos e microbiológicos, de acordo com a legislação vigente. Para algumas determinações as amostras de ‘trigo sujo’ apresentaram valores maiores do que para as de ‘trigo limpo’, o que é natural, já que os grãos após a colheita podem apresentar contaminantes de várias formas. Os contaminantes presentes no trigo não foram

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Braz. J. of Develop., Curitiba, v. 6, n. 7, p. 52473-52482 jul. 2020. ISSN 2525-8761 considerados pontos críticos de controle na elaboração da farinha integral, pois foi constatado que o processamento reduz os contaminantes presentes no trigo a níveis aceitáveis, desde que a integridade das telas de peneiramento, a detecção de metais e a integridade do filtro de aspiração, sejam corretamente monitoradas. Porém, considerando as variações no manejo e condições climáticas de cada safra, sugere-se o monitoramento constante do produto, principalmente em períodos entre safras, a fim de garantir a segurança ao consumidor.

Palavras-Chave: alimento seguro, contaminantes, impurezas, micotoxinas, rechaço. ABSTRACT

In the last few years, the search for healthier eating habits has been gradually increasing and the option for whole foods is part of this trend. Wheat is widely used in the preparation of whole-grain breads and pastas, in the form of flour, as a source of dietary fiber. However, until now, little data has been published about the contaminants in the external portions of the grain and whether the processing is capable of reducing them to acceptable levels. In this work, the conditions of wheat for the preparation of whole flour were investigated as to physical, chemical, microscopic contaminants and microbiological quality. The samples were collected in three alternate days, thus renewing the stock of raw material. They were collected in continuous flow in the beginning, middle and end of the day's production, and the five sampled points were: dirty wheat, clean wheat, impurities, whole flour and rejections. With the obtained results, it was found that the processing steps removed a large part of the contaminants present in wheat grain, originating a whole flour with physical, chemical and microbiological parameters, according to the current legislation. For some determinations the samples of 'dirty wheat' showed higher values than 'clean wheat', which is natural, since the grains after harvest can present contaminants in several ways.

Contaminants present in wheat were not considered critical points of control in the preparation of whole flour, since it was found that the processing reduces contaminants present in wheat to acceptable levels, provided that the integrity of the sifting screens, the detection of metals and the integrity of the suction filter, are properly monitored. However, considering the variations in the handling and climatic conditions of each harvest, it is suggested the constant monitoring of the product, mainly in periods between harvests, in order to guarantee safety to the consumer.

Keyword: safe food, contaminants, impurities, mycotoxins, rejection.

1 INTRODUÇÃO

A qualidade dos produtos alimentares de origem vegetal ou animal está diretamente relacionada com a qualidade da matéria-prima utilizada para o processamento. Neste sentido, é de grande importância caracterizar os principais riscos existentes na etapa inicial. O termo “qualidade” está relacionado ao valor nutritivo, às características sensoriais, à adequação para o processamento industrial a que se destina e à sanidade (LORINI, 2005).

O melhor trigo para a industrialização é aquele que possui grãos sadios, que produz elevados rendimentos em farinha e é estável nas diferentes safras, possibilitando a manutenção da qualidade da farinha de trigo para cada produto final. Além disso, deve ser livre de micotoxinas, de resíduos de pesticidas e outras substâncias que possam causar danos à saúde humana.

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Braz. J. of Develop., Curitiba, v. 6, n. 7, p. 52473-52482 jul. 2020. ISSN 2525-8761 A indústria do trigo é responsável pela fabricação de diversos produtos, como pães, bolos, biscoitos e massas para alimentação humana. O farelo do trigo, considerado ainda como subproduto, é largamente utilizado em fábricas de ração animal. Entretanto, é possível destinar parte deste farelo para o consumo humano, como porção nobre e rentável.

Os produtos integrais estão cada vez mais presentes na mesa de quem busca um estilo de vida saudável. A oferta de alimentos integrais e orgânicos aumenta visivelmente no Brasil. Até o momento, poucos alertas estão sendo levantados em torno dos riscos existentes quanto à contaminação dos produtos por serem extraídos de porções mais críticas no que diz respeito à presença de contaminantes.

O crescimento da demanda mundial por alimentos tem provocado um aumento na utilização de pesticidas nas lavouras econsequentemente a presença de resíduos tóxicos nos alimentos ou no meio ambiente (especialmente para a água) acarretando grande mortalidade de peixes e aves e prejuízos à saúde humana. As águas superficiais são contaminadas pela lavagem do solo por enxurradas e pela ação do vento que carrega o pesticida, ao passo que os lençóis freáticos podem ser contaminados com a percolação desses compostos. Resíduos destes pesticidas podem também ser detectados nos alimentos prontos para o consumo humano e devido à exposição durante os tratamentos, os farelos apresentam maior concentração (SANCHES et al, 2003).

Os alimentos também estão sujeitos à invasão por fungos e contaminação com micotoxinas, seja no campo, durante e após a colheita, no processamento, no transporte e na estocagem, quando não são empregadas técnicas adequadas de manuseio (SILVA et al. 2007). Esses metabólitos são tóxicos para o homem e animais e são produzidos por uma variedade de fungos filamentosos, com destaque para Aspergillus spp., Penicilliumspp. e Fusarium spp. (CALDAS; SILVA; OLIVEIRA, 2002), que se desenvolvem em diferentes substratos e uma ampla faixa de umidade, pH e temperatura (SILVA et al. 2007).

Durante o processamento industrial, existem etapas e ou equipamentos desenvolvidos exclusivamente para retirar ou minimizar os contaminantes (químicos, microbiológicos e físicos) existentes na matéria-prima. Assim, estes contaminantes são reduzidos, a níveis aceitáveis para consumo, regidos por legislações específicas.

O objetivo deste trabalho foi verificar as condições do trigo para elaboração da farinha integral quanto aos contaminantes físicos, químicos, microscópicos e qualidade microbiológica.

2 MATERIAL E MÉTODOS

As amostras foram coletadas em 3 dias alternados, ocorrendo assim a renovação do estoque de matéria-prima. As coletas ocorreram em fluxo contínuo, no início, meio e fim da produção do dia,

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Braz. J. of Develop., Curitiba, v. 6, n. 7, p. 52473-52482 jul. 2020. ISSN 2525-8761 para que fosse possível correlacionar os resultados obtidos na farinha com o trigo utilizado, bem como impurezas e rechaços. Os cinco pontos amostrados foram:

Trigo sujo: Coletado nos silos de armazenamento logo após o recebimento. Definido como amostra para este teste por ser base da quantidade inicial de contaminantes antes do início do processamento, para poder ser avaliado a melhoria e eficiência de higienização a cada etapa do processo.

Trigo Limpo: Coletado após finalizar a etapa da primeira limpeza, deve ser analisado para quantificar a eficiência no processo de limpeza do trigo sujo na unidade fabril, assim pode-se definir o grau de limpeza que está sendo realizado nesta etapa e posteriormente estar realizando melhorias no procedimento.

Impurezas: Coletada na entrada do saco coletor de resíduos. Tal resíduo é considerado lixo orgânico sendo destinado à central de resíduos para descarte. A análise das impurezas irá quantificar quanto e quais os contaminantes que estão presentes nesta fração. Estima-se valores elevados por compreender frações retiradas nas primeiras etapas da limpeza do trigo.

Farinha Integral: Amostras coletadas dentro da embalagem final destinada ao consumo humano para elaboração de pães, bolos, biscoitos e outros produtos alimentícios.

Rechaço da Farinha Integral: Após sair dos moinhos de pedra, a farinha é peneirada sendo a fração retida na malha de 900µm rejeitada (rechaçada) da produção da farinha integral. A análise deste rechaço se faz necessária para verificar a eficiência dos processos de limpeza e descontaminação do trigo para a moagem.

Devido ao elevado custo das análises, rotineiramente o acompanhamento industrial é realizado através de amostras únicas. As análises referentes à avaliação da qualidade microbiológica e determinação de materiais estranhos, contaminantes inorgânicos e resíduos de pesticidas foram realizadas em laboratórios credenciados credenciados pelo INMETRO (Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia) e/ou pelo MAPA (Ministério da Agricultura Pecuária e Abastecimento), com base nas legislações específicas federais em vigor.

A detecção e a quantificação de micotoxinas foram realizadas no laboratório de análises físico-química e reológicas da empresa produtora da farinha de trigo integral, empregando-se o kit para ensaios de imunoabsorção enzimática (ELISA) específico para cada toxina marca Neogen® tendo como base a Resolução da Diretoria Colegiada – RDC nº 7 (2011). Além das análises realizadas com base na legislação, foram determinados também os teores de Aflatoxina e Ocratoxina, como monitoramento interno da empresa.

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Braz. J. of Develop., Curitiba, v. 6, n. 7, p. 52473-52482 jul. 2020. ISSN 2525-8761

3 RESULTADOS E DISCUSSÕES

Com o estudo realizado nas etapas de processamento para obtenção da farinha de trigo integral foram definidos os pontos estratégicos para confirmação da eficiência dos equipamentos de segurança existentes bem como confirmação da obtenção do produto final livre de contaminações. Quando se trata de amostras para análise deve-se usar dois seguimentos que definem requisitos distintos: Segurança do Alimento (livres de contaminações físicas, químicas e biológicas) e Qualidade do Alimento (atender parâmetros de especificação como cor e reologia).

Os Limites Máximos Toleráveis (LMT) são valores e ou definições de referência para os parâmetros de controle do alimento em específico. Considerando a necessidade e constante aperfeiçoamentodas ações de controlesanitário na área de alimentos, visando a proteçãoà saúde da população e a regulamentação dos padrões microbiológicos para alimentos a RDC 12 de 02 de janeiro de 2001, regulamenta os critérios e padrões microbiológicospara alimentos, indispensáveis para a avaliação das Boas Práticas na Produção e Prestação de Serviços. Assim como a RDC Nº 14 de 28 de março de 2014 estabelece os requisitos mínimos para avaliação dematérias estranhas macroscópicas e microscópicas em alimentos e bebidas e seus limites de tolerância.

A RDC 42, 29 de Agosto de 2013, que dispõe o Regulamento Técnico sobre Limites Máximos de Contaminantes Inorgânicos. Outros contaminantes de relevância à segurança dos alimentos, mesmo que ainda não estando parametrizado nacionalmente, podem ser consultados em legislações internacionais ou Codex Alimentarius (BRASIL, 2013).Em relação aos pesticidas são estabelecidos os limites máximos de resíduos (LMR) na resolução n° 165, de 29 de agosto de 2003, do Ministério da Saúde, para trigo são listados os princípios ativos e LMR de Diclorvós, Pirimifós Metílico e Fenitrotiona (BRASIL, 2003).

Analisando os resultados obtidos dos três dias de coleta das amostras (Tabelas 1, 2 e 3), foi constatado que as etapas do processamento retiraram grande parte dos contaminantes presentes no trigo in natura, originando uma farinha integral com parâmetros físicos, químicos e microbiológicos, de acordo com a legislação vigente. Para algumas determinações as amostras de ‘trigo sujo’ apresentaram valores maiores do que para as de ‘trigo limpo’, o que é natural, já que os grãos após a colheita podem apresentar contaminantes de várias formas.

As amostras ‘impurezas’ apresentaram os maiores valores dos contaminantes analisados, dados coerentes já que estas amostras foram originadas no intervalo entre as de ‘trigo sujo’ e de ‘trigo limpo’. Além disso, isto prova que o processo é eficiente quanto à remoção da maior parte dos contaminantes, pois esta parcela é eliminada do produto final. Outra fração com valores em desacordo da legislação brasileira para alguns parâmetros é o ‘rechaço’, cujos valores não são importantes para a alimentação humana, já que esta fração é aproveitada para o farelo.

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Braz. J. of Develop., Curitiba, v. 6, n. 7, p. 52473-52482 jul. 2020. ISSN 2525-8761 A fração de maior interesse neste trabalho é a ‘farinha’, a qual apresentou todos os parâmetros em conformidade com a legislação atual, para as amostras analisadas. No entanto, deve ser ressaltado que essas determinações podem apresentar variações nas diferentes safras, principalmente devido às alterações climáticas, sendo necessária constante verificação.

A taxa de extração de farinhas convencionais refinadas dificilmente ultrapassa 77%, já a farinha integral em estudo alcança 98% de extração, enriquecendo este produto com fibras e minerais. Mas também exigindo maior rigor na seleção da matéria-prima no que diz respeito a resíduos de pesticidas e micotoxinas, contaminantes predominantes em frações periféricas, ou seja, na casca.

Tabela 1: Análises de contaminantes microbiológicos, físicos e químicos no trigo do dia 1.

Microbiológico - RDC Nº 12, DE 2 DE JANEIRO DE 2001 PARÂMETROS Trigo Sujo Trigo Limpo Impurezas Farinha Rechaço

Referência para farinha

Baciluscereus 1,0 x 102 1,0 x 102 1,0 x 104 1,0x 102 1,0 x 102 3 x 103 UFC/g

Salmonellasp. Ausência Ausência Ausência Ausência Ausência Ausência em 25g

Coliformes termo

tolerantes <3,0 <3,0 >1100,0 <3,0 <3,0 102 NMP/g

Microscopia - RDC N º 14 DE 28 DE MARCO DE 2014

PARÂMETROS Trigo Sujo Trigo Limpo Impurezas Farinha Rechaço Referência

Ácaros 0 0 0 0 0 5 unidades/50g

Cinzas insoluveis 0,7 0,4 1,43 0,06 0,12 1,50 g/100g

Impurezas Ausência Ausência - Ausência Ausência Ausência

Fragmentos de

insetos 0 0 25 0 0 0 unidades/50g

Pelo de Roedor 0 0 0 0 0 0 unidades/50g

Sujidades Ausência Ausência - Ausência Ausência Ausência

Contaminantes Inorgânicos(mg/Kg) - RDC Nº 42, 29 de Agosto de 2013

PARÂMETROS Trigo Sujo Trigo Limpo Impurezas Farinha Rechaço Referência

Arsênio <0,5 <0,5 <0,5 <0,5 <0,5 0,2

Cádmio <0,05 <0,05 <0,05 <0,05 <0,05 0,2

Chumbo <0,5 <0,5 <0,5 <0,5 <0,5 0,2

Cobre 5,94 4,9 7,45 5,25 16 não consta

Mercúrio <0,025 <0,025 <0,025 <0,025 <0,025 não consta

Zinco 34,1 32,6 71,1 38,3 93,7 não consta

Antimônio <0,5 <0,5 <0,5 <0,5 <0,5 não consta

Cromo <0,5 <0,5 1,68 <0,5 <0,5 não consta

Estanho <0,5 <0,5 <0,5 <0,5 <0,5 não consta

Níquel <0,5 <0,5 <0,5 <0,5 <0,5 não consta

Selênio <0,5 <0,5 <0,5 <0,5 <0,5 não consta

Residuos de Pesticidas (ug/Kg) RESOLUÇÃO n° 165, de 29 de agosto de 2003, MS

PARÂMETROS Trigo Sujo Trigo Limpo Impurezas Farinha Rechaço Referência

Fenitrotiona <10 <10 <10 <10 <10 1.000

Diclorvós <10 <10 <10 <10 <10 Não autorizado

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Braz. J. of Develop., Curitiba, v. 6, n. 7, p. 52473-52482 jul. 2020. ISSN 2525-8761

Tabela 2: Análises de contaminantes microbiológicos, físicos e químicos no trigo do dia 2.

Microbiológico - RDC Nº 12, DE 2 DE JANEIRO DE 2001

PARÂMETROS Trigo Sujo Trigo Limpo Impurezas Farinha Rechaço Referência para farinha

Baciluscereus 1,0 x 102 1,0 x 102 1,4 x 103 1,0 x 102 1,0 x 102 3 x 103 UFC/g

Salmonella Ausência Ausência Ausência Ausência Ausência Ausência em 25g

Coliformes termo tolerantes <3,0 <3,0 <3,0 <3,0 <3,0 102 NMP/g Microscopia - RDC N º 14 DE 28 DE MARCO DE 2014

PARÂMETROS Trigo Sujo Trigo Limpo Impurezas Farinha Rechaço Referência

Ácaros 0 0 0 0 0 5 unidades/50g

Cinzas insolúveis 0,13 0,06 3,48 0,08 0,14 1,50 g/100g Máx

Impurezas Ausência Ausência NA Ausência Ausência Ausência

Fragmentos de insetos 0 0 6 0 6 0 unidades/50g

Pelo de Roedor 0 0 0 0 0 0 unidades/50g

Sujidades Ausência Ausência NA Ausência Ausência Ausência

Contaminantes Inorgânicos(mg/Kg) - RDC Nº 42, 29 de Agosto de 2013

PARÂMETROS Trigo Sujo Trigo Limpo Impurezas Farinha Rechaço Referência

Arsênio <0,5 <0,5 <0,5 <0,5 <0,5 0,2

Cádmio <0,05 <0,05 <0,05 <0,05 <0,05 0,2

Chumbo <0,5 <0,5 2,4 <0,5 <0,5 0,2

Cobre 6,74 7,84 11,9 6,69 7,02 não consta

Mercúrio <0,025 <0,025 <0,025 <0,025 <0,025 não consta

Zinco 48,6 57 154 50,1 49,4 não consta

Antimônio <0,5 <0,5 <0,5 <0,5 <0,5 não consta

Cromo <0,5 <0,5 2,39 <0,5 <0,5 não consta

Estanho <0,5 <0,5 <0,5 <0,5 <0,5 não consta

Níquel <0,5 <0,5 1,53 <0,5 <0,5 não consta

Selênio <0,5 <0,5 <0,5 <0,5 <0,5 não consta

Resíduos de Pesticidas (ug/Kg) RESOLUÇÃO n° 165, de 29 de agosto de 2003, MS

PARÂMETROS Trigo Sujo Trigo Limpo Impurezas Farinha Rechaço Referência

Fenitrotiona 290 372 38772 314 350 1.000

Diclorvós <10 <10 <10 <10 <10 Não autorizado

PerimifósMetilico <10 <10 <10 <10 <10 5.000

Tabela 3: Análises de contaminantes microbiológicos, físicos e químicos no trigo do dia 3.

Microbiológico - RDC Nº 12, DE 2 DE JANEIRO DE 2001 PARÂMETROS Trigo Sujo Trigo Limpo Impurezas Farinha Rechaço

Referência para farinha

Baciluscereus 1,0 x 102 1,0 x 102 2,7 x 103 1,0 x 102 1,0 x 102 3 x 103 UFC/g

Salmonella Ausência Ausência Ausência Ausência Ausência Ausência em 25g

Coliformes termo

tolerantes <3,0 <3,0 <3,0 /G <3,0 /G <3,0 102 NMP/g Microscopia - RDC N º 14 DE 28 DE MARCO DE 2014

PARÂMETROS Trigo Sujo Trigo Limpo Impurezas Farinha Rechaço Referência

Ácaros 0 0 0 0 0 5 unidades/50gMáx

Cinzas insolúveis 0,07 0,36 1,5 0,2 0,09 1,50 g/100g Máx

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Braz. J. of Develop., Curitiba, v. 6, n. 7, p. 52473-52482 jul. 2020. ISSN 2525-8761 Fragmentos de

insetos 0 0 0 0 0 0 unidades/50gMáx

Pelo de Roedor 0 0 0 0 0 0 unidades/50gMáx

Sujidades Ausência Ausência NA Ausência Ausência Ausência

Contaminantes Inorgânicos (mg/Kg) - RDC Nº 42, 29 de Agosto de 2013

PARÂMETROS Trigo Sujo Trigo Limpo Impurezas Farinha Rechaço Referência

Arsênio <0,5 <0,5 <0,5 <0,5 <0,5 0,2

Cádmio <0,05 <0,05 <0,05 <0,05 <0,05 0,2

Chumbo <0,5 <0,5 2,4 <0,5 <0,5 0,2

Cobre 3,68 3,78 5,43 3,7 6,5 não consta

Mercúrio <0,025 <0,025 <0,025 <0,025 <0,025 não consta

Zinco 44,7 45,8 71,2 44,7 67,5 não consta

Antimônio <0,5 <0,5 <0,5 <0,5 <0,5 não consta

Cromo <0,5 <0,5 0,45 <0,5 <0,5 não consta

Estanho <0,5 <0,5 <0,5 <0,5 <0,5 não consta

Níquel <0,5 <0,5 1,53 <0,5 <0,5 não consta

Selênio <0,5 <0,5 <0,5 <0,5 <0,5 não consta

Resíduos de Pesticidas (ug/Kg) RESOLUÇÃO n° 165, de 29 de agosto de 2003, MS

PARÂMETROS Trigo Sujo Trigo Limpo Impurezas Farinha Rechaço Referência

Fenitrotiona <10 <10 <10 <10 <10 1.000

Diclorvós <10 <10 <10 <10 <10 Não autorizado

PerimifósMetilico 870 310 1340 90 90 5.000

Os resultados para micotoxinas (Tabela 4) mostraram que a matéria-prima era de boa qualidade e foi manuseada de forma adequada, desde a colheita até o processamento. Os níveis baixos de DON e ZEA também podem ser explicados pelos fatores climáticos na época da colheita, ou seja, a estação do ano limitou o crescimento demasiado de fungos de campo e armazenamento. Outro fator que pode ter influenciado foi a integridade dos grãos, pois Mello e Lucchetta (2019) relataram que há maior ocorrência de DON em grãos danificados, devido à ação fúngica.

Tabela 4: Resultados das análises de micotoxinas no trigo.

Micotoxinas (µg/Kg) RDC Nº 7, DE 18 DE FEVEREIRO DE 2011

Dia PARÂMETROS Trigo Sujo Trigo Limpo Impurezas Farinha Rechaço Referência

1 Don 356,6 193,3 2772,8 145,3 175,6 1000 Aflatoxinas 0,4 0 0,4 0,3 0,1 - Zearalenona 1,6 0 210,1 0 0 200 Ocratoxina A 0 0 0,2 0 0 - 2 Don 276,8 182 2356,4 158,4 245,6 1000 Aflatoxinas 0 0 1,4 0 0 Zearalenona 1,2 1,2 102,6 1 0,1 200 Ocratoxina A 0 0 0,1 0 0 3 Don 174,8 80,4 2622,4 106,8 133,2 1000 Aflatoxinas 0 0,4 0 0 0,3 -

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Braz. J. of Develop., Curitiba, v. 6, n. 7, p. 52473-52482 jul. 2020. ISSN 2525-8761

Zearalenona 1 0 119,1 0 0 200

Ocratoxina A 0 0 0 0 0 -

No âmbito nacional abordando a concentração de contaminantes, destaca-se a elaboração da Resolução RDC nº7, de 18 de fevereiro de 2011 dispondo sobre limites máximos tolerados (LMT) para micotoxinas em alimentos, onde os valores máximos permitidos seriam gradativamente reduzidos nos anos de 2012, 2014 e 2016 (BRASIL, 2011). Estes prazos foram prorrogados para 01 de janeiro de 2017 oficialmente por entendimento da ANVISA quanto às necessidades de maiores estudos científicos a cerca do problema (BRASIL, 2013b). Atualmente, os limites máximos tolerados (LMT) para DON e Zearalenona em farinha de trigo integral são 1000 µg/Kg e 200 µg/Kg, respectivamente (RDC 138, de 08 de fevereiro de 2017).

4 CONCLUSÕES

Os contaminantes presentes no trigo não foram considerados pontos críticos de controle na elaboração da farinha integral, pois foi constatado que o processamento reduz os contaminantes presentes no trigo a níveis aceitáveis, desde que a integridade das telas de peneiramento, a detecção de metais e a integridade do filtro de aspiração, sejam corretamente monitoradas. Porém, considerando as variações no manejo e condições climáticas de cada safra, sugere-se o monitoramento constante do produto, principalmente em períodos entre safras, a fim de garantir a segurança ao consumidor.

AGRADECIMENTOS

Os autores agradecem o apoio da Universidade Tecnológica Federal do Paraná, Câmpus Londrina e da J.Macedo Alimentos.

REFERÊNCIAS

BRASIL. Resolução RDC nº 12, de 02 de janeiro de 2001. Aprova o Regulamento Técnico sobre padrões microbiológicos para alimentos. Diário Oficial da União da República Federativa do Brasil; Brasília, DF, 10 jan. 2001.

_____. Resolução - RE nº 165, de 29 de agosto de 2003. Determina a publicação do "Índice das monografias dos ingredientes ativos de agrotóxicos, domissanitários e preservantes de madeira", cujo emprego encontra-se autorizado conforme descrito na monografia. Disponível em <http://www.anvisa.gov.br/saneantes/legis/especifica/inseticida.htm> Acesso em 29 set. 2014. _____. Resolução RDC nº 07, de 18 de fevereiro de 2011. Aprova o Regulamento Técnico sobre limites máximos tolerados para micotoxinas em alimentos. Disponível em

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Braz. J. of Develop., Curitiba, v. 6, n. 7, p. 52473-52482 jul. 2020. ISSN 2525-8761 <http://portal.anvisa.gov.br/documents/10181/2968262/%282%29RDC_07_2011_COMP.pdf/4231 0948-a1c5-4213-a467-1da97b8f4cae> Acesso em 29 set. 2014.

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Tabela 1: Análises de contaminantes microbiológicos, físicos e químicos no trigo do dia 1
Tabela 3: Análises de contaminantes microbiológicos, físicos e químicos no trigo do dia 3
Tabela 4: Resultados das análises de micotoxinas no trigo.

Referências

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