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Ações na atenção básica para a prevenção de quedas em idosos / Nursing actions in basic care for the prevention of falls in elderly

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Academic year: 2020

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Ações na atenção básica para a prevenção de quedas em idosos

Nursing actions in basic care for the prevention of falls in elderly

DOI:10.34117/bjdv6n5-002

Recebimento dos originais: 24/04/2020 Aceitação para publicação: 01/05/2020

Joziane Santos da Silva

Mestranda pelo Mestrado Profissional Enfermagem Assistencial – Escola de Enfermagem Aurora de Afonso Costa (MPEA/EEAAC)

Instituição: Universidade Federal Fluminense

Endereço: Rua Dr. Celestino, 74, 6° andar. Centro. Niterói - RJ. 24020-091. E-mail: jozysilva78@gmail.com

Jorge Luiz Lima da Silva

Doutor em Saúde Pública – Escola Nacional de Saúde Pública / Fundação Instituto Oswaldo Cruz Instituição: Universidade Federal Fluminense

Endereço: Rua Dr. Celestino, 74, 6° andar. Centro. Niterói - RJ. 24020-091. E-mail: jorgeluizlima@gmail.com

Fátima Helena do Espírito Santo

Professora, Doutora- Mestrado Profissional Enfermagem Assistencial – Escola de Enfermagem Aurora de Afonso Costa (MPEA/EEAAC)

Instituição: Universidade Federal Fluminense

Endereço: Rua Dr. Celestino, 74, 6° andar. Centro. Niterói - RJ. 24020-091.

Phelipe Austriaco Teixeira

Doutorando em Medicina Tropical

Laboratório Interdisciplinar de Pesquisas Médicas, Instituto Oswaldo Cruz, FIOCRUZ, Av. Brasil 4365, Manguinhos, Rio de Janeiro-RJ, Brazil. CEP 21040-360

E-mail: ph-austriaco@hotmail.com

João Victor Lima da Silva

Acadêmico de Enfermagem – Escola de Enfermagem Aurora de Afonso Costa (EEAAC) Instituição: Universidade Federal Fluminense

Endereço: Rua Dr. Celestino, 74, 6° andar. Centro. Niterói - RJ. 24020-091. E-mail: limajoao@id.uff.br

Denilson Correia da Silva

Enfermeiro pela Universidade Estácio de Sá

Endereço: Rua Barão da Gamboa, 21 – Casa 3A – Santo Cristo – RJ – CEP 20220-690. E-mail: denilson.rmp@gmail.com

RESUMO

O envelhecimento populacional é realidade mundial e, especialmente no Brasil, essa transição vem ocorrendo de forma acelerada, o que demanda um sistema público de saúde capaz de alcançar as necessidades da população, visto que há aumento dos agravos crônico-degenerativos que atingem principalmente essa população idosa. Entre os agravos que têm ocorrência aumentada com o envelhecimento encontram-se as quedas, que são ao mesmo tempo causa e consequência da perda

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de funcionalidade em idosos. É necessário que o enfermeiro, especialmente o da atenção primária, seja capaz de identificar os fatores de risco para as quedas em idosos e de desenvolver estratégias para a prevenção. O objetivo deste estudo é descrever a atuação do enfermeiro na prevenção de quedas da população idosa, no âmbito da atenção primária. Foram utilizados sete artigos encontrados nas bases virtuais e três selecionados por meio de busca livre na internet em portal específico de obras científicas. Os cuidados de enfermagem desenvolvidos no âmbito da atenção primária para a prevenção de quedas em idosos devem ir além das atividades de educação em saúde para conscientização do paciente, seus familiares e/ou cuidadores quanto aos fatores de risco. O enfermeiro é figura determinante no enfrentamento do problema das quedas na população idosa, sendo necessária sua participação na elaboração de políticas públicas que visem à redução desse problema, como melhora e adaptação da infraestrutura, em locais públicos e privados, incentivo governamental aos programas que promovam a socialização do idoso, a alimentação saudável e a prática de exercícios físicos.

Palavras chaves: Acidentes por quedas; Idoso; Saúde coletiva; Cuidados de enfermagem. ABSTRACT

Population aging is a worldwide reality and, especially in Brazil, this transition is occurring in an accelerated way, which demands a public health system capable of reaching the needs of the population, since there is an increase in the chronic-degenerative diseases that mainly affect this population the elderly. Among the diseases that have an increased occurrence with aging are falls, which are both a cause and a consequence of the loss of functionality in the elderly. It is necessary that the nurse, especially primary care, be able to identify the risk factors for falls in the elderly and to develop strategies for prevention. The objective of this study is to describe the role of nurses in the prevention of falls in the elderly population in the primary care setting. We used seven articles found in the virtual bases and three selected through free search on the internet in a specific portal of scientific works. Nursing care developed in primary care for the prevention of falls in the elderly should go beyond the activities of health education to raise awareness of the patient, their relatives and / or caregivers as to the risk factors. The nurse is a determining figure in facing the problem of falls in the elderly population, and their participation in the elaboration of public policies aimed at reducing this problem, such as improvement and adaptation of the infrastructure, in public and private places, governmental incentive to the programs that promote the socialization of the elderly, healthy eating and physical exercise.

Keywords: Aged; Accidental Falls; Public health; Nursing care. 1 INTRODUÇÃO

Dados da Organização das Nações Unidas estimam que a população mundial de idosos passe dos atuais 841 milhões para 2 bilhões até 2050.1 No Brasil, dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) apontam que em 2060 o percentual da população com 65 anos ou mais chegará a 25,5% (58,2 milhões de idosos), enquanto em 2018 essa proporção era de 9,2% (19,2 milhões).2

A respeito da saúde do idoso, foi instituída, por meio da Portaria GM nº 2.528, de 19 de outubro de 2006, a Política Nacional de Saúde da Pessoa Idosa (PNSPI), que preconiza que seja feita a avaliação funcional periodicamente em pessoas com sessenta anos ou mais, a fim de detectar comprometimentos da funcionalidade, avaliar a necessidade de auxílio e ainda planejar estratégias

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de intervenção para a promoção da qualidade de vida dos idosos.

O Relatório Global da Organização Municipal de Saúde (OMS) sobre Prevenção de Quedas na velhice 3 destaca que os custos relacionados ao tratamento das quedas tendem a aumentar nas próximas décadas com o crescimento da população idosa. Portanto, intensifica-se cada vez mais a necessidade de, por meio da Estratégia Saúde da Família, o Sistema Único de Saúde (SUS) buscar estratégias para a prevenção das quedas na população idosa.

Nesse sentido, o enfermeiro tem na atenção primária à saúde espaço privilegiado para desenvolvimento e atuação profissional, seja por meio da consulta de enfermagem ou por meio de atividades de educação em saúde. É dever do enfermeiro da atenção primária, realizar orientações que contemplem as necessidades reais do idoso, através de busca ativa, avaliação de riscos ambientais e fatores predisponentes para quedas.4 Diante do exposto levantou-se como problema

de pesquisa: quais são as ações de enfermagem desenvolvidas, no âmbito da atenção primária, tendo em vista a prevenção de quedas na população idosa?

Dados coletados em fevereiro de 2019 no Sistema de Informações Hospitalares do Sistema Único de Saúde (SIH/SUS) mostraram que, entre os anos de 2008 e 2018 o número de internações por quedas entre pessoas de 60 à 80 anos ou mais no Estado do Rio de Janeiro chegou ao total de 66.573, gerando um custo total de R$104.147.581,00 (BRASIL, 2019).5

Portanto, a prevenção de quedas entre idosos está entre os maiores desafios para a saúde pública atualmente, sendo necessário que os profissionais de saúde sejam capazes de identificar possíveis fatores de risco, bem como de desenvolver medidas preventivas.

Este estudo tem como objetivo descrever as ações da enfermagem na prevenção de quedas da população idosa, no âmbito da atenção primária.

2 MÉTODO

O presente estudo consiste em revisão integrativa (RI) da literatura tem a finalidade de reunir e sintetizar resultados de pesquisas sobre determinado tema ou assunto, de maneira sistemática e ordenada, contribuindo assim para melhor compreensão do tema estudado.6

A realização desta RI se deu por meio das seguintes etapas: identificação do tema e estabelecimento da questão da pesquisa, estabelecimento dos critérios para inclusão e exclusão dos estudos, categorização dos estudos, avaliação dos estudos incluídos na revisão integrativa, interpretação dos resultados e apresentação da revisão/síntese do conhecimento. Foi realizada busca de artigos publicados e indexados no portal da Biblioteca Virtual em Saúde (BVS) utilizando os Descritores em Ciências da Saúde (DeCS): "Acidentes por quedas"; "Idoso"; "Saúde coletiva" e "Cuidados de Enfermagem" acompanhados do operador booleano

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"and".

Os critérios de inclusão definidos para a seleção das produções científicas foram: textos publicados na íntegra, gratuitos, que retratassem a temática do estudo, em língua portuguesa, inglesa e/ou espanhola, publicados e indexados nas bases virtuais entre os anos de 2009 e 2018. Estabeleceu-se como critério de exclusão, artigos que se repetiram nas bases.

Para a melhor compreensão, foi elaborado fluxograma (Figura 1) demonstrando o passo a passo da busca nas bases virtuais.

Além dos sete artigos selecionados, por meio da busca nas bases, foram inseridos nesta revisão três artigos selecionados por meio de busca livre na internet, em portal específico de obras científicas. Ademais, elaborou-se tabela, utilizando informações dos estudos como nome dos autores; título; idioma; bases virtuais; ano e país; delineamento do estudo; principais resultados e conclusões para a efetividade da análise dos resultados. Com tabela construída podem-se evidenciar as sínteses dos resultados e conclusões dos estudos analisados, dando assim, maior importância para dados específicos de cada trabalho.

3 RESULTADOS

O resultado final deste levantamento é constituído por dez (10) artigos publicados entre os anos de 2011 e 2018 em sete bases: 1 Medical Literature Analysis and Retrieval System on-line – Medline (1); 2 Periódicos UNEMAT (1); 3 Redalyc (1); 4 Cambridge.org (1); 5 Index Psicologia - Periódicos técnico-científicos (1); 6 Scientific Electronic Library Online - Scielo (2) e 7 Literatura

Latino-Americana, e do Caribe em Ciências da Saúde - Lilacs (3).

Quanto ao país de desenvolvimento dos estudos, oito (80%) foram desenvolvidos no Brasil, um (10%) nos Estados Unidos e um(10%) no Canadá. Quanto ao ano de publicação, um (10%) foi publicado em 2010, dois (20%) em 2011, um (10%) em 2012, dois (20%) em 2013, dois (20%) em 2016 e um (10%) em 2017.

A partir da análise dos artigos selecionados, apresenta-se no quadro 1 os resultados quanto ao título, autor, ano e idioma de publicação, bases virtuais, delineamento do estudo, principais resultados e conclusão.

4 DISCUSSÃO

Para a discussão os artigos foram divididos em três categorias: conhecendo os fatores de risco para quedas em idosos; consequências das quedas para o idoso e o sistema de saúde; e, ações de enfermagem para a prevenção de quedas em idosos.

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4.1 CONHECENDO OS FATORES DE RISCO PARA QUEDAS EM IDOSOS

Uma das barreiras para incorporar a prevenção de quedas na prática inclui a falta do conhecimento por parte dos profissionais sobre a queda como circunstância evitável. Assim, é necessário que o enfermeiro tenha conhecimento dos fatores de risco a fim de conscientizar idosos, familiares e/ou cuidadores para a redução dos riscos e consequentemente das quedas.7

O conhecimento dos fatores de risco, tanto intrínsecos quanto extrínsecos, é fundamental para a implementação de medidas preventivas mais abrangentes, contribuindo para a melhora da qualidade de vida do idoso e diminuindo também os recursos financeiros atualmente utilizados para o tratamento das consequências causadas pelas quedas.8

Os fatores intrínsecos são decorrentes de processos fisiológicos ou patológicos e correspondentes à tendência de lentidão dos mecanismos corporais centrais importantes para os reflexos posturais. Podem estar associadas a doenças específicas como perda de consciência; doença de Parkison; distúrbios da marcha, postura e do equilíbrio; demências; distúrbios de percepção ambiental e ataques súbitos de quedas sem perda da consciência. Fatores extrínsecos são geralmente representadas pelos fatores ambientais incluídos nas quedas e que, comumente, envolvem situações cotidianas.9

É evidente que as quedas entre as pessoas mais jovens que 75 anos são mais susceptíveis a estarem associadas a fatores extrínsecos, enquanto os fatores intrínsecos são mais importantes entre as idades de 80 e mais, o que pode estar relacionado ao fato de idosos com menos de 75 anos serem mais ativos. Portanto, sofrem mais quedas por influência de fatores ambientais.10 Os idosos com 80 anos ou mais, são menos ativos, vindo a sofrer mais quedas por fatores relacionados a doenças, uso de medicamentos, distúrbio da marcha, fatores psicológicos, como o medo de cair, entre outros.11

Fatores de risco como piso escorregadio, tropeço e desequilíbrio são responsáveis a proporcionar o idoso a cair. 12 A queda está entre os tipos de ocorrência mais frequente que leva os idosos ao atendimento de emergência, além de diminuir sua qualidade de vida. Esse evento está diretamente relacionado ao lar do idoso, tendo em vista que há o predomínio da residência como local de ocorrência e relato de estar “trabalhando” no momento do acidente.13

O problema da recorrência das quedas em idosos pode ainda estar relacionado às alterações nos membros inferiores e superiores decorrentes do próprio processo de envelhecimento, ou ainda de quedas prévias e alterações psíquicas, principalmente o medo de cair. 14

As quedas de idosos são quase sempre associadas aos aspectos físicos e comportamentais nessa faixa etária, entretanto as variáveis socioambientais podem interferir significativamente nesse problema, o que requer reestruturação da arquitetura adaptada ao público de forma mais atrativa e segura.8

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O sexo feminino é o que sofre mais quedas, sendo a causa mais frequente neste grupo, a queda da própria altura, que resulta em fratura e posteriormente condutas cirúrgicas.9 O público feminino também possui maior prevalência em doenças crônico-degenerativas e, portanto, utilizam maior número de medicamentos.8

Entretanto, alguns estudos indicam o uso de auxiliares de marcha (muletas, andadores, bengalas) como medidas de prevenção, desde que sejam adaptados e utilizados de forma correta pelo idoso, pois do contrário poderá causar também instabilidade e por consequência a queda. 15

4.2 CONSEQUÊNCIAS DAS QUEDAS PARA O IDOSO E O SISTEMA DE SAÚDE

As quedas estão entre os problemas que mais levam idosos a procurar atendimento nas unidades de urgência e emergência, além de posterior acompanhamento para serviços especializados, como por exemplo, fisioterapia e ortopedia. A fratura está entre as principais lesões decorrentes da queda, sendo os membros inferiores os mais atingidos. Além disso, a queda pode levar a lesões como corte/perfuração/laceração, que também implicarão em cuidados mais intensivos e prolongados ao idoso. 9, 16, 13

A repercussão econômica com serviços hospitalares no SUS para o tratamento de idosos internados por terem sofrido queda aumenta entre os que têm 80 anos ou mais e o período de internação é outro fator também que influencia. Destacam-se os custos se alastram nos casos de fraturas de fêmur.17

Comprovando os altos custos para o sistema de saúde brasileiro, dados coletados em fevereiro de 2019 no Sistema de Informações Hospitalares do Sistema Único de Saúde (SIH/SUS) mostraram que, entre os anos de 2008 e 2018 o número de internações por quedas entre pessoas de 60 à 80 anos ou mais no Estado do Rio de Janeiro chegou ao total de 66.573, gerando um custo total de R$104.147.581,00.5 Nos Estados Unidos, até o ano 2020 os custos anuais diretos e indiretos são previstos para subir para $47.000.000.000 dólares. As lesões cerebrais e lesões aos quadris, pernas, e os pés são os mais fatais e dispendiosos dos ferimentos de queda, representando 78% das fatalidades e 79% dos custos relacionados com a queda.7

Com as quedas associadas ao envelhecimento, o qual reduz a amplitude de movimentos, há diminuição da flexibilidade, da mobilidade no quadril, de joelhos e alterações do equilíbrio. Essas condições resultam em maior possibilidade de quedas, levando o idoso a experienciar sentimentos depreciativos, como medo de caminhar e alterações físicas com impacto negativo à sua qualidade de vida. 16, 14

Diante do envelhecimento é importante a promoção de estilo de vida saudável e ativa a fim de mitigar os efeitos da dependência de outras pessoas pelo idoso. Os enfermeiros da atenção

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básica, em especial, devem estar atentos aos diversos cenários e singularidades onde esses idosos estão inseridos, e motivar ações para o enfrentamento das demandas com a condição da terceira idade.12

Para reduzir a carga na saúde pública, devido ao número crescente de quedas e lesões relacionadas a elas, torna-se imprescindível que sejam introduzidas estratégias eficazes de prevenção. A implementação de programas de prevenção de queda baseada em evidências pode diminuir significativamente a incidência, e os custos relacionados às quedas, bem como melhorar consideravelmente a qualidade de vida de idosos.10

4.3 CONSEQUÊNCIAS DAS QUEDAS PARA O IDOSO E O SISTEMA DE SAÚDE

A educação em saúde se destaca entre as principais estratégias utilizadas para reduzir os índices de queda em idosos, por ser ação dinâmica desenvolvida pelo enfermeiro, o qual utiliza diversas ferramentas que vão desde o diálogo direto até atividades em que o próprio idoso pode construir o material educativo.12

A preocupação com queda pelo idoso pode ser explicada pelo pouco conhecimento sobre o assunto e que a educação em saúde pode reduzir os sentimentos negativos vividos, por essa população. Entretanto, esse sentimento negativo pode ser visto como algo positivo, pois o idoso preocupado em cair tentará eliminar os fatores de risco para queda, além de adotar medidas preventivas para evitar que o evento se concretize.14

A inserção da família nas atividades de educação em saúde é fundamental, para agregar todos os indivíduos que vivem com idoso, no cuidado e atenção para o risco de queda no cotidiano.11 Nesse sentido, a família assume papel fundamental no cuidado ao idoso, já que os maiores índices de queda acontecem, dentro do próprio lar.13

Dentro da perspectiva da atenção integral, é necessário um olhar mais cuidadoso também para com os pés dos idosos por parte da enfermagem. Alteração nos pés que interferia no dia-a-dia, gerando risco para o agravamento de doenças e de restrições à mobilidade, contribuindo para a ocorrência de quedas.18

O enfermeiro pode intervir na promoção da saúde orientando o idoso a locomover-se com cuidado em escadas; usar calçados de sola antiderrapante e sem salto; usar bengalas e outros dispositivos, quando necessário; subir escadas com as mãos livres; ao levantar-se da cama, primeiro ficar sentado com as pernas suspensas e só depois colocar-se em pé; se tiver dor ao se locomover, procurar ajuda dos profissionais de saúde para amenizar o desconforto.9

Promover a atividade social do idoso também é importante para redução dos índices de queda, a boa participação do idoso em atividades sociais pode funcionar como fator protetor para

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quedas.8

Desta forma, observa-se a necessidade da introdução de disciplinas relacionadas à geriatria e à gerontologia, nos cursos de saúde, a fim de preparar o profissional para as peculiaridades que albergam o cuidado ao idoso. 19

5 CONCLUSÃO

Este estudo permitiu a reflexão quanto às quedas em idosos enquanto grave problema da saúde pública contemporânea pois gera altos custos financeiros e psicológicos para a população, tanto no Brasil, quanto em outros países. Enfatizou-se ainda o reconhecimento da queda como circunstância prevenível, identificando fatores de risco, além de conseqüências e formas de enfrentamento do problema pela enfermagem.

Assim, os cuidados de enfermagem desenvolvidos no âmbito da atenção primária tendo em vista a prevenção de quedas na população idosa, devem perpassar as atividades de educação em saúde para conscientização do paciente, seus familiares e/ou cuidadores quanto aos fatores de risco. A efetiva atuação do enfermeiro, enquanto integrante da equipe de saúde na ESF, promovendo a atenção integral ao idoso, inclui ainda a realização de visitas domiciliares, a utilização de instrumentos que auxiliem na identificação de riscos, como a caderneta de saúde da pessoa idosa, e a busca de apoio para abordagens multidisciplinar e intersetoriais.

O enfermeiro é figura determinante no enfrentamento do problema de quedas por idosos, seja na atenção básica ou emergência, esse profissional precisa estar preparado para propor ações de promoção à saúde e redução dos fatores de risco para quedas, além de compartilhar o conhecimento com o idoso e seus familiares que possam minimizar a probabilidade de acidentes e os dados deles decorrentes.

Evidenciam-se ainda limitações nesta temática pela falta da participação do enfermeiro na elaboração de políticas públicas e programas que visem o envelhecimento ativo e, consequentemente a redução do número de quedas em idosos, tendo em vista que o enfermeiro está diretamente relacionado a prestação de serviço à população idosa. Caso haja maior participação será possível a melhora e adaptação da infraestrutura, tanto em locais públicos quanto privados, incentivo governamental aos programas que promovam a socialização do idoso, a alimentação saudável e a prática de exercícios físicos.

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REFERÊNCIAS

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