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2036Capitulo2.Lapponi

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Academic year: 2021

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(1)

Capítulo 2

(2)

A experiência recomenda que receber certa quantia de dinheiro no presente é melhor do que receber essa mesma quantia no futuro.

 Esse bom senso é mais bem exposto com o objetivo de maximização da riqueza do dono do capital, tendo

presente que a remuneração do dinheiro é afetada pelo

prazo, pela inflação e pelo risco associado ao destino dado a esse dinheiro.

 No Capítulo 1 foi mostrado que o verdadeiro custo de uma decisão não é apenas o valor do desembolso e sim o custo de oportunidade do que deve ser abandonado pela conveniência de tomar uma decisão.

 Este capítulo resume conceitos e procedimentos de

Matemática Financeira orientados à avaliação de projetos de investimento considerando que os participantes conhecem com certeza o que ocorrerá no futuro ou que todos se

(3)

Como também foi mostrado no Capítulo 1, a incerteza do fluxo de caixa do projeto não invalida o procedimento de avaliação do projeto com o VPL ou a taxa esperada

considerando uma taxa requerida.

 Nesse caso, a construção do fluxo de caixa é realizada com o valor esperado das estimativas, e com o resultado da

avaliação do projeto se obtém o valor esperado E[VPL] do VPL.

 Sendo este capítulo uma revisão de matemática financeira com exemplos de projetos de investimento, a denominação de taxa efetiva e de taxa requerida, bem como a de série de capitais e fluxo de caixa, são utilizadas como sinônimos.

(4)

 Suponha que você investiu $15.000 por 6 anos com

pagamento anual de juro calculado com a taxa de juro de 8% ao ano, o que gera anualmente $1.200 de juro.

Ao receber o pagamento de juro no final de cada ano, você tem três alternativas:

manter essa quantia sem remuneração,

 investi-la até completar o prazo de 6 anos,  simplesmente consumir os $1.200 cada ano.

 A tabela mostra os resultados das duas primeiras alternativas. Nas duas primeiras colunas foram registrados,

respectivamente, o tempo em anos e os juros anuais recebidos.

(5)

A terceira e a quarta coluna da tabela mostram os efeitos de manter os juros anuais sem remuneração até completar o

prazo de 6 anos, quando serão incorporados ao capital inicial totalizando o resgate final de $22.200, resultado da soma do investimento de $15.000 mais os seis juros acumulados de $7.200.

O procedimento de acumular os juros sem reinvestir é denominado regime de juros simples.

(6)

 As duas últimas colunas da tabela mostram os efeitos de

reinvestir os juros mensais até completar o prazo de 6 anos com a mesma taxa de juro de 8% ao ano.

 A quinta coluna registra para cada ano os juros anuais

acumulados nessa data, por exemplo, no final do primeiro ano o juro recebido de $1.200 é investido na mesma data com a taxa de juro anual de 8%.

 A seguir, no final do segundo ano o juro acumulado é

$2.496, resultado da soma do juro investido no final do primeiro ano, $1.296, mais o juro do segundo ano, $1.200.

A última coluna da tabela registra o futuro para cada ano

considerando a operação como terminada nessa data, por exemplo, o futuro no final do sexto ano é $23.803,11,

resultado da soma do investimento inicial $15.000 mais os juros acumulados, $8.803,11.

 O procedimento de reinvestir os juros é denominado

(7)

 De forma geral, a operação financeira no regime de juros compostos com prazo n, capital inicial P, capital futuro F, e taxa de juro i com período 1/n coincidente com o período de geração de juros 1/n se rege com a equivalência:

 A premissa dessa equivalência é que o capital cresce somente pela geração de juro, pois durante o prazo da operação não há nenhuma entrada nem saída de capital, havendo somente a capitalização do juro no final de cada período durante o prazo n.

O período da taxa de juro i é a do período de geração dos juros, ou do período de capitalizações dos juros.

 Na resolução dos exemplos e problemas de juros compostos o leitor pode utilizar a planilha de Excel Juros Compostos incluída na pasta Capítulo 2, que faz parte do CD-Rom que

(1 )n

(8)
(9)

 Retomemos o investimento de $15.000 pelo prazo de 6 anos com pagamento anual de juro de $1.200 calculado com a taxa de 8% ao ano.

 Dos resultados da tabela, na primeira alternativa de

acumulação dos juros sem remuneração até completar o

prazo de 6 anos, o resgate final é $22.200 e a taxa efetiva de juro dessa operação é 6,75% ao ano, resultado obtido com:

 Reinvestindo os juros anuais de $1.200 até completar o prazo de 6 anos com a mesma taxa de juro de 8% ao ano, o resgate final é $23.803,11 e a taxa efetiva de juro dessa operação é 8% ao ano resultado obtido com:

1/ 6 $22.200 1 0,0675 $15.000        i 1/ 6 $23.803,11 1 0, 080      i

COMENTÁRIO

(10)

 Na terceira alternativa de consumir os juros anuais no final de seis anos será resgatado o valor inicial de $15.000 e a taxa efetiva de juro dessa operação será 0% ao ano.

Como conclusão inicial, a taxa anual de retorno do capital

investido, $15.000, dependerá do destino dado anualmente ao juro de $1.200.

 De outra maneira, para remunerar anualmente o capital investido durante seis anos com a taxa de 8% ao ano, cada juro anual deverá ser reinvestido com a taxa de 8% ao ano até completar o prazo de seis anos.

 Tendo presente que nessa análise o capital $15.000

permaneceu investido, a conclusão final é que para garantir a rentabilidade de 8% ao ano sobre o capital investido durante o prazo de seis anos, tanto os juros anuais quanto o capital inicial devem ser reinvestidos com a mesma taxa de juro de 8% ao ano até completar o prazo de seis anos.

(11)

De forma geral, se durante o prazo da operação financeira com juros compostos forem gerados n juros com taxa variável de juro com período igual ao período de geração dos juros, tem-se:

JUROS COMPOSTOS COM TAXA VARIÁVEL

1 2 1 2 (1 ) (1 ) (1 ) (1 ) (1 ) (1 )                   n n F F P i i i P i i i 1 1 (1 ) (1 )        

n j n j j j F F P i P i

(12)

Perceba que o produto dos n fatores n pode ser representado pela taxa total de juro i igual a:

1 2

1    i (1 i ) (1 i )   (1 in)

1 2

(1 ) (1 ) (1 n) (1 )

F     P i i    i F   P i

Dessa maneira, a equivalência se transforma em:

O período da taxa total de juro i é igual ao prazo da operação, ou igual à soma dos períodos das n taxas de juro. Ou seja, na sua essência, o cálculo de F é realizado com:

(13)

Exemplo 2.10. Do investimento realizado durante três anos foram resgatados $250.000. Calcule o valor investido na data inicial considerando as taxas de juros 13%, 13,5% e 13,9% ao ano no regime de juros compostos.

Solução. O investimento foi $171.136,24 resultado obtido com: 1 2 3 (1 ) (1 ) (1 ) $250.000 $171.136, 24 (1 0,13) (1 0,135) (1 0,139)              F P i i i P

(14)

 A taxa requerida é a taxa mínima de juro que a empresa exige para aceitar um projeto, conhecida também como custo de

oportunidade do projeto.

O projeto é aceito se o capital investido durante certo prazo de análise for recompensado pelo valor do dinheiro no

tempo, a inflação esperada e o risco associado ao destino desse capital.

Esses três fatores medidos como taxas de juro e

adequadamente compostos formam a taxa requerida do projeto.

(15)

 Para compreender a formação básica da taxa requerida do

projeto, inicialmente consideramos um ambiente de certeza e, portanto, livre de inflação e de risco.

Nessa situação, a taxa de juro das operações do mercado de 6% ao ano, por exemplo, é regida pela taxa real livre de risco TRLR que variará com a percepção dos indivíduos sobre as oportunidades de investimento no mercado.

Entretanto, percebendo um aumento do nível dos preços, o investidor exigirá uma taxa de juro maior denominada taxa nominal livre de risco TNLR, por exemplo, 7,5% ao ano sendo 1,5% ao ano a taxa esperada de inflação.

 Por último, se o investidor observar que há incerteza no

retorno a receber, ele também exigirá um prêmio pelo risco a assumir PR, por exemplo, 12% ao ano sendo 4,5% a taxa que representa o prêmio pelo risco.

(16)

Portanto, a expressão da taxa requerida k pode ser formada pela soma da taxa real livre de risco TRLR mais o prêmio pelo risco PR ou pela soma da taxa nominal livre de risco TNLR mais o prêmio pelo risco PR.

A primeira parcela das duas expressões de taxa requerida é comum a todos os projetos, enquanto que a segunda parcela do risco é própria de cada projeto. Além disso, a diferença entre as duas expressões é a inclusão de inflação esperada na taxa nominal livre de risco TNLR. Nos dois casos é utilizado o mesmo símbolo k para a taxa

requerida.

 

 

k TRLR PR k TNLR PR

(17)

Como a primeira expressão da taxa requerida não considera a

inflação esperada, essa taxa deve ser utilizada para avaliar o fluxo de caixa do projeto construído em moeda constante,

cujas estimativas monetárias não incluem a correção futura dos preços devido à inflação, sendo as variações dos retornos

provenientes somente do ciclo do produto e das reações esperadas do mercado.

 Nesse caso, a taxa requerida utilizada na avaliação do

projeto será do tipo real ajustada ao risco do projeto

k=TRLR+PR.

De forma equivalente, como a segunda expressão da taxa

requerida considera a inflação esperada, essa taxa deve ser

utilizada para avaliar o fluxo de caixa do projeto construído em moeda corrente, cujas estimativas monetárias incluem a

correção futura dos preços devido à inflação e as variações dos retornos provenientes do ciclo do produto e das reações

esperadas do mercado.

(18)

 Para um mesmo nível de risco do projeto, a diferença entre as

duas expressões de taxa requerida é a inflação incluída na taxa nominal livre de risco.

 Dessa maneira, a taxa requerida do projeto também se pode

expressar pela taxa de inflação j e a taxa real  ajustada ao risco do projeto e compostas:

Nessa expressão, a taxa requerida k é o resultado da

composição da taxa de inflação j e da taxa real ajustada ao risco do projeto , as três taxas têm o mesmo período.

 Resumindo, sendo as estimativas do projeto realizadas em

moeda constante, a taxa requerida será a própria taxa real ajustada ao risco do projeto, ou k=.

Nos dois casos, é utilizado o mesmo símbolo k para a taxa

requerida que pode ou não incluir a estimativa de inflação.

(1 ) (1 ) 1      

(19)
(20)

 Da forma como foi estabelecida uma relação de equivalência

entre dois capitais, também se estabelece uma relação de

equivalência entre um único capital e o fluxo de caixa ou série de capitais da mesma operação financeira, por exemplo, os

retornos periódicos de um projeto e seu presente na data inicial.

 Nesse caso, também se conhece com certeza o que vai

acontecer no futuro e não há oportunidades de arbitragem.

O fluxo uniforme 2.3 é formado de n capitais uniformes A.

Seu presente P na data zero e a taxa de juro i com período igual à periodicidade dos capitais representa a operação denominada amortização.

A característica importante dessa operação é que P ocorre um

período antes do primeiro capital da série denominada

PRESENTE DO

(21)

0 1 2 3 n-1 n A A A A A i P 1 2 (1 ) (1 ) (1 ) 1 (1 )                    n n P A i A i A i i P A i

(22)

Exemplo 2.14. A economia anual proveniente da automação de uma parte do processo foi estimada em $12.500 por ano. Considerando o prazo de análise do projeto de cinco anos e a taxa requerida de 14% ao ano, determine o valor do projeto.  Solução. O valor do projeto é $42.913,51, resultado obtido

com:

 Esse resultado também se obtém com as teclas financeiras da calculadora financeira HP-12C. [f] [FIN] 12500 [PMT] 5 [n] 14 [i] [PV]  42.913,51 5 1 (1 ) 1 (1 0,14) $12.500 $42.913,51 0,14            n i P A i P

(23)

Como conclusão importante, considerando a taxa de juro de 14% ao ano, o presente $42.913,51 na data zero é equivalente ao fluxo de cinco capitais postecipados distribuídos

anualmente no prazo de análise do projeto do Exemplo 2.14 e, vice-versa, os cinco capitais da série são equivalentes a um único capital $42.913,51 na data zero.

Aplicando conceitos apresentados no Capítulo 1, para o

projeto do Exemplo 2.14 criar valor para a empresa o custo inicial do investimento deverá ser menor do que o presente da economia anual, $42.913,51, gerado durante os cinco anos de prazo de análise.

 O valor criado pelo projeto será igual ao resultado da diferença ($42.913,51I), sendo I o custo inicial do projeto.

 Por exemplo, se o custo inicial for $34.500, a aceitação do projeto gerará o valor de $8.413,51 para a empresa.

(24)
(25)

Exemplo 2.17. O investimento de $100.000 gerará três retornos anuais iguais e seguidos estimados em $43.440. Calcule a taxa esperada i do investimento.

Solução. Como não é possível obter a taxa esperada i de forma analítica, é utilizado um procedimento de tentativa e erro. Substituindo os dados do investimento na expressão de P, sendo i* a taxa esperada desconhecida:

O objetivo é encontrar a taxa esperada i* tal que o resultado do segundo membro seja igual a $100.000.

12 1 (1 0,0115) $1.950 0,0115 $21.740,82 P P      

(26)

No procedimento de tentativa e erro se começa por definir uma taxa de juro inicial que será testada. Por exemplo, com i*=12%, obtém-se P=$104.335,5503, resultado obtido com:

Como o resultado é maior do que $100.000, a nova tentativa deve ser realizada com um valor de taxa maior.

Por exemplo, testando a taxa de juro i*=14%, obtém-se o novo presente $100.851,6953, registrado na tabela

seguinte.

 Como o resultado continua sendo maior do que $100.000, será necessário testar uma taxa de juro maior. Por

exemplo, com i*=16%, obtém-se P=$97.561,4416.

 Os resultados dessas duas tentativas mostram que a taxa de juro se encontra entre 14% e 16%, mais próximo de 14% do que de 16%. 3 1 (1 0,12) $43.440 $104.335,5503 0,12     

(27)

 Realizando uma interpolação linear entre as taxas 14% e 16%, obtém-se a taxa esperada de 14,52% ao ano, um resultado aproximado obtido com:

Diminuindo o intervalo dos valores de i*, será possível se aproximar do resultado exato i=14,5069%, obtido com a calculadora financeira HP-12C. [f] [FIN] 43440 [CHS] [PMT] 100000 [PV] 3 [n] [i]  14,5069% $100.851, 69 $100.000 14% 2% 14,517% $100.851,69 $97.561, 44     

(28)
(29)

 Os financiamentos são utilizados na compra de uma casa, de um carro, de eletrodomésticos, de roupas etc. como também para realizar uma viagem, fazer um curso, assegurar um carro etc.

 Os financiamentos de médio e longo prazo são definidos numa planilha com a periodicidade dos pagamentos,

registrando o juro, a devolução parcial do valor financiado (denominado amortização) e o saldo devedor na data de

pagamento de cada parcela, ou prestação, recebendo o nome de Plano de Financiamento.

 Na preparação de um plano de financiamento há duas regras que orientam e facilitam a construção de sua planilha.

(30)

 A primeira regra estabelece que cada prestação do plano se refere a um determinado período de tempo. Por exemplo, um mês, um trimestre, um ano etc. e o valor de cada prestação PR do plano é o resultado da soma da amortização AM mais o juro J do período a que se refere a prestação: PR = AM + J.  A segunda regra estabelece que a uma determinada taxa de

juro, o juro de cada prestação é sempre calculado sobre o

saldo devedor do financiamento no início do período a que se refere a prestação, por exemplo, o juro da primeira prestação é calculado sobre o valor financiado na data zero do plano.  Por último, adiciona-se uma condição de estrutura do plano

de financiamento. Por exemplo, o plano de prestação

constante, de amortização constante, com prestação variável com gradiente linear etc.

(31)

Exemplo 2.19. Foram financiados $100.000 que serão

devolvidos em três prestações anuais. Considerando a taxa de juro de 14% ao ano, construa o plano de financiamento: 1) com prestações constantes postecipadas, e 2) com

amortização variável de $20.000, $30.000 e $50.000.

Solução. No primeiro caso, as três prestações constantes e postecipadas são iguais a $43.073,15, resultado obtido com a calculadora financeira HP-12C, e os restantes resultados

estão registrados na tabela. Essa tabela foi construída

aplicando as duas regras descritas e a estrutura de prestação constante do plano.

(32)

 Na prestação de $43.073,15 do final do primeiro ano está

incluído o pagamento do juro $14.000 sobre o financiamento $100.000 considerando a taxa de juro de 14% ao ano, sendo que a outra parte da prestação, $29.073,15, amortiza o

financiamento resultando no saldo devedor de $70.926,85.  No pagamento da prestação $43.073,15 no final do segundo

ano está incluído o pagamento do juro de $9.929,76 sobre o saldo devedor $70.926,85, sendo que a outra parte,

$33.143,39, amortiza o valor financiado resultando no saldo devedor $37.783,46.

 Por último, na terceira e última prestação, de $43.073,15, está incluído o pagamento do juro $5.289,68 sobre o saldo

devedor $37.783,46 e é completada a devolução do

(33)

 O segundo plano com as três amortizações variáveis de

$20.000, $30.000 e $50.000 e os restantes resultados estão registrados na tabela a seguir.

 A prestação de $34.000 do final do primeiro ano é formada do

pagamento do juro de $14.000 sobre o financiamento de $100.000 mais a amortização de $20.000 do financiamento, resultando no saldo devedor $80.000.

 A segunda prestação de $41.200 no final do segundo ano é

formada do pagamento do juro de $11.200 sobre o saldo

devedor $80.000 mais a amortização de $30.000, resultando no saldo devedor $50.000.

 No final do terceiro ano, o pagamento da prestação de $57.000

(34)

 Os resultados dos dois planos de financiamento do Exemplo 2.19 mostram que depois do pagamento de uma prestação honrada no seu valor, na data e no mesmo dia, o juro do período é zerado e o saldo devedor é igual à parte do financiamento ainda não amortizada.

Ao mesmo tempo, o valor de cada prestação deve ser igual ou maior do que o juro devido nessa data, pois nenhuma

prestação do plano de financiamento pode ser menor do que o juro calculado sobre o saldo devedor no início do período ao que se refere à prestação.

 Essas conclusões se aplicam a qualquer plano de

financiamento, seja com periodicidade uniforme ou variável.  No plano de financiamento com prestações constantes, os

resultados da amortização e do saldo devedor de cada

(35)

 O projeto é aceito se o presente dos futuros retornos for maior do que o custo inicial, considerando certa taxa

requerida. De outra maneira, se o VPL for maior do que zero o projeto deve ser aceito, pois o capital será recuperado,

remunerado com a taxa requerida e o projeto ainda criará valor.

Se o VPL for igual a zero, o capital será recuperado e

remunerado com a taxa requerida, no entanto, não criará nem destruirá valor.

 O Exemplo 2.21 mostra os resultados internos do juro, da amortização do custo inicial e do saldo do projeto quando o VPL é igual a zero ou, de forma equivalente, resultados

obtidos com a taxa esperada do projeto.

(36)

Exemplo 2.21. O projeto com prazo de análise de três anos e custo inicial de $100.000 gerará três retornos anuais de

$43.073,15. Analise a formação interna dos três retornos considerando a taxa esperada do projeto que deverá ser determinada.

Solução. A taxa esperada do projeto é 14% ao ano, resultado obtido com a calculadora financeira HP-12C. Como regra, cada retorno anual do projeto deve ser suficiente para

remunerar o saldo do projeto e amortizar parte do custo

inicial igual a $100.000 com sinal negativo para identificar o desembolso inicial.

(37)

 O retorno $43.073,15 no final do primeiro ano remunera o juro $14.000 calculado com a taxa esperada de 14% ao ano sobre o capital inicial $100.000, e a parcela restante

$29.073,15 amortiza parte do custo inicial reduzindo o saldo do projeto para $70.926,85.

O retorno $43.073,15 no final do segundo ano remunera o juro $9.929,76, calculado sobre o saldo do projeto

$70.926,85, e a parcela restante, $33.143,39, amortiza parte do custo inicial reduzindo o saldo do projeto para

$37.783,46.

 De forma equivalente, o retorno $43.073,15 no final do terceiro ano remunera o juro $5.289,68, calculado sobre o

saldo do projeto $37.783,46, e a parcela restante, $37.783,46, amortiza o restante do custo inicial reduzindo o saldo do

(38)

 Os resultados numéricos da tabela do financiamento do Exemplo 2.19 com o plano de prestações constantes e do projeto do Exemplo 2.21 são iguais.

A diferença está no significado de cada parcela interna e no ponto de vista, de financiamento e de investimento.

A tabela das parcelas internas dos retornos será utilizada na análise do reinvestimento dos retornos do projeto e no

significado da taxa interna de retorno apresentado no Capítulo 6 do livro.

(39)

 No Comentário dos Juros Compostos baseado no

investimento da tabela da Figura 2.2 deste capítulo foi mostrado que a taxa anual de retorno do capital investido depende do destino dado ao juro gerado anualmente.

 A conclusão final é que para garantir a rentabilidade de 8% ao ano sobre o capital investido durante o prazo de

seis anos, tanto os juros anuais como o capital inicial deve ser reinvestido com a mesma taxa de juro de 8% ao ano até completar o prazo de seis anos.

 No caso do projeto do Exemplo 2.21, o investimento de

$100.000 realizado na data inicial e os três retornos anuais e diferentes definem a taxa esperada do projeto de 14% ao ano.

COMENTÁRIO

(40)

 Ao receber o retorno de cada ano a empresa poderá manter cada retorno sem remuneração, investi-lo até completar o prazo de três anos ou consumir cada um dos três retornos com taxa periódica de rentabilidade do capital inicial

diferente.

Tendo presente que cada retorno anual do projeto é suficiente para remunerar o saldo do projeto e amortizar parte do

investimento, para garantir que a rentabilidade do capital investido seja a taxa esperada do projeto durante o prazo de três anos, os retornos do projeto deverão ser reinvestidos com a mesma taxa esperada até completar o prazo de três anos.

(41)

 Removendo a característica de uniformidade do valor dos retornos, tem-se o fluxo variável.

 Começamos com a equivalência do presente do fluxo variável na data zero cujo procedimento de cálculo e as

conclusões obtidas se aplicam a qualquer tipo de fluxo, pois os fluxos apresentados até este momento estão incluídos no fluxo variável.

(42)

Exemplo 2.26. O fluxo dos cinco retornos do projeto está registrado na tabela a seguir. Calcule o presente dos retornos na data zero com a taxa requerida de 14% ao ano.

Solução. O presente P dos retornos na data zero é $12.003,37:

Com procedimento cash-flow da calculadora HP-12C. [f] [REG] 0 [g] [CFo] 3000 [g] [CFj] 4000 [g] [CFj] 4000 [g] [CFj] 3000 [g] [CFj] 3500 [g] [CFj]   1   2   5 1 2 5 1 2 3 4 5 1 1 1 $3.000 1,14 $4.000 1,14 $4.000 1,14 $3.000 1,14 $3.500 1,14 $12.003,3663                               P A i A i A i P

(43)
(44)

Exemplo 2.31. Devido às interrupções de produção

provocadas pela falha do sistema de ar condicionado, foi preparado o projeto de substituição do compressor de refrigeração por um modelo mais moderno que também gerará economias de energia e redução do custo de

manutenção. O fluxo de caixa do projeto incluindo o custo inicial para compra e instalação do compressor na data zero e as economias anuais geradas durante cinco anos estão

registrados na tabela s seguir. Verifique se esse projeto deve ser aceito considerando a taxa requerida de 12% ao ano.

(45)

Solução. Nesse projeto, a periodicidade dos capitais é anual e o período da taxa de juro é anual. A soma dos presentes dos cinco retornos é $12.576,56, resultado obtido com:

 Como o presente dos cinco retornos anuais na taxa requerida de juro de 12% ao ano, $12.576,56, é maior que o custo

inicial, $10.000, o projeto deve ser aceito.

  1   2   5 1 2 5 1 2 3 4 5 1 1 1 $4.000 1,12 $4.000 1,12 $3.500 1,12 $3.000 1,12 $2.500 1,12 $12.576,56                               P A i A i A i P P

(46)

Exemplo 2.32. Repita o Exemplo 2.31 utilizando o VPL.

Solução. O VPL do investimento é $2.576,56, resultado obtido com:

O VPL com o procedimento cash-flow da calculadora HP12C. [f] [REG] 10000 [CHS] [g] [CFo] 4000 [g] [CFj] 4000 [g] [CFj] 3500 [g] [CFj] 3000 [g] [CFj] 2500 [g] [CFj] 12 [i] [f] [NPV]  2.576,5563                 1 2 5 0 1 2 5 1 2 3 4 3 1 1 1 $10.000 $4.000 1 0,12 $4.000 1 0,12 $3.500 1 0,12 $3.000 1 0,12 $2.500 1 0,12 $2.576,5563                                        VPL A A i A i A i VPL VPL

(47)
(48)

O procedimento de cálculo do VPL de um projeto é o mesmo que o do presente de uma série, apenas que o VPL identifica que o fluxo de caixa tem um capital na data zero, em geral um desembolso.

 Mostraremos que a diminuição da taxa requerida aumenta o VPL do projeto e, vice-versa, o aumento da taxa requerida diminui o VPL.

Essa constatação prepara a definição e o procedimento de determinação da taxa interna de retorno do projeto.

(49)

Exemplo 2.33. O fluxo de caixa do projeto está registrado na tabela seguinte. Construa a tabela do VPL em função da taxa requerida de juro de 0% a 40% ano, com intervalo de 5%.

Solução. Na construção da tabela do VPL em função da taxa de juro i é utilizada a expressão do VPL incluindo o fluxo de caixa do projeto e a taxa de juro i como variável

independente.               1 2 3 4 5 6 7 $10.000 $1.500 1 $2.000 1 $3.000 1 $3.500 1 $4.500 1 $5.000 1 $6.000 1                                VPL i i i i i i i

(50)

Substituindo os diversos valores de taxa requerida nessa expressão, obtém-se a seguinte tabela.

A análise dos resultados da tabela mostra que a taxa de juro tem forte influência no VPL do projeto, pois o VPL muda de sinal de positivo para negativo no intervalo de 20 e 25% onde há um valor de taxa de juro que anula o VPL.

 Relacionando com o apresentado no Capítulo 1 e repetido neste capítulo, a taxa efetiva que anula o VPL é a taxa

esperada do projeto que também se denomina taxa interna de retorno ou TIR cujo valor se encontra no intervalo de 20% a 25%, mais próxima de 25% que de 20%.

O gráfico Perfil do VPL mostra a relação entre o VPL do projeto e a taxa de juro já antecipada na tabela anterior.

(51)
(52)

O projeto do Exemplo 2.33 é denominado simples porque o

VPL diminui com o aumento da taxa requerida.

O perfil do VPL desse tipo de projeto é sempre decrescente e

há características dessa curva que interessa destacar.

Por exemplo, para a taxa requerida igual a zero o VPL é

igual a $15.500, resultado da soma algébrica do custo inicial e dos retornos do projeto.

Aumentando a taxa requerida, há um valor de taxa que

anula o VPL sendo denominada taxa interna de retorno

TIR, tema desta parte do capítulo que é abordado com mais

detalhe no Capítulo 5 do livro.

Continuando a aumentar a taxa requerida, o VPL do

projeto tende ao valor do investimento inicial, pois o VPL é uma função decrescente da taxa requerida.

É importante que seja verificado esse tipo de perfil de VPL

por dois motivos. Primeiro, porque identifica o projeto do tipo simples com uma única mudança de sinal e, segundo, garante

(53)

Para garantir que o projeto crie valor para a empresa a condição de que a TIR seja maior que a taxa requerida é necessária, porém, não suficiente.

 Porque para assegurar que a taxa de rentabilidade periódica do investimento seja a própria TIR, durante o prazo de

análise do projeto será necessário reinvestir todos os retornos gerados pelo projeto em outros projetos com a mesma TIR. No projeto do tipo simples a TIR é a taxa efetiva de juro do

fluxo de caixa e, conseqüentemente, a soma de todos os capitais de seu fluxo de caixa na data zero é sempre igual a zero, propriedade importante e útil.

 Como essa propriedade pode ser estendida para qualquer data do fluxo de caixa do projeto, considerando a TIR a soma de todos os capitais em qualquer data do fluxo de caixa é

(54)

O procedimento de cálculo da TIR se fundamenta na sua

própria definição, a taxa de juro que anula o VPL do fluxo de caixa. Portanto, partindo do VPL:

Impondo a condição VPL=0, obtém-se a TIR procurada:

A taxa de juro que anula o VPL é um ponto de reversão da decisão de investimento, pois para valores de taxa requerida maiores do que a TIR o VPL do projeto do tipo simples é negativo e o projeto não deve ser aceito.

Entretanto, sendo a taxa requerida menor do que a TIR o VPL do projeto é positivo e o projeto deve ser aceito.

CÁLCULO DA TIR

1

2

0 1 1 2 1 1 n n VPLAA  i   A  i    A  i    1   2   0 1 1 2 1 1 0            n   n  

(55)

A determinação da TIR de um fluxo de caixa com n capitais é o cálculo das raízes de um polinômio de grau n.

Para n=2 o procedimento é bastante trabalhoso porque se obtém duas soluções das quais apenas uma solução

interessa e para n=3 é ainda mais trabalhoso.

Para uma série com n > 4 foi demonstrado que não é

possível expressar por meio de uma fórmula as raízes de uma equação de grau superior ao quarto quando os

coeficientes do polinômio são arbitrários.

Dessa maneira, para calcular a TIR é utilizado um

procedimento de tentativa como o do Exemplo 2.17 deste capítulo, ou um procedimento automático de tentativa e erro como o da calculadora financeira HP-12C ou da função

(56)

A desvantagem maior de um procedimento de tentativa e erro é a demora

para alcançar o resultado desejado com uma determinada tolerância predefinida.

O procedimento de tentativa e erro denominado método de

Newton-Raphson consegue em poucas tentativas alcançar o resultado desejado com a tolerância predefinida.

(57)

Para calcular a TIR também é utilizado um procedimento

automático de tentativa e erro como o da calculadora financeira HP-12C ou da função financeira TIR do Excel. Continuando com o projeto do Exemplo 2.33, o resultado exato da TIR igual a 23,40% utilizando o procedimento de cálculo do VPL, exceto a última instrução: [f] [REG] 10000 [CHS] [g] [CFo] 1500 [g] [CFj] 2000 [g] [CFj] 3000 [g] [CFj] 3500 [g] [CFj] 4500 [g] [CFj] 5000 [g] [CFj] 6000 [g] [CFj] [f] [IRR]  23,40%

Com a função financeira TIR do Excel, registrando numa

célula vazia de qualquer planilha do Excel a fórmula matricial =TIR({10;1,5;2;3;3,5;4,5;5;6};0,1) obtém-se a TIR do projeto igual a 23,40%. Verifique que, depois de dividir por 1.000 os valores dos capitais, o fluxo de caixa desse projeto está

(58)
(59)

A seguir são registradas algumas conclusões importantes dos

temas expostos que são dirigidas para a avaliação de projetos. No resultado do VPL do projeto há a premissa implícita de reinvestimento dos retornos do fluxo de caixa com a taxa requerida. Multiplicando e dividindo parte da expressão do

VPL por (1+i)n e depois de simplificar a expressão obtém-se a

segunda expressão:

 O resultado do numerador da segunda parcela é a soma dos

futuros dos retornos no final do prazo de análise do projeto, o que põe em evidência a premissa implícita de reinvestimento dos retornos do projeto com a taxa requerida. Essa premissa explícita transcende o âmbito teórico, pois tem conseqüências práticas na avaliação de projetos de investimento como se

COMENTÁRIO

     

1 2

0 1 2 1 2 1 2 0 (1 ) 1 1 1 (1 ) (1 ) (1 ) (1 )                                  n n n n n n n n i VPL A A i A i A i i A i A i A VPL A i

(60)

 Depois de aceitar o projeto e durante seu prazo de análise os gerentes se empenharão para que as estimativas desse projeto se tornem realidade e se obtenha o VPL estimado.

Comprometer-se para que as estimativas se cumpram é uma condição necessária, porém, não é suficiente porque será necessário reinvestir todos os retornos gerados pelo projeto em outros projetos com a mesma taxa requerida.

Portanto, os gerentes deverão procurar novos projetos para reinvestir os retornos gerados pelo projeto anteriormente

aceito com a mesma taxa requerida e assim garantir a criação de valor estimado na aceitação desse projeto.

(61)

 Depois de analisar o significado do resultado monetário do VPL, agora é a vez de analisar o significado da taxa TIR quanto à rentabilidade do capital investido.

Uma explicação foi obtida na conclusão do Comentário da Análise do Fluxo de Caixa do Projeto deste capítulo quando foi mostrado que para garantir que a rentabilidade do capital investido seja a taxa esperada do projeto durante o prazo de três anos, os retornos do projeto deverão ser reinvestidos com a mesma taxa esperada até completar o prazo de três anos.  Outra explicação é obtida a partir da premissa implícita do

VPL como se pode ver no Capítulo 5 e a seguir também em um resumo.

Como a TIR é a taxa requerida que anula o VPL do projeto, para garantir o VPL nulo durante o prazo de análise do

projeto será necessário reinvestir todos os retornos gerados pelo projeto em outros projetos com a mesma TIR.

(62)

 Se os retornos anuais forem remunerados com uma taxa menor do que a taxa esperada ou TIR, então o capital

investido também será remunerado com uma taxa menor do que a TIR.

 De forma equivalente, se os retornos anuais forem

remunerados com uma taxa maior do que a TIR, então o capital investido também será remunerado com uma taxa maior do que a TIR.

 Portanto, para garantir que a rentabilidade do capital

investido seja a TIR durante o prazo de análise, os retornos do projeto deverão ser reinvestidos até completar o prazo de análise com a mesma TIR.

(63)

 Como um resumo, e antecipando outros métodos de avaliação de projetos, para garantir o VPL os retornos

deverão ser reinvestidos durante o prazo do projeto com a mesma taxa requerida utilizada para calcular o VPL.

 Para garantir que a rentabilidade periódica do capital

investido seja a própria TIR do projeto os retornos deverão ser reinvestidos durante o prazo do projeto com a mesma TIR.

 Como nem sempre será possível reinvestir os retornos do projeto com a taxa requerida desejada, o valor presente líquido integral VPLI apresentado no Capítulo 4 avalia o projeto considerando uma taxa de reinvestimento diferente.  Da mesma maneira, a taxa interna de retorno integral TIRI

apresentada no Capítulo 5 avalia o projeto considerando uma taxa de reinvestimento diferente.

(64)

Antes de avaliar com a TIR se deve verificar se o projeto é do tipo simples, pois essa condição garante a existência de uma única TIR, por exemplo, como o projeto do tipo (, +, +, ..., +) do Exemplo 2.33, ou do tipo (,...,, +, ..., +) do projeto do Exemplo 4.7 do Capítulo 4 com mais de um desembolso seguido a partir da data zero.

Se o fluxo de caixa do projeto apresentar mais de uma

mudança de sinal do tipo (, +, , +, ..., +) do Exemplo 2.36 o projeto poderá ter mais de uma TIR.

 A seguir é mostrado como determinar a existência e o

número TIR´s começando pela determinação da TIR de um projeto simples aplicando o procedimento analítico.

(65)

Exemplo 2.35. Determine a TIR do fluxo de caixa registrado na tabela.

Solução. Considerando que a TIR zera o VPL do fluxo de caixa, pode-se registrar a seguinte expressão:

1 2 0 1 2 0 (1 ) (1 )       A A A TIR TIR 2 0 1 2 2 (1 ) (1 ) 0 1.000 (1 ) 1.100 (1 ) 260 0               A TIR A TIR A TIR TIR 1 2 0,30 1, 20    TIR TIR

(66)

 As duas raízes são soluções matemáticas da equação de segundo grau, entretanto, como solução financeira deve-se aceitar somente a TIR1=30%. A TIR2=120% não é solução financeira, pois é menor do que 100%, como mostrado no início deste capítulo.

O perfil de o VPL mostra a existência de uma única TIR maior do que 100%.

(67)

Exemplo 2.36. Determine a TIR do fluxo de caixa registrado na tabela.

Solução. Aplicando o procedimento de resolução do Exemplo 2.35 tem-se: 1 2 2 $2.550 $1.610 $1.000 0 (1 ) (1 ) 1.000 (1 ) 2.550 (1 ) 1.610 0              TIR TIR TIR TIR 1 2 15% 40%   TIR TIR

(68)

Seja o fluxo de caixa com pelo menos um capital com sinal diferente dos restantes capitais.

Multiplicando os dois membros por (1+TIR)n se obtém o

polinômio P(1+TIR)=0:

DETECÇÃO DE MAIS DE UMA TIR

1 2 0 2 0 1 (1 ) (1 )          n n A A A A

TIR TIR TIR

1 2

0  (1 )n  1 (1 )n  2  (1 )n   n  0

(69)

Nesse polinômio P(1+TIR)=0 de grau n:

 Os coeficientes do polinômio são números reais, positivos ou negativos.

O polinômio tem n raízes de (1+TIR) que podem ser reais ou complexas. Como em matemática financeira deve-se atender à condição TIR > 1, ou de forma equivalente (1+TIR) > 0, se deduz que desse polinômio interessam somente as raízes reais e positivas.

O projeto do Exemplo 2.35 tem duas raízes reais (1+TIR1)=1,30 e (1+TIR2)=-0,20, porém, apenas a primeira é uma raiz real e positiva.

 O projeto do Exemplo 2.36 tem duas raízes reais e positivas (1+TIR1)=1,15 e (1+TIR2)=1,40.

(70)

Como foi antecipado, antes de calcular a TIR deve-se verificar se o projeto é do tipo simples com uma única

mudança de sinal, pois garante a existência de uma única TIR maior do que 100%.

De outra maneira, antes de calcular a TIR deve-se verificar se o polinômio que representa o projeto tem mais de uma

solução real e positiva.

A regra dos sinais de Descartes aplicada ao fluxo de caixa do projeto ajuda a determinar o número possível de TIR’s, pois em um fluxo de caixa com coeficientes reais, o número de raízes (1+TIR) reais e positivas não é maior do que o número de mudanças de sinal dos capitais do fluxo de caixa e, se for menor, o será de um número par.

(71)

Aplicando a regra de Descartes, o fluxo de caixa do Exemplo 2.35 tem uma mudança de sinal (-, +, +) e pela regra dos

sinais há no máximo uma TIR que cumpre com a condição (1+TIR) > 0.

 Da mesma forma, o fluxo de caixa do Exemplo 2.36 tem duas mudanças de sinal (-, +, -) e, pela regra dos sinais, há duas TIR’s ou nenhuma TIR maior do que -100%.

 Com a regra dos sinais de Descartes se consegue determinar o número possível de TIR´s maiores que -100%, no entanto, não se consegue determinar quantas são, pois a quantidade de mudanças de sinal dos capitais nem sempre garante a

(72)

De forma complementar, a regra de Norstrom é um

procedimento útil para detectar a existência de uma única TIR real e positiva, ou TIR  0.

 Para aplicar essa regra, primeiro se constrói a tabela seguinte para o fluxo de caixa de n capitais registrados nas duas

primeiras colunas da tabela.

 Depois, em cada linha da terceira coluna são registradas as somas algébricas S dos capitais do fluxo de caixa da data

(73)

O fluxo de caixa do projeto terá uma única TIR real e

positiva, TIR  0, se forem atendidas simultaneamente as três seguintes condições:

O custo inicial do fluxo de caixa A0 deve ser negativo, S0<0.

A soma dos capitais Sn no final do prazo de análise n deve ser positivo, Sn>0.

O fluxo das somas S deve ter uma única mudança de sinal.

(74)

Exemplo 2.37. Verifique se os projetos dos Exemplos 2.35 e 2.36 têm uma única TIR positiva utilizando a regra de

Norstrom.

Solução. As duas primeiras colunas das duas tabelas

seguintes registram o fluxo de caixa do projeto indicado, e a terceira coluna as somas algébricas S dos capitais do fluxo de caixa da data inicial zero até o período em que a soma está sendo realizada.

(75)

A série de somas do projeto do Exemplo 2.35 mostra que o fluxo de caixa desse projeto tem uma única TIR real e

positiva.

 Foram atendidas simultaneamente as três condições da regra de Norstrom, o capital inicial do fluxo de caixa é negativo $1.000, a soma dos capitais no final do terceiro ano é positiva e igual a $360, e a série de somas tem uma única mudança de sinal.

 Da mesma maneira, a série de somas do projeto do Exemplo 2.36 não tem uma única TIR real e positiva, pois não foram atendidas as duas últimas condições da regra de Norstrom.

(76)

Nossos antepassados acreditavam que prever o futuro era tarefa

reservada aos deuses.

 Com o lento transcorrer do tempo, a contínua observação e a

experiência acumulada foram mostrando que alguns eventos podiam ser previstos devido a sua regularidade de ocorrência, por exemplo, o dia e a noite, ciclos de calor e frio, fases da lua, movimentos do mar etc. dando origem a grandes avanços na agricultura, na navegação e outros.

 De vez em quando alguma dessas regularidades era

interrompida, porém, depois retomava seu curso conhecido,

mostrando que a regularidade não devia ser aceita como certeza absoluta.

 O desvio dessas regularidades deve ter alertado que os

resultados esperados dependiam também de outros fatores, por exemplo, o resultado da colheita na agricultura depende do tipo da terra de cultivo, da qualidade das sementes, da habilidade do agricultor, da demanda e da oferta do produto, da concorrência dos agricultores vizinhos e depois de outras cidades, outros

(77)

Citando Peter Bernstein “... A idéia revolucionária que define a

fronteira entre os tempos modernos e o passado é o domínio do risco: a noção de que o futuro é mais do que um capricho dos deuses e de que os homens e mulheres não são passivos ante a natureza. Até os seres humanos descobrirem como transpor essa fronteira, o futuro era um espelho do passado ou do domínio

obscuro de oráculos e adivinhos que detinham o monopólio sobre o conhecimento dos eventos previstos.... Ao mostrar ao mundo como compreender o risco, medi-lo e avaliar suas

conseqüências, (um grupo de pensadores cuja visão notável

revelou como pôr o futuro a serviço do presente) converteram o ato de correr riscos em um dos principais catalisadores que

impelem a sociedade ocidental moderna... Ao definir um processo racional de enfrentar riscos, esses inovadores

forneceram o ingrediente faltante que impeliu a ciência e as

empresas ao mundo da velocidade, do poder, das comunicações instantâneas e das finanças complexas, típicos de nossa

(78)

De forma geral, um resultado é incerto se pode ser diferente do esperado. Por exemplo, na prática, os retornos realizados do projeto podem ser diferentes dos retornos esperados

utilizados na avaliação.

Por conseguinte, a incerteza está relacionada com o desvio do fluxo de caixa esperado do projeto, seja favorável ou desfavorável.

 Na análise qualitativa da incerteza dos retornos do projeto:  Os retornos maiores que os esperados são bem recebidos

porque o valor presente líquido VPL também será maior que o esperado.

 Entretanto, os retornos menores que os esperados não são bem recebidos porque o VPL será menor que o esperado.  É por isso que os gerentes se preocupam com o desvio

desfavorável da incerteza, com a possibilidade de o retorno realizado ser menor que o esperado.

(79)

 A incerteza dos retornos do fluxo de caixa provoca a

incerteza do VPL do projeto, manifestado na variabilidade dos resultados do VPL ao redor de seu valor esperado.

A variação favorável que aumenta o VPL esperado não incomoda. No entanto, a variação desfavorável preocupa porque o VPL do projeto será menor do que o esperado, podendo até ser negativo.

Assim sendo, a incerteza de não conseguir o VPL esperado é o que qualifica o projeto como arriscado, mas se o VPL

esperado for alcançado e superado a incerteza dos resultados não torna o projeto arriscado.

Portanto, na avaliação do projeto se inclui a análise e a medição do risco do desvio adverso do VPL ou da TIR. O procedimento de cálculo do VPL apresentado neste

(80)

 Como vimos anteriormente, na avaliação do fluxo de caixa incerto o procedimento de cálculo do VPL pode ser mantido considerando as estimativas do projeto como variáveis

aleatórias definidas por uma distribuição de probabilidades com valor esperado e desvio-padrão.

Dessas estimativas aleatórias anuais obtêm-se os retornos aleatórios anuais do fluxo de caixa identificados por uma distribuição de probabilidades com valor esperado e desvio- padrão correspondentes.

Dos retornos aleatórios anuais e da equação do VPL obtém-se a nova variável aleatória VPL identificada por uma

distribuição de probabilidades com valor esperado e desvio- padrão correspondentes, medidas utilizadas na decisão de investimento.

(81)

 Com a inclusão de uma medida de risco a avaliação do projeto adquire maior significado, pois se determina a

probabilidade do VPL ser positivo, maior ou menor do que um determinado valor etc.

No método de avaliação, o VPL esperado positivo orienta a aceitar o projeto e, ao mesmo tempo, a probabilidade de que isso ocorra aumenta a compreensão da avaliação.

Sendo a inclusão de uma medida de risco atraente para aumentar a compreensão da avaliação do projeto, é

apresentada, a seguir, uma revisão de conceitos da disciplina Estatística.

(82)

Sendo cada estimativa do projeto uma variável aleatória com certa distribuição de probabilidades ela é representada pelo seu correspondente valor esperado e desvio-padrão, ou

variância.

O valor esperado E[X] da variável aleatória discreta X com os valores {x1, x2, ..., xn} e correspondentes probabilidades

associadas {p(x1), p(x2), ..., p(xn)} é obtido com:

VALOR ESPERADO

1 1 2 2 1 [ ] ( ) ( ) ( ) [ ] ( )         

  n n n j j j E X x p x x p x x p x E X x p x

(83)

Exemplo 2.39. O gerente está analisando o projeto de modernização do sistema de informação com prazo de

análise de um ano. Da experiência e dos possíveis cenários futuros da economia, as estimativas do VPL do projeto e suas correspondentes probabilidades de ocorrência dos três

cenários Retração, Estável e Expansão estão registradas na tabela. Calcule o VPL esperado desse projeto.

Solução. O valor esperado E[VPL] da variável aleatória discreta VPL com três valores {$80.000, $150.000,

$230.000} e correspondentes probabilidades associadas

{0,25, 0,50, 0,25} é igual a $152.500, resultado obtido com:

[ ] $80.000 0, 25 $150.000 0,50 $230.000 0, 25     

(84)

A soma ponderada do quadrado dos desvios se utiliza para definir a variância e o desvio-padrão da variável aleatória. Conhecido o valor esperado E[X] da variável aleatória X, a variância de X é obtida com:

O resultado da variância é sempre positivo e sua unidade de medida não tem nenhum significado prático, pois é o

quadrado da unidade de medida da variável.

 Para a análise é mais conveniente utilizar o desvio-padrão da variável aleatória X definido como o resultado da raiz

quadrada positiva da variância, e cuja unidade de medida é a da própria variável.

VARIÂNCIA E DESVIO-PADRÃO

2 2 2 2 1 1 2 2 2 2 1 ( [ ]) ( ) ( [ ]) ( ) ( [ ]) ( ) ( [ ]) ( )              

   X n n n X j j j x E X p x x E X p x x E X p x x E X p x 2    

(85)

Exemplo 2.40. Calcule a variância e o desvio-padrão do VPL do projeto de modernização do sistema de informação do

Exemplo 2.39.

Solução. Conhecido o valor esperado E[VPL]=$152.500 da variável aleatória VPL, a variância de VPL é igual a

2.818.750.000, resultado obtido com:

O desvio-padrão da variável aleatória VPL é igual a $53.091,90, resultado obtido com:

2 2 2 2 2 ($80.000 $152.500) 0, 25 ($150.000 $152.500) 0,50 ($230.000 $152.500) 0, 25 2.818.750.000             VPL VPL 2.818.750.000 $53.091,90 VPL  

(86)
(87)

Exemplo 2.41. As três estimativas da taxa interna de retorno TIR

e suas respectivas probabilidades de ocorrência dos cenários Retração, Estável e Expansão do novo projeto estão registradas na tabela. Calcule o valor esperado e o desvio-padrão da TIR desse projeto.

Solução. O valor esperado E[TIR] é igual a 14,90%:

A variância da TIR é igual a 0,0007690, resultado obtido com:

[ ] 0,10 0, 20 0,15 0,50 0,18 0,30 [ ] 0,1490        E TIR E TIR 2 2 2 2 2 (0,10 0,1490) 0, 20 (0,15 0,1490) 0,50 (0,18 0,1490) 0,30 0, 0007690             TIR TIR

(88)
(89)

A regra seguinte define a proporção de dados da variável que se encontram dentro de um, dois e três desvios-padrão ao

redor do valor esperado e também mostra uma maneira de analisar o significado do desvio-padrão.

 Numa distribuição simétrica com forma de sino, a

probabilidade de que os valores da variável aleatória se distribuam no intervalo de um desvio-padrão ao redor do valor esperado é 68%. Ou, de outra maneira, 68% dos

valores da variável aleatória se distribuam no intervalo de um desvio-padrão ao redor do valor esperado.

 Numa distribuição assimétrica com acentuada

inclinação para um lado, essa probabilidade se aproxima de 90%.

(90)

Numa distribuição simétrica com forma de sino, a

probabilidade de que os valores da variável aleatória se

distribuam no intervalo de dois desvios-padrão ao redor do valor esperado é 95%.

Numa distribuição assimétrica com acentuada inclinação para um lado essa porcentagem se aproxima de 100%.

 Para todas as distribuições, a probabilidade de que os

valores da variável aleatória se distribuam no intervalo de três desvios-padrão ao redor do valor esperado é 100%.

 Como primeira conclusão dessa regra, o desvio-padrão é uma

medida absoluta e considera que os desvios se distribuem ao redor da média.

 A segunda conclusão importante é que todos os valores da

variável aleatória se encontram no intervalo de três desvios-padrão ao redor do valor esperado, pois a probabilidade de que os valores da variável aleatória se distribuam no intervalo de três desvios-padrão ao redor do valor esperado é 100%.

(91)

O Exemplo 2.41 mostra que o valor esperado e o

desvio-padrão da TIR são iguais a, respectivamente, 14,90% e 2,77%. Considerando que a distribuição dos três cenários da TIR seja

simétrica, 68% dos resultados da TIR variam no intervalo de um desvio-padrão ao redor do valor esperado, ou no intervalo de 12,13%=14,90%2,77% a 17,67%=14,90%+2,77%.

Além disso, 95% dos resultados da TIR variam no intervalo de dois desvios-padrão ao redor do valor esperado, ou no

intervalo de 9,36% a 20,44%.

Por último, 100% dos possíveis resultados da TIR variam no intervalo de três desvios-padrão ao redor do valor esperado, ou no intervalo de 6,59% a 23,21%.

Finalmente, todos os valores da TIR se encontram no intervalo de variação de 16,62%=6×2,77% correspondente a seis

(92)

 A avaliação do projeto pode ser realizada com duas medidas, o valor esperado e o desvio-padrão do VPL ou da TIR.

Quanto à primeira, se o valor esperado do VPL do projeto for maior do que zero o projeto deve ser aceito e, de forma

equivalente, se o valor esperado da TIR for maior do que a taxa requerida o projeto simples deve ser aceito.

 O desvio-padrão do projeto pode ser utilizado, por exemplo, na seleção do melhor projeto de um grupo de projetos

mutuamente excludentes, e para determinar a probabilidade do VPL do projeto ser maior ou menor do que certo valor, e de forma equivalente com a TIR.

(93)

Sejam os projetos A, B e C com o mesmo prazo de análise e cujo valor esperado e desvio-padrão da taxa interna de

retorno TIR estão registrados na tabela.

 O projeto A é melhor que o B, pois a igualdade de retorno, o desvio-padrão de A é menor que o do B, ou o risco do projeto A é menor que o do B.

 Como foi mostrado, considerando dois desvios-padrão ao redor do valor esperado, o intervalo da TIR do projeto A é 0% a 24% e o do projeto B é 12% a 36%.

(94)

Na comparação entre os projetos A e C ou B e C não deve ser utilizado o desvio-padrão, pois o valor esperado dos projetos é diferente.

 Portanto, a comparação de dois projetos pelo simples

confronto de seus desvios-padrão nem sempre é possível, salvo que seus valores esperados sejam iguais. Entretanto e de forma geral, dois projetos podem ser comparados com o coeficiente de variação CV determinado com:

Como o coeficiente de variação CV mede a variabilidade ou risco por unidade de valor esperado, quanto menor for CV menor também será o risco.

 Portanto, quanto menor o coeficiente de variação do projeto menor é seu risco.

[ ]   X X CV E X

(95)

Com os coeficientes de variação dos três projetos registrados na terceira linha da tabela se pode ordenar os três projetos, de menor a maior risco, C, A e B.

 Na comparação de dois projetos, o risco do projeto com menor CV é menor que o risco do projeto com maior CV.

Comparando os coeficientes de variação dos projetos A e C se deduz que o projeto C tem menor risco que o projeto A, pois apresenta menor risco por unidade de valor esperado.

 Os coeficientes de variação dos projetos B e C mostram que o risco do projeto C é menor que o do projeto B.

(96)

A distribuição normal é uma das distribuições fundamentais da moderna teoria estatística e sua vantagem reside na

facilidade de defini-la com apenas dois parâmetros, o valor esperado e o desvio-padrão da distribuição.

Por exemplo, a curva da distribuição normal f(x) com valor esperado 40, e desvio-padrão 10 e valores da

variável aleatória no intervalo de seis desvios-padrão (10, 70) é mostrada na Figura 2.10.

Uma das características importantes é que a partir desses dois parâmetros é possível realizar inferências, por exemplo, a

percentagem de valores que deverão estar acima ou abaixo de um determinado valor da variável aleatória, ou entre dois

valores definidos etc.

(97)

Para qualquer valor do desvio-padrão, na distribuição normal

praticamente 100% dos possíveis resultados da variável aleatória se distribui no intervalo de três desvios-padrão ao redor do valor esperado.

Portanto, se para o mesmo valor esperado o desvio-padrão

aumentar a base da distribuição normal será maior e,

conseqüentemente, sua altura será menor para manter a área de 100%. Da mesma maneira, para o desvio-padrão menor a base da distribuição diminui e sua altura aumenta.

Portanto, para cada par de parâmetros, valor esperado e

desvio-padrão há uma curva diferente de distribuição normal.

 Embora não haja apenas uma única distribuição normal e sim

uma família de distribuições normais, elas mantêm algumas propriedades em comum como a porcentagem de resultados ao redor do valor esperado.

 Em qualquer distribuição normal 68,27% dos valores da

variável X se distribuem no intervalo de um desvio-padrão ao redor o valor esperado, 95,45% dos valores se distribuem no intervalo de dois desvios-padrão, e 99,73% se distribuem no

(98)

Suponha que a TIR do projeto tem distribuição normal com valor esperado de 20% ao ano e desvio-padrão de 9%.

Numa primeira análise se deduz que 50% dos valores da TIR do projeto será igual ou menor a 20% e as restantes 50% será igual ou maior a 20%, pois o valor esperado de 20% divide a distribuição normal em duas áreas iguais e com a mesma

probabilidade de 50%.

 Outra dedução importante é que todos os possíveis resultados se encontram no intervalo de três desvios-padrão,

39%=27%, ao redor do valor esperado de 20% e, portanto, a TIR do projeto é um valor entre 7% e 47% ano.

Como esses resultados mostram que a TIR pode ser menor que a taxa requerida positiva e até ser negativa, como

investidor seria útil avaliar a probabilidade da TIR superar o valor da taxa requerida do projeto.

A mesma análise se pode realizar com o VPL do projeto como mostra o Exemplo 2.43.

(99)

Exemplo 2.42. O VPL do projeto tem distribuição normal com valor esperado $1.000 e desvio-padrão $450. Calcule a probabilidade de o VPL ser maior do que zero.

Solução. O VPL do projeto com distribuição normal, valor esperado $1.000 e desvio-padrão $450 mostra que 50% dos resultados do VPL do projeto será igual ou menor a $1.000 e os restantes 50% será igual ou maior a $1.000, pois o valor esperado de $1.000 divide a distribuição normal em duas áreas iguais e com a mesma probabilidade de 50%.

Como todos os possíveis resultados do VPL se encontram no intervalo de três desvios-padrão, 3$450=$1.350, ao redor do valor esperado de $1.000, o VPL do projeto é um valor no

intervalo de $350 a $2.350.

Esse intervalo mostra que o VPL do projeto pode ser menor que zero e até negativo e seria útil determinar a probabilidade do VPL ser negativo ou, de forma

(100)

 Com a fórmula =1DIST.NORM(0;1000;450;VERDADEIRO)

registrada numa célula vazia de qualquer planilha Excel se obtém o resultado 0,987 que é a probabilidade de VPL > 0.

De forma complementar, a probabilidade de o VPL ser

negativo é 0,013 ou 1,3%.

Ao resultado do VPL esperado $1.000 do projeto é adicionada a

probabilidade do VPL ser positivo igual a 98,7%.

Se a gerencia considerar, por exemplo, que $860 seja o

mínimo VPL do projeto que se deva aceitar, a probabilidade de que o VPL do projeto seja menor do que $860 é 37,8%

resultado obtido com

=DIST.NORM(860;1000;450;VERDADEIRO).

A redução das incertezas das estimativas do projeto diminui o

desvio-padrão do VPL do projeto. Por exemplo, se em vez de

$450 o desvio-padrão do VPL for igual a $225, a probabilidade do

VPL ser positivo é 1005, e a probabilidade do VPL ser menor do

que $860 é 26,7%.

Referências

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