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Relatório de estágio curricular supervisionado em Medicina Veterinária

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Academic year: 2021

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CURSO DE MEDICINA VETERINÁRIA

Taise de Moraes Schulte

RELATÓRIO DO ESTÁGIO CURRICULAR SUPERVISIONADO EM

MEDICINA VETERINÁRIA

GRADUAÇÃO

Ijuí, RS 2018

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Taise de Moraes Schulte

RELATÓRIO DO ESTÁGIO CURRICULAR SUPERVISIONADO EM MEDICINA VETERINÁRIA

Relatório de Estágio Curricular Supervisionado na Área de Clínica Médica de Pequenos Animais apresentado ao Curso de Medicina Veterinária da Universidade Regional do Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul (UNIJUÍ, RS), como requisito parcial para obtenção do grau de Médica Veterinária.

Orientadora: Prof.ª Dra. Maria Andréia Inkelmann

Ijuí, RS 2018

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Taise de Moraes Schulte

RELATÓRIO DO ESTÁGIO CURRICULAR SUPERVISIONADO EM MEDICINA VETERINÁRIA

Relatório de Estágio Curricular Supervisionado na Área de Clínica Médica de Pequenos Animais apresentado ao Curso de Medicina Veterinária da Universidade Regional do Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul (UNIJUÍ, RS), como requisito parcial para obtenção do grau de Médica Veterinária.

Aprovado em 16 de Junho de 2018:

_____________________________________

Maria Andréia Inkelmann (UNIJUÍ)

(Orientadora)

_____________________________________

Luciana Mori Viero (UNIJUÍ)

(Banca)

Ijuí, RS 2018

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DEDICATÓRIA

Dedico este trabalho primeiramente а Deus, por ser essencial em minha vida, autor do meu destino, e aos meus pais, irmãos, sobrinhos, avós e ao namorado, pois sem

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AGRADECIMENTO

Agradeço primeiramente a Deus, por estar sempre presente em minha vida, guiando meus passos, iluminando o meu caminho, e por me abençoar todos os dias me dando fé, força e coragem para superar as dificuldades.

Aos meus pais; José Carlos e Nilva, não existem palavras que possam expressar o quão grata sou a vocês. São fundamentais na minha vida e em toda esta trajetória. Obrigada por todo apoio, carinho, incentivo e conselhos dados, por sempre estarem ao meu lado, e “segurarem as pontas” fazendo o impossível para que eu pudesse estudar. Amo vocês!

Agradeço aos meus irmãos; e se Deus quiser futuros colegas de profissão, Alexandre e Taiane por todo carinho, discussões, ensinamentos, ajuda e por estarem sempre ao meu lado. Ao meu sobrinho Gabriel, por alegrar e iluminar os meus dias, melhor presente que meu irmão poderia ter me dado. Ao meu namorado Tiago pela paciência e companheirismo, por ficar ao meu lado e me acolher durante as crises de desespero, segurar a minha mão e me incentivar a continuar. Aos amigos e demais familiares que torceram e rezaram por esta conquista, agradeço a todos de coração. Amo vocês!

Agradeço também a todos os meus professores que no decorrer desta trajetória tiveram paciência, carinho, dedicação e humildade para partilhar, auxiliar e ensinar além de seus conhecimentos. Em especial a minha orientadora Prof.ª Maria Andréia, por ter disponibilizado um tempinho na sua agenda para me ajudar neste trabalho, obrigado pelo suporte, pelas correções e auxílio, pela paciência e dedicação.

Agradeço ainda a toda a equipe do Hospital Veterinário da UNIJUÍ pelo acolhimento durante a realização do estágio. Em especial aos veterinários e as técnicas de enfermagem pela paciência e pelos ensinamentos, e as secretárias sempre dispostas a ajudar.

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“Deleita-te também no Senhor, e ele te concederá os desejos do teu coração. Entrega o teu caminho ao Senhor; confia nele, e o mais Ele fará”

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RESUMO

RELATÓRIO DE ESTÁGIO CURRICULAR SUPERVISIONADO EM MEDICINA VETERINÁRIA

Autora: Taise de Moraes Schulte

Orientadora: Prof.ª Dr.ª Maria Andréia Inkelmann

O Estágio Curricular Supervisionado em Medicina Veterinária foi realizado no Hospital Veterinário da Universidade Regional do Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul (UNIJUÌ), situado no município de Ijuí-RS, durante o período de 19 de fevereiro de 2018 a 16 de março de 2018, totalizando 150 horas de atividades na área de clínica médica de animais de companhia. O mesmo foi supervisionado pelo Mv. Rafael Lukarsevski, e orientado pela Prof.ª Dr.ª Maria Andréia Inkelmann. Durante o decorrer do estágio foi possível acompanhar/realizar diversas atividades de rotina do hospital como: auxílio e acompanhamento em atendimentos clínicos, auxílio na coleta de material biológico para exames, acompanhamento de exames de imagem e auxílio aos animais internados. Dois casos clínicos foram selecionados e serão relatos e discutidos, neste trabalho, sendo o primeiro sobre “Doença do Disco Intervertebral em um canino” e o segundo sobre “Diabetes Mellitus em um canino”.

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ABSTRACT

REPORT ON CURRICULAR STAGE SUPERVISED IN VETERINARY MEDICINE Author: Taise de Moraes Schulte

Advisor: Prof.ª Dr.ª Maria Andréia Inkelmann

The Supervised Curricular Internship in Veterinary Medicine was carried out at the Veterinary Hospital of the Regional University of the Northwest of the State of Rio Grande do Sul (UNIJUÌ), located in the municipality of Ijuí -RS, during the period from february 19, 2018 to march 16, 2018, totaling 150 hours of activities in the area of pet medical clinic. The same was supervised by Mv. Rafael Lukarsevski, and led by Prof. Dr. Maria Andréia Inkelmann. During the course of the internship it was possible to follow / carry out various routine activities of the hospital such as: assistance and follow-up in clinical care, assistance in the collection of biological material for examinations, follow-up of imaging tests and assistance to hospitalized animals. Two clinical cases were selected and will be reported and discussed in this paper, the first on "Intervertebral Disc Disease in a Canine" and the second on "Diabetes Mellitus in a Canine".

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LISTAS DE TABELAS

Tabela 1 - Atendimentos Diagnósticos e Procedimentos acompanhados/realizados durante o Estágio Curricular Supervisionado em Medicina Veterinária na área de Clínica Médica de Pequenos Animais no HV-UNIJUÌ, no período de 19 de fevereiro de 2018 a 16 de março de 2018...15 Tabela 2 - Procedimentos ambulatoriais acompanhados/realizados durante o Estágio Curricular Supervisionado em Medicina Veterinária na área de Clínica Médica de Pequenos Animais no HV-UNIJUÌ, no período de 19 de fevereiro de 2018 a 16 de março de 2018 ... 16 Tabela 3 - Diagnósticos clínicos de acordo com os diferentes sistemas orgânicos e

doenças infecciosas, acompanhados durante o Estágio Curricular Supervisionado em Medicina Veterinária, na área de Clínica Médica de Pequenos Animais no HV-UNIJUÍ, no período de 19 de fevereiro a 16 de março de 2018... 16 Tabela 4 - Diagnósticos clínicos envolvendo afecções do sistema cardiovascular,

acompanhados durante a realização do Estágio Curricular Supervisionado em Medicina Veterinária na área de Clínica Médica de Pequenos Animais no HV-UNIJUÍ, no período de 19 de fevereiro a 16 de março de 2018... 17 Tabela 5 - Diagnósticos clínicos envolvendo afecções do sistema circulatório,

acompanhados durante a realização do Estágio Curricular Supervisionado em Medicina Veterinária na área de Clínica Médica de Pequenos Animais no HV-UNIJUÍ, no período de 19 de fevereiro a 16 de março de 2018... 17 Tabela 6 - Diagnósticos clínicos envolvendo afecções do sistema digestório,

acompanhados durante a realização do Estágio Curricular Supervisionado em Medicina Veterinária na área de Clínica Médica de Pequenos Animais no HV-UNIJUÍ, no período de 19 de fevereiro a 16 de março de 2018... 17 Tabela 7 - Diagnósticos clínicos envolvendo afecções infecciosas, acompanhados

durante a realização do Estágio Curricular Supervisionado em Medicina Veterinária na área de Clínica Médica de Pequenos Animais no HV-UNIJUÍ, no período de 19 de fevereiro a 16 de março de 2018... 18 Tabela 8 - Diagnósticos clínicos envolvendo afecções infectocontagiosas,

acompanhados durante a realização do Estágio Curricular Supervisionado em Medicina Veterinária na área de Clínica Médica de Pequenos Animais no HV-UNIJUÍ, no período de 19 de fevereiro a 16 de março 2018... 18 Tabela 9 - Diagnósticos clínicos envolvendo o sistema musculoesquelético,

acompanhados durante o Estágio Curricular Supervisionado em Medicina Veterinária, na área de Clínica Médica de Pequenos Animais no HV-UNIJUÍ, no período de 19 de fevereiro a 16 de março de 2018... 18

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Tabela 10 - Diagnósticos clínicos envolvendo o sistema nervoso, acompanhados durante o Estágio Curricular Supervisionado em Medicina Veterinária, na área de Clínica Médica de Pequenos Animais no HV-UNIJUÍ, no período de 19 de fevereiro a 16 de março de 2018... 18 Tabela 11 - Diagnósticos clínicos envolvendo o sistema oftalmológico,

acompanhados durante o Estágio Curricular Supervisionado em Medicina Veterinária, na área de Clínica Médica de Pequenos Animais no HV-UNIJUÍ, no período de 19 de fevereiro a 16 de março de 2018... 19 Tabela 12 - Diagnósticos clínicos envolvendo o sistema tegumentar e seus anexos,

acompanhados durante o Estágio Curricular Supervisionado em Medicina Veterinária, na área de Clínica Médica de Pequenos Animais no HV-UNIJUÍ, no período de 19 de fevereiro a 16 de março de 2018... 19 Tabela 13 - Diagnósticos clínicos envolvendo o sistema reprodutivo,

acompanhados durante o Estágio Curricular Supervisionado em Medicina Veterinária, na área de Clínica Médica de Pequenos Animais no HV-UNIJUÍ, no período de 19 de fevereiro a 16 de março de 2018...19 Tabela 14 - Diagnósticos clínicos envolvendo o sistema respiratório,

acompanhados durante o Estágio Curricular Supervisionado em Medicina Veterinária, na área de Clínica Médica de Pequenos Animais no HV-UNIJUÍ, no período de 19 de fevereiro a 16 de março de 2018... 20 Tabela 15 - Exames complementares acompanhados/realizados durante o Estágio

Curricular Supervisionado em Medicina Veterinária na área de Clínica Médica de Pequenos Animais no HV-UNIJUÌ, no período de 19 de fevereiro de 2018 a 16 de março de 2018. ... ...20

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LISTA DE ANEXOS

ANEXO A - Laudo Radiográfico do animal com Doença do Disco Intervertebral, atendido no Hospital Veterinário da UNIJUÍ durante o Estágio Curricular Supervisionado na Área de Clínica Médica de Animais de Companhia...45 ANEXO B - Urinálise do animal diagnosticado com de Diabetes Mellitus no Hospital

Veterinário da UNIJUÍ durante o Estágio Curricular Supervisionado na Área de Clínica Médica de Animais de Companhia. ...46 ANEXO C - Bioquímico do animal com de Diabetes Mellitus atendido no Hospital

Veterinário da UNIJUÍ durante o Estágio Curricular Supervisionado na

Área de Clínica Médica de Animais de

Companhia...47 ANEXO D - Hemograma do animal com Diabetes Mellitus atendido no Hospital Veterinário da UNIJUÍ durante o Estágio Curricular Supervisionado na

Área de Clínica Médica de Animais de

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LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

% Porcentagem

AF Anel Fibroso

ALT Alanina aminotransferase BID Bis in die (duas vezes por dia) DM Diabétis Mellitus

DDIV Doença do Disco Intervertebral

DMID Diabetes Mellitus Insulinodependente DMNID Diabetes Mellitus não insulinodependente

Dr ª Doutora

FA Fosfatase alcalina FC Frequência cardíaca

FIV Vírus da Imunodeficiência Felina DIV Discos Intervertebrais

FR Frequência respiratória HV Hospital Veterinário Kg Quilograma mg Miligrama Ml Mililitro MV Médico Veterinário NP Núcleo Pulposo PD Polidipsia PP Polifágia PP Perda de peso Profª Professor PU Poliúria

RS Rio Grande do Sul

SC Subcutâneo

SID Semel in die (uma vez por dia) TID Ter in die (três vezes por dia) TPC Tempo de Perfusão capilar TR Temperatura Retal

VO Via oral

UNIJUÍ Universidade Regional do Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ... 13

2 ATIVIDADES DESENVOLVIDAS... 15

3 RELATOS DE CASO 1 ... 21

3.1 DOENÇA DO DISCO INTERVERTEBRAL CERVICAL EM UM CANINO ... 21

3.1.1 Introdução ... 21 3.1.2 Metodologia ... 22 3.1.3 Resultados e Discussão ... 24 3.1.4 Considerações Finais ... 28 3.1.5 Referências ... 29 4 RELATO DE CASO 2... 31

4.1 DIABETES MELLITUS EM UM CANINO ... 31

4.1.1 Introdução ... 31 4.1.2 Metodologia ... 33 4.1.3 Resultados e Discussão ... 34 4.1.4 Considerações Finais ... 38 4.1.5 Referências ... 39 5 CONCLUSÃO ... 40 REFERÊNCIAS ... 41 ANEXOS ... 44

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1 INTRODUÇÃO

O Estágio Curricular Supervisionado em Medicina Veterinária foi realizado no Hospital Veterinário da UNIJUÍ, no período de 19 de fevereiro de 2018 a 16 de março de 2018, totalizando 150 horas de atividades na área de Clínica Médica de Pequenos animais. Teve a orientação da Prof.ª Dr.ª Maria Andréia Inkelmann e a supervisão interna do Médico Veterinário Rafael Lukarsevski.

O Hospital Veterinário localiza-se dentro das dependências do Campus da universidade UNIJUÍ, situada no município de Ijuí/RS, na Rua do Comércio, n° 3000, Bairro Universitário, CEP 98700-000. Foi fundado em 05 de abril de 2013, e desde então vem prestando serviços à comunidade de Ijuí e região e serve de base para as mais diversas atividades do Curso de Medicina Veterinária.

Oferece atendimentos nas áreas de clínica médica e cirúrgica de pequenos animais, exames de imagem como ultrassonografia e radiografia e análises clínicas laboratoriais, setor de parasitologia veterinária, histopatologia e patologia estes atendem a demanda interna e externa. Também possui serviço de internação com suporte de enfermagem 24hs. O horário de atendimento é das 08:00 às 19:00 horas, de segunda a sexta-feira, e das 08:00 às 16:00 aos sábados, sem fechar ao meio dia.

O setor de atendimento é composto por quatro médicos veterinários sendo dois responsáveis pelo atendimento clínico, um cirurgião e um anestesista. No período da manhã são realizados apenas atendimentos clínicos e exames laboratoriais, os demais setores só funcionam na parte da tarde.

Em estrutura o hospital conta com três prédios, sendo o primeiro composto por três ambulatórios, recepção de pacientes, farmácia, sala de análises clínicas e sala de ultrassonografia, sala de radiografia, sala da direção, sala de reuniões e banheiros. O segundo é composto pela área de internação, que possui três canis, um gatil, uma unidade de pronto atendimento (UTI) uma sala para procedimento, uma sala de triagem e uma de isolamento; e por um bloco cirúrgico, que possui área de esterilização de matérias, três salas cirúrgicas, um dessas é destinada as aulas, uma sala de tricotomia, vestiários e lavatórios e uma área destinada a lavanderia. Também possui um auditório e banheiros. E o terceiro prédio pertence ao setor de patologia e anatomia.

(15)

O estágio tem a finalidade de aproximar o acadêmico com a realidade da vida profissional antes da sua formação, proporcionar experiência e aprimorar o conhecimento, uma vez que possibilita colocar em prática os conhecimentos aprendidos na teoria, vivenciar de perto a rotina da tão sonhada profissão.

(16)

2 ATIVIDADES DESENVOLVIDAS

O Estágio Curricular Supervisionado em Medicina Veterinária foi realizado na área de Clínica Médica de Pequenos Animais, no Hospital Veterinário da UNIJUÍ. O estágio foi realizado por um período de 20 dias, de segunda-feira a sexta-feira do dia 19 de fevereiro de 2018 ao dia 16 de março de 2018, durante o turno da manhã e da tarde, e, totalizou 150 horas de atividades na área de clínica médica.

As atividades desenvolvidas durante o estágio compreenderam o acompanhamento de atendimentos clínicos, auxílio aos animais internados, acompanhamento de exames de imagem e laboratoriais. Durante os atendimentos clínicos acompanhados foi possível auxiliar na contenção dos animais para realização de coleta de material biológico para exames e durante os exames de imagem, aferir temperatura, auxiliar na troca de curativos, e administrar medicação, além de observar os procedimentos realizados pelos médicos veterinários. Na internação foi possível auxiliar em todos os procedimentos, realizar a limpeza de ferimentos, trocar curativos, administrar medicamentos, contenção dos animais para coleta de sangue para exames e canulação de veia para acesso venoso dentre outros.

As principais atividades desenvolvidas durante o estágio serão apresentadas a seguir em forma de tabela divididas conforme procedimentos ambulatoriais realizados, exames complementares e diagnósticos.

Tabela 1 – Atendimentos, Diagnósticos e Procedimentos acompanhados/realizados durante o Estágio Curricular Supervisionado em Medicina Veterinária na área de Clínica Médica de Pequenos Animais no HV-UNIJUÌ, no período de 19 de fevereiro de 2018 a 16 de março de 2018.

Procedimento N° de Cães N° de Gatos Total %

Consultas 68 2 70 27,78

Procedimentos ambulatoriais 116 6 122 48,41

Diagnósticos clínicos 58 2 60 23,81

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Tabela 2 - Procedimentos ambulatoriais acompanhados/realizados durante o Estágio Curricular Supervisionado em Medicina Veterinária na área de Clínica Médica de Pequenos Animais no HV-UNIJUÌ, no período de 19 de fevereiro de 2018 a 16 de março de 2018.

Procedimento N° de Cães N° de Gatos Total %

Abdominocentese 1 0 1 0,82 Acesso Venoso 18 2 20 16,39 Acompanhamento de Radiografias 16 0 16 13,11 Acompanhamento de Ultrassonografia 9 0 9 7,38 Administração de Medicamentos 20 2 22 18,03 Coleta de Sangue 37 2 39 31,97 Curativos 5 0 5 4,10 Eutanásia 1 0 1 0,82

Punção Aspirativa por Agulha Fina 1 0 1 0,82

Raspado de Pele 2 0 2 1,64

Remoção de Pontos Cirúrgicos 1 0 1 0,82

Snap Test 2 0 2 1,64

Suabe de ouvido 3 0 3 2,46

Total 116 6 122 100

Tabela 3 - Diagnósticos clínicos de acordo com os diferentes sistemas orgânicos e doenças infecciosas, acompanhados durante o Estágio Curricular Supervisionado em Medicina Veterinária, na área de Clínica Médica de Pequenos Animais no HV-UNIJUÍ, no período de 19 de fevereiro a 16 de março de 2018.

Sistemas N° de Cães N° de Gatos Total %

Cardiovascular 2 0 2 3,33 Circulatório 1 0 1 1,67 Digestório 8 0 8 13,33 Doenças Infectocontagiosas 1 1 2 3,33 Endócrino 2 0 2 3,33 Musculoesquelético 5 1 6 10,00 Nervoso 4 0 4 6,67 Oftálmico 2 0 2 3,33 Pele e Anexos 13 0 13 21,67 Reprodutor 16 0 16 26,67 Respiratório 4 0 4 6,67 Total 58 2 60 100

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Tabela 4 - Diagnósticos clínicos envolvendo afecções do sistema cardiovascular, acompanhados durante a realização do Estágio Curricular Supervisionado em Medicina Veterinária na área de Clínica Médica de Pequenos Animais no HV-UNIJUÍ, no período de 19 de fevereiro a 16 de março de 2018.

Diagnósticos N° de Cães N° de Gatos Total %

Cardiomegalia com Congestão

Pulmonar 2 0 2 100

Total 2 0 2 100

Tabela 5 - Diagnósticos clínicos envolvendo afecções do sistema hepático, acompanhados durante a realização do Estágio Curricular Supervisionado em Medicina Veterinária na área de Clínica Médica de Pequenos Animais no HV-UNIJUÍ, no período de 19 de fevereiro a 16 de março de 2018.

Diagnósticos N° de Cães N° de Gatos Total %

Suspeita de Desvio

Portossistêmico Adquirido 1 0 1 100

Total 1 0 1 100

Tabela 6 - Diagnósticos clínicos envolvendo afecções do sistema digestório, acompanhados durante a realização do Estágio Curricular Supervisionado em Medicina Veterinária na área de Clínica Médica de Pequenos Animais no HV-UNIJUÍ, no período de 19 de fevereiro a 16 de março de 2018.

Diagnósticos N° de Cães N° de Gatos Total %

Atresia Anal e Fístula Retovaginal 1 0 1 12,5

Fratura de Mandíbula 1 0 1 12,5

Gastroenterite Hemorrágica 1 0 1 12,5

Hérnia Perianal Bilateral 1 0 1 12,5

Mucocele 1 0 1 12,5

Neoplasma Perianal 1 0 1 12,5

Nódulo Perianal 1 0 1 12,5

Odontose 1 0 1 12,5

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Tabela 7 - Diagnósticos clínicos envolvendo afecções infecciosas, acompanhados durante a realização do Estágio Curricular Supervisionado em Medicina Veterinária na área de Clínica Médica de Pequenos Animais no HV-UNIJUÍ, no período de 19 de fevereiro a 16 de março de 2018.

Diagnósticos N° de Cães N° de Gatos Total %

Parvovirose 1 0 1 50

Vírus da Imunodeficiência Felina (FIV) 0 1 1 50

Total 1 1 2 100

Tabela 8 - Diagnósticos clínicos envolvendo afecções do sistema endócrino, acompanhados durante a realização do Estágio Curricular Supervisionado em Medicina Veterinária na área de Clínica Médica de Pequenos Animais no HV-UNIJUÍ, no período de 19 de fevereiro a 16 de março 2018.

Diagnósticos N° de Cães N° de Gatos Total %

Diabetes Mellitus 2 0 2 100

Total 2 0 2 100

Tabela 9 - Diagnósticos clínicos envolvendo o sistema musculoesquelético, acompanhados durante o Estágio Curricular Supervisionado em Medicina Veterinária, na área de Clínica Médica de Pequenos Animais no HV-UNIJUÍ, no período de 19 de fevereiro a 16 de março de 2018.

Diagnósticos N° de Cães N° de Gatos Total %

Atrofia de membro e Ferida em Dígitos 1 0 1 16,67

Fratura de Fêmur 1 0 1 16,67

Fratura em Tíbia 2 0 2 33,33

Necrose dos Dígitos 0 1 1 16,67

Nódulo Interdigital 1 0 1 16,67

Total 5 1 6 100

Tabela 10 - Diagnósticos clínicos envolvendo o sistema nervoso, acompanhados durante o Estágio Curricular Supervisionado em Medicina Veterinária, na área de Clínica Médica de Pequenos Animais no HV-UNIJUÍ, no período de 19 de fevereiro a 16 de março de 2018.

Diagnósticos N° de Cães N° de

Gatos Total %

Doença do Disco Intervertebral (DDIV) 3 0 3 75

Subluxação de coluna com lesão medular 1 0 1 25

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Tabela 11 - Diagnósticos clínicos envolvendo o sistema oftalmológico, acompanhados durante o Estágio Curricular Supervisionado em Medicina Veterinária, na área de Clínica Médica de Pequenos Animais no HV-UNIJUÍ, no período de 19 de fevereiro a 16 de março de 2018.

Diagnósticos N° de Cães N° de Gatos Total %

Úlcera de Córnea 2 0 2 100

Total 2 0 2 100

Tabela 12 - Diagnósticos clínicos envolvendo o sistema tegumentar e seus anexos, acompanhados durante o Estágio Curricular Supervisionado em Medicina Veterinária, na área de Clínica Médica de Pequenos Animais no HV-UNIJUÍ, no período de 19 de fevereiro a 16 de março de 2018.

Diagnósticos N° de Cães N° de Gatos Total % Acidentes Ofídicos 2 0 2 15,38 Demodicose 1 0 1 7,69 Dermatite Atópica 4 0 4 30,77

Ferida Lacerada Entre Dígitos 1 0 1 7,69

Ferida Lacerada abdômen 1 0 1 7,69

Otite 3 0 3 23,08

Suspeita Adenoma de Glândula Sebácea 1 0 1 7,69

Total 13 0 13 100

Tabela 13 - Diagnósticos clínicos envolvendo o sistema reprodutivo, acompanhados durante o Estágio Curricular Supervisionado em Medicina Veterinária, na área de Clínica Médica de Pequenos Animais no HV-UNIJUÍ, no período de 19 de fevereiro a 16 de março de 2018.

Diagnósticos N° de Cães N° de Gatos Total %

Distocia 2 0 2 12,5 Fimose 1 0 1 6,25 Nódulos Mamários 2 0 2 12,5 Orquiectomia 1 0 1 6,25 Ovariohisterectomia 1 0 1 6,25 Piometra 7 0 7 43,75 Pseudociese 1 0 1 6,25 Tumor no Prepúcio 1 0 1 6,25 Total 19 0 19 100

(21)

Tabela 14 - Diagnósticos clínicos envolvendo o sistema respiratório, acompanhados durante o Estágio Curricular Supervisionado em Medicina Veterinária, na área de Clínica Médica de Pequenos Animais no HV-UNIJUÍ, no período de 19 de fevereiro a 16 de março de 2018.

Diagnósticos N° de Cães N° de Gatos Total %

Colapso Traqueal 1 0 1 25 Contusão Pulmonar 1 0 1 25 Espirro Reverso 1 0 1 25 Metástase Pulmonar (fibrossarcoma) 1 0 1 25 Total 4 0 4 100

Tabela 15 - Exames complementares acompanhados/realizados durante o Estágio Curricular Supervisionado em Medicina Veterinária na área de Clínica Médica de Pequenos Animais no HV-UNIJUÌ, no período de 19 de fevereiro de 2018 a 16 de março de 2018.

Exames N° de Cães N° de Gatos Total %

Alanina Aminotransferase (ALT) 34 2 36 17,65

Albumina 2 0 2 0,98

Análise de Líquido Abdominal 1 0 1 0,49

Cálcio 1 0 1 0,49 Citologia Aspirativa 2 0 2 0,98 Colesterol 1 0 1 0,49 Coproparasitológico 3 0 3 1,47 Creatinina 36 2 38 18,63 Cultura e Antibiograma 3 0 3 1,47 FIV-Felv 0 1 1 0,49

Fosfatase Alcalina (FA) 34 2 36 17,65

Frutosamina 1 0 1 0,49 Glicose 3 0 3 1,47 Hemograma 37 2 39 19,12 Parasitológico de Ouvido 2 0 2 0,98 Parasitológico de Pele 2 0 2 0,98 Radiográfico 11 0 11 5,39

Snap Test Cinomose 1 0 1 0,49

Snap Test Parvovirose 1 0 1 0,49

Teste de Fluoresceína 2 0 2 0,98 Triglicerídeos 1 0 1 0,49 Ultrassonografia 9 0 9 4,41 Ureia 2 0 2 0,98 Urinálise 6 0 6 2,94 Total 195 9 204 100

(22)

3 RELATO DE CASO 1

3.1 DOENÇA DO DISCO INTERVERTEBRAL CERVICAL EM UM CANINO

3.1.1 Introdução

A doença do disco intervertebral (DDIV) caracteriza-se pela degeneração do disco, resulta em protrusão ou extrusão dos componentes para dentro do canal medular, podendo ocasionar compressão da medula espinhal (DEWEY, 2014; SELMI, 2015). Os discos intervertebrais (DIV) estão localizados entre quase todas as vértebras, estando ausente entre a articulação atlantoaxial (C1 e C2) e entre as vértebras sacrais. São formados por uma camada externa ou anel fibroso (AF) e um centro gelatinoso ou núcleo pulposo (NP). É responsável pela união das vértebras, proporcionam mobilidade e flexibilidade as vértebras e absorvem choques mecânicos (CAMPOS, 2010; SELMI, 2015; TAYLOR, 2015; SERAKIDES, 2016).

Há dois tipos distintos de DDIV, a Hansen tipo I e tipo II. O tipo I caracteriza-se pela extrusão aguda do NP, devido à ocorrência da degeneração condróide, o centro gelatinoso calcifica-se e o AF enfraquece e rompe, liberando o NP para o canal raquidiano. Afeta principalmente cães de raças condrodistróficas como Dachshund, Pequinês, Shih-Tzu e Poodle Toy. A DDIV Hansen tipo II, é diferente, ocorre degeneração fibrosa de forma lenta e resulta em enfraquecimento e deformidade das fibras, gerando a protrusão do AF para dentro do espaço medular. Comumente presente em animais não condrodistróficos (MORAILLON, 2013; ZACHARY; 2013; LANZ, 2015; TAYLOR, 2015; SERAKIDES, 2016).

A apresentação clínica da doença depende do local, da gravidade da lesão e da intensidade com que o material do disco comprime a medula espinhal (TAYLOR, 2015). A sintomatologia pode variar, ocorrendo desde dor até dificuldade locomotora ou tetraplegia, em casos de DDIV-cervicais, e, de hiperpatia a paraplegia, podendo ocorrer disfunção urinária em caso de DDIV toracolombar. A região toracolombar é o local de maior incidência de DDIV quando comparada a região cervical (SELMI, 2015).

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O diagnóstico é realizado através da junção dos resultados de um conjunto de fatores como anamnese, manifestação clínica, exame físico e neurológico, exames laboratoriais e de imagem (SELMI, 2015). A mielografia é apontada como o exame padrão para o diagnóstico de DDIV. A tomografia computadorizada ou a ressonância magnética (RM), também estão sendo empregados, pois não são exames invasivos e mostram mais detalhes da região, no entanto o custo ainda é alto, sendo a RM considerada o método mais adequado (DEWEY, 2014; TAYLOR, 2015; WIDMER E THRALL, 2015).

Existem duas formas de tratamento: a terapia clínica através de medicações e repouso ou a interversão cirúrgica para a descompressão da medula. A terapia a ser utilizada dependerá da gravidade dos sinais clínicos e da localização da lesão (TAYLOR, 2015). O tratamento conservativo é utilizado em pacientes cuja sintomatologia é leve, e, ainda não desenvolveram sinais neurológicos. Já a cirurgia é indicada em casos onde os episódios de dor são recorrentes e intensos, quando o paciente apresenta déficits neurológicos e ou quando a terapia clínica não esta apresentando resultados (LANZ, 2015).

Este trabalho tem o propósito de relatar um caso de DDIV cervical em um canino, fêmea, da raça Shih-Tzu, com 12 anos de idade, atendida durante a realização do Estágio Curricular Supervisionado em Medicina Veterinária.

3.1.2 Metodologia

Durante o Estágio Curricular Supervisionado em Medicina Veterinária no Hospital Veterinário da UNIJUÍ, foi atendido um canino, fêmea, castrada, da raça Shih-Tzu, com 12 anos de idade e pesando 5 kg, apresentando dor acentuada na coluna cervical. Na anamnese, o tutor relatou que há dois dias o animal parecia estar apresentado dor abdominal, principalmente quando manipulado, teve um episódio de êmese com conteúdo alimentar, relata febre, pois o animal apresentou tremores. Mencionou que administrou algumas gotas de dipirona, e, observou uma pequena melhora. Informou também que a mesma estava se alimentando normalmente, aumentou a ingestão de água. As vacinas e vermífugo estavam

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atualizados e o tutor negou presença de diarreia, outros cães contactantes e possibilidade de trauma recente. O animal não sobe escadas e nem sofá, antes nunca adoeceu.

Ao exame clínico, o paciente apresentou-se alerta, mucosas rosadas, pulso arterial normal, frequência ventilatória (FV) de 20 movimentos por minuto (mpm), frequência cardíaca (FC) 100 batimentos por minuto (bpm), temperatura retal (TR) de 39°, tempo de perfusão capilar (TPC) de dois segundos, e, em relação ao estado nutricional apresentou sobrepeso. Não apresentou dor abdominal à palpação, porém, na avaliação do sistema nervoso a paciente apresentou hiperestesia cervical e dor à palpação cervical, a coluna lombar arqueada, sem déficits neurológicos com presença de dor profunda. Com base nos sinais clínicos observados suspeitou-se de doença do disco intervertebral cervical.

O animal foi internado para realização de exame radiográfico da região cervical. Também foi realizada a coleta de sangue para exames de hemograma e bioquímico para mensurar Creatinina, Alanina Aminotransferase (ALT), Fosfatase Alcalina (FA) para avaliação geral. Enquanto esteve internada, recebeu uma dose de Tramadol 0,08ml/KG e uma dose de Dipirona 0,05ml/kg ambas por via subcutânea (SC). Após a realização dos exames a paciente foi liberada com prescrição de Dipirona 6 gotas a cada 8 horas (TID) durante 5 dias, Prednisona 5mg administrar 1 (1 mg/kg) comprimido a cada 24 horas (SID) durante 6 dias, Cloridrato de Tramadol 100mg/ml administrar 10 gotas (5mg/kg) a cada 8 horas (TID) durante 5 dias e repouso absoluto em gaiola por 30 dias, solicitado retorno em 10 dias para reavaliação.

Passados os 10 dias o animal retornou, e, ainda estava apresentando dor cervical, porém com aumento da intensidade e dificuldades para movimentar o pescoço. Durante a anamnese, o tutor revelou que no período da tarde deixava o animal solto, pois a mesma passava a tarde toda dormindo. Diante disto, foi solicitado novamente que o animal permanecesse 24 horas por dia em repouso absoluto, devendo ser retirado 3 vezes por dia para urinar e defecar, fazendo uso de peiteira e guia. Receitado novamente o Tramadol e a Dipirona, na mesma dose citada anteriormente com alteração na frequência que passou a ser a cada 6 horas

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durante 4 dias e o retorno em 7 dias. Foi conversado com o tutor sobre a possibilidade de cirurgia.

Após 7 dias a paciente retornou, significativamente melhor, com um pouco de rigidez nos músculos do pescoço, mas já realizando movimentos. O tutor relatou que a mesma permaneceu em repouso absoluto durante os 7 dias, não demonstrou mais sinais de dor e não estava mais utilizando a medicação, e, continuo se alimentando normalmente. A prescrição desta vez foi continuar com repouso absoluto até fechar 30 dias, e ai realizar o retorno, nesta consulta não foi prescrito nenhuma medicação.

Transcorrido os 30 dias de repouso em gaiola o animal retornou, e, durante o exame clínico não apresentou cervicalgia a palpação. O tutor relatou que o animal ficou em repouso total durante os 30 dias, saído apenas para urinar e defecar. Não notou sinais de dor, e por tanto não administrou mais nenhuma medicação. Devido à significativa melhora, o animal recebeu alta do repouso e foi indicado realizar acupuntura para evitar recidiva.

3.1.3 Resultados e Discussão

Segundo Selmi (2015), a doença do disco intervertebral é considerada a principal causa de distúrbios neurológicos de origem não infecciosa em animais de companhia. Os animais de raças condrodistróficas entre 3 e 7 anos são os mais afetados, representando cerca de 80% dos casos. Conforme Selmi (2015), destes, 25% dos animais apresentam lesão em região cervical. Lanz (2015), menciona que a DDIV tipo I ocorre principalmente em cães de raças condrodistróficas entre 3 a 6 anos, já a tipo 2 afeta cães de qualquer raça entre 8 e 10 anos. A paciente deste relato é da raça Shih-Tzu e tem 12 anos de idade. No caso relatado por Ramalho et al. (2015), o animal era sem raça definida (SRD) e tinha apenas 6 anos. Já Souza et al. (2017), relataram um caso em um paciente de 9 anos da raça Dachshund. Raça descrita como sendo a mais susceptível a desenvolver a DDIV devido à estrutura do corpo.

De acordo com Selmi (2015), há relatos de que os machos correm duas vezes mais riscos de desenvolver DDIV, porém, esta predisposição ainda não está

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confirmada. Santini et al. (2010), relatam em sua pesquisa que 60 % dos animais afetados eram machos, no entanto foram examinados mais machos que fêmea. Já Almeida (2013), não encontrou diferença significativa em seu estudo e menciona que a quantidade de machos e fêmeas era praticamente igual. No presente caso, assim como no relatado por Ramalho et al. (2015), a paciente era uma fêmea. Já Souza et al. (2017), relataram um caso em um macho.

O histórico de hiperestesia e dor na região cervical sem apresentar sinais neurológicos e arqueamento da coluna correspondem aos sinais mencionados por Selmi (2015), e Dewey (2014). Segundo Dewey (2014), o arqueamento provém da dor intensa na região cervical que por sua vez ocorre devido à protrusão ou extrusão dos componentes do disco que podem estar comprimindo as raízes nervosas ou medula espinhal. Selmi (2015) cita que 61% dos animais afetados com DDIV cervical apresentam esta sintomatologia. Dewey (2014) menciona que estes sintomas são comumente observados em casos de DDIV do tipo I. Ramalho et al. (2015), relatam presença de hiperpatia, perda de sinal de dor profunda e perda da locomoção, citados por Dewey (2014), como sinais DDIV do tipo 2. Já Souza et al. (2017), relatam um caso onde o animal apresentava vocalização, intensa dor cervical e elevação de membro.

De acordo com Selmi (2015), todos os animais que apresentaram dor na região cervical, mesmo não apresentando sinais neurológicos, devem ser examinados, e, o diagnóstico final deve ser baseado nos achados clínicos e exames de imagem. Widmer e Thrall (2015) recomendam à utilização de TC, RM ou ainda mielografia para diagnóstico. No caso relatado foi realizado exame radiográfico simples da região cervical e exames laboratoriais. Widmer e Thrall (2015) mencionam que apesar das radiografias simples serem comumente utilizadas para identificar sinais de DDIV, elas não fornecem informações suficientes para determinar o grau e o local da lesão, devendo ser utilizadas apenas para descartar outras enfermidades. No entanto, Taylor (2014), menciona que o diagnóstico com exames mais elaborados pode ser dispensado quando se tratar de um caso de DDIV aguda que não necessite de interversão cirúrgica. Desde que todos os fatores como: a raça do animal, os achados clínicos e os sinais radiográficos sejam realmente condizentes com DDIV.

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O exame radiográfico do presente caso mostrou diminuição do espaço intervertebral entre as vértebras cervicais C4-C5; C5-C6 e C6-C7 como indicativo de DDIV (ANEXO A). Ramalho et al. (2015), encontrou diminuição do espaço entre C5-C6 e uma calcificação entre C3-C4, já Souza et al. (2017), encontrou a lesão por meio de TC entre C3-C4. Os achados nas radiografias foram compatíveis com os citados por Lanz (2015), e Moraillon (2013), como sendo os principais sinais radiográficos encontrados em casos de DDI. No entanto a região acometida difere da região C2-C3 citada por Dewey (2014), como á região mais acometida em raças de pequeno porte.

Segundo Dewey (2014), os exames laboratoriais geralmente não apresentam alterações nesses casos. Lanz (2015) recomenda os exames de hemograma, bioquímico e urinálise, para animais idosos, antes de serem submetidos à anestesia ou cirurgia. No presente relato o hemograma e o bioquímico, foram recomendados para avaliar o estado geral do animal e assim como descrito não tiveram alterações significativas. Ramalho et al. (2015), e Souza et al. (2017), não fizeram estes exames nos casos clínicos por eles estudados.

Diante dos resultados dos exames realizados foi dado diagnóstico presuntivo de DDIV cervical e com isso foi instituído tratamento clínico/conservador. Segundo Dewey (2014), Taylor (2015), e Selmi (2015), este se restringe no confinamento absoluto por um período de 3 a 6 semanas, em um local onde haja espaço apenas para mudar o posicionamento (gaiola ou caixa de transporte), podendo sair apenas em curta distância para urina e defecar, o uso de medicamentos pode ou não ser empregado. No caso relatado foi empregado uso de Dipirona, Tramadol e Prednisona. Ramalho et al. (2015), utilizaram como tratamento administração de medicamentos, repouso e seções de fisioterapia, enquanto Souza et al. (2017), iniciaram o tratamento com repouso, depois utilizaram cirurgia.

De acordo como Dewey (2014), o uso de anti-inflamatórios no tratamento de doença do disco não é recomendado. Pois o mesmo reduz a dor, e faz com que o animal fique mais ativo, aumentando a pressão sobre o disco, piorando o grau da lesão e agravando o quadro. Já Para Taylor (2015), os anti-inflamatórios e os opioides podem ser utilizados por um período de três a cinco dias desde que o

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confinamento seja realizado. Lanz (2014), e Oleskovicz e Moreno (2015), relatam que os glicocorticoides são comumente utilizados para tratar graus leves de dor e apresentam resultados satisfatórios, recomendam a prednisona na dose de 0,1 a 0,2 mg/kg SID para graus leves de dor. Já Dewey (2014), recomenda o uso de Anti-inflamatórios não Esteroidais (AINES) e também recomenda o uso de opiáceos como o Tramadol na dose de 2 a 4mg/kg a cada TID ou BID. No presente caso foi administrado 1mg/kg de Prednisona SID durante 6 dias, Dipirona na dose de 6 gotas TID durante 5 dias, e Cloridrato de Tramadol 100mg/ml 5mg/kg TID também durante 5 dias. Doses estas que estão de acordo com as recomendações de Viana (2014).

Segundo Taylor (2015), os pacientes em tratamento devem ser reavaliados constantemente, para verificação do estado neurológio. No presente relato após 10 dias em tratamento o animal retornou ao hospital, e estava clinicamente pior, ao ser avaliado apresentou dor intensa e relutância em movimentar o pescoço. De acordo com Dewey (2014), quando o animal está com dor intensa, passa a movimentar o pescoço e a cabeça, como se fosse uma única peça.

Dewey (2015) menciona que caso não ocorra melhora do quadro clínico ou o paciente piore durante o período de confinamento, deve-se avaliar a necessidade de realizar a interversão cirúrgica. No presente relato essa possibilidade foi explicada ao tutor, porém, este revelou que durante a tarde o animal ficava solto, pois o mesmo passava as tardes dormindo. Segundo Morraillon (2013), o confinamento é fundamental para a cicatrização das lesões. Diante deste fato foi solicitado ao tutor que mantivesse o animal 24 horas por dia em repouso absoluto na caixa, podendo ser retirado apenas três vezes no dia, fazendo uso de peitera e guia, para urinar e defecar, e retornar com a medicação, estas recomendações estão de acordo com Taylor (2015).

Após sete dias do primeiro retorno o animal voltou e estava significativamente melhor, com um pouco de rigidez na região do pescoço, mas já realizando movimentos e sem dor. O tutor relatou que o animal permaneceu em repouso absoluto. Recomendado continuar em repouso até fechar 30 dias e após retornar. Lanz (2015) aborda que o prognóstico geral na maioria dos casos de DDIV cervical é favorável. No entanto há grandes chances de ocorrer recidiva em animais tratados

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clinicamente. Conforme Dewey (2014), cerca de 50% a 70% dos pacientes reagem positivamente ao tratamento, e destes 30% sofrem recidivas. No presente caso após 30 dias em repouso o paciente apresentou recuperação satisfatória e foi liberado do repouso. Ramalho et al. (2013), e Souza et al. (2017), também encontraram resultados satisfatório após o período de tratamento.

3.1.4 Considerações Finais

Ao término deste, conclui-se que o diagnóstico e a escolha adequados do tratamento da DDIV dependem da associação de uma anamnese bem sucedida, de um exame neurológico e de um exame complementar adequado. O tratamento deve ser modificado conforme a evolução da doença. A conduta clínica instituída no presente relato foi adequada e eficiente, uma vez que o paciente apresentou recuperação satisfatória ao término do mesmo, sendo o papel do tutor fundamental para tal resultado. No entanto caso o proprietário não limitar o animal, para que ele não fique realizando movimentos bruscos como pular, descer ou subir na cama, sofás, escadas, este poderá retornar com uma lesão ainda maior e ai ter que optar pelo tratamento cirúrgico.

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3.1.5 Referências

ALMEIDA, T. Z. N. Doença do disco intervertebral em cães: Estudo

epidemiológico de 124 casos em regiões toracolombar e cervical – Monografia

apresentada a universidade de Tuiuti do paraná Brasília: 2013, 64p.

CAMPOS, D. B., Pescoço, Dorso e Coluna Vertebral do Cão e do Gato. In: DYCE K.M. et al. Tratado de anatomia veterinária. 4°ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2010 cap. 12.

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pequenos animais. 4°ed., Rio de Janeiro: Elsevier, 2014, cap. 40, p.1469.

LANZ,O. I. Discopatia intervertebral cervical. In: TILLEY, L. P.; JR. SMITH, F. W. K.,

Consulta Veterinária em 5 minutos espécies canina e felina. 5° ed, Barueri:

Manole, 2015, pg. 368-369.

MORAILLON, R., et al. Hérnias de Disco. In: ______. Manual Elsevier de

Veterinária: Diagnóstico e tratamento de cães, gatos e animais exóticos. 7ed.

Rio de Janeiro: Elsevier, 2013. 1008p.

OLESKOVICZ, N. Moreno, J. C. D. Tratamento da Dor Aguda em Cães e Gatos In: JERICÓ, M. M. et al., Tratado de medicina interna de cães e gatos. Rio de Janeiro: Roca, 2015, cap. 18.

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Educação Continuada em Medicina Veterinária e Zootecnia do CRMV-SP. v. 13,

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SANTINI, G. et al. Doença do disco intervertebral cervical em cães: 28 casos (2003-2008). In: ______ Pesq. Vet. Bras. [online]. vol.30, n.8 2010, p.659-664. Disponível em:http://www.scielo.br/readcube/epdf.php?doi=10.1590/S0100736X2010000800009 & pid=S0100-736X2010000800009&pdf_path=pvb/v30n8/09.pdf&lang=pt. Acesso em: 22/04/2018.

SELMI, A. L. Discopatias. In: JERICÓ, M. M. et al. Tratado de medicina interna de

cães e gatos. Rio de Janeiro: Roca, 2015, cap. 232.

SERAKIDES, R. Ossos e Articulações - Alterações degenerativas do disco intervertebral In: SANTOS, R. de LIMA; ALESSI, A.C., Patologia Veterinária, 2° ed. Rio de Janeiro: Roca, 201, pg.619, Cap.11, 856 p.

SOUZA, A. et al. Doença do disco intervertebral lateralizada entre C3-C4 em cão da raça Dachshund – relato de caso. In: ______ Anais da XXVI Jornada Científica do

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TAYLOR, S. M. Distúrbios da medula espinhal. In: NELSON, R.W.; COUTO C. G.

Medicina interna de pequenos animais. 5°ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2015, cap.

67.

VIANA, F. A. B. Guia terapêutico Veterinário. 3°ed, Lagoa Santa: CEM, 2014, 560p.

WIDMER, W, R.; THRALL, D. E., Vértebras do cão e do gato In: THRALL, D. E

Diagnóstico de Radiologia Veterinária. 6° ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2014, cap.

11.

ZACHARY, J. F. Sistema nervoso. In: ZACHARY, J. F. ; MCGAVIN, M. D. Bases

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4 RELATO DE CASO 2

4.1 DIABETES MELLITUS EM UM CANINO

4.1.1 Introdução

Diabetes Mellitus (DM) é uma afecção endócrina caracterizada pela insuficiência ou falta de produção do hormônio insulina. Este hormônio é produzido pelas células beta pancreáticas, estimuladas pelo aumento dos níveis de glicose na circulação, uma vez que facilita a entrada desta para as células. Quando em falta gera desequilíbrio resultando em hiperglicemia e as demais sintomatologias (PERLE, 2013; DAVISON, 2015; PÖPPL e ELIZEIRE, 2015). Esta afecção é comumente encontrada em humanos, caninos e felinos (ECCO e LANGOHR, 2016).

A DM é considerada uma afecção multifatorial, devido a sua etiopatogênese estar associada a uma série de fatores (DAVISON, 2015; PÖPPL e ELIZEIRE, 2015). Hereditariedade, infecção viral, pancreatite, obesidade, medicações e afecções antagônicas à insulina são alguns dos fatores mais comuns (PÖPPL e ELIZEIRE, 2015). É classificada de acordo com as alterações que afetam as células beta e os mecanismos fisiopatogênicos, em três categorias: tipo-1, tipo-2 e tipo-3 (NELSON, 2008; ECCO e LANGOHR, 2016).

A diabetes mellitus insulinodependente (DMID) é semelhante à diabetes tipo-1 de humanos, e, é caracterizada pela hipoinsulinemia permanente. As células betas são destruídas pelo próprio sistema de defesa do paciente (NELSON, 2010; FOSSUM e SCHULZ, 2014; ECCO e LANGOHR, 2016). Esta destruição é irreversível e o paciente terá de realizar a insulinoterapia por toda vida (DAVISON, 2015). A forma tipo-2 é não insulinodependente (DMNID), e, é encontrada principalmente em gatos (ECCO e LANGOHR, 2016). Caracteriza-se pela deficiência da produção de insulina em relação às necessidades do paciente (CHURCH, 2015). A diabetes secundária ou tipo-3 é resultante de uma afecção primária ou medicação que antagoniza a ação da insulina (GRECO, 2008; ECCO e LANGOHR, 2016).

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Os principais sinais clínicos encontrados em animais com diabetes mellitus são poliúria (PU), polidipsia (PD), perda de peso (PP), polifagia (PF) (NELSON, 2015). A catarata pode ser encontrada em casos de tratamento insatisfatório ou em casos crônicos de DM (CHURCH, 2015). Quando os sinais de DM não são identificados ou o tutor demore a procurar o veterinário, o animal pode desenvolver manifestações sistêmicas como cetonemia progressiva e acidose metabólica (NELSON, 2015). Nesses casos os sintomas encontrados são de anorexia, letargia, depressão, perda de visão e vômito (CHURCH, 2015).

O diagnóstico é baseado nos sinais clínicos e no resultado dos exames complementares como hiperglicemia persistente em jejum e glicosúria (DAVISON, 2015). A avaliação laboratorial deve ser composta de no mínimo um hemograma completo, bioquímico sérico e urinálise com cultura bacteriana. Sendo importante confirmar a presença da hiperglicemia persistente bem como da glicosúria para fechar o diagnóstico de diabetes mellitus, uma vez que a hiperglicemia associada à glicosúria diferencia o diabetes mellitus da glicosúria renal primária e de outras causas de hiperglicemia (NELSON, 2015).

Quando a suspeita de diabetes ocorrer em gatos, deve-se ter cautela ao fechar o diagnóstico, pois a hiperglicemia pode estar associada ao estresse (GRECO, 2008). Em cães esta alteração eventualmente ocorre quando a coleta é dificultada, em casos de pacientes agitados, hiperativos ou agressivos (NELSON, 2015). A frutosamina ou a hemoglobina glicosilada podem ser avaliadas para melhores resultados (GRECO, 2008). Recomenda-se uma avaliação completa da saúde geral com o objetivo de encontrar alguma afecção que esteja causando ou contribuindo com a DM (NELSON, 2015).

Uma vez estabelecido o diagnóstico o tratamento deve iniciar imediatamente (DAVISON, 2015). O tratamento tem a finalidade de eliminar a sintomatologia clínica e evita o desenvolvimento de complicações, que geram a hiperglicemia (NELSON, 2015). O controle é realizado pela administração de insulina, dieta controlada, exercícios, e prevenção de afecções antagonistas à insulina tais como hiperadrenocorticismo e pancreatite (DAVISON, 2015). Apesar do objetivo principal da terapia ser controlar a glicemia, deve-se ter cuidado com a hipoglicemia,

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complicação terapêutica séria geralmente obtida pela sobredose de insulina, que pode ser potencialmente fatal (PÓPPL e ELIZEIRE, 2015). A qualidade de vida do cão, melhora após a estabilização do quadro clínico, logo nos primeiros meses (DAVISON, 2015).

O presente trabalho tem o objetivo relatar um caso de diabetes mellitus em um canino, com 9 anos de idade, da raça Shih-Tzu, que foi atendido no Hospital Veterinário da UNIJUÍ, na cidade de Ijuí-RS.

4.1.2 Metodologia

No decorrer do estágio supervisionado no Hospital Veterinário da Unijuí, foi atendido, um canino, fêmea, não castrada, da raça Shih-Tzu, de 9 anos de idade, pesando 7 kg. A queixa principal do tutor era a presença de poliúria e polidipsia. Durante a anamnese o tutor relatou que há mais ou menos uma semana passou a notar que o animal estava urinando mais que o normal, aumentou a ingestão hídrica, e começou a apresentar incontinência urinária. Apesar destes sinais o tutor relata que o animal continuava se alimentando normalmente, ingerindo ração úmida e seca. Nunca havia ficado doente, estava com vacinas e vermífugos em dia e os animais contactantes estavam hígidos.

A paciente foi submetida à avalição clínica, e apresentou-se alerta, com temperatura retal de 38,7°, frequência cardíaca de 120 bpm, frequência ventilatória de 20 mpm, mucosas rosadas e tempo de perfusão capilar de dois segundos. A suspeita inicial foi de diabetes mellitus. Para realizar o diagnóstico foram requisitados exames complementares tais como: ultrassonografia, hemograma, urinálise, bioquímico para mensurar creatinina, alanina aminotransferase (ALT), fosfatase alcalina (FA) e glicose.

O tratamento instituído, com base nos resultados dos exames, foi de 2 UI de Insulina NPH BID por tempo indeterminado, por via subcutânea (SC), alimentação dietética e recomendação de retorno após 30 dias para realizar a curva glicêmica. Também foi recomendado realizar a ovariohisterectomia e foi entregue ao

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proprietário uma lista com algumas orientações sobre como cuidar de um paciente diabético.

Uma das recomendações feitas foi a respeito do armazenamento tanto da insulina, quanto das seringas, as quais deverão ser mantidas na porta da geladeira, por no máximo 45 dias após abertura do frasco. Outra recomendação dada foi em relação à alimentação, esta deverá ser à base de ração terapêutica, misturar comida somente se o animal não aceitar e dividir a quantidade diária recomendada pelo fabricante em três refeições por dia. Recomendado ainda, fornecer o alimento 15 minutos antes da aplicação de insulina, caso o animal não se alimente, não administrar insulina. O tutor recebeu também orientações sobre a aplicação da insulina. Após os 30 dias do diagnóstico, o proprietário não trouxe o animal para realizar a curva glicêmica e reajustar a dose de insulina.

4.1.3 Resultados e Discussão

Segundo Pöppl e Elizeire (2015), a DM é uma endocrinopatia que está cada vez mais presente na rotina das clínicas veterinárias, apresentando uma prevalência de 0,005 a 1,15% dos casos. De acordo com Nelson (2008), o tipo de diabetes mellitus de maior incidência encontrado em cães e gatos é a Diabetes Mellitus Insulina Dependente.

Conforme Perle (2013), a DM geralmente acomete cães e gatos adultos independentemente da raça, no entanto, relata maior incidência em raças de pequeno porte como Poodle Miniatura, Dachshund e Australian Terriers. Pöppl e Elizeire (2015), mencionam ainda, as raças Labrador, Pinscher, Bichon Frisé, Spitz, Husky Siberiano. Segundo Church (2015), geralmente os cães têm entre 4 e 14 anos de idade quando são diagnosticados com DM. Nelson (2015) relata prevalência em cães entre 7 a 9 anos. Casos de DM em cães com menos de 1 ano de vida são raros, e é denominada de diabetes juvenil. Ferreira et al. (2015), relataram um caso em uma fêmea SRD de 4 meses de vida. A paciente do presente caso era uma fêmea de 9 anos da raça Shih-Tzu. Barroso e Castro (2017), também descreveram um caso de DM em uma fêmea, porém da raça Chow-chow e com 11 anos de idade.

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De acordo com Nelson (2015), a quantidade de fêmeas afetadas é o dobro da quantidade de machos. Conforme Pöppl e Elizeire (2015), Ecco e Langohr (2016), esta prevalência se deve ao fato de que as fêmeas secretam progesterona que por sua vez estimula a produção do hormônio do crescimento que gera antagonismo à insulina. Davison (2015) menciona que há pesquisas onde 70% dos cães afetados eram fêmeas. No entanto, esta predisposição das fêmeas atualmente já não é mais tão evidente, devido ao aumento de fêmeas castradas. Neste relato, assim como, no caso relatado por Barroso e Castro (2017), o animal não era castrado.

Segundo Nelson (2008), é comum que cães e gatos sejam levados ao veterinário quando a sintomatologia apresentada seja preocupante aos olhos do tutor. Neste relato o proprietário menciona que o paciente estava a sete dias apresentando PU e PD e pensou que a mesma estava apresentando incontinência urinária. No caso relatado por Barroso e Castro (2017), o animal apresentou ainda PF, PP e catarata bilateral. Conforme Pöppl e Elizeire (2015), a PU é decorrente do excesso de glicose presente nos túbulos renais que impede a reabsorção da água pelos néfrons e causa diurese osmótica. Já a PD é consequência da PU, pois o aumento da osmolaridade ativa o centro da sede e faz com que o animal procure líquido para reidratação. A PF ocorre devido à falta de insulina para carrear a glicose para dentro da célula, e, estas ficam sem energia para desenvolver suas funções, ativando o centro da fome, o organismo trabalha como se estivesse em jejum, ativa as vias catabólicas, desencadeia acentuada lipólise e proteólise, motivo pelo qual ocorre a PP.

Assim como no caso descrito por Barroso e Castro (2017), o diagnóstico foi estabelecido através da combinação dos resultados dos exames laboratoriais com a sintomatologia clínica. No presente relato foi requisitado hemograma, bioquímico e urinálise. Nelson (2015) recomenda também a dosagem de progesterona, quando o animal diagnosticado com DM for uma fêmea intacta, e, ultrassom abdominal para identificar, pancreatite, afecções urinárias e hepatopatias. No presente relato a mensuração de progesterona não foi realizada e o exame ultrassonográfico não apresentou alterações dignas de nota.

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Na urinálise do presente caso (ANEXO B), foi observado densidade maior que 1,045 e presença de glicosúria (4+), cetonúria (3+) e proteinúria (1+). Estes achados são condizentes com os descritos por Pöppl e Elizeire (2015), como sendo comuns em casos de DM. A glicosúria ocorre quando a concentração de glicose excede o limiar renal de reabsorção, sendo os valores acima de 180 mg/dℓ. Conforme Nelson (2015), e Pöppl e Elizeire (2015), o aumento na quantidade de cetonas é decorrente da metabolização de gordura. Se os níveis estiverem muito elevados e o animal estiver apresentando sinais sistêmicos o diagnóstico deve ser de cetoacidose diabética. O animal deste relato não estava apresentando sinais de depressão desidratação, anorexia ou vômito, sinais citados por Greco (2008), como sinais da afecção. Conforme Pöppl e Elizeire (2015), a densidade da urina geralmente é maior que 1,035 em cães com DM. Valores muito elevados de proteinúria podem ser resultado de infecção renal ou glomerulopatia e deve ser investigada.

Assim como no caso relatado por Barroso e Castro (2017), o exame bioquímico mostrou hiperglicemia (418 mg/dl) e aumento da fosfatasse alcalina (174 U/L) (ANEXO C). Segundo Pöppl e Elizeire (2015), o resultado da hiperglicemia esta dentro do esperado para pacientes com DM não complicada, estando entre 250 e 450 mg/dℓ. A concentração extremamente elevada de FA pode indicar hiperadrenocorticismo concomitante. Segundo Nelson (2015), a elevação na concentração de FA é esperada em casos de DM, e os valores comumente encontrados chegam até 500U/L.

Quanto ao hemograma Barroso e Castro (2017), comentam que não são encontradas alterações dignas de notas. Ainda segundo Church (2015), o hemograma geralmente não apresenta alterações. No resultado do hemograma da paciente do presente caso foi observada leve anemia normocítica normocrômica regenerativa (ANEXO D). De acordo com Davison (2015), apesar de ser incomum, em alguns casos pode-se observar leucograma de estresse quando a coleta for difícil, elevação de hematócrito se houver desidratação, ou ainda um grau moderado de anemia caracterizando doença crônica.

Segundo Pöppl e Elizeire (2015), o tratamento visa manter a concentração sérica de glicose perto ou abaixo do limiar renal e assim eliminar a sintomatologia,

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além de recuperar o estilo de vida habitual do animal. De acordo com Davison (2015), o segredo para manter o controle da glicemia é uma rotina diária estável. Manter sempre a mesma dose de insulina, a mesma quantidade e tipo de dieta, não oferecer guloseimas e evitar variações também durante as atividades físicas. No presente relato foi solicitado ao tutor para trocar a ração normal por uma ração dietética e dividir a quantidade diária recomenda pelo fabricante em três refeições por dia. Pöppl e Elizeire (2015) mencionam que a dieta é fundamental para a manutenção dos pacientes. Dietas ricas em fibras são excelentes para pacientes com sobrepeso, ajudam a diminuir a reabsorção da glicose pelos túbulos renais, além disto, devem conter baixo teor de gordura para evitar à resistência a insulina.

De acordo com Nelson (2015), deve-se iniciar o tratamento de DM com a insulina lenta de fonte suína ou com a insulina recombinante humana (NPH), desde que ambas sejam administradas com a menor dose possível, sendo 0,25 UI/Kg, duas vezes ao dia, a fim de evitar a hipoglicemia. Segundo Greco (2008), a dose inicial de NPH pode variar de 0,4 a 0,5 UI/Kg a cada 12 horas via subcutânea. Sendo administrada junto com a alimentação. Já Pöppl e Elizeire (2015), mencionam doses entre 0,25 a 0,5 UI/kg. No presente relato foi recomendada a utilização de insulina NPH na dose de 2UI (0,3 U/Kg), BID, 15 minutos depois da refeição. Barroso e Castro (2017), também utilizaram a insulina NPH, na dose de 0,5UI/Kg. Segundo Davison (2015), a refeição deve ser fornecida pelo menos duas vezes por dia, e a 1° deve coincidir com 1° dose da aplicação de insulina, se esta vai ser realizada antes ou depois da alimentação fica a critério do clínico.

Conforme Pöppl e Elizeire (2015), os cães diabéticos devem ser reavaliados uma vez por semana após o início do tratamento, porém as doses de insulina não devem ser alteradas logo nos primeiros dias do tratamento, mesmo que a hiperglicemia não esteja totalmente controlada. Uma vez que os primeiros dias de tratamento visam reverter o quadro clínico e dar tempo para o animal e seus tutores se adaptarem a nova rotina, e não para atingir um controle glicêmico ideal. Demora alguns dias para ocorrer o restabelecimento do equilíbrio. O animal precisa se adaptar a insulina e a nova dieta e os tutores aprenderem a administrar a insulina, identificar e agir nos quadros de hiperglicemia ou hipoglicemia. No presente relato foi dado um período de 30 dias para o animal se adaptar e então voltar para nova

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avalição e dar início a realização da curva glicêmica. Para o proprietário foi dado instruções de como aplicar e armazenar a insulina, e, realizar o manejo da dieta. A insulina é válida por até 45 dias após a abertura do frasco e deve ser mantida em local refrigerado. Estas informações corroboram com as instruções citadas por Póppl e Eliseire (2015), que ressaltam a importância desses cuidados para evitar falhas no tratamento. Aquecer, agitar ou congelar o frasco de insulina gera degradação da mesma.

De acordo com Davison (2015), a curva glicêmica é um excelente método para avaliar a eficácia da terapia e deve ser realizada após sete dias do início do tratamento. Nelson (2015) menciona que é o resultado desta que irá determinar se a dose precisa ser aumenta ou diminuída. Segundo Póppl e Eliseire (2015), para realizar a curva glicêmica é preciso mensurar a glicemia a cada duas horas até fechar um total de 8 ou 24 horas, e ir anotando os valores, sendo que a primeira dosagem deve ser realizada logo após a 1° administração de insulina e refeição do dia. Deve ser realizada uma vez por semana até encontrar uma dose de insulina adequada.

Segundo Nelson (2015), e Póppl e Eliseire (2015), o prognóstico depende do interesse e do comprometimento do proprietário em realizar o tratamento diário no animal, mantendo a glicemia controlada, pois assim o paciente vive normalmente. No presente relato o prognóstico não pode ser avaliado, pois após o diagnóstico de diabetes mellitus o tutor não trouxe o paciente para reavaliação.

4.1.4 Considerações Finais

Ao término deste estudo e, com base na literatura conclui-se que o tratamento com doses adequadas de insulina é fundamental para reestabelecer o equilíbrio do organismo, reduzindo os níveis da glicemia. Além da insulina o tutor do animal tem papel fundamental para o sucesso do tratamento e o bem-estar do animal, pois seu envolvimento com o tratamento deve ser constante uma vez que o animal depende do seu tutor para lhe administrar a insulina nos horários corretos e regrar a alimentação por toda a sua vida. Caso ocorra a falta de interesse do mesmo em prosseguir com o tratamento, o animal corre sérios riscos, até mesmo de óbito.

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4.1.5 Referências

BARROSO, B. de P.; CASTRO de M.; Terapia Insulínica e Controle da Diabetes Mellitus Canina: Relato de Caso. In: ______ Revista Tecnológica n°1, v. 6, 2017. CHURCH, D.,Diabetes Melito sem complicação – Cães In: TILLEY, L. P.; JR. SMITH; F. W. K. Consulta Veterinária em 5 minutos espécies canina e felina. 5° ed., Barueri: Manole, 2015, pg. 347- 350.

DAVISON, L. J. Diabete Melito em Cães. In: MOONEY, C.T.; PETERSON, M. E.

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12 pg. 141.

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FOSSUM, T. W.; SCHULZ, K. S. Medicina Regenerativa e Terapia com Célula-tronco. In: FOSSUM, T. W. Cirurgia de Pequenos Animais. 4ª ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2014, cap. 14.

GRECO, D. S. Diabete Melito. In: BIRCHARD S. J.; SHERDING R.G. Manual

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pg.381-393.

NELSON, R. W. Alterações Endócrinas do Pâncreas In: NELSON, R.; COUTO C. G.

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