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O perfil dos inadimplentes no crédito pessoal concedido a pessoas físicas na unidade do Sicredi Bairro Cruzeiro – Santa Rosa

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UNIJUÍ – Universidade Regional Do Noroeste Do Estado Do Rio Grande Do Sul DACEC – Departamento de Ciências Administrativas, Contábeis, Econômicas e da Comunicação

Curso: Administração Bacharelado

Disciplina: Trabalho de Conclusão de Curso

LUCAS HAMERSKI ZAVALHIA

ORIENTADOR: Prof. LUCIANO ZAMBERLAN

O PERFIL DOS INADIMPLENTES NO CRÉDITO PESSOAL

CONCEDIDO A PESSOAS FÍSICAS NA UNIDADE DO SICREDI

BAIRRO CRUZEIRO – Santa Rosa

Trabalho de Conclusão de Curso

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LUCAS HAMERSKI ZAVALHIA Orientador Prof. LUCIANO ZANBERLAM

O PERFIL DOS INADIMPLENTES NO CRÉDITO PESSOAL

CONCEDIDO A PESSOAS FÍSICAS NA UNIDADE DO SICREDI

BAIRRO CRUZEIRO – Santa Rosa

Trabalho de Conclusão de Curso

Santa Rosa, RS, 1º Semestre de 2016.

Trabalho de Conclusão do Curso de Administração da Universidade Regional do Noroeste do Rio Grande do Sul – UNIJUI, como requisito parcial à Conclusão de Curso e conseqüente obtenção de título de Bacharel em Administração.

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AGRADECIMENTOS Dedico este trabalho a toda a minha família, que sempre me apoiou em meus estudos e em meus objetivos na vida, sempre estando ao meu lado em momentos difíceis, momentos em que eu poderia desistir, mas quando se tem alguém ao lado tudo se torna mais fácil. Obrigado pai, mãe, irmão e irmã. Tenho também a agradecer a minha namorada pela paciência que sempre teve, e pelo apoio que também sempre me deu para eu seguir em frente e nunca desistir. De outra parte, destino os meus agradecimentos aos meus mestres, em especial ao meu orientador Prof. Luciano Zamberlann, que foram os grandes responsáveis pelo acadêmico e o profissional que me tornei. Sem mais, encerro esta etapa com a certeza de que minha caminhada acadêmica

e profissional está apenas começando. A educação é a maior riqueza que um ser humano poderá adquirir durante a sua vida e que jamais poderão lhe tirar.

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RESUMO EXPANDIDO

Introdução

Atualmente vive-se uma crise financeira e instabilidade na economia do país, tal incerteza que vem causando desempregos, flutuação de taxas de juros e a má administração dos rendimentos, acarreta na busca pelo empréstimo bancário. O crescimento da competitividade exige cada vez mais eficiência das Instituições Financeiras, mesmo em tempo de crise, mudanças que estão ocorrendo torna-se primordial uma política de crédito que agregue valor e que se evite a inadimplência.

O presente estudo teve por objetivo identificar o perfil dos inadimplentes tomadores de Crédito Pessoal Pessoa Física na Unidade de Atendimento do Sicredi Bairro Cruzeiro em Santa Rosa-RS, observando e analisando o volume de crédito concedido nessa linha, e contabilizando títulos que encontram-se, ou que, no decorrer do tempo sofreram atrasos nas suas liquidações.

No referencial teórico decorreu-se no embasamento de informações sobre os “Cs” do crédito já pesquisado por estudiosos, sobre elementos a que se deve desprender grande atenção ao analisar a concessão de um crédito.

Reafirmando essas palavras Meinem e Port (2014, p.54) destaca que: Prova disso é que 10% dos municípios brasileiros (em 31/12/13 eram 564 remotas/diminutas comunidades), e para inúmeros grupos de assalariados, as cooperativas são as únicas instituições financeiras a oferecer instalações, estrutura de pessoal, e portfólio de operações e serviços decentes. Assim, cumpres um duplo papel nesses locais: promovem o desenvolvimento econômico e seguram o exercício da cidadania pela inclusão financeira.

Este estudo teve o intuito de identificar esse perfil de inadimplente confrontando dados dos títulos de crédito ativos que estão em atraso com o cadastro destes devedores, e, alavancou informações e dados que possibilitou identificar informações em comum entre as operações, e assim, se chegou aos perfis mais suscetíveis à inadimplência, e também, identificou-se algo importante tanto quanto, ou mais que isto, se identificou o quanto a inadimplência desta linha soma valores em equiparação a outras linhas.

Metodologia

A coleta de dados do presente estudo deu-se através da geração de relatórios de associados que encontraram-se com parcelas não pagas, buscando nestes relatórios os títulos inadimplentes, tipo/composição de linha de crédito em específico a que se deseja (no caso em estudo o crédito pessoal), onde posteriormente foi realizada uma comparação detalhada com o cadastro de cada devedor que se encontra em atraso, após verificando o volume deste crédito equiparando-a com as outras linhas, e assim iniciou-se a interpretação deste perfil de devedor e volumetria da linha em estudo.

Realizou-se um questionário com Assistentes de Negócio para identificar o perfil dos inadimplentes e ressaltar os pontos positivos e negativos,

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sendo que após as constatações obteve-se se propôs uma metodologia de gestão de qualidade para melhorar a cobrança dos inadimplentes, considerando-se que o mesmo apresenta-se adequado as características e necessidades da Unidade de Atendimento Cooperativa no que se refere a cobrança de créditos em atraso.

Consta em anexo o questionário utilizado para o complemento dos dados - aplicado aos Assistentes de negócio que corroborou com o estudo. Cooper e Schindler (2003, p. 84) destacam que “os dados primários são buscados por sua proximidade com a verdade e controle sobre erro. Isso nos leva a ser cuidadoso ao planejar procedimentos de coleta de dados e generalizar a partir de resultados”.

Martins (2008, p.46) relata que “um dos grandes desafios da prática da pesquisa documental é o grau de confiança sobre a veracidade dos documentos, fato que poderá ser atenuado através de análises cruzadas com resultados de outras fontes”.

As respostas e as considerações do universo amostral da pesquisa foram analisadas através de gráficos, analisando (frequência e nivelação) para uma melhor interpretação.

Resultados

O Sistema de Crédito Cooperativo estudado tem sua estrutura consolidada no Cooperativismo, em que é uma forma de associação de pessoas, reunidas voluntariamente, para atender necessidades comuns através de uma atividade econômica. Sendo assim, sua estrutura de funcionamento é basicamente formada pelo Associado; que é o cooperado é ao mesmo tempo dono e usuário da Cooperativa. Enquanto dono, ele participa de assembleias que propõe decisões na organização, e enquanto usuário ele vai utilizar os serviços.

Foi verificado através dos agentes de negócios da Unidade Cooperativa em estudo, os perfis dos inadimplentes dos associados tomadores de Crédito Pessoal na Unidade de atendimento do Sicredi Bairro Cruzeiro em Santa Rosa/RS. Os relatórios dos inadimplentes foram dos meses de março e abril de 2016, que foram analisados e interpretados por gráficos.

Nesse contexto, são apresentados os pontos fracos da situação verificando que há necessidade da implantação de novos alinhamentos junto aos gestores de carteiras/contas correntes, para agilizar a cobrança dos inadimplentes de uma forma mais rápida e eficaz, já que se vive na era da informática e se tem várias facilidades de cobrança ao alcance, além da sensatez e da forma como cobrar uma pessoa que está em débito. Existem formas de cobrança através de um profissional capacitado que tenha técnicas de cobrança de forma eficaz.

No que tange a melhorias quanto ao sistema de cobrança trabalhado atualmente, o estudo também possibilitou identificar o sistema ideal a ser implantado na Cooperativa, a médio ou longo prazo, criando na (Sureg) Superintendência Regional que é a Central de Suporte às Unidades, um departamento específico e especializado para este fim, ou a contratação e uma empresa terceirizada para desempenhar esta atividade, pois estariam treinados e com bagagem para ser mais assertiva em tal atividade.

No entanto, tal estudo nos proporcionou identificar mais a fundo o peso real mensal da inadimplência da Unidade em estudo, agora especificamente na linha de Crédito Pessoal concedido a pessoas físicas. Como acadêmico concluinte do curso por já trabalhar na Unidade em estudo, tinha através de

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meras percepções desconfiado que a linha de Crédito Pessoal pudesse ser a que mais impactava no resultado mensal da Unidade, e tal estudo assim identificou.

Após estratificações verificou-se que em março/16 de todas as operações em atraso 19,26% destas eram específicas desta linha, representando naquele mês R$ 38.391,20 reais, em abril/16 eram 16,67% desta linha, e apesar de ser uma porcentagem menor, isso representou R$ 40.405,72 reais, isto porque há alterações diárias nas parcelas dos títulos que vão sendo liquidadas e outras ficando em atrasos, neste último mês, parcelas de valores maiores podem não terem sido liquidados somando assim um valor maior.

Atualmente, o descontrole financeiro, o esquecimento de compromissos, empréstimos em nome de terceiros e despesas extras com educação, saúde estão levando muitas pessoas a se tornar inadimplentes, ao não pagamento de suas dívidas. Como publica o Banco Central (2016 apud MARTELLO, 2016), o aumento da inadimplência das empresas e das famílias acontece em um momento de forte recessão na economia brasileira.

Segundo Silva (2006), na maioria das análises, o risco de crédito do tomador está relacionado a fatores internos e externos, que podem prejudicar o pagamento do empréstimo contratado junto ao banco. Desta forma, a avaliação do risco de crédito está baseada na multiplicidade, qualidade e origem das informações disponíveis para o analista sobre o proponente do crédito.

O resultado dos dados coletados junto aos sete Assistentes de Negócios que atualmente trabalham apresentando, a venda de produtos e serviços disponibilizados pela Unidade de atendimento Sicredi Bairro Cruzeiro foram analisados a partir de gráficos. Foi entregue a estes um questionário composto de 8 questões, sendo estas formadas por questões de múltipla escolha, perguntas abertas, perguntas fechadas e perguntas duplas. Tal questionário foi direcionado com algumas perguntas referente à percepção dos Assistentes de Negócios, frente ao perfil mais comum dos devedores, e referente a identificação de melhorias que possam ser adotadas para retrair a inadimplência dos créditos.

Verificou-se de grande valia a coleta de dados junto aos Assistentes de Negócios, pois os mesmos possuem um contato muito próximo junto aos tomadores de crédito, somando a essa proximidade, possuem algum tempo de experiência de negócios na área que atuam, e isto, corroborou com a intenção do presente trabalho que é de verificar os tomadores de crédito que mais tornam-se vulneráveis a não honrar seus compromissos por diversas razões, e também, auxiliou a expor suas sugestões e melhorias para minimizar o índice de inadimplência na linha de crédito pessoal destinado à pessoas físicas.

Dessa forma, questionando os assistentes de negócios o resultado encontrado dos associados inadimplentes ficou na faixa de renda entre R$700,00 e R$ 1.500,00 reais atingindo média entre os dois meses bases de em torno de 41%, sabendo-se que se deve ter também um maior cuidado quanto aos valores de crédito a ser concedido assim como analisar a inclusão de aval para obter maior segurança na operação. A renda entre R$1.501,00 e R$2.500,00 reais atingiu uma média de 25%, média de 17,92% renda entre R$2.501,00 e R$3.500,00 reais, e o menor índice com renda acima de R$ 3.501,00 reais.

Também identificou-se que o sistema dispõe de alguns pontos fortes que se bem utilizados, acarretam em bons resultados no que tange a minimização de parcelas inadimplentes, pois se têm acesso a relatórios online em diferentes sistemas permitindo buscar todos os produtos e parcelas em atraso vinculadas a cada CPF, e também o contato direto via telefone possibilita estreitar o

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relacionamento junto com o associado, e/ou as visitas pessoais em residência propõe naquele momento identificar a real realidade do associado naquele momento.

Portanto, sugere-se que deve haver melhorias quanto ao sistema de cobrança trabalhado atualmente, o estudo também possibilitou identificar o sistema ideal a ser implantado na Cooperativa, a médio ou longo prazo, criando na (Sureg) Superintendência Regional um departamento específico e especializado para este fim, ou a contratação e uma empresa terceirizada para desempenhar esta atividade, pois estariam treinados e com bagagem para ser mais assertiva em tal atividade.

Conclusão

Buscou-se identificar o perfil dos inadimplentes dos associados tomadores de Crédito Pessoal na Unidade do Sicredi Bairro Cruzeiro em Santa Rosa. Com os resultados obtidos a partir de agora é tomar mais cuidado na concessão de futuros créditos a determinado perfil que se mostrou durante as pesquisas mais suscetíveis a ser inadimplente e não cumprir com as obrigações previamente firmadas.

As informações coletadas foram fidedignas com relação à evolução da inadimplência na Unidade de Atendimento, sendo que estas foram realizadas a paritr de relatórios fornecidos pela Instituição financeira nos meses de março e abril de 2016.

Foi um estudo realizado durante dois meses proporcionando identificar o peso real mensal da inadimplência neste Unidade em estudo, na linha de Crédito Pessoal concedido a pessoas físicas.

Como acadêmico concluinte do curso por já trabalhar na Unidade em estudo, tinha através de meras percepções desconfiado que a linha de Crédito Pessoal pudesse ser a que mais impactava no resultado mensal da Unidade, e tal estudo assim identificou.

Considera-se que as profissões mais inadimplentes de um modo geral sob visão dos Assistentes de Negócios que vivenciam em seu dia a dia a cobrança de devedores, em 72% foram os que desempenham atividades como autônomos, 14% aposentados e pensionistas e 14% empregados/trabalhadores do comércio em geral.

Portanto, a partir de todos os dados coletados e analisados, questões respondidas pelos Assistentes de negócios identificou-se que se torna indispensável a adoção de uma análise mais criteriosa quanto a concessão de crédito na linha de crédito pessoal concedida a pessoas físicas, principalmente no que tange os perfis identificados sendo eles os solteiros, idade entre 18 e 25 anos, renda entre 700,00 e 1.500,00 reais e que são autônomos, com operações de crédito acima de R$ 5.000,00 reais, mas não deixando também de ser criterioso a associado com idade superior a 41 anos, pois apontou a pesquisa que também têm a tendência de atrasos com relação a compromissos assumidos.

Palavras-Chave: Crédito – Inadimplência – Assistentes de Negócios – Unidade de atendimento

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COOPER, Donald R; SCHINDLER, Pamela S. Métodos de pesquisa em administração. Tradução: Luciana de Oliveira da Rocha; 7ª Ed. Porto Alegre: Bookman, 2003.

MARTELLO, Alexandro. 28.04.2016. Inadimplência e Taxas de Juros são as maiores em 5 anos diz BC. Disponível em http://g1.globo.com/economia/seu- dinheiro/noticia/2016/04/inadimplencia-e-juros-bancarios-sao-os-maiores-em-cinco-anos-revela-bc.html. Acesso em 24 de maio de 2016.

MARTINS, Gilberto de Andrade. Estudo de Caso: uma estratégia de pesquisa. 2ª Ed. São Paulo: Editora Atlas, 2008.

MEINEN, Ênio; PORT, Márcio. Cooperativismo Financeiro: percurso histórico, perspectivas e desafios. Brasília: Editora Confebras, 2014.

SILVA, José P. da. Gestão e análise de risco de crédito. 5. Ed. São Paulo: Atlas, 2006.

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LISTA DE GRÁFICOS

GRÁFICO 1 – Operações de crédito ativos – março 2016 ... 52

GRÁFICO 2 – Operações de crédito ativos – abril 2016 ... 53

GRÁFICO 3 – Inadimplência – março 2016 ... 54

GRÁFICO 4 – Inadimplência – abril2016 ... 55

GRÁFICO 5 – Inadimplência crédito pessoal – março 2016 ... 56

GRÁFICO 6 – Inadimplência crédito pessoal – abril 2016 ... 57

GRÁFICO 7 – Operações de crédito pessoal – março 2016 ... 58

GRÁFICO 8 – Operações de crédito pessoal – abril 2016 ... 59

GRÁFICO 09 – Escolaridade ... 62

GRÁFICO 10 – Tempo destinado à inadimplência ... 62

GRÁFICO 11– Tempo mínimo ideal destinado à cobrança ... 63

GRÁFICO 12 – Percepção das características da inadimplência ... 64

GRÁFICO 13 – Importância da inclusão de valores nas operações de crédito .... 64

GRÁFICO 14 – Profissões com repetência nos atrasos ... 66

GRÁFICO 15 – Perfil dos inadimplentes - março 2016 ... 69

GRÁFICO 16 – Perfil dos inadimplentes – abril 2016 ... 69

GRÁFICO 17 – Estado Civil – março 2016 ... 70

GRÁFICO 18 – Estado Civil – abril 2016 ... 71

GRÁFICO 19 – Média de renda – março 2016 ... 72

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SUMÁRIO INTRODUÇÃO ... 11 1 CONTEXTUALIZAÇÃO DO ESTUDO ... 14 1.1 Exposição do Tema ... 14 1.2 Caracterização da Organização ... 17 1.3 Problema ... 21 1.4 Objetivos ... 22 1.4.1 Objetivo Geral ... 22 1.4.2 Objetivos Específicos ... 23 1.5 Justificativa ... 23 2 REFERENCIAL TEÓRICO ... 25 2.1 História do Cooperativismo ... 25 2.2 Crédito ... 28

2.3 Risco e Análise de Crédito ... 30

2.4 Os “cs”do crédito ... 39 2.4.1 Caráter ... 39 2.4.2 Capacidade ... 40 2.4.3 Capital ... 41 2.4.4 Condições ... 41 2.4.5 Colateral ... 42 2.5 Inadimplência ... 42 3 METODOLOGIA ... 45 3.1 Classificação da Pesquisa ... 45 3.2 Universo Amostral ... 47 3.3 Participantes da Pesquisa ... 48 3.4 Coleta de dados ... 48

3.5 Análise e Interpretação dos Dados ... 50

4 ANÁLISE E INTERPRETAÇÃO DOS RESULTADOS ... 51

4.1 Quanto ao número de operações inadimplentes ... 51

4.2 Quanto ao ponto de vista dos assistentes de negócios ... 60

4.3 Perfil dos Inadimplentes nos cadastros ... 68

5 RECOMENDAÇÕES ... 74

CONCLUSÃO ... 77

REFERÊNCIAS ... 81

ANEXOS ... 84

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INTRODUÇÃO

A economia brasileira mudou e continuará a mudar cada vez mais. Vive-se na era das mudanças, incertezas, complexidades. A era da informação está trazendo novos desafios para muitos setores principalmente nas instituições bancárias.

O estudo teve por objetivo identificar o perfil dos inadimplentes tomadores de Crédito Pessoal Pessoa Física na Unidade de Atendimento do Sicredi Bairro Cruzeiro em Santa Rosa-RS, observando e analisando o volume de crédito concedido nessa linha, e contabilizando títulos que encontram-se, ou que, no decorrer do tempo sofreram atrasos nas suas liquidações.

É fato que conhecimento o perfil de associados que acabam enfrentando atrasos e não honrando com o contrato de crédito, é de extrema importância independente da Unidade de Atendimento assim como independente do crédito que está sendo tomado.

O ato de efetuar empréstimos às pessoas interessadas devido a determinadas necessidades, “realizar seus sonhos”, ou para as mais diversas situações, pode se tornar um pesadelo tanto para o tomador do crédito, quanto para as cooperativas de crédito à medida que crescem os níveis de inadimplência, tornando às vezes, bem difícil esse restabelecimento do relacionamento com o associado.

Tal trabalho se justifica pelo fato de que aponta os perfis mais comuns dos inadimplentes, assim como corroborou para identificar um novo fato até então não conhecida sua dimensão, que foi o impacto nos resultados da Unidade e o volume inadimplente nesta linha de crédito em específico, e que, agora nos possibilita adotar medidas pró-ativas no momento da disponibilização do crédito, diminuindo o risco de sua perda e aumentando o resultado positivo de crescimento das cooperativas.

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A partir da coleta e análise de dados o estudo pode-se apontar e sugerir alguns melhoramentos a serem adotados para novas concessões de crédito pessoal concedidos a Pessoas Físicas na Unidade de Atendimento em que o estudo foi desenvolvido.

A partir desta realidade apresentada que buscou-se embasar o presente trabalho. O primeiro capítulo deste estudo trata-se do tema e/ou problema identificado, e explanação dos objetivos ao quais se buscou o atingir.

Apesar de alguns cuidados tomados pelas instituições financeiras e cooperativas de crédito, a inadimplência tem tornado-se corriqueira nestes últimos anos, envolvendo diversos motivos. Entre eles o desemprego, doenças de família, desvalorização salarial, oscilação na taxa de juros, atual cenário econômico incerto, falta de educação financeira em tempos difíceis, entre outros.

No segundo capítulo, no referencial teórico discorreu-se no embasamento de informações sobre os “Cs” do crédito já pesquisado por estudiosos, sobre elementos a que se deve desprender grande atenção ao analisar a concessão de um crédito. Tais informações vão servir de luminosidade para o desenvolvimento e aprofundamento do tema a ser abordado, pois são riscos que às vezes são intrinsecamente assumidos e deve-se geri-los com habilidade e eficiência.

Coloca-se que, o presente trabalho teve o intuito de identificar esse perfil de inadimplente confrontando dados das contas correntes que estão em atraso com o cadastro destes devedores, e, alavancou informações e dados que possibilitou identificar informações em comum entre as operações, e assim, se chegou aos perfis mais suscetíveis à inadimplência, e também, identificou-se algo importante tanto quanto, ou mais que isto, se identificou o quanto a inadimplência desta linha soma valores em equiparação a outras linhas.

No terceiro capítulo fala-se sobre a metodologia utilizada no trabalho, sobre questões aplicadas aos Assistentes de Negócios para que este estudo pudesse alcançar os objetivos e responder ao problema proposto que são os perfis dos inadimplentes dos associados tomadores de Crédito Pessoal na Unidade de atendimento do Sicredi Bairro Cruzeiro em Santa Rosa/RS.

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E no quarto capítulo, que foi o último momento apresentam-se as conclusões e resultados gerados pela pesquisa, advindas de análises e comparativos entre os cadastros dos associados com créditos em atrasos, com foco no aprofundamento na busca de dados de maneira objetiva para poder alcançar o objetivo principal deste trabalho, que é identificar traços em comum de perfis de tomadores de crédito, que são mais suscetíveis e vulneráveis a inadimplência, para assim se tomar medidas mais atentas na hora de conceder o crédito.

O estudo se delimitou na análise dos créditos concedidos à pessoas físicas na Unidade de Atendimento do Sicredi Bairro Cruzeiro em Santa Rosa/RS, e que tiveram atrasos ou não pagamento destas parcelas nos últimos meses .

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1. CONTEXTUALIZAÇÃO DO ESTUDO

Neste capítulo apresenta-se a caracterização da empresa, a apresentação do tema, a questão do estudo, os objetivos (geral e específicos) bem como a justificativa que norteou este estudo.

1.1 Apresentação do Tema

No atual cenário econômico em que as Instituições Financeiras de crédito estão inseridas, cada vez mais este mercado encontra-se instável, complexo e competitivo. Sendo assim, torna-se inevitável que o planejamento estratégico destas instituições sejam constantemente renovados para que se mantenham competitivas no mercado de atuação.

Como supracitado na introdução do presente trabalho sobre o crescimento do sistema de crédito cooperativo, e apesar da vulnerabilidade do cenário econômico em que o Brasil se encontra, nota-se que as cooperativas de crédito têm demonstrado capacidade de absorção adequada frente aos efeitos da instabilidade do cenário econômico. Acredita-se que isso se deve principalmente pela solidez conquistada e a proximidade do relacionamento que as cooperativas de crédito mantêm com seu associado, e essa proximidade faz com que ele perceba os benefícios que a cooperativa lhe oferece e assim mantêm a confiança nesse modelo de negócio.

Apesar das intempéries que a economia atualmente vive no país, a concessão de crédito pelas Instituições Financeiras a quem o necessita é uma constante disputada pelo mercado financeiro, e o Sistema de Crédito Cooperativo vem se destacando ano a ano devido ao seu diferencial de valores e princípios na sua forma de atuação. As cooperativas de crédito não trabalham buscando as melhores praças e melhores cidadãos com maior poder aquisitivo.

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Reafirmando essas palavras Meinem e Port (2014, p.54) destacam que:

Prova disso é que 10% dos municípios brasileiros (em 31/12/13 eram 564 remotas/diminutas comunidades), e para inúmeros grupos de assalariados, as cooperativas são as únicas instituições financeiras a oferecer instalações, estrutura de pessoal, e portfólio de operações e serviços decentes. Assim, cumpres um duplo papel nesses locais: promovem o desenvolvimento econômico e seguram o exercício da cidadania pela inclusão financeira.

Diferentemente dos Bancos Privados, as Cooperativas de Crédito são formadas por uma sociedade de pessoas, com forma e natureza jurídica própria de natureza civil, e tem o objetivo de propiciar crédito e prestar serviços financeiros de modo mais simples e vantajoso para seus associados, buscando uma maior competitividade na taxa de juros que encontra-se em determinado momento no cenário econômico. Menezes (2004, p. 24) esclarece que:

A sociedade cooperativa de crédito se organiza por grupos identificados de pessoas com dois objetivos principais; 1)suprir os membros do grupo com um plano de poupança sistemática; 2) com as poupanças, tornar possível a essas pessoas atender a suas necessidades de crédito a uma taxa razoável de juros, para os mais variados fins.

Percebe-se que o cooperativismo tornou-se uma importante iniciativa socioempreendedora (ou socioeconômica), baseada em uma ajuda mútua entre seus associados que só vem a somar forças e resultados positivos para todos na sociedade em que está inserida. Ainda Menezes (2004, p.30) estabelece que:

Prestando serviços a seus associados, a cooperativa de crédito recebe deles depósitos, dispões para ele contas de investimentos, faz-lhe empréstimos em diferentes linhas de financiamento, fornece-lhes talões de cheque e cartões de crédito, firma convênio com empresas e organizações para assistência ou vendas favorecidas aos cooperados e suas famílias.

A filosofia do Sicredi está direcionada à educação de seu quadro social, visando à ideologia cooperativista e atendendo, entre outros, aos princípios de ajuda mútua, da economia sistemática e do uso adequado do crédito. Possui suas atividades voltadas ao setor primário da economia, tendo como grande

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maioria de associados, produtores rurais ou pessoas ligadas diretamente a esta atividade. Desta forma, procura captar recursos de outras instituições financeiras, como Bancos de Desenvolvimento, para poder repassar aos seus associados, desenvolvendo ainda mais este setor. Nesse contexto, conforme Lei Complementar de 130, de 17 de abril de 2009:

Art. 2º As cooperativas de crédito destinam-se, precipuamente, a prover, por meio da mutualidade, a prestação de serviços financeiros a seus associados, sendo lhes assegurado o acesso aos instrumentos do mercado financeiro. S/ 1º A captação de recursos e a co cessão de créditos e garantias devem ser restritas aos associados, ressalvadas as operações realizadas com outras instituições financeiras e os recursos obtidos de pessoas jurídicas, em caráter eventual, a taxas favorecidas ou isentos de remuneração (BRASIL, 2009).

Junto com o desenvolvimento deste novo modelo de sistema de crédito, as cooperativas também agregaram um grande leque em seu portfólio de produtos e serviços, trabalhando agora com operações que antes constavam apenas do portfólio dos bancos, pegamos como exemplo os seguros, cartões, previdência, consórcio e cobrança bancária.

Diante desta prosperidade no portfólio de produtos e do fornecimento de crédito no sistema cooperativo nos últimos anos, o crédito pessoal vem se destacando, um detalhe deve-se atentar, pois onde há empréstimo de valores, há também a inadimplência, atrasos e/ou não pagamentos destes compromissos acarretando em prejuízo ou abalo na saúde financeira seja em Bancos Privados ou no Sistema de Crédito Cooperativo, no caso em estudo, os associados tomadores de Crédito Pessoal pessoas físicas na Unidade do Sicredi Bairro Cruzeiro em Santa Rosa – RS.

Nos empréstimos de crédito quando ocorre a adimplência, ou seja, o cumprimento no pagamento das dívidas, esta tem função social muito importante, pois permite o retorno para a cooperativa do capital emprestado e isso, consequentemente gera solidez no sistema financeiro possibilitando a concessão de novos empréstimos a novos tomadores.

Porém, quando ocorre a exceção, sou seja, o inadimplemento, o não cumprimento da obrigação assumida, isso pode acarretar prejuízos e abalos na saúde financeira da instituição. Em regra, as obrigações são voluntariamente

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cumpridas, seja espontaneamente, por iniciativa do devedor, seja após a interpelação feita pelo credor.

A inadimplência, no dicionário definida como (não cumprimento de um contrato ou de uma obrigação no prazo estabelecido), pode também ser definida como quebra de cláusulas num contrato, em transações comerciais significa também situação de atraso de dívidas, ou seja, inadimplente é aquele que deixou de pagar suas dívidas em dia.

Sendo assim, o presente estudo buscará identificar o perfil dos inadimplentes dos associados tomadores de Crédito Pessoal na Unidade do Sicredi Bairro Cruzeiro em Santa Rosa, para que haja um maior cuidado na concessão de futuros créditos a determinado perfil que se mostrará mais suscetível a ser inadimplente e não cumprir comas obrigações previamente firmadas.

1.2 Caracterização da Organização

O Sistema de Crédito Cooperativo estudado tem sua estrutura consolidada no Cooperativismo, em que é uma forma de associação de pessoas, reunidas voluntariamente, para atender necessidades comuns através de uma atividade econômica. Sendo assim sua estrutura de funcionamento. Sendo assim, sua estrutura de funcionamento é basicamente formada pelo Associado; que é o cooperado é ao mesmo tempo dono e usuário da Cooperativa. Enquanto dono, ele participa de assembleias que propõe decisões na organização, e enquanto usuário ele vai utilizar os serviços.

A Cooperativa de Crédito: que é uma Instituição Financeira integrante do sistema financeiro nacional, autorizada a funcionar pelo Banco Central do Brasil, e é responsável pela captação de recursos financeiros para financiar as atividades econômicas dos cooperados; sendo que a 1º Cooperativa de Crédito na América Latina (em Nova Petrópolis – RS) foi criada, porque não existiam nestas comunidades os serviços bancários necessários.

O Conselho de Administração; que é o representante dos associados junto à direção da cooperativa. Sua missão é refletir e decidir sobre os atos pela

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direção encaminhados, de acordo com as determinações, rumos e planejamentos futuros. É o responsável pela gestão estratégica da cooperativa e pela prestação de conta aos associados. É composto pelo presidente, vice-presidente, conselheiros efetivos e suplentes. Os membros são eleitos para um mandato de quatro anos.

A cada mandato, é obrigatória a renovação de pelo menos 1/3 dos membros. Reúnem-se uma vez ao mês para tratar de assuntos estratégicos da cooperativa, definição de rumos e acompanhamento das ações da Diretoria Executiva orientando os caminhos a serem seguidos a partir das percepções dos associados.

O Conselheiro Fiscal: este é um órgão independente dentro da cooperativa em que fiscaliza de forma assídua e minuciosa administração do patrimônio e das operações da cooperativa em nome dos associados. É composto por três membros titulares e três suplentes, todos associados, eleitos com mandato de três anos, com encontros formais uma vez por mês.

A Diretoria Executiva; que tem a responsabilidade de seguir as estratégias e objetivos definidos pelo conselho de administração, estes executivos tem o poder de implantar e acompanhar a efetivação das estratégias para alcançar os resultados esperados traduzindo assim as expectativas e os interesses dos associados.

E, tais diretores são indicados pelo Conselho de Administração para um mandato de quatro anos. Também são componentes da estrutura da Cooperativa de Crédito os Núcleos; Entende-se por núcleo cooperativo a organização dos associados de uma comunidade ou mais de uma, desde que esteja localizada em uma mesma região geográfica e possua afinidade entre seus componentes, aprovado pelo Conselho de Administração. Dentro destes núcleos existe um associado indicado pela comunidade para liderar o núcleo e este é intitulado de Coordenador de Núcleo.

E por fim desta estrutura vem a Unidade de Atendimento; que é a nomenclatura utilizada para a dependência do Sicredi que corresponde a um PAC (Ponto de Atendimento Cooperativo) ligado a uma cooperativa sede.

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Durante vários anos, na região, existiam algumas cooperativas de crédito como a Sicredi Serro Azul, Sicredi Grande Santa Rosa e Sicredi Missões, todas Cooperativas de Livre Admissão de Associados com boa atuação nas suas respectivas regiões, mas que não conseguiam avançar efetivamente no seu crescimento econômico. Diante disto, a partir de 2009, iniciaram-se algumas idéias e discussões sobre a possibilidade de unificar estas Cooperativas de Crédito, com o intuito de fortalecimento do sistema e também devido à grande concorrência financeira dos bancos atuantes na região.

Esse processo de unificação avançou, e após a concordância das cooperativas envolvidas, no dia 1º de novembro de 2010, foi convocada uma Assembléia Geral Extraordinária na cidade de Santo Ângelo-RS, a qual referendou por unanimidade a incorporação das três cooperativas, nascendo aí a Cooperativa de Crédito de Livre Admissão de Associado Serro Azul – Sicredi União RS.

O Sicredi União RS ficou tão fortalecido que dentre a Relação das Maiores Cooperativas Financeiras do Brasil – base dez/2013, a Sicredi União RS está em 11º Lugar no Ranking segundo tabela apresentada em (MEINEN; PORT, 2014, p. 166, Fonte: BACEN e Sistemas Cooperativos – posição de dez/2013), e ainda corrobora que “Dentre as 100 maiores cooperativas, encontram-se: 52 do sistema Sicredi, 27 do sistema Sicoob, 12 da Unicredi, 03 da Unicredi Central Norte/Nordeste, 03 Independentes, 02 da Central Uniprime e 01 da Cecred.

A Sicredi União tem como Missão: Como sistema cooperativo, valorizar o relacionamento, oferecer soluções financeiras para agregar renda e contribuir para a melhoria da qualidade de vida dos associados e da sociedade.

Visão: Ser reconhecido pela sociedade como instituição financeira cooperativa, comprometida com o desenvolvimento econômico e social dos associados e das comunidades, com crescimento sustentável das cooperativas, integradas em um sistema sólido e eficaz.

Atualmente, o Sicredi União está presente em 39 municípios, sendo eles; Alecrim, Bossoroca, Caibaté, Mato Queimado, Campina das Missões, Candido Godói, Catuípe, Cerro Largo, Ubiretama, Dezesseis de Novembro, Entre Ijuís, Eugênio de Castro, Giruá, Guarani das Missões, Sete de Setembro, Novo

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Machado, Porto Lucena, Porto Vera Cruz, Porto Mauá, Porto Xavier, Roque Gonzales, Salvador das Missões, Santa Rosa, Santo Ângelo, Santo Antônio das Missões, São Borja, São Luiz Gonzaga, São Miguel das Missões, São Nicolau, São Paulo das Missões, São Pedro do Butiá, Senador Salgado Filho, Tucunduva, Tuparendi, Vitória das Missões, Santo Cristo, Garruchos, Pirapó e Rolador, sendo que estes três últimos municípios o Sicredi está presente mas não possui Unidades de atendimento. Em toda esta região de atuação o Sicredi possui 43 pontos de atendimento, somando um quadro de 129.995 mil associados (Fonte: Livreto Rel. ANUAL Sicredi União-RS 2015, p.12). Mesmo com o atual cenário econômico um tanto turbulento o sistema fechou o ano de 2014 com um volume de concessão de crédito Comercial e Financiamentos no valor de R$ 423.528.456,00. Os Financiamentos Rurais concedidos somaram o valor de R$ 255.325.957,00. Recursos BNDES e BRDE o valor de R$ 167.639.788,00. Sendo assim, o sistema fechou o ano de 2014 com uma concessão de R$ 846.494.201,00 reais em créditos a seus associados. Em se tratando do fechamento do ano de 2015, o Sicredi União fechou o ano com a concessão de R$ 931.111.717,00 reais em créditos liberados a seus associados (Fonte: Livreto Rel. ANUAL Sicredi União-RS 2015, p.12).

A unidade de atendimento do Bairro Cruzeiro, onde serão coletados os dados, iniciou suas atividades em 06 de novembro de 2000. Na época, com uma estrutura reduzida funcionando como um ponto de atendimento foi uma experiência inovadora dentro do sistema por se tratar de instalar mais de uma estrutura de atendimento em uma mesma cidade. No ano de 2012, começou a operar e uma nova estrutura em anexo a Sureg (Superintendência Regional do Sicredi-RS) situada na Av. Flores da Cunha n762, Bairro Cruzeiro, Santa Rosa/RS.

A princípio o Bairro Cruzeiro tinha uma característica de ser um bairro um tanto residencial, mas com o passar do tempo a realidade foi mudando e hoje, várias empresas desenvolvem suas atividades comerciais, industriais e também de prestação de serviços no bairro, mudando assim um pouco do perfil do bairro havendo assim uma boa estruturação comercial. Sendo assim, a unidade do Sicredi, que conta com 4.775 associados sendo tomado por um percentual destes associados, o valor de R$ 24.652.499,00 reais em empréstimos (Fonte: Livreto

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Rel. ANUAL Sicredi União-RS 2015, p.41). A unidade conta com uma equipe de 17 colaboradores, e com o passar dos anos veio acompanhando essas mudanças e colocando à disposição para toda a comunidade seu portfólio de produtos e serviços, e atendendo todas as demandas dos associados tanto pessoas físicas quanto pessoas jurídicas que desenvolviam atividades e investiam no Bairro Cruzeiro e arredores.

1.3 Problema

Dentre as mais variadas linhas de créditos oferecidas pelo Sicredi o crédito pessoal é um dos créditos constantemente trabalhado junto aos associados por ser um crédito rápido, fácil e com taxas atrativas perante outras instituições financeiras. Esse tipo de crédito é tomado pelos associados pelas mais diversas razões, pode ser para realizar “seus sonhos de consumo” ou até mesmo necessidades básicas ou acontecimentos inesperados, no entanto, com o aumento na tomada desse tipo de crédito o não pagamento destes vem se tornando o pesadelo das instituições financeiras a medida que os níveis de inadimplência vem aumentando, tornando difícil e relação para a concessão de novos créditos.

A essência da existência de uma instituição financeira é pelo fato de efetuar empréstimos de valores para as pessoas sejam elas físicas ou jurídicas, no entanto, para cada empréstimo a instituição assume o risco de acontecer o não recebimento destes valores, e esse problema chamado risco, conforme Paiva (1997, p.5) adjetivando sobre o risco e ele salienta que “ele é inerente à personalidade e mutável com o tempo”.

Sendo assim, percebe-se que há necessidade agregar um maior conhecimento sobre o desenho dos possíveis maus pagadores, para que se consiga garantir o retorno dos capitais emprestados a estes associados, e como consequência mantenham sua credibilidade junto a cooperativa.

Desta forma, o presente estudo teve o intuito de e identificar qual era, ou quais são os perfis dos inadimplentes dos associados tomadores de Crédito

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Pessoal na Unidade de atendimento do Sicredi Bairro Cruzeiro em Santa Rosa/RS?

1.4 Objetivos 1.4.1 Objetivo Geral

Descrever o perfil dos maus pagadores de crédito na linha de crédito pessoal, concedidos pela Unidade do Sicredi do Bairro Cruzeiro situada na Av. Flores da Cunha, n.762, Bairro Cruzeiro em Santa Rosa/RS.

1.4.2 Objetivos Específicos

Tendo por base o objetivo de maior conhecimento quanto a possíveis problemas ocorridos na concessão de crédito pessoal a pessoas físicas, o estudo objetivou-se a identificar de forma específica os seguintes pontos:

 Verificar o impacto da inadimplência nas operações de Crédito Pessoal concedidas mensalmente na Unidade Sicredi Bairro Cruzeiro – Santa Rosa.

 Apontar o perfil do associado tomador da linha de Crédito Pessoal na Unidade de Atendimento que mais se mostrou inadimplente;

 Detectar melhorias a serem implantadas para melhorar o quadro de inadimplência atual da Unidade.

1.5 Justificativa

Através de pesquisas realizadas nos últimos anos, tamanho crescimento foi percebido nas cooperativas de crédito, “as cooperativas apresentaram um crescimento de 14.049% em 18 anos, enquanto o Sistema Financeiro Nacional cresceu “apenas 998%” (MEINEN; PORT, 2014, p.131). Ainda se tratando desta forte propagação, “analisando os dados do período de 10 anos (2003 a 2013), o sistema financeiro cresceu em média 17,3% ao ano, enquanto as cooperativas de crédito avançaram em média 24,5% ao ano (MEINEN; PORT, 2014, p.131).

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Isso nos remete a pensar que para se manter em desenvolvimento superior a média ao longo de tantos anos, estas cooperativas devem trabalhar seu estreito relacionamento com o seu associado, e nas comunidades/municípios em que estão inseridas demonstrando seu diferencial nas taxas das linhas de crédito para as suas mais diversas utilizações, e dentre essas linhas oferecidas a linha de crédito pessoal que vem com crescimento de utilização ano a ano. Silva ainda nos lembra da função social que o crédito acaba tendo no cotidiano e que se passa despercebido, ele nos coloca que:

O crédito, sem dúvida, cumpre importante papel econômico e social, a saber: a) possibilita às empresas aumentarem seu nível de atividade; b) estimula o consumo influenciando a demanda; c) ajuda as pessoas a obterem moradia, bens e até alimentos; e d) facilita e execução de projetos para os quais as empresas não dispunham de recursos próprios suficientes. (SILVA, 2008, p. 50).

Apesar deste crescimento na participação de mercado pelas Cooperativas de Crédito cabe salientar que tanto nos municípios, estados e no país, é sabida a dificuldade financeira vivenciada pelas empresas tanto pessoa jurídica quanto pessoas físicas, sendo assim, essa dificuldade de liquidação financeira acarreta em um aumento do índice de não cumprimentos com as obrigações previamente tratadas nas mais diversas linhas de crédito fornecidas pelo sistema financeiro em geral. Nesse cenário, torna-se de suma importância conhecer o volume de crédito que estão gerando esse atraso em suas liquidações, identificar a fundo o perfil destes maus pagadores, e também fatores que podem ter influenciado este associado a não se tornar um pagador assíduo.

Silva (2008, p.46) reforça que “conhecer o cliente é fundamental para orientar o relacionamento mercadológico visando atender as suas necessidades”. Cabe ressaltar ainda, que o presente estudo apresentou-se oportuno primeiramente porque atualmente não se tem esse dado conhecimento na Unidade de Atendimento em estudo, além de poder se tornar muito útil para a adoção de pequenos cuidados ou novos planejamentos para a concessão de créditos futuros diante desse cenário econômico um tanto preocupante.

Tal estudo buscou obter informações mais fidedignas com relação a evolução da inadimplência na Unidade de Atendimento. Para os Gestores da

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Unidade, a presente pesquisa tentou identificar de forma mais conclusiva, qual o montante aproximado em valores que tem rotatividade nesta modalidade de linha de crédito, que atualmente está em atraso de recebimento e como resultado gerando renegociações e um retrabalho aos colaboradores. Também aos Assistentes de Negócio ao tomarem conhecimento dos perfis mais inclinados a tornarem-se maus pagadores, consequentemente, poderão redobrar os cuidados na análise do crédito e assim poderão desenvolver ações para fim de reduzir e controlar esta possível inadimplência futura.

Por fim, esta pesquisa tornou-se viável pois assim como acadêmico também sou colaborador da Unidade de Atendimento Bairro Cruzeiro, e assim consegui boa acessibilidade e oportunidade de buscar as informações, junto as planilhas, sistema de liquidações de títulos, relatórios de atrasos e demais documentos possíveis de serem interpretados acerca do assunto que foi estudado. Sendo assim, procurou-se contribuir com o gerenciamento e indicação de melhorias a serem implantadas e observadas para novas concessões de crédito pessoal na Unidade, agregando assim resultados positivos a instituição.

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2 REFERENCIAL TEÓRICO

Neste capítulo apresenta-se a compreensão teórica que permitiu o embasamento para a realização desde trabalho de conclusão de curso visando descrever o perfil dos maus pagadores de crédito na linha pessoal, concedidos pela Unidade Sicredi do Bairro Cruzeiro – Santa Rosa – RS.

2.1 Histórico do Cooperativismo

A Cooperativa ora em estudo, é uma cooperativa que é uma forma de associação de pessoas, reunidas para atender necessidades das pessoas através de uma atividade comum. Para ter acesso as pessoas devem associar-se a cooperativa. Para Meinen e Port (2014, p. 27), Cooperativa “é uma associação autônoma de pessoas, unidas voluntariamente, para atender as suas necessidades e aspirações econômicas, sociais e culturais comuns, através de uma empresa coletiva e democraticamente controlada.”

Para Meinen e Port (2014), a história do cooperativismo retrata que por volta de 1850, a Europa vivia um momento de profunda crise econômica, motivada por vários fatores como o avanço na Revolução Industrial, a introdução do livre comércio, a fome decorrente de algumas frustrações de safra e a atuação de agiotas. Tais fatos deram sentido ao surgimento de um movimento baseado nos princípios da cooperação.

Para a Organização Internacional do Trabalho (OIT) (apud MEINEN; PORT, 2014, p. 27):

Cooperativa é uma associação de pessoas que se uniram voluntariamente para realizar um objetivo comum, através da formação de uma organização administrada e controlada democraticamente, realizando contribuições equitativas para o capital necessário e aceitando assumir de forma igualitária os riscos e benefícios do empreendimento no qual os sócios participam ativamente.” (Recomendação nº 127)

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Para Meinen e Port (2014), as primeiras cooperativas de crédito/financeiras tiveram Franz Herman Schulze como seu precursor, com a criação da primeira cooperativa de crédito urbana no ano de 1852, na cidade alemã de Delitzch. Originaram-se desse movimento os Volksbank (banco do povo), voltados para as necessidades dos proprietários de pequenas empresas (comerciantes e artesãos), com grande adesão da população urbana, chegando a 183 cooperativas já em 1859, com 18.000 membros na Pomerânia e Saxônia.

Segundo Santos (2005 apud FRANZ E AZAMBUJA, 2006) o cooperativismo de crédito chegou ao Brasil em 1902, trazido pelo Padre Theodor Amstad, desenvolvendo-se na localidade de Linha Imperial, município de Nova Petrópolis, no Rio Grande do Sul. Theodor Amstad, ordenado sacerdote na Inglaterra e posteriormente enviado para o Brasil, precisamente para o interior do Rio Grande do Sul.

Santos (2005 apud FRANZ E AZAMBUJA, 2006) ainda afirma que o pároco foi responsável pela difusão do cooperativismo, fundando em Linha Imperial a primeira cooperativa de crédito do Brasil, denominada Caixa de Economia e Empréstimos Amstad, posteriormente batizada de Caixa Rural de Nova Petrópolis. Essa cooperativa continua em atividade até hoje, sob a denominação de Cooperativa de Crédito Rural de Nova Petrópolis.

Portanto, para Santos (2005 apud FRANZ E AZAMBUJA, 2006), o cooperativismo de crédito se tornou viável, diante da situação econômica e social que se encontravam os imigrantes. Com o desemprego que assombrou a Europa, os imigrantes chegaram ao Brasil com muito entusiasmo e disposição para trabalhar, entretanto, encontraram no território brasileiro situação diversa daquela prometida, pois as terras ofertadas localizavam-se longe dos centros urbanos, os terrenos localizavam-se em pequenos vales, dificultando o plantio agrícola, não havia incentivo estatal na concessão de crédito, tanto no estímulo para investir nas terras, adquirindo insumos, quanto na estruturação, para construção de estradas, pontes etc.

Segundo Franz e Azambuja (2006), nesse contexto, mostra-se que além de encontrar dificuldade de instalação no Brasil, também encontravam dificuldades na busca de incentivos nos bancos privados, que viam a concessão de crédito como risco de investimento, devido a problemas que perpassava o país, dessa forma e considerada como última instância, os colonos recorriam a

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pessoas mais abastadas da região, que viam nessas pessoas a viabilidade de lucro e um maior enriquecimento devido a promessa de pagamento através de suas terras, acrescentavam juros exorbitantes sobre valor emprestado, fazendo com que os colonos vendessem suas terras para honrar com as dívidas.

Como afirma Santos (2005 apud FRANZ E AZAMBUJA, 2006), após conquistar a confiança dos colonos e implementar a primeira cooperativa, Amstad permaneceu difundindo o cooperativismo, ajudando a fundar mais cooperativas. Além disso, fortaleceu o espírito de cooperação pelo desenvolvimento sustentado, harmônico e democrático.

Conforme Santos (2005 apud FRANZ E AZAMBUJA, 2006), mostra que em 1906, foi constituída no município de Lajeado, no Rio Grande do Sul, a primeira cooperativa de crédito do tipo Luzzatti, denominada Caixa Econômica de Empréstimos de Lajeado, como tal inspirada no modelo do italiano Luigi Luzzatti, tendo como principal característica a não exigência de vínculo para associação, ou seja, qualquer pessoa, mesmo sem vínculo ao ramo rural poderia associar-se a cooperativa.

Essa cooperativa permanece em atividade, sob a denominação de Cooperativa de Crédito de Lajeado – SICREDI VALE DO TAQUARI RS, integrada ao Sistema SICREDI. Entre 1902 e 1964, surgiram 66 cooperativas de crédito no Rio Grande do Sul, baseadas pelo modelo Raiffeisen.

Nesse contexto, para Meinen e Port (2014), a cooperativa tem início e desenvolve-se com a formação e incremento de sua estrutura patrimonial, baseada no capital social e reservas. Portanto, é dever do associado, como contrapartida aos benefícios operacionais e associativos que colherá (ou já colhe), contribuir para a formação do patrimônio da cooperativa, o que fará, de um lado, integralizando quotas-partes (no ingresso e durante a sua permanência na cooperativa), e, de outro, decidindo pela transformação em reservas de parte dos excedentes de cada exercício financeiro-contábil.

Portanto, além de contribuir para o capital, os associados têm o dever de operar com a sua cooperativa, pois são os donos do empreendimento. Todos têm de fazer a sua parte, de modo que o esforço seja individual e proporcionalmente distribuído.

Para Meinen e Port (2014, p. 30) afirma que os sócios tem adesão livre e voluntária: “As cooperativas são organizações voluntárias, abertas a todas as

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pessoas aptas a utilizar os seus serviços e assumir as responsabilidades como membros, sem discriminação de sexo ou gênero, social, racial e política religiosa.” Nesse contexto, verifica-se que as cooperativas financeiras são amparadas pelo artigo 4º da Lei complementar 130/09 da Constituição Federal. Em sua Gestão Democrática segundo Meinen e Port (2014, p. 31):

As cooperativas são organizações democráticas, controladas pelos seus membros, que participam ativamente na formulação das suas políticas e na tomada de decisões. Os homens e as mulheres, eleitos como representantes dos demais membros, são responsáveis perante estes. Nas cooperativas de primeiro grau, os membros têm igual direito de voto (um membro, um voto); as cooperativas de grau superior são também organizadas de maneira democrática.

Nesse contexto, fica evidenciado que os associados do Banco Cooperativo Sicredi, também fazem parte de uma Cooperativa de Crédito, a qual prima pelo bom atendimento destes, através de um grupo de pessoas/colaboradores que fazem parte desta, e que analisam os contratos de crédito para os associados.

2.2. Crédito

Em uma organização coexistem funções básicas que são desempenhadas por uma ou várias pessoas, integradamente, dependendo do porte e da complexidade da organização. Para Gitman (2001), finanças podem ser definidas como a arte e a ciência do gerenciamento de fundos. As finanças lidam com o processo, as instituições, os mercados e os instrumentos envolvidos na transferência de dinheiro entre indivíduos, negócios e governo. O diretor financeiro de um grande grupo empresarial e o proprietário de um pequeno empreendimento enfrentam os mesmos desafios ao tratarem de finanças: a decisão sobre onde investir e como financiar o investimento. As proporções é que são distintas.

Nesse contexto, crédito pode ser definido como a entrega de um bem ou um valor no presente mediante uma promessa de um pagamento em data futura.

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Crédito é todo ato de vontade ou disposição de alguém de destacar ou ceder, temporariamente, parte do seu patrimônio a um terceiro, com a expectativa de que esta parcela volte a sua posse integralmente, depois de decorrido o tempo estipulado. (SCHRICKEL, 2000, p. 25).

Para descrever uma adequada definição para o termo crédito Securato (2002, p. 18) afirma que “em sua essência, o crédito, ou mais propriamente a operação de crédito, é uma operação de empréstimo que sempre pode ser considerado dinheiro, ou caso comercial equivalente a dinheiro, sobre o qual incide na remuneração que denominamos juros.”

Dessa forma Santos (2006), afirma que a ideia de crédito inclui duas noções essenciais: confiança, considerando a existência de uma promessa de pagamento; e tempo, que se refere ao prazo estabelecido entre a captação e a liquidação da dívida.

As promessas de pagamento futuras concretizam através da atividade principal dos bancos e cooperativas de crédito nas chamadas operações bancárias, operações estas segundo Rizzardo (2003, p.16) “(...) consistentes em conceder empréstimos, receber valores em depósito, descontar e redescontar títulos, abrir créditos, enfim, na realização da série de atos próprios para a consecução de sua finalidade econômica”.

Segundo Mamede (2012), o crédito é um desses artifícios que atestam a inventividade humana. Não existe na realidade física concreta; os seres humanos, ao longo de sua evolução histórica, criaram o conceito de crédito e sua prática social, otimizando as relações econômicas e as circulação de bens. O escambo é o marco inicial desta evolução. Mas implicava o limite da conexão de necessidades, que nem sempre ocorre: quem tem óleo e precisa de sal pode não consegui-lo, pois quem tem sal pode não querer óleo. A evolução conduziu as comunidades humanas a reconhecer em determinados bens (metais, cereais, óleos etc.) a condição de elementos de troca.

As flutuações na economia e diversos outros intempéries podem fazer com que necessita-se antecipar valores junto às instituições financeiras, Rizzardo (2003, p. 18) define crédito como “toda operação monetária pela qual se realiza uma prestação presente contra a promessa de uma prestação futura. Marca o crédito, por conseguinte, a existência de um intervalo de tempo entre uma

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prestação e uma contraprestação correspondente”. Observando aqui nesta colocação a adequada solvência por parte do devedor para com o fornecedor do crédito.

A Cooperativa de crédito trabalha como importante peça do sistema financeiro nacional, operando com os mais variados tipos de operações financeiras e com prestação de serviços a seus associados. Assim, Borges (1983, p. 8) destaca que:

A troca não cria mercadorias, o crédito não cria capitais. Mas são relevantes os serviços que presta à economia, permitindo a utilização e disseminação dos capitais existentes. Como ensinam todos os manuais de Economia, constitui função e efeito do crédito salvar da esterilidade, fecundar milhões e milhões de capitais que serão ultimamente empregados na criação de riquezas e que permaneceriam improdutivos nas mãos de quem não quer ou não podem utilizá-los diretamente.

Essa intercooperação de troca-troca é uma das formas pelas quais se pratica o valor da solidariedade entre cooperativa e associado, já que é de interesse de qualquer cooperativa que as entidades coirmãs do mesmo e de outros ramos se desenvolvam e se mantenham saudáveis, ocasionando assim como conseqüência o desenvolvimento desta e da comunidade em que está inserida.

2.3 Risco e análise do crédito

O crédito é tão antigo quanto a existência das sociedades, seu inicio se teve na época em que a agricultura era mais predominante, foi neste meio que surgiu os primeiros indícios de crédito. Nas sociedades muito antigas, segundo Lemes Júnior, Rigo e Cherobim (2010) eram voltadas exclusivamente para as atividades rurais e agrícolas, o prazo entre os plantios e a colheita determinava a necessidade de antecipação de entrega aos produtores. Esta entrega antecipada fez surgir às primeiras formas de crédito.

Uma operação concessão de crédito, ela dá seu início no momento em que uma pessoa tanto física quanto jurídica entra em contato com um banco ou cooperativa de crédito para que esta possa lhe financiar alguma coisa.

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Primeiramente é colocada a situação do associado, justificando onde e como será utilizado o empréstimo, o qual vai ser proposto a melhor forma de pagamento. Dessa forma, depois de colocada a situação e verificados os argumentos, será analisada a viabilidade de se poder efetuar a possível transação, sendo que será feito uma análise para concessão do crédito. Serão solicitados documentos, as quais devem ser um dos requisitos para que se efetive a operação. A partir disso, essa documentação é encaminhada para um comitê o qual irá analisar e verificar a possibilidade de concessão deste crédito, avaliando riscos do tomador e forma de pagamento pretendida.

O risco de crédito é estruturado por aspectos no interior de uma empresa, Assaf Neto e Silva (2009), afirmam que “Quando um cliente se dirige a o estabelecimento à três opções: negar, aceitar ou investigar o cliente e até conceder o crédito”, resultado indispensável para adquirir o máximo de informações possíveis do histórico do cliente, para não correr risco de ter prejuízo. Na pesquisa de Ross, Westerfield e Jaffe (2002), a obtenção de uma estimativa melhor da probabilidade de um cliente deixar de pagar poderá conduzir a uma decisão superior, ao qual definiu os clientes menos rentáveis como sendo os pecadores nos pagamentos das dividas, na verdade 100% dos clientes menos rentáveis, afirmam, ter deixado de cumprir obrigações passadas.

Para Silva (2006, p. 51), “o risco de crédito é a probabilidade de que o recebimento não ocorra, ou seja, igual a 1 (um), menos a probabilidade de recebimento.”

No contexto de Santos (2009), teoricamente é possível realizar simulações para verificar o resultado de políticas alternativas de crédito. Para isso são usadas estimativas de vendas a crédito, margens de lucro e probabilidades de perda com dívidas incobráveis.

As estimativas citadas devem justificar o volume das vendas a prazo, cuidando com as margens dos custos diretos de um produto ou serviço e o valor da venda faturado. Sanvicente (2013) cogita que o crédito atua como um elemento no processo de marketing de um produto, não só porque afeta o preço de aquisição como proporciona maior flexibilidade ao comprador, que ganha muito mais tempo para gerar recursos com vista em pagar suas contas.

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No mesmo conceito, Santos (2009), afirma que quanto melhor for a situação financeira da empresa, mais liberdade ela terá para estabelecer sua política de crédito. Nesse caso, ele não precisará seguir os elementos de crédito do setor em que atua, podendo aproveitar todo o potencial de ganho do mercado.

Com o exposto vale citar a existência dos elementos de crédito, e como eles se destacam nos principais parâmetros de uma empresa, e seus objetivos financeiros. Assim segue ilustração dos principais elementos de uma política de crédito:

Prazo de Recebimento

O prazo concedido aos clientes para fazer seus pagamentos é um dos pilares da política de crédito de uma empresa, pois afeta vários de seus parâmetros econômicos.

Em determinados setores empresarias, o prazo de pagamentos concedido aos clientes é padronizado.

Critérios de Aprovação de Crédito

As empresas adotam critérios variados para aproveitar a concessão de crédito comercial a um novo cliente. O critério dominante entre as pequenas e médias empresas para aprovação de crédito é a análise do cadastro da empresa candidata à compra a prazo.

Limite de Crédito

Para reduzir o risco com possível inadimplência dos clientes, a empresa vendedora precisa estabelecer um valor máximo de venda para cada um deles.

O valor do credito comercial concedido a uma empresa precisa estar compatível com sua situação financeira. Assim, ele deve ser coerente com o valor do patrimônio liquido e das vendas da empresa candidata ao crédito.

Condições financeiras do crédito

Uma política de crédito precisa definir as condições financeiras da venda a prazo, tais como descontos por pagamento antecipado e juros de mora para os pagamentos efetuados com atraso.

Tendo em vista as significativas diferenças entre taxa de captação e taxa de aplicação no Brasil, existe espaço para que a taxa de desconto para antecipação de pagamento seja fixada num valor mutuamente vantajoso para as empresas vendedora e compradora.

Tratamento Dispensado aos clientes inadimplentes

A política de crédito também estabelece as ações a serem tomadas em relação aos clientes inadimplentes.

Métodos de cobrança e critérios para protesto de duplicatas vencidas são estabelecidas pela política de crédito da empresa. No passado, havia tendência generalizada das empresas a dispensar tratamentos duro aos clientes inadimplentes. Entretanto, essa prática perdeu seu prestígio, dando lugar à filosofia de negociação.

Quadro 1: Elementos de uma Política de Crédito. Fonte: Adaptado (SANTOS, 2009, p. 40-41-42).

Diante disso, uma análise de todos os argumentos exemplificados acima é essencial uma boa formulação da política de crédito ao qual varia para

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cada empresa, ou instituição financeira de crédito. Com certeza estes dizeres contribuem fortemente para organizar os processos econômicos financeiros. Esta ideia chega junto com o que Santos (2009, p. 40) expõe: “O prazo concedido aos clientes para fazer seus pagamentos é um dos pilares da política de crédito de uma empresa, pois afeta vários de seus parâmetros econômicos [...].” complementando, “O alongamento dos prazos de pagamento para os clientes acarreta maior investimento em contas a receber, com reflexos na necessidade de capital de giro da empresa e nos custos financeiros correspondentes.”

Consequentemente se uma empresa conceder mais prazo venderá mais. Sanvicente (2013) textualiza que, como método, agrupar todos seus clientes, se optar por uma política mais liberal, liberar um prazo contínuo ao seu interesse, e usar proveitos respectivos para formar a margem da venda.

Isso trará um ótimo ganho/resultado para o caixa, pois poderá aumentar a margem ganho conforme o prazo. Para Santos (2009, p.45) isso quer dizer que a “[...] análise de crédito não é um método exato para a avaliação do risco de crédito. Desse modo, não deve ser encarada como um guia infalível para apoiar as decisões de concessão de crédito.”

Portanto, para Santos (2009) uma política de crédito contém diretrizes de natureza mercadológica e financeira que tem efeito sobre vários parâmetros econômico-financeiros da empresa. Volume de vendas, necessidade de capital de giro, disponibilidade de caixa e geração de lucro, são alguns dos parâmetros afetados pela política de crédito.

Para Alves (2004) a aceitação de um cliente, tem que se avaliar o risco que ele produzir versus o incremento de vendas e lucros pode proporcionar. Ainda o mesmo autor, afirma que os parâmetros para as decisões de aceitação ou rejeição de clientes, assumir a forma de padrões rígidos ou liberais, o que reflete a atitude da administração quanto ao risco que está disposto a assumir nessa área.

Como tudo evoluiu, as formas de crédito também evoluíram, antes de oferecer crédito se realizava uma análise, Santos (2009) apresenta que esta análise de crédito é um processo que requer profunda habilidade do analista em

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extrair informações inerentes ao universo do cliente, visando a tomadas de decisão relativas ao crédito.

Para Santos (2009), o objetivo do processo de análise de crédito é o de averiguar se o cliente possui idoneidade e capacidade para pagar dívidas. Para estes processos geralmente é contratado um profissional qualificado, apto a resolver eventual problema com a administração dos negócios diretos. Isso se da com responsabilidade e dedicação nas analises do fluxo de caixa. Ainda neste contexto Kuhn (2009, p. 53) complementa que:

A habilidade é presumível, detectável, desde que eficazmente quantificável por meio da análise de crédito (cadastro, demonstrativos, setor de atividade, etc.). Ela oferece elementos objetivos e quantificados de convencimento que ajudam a construir a decisão de emprestar. Não é tudo, porém, certa dose de subjetividade (feeling) também é necessária, pois é preciso avaliar a honesta intenção do devedor em pagar que se traduz na vontade. Estes dois elementos, bem-articulados, tecnificam o ato de emprestar.

Além da habilidade dos administradores, é preciso ter um conhecimento em crédito, assim o vendedor e também administrador não entrará em enrascadas. Portanto, Lemes, Rigo e Cherobim (2010), conceituam crédito como fator facilitador para as vendas. Através do crédito que as empresas podem vender muito mais do que venderiam se não utilizassem esse tipo de facilidade, no contexto em estudo, o fornecimento de crédito é a razão de existência das Coop. De Crédito ou Inst. Financeiras. Ao mesmo tempo, crédito é fator de risco para as organizações, o que torna a sua administração complexa, exigindo de gestores e executivos elevada atenção e uso de técnicas para evitar perdas com devedores relapsos Já Roque (1997, p.13) sintetiza com o pensamento que:

Em todas as operações econômicas, desde que nelas intervenha o fator confiança, a crença no cumprimento de uma promessa, temos vários modelos de aplicação de crédito; de produção: para aquisição de maquinaria ou matéria prima; de consumo: para aquisição de bens de consumo, ou pagamento em prestações; de circulação: para fazer circular o dinheiro, como o desconto de duplicatas.

O crédito, no conceito atual de Lemes Júnior, Rigo e Cherobim (2010), é a disposição de alguém ceder temporariamente parte do seu patrimônio ou

Referências

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