REDAÇÃO JURÍDICA 2011-1- PROFESSORA ROSSANA PERILLO
Aula 02.
Elementos da Comunicação 1. Emissor: quem transmite 2. Receptor: quem recebe
3. Mensagem: conjunto de informações transmitida. 4. Canal: meio utilizado (TV, rádio, telefone, papel)
5. Código: forma de linguagem utilizada. Conjunto de signos para transmissão de uma mensagem. A mensagem só é transmitida se o receptor souber decodificar a mensagem.
6. Referente: contexto, é o objeto ou a situação que a mensagem se refere. Ex. 01
Uma petição de juntada de procuração. Emissor: o autor do requerimento Receptor: o juiz
Mensagem: juntada de procuração Canal: folha de papel
Código: Linguagem formal/ escrita
Referente: suprir falta de procuração no processo. Ex. 02
Pronunciamento na realizado no dia do trabalhador pela Presidente da República sobre aumento de salário mínimo.
Emissor: Presidente
Receptor: O povo/ trabalhador
Mensagem: aumento de salário mínimo Canal: normalmente TV ou rádio
Código: Linguagem formal/ oral
Referente: Comemoração do dia dos trabalhadores.
Ruídos de comunicação: Qual falha no sistema de comunicação é considerado como ruído, este impedirá a perfeita combinação.
Ex. 01
• Sessão do Júri: acusado estrangeiro. Se não intérprete suspende-se a sessão, pois há ruído de comunicação.
• Filme
• Sala de aula: começar a falar para vocês sobre sucessão hereditária sem que vocês tenham estudado direito civil. Por mais que eu esteja falando me língua
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FUNÇÕES DA LINGUAGEM
1. Função emotiva ou expressiva: • Centraliza-se no emissor. Orador
• O emissor imprime no texto as marcas de sua atitude pessoal: emoções, avaliações, opiniões.
• O leitor sente no texto a presença do emissor. • Prevalece a 1° pessoa do singular.
• É a linguagem das biografias, memórias, poesias líricas e cartas de amor. Ex. Eu acho que vai chover mais tarde.
2.Função Apelativa ou conativa: • Centraliza-se no Receptor.
• O Emissor procura influenciar o comportamento de Receptor.
• A idéia é que o Emissor se imponha sobre o receptor da mensagem, persuadindo-o, seduzindo-o.
• Usada nos discursos, sermões e propagandas que se dirigem diretamente ao consumidor.
• é comum o uso de tu e você, ou o nome da pessoa, além dos vocativos e
imperativo.
o Vocativo: indica apelo. Não indica relação sintática com a outra frase. Nomeia o interlocutor.
Ex. Maria, não faça isso!
Senhor Presidente,
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**Difere-se do APOSTO, pois este tem relação com a outra frase. Com a finalidade de explicar, detalhar ou resumir o que tá sendo falado.
Aposto pode ser:
*Explicativo: explicar o termo anterior.
EX. Maria, estudante de direito, é estagiária neste escritório.
*Especificador: individualiza, coloca à parte um substantivo genérico.
EX. nasceu nas proximidades de Mariana, situada no estado de MG.
*Enumerador: sequência de termos usados para desenvolver ou especificar o termo anterior.
EX. Maria deve trazer para a faculdade: CC, CPC, CP e CPP.
Resumidor: resume termos anteriores.
Ex. Professores, Coordenadores, auxiliares, todos devem comparecer à reunião.
o Imperativo: modo verbal que indica uma ordem, um pedido, uma recomendação.
* nunca é utilizado na 1° pessoa.
Ex. vá buscar sua mãe no salão.
3. Função poética:
REDAÇÃO JURÍDICA 2011-1- PROFESSORA ROSSANA PERILLO • Afetiva, sugestiva, conotativa, metafórica.
• Essa função é capaz de despertar no leitor prazer estético e surpresa. • É explorado na poesia e em textos publicitários.
4.Função fática:
• Centralizada no canal
• Tem como objetivo de testar a eficiência do canal. • Despertar a atenção do receptor.
• Falas telefônicas, saudações, similares Ex.
Alô, está me ouvindo?
Ela é enérgica, você concorda? 5.Função metalinguística:
• Centralizada no código. • A poesia que fala de poesia. • Um texto que comenta outro texto.
• Dicionários são repositórios de metalinguagem.
6.Função referencial/ denotativa/ informativa:
• Centraliza-se no Referente. É o objeto ou situação de que a mensagem trata.
• Busca de argumentos e organização de argumentos.
• Objetiva, direta, denotativa, prevalece a 3° Pessoa do Singular o Ele/ Ela
• uma redação na terceira pessoa do singular seria com um narrador contando a história de alguém que não é ele (ou não declarando ser ele)
• Essa função predomina nos textos de caráter científico e é privilegiado nos textos jornalísticos.
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Obs.: Em um mesmo texto podem aparecer várias funções da linguagem. O importante é saber qual a função predominante no texto, para então defini-lo.
No mundo jurídico se percebe a utilização de diversas das funções:
1. Emotiva: Advogado de defesa em Júri, tentando convencer que a condenação do Réu irá ultrapassar a pessoa do condenado.
2. Apelativa/conativa: Juiz – Intime-se, Cumpra-se 3. Poética: alguns gostam de devagar.
4. Fática: quase não se percebe 5. Metalingüística: os códigos
6. Referencial: Petição – quando fala dos fatos.
NÍVEIS DE LINGUAGEM
A linguagem deve ser utilizada de modo adequado para que sua eficiência seja maior. Às variações que se observam da língua são conhecidas como dialetos ou variantes linguísticas.
A – LINGUAGEM CULTA:
• É utilizado nas classes intelectuais da sociedade. • Mais na forma escrita que na forma oral.
• Rico vocabulário e as normas gramaticais são rigorosamente observadas. • É a linguagem utilizada pelos juristas e tribunais.
• Ele é muito burocratizado e menos variado, é o mesmo há anos. Exemplo: página12
Como palavras utilizadas por juristas teríamos:
• Outrossim – advérbio- significa além disso, aliás • Estribar: verbo- fundamentar-se, basear-se • Militar: (verbo): atuar
• Supedâneo: suporte, apoio
• Incontinenti: Advérbio. De imediato • Dessarte: desse maneira
• Destarte: assim sendo, conseqüentemente • Tutela: encargo – proteção, amparo auxílio. • Argüir: Demonstrar, questionar
• Acoimar (castigar, punir).
REDAÇÃO JURÍDICA 2011-1- PROFESSORA ROSSANA PERILLO • É a linguagem do rádio e da televisão, dos meios de comunicação de massa.
• Tanto na forma oral quanto na escrita.
• As construções tendem a ser corretas mas permite-se construções próprias na linguagem oral.
É lógico que nenhum jurista vai usar em casa a linguagem que usa no Foro.
C – LINGUAGEM POPULAR:
• Linguagem corrente.
• Sem preocupação com regras gramaticais
• Carregada de gírias e falares populares
• É a utilizada por pessoas de pouca escolaridade ou mesmo analfabetas.
• É muito mais comum na forma oral, mais rara na forma escrita.
• É a linguagem do povo para comunicações diárias, vocabulário limitado e cheio de gírias frases feitas e formas deturpadas.
• Despreocupação com a gramática.
Musica Banda Fim de Feira- Pernambuco Canto para Lua
Eu vou cantar pra lua Pra pedir pra lua Pra ela vir simbora Alumiar meu dia Que a minha alegria Começou agora”
REDAÇÃO JURÍDICA 2011-1- PROFESSORA ROSSANA PERILLO Exemplo de gíria: Cansêra de peito – Bronquite.
ATO COMUNICATIVO
O ato comunicativo ocorre quando há cooperação entre os interlocutores. • O emissor possui o pensamento – mensagem –
• Receptor está com o propósito de entender a mensagem.
Ato comunicativo Jurídico:
• processo judicial – temos mais que a comunicação pura e simples. • Há uma lide, um conflito
• a linguagem utilizada pelas partes é discursiva, conativa com a finalidade de convencer o Juiz.
• O discurso ocorre de forma organizada, com operações de raciocínio e, muitas vezes com estruturas preestabelecidas:
• Exemplo: petições iniciais, sentença, formas das peças...
Por que o mundo jurídico prestigia o vocabulário especializado? Para que o excesso de palavras plurisignificativas não dificulte a representação simbólica da linguagem.
CUIDADOS A SE TOMAR AO UTILIZAR A LINGUAGEM JURÍDICA:
1 – QUEM SOU EU, O EMISSOR? depende do papel que está ocupando no momento, deve selecionar o vocabulário. A linguagem do adv de defesa é diferente da do promotor de justiça.
2 – O QUE DIZER? - A mensagem, as idéias, devem ser colocadas com atenção para concisão, precisão e objetividade. É imprescindível para a obtenção de sucesso.
3 – PARA QUEM? - A figura do receptor é fundamental! Deve Ter em mente a quem dirigida a peça. Se ao juiz não há a necessidade de explicar preceitos básicos do direito, ao contrário do que acontece em recursos administrativos...
4 – QUAL A FINALIDADE? - O emissor deve estar atento para o seu objetivo comunicativo. Escolhendo bem as idéias e palavras para defender sua tese.
5 – QUAL O MEIO? - o emissor também deve estar atento para o meio. Exemplo: A linguagem utilizada na petição ao juiz não deve ser a mesma da utilizada perante o Tribunal do júri, onde a linguagem tem que “colorir” e enfatizar a argumentação.
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SIGLA: reunião de letras iniciais, simples ou repetidas, dos vocábulos fundamentais de uma abreviação ou título.
Algumas siglas:
CC ou CCB – Código Civil Brasileiro LICC – Lei de introdução ao Código Civil CP ou CPB – Código Penal Brasileiro CLT – Consolidação das Leis do Trabalho CF – Constituição Federal
CPC – Código de Processo Civil CPP – Código de Processo Penal CTN – Código Tributário Nacional CPM – Código Penal Militar
CPPM – Código de Processo Penal Militar DOU – Diário Oficial da União
DJE – Diário da Justiça Eletrônico
STF- Supremo Tribunal Federal STJ- Superior Tribunal de Justiça STM- Superior Tribunal Militar TST- Tribunal Superior do Trabalho TSE- Tribunal Superior Eleitoral TRE- Tribunal Regional Eleitoral TRF- Tribunal Regional Federal
TJDFT- Tribunal de Justiça do Distrito Federal e Territórios TRT- Tribunal Regional do Trabalho
TCU- Tribunal de Contas da União OAB- Ordem dos Advogados do Brasil CNJ- Conselho Nacional de Justiça
ABREVIATURA: vem de tornar breve. representação de uma palavra por meio de alguma ou algumas de suas sílabas ou letras.
Algumas abreviaturas: A. - autor Ac. - acórdão AG. - agravo Art. - artigo Dec. - decreto Doc. - documento Embte: Embargante Embdo: Embargado Exa. - excelência Exmo. - excelentíssimo
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Fl. – folha (do processo) / fls. - folhas MM. - meritíssimo
Mag. - magistrado P.P. – por procuração
P.D: Pede Deferimento
Rqte ou Rte: Requerente
Rqdo ou Rdo: Requerido R. : Retro