Rare Brasil
Sumário Executivo
da Estratégia
2015 a 2020
Contexto da produção pesqueira na costa do Brasil
O Brasil tem uma das mais extensas áreas costeiras do planeta e é reconhecido por abrigar uma alta
biodiversidade que garante o sustento de milhões de pessoas. De acordo com a Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO), o país ocupa a 23ª posição no ranking mundial de produção pesqueira comercial. O setor da pesca no Brasil emprega mais de 500 mil pescadores em áreas marinhas e estima-‐se que mais de 3,5 milhões de brasileiros estejam direta ou indiretamente envolvidos na produção e na comercialização de aproximadamente 800 mil toneladas de pescado por ano (FAO 2013)1. O país é, entretanto, o maior
importador de pescado na América Latina, impulsionado por uma classe média ascendente que procura diversificar sua dieta com a inclusão dessa fonte de proteína saudável. Com isso, o consumo de peixe no Brasil está crescendo a um ritmo de 6% ao ano.
A combinação do alto consumo de pescado e do uso não sustentável dos recursos acarreta um elevado custo ambiental e social ao país. O setor pesqueiro no Brasil exerceu forte pressão sobre os importantes ecossistemas marinhos costeiros do país, ameaçando a biodiversidade marinha e colocando sob risco um setor que fornece segurança alimentar para mais de dois milhões de habitantes. Atualmente, apenas 1,57% da Zona Econômica Exclusiva (ZEE) brasileira está sob alguma forma de proteção. Como resultado, os ecossistemas tão diversos que permitem uma pesca costeira produtiva no país estão gravemente ameaçados. Um estudo coordenado pelo Ministério do Meio Ambiente em 2006, intitulado "Avaliação do Potencial Sustentável de Recursos Vivos na Zona Econômica Exclusiva (Revizee)", revelou que, em termos de danos aos ecossistemas costeiros, a sobrepesca excede todas as outras formas de impacto humano, como poluição, degradação de habitat e mudança climática induzida pelo homem. Além disso, o estudo destacou a baixa biomassa das águas brasileiras e os limites para a expansão da produção pesqueira nacional, salientando que 80% do estoque de pescado comercial do país
encontra-‐se sobreexplotado(MMA, 2008)2. As comunidades costeiras dependem da captura local do peixe para
sua alimentação. Em algumas delas, o consumo médio anual de pescado chega a 52,8 kg por pessoa, sendo seis vezes superior à média nacional. Restabelecer para a pesca brasileira uma coleta farta e sustentável é um passo fundamental para preservar a segurança alimentar no país e prevenir um êxodo acelerado das comunidades costeiras para as periferias nas grandes cidades.
Além da sobrepesca, são cada vez maiores as evidências sobre os impactos de eventos climáticos extremos nas comunidades costeiras. Em que pese o fato de os recursos pesqueiros e a saúde do oceano serem altamente vulneráveis aos efeitos das mudanças climáticas, atualmente no Brasil o diálogo sobre o clima ainda é bastante focado na redução de emissões de gases do efeito estufa provenientes do desmatamento. Urge, portanto, a promoção de um debate acerca do papel essencial que os habitats marinhos saudáveis, a pesca costeira e o manejo dos recursos desempenham na proteção contra catástrofes naturais, no sustento da população e na redução da vulnerabilidade das comunidades.
Uma oportunidade para a melhoria da gestão pesqueira na costa brasileira
Atento à gravidade do contexto da pesca no país, o governo brasileiro deu início, em 2015, a um movimento em prol de reformas no setor. Percebe-‐se também um gradual interesse internacional pela conservação marinha no
Brasil, o que pode ser atestado pelo novo projetovoltado para o bioma costeiro marinho do governo brasileiro
que tem o financiamento do Fundo Global para o Ambiente (GEF, da sigla em inglês), administrado pelo Funbio,
no valor de 75 milhões de dólares.
1 http://www.fao.org/fishery/facp/BRA/en
2 MMA – Ministério do Meio Ambiente (2008) Programa REVIZEE: avaliação do potencial sustentável de recursos vivos na zona econômica
Paralelamente à crescente preocupação do governo com a sustentabilidade pesqueira, nunca antes no Brasil houve um número maior de ONGs focadas em questões marinhas como se vê hoje. Dentre elas estão a Fundação
SOS Mata Atlântica, a Conservação Internacional, o WWF, a Oceana e a Rare.Recentemente, estas organizações
formaram uma rede para atuar de forma colaborativa em iniciativas marinhas estratégicas e ajudar a organizar a agenda política nacional sobre a pesca.
Nesse grupo, a Rare se destaca por ter uma área de atuação diferenciada, aportando a experiência acumulada em décadas de implementação de campanhas exitosas com foco na mobilização da comunidade para a adoção de práticas sustentáveis. Ancorada nesse conhecimento, o objetivo da Rare é alavancar novas oportunidades para a melhoria da pesca costeira no Brasil. Para tanto, a Rare tornou-‐se parceira e aliada da Comissão Nacional para o Fortalecimento das Reservas Extrativistas e dos Povos Tradicionais Extrativistas Costeiros Marinhos (Confrem), um movimento influente e bem organizado de pescadores artesanais. A Rare também construiu uma boa rede de contatos-‐chave no Ministério do Meio Ambiente (MMA) e no Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), órgão vinculado ao MMA responsável pela gestão das Unidades de Conservação federais. A Rare planeja ainda estabelecer novas conexões na Secretaria da Pesca, cuja composição deverá ser anunciada em breve, alocada dentro da estrutura do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. Claro está que a pesca de pequena escala tem ganhado ímpeto no Brasil. A Rare e seus parceiros precisam aproveitar essa oportunidade e trabalhar pela melhoria da gestão pesqueira de modo que as comunidades costeiras brasileiras possam se beneficiar com uma pesca mais sustentável e rentável. E como contribuição a esse
contexto, a Rare se compromete a trazer a visão da iniciativa Pesca para Sempre3 para o país.
O Pesca para Sempre tem como eixo central de sua abordagem a delimitação de áreas de Direito de Uso Territorial da Pesca (Dutepe ou Turf, na sigla em inglês), um instrumento que concede aos pescadores locais o acesso exclusivo a uma determinada zona de pesca. A adoção dessas reservas tem como foco a capacitação para a criação e a gestão de áreas de recuperação de estoque pesqueiro -‐ áreas protegidas onde os peixes podem se reproduzir sãos e salvos, longe das pressões humanas. A Rare planeja implementar esta abordagem no Brasil dentro de Áreas Marinhas Protegidas (AMPs) de uso sustentável, como as Reservas Extrativistas (Resex), as Áreas
de Proteção Ambiental (APAs) e as Reservas de Desenvolvimento Sustentável (RDS4). Com isso, pretende apontar
um caminho para uma pesca sustentável e de maior valor agregado no país.
Os oito elementos a seguir constituem a base para uma implementação bem-‐sucedida da iniciativa Pesca para Sempre:
Privilégios de acesso exclusivo
:
com base em sistemas de posse legal ou tradicional, são concedidos às comunidades privilégios de acesso exclusivo a determinados territórios pesqueiros (como as Dutepe, por exemplo). O acesso exclusivo constitui um incentivo para que os pescadores possam mudar práticas e colher os benefícios de serem guardiões responsáveis pelos seus recursos naturais.3 O Pesca para Sempre aborda o problema da sobrepesca em diversos países por meio do fortalecimento de milhares de comunidades
costeiras, dentre as mais pobres e marginalizadas do mundo, para capacitá-‐las na gestão sustentável e produtiva de seus próprios recursos pesqueiros. Para mais informações, acesse http://www.fishforever.org/
4 Resex, APA e RDS são AMPs de uso sustentável, enquanto que outras categorias de AMPs – como parques e reservas biológicas -‐ são de
proteção integral, nas quais não é permitida a pesca ou qualquer outra extração de recursos naturais. Uma Reserva Extrativista Marinha ou Resex é um tipo de área protegida onde as comunidades locais e tradicionais têm direito exclusivo de explorar os recursos naturais dentro de um determinado território. O objetivo de uma Área de Proteção Ambiental ou APA é preservar o bem-‐estar das populações urbanas e melhorar as condições ecológicas locais, sendo que podem haver restrições dentro de seus limites.A Reserva de Desenvolvimento Sustentável ou RDS é uma área natural que abriga populações tradicionais, cuja existência baseia-‐se em sistemas sustentáveis de exploração dos recursos naturais. A RDS é muito semelhante a uma Resex, a diferença reside no fato de que em uma Resex o foco é a extração de um único recurso local, como o pescado por exemplo, e em uma RDS explora-‐se vários recursos ao mesmo tempo.
Zonas de recuperação do pescado
:
são as Áreas Sem Pesca, delimitadas dentro ou próximas às zonas de acesso exclusivo, que permitem que os peixes e os habitats costeiros possam desenvolver-‐se, sem pressões humanas. As populações de peixes se propagam e acontece o efeito da dispersão para as zonas de pesca adjacentes.Monitoramento e avaliação:o estudo dos impactos biológicos e da recuperação dos estoques pesqueiros comprova claramente a eficiência da gestão sustentável da pesca. Isso fortalece as comunidades para avaliar os resultados de seus esforços e gerir a pesca de forma flexível, ao passo que vai criando uma sensação de satisfação com suas próprias realizações.
Sistema de fiscalização local
:
a vigilância comunitária e o controle do cumprimento das regras das áreas de acesso exclusivo e das zonas de recuperação do pescado asseguram que os pescadores e suas famílias se beneficiem de uma melhor gestão do sistema de pesca. Isso, por sua vez, reforça o sentimento de orgulho e o senso de posse local, incentivando ainda mais os pescadores a cumprirem as regras da atividade pesqueira.Apoio comunitário:a formação de líderes locais para a utilização da metodologia da Campanha por Orgulho da Rare acelera o processo de apoio da comunidade. E isso garante a sustentabilidade do modelo das reservas Dutepe, via apropriação local e aumento de capacitação.
Gestão da pesca: utilizando informações específicas sobre seus recursos pesqueiros, os líderes e os gestores da
pesca locais podem formular normas apropriadas para gerir a pesca de forma adaptativa para sua sustentabilidade em longo prazo.
Relações com o mercado:o setor privado tem um papel a desempenhar para avançar a reforma da pesca
costeira; mecanismos de mercado proporcionam incentivos econômicos para adotar e manter essas reformas. Os exemplos incluem investimentos conjuntos em tecnologia e infraestrutura, a coordenação para que a pesca seja mais eficiente e colha produtos de maior qualidade, bem como os esforços para alavancar mercados mais lucrativos.
Política pesqueira
:
os parceiros trabalham para garantir que esses elementos sejam incorporados nas políticas públicas de gestão costeira, nos âmbitos nacional, estadual e local, assim como nos mais relevantes planos de desenvolvimento econômico.
Nossa visão de sucesso
Por meio da metodologia da iniciativa Pesca para Sempre, a Rare pretende catalisar um movimento em favor da reforma da pesca costeira no Brasil. Para tanto, é necessário influenciar o comportamento de atores em várias instâncias da sociedade. Esta abordagem irá garantir uma pesca rentável e sustentável, impulsionar a qualidade de vida, proteger ecossistemas e aumentar a resiliência da comunidade às mudanças climáticas.
Para avançar nessa visão, iremos motivar comunidades e os governos locais, estaduais e nacional a adotarem sistemas de gestão da pesca combinados com zonas de recuperação pesqueira (áreas Dutepe).
Nossas metas e objetivos
Nossa meta é demonstrar, até o ano 2020, um modelo de gestão pesqueira que seja produtivo, sustentável e rentável no Brasil. Teremos alcançado essa finalidade quando:
•
20% (16 das 80 AMPs de uso sustentável existentes hoje) das áreas estejam implementando sistemas de gestãocom a adoção de reservas Dutepe;
•
20% de determinadas áreas dentro das 16 AMPs-‐alvo estejam no devido processo de implementação de zonas de proteção integral para a recuperação do estoque pesqueiro (as chamadas Áreas Sem Pesca/ASP); e•
em parceria com a Secretaria da Pesca (MAPA) e o Ministério do Meio Ambiente, conseguirmos demonstrar em3-‐5 áreas-‐alvo que o modelo Dutepe de gestão da pesca pode ser amplificado e incorporado a instrumentos legais já existentes para as comunidades que hoje utilizam áreas de livre acesso para pesca.
As 80 AMPs de uso sustentável contabilizadas hoje no Brasil (no âmbito federal e estadual) abrangem 54% de todos os pescadores do país e 27% do território no qual a adoção do modelo de gestão baseado em áreas Dutepe
tem o potencial para resolver problemas associados à pesca costeira.Embora a maioria dessas áreas ainda
constituam hoje o que se chama de ‘parques de papel’, com administração e controle escassos, o governo está à
procura de modelos que contribuam para a melhoria de sua gestão.Como o país já detém os instrumentos legais
adequados para a adoção e a implementação de reservas Dutepe, estas áreas irão compor a massa crítica necessária para que essa abordagem de gestão possa ser introduzida de maneira mais ampla no território nacional.
Os 73% restantes dos ambientes costeiros (376 mil km2) cujas águas são utilizadas para a pesca no Brasil -‐ que
compreendem 45% dos pescadores (cerca de 248 mil pessoas) de áreas litorâneas -‐ são áreas de acesso aberto. Diversas comunidades estão aguardando a aprovação do governo para criar a sua própria Resex, o que demonstra
uma demanda pela transição do acesso aberto ao acesso manejado.Entretanto, apesar da demanda, apenas três
Resex marinhas federais foram criadas nos últimos oito anos.Nós acreditamos que há uma oportunidade ainda
inexplorada para o uso de outros mecanismos legais para regulamentar áreas que são atualmente de acesso aberto, como os Acordos de Pesca, o Termo de Autorização de Uso Sustentável (Taus) e decretos específicos, além de uma articulação com governos estaduais para a criação de áreas marinhas protegidas de uso sustentável.
Desta forma, além de atuar nas AMPs já existentes, a Rare planeja expandir seu trabalho empreendendo esforços que viabilizem a adoção do modelo de gestão baseado nas reservas Dutepe em áreas que são atualmente de livre acesso para a pesca. Iremos atuar em 3-‐5 áreas-‐alvo para construir modelos demonstrativos nos quais vamos explorar formas de uso de mecanismos legais alternativos para criar reservas Dutepe em áreas de acesso aberto. O intuito é o de mobilizar o governo para amplificar o modelo para diversas outras áreas ao longo da costa.
Para angariar apoio aos nossos esforços, tanto nas AMPs de uso sustentável quanto em áreas de acesso aberto, iremos trabalhar com pescadores, comunidades locais, universidades, ONGs e parceiros governamentais em nível local, estadual e nacional. O objetivo é criar um conjunto de normas para o manejo da pesca costeira comuns para todos os pescadores, baseado em critérios de sustentabilidade e requisitos dos compradores de pescado, como, por exemplo, tamanho do peixe, licenciamento do pescador e uso de equipamentos legais. Assim, pretende-‐se incentivar o avanço gradativo de sua implementação e adoção no território nacional.
Abordagem de escala
Ao estabelecer demonstrações práticas para uma gestão sustentável da pesca de pequena escala em 20% das áreas marinhas protegidas de uso sustentável (16 no total) no Brasil, em alinhamento com os objetivos da Rare expostos acima, a organização irá contribuir para a elaboração de um novo modelo de manejo da pesca costeira
no país.Para garantir a eficácia desta abordagem em escala, a Rare desenvolveu uma estratégia tridimensional
que contempla os seguintes elementos: demanda e adoção por parte do governo + ferramentas eficientes de treinamento e capacitação + fomento à demanda de mercado.
Para obter o apoio do governo em âmbito nacional e estadual e construir marcos regulatórios para a gestão sustentável da pesca de pequena escala, é preciso investir na capacidade organizacional dos parceiros para a
potencializar a demanda do mercado e o investimento privado de forma a acelerar a adoção de práticas de pesca sustentáveis.
A Rare irá otimizar a busca de soluções por meio da colaboração com os chamados ‘propulsores’, uma rede de fornecedores de serviços compartilhados que atua aportando elementos críticos para o programa em nível local. Em alguns casos, esses fornecedores já existem, enquanto em outros eles precisam ser criados para atender às necessidades específicas de ganho de escala. A Rare irá capacitá-‐los no modelo de reservas Dutepe por meio da criação de produtos, ferramentas e programas de treinamento ‘propulsores’, elaborados para impulsionar a
eficácia, a eficiência e a facilidade de difusão.O gráfico a seguir ilustra as funções necessárias para o ganho de
escala e as entidades que poderiam exercer esse papel no Brasil:
Resultados / Pontos de avaliação e verificação
O prognóstico da Rare é que, até 2020, as áreas delimitadas e implementadas como reservas Dutepe terão dado claros sinais de recuperação de seus habitats costeiros críticos e as comunidades que ali vivem terão observado um incremento na segurança alimentar e na renda. Os resultados esperados são:
1. Campanhas por Orgulho visando mobilizar o apoio comunitário para a adoção de práticas sustentáveis terão sido implementadas em 16 áreas-‐alvo, validando a potencialidade do uso do marketing social para catalisar a resolução de conflitos de comunidades e o compromisso com a mudança de comportamento, acarretando a melhoria da produtividade.
2. Progresso no relacionamento e na cooperação entre as comunidades e o governo,por meio de um
maior envolvimento das partes interessadas, melhor compreensão das necessidades de cada lado e do desenvolvimento conjunto de soluções. Isso ocasionará um aumento crescente do interesse de parceiros no modelo de reservas Dutepe.
3. Tanto o governo federal quanto os estados, seus principais órgãos e as comunidades pesqueiras terão manifestado interesse na amplificação do modelo de reservas Dutepe por todo o país, por considerá-‐lo uma solução eficaz e econômica para a gestão da pesca de pequena escala. E algumas áreas-‐alvo
demonstrativas estarão comprometidas com a adoção de mecanismos legais existentes para delimitar reservas Dutepe em zonas onde é aberto o acesso para a pesca.
4. Apoio do governo brasileiro ao plano de um projeto que objetiva estabelecer padrões comuns de sustentabilidade pesqueira para áreas Dutepe, tanto dentro quanto fora da rede atual de áreas marinhas
INFLUENCIADORES INTERNACIONAIS
Ex. CDB, GEF, FAO, Banco Mundial, Unesco etc.
INFLUENCIADORES NACIONAIS
Ex. Funbio, Sebrae, Pesquisadores, Ministérios (Fazenda, Minas e Energia) etc.
ACELERADORES
Ex:. Marinha, Walmart, Pão de Açúcar, Eco-‐chefs, Oceana, Encourage Capital etc.
PROPULSORES
Ex. Governos estaduais, Sebrae, ICMBio (CNPT), MAPA/CPG, SocMon Group Brazil, Teia-‐Pesca etc.
PARCEIROS LOCAIS NA BUSCA DE SOLUÇÕES
Ex. ONGs , associações locais, conselhores gestores do MAPA, Confrem, prefeituras, escritórios locais do ICMBio, Marinha etc.
protegidas. Isso se dará por meio de um esforço colaborativo entre a Secretaria da Pesca (no âmbito do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento), o Ministério do Meio Ambiente e a sociedade civil organizada.
5. A Rare será reconhecida como uma organização líder em questões relacionadas à pesca de pequena escala no Brasil, integrando ativamente debates sobre as prioridades nacionais nessa área. Como tal, a organização participará e será um membro ativo de ao menos um Comitê Permanente de Gestão (CPG) da pesca.
6. Haverá um processo bem encaminhado para que 20% das áreas-‐alvo selecionadas (16 AMPs de uso sustentável) estejam prestes a uma plena implementação do modelo de reservas Dutepe. Estas áreas terão alcançado melhorias mensuráveis em indicadores como saúde ecológica, resiliência climática e meios de subsistência.
7. Três a cinco áreas-‐alvo demonstrativas para a implementação de reservas Dutepe em locais de acesso aberto para a pesca terão sido implantadas com sucesso. Estas áreas servirão de modelo para a
replicação da experiência por parte de outras ONGs e do governo, em contextos que irão requerer a transição de outras áreas de livre acesso para o acesso controlado ao longo da costa brasileira.
8. Os ‘propulsores’ terão desenvolvido e compartilhado ferramentas e produtos que abordam ao menos três a cinco dos oito componentes de sucesso da iniciativa Pesca para Sempre. E eles terão replicado o modelo em outros locais (entre 30 a 50 áreas).
9. A equipe da Rare Brasil estará monitorando o papel que empresas e uma relação mais bem estruturada com o mercado podem desempenhar na criação de incentivos para a adoção e a manutenção do modelo
de reservas Dutepe
.
10. O governo do Brasil dará apoio expresso ao modelo de reservas Dutepe, promovendo o aumento de escala e sua consequente implantação em diversas outras áreas, apoiando mudanças políticas e
regulatórias que direcionem recursos financeiros e humanos para a implementação de elementos-‐chave da nossa metodologia, endossando, assim, os esforços de captação de recursos para o programa da Rare.
11. Poderão ser observadas melhorias mensuráveis em mais de 20 indicadores sobre a saúde ecológica, a biodiversidade, a resiliência climática e os meios de subsistência de pescadores.
Conclusão
A pesca costeira está passando por um momento decisivo no Brasil. Se continuar no ritmo atual, a pesca excessiva resultará em uma maior degradação dos ecossistemas costeiros e em um declínio nos meios de subsistência dos pescadores. Ciente disso, a Rare está empenhada em apresentar uma solução por meio da iniciativa Pesca para Sempre, que tem como base o uso da metodologia das reservas Dutepe. Esta abordagem irá garantir uma pesca mais rentável e sustentável, impulsionar a qualidade de vida, proteger habitats e aumentar a resiliência das comunidades às mudanças climáticas.