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Análise de viabilidade econômico-financeira de atividades rurais

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Academic year: 2021

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DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS ADMINISTRATIVAS, CONTÁBEIS,

ECONÔMICAS E DA COMUNICAÇÃO

CURSO DE CIÊNCIAS CONTÁBEIS

GABRIELA MARANGON

ANÁLISE DE VIABILIDADE ECONÔMICO-FINANCEIRA DE

ATIVIDADES RURAIS

(Trabalho de conclusão do curso)

IJUÍ (RS)

2016

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GABRIELA MARANGON

ANÁLISE DE VIABILIDADE ECONÔMICO-FINANCEIRA DE

ATIVIDADES RURAIS

Trabalho de Conclusão do curso apresentado ao curso de Ciências Contábeis, Departamento de Ciências

Administrativas, Contábeis, Econômicas e da

Comunicação, da Universidade Regional do Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul (UNIJUÍ), como requisito parcial para obtenção do título de Bacharel em Ciências Contábeis.

Profª Orientadora: MARIA MARGARETE BACCIN BRIZOLLA

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AGRADECIMENTOS

Primeiramente agradeço a Deus por me dar força e coragem para nunca desistir dessa caminhada de longos cinco anos, onde passei por momentos de muitas alegrias, mas também de muitas tristezas e angústias, e que com muita fé em Deus superei todos esses momentos e cheguei até o fim dessa caminhada tão sonhada.

Agradecer ao meu pai Paulo Marangon e minha mãe Clair Hammes Marangon por acreditarem em mim e estarem sempre ao meu lado me dando todo o amor, o apoio, a compreensão nos meus dias nervosos e mal humorados, por me darem aquele abraço apertado quando eu queria desistir e me passarem toda a força que eu precisava para chegar até aqui. Obrigada de coração por realizar esse grande sonho e quero dizer que amo muito vocês.

Ao meu irmão Roges Vinicios Marangon pelo carinho, amor e força para nunca me deixar desistir dos meus sonhos, mas principalmente quero agradecer por toda a paciência que teve comigo para me passar as informações para a elaboração desse trabalho. Agradeço também a minha cunhada Renata Marangon por ser minha companheira, pelo apoio e força nessa longa caminhada e por escutar todos os meus desabafos. Amo muito vocês.

Ao meu namorado João Cláudio da Silva Santana pela paciência, compreensão, carinho, amor e companheirismo nesses três anos cansativos e difíceis de nossas vidas, mas que com o apoio um do outro conseguimos realizar os nossos sonhos tão desejados. Muito obrigada meu amor por estar ao meu lado nessa grande conquista e por me dar forças para nunca desistir dos meus sonhos. Te amo muito.

Aos professores do curso de Ciências Contábeis da UNIJUÍ, por todos os ensinamentos e aprendizados, pela atenção e paciência para nos transmitir o conteúdo e por sempre nos incentivarem a estudar e a nunca desistir de nossos sonhos. Agradeço especialmente a minha orientadora Maria Margatere Baccin Brizolla pelo apoio, incentivo, carinho, atenção, paciência e dedicação para a realização do meu trabalho, me transmitindo sempre muita segurança e tranquilidade.

Aos meus colegas de graduação por tudo o que passamos juntos, mas especialmente a minha grande amiga e companheira Fernanda Davies por estar ao meu lado todos esses anos me apoiando, me dando força e coragem para chegarmos juntas até aqui, obrigada pelas conversas, risadas e momentos de estudos que passamos juntas, levarei você no meu coração.

Enfim, a todos que estiveram ao meu lado e contribuíram de alguma forma para a finalização de mais uma etapa da minha vida, muito obrigada.

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DEDICATÓRIA

“Suba o primeiro degrau com fé. Não é necessário que você veja toda a escada. Apenas dê o primeiro passo.”

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RESUMO

A avaliação de desempenho, dentro da visão de planejamento e controle, se mostra cada vez mais uma ferramenta relevante na gestão das organizações. E, independente da configuração do planejamento e controle, o uso de métricas para proporcionar a análise de desempenho é fundamental para a sua sustentabilidade. Nesse sentido, este trabalho tem como propósito identificar como a análise de desempenho econômico e financeiro de investimentos na produção leiteira e na produção de soja, trigo e milho pode auxiliar na escolha do negócio rural a ser investido. O estudo é de extrema importância para auxiliar na escolha da atividade rural que apresentam maior rentabilidade para a propriedade, facilitando a tomada de decisões, avaliando se o investimento está tendo o retorno esperado, com vistas a projetar expectativas futuras. Para tanto, inicialmente, foram apresentados conceitos acerca da contabilidade rural e gerencial, contabilidade de custos, orçamento, análise de viabilidade, fluxo de caixa e demonstração de resultados, bem como os indicadores econômicos e financeiros. Quanto à metodologia este trabalho consiste em uma pesquisa aplicada, qualitativa e descritiva e utilizou procedimentos técnicos de pesquisa bibliográfica, documental e estudo de caso. Para os instrumentos da coleta de dados utilizou da observação sistemática, análise documental e entrevistas não estruturadas. Para a aplicação deste estudo foi realizado o levantamento dos dados necessários para a análise de viabilidade econômica e financeira que são os investimentos, os custos de produção e despesas operacionais, bem como as receitas e as projeções da demonstração de resultado do exercício e do fluxo de caixa, sendo que a partir do segundo ano foram acrescidos nas receitas, custos e despesas a taxa da inflação. Após, foram calculados os indicadores econômicos e financeiros para realizar a análise comparativa que demonstra que as duas atividades rurais são viáveis do ponto de vista econômico e financeiro. Os resultados indicam que dentro do período investigado, ambas as atividades são viáveis financeira e economicamente, visto os indicadores financeiros e econômicos, como o VPL, apresenta-se positivo, a TIR é superior a TMA para as duas atividades, o PBS e o PBD indicam a recuperação de capital dentro do horizonte de tempo estudado. Ainda a lucratividade, rentabilidade e o prazo de retorno contábil também indicam o retorno de capital dentro do período investigado.

PALAVRAS CHAVE: Contabilidade gerencial. Análise de viabilidade

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LISTA DE QUADROS

Quadro 1 – Estrutura básica da demonstração do resultado ... 28

Quadro 2 – Modelo de fluxo de caixa ... 32

Quadro 3 – Investimentos na produção de sementes ... 41

Quadro 4 – Investimentos na produção leiteira ... 42

Quadro 5 – Custos totais de produção da soja ... 43

Quadro 6 – Custos totais de produção do trigo ... 44

Quadro 7 – Custos totais de produção do milho ... 45

Quadro 8 – Custos totais de produção do leite ... 46

Quadro 9 – Despesas operacionais da produção de sementes ... 48

Quadro 10 – Despesas operacionais da produção do leite... 48

Quadro 11 – Receita da produção de sementes ... 49

Quadro 12 – Receita da produção leiteira ... 50

Quadro 13 – Demonstração de resultado do exercício da produção de sementes ... 51

Quadro 14 – Demonstração de resultado do exercício da produção leiteira ... 52

Quadro 15 – Fluxo de caixa da produção de sementes ... 54

Quadro 16 – Indicadores financeiros da produção de sementes ... 55

Quadro 17 – Fluxo de caixa da produção leiteira ... 56

Quadro 18 – Indicadores financeiros da produção leiteira ... 57

Quadro 19 – Indicadores econômicos da produção leiteira e de sementes ... 58

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LISTA DE SIGLAS

CVM Custo-Volume-Lucro

CV Custos Variáveis

DF Despesas Fixas

Dpr Depreciação

DRE Demonstração de Resultado do Exercício

MCU Margem de Contribuição Unitária

PBD Payback Descontado

PBS Payback Simples

PE Ponto de Equilíbrio

PEe Ponto de Equilíbrio Econômico

PEf Ponto de Equilíbrio Financeiro

PV Preço de Venda

ROE Retorno sobre o Patrimônio Líquido

TIR Taxa Interna de Retorno

TMA Taxa Mínima de Atratividade

TMRA Taxa Mínima de Retorno Aceitável

VFL Valor Futuro Líquido

VPL Valor Presente Líquido

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SUMÁRIO RESUMO ... 4 LISTA DE QUADROS ... 5 LISTA DE SIGLAS ... 6 1 INTRODUÇÃO...9 1.1 CONTEXTUALIZAÇÃO DO ESTUDO ... 10

1.2 DEFINIÇÃO DO TEMA EM ESTUDO ... 10

1.3 CARACTERIZAÇÃO DA ORGANIZAÇÃO ... 11 1.4 PROBLEMATIZAÇÃO DO TEMA ... 12 1.5 OBJETIVOS ... 13 1.5.1 Objetivo geral ... 13 1.5.2 Objetivos específicos ... 13 1.6 JUSTIFICATIVA ... 13 2 REFERENCIAL TEÓRICO... 15 2.1 CONTABILIDADE ... 15 2.1.1 Contabilidade rural ... 16 2.1.2 Contabilidade gerencial ... 17 2.2 CONTABILIDADE DE CUSTOS ... 18

2.2.1 Custos na atividade rural ... 19

2.2.2 Metodologia de custeio variável ... 21

2.3 ORÇAMENTO DE RECEITAS E DESPESAS ... 24

2.4 ANÁLISE DE VIABILIDADE ... 25

2.5 DEMONSTRAÇÃO DE RESULTADO DO EXERCÍCIO ... 27

2.5.1 Indicadores de resultado ... 29

2.6 FLUXO DE CAIXA ... 30

2.6.1 Indicadores de viabilidade ... 33

3 METODOLOGIA DO ESTUDO...37

3.1 CLASSIFICAÇÃO DA PESQUISA ... 37

3.1.1 Pesquisa quanto à natureza ... 37

3.1.2 Pesquisa quanto à forma de abordagem do problema ... 37

3.1.3 Pesquisa quanto aos objetivos ... 38

3.1.4 Pesquisa quanto aos procedimentos técnicos ... 38

3.2 COLETA DE DADOS ... 39

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3.3 ANÁLISE E INTERPRETAÇÃO DOS DADOS ... 39

4 ANÁLISE DOS RESULTADOS...41

4.1 INVESTIMENTOS ... 41

4.2 CUSTOS TOTAIS DE PRODUÇÃO ... 42

4.3 CUSTOS E DESPESAS OPERACIONAIS FIXAS ... 47

4.4 RECEITAS ... 49

4.4 DEMONSTRAÇÃO DE RESULTADO DO EXERCÍCIO ... 50

4.5 FLUXO DE CAIXA ... 53 4.6 ANÁLISE COMPARATIVA ... 58 CONCLUSÃO...60 REFERÊNCIAS...62 ANEXOS...66

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1 INTRODUÇÃO

Com o forte aumento da concorrência e a escassez de recursos disponíveis, a gestão de negócios tem sofrido constantes mudanças. Dessa forma, cresce a necessidade de informações contábeis que auxiliem os gestores na tomada de decisão, no controle e planejamento empresarial (CREPALDI, 2012).

Como consequência a contabilidade gerencial vem ganhando destaque e tornando-se uma importante ferramenta de apoio nas tomadas de decisões das organizações. O gerenciamento contábil fornece a administração informações contábeis relevantes que auxiliam no planejamento, execução e controle dos processos decisórios da entidade (PADOVEZE, 2010).

Contabilidade gerencial significa o processo de identificar, mensurar, demonstrar e analisar as informações sobre os eventos econômicos da entidade, com o propósito de apresentar as informações tomadas por gerentes e funcionários, dar feedback e controlar o desempenho operacional (ATKINSON et al, 2011).

Pode-se dizer que a contabilidade é a linguagem dos negócios e as demonstrações contábeis são os canais de comunicação que nos proporcionam dados e informações para identificar o desempenho e a saúde financeira da empresa. Uma avaliação de desempenho desenvolvida com base em dados contábeis confiáveis reduz o grau de incerteza do investimento (SILVA, 2004).

A avaliação de desempenho, dentro da visão de planejamento e controle, se mostra cada vez mais uma ferramenta relevante na gestão das organizações. E, independente da configuração do planejamento e controle, o uso de métricas para proporcionar a análise de desempenho é fundamental para a sua sustentabilidade (FREZATTI et al, 2009).

Também se pode dizer que a contabilidade gerencial está voltada diretamente para os orçamentos e a gestão estratégica das organizações, pois é utilizada dentro das entidades como ferramenta de auxílio à gestão. Ela trabalha com informações para o planejamento estratégico e orçamentário, já que seu enfoque é para o futuro (PADOVEZE, 2010).

O presente estudo aplica os conceitos e técnicas contábeis, com enfoque na análise de viabilidade econômico-financeira de atividades rurais, em uma propriedade rural familiar, com o objetivo de analisar a importância das informações geradas pela Contabilidade Gerencial na tomada de decisões dos proprietários.

A estrutura do estudo foi dividida da seguinte forma: o capítulo um apresenta a contextualização do estudo, considerando a definição do tema em estudo, a caracterização da

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organização, problematização do tema, os objetivos e a justificativa. O capítulo dois aborda o referencial teórico, onde proporciona o embasamento teórico dos conteúdos propostos. O capítulo três evidencia a metodologia da pesquisa e seus procedimentos, como a classificação da pesquisa, o plano da coleta de dados e o plano de análise e interpretação dos dados.

No capítulo quatro está descrito a análise de resultados, onde são apresentadas as informações necessárias para a realização da análise de viabilidade econômico-financeira. Primeiramente, são levantados os dados para a projeção da demonstração de resultado do exercício e o fluxo de caixa, e em seguida foram calculados os indicadores econômicos e financeiros que auxiliou na elaboração da análise comparativa da produção de leite com a produção de sementes, bem como na realização da conclusão do estudo. Por fim, mas não menos importante foram apresentadas as referências consultadas ao longo do estudo.

1.1 CONTEXTUALIZAÇÃO DO ESTUDO

Na sequência apresenta-se a contextualização do estudo, do qual consta a definição do tema em estudo, a caracterização da organização, problematização do tema, os objetivos e a justificativa.

1.2 DEFINIÇÃO DO TEMA EM ESTUDO

A contabilidade tem como objeto de estudo o Patrimônio e seu principal objetivo é gerar informações de ordem física, econômica e financeira, com ênfase para o controle e planejamento, além de auxiliar no processo decisório. A informação que auxilia no processo decisório deve fornecer aos usuários segurança na tomada de decisão (BASSO, 2011).

Para compreender a contabilidade gerencial, utiliza-se de diversos temas, que são estudados isoladamente por outros ramos da contabilidade. Estudos realizados por Ferreira; Silva; Lima (2011) diz que a contabilidade gerencial demonstra ser uma ferramenta indispensável para a administração de uma empresa, visto que seus relatórios abordam diferentes níveis de informações e servem como mecanismo nas tomadas de decisões.

A análise financeira pode ser empregada para mensurar riscos, julgar o desempenho esperado das empresas ou monitorar o desenvolvimento no alcance dos objetivos desejados. Conforme Tavares; Silva (2012) a análise financeira utiliza dados financeiros para avaliar os desempenhos passados e atuais da empresa, bem como sua sustentabilidade.

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Por isso, segundo Frezatti (2008) toda a análise financeira deve ser feita no planejamento estratégico, para que o momento do orçamento sirva apenas para a implantação de uma decisão já tomada. Além disso, a análise financeira está ligada diretamente com a viabilidade econômico-financeira, tornando-se assim uma ação gerencial estratégica.

Nesta linha, o tema de estudo proposto é a análise de viabilidade econômico-financeira de atividades rurais, como ferramenta eficaz para auxiliar o controle, a tomada de decisão e o processo de planejamento estratégico, bem como a análise da informação gerencial. E Para analisar a viabilidade econômico-financeira de um investimento são utilizados vários métodos existentes, considerando que os projetos têm o mesmo nível de risco e tempo de vida semelhante, e que ainda a entidade não dispõe de recursos limitados para o financiamento dos mesmos (FREZATTI, 2008).

Segundo Costa; Andrade; Castro (2012) esses indicadores utilizados para avaliar a viabilidade econômico-financeira de um investimento são resultados de cálculos que indicam se um projeto é rentável e se investir nele é compensatório em relação a alternativas, sejam elas mutuamente excludentes ou não.

1.3 CARACTERIZAÇÃO DA ORGANIZAÇÃO

O presente trabalho aborda as atividades realizadas numa propriedade rural familiar que, desde 1985, atua no setor agrícola. Tal propriedade é utilizada para a produção de grãos, bacia leiteira e gado de corte para a venda e consumo, sendo que todos os trabalhos são desenvolvidos em regime de economia familiar. Com o tempo, em razão do desenvolvimento das atividades e, consequentemente, com o aumento da demanda de trabalho, juntou-se aos proprietários o filho do casal, a fim de serem realizadas as descritas atividades rurais.

Para a atividade da produção de grãos, a propriedade utiliza-se de 326,80 hectares de terras próprias e 68,7 hectares arrendados de terceiros, totalizando em 395,50 hectares de terras, onde planta-se soja e, em algumas áreas planta-se milho e trigo. A propriedade também possui todos os maquinários necessários para essa atividade e os recursos e técnicas para o plantio, tratamento e colheita, sendo que a mão de obra é familiar, somente pai e filho que trabalham nesta atividade.

Enquanto que, para a produção de leite, utiliza-se de 23,8 hectares de terras, estando incluso os potreiros, a área onde é feito pastagens perenes e pastagens anuais e onde planta-se milho para fazer a silagem. A propriedade também conta com 97 cabeças de gado no total, sendo 87 fêmeas e 10 machos.

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Hoje, o imóvel rural possui apenas 40 vacas em lactação, ou seja, produzindo leite, sendo que tem 8 novilhas prenhas e 29 novilhas reservadas para renovar à genética. Os 10 machos são para a venda e o consumo da família. A propriedade também possui todos os equipamentos e técnicas necessários para a produção de leite, além de atender as exigências da empresa que compra o produto. A mão de obra para essa atividade é feita por um casal, mas com o auxílio do proprietário.

1.4 PROBLEMATIZAÇÃO DO TEMA

Conforme Ferreira; Silva; Lima (2011) a contabilidade gerencial tem sido uma ferramenta muito importante no auxílio à continuidade e desenvolvimento das organizações, visto o suporte por ela prestado nas questões mercadológicas da atualidade, assim como a influência na busca pela constante evolução empresarial. Nessa perspectiva, percebe-se que a contabilidade gerencial preocupa-se em estruturar de maneira organizada os setores que impactam na gestão das organizações, fornecendo informações necessárias ao processo decisório estando associada às atividades de controladoria (LAVARDA; BRIZOLLA; CHIARELLO, 2014).

Percebe-se que os gestores demandam informações gerenciais específicas para suprir suas necessidades de tomada de decisões em um ambiente de crescente incerteza e para monitorar o avanço no alcance de estratégias (GUERREIRO; PEREIRA; REZENDE, 2006). A decisão de investir é muito complexa, visto que muitos fatores entram em cena, inclusive o de ordem pessoal. O principal fator de influência sobre a decisão de investir é o retorno esperado, ou seja, quanto maiores forem os ganhos futuros obtidos mais atraentes será o investimento (SOUZA; CLEMENTE, 2009).

Os gestores devem ter consciência que qualquer tipo de investimento obtido tem um custo e, caso não apresentarem um retorno favorável, estarão descapitalizando a organização, já que em algum momento ela vai ter que remunerar seus investidores. Essa perspectiva requer acompanhamento estruturado para cada ruptura e para que o nível de retorno também seja controlado (FREZATTI, 2008).

Nesse sentido é imprescindível verificar se os investimentos realizados estão apresentando retorno. Avaliar a viabilidade econômico-financeira de um investimento é reunir informações para elaborar os fluxos de caixa de cada período e aplicar métodos que permitem identificar se as futuras entradas de caixa estão compensando a realização do investimento (SOUSA, 2007). Segundo Martins (2003, p.208) “a melhor maneira de se avaliar o grau de

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sucesso de um empreendimento é calcular o seu retorno sobre o investimento realizado, sem perder de vista o risco do investimento”.

Sabe-se que investir em um negócio é tomar uma decisão intermediária, pois os investidores pretendem obter satisfação com tais aplicações, mas ao mesmo tempo estão sujeitos a correr riscos no investimento (MARTINS, 2003). Por isso, considerando esses dois fatores que são o retorno esperado do investimento que atraem o investidor e o risco que o afasta questiona-se: Como a análise de desempenho econômico e financeiro de investimentos na produção leiteira e na produção de soja, trigo e milho pode auxiliar na escolha do negócio rural a ser investido?

1.5 OBJETIVOS

Considerando o tema proposto, e tendo como norte responder a questão problema deste estudo, na sequência apresenta-se: o objetivo geral e os específicos.

1.5.1 Objetivo geral

O objetivo geral deste estudo é identificar como a análise de desempenho econômico e financeiro de investimentos na produção leiteira e na produção de soja, trigo e milho pode auxiliar na escolha do negócio rural a ser investido.

1.5.2 Objetivos específicos

 Efetuar a revisão bibliográfica, que embasa o tema proposto;

 Identificar os custos, despesas e receitas, separando os custos fixos e variáveis para as atividades estudadas;

 Estruturar a Demonstração do Resultado do Exercício e o Fluxo de Caixa a partir dos dados coletados, com vista a identificar o desempenho econômico e financeiro da organização.

1.6 JUSTIFICATIVA

A contabilidade foi criada para gerar informações contábeis para seus diversos usuários e, diante das novas e modernas tecnologias, ela se tornou cada vez mais útil e fundamental nas tomadas de decisões dos gestores. Nesta dimensão, a contabilidade gerencial

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visa realizar uma análise de viabilidade econômico-financeira, que tem a finalidade de auxiliar na tomada de decisão e no investimento eficaz de um projeto.

Por meio do sistema de informação contábil gerencial e pelos diversos instrumentos da contabilidade gerencial, que são supridas as necessidades dos gestores das empresas, de informações contábeis para o processo de planejamento, execução e controle de suas atividades e para avaliação de desempenho (PADOVEZE, 2012).

A avaliação de um projeto passa pela abordagem econômico-financeira para facilitar a tomada de decisão. A análise econômico-financeira proporciona a decisão sobre projetos de investimentos que possam ser considerados no planejamento estruturado da organização. (FREZATTI, 2008).

A organização enquanto propriedade familiar é o imóvel rural explorado pelo agricultor e sua família, juntamente com toda a força de trabalho, garantindo-lhes a subsistência e o progresso social e econômico, com área fixada para cada região e tipo de exploração, e talvez trabalhado com ajuda de terceiros (LEI N.º 4.504, 1964).

Para a propriedade familiar, o estudo poderá trazer informações gerenciais importantes, uma vez que proporciona indicadores da sua situação econômica e financeira, contribuindo para analisar se tal investimento está tendo o retorno esperado, projetar expectativas futuras, e podendo ainda servir de base para os processos gerenciais, qualificando a tomada de decisão por parte dos gestores.

Na condição de acadêmica do curso de Ciências Contábeis e futura Contadora, o presente estudo contribui para aprimorar os conhecimentos sobre a contabilidade gerencial, visto que ela é indispensável no dia a dia das organizações, além de manter a condição de assessora nas tomadas de decisões.

No que se refere à Universidade, o presente projeto fica disponível como fonte de consulta para pesquisas e estudos de acadêmicos que ainda passarão pela instituição e demais interessados neste tema na área de contabilidade gerencial.

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2 REFERENCIAL TEÓRICO

O presente capítulo tem como objetivo fundamentar a área do conhecimento, proporcionando o embasamento teórico aos conteúdos abordados, através de conceitos e exemplos coletados em livros, artigos e outros meios de informação, bem como explorar a teoria da contabilidade seguida da contabilidade gerencial, contabilidade rural e da contabilidade de custos, com suas ferramentas voltadas à tomada de decisão.

2.1 CONTABILIDADE

Segundo Barros (2005, p. 17) a contabilidade “é uma ciência social que estuda e pratica as funções de controle e de registro relativas aos atos e fatos da Administração e da Economia”. Sendo assim, é considerada a ciência que controla o patrimônio das empresas.

A contabilidade foi desenvolvida para gerar informações aos seus vários usuários. Assim no que diz respeito aos usuários da contabilidade, Barros (2005, p. 18) destaca que “os usuários da Contabilidade podem ser internos (pessoas que fazem parte da empresa) ou externos”.

Essas informações geradas pela contabilidade devem ser relevantes a esses diversos usuários, classificados como administradores, diretores, executivos, sócios e/ou acionistas, bancos, financiadores, investidores, fornecedores, governos federal, estaduais e municipais, segundo o tipo de informação que demanda e que seja de extrema importância a cada usuário (BASSO, 2011).

O objetivo da contabilidade é registrar todos os acontecimentos ocorridos no patrimônio de uma organização. Entende-se por patrimônio o conjunto de bens, direitos e obrigações da entidade, enquanto que registrar é o processo de oficializar em formas de procedimentos próprios tudo o que acontece com os bens, direitos e obrigações da entidade (BRUNI, 2010).

Complementando a ideia do objetivo da contabilidade, Barros (2005, p. 17) destaca que “o objetivo científico da Contabilidade manifesta-se na correta apresentação do patrimônio e na apreensão e análise das causas das suas mutações”.

Assim, a contabilidade tem como finalidade a geração de informações de ordem física, econômica e financeira sobre o patrimônio, com ênfase para o controle e planejamento, para facilitar aos gestores o processo de tomada de decisão (BASSO, 2011).

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Ainda, na prática, a aplicação da contabilidade na entidade de acordo com Barros (2005, p. 17) tem a finalidade de “fornecer aos usuários informações sobre aspectos de natureza econômica, financeira e física do patrimônio e suas mutações”.

Diante do exposto, compreende-se que a contabilidade é responsável por registrar, controlar e demonstrar as variações do patrimônio, servindo como uma ferramenta de apoio para a tomada de decisão dos gestores, tornando-se indispensável no dia a dia de uma entidade.

2.1.1 Contabilidade rural

A contabilidade rural surgiu da necessidade de controlar o patrimônio das organizações rurais, assim Souza et al (2016, p. 283) destaca que a contabilidade rural “é o ramo da atividade que estuda o patrimônio rural, composto por ativos como: caixa, cabeças de gado, terra, [...], também compostas por passivos como: empréstimos bancários, [...] saldo líquido (capital, reservas)”.

Ainda, pode-se dizer que a contabilidade quando aplicada a um ramo específico é denominada de acordo com a atividade daquele ramo, por isso Marion (2005, p. 25) ressalta que a “Contabilidade Rural é a Contabilidade Geral aplicada às empresas rurais”. Quanto às empresas rurais, Crepaldi (2011, p. 3) diz que “é a unidade de produção em que são exercidas atividades que dizem respeito a culturas agrícolas, criação de gado ou culturas florestais, com a finalidade de obtenção de renda”.

Consequentemente, quanto maior a renda, maior é a necessidade dos empresários rurais utilizar as informações geradas pela contabilidade rural, uma vez que Souza et al (2016, p. 284) ressalta em seu artigo que a contabilidade rural “permite o planejamento e controle dos custos e a comparação dos resultados por meio de informações contábeis”. Complementando, o mesmo autor Souza et al (2016, p. 285) diz que o objetivo principal da contabilidade rural “é estudar, controlar e registrar a gestão econômica do patrimônio rural que se dedicam a esses fins, portanto, reserva-lhe particularidades específicas que lhe são inerentes”.

Para complementar a ideia, Crepaldi (2011, p. 82) destaca que a finalidade da contabilidade rural é “controlar o patrimônio; apurar o resultado; prestar informações sobre o patrimônio e sobre o resultado das entidades rurais aos diversos usuários das informações contábeis”.

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Todavia, com o desenvolvimento tecnológico, a agricultura vem se desenvolvendo cada vez mais, provocando a necessidade de profissionais e de mão de obra qualificada, para exercer nas atividades rurais, tanto na produção quanto na área administrativa, buscando um controle econômico-financeiro mais rigoroso. Nesse caso, Crepaldi (2011, p. 39) ressalta a importância da contabilidade como uma ferramenta gerencial:

A contabilidade pode desempenhar um importante papel como ferramenta gerencial, por meio de informações que permitam o planejamento, o controle e a tomada de decisão, transformando as propriedades rurais em empresas com capacidade para acompanhar a evolução do setor, principalmente no que tange aos objetivos e atribuições da administração financeira, controle de custos, diversificação de culturas e comparação de resultados.

Dessa maneira, torna-se visível a realidade das empresas rurais em atualizar-se na área da contabilidade rural mais precisamente no setor de gerenciamento, para poder alcançar resultados de produção e produtividade que garantam o sucesso do empreendimento, facilitando a tomada de decisão e o planejamento, a fim de atingir o objetivo de maximizar a riqueza dos proprietários rurais (CREPALDI, 2011).

2.1.2 Contabilidade gerencial

Segundo Atkinson et al (2011, p. 36), a “Contabilidade gerencial é o processo de identificar, mensurar, relatar e analisar as informações sobre os eventos econômicos da organização”. Ressalta também, que considera a contabilidade gerencial como um processo de produção de informações financeiras e operacionais orientadas pela necessidade de informação interna, que são utilizadas por funcionários e gerentes.

Padoveze (2010, p. 38) enfatiza que “a contabilidade gerencial é relacionada com o fornecimento de informações para administradores – isto é, aqueles que estão dentro da organização e que são responsáveis pela direção e controle de suas operações”. A contabilidade gerencial gera a informação contábil gerencial, que conforme Atkinson et al (2011, p. 36) “são dados financeiros e operacionais sobre atividades, processos, unidades operacionais, produtos, serviços e clientes de uma organização; por exemplo, o custo calculado de um produto, de uma atividade [...] em período de tempo recente”.

O ponto principal da contabilidade gerencial é o uso da informação contábil como ferramenta para a administração, uma vez que facilita o planejamento, controle e avaliação de desempenho das organizações, além de servir como apoio na tomada de decisão

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(PADOVEZE, 2010). Para complementar a ideia, Crepaldi (2012, p. 3) destaca que “o grande objetivo da contabilidade é planejar e colocar em prática um sistema de informação para uma organização, com ou sem fins lucrativos”.

Assim, é importante ressaltar os propósitos da contabilidade gerencial, que de acordo com Padoveze (2012, p. 17) “é atender todos os usuários internos da organização com as informações econômicas e quantitativas para o processo de decisão, avaliação de resultados empresariais e desempenho de gestores, em todas as etapas do processo de gestão”.

Seguindo na mesma linha, Crepaldi (2012, p. 2) diz que com a integração das informações nos vários departamentos, a contabilidade gerencial proporciona aos seus gestores “informações que permitem avaliar o desempenho de atividades, de projetos e de produtos da empresa, bem como a sua situação econômico-financeira através da apresentação de informações claras e objetivas de acordo com a necessidade de cada usuário”.

Por fim, percebe-se que a contabilidade gerencial é uma atividade indispensável na vida econômica de uma empresa, visto que o objetivo principal é fornecer informações contábeis que auxiliem os administradores em suas funções gerenciais, bem como no controle de suas finanças e na tomada de decisão (CREPALDI, 2012).

2.2 CONTABILIDADE DE CUSTOS

Silva; Lins (2010) definem contabilidade de custo como uma ferramenta utilizada para identificar, mensurar e informar os custos dos produtos e serviços. Mas vale destacar que, embora essa definição seja mais harmônica com a atividade de fabricação, seus procedimentos podem ser aplicados em diversos ramos de atividades, tendo somente que determinar os objetivos e finalidades do custeio.

A contabilidade de custos produz as informações que são úteis para os usuários internos, para que eles possam determinar a forma de custeio, realizar o planejamento, obter o controle e facilitar a tomada de decisão, visto que a gestão de custos propõe um entendimento profundo da estrutura de custos da empresa (HANSEN; MOWEN, 2013).

Tendo como primeira preocupação a resolução dos problemas de mensuração monetária dos estoques e do resultado, a contabilidade de custos não era vista como um instrumento de administração, porém com o devido crescimento das empresas passou a ser encarada como uma eficiente ferramenta de auxílio no desempenho da nova missão, a gerencial. Passou então a compreender duas funções relevantes: o auxílio ao controle e às tomadas de decisões (MARTINS, 2003).

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Com relação à função auxílio ao controle, Martins (2003, p. 21) diz que sua missão importante “é fornecer dados para o estabelecimento de padrões, orçamentos e outras formas de previsão e, num estágio imediatamente seguinte, acompanhar o efetivamente acontecido para comparação com os valores anteriormente definidos”.

No que tange à decisão, Martins (2003, p. 22) finaliza dizendo que seu papel importante “consiste na alimentação de informações sobre valores relevantes que dizem respeito às consequências de curto e longo prazo sobre medidas de introdução ou corte de produtos, administração de preços de venda, opção de compra ou produção”.

Por isso, com o aumento da concorrência entre as empresas devido à globalização e as crises mundiais, as organizações estão sendo obrigadas a se voltarem ainda mais para a contabilidade de custos como técnica fundamental para a gestão estratégica, para garantir a continuidade da empresa e auxiliar os gestores na hora de tomar a decisão.

2.2.1 Custos na atividade rural

A contabilidade rural necessita da diferenciação entre custos e despesas para uniformizar o entendimento desses conceitos, diante disso Crepaldi (2011, p. 97) destaca que os “custos são gastos (ou sacrifícios econômicos) relacionados com a transformação de ativos (exemplos: consumo de insumos ou pagamento de salários) e despesas são gastos que provocam redução no patrimônio (exemplos: impostos, comissões de vendas etc.)”.

Complementando a ideia, Santos; Marion; Segatti (2002, p. 36) definem custos “no instante em que a matéria-prima entra em produção (produção em andamento), associando-se a outros gastos de produção, reconhecemos (a matéria-prima + outros gastos) como custo”. E quanto à despesa destacam que “é todo o consumo de bens ou serviços para obtenção de receita”.

Também é necessário entender os conceitos de outros termos como gasto, desembolso, investimento e perda, que segundo Crepaldi (2011, p. 98) significa:

Gasto – sacrifício que a entidade arca para obtenção de um bem ou serviço, representado por entrega ou promessa de entrega de ativos (normalmente dinheiro). Desembolso – pagamento resultante da aquisição de um bem ou serviço.

Investimento – gasto com bem ou serviço ativado em função de sua vida útil ou de benefícios atribuíveis a períodos futuros.

Perda – é um gasto não intencional decorrente de fatores externos fortuitos ou da atividade produtiva normal da Empresa Rural.

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Assim, pode-se dizer que a distinção mais difícil e mais importante é entre custos e despesas, visto que Crepaldi (2011, p. 99) diz que “se um gasto é considerado despesa, ele afeta diretamente o resultado do exercício. Se considerado custo, só afetará o resultado a parcela do gasto que corresponder aos produtos vendidos”.

Um sistema de custos completo possui objetivos amplos e bem definidos, refletindo sua importância como ferramenta básica para os gestores de qualquer empreendimento, principalmente na agropecuária. Esses objetivos demonstram o que se pretende realizar com os dados de custos e a finalidade que tem as informações que se buscam (SANTOS; MARION; SEGATTI, 2002). Assim num levantamento de custos, são três os objetivos fundamentais:

a) Custos para avaliação dos estoques (Custeio por Absorção)

São os levantamentos pela contabilidade de custos tradicional, a fim de mensurar monetariamente os estoques de produtos acabados ou ainda em exploração e, ao fim de um exercício ou intervalo de tempo (mês, trimestre, semestre), apurar o resultado contábil da empresa.

b) Custos para avaliação dos estoques (Custeio Direto ou Variável)

Este método considera somente os custos variáveis para determinação dos custos de produção, ou seja, mão-de-obra direta, máquinas diretas e insumos agrícolas. Os custos fixos neste caso serão considerados como despesas correntes e debitados diretamente nos resultados. Por esse motivo não é aceito pela legislação fiscal vigente, podendo ser utilizado somente na apuração dos resultados gerenciais.

c) Custos standard ou padrão

Destinam-se a confrontar a realidade com os padrões de custos e outros tipos de previsões e metas contidos no planejamento empresarial. Evidentemente, muitos dos padrões estabelecidos vêm do controle (SANTOS; MARION; SEGATTI, 2002, p. 44).

Contudo,Santos; Marion; Segatti (2002, p. 45) também ressaltam que para a tomada de decisão os custos “trazem informações de relevância estratégica, como as que permitem fixar os preços de vendas, alterar a linha de produtos, fixar os volumes de produção, estabelecer limites de custos indiretos, especialmente os fixos”.

Portanto, Silva; Lins (2010, p. 6) evidenciam que a finalidade de todo o sistema de custos “é prestar informações para a tomada de decisão, ou seja, fornecer instrumentos para que os usuários do sistema de custos possam obter informações confiáveis, relevantes e oportunas de forma a possibilitar a melhor condução das suas decisões”.

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2.2.2 Metodologia de custeio variável

Nessa seção é abordado o método de custeio variável, a análise de custo, volume e lucro, onde se demonstra os conceitos, objetivos, finalidades, ponto de equilíbrio e a margem de contribuição.

Existem alguns métodos utilizados pelas empresas para realizar o custeio de seus produtos, e para Dubois; Kulpa; Souza (2009, p. 128) os mais importantes são: “Custeio por Absorção, Custeio Variável, Custo Padrão e Custeio ABC”.

Esses métodos apresentam um único objetivo, mas a sistemática adotada é diferenciada de um método para outro. Segundo Dubois; Kulpa; Souza (2009) o objetivo dos métodos de custeio é determinar o custo unitário de cada bem ou serviço produzido por uma empresa. Para tanto, eles partem das configurações dos custos diretos e indiretos ou fixos e variáveis.

Neste estudo busca-se abordar o enfoque do método de custeio variável também chamado de custeio marginal, que conforme Bertó; Beulke (2006, p. 34) “parte do princípio de que um produto, uma mercadoria ou um serviço são responsáveis apenas pelos custos e pelas despesas variáveis que geram”. Esses custos e despesas variáveis são aquelas que variam conforme o volume de produção e vendas, surgindo com o produto e desaparecendo com o mesmo.

No custeio variável, para Martins (2003, p. 198) “só são alocados aos produtos os custos variáveis, ficando os fixos separados e considerados como despesas do período, indo diretamente para o Resultado; para os estoques só vão, como consequência, custos variáveis”.

O método do custeio variável serve como instrumento para fins decisórios e gerenciais, visto que oferece condições para os gerentes avaliarem o seu próprio desempenho de forma mais significativa, levando como vantagem a proposição do conceito de margem de contribuição. Porém esse método fere os princípios contábeis e em razão disso não é aceito para fins fiscais ou para uso de terceiros (DUBOIS; KULPA; SOUZA, 2009).

Quanto à análise de custo-volume-lucro (CVL) define-se como uma ferramenta indispensável no planejamento e na tomada de decisão, visto que relaciona os custos, a quantidade vendida e preços, unindo toda a informação financeira de uma organização, além de ser uma técnica valiosa para identificar a extensão do problema econômico pelo qual a empresa esteja passando, e ajudá-la a encontrar soluções (HANSEN; MOWEN, 2013).

Segundo Padoveze (2010, p. 376) “A análise de custo/volume/lucro conduz a três importantes conceitos: margem de contribuição, ponto de equilíbrio e alavancagem

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operacional”. O presente estudo tem como foco a margem de contribuição e o ponto de equilíbrio, que segundo Dubois; Kulpa; Souza (2009, p. 178) o grande apelo pelo uso dessas técnicas “é a simplicidade conceitual e a facilidade de aplicação em qualquer tipo de empresa”.

A margem de contribuição de acordo com Dubois; Kulpa; Souza (2009, p. 184) “é o valor que sobra de cada unidade vendida e, portanto, deverá ser suficiente para cobrir os custos e despesas fixas, taxas e impostos e, ainda, proporcionar o lucro”.

Complementando essa ideia, Martins (2003, p. 179) diz que o conceito de margem de contribuição por unidade “é a diferença entre o preço de venda e o Custo Variável de cada produto”. Significa que a partir desse conceito, tem-se uma equação que resulta na margem de contribuição unitária, e que multiplicando pelas quantidades vendidas encontra-se a margem de contribuição total:

Em que:

MCu = Margem de Contribuição Unitária PV = Preço de Venda

CV = Custos Variáveis

Margem de contribuição unitária é igual ao preço de venda diminuído os custos variáveis. Vale ressaltar que a margem de contribuição é um elemento útil e indispensável para a tomada de decisões.

Enquanto que, ao analisar o ponto de equilíbrio, Silva; Lins (2010, p. 212) diz que “o ponto de equilíbrio é obtido quando determinada quantidade é vendida de modo a permitir a obtenção de uma receita suficiente para cobrir todos os custos e despesas de modo que o resultado seja igual a zero”.

Para Dubois; Kulpa; Souza (2009) existe três tipos de ponto de equilíbrio: o contábil, o econômico e o financeiro. O ponto de equilíbrio contábil serve como ponto de partida, sendo utilizado apenas como parâmetro medidor, enquanto que o econômico é a inclusão de variáveis como lucro, impostos e despesas, em consequência disso este tem maior aplicabilidade nas decisões, e o financeiro deve ser descontado os valores correspondentes à depreciação, uma vez que esta não representa desembolso para a empresa. Assim, têm-se as seguintes equações para aplicar o ponto de equilíbrio contábil, econômico e financeiro:

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Onde: PE = Ponto de Equilíbrio CF = Custos Fixos DF = Despesas Fixas

MCu = Margem de Contribuição unitária

Onde ponto de equilíbrio é igual a custos fixos somados as despesas fixas divididas pela margem de contribuição unitária. Com o resultado dessa equação a empresa não obtém lucro, mas também não sofre prejuízos.

Onde:

PEe = Ponto de Equilíbrio Econômico CF = Custos Fixos

DF = Despesas Fixas

ROE = Retorno sobre o Patrimônio Líquido MCu = Margem de Contribuição Unitária

Nesse caso, ponto de equilíbrio econômico é igual a custos fixos somados as despesas fixas e ao retorno sobre o patrimônio líquido dividido pela margem de contribuição unitária. Essa equação considera o retorno mínimo desejado pelos gestores da empresa.

Onde:

PEf = Ponto de Equilíbrio Financeiro CF = Custos Fixos

DF = Despesas Fixas Dpr = Depreciação

MCu = Margem de Contribuição Unitária

Nessa situação o ponto de equilíbrio financeiro é igual aos custos fixos somados às despesas fixas e diminuída a depreciação, sendo que o resultado é divido pela margem de contribuição unitária. Pode acontecer de estar somado junto aos custos fixos e as despesas fixas as amortizações financeiras.

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Sendo assim, ao calcular a margem de contribuição e o ponto de equilíbrio observa-se que essa análise oferece grandes possibilidades de gerenciamento da capacidade de produção com intuito de obter um equilíbrio entre o comportamento dos custos, o volume da produção e o resultado.

2.3 ORÇAMENTO DE RECEITAS E DESPESAS

Segundo Atkinson et al (2011, p. 465) orçamento é uma “expressão quantitativa das entradas e saídas de dinheiro para determinar se um plano financeiro atingirá as metas organizacionais”. Frezatti (2009, p. 46) complementa que “o orçamento é o plano financeiro para implementar a estratégia da empresa para determinado exercício”. Atkinson et al (2011, p. 465) ainda salientam que “os orçamentos representam um papel semelhante no planejamento e controle para gerentes que estão dentro de unidades empresariais e que são parte central no projeto e na operação de sistemas de contabilidade gerencial”.

Para tanto o orçamento propõe estabelecer e coordenar diversos objetivos de todas as áreas da entidade, de maneira que todos trabalhem juntos em busca dos planos de lucros da organização e da expressão do plano e controle de resultados (PADOVEZE, 2010). E os propósitos destacados por Padoveze (2011) consideram o orçamento como uma forma de projeções e planejamentos que permitem estudos para períodos posteriores; um canal de comunicação e coordenação de objetivos; uma ferramenta de motivação; um mecanismo de avaliação e controle e uma fonte de informação para a tomada de decisão.

O principal objetivo do orçamento está relacionado com duas funções administrativas: o planejamento e o controle. Segundo Zdanowicz (2001, p. 23) o planejamento serve para “fixar os objetivos e programar as atividades necessárias para alcançar as metas”, e o controle para “avaliar os resultados obtidos, confrontando com as estimativas elaboradas, verificando os desvios, e indicando as ações corretivas necessárias”.

O desenvolvimento do orçamento abrange dois conjuntos de resultados: os planos ou orçamentos operacionais e os resultados financeiros esperados ou projetados (ATKINSON et al, 2011). Sendo assim, nesse estudo são abordados os planos ou orçamentos operacionais que para Hansen; Mowen (2013, p. 251) “consiste de uma série de tabelas para todas as fases de operações, culminando em uma demonstração de resultado orçada”. Seguindo nessa mesma linha, Padoveze (2010, p. 530) ressalta que o orçamento operacional “equivale, na demonstração de resultados da empresa, às informações que evidenciam o lucro operacional, ou seja, vendas, custos dos produtos, despesas administrativas e comerciais”.

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Dessa maneira, o orçamento operacional compreende seis planos operacionais: plano de vendas, plano de gastos de capital, plano de produção, plano de aquisição de materiais, plano de contratação e de treinamento de mão de obra e plano de gastos administrativos e discricionários (ATKINSON et al, 2011). No que diz respeito ao plano de vendas, Atkinson et al (2011, p. 468) diz que é o “documento que resume as vendas planejadas para cada produto”. E Padoveze (2010, p. 532) complementa “o orçamento de vendas é o ponto de partida de todo o processo de elaboração das peças orçamentárias”.

No que tange ao plano de gastos de capital, Atkinson et al (2011, p. 468) diz que esse “especifica os investimentos de capital a longo prazo, tais como prédios e equipamentos, que devem ser realizados para atender aos objetivos da atividade”. No plano de produção, ele destaca como sendo o plano que “programa todas as necessidades de produção”, enquanto que no plano de aquisição de materiais define como sendo aquele que “programa todas as atividades de compras necessárias”.

Já no plano de contratação e de treinamento de mão de obra, Atkinson et al (2011, p. 469) diz que esse “especifica o número de pessoas que a empresa deve contratar e treinar ou despedir para alcançar os objetivos de suas atividades”. Por fim, no plano de gastos administrativos e discricionários, diz que é “o plano operacional que resume as despesas administrativas e discricionárias”. Assim sendo, pode-se dizer que o orçamento é a ferramenta de gestão fundamental para obter o controle financeiro da entidade, pois é onde os gestores programam suas obrigações com a empresa a fim de atingir todas as metas propostas no planejamento.

2.4 ANÁLISE DE VIABILIDADE

A análise de viabilidade também conhecida como análise financeira, segundo Padoveze; Benedicto (2014, p. 3) “consiste em um processo meditativo sobre os números de uma entidade, para avaliação de sua situação econômica, financeira, operacional e de rentabilidade”. Em outras palavras, Silva (2004, p. 23) diz que “a análise financeira é uma ferramenta que nos auxilia na avaliação da empresa”.

E para proceder a uma análise econômico-financeira de uma empresa, Crepaldi (2011, p. 310), destaca que “o empresário vai precisar de informações que constam de seu balanço patrimonial, do controle de caixa e do controle de estoque”, ou seja, com esses três documentos em mãos, o empresário terá os dados para a análise econômico-financeira de sua entidade.

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Padoveze; Benedicto (2014, p. 91) também ressaltam que “a análise financeira permite uma visão da estratégia e dos planos da empresa analisada, estimar seu futuro, suas limitações e suas potencialidades”. Assim, pode-se dizer que a análise financeira é importante para todas as pessoas que pretendem se relacionar com a empresa, seja como fornecedor, empregada ou acionista.

Dessa forma, Silva (2004, p. 33) evidencia que “a análise financeira também usa as informações contábeis para auxiliar os usuários externos em tomadas de decisão de crédito e de investimento, entre outras possíveis”. Assim, os maiores interessados na análise financeira de uma empresa são os próprios acionistas (PADOVEZE; BENEDICTO, 2014).

Contudo, Padoveze; Benedicto (2014, p. 91) destacam ainda que “uma série de outros interessados, sejam empresas, pessoas ou instituições que se relacionam com as empresas (stakeholders), sejam entidades que têm interesse social, podem, querem ou devem utilizar-se dos relatórios contábeis para análise financeira”.

Complementando a ideia, Silva (2004, p. 47) destaca que:

A análise financeira organiza as informações contábeis e agrega outras informações relevantes para auxiliar seus usuários na avaliação, tomada de decisões e na orientação de suas ações, visando suprir cada usuário com o conjunto de informações que melhor atenda às suas necessidades.

Assim, Padoveze; Benedicto (2014, p. 89) diz que “a análise econômico-financeira tem por objetivo extrair informações das demonstrações contábeis para ser utilizada no processo de tomada de decisões na empresa”. E, para Silva (2004, p. 33) “a análise financeira serve para avaliar decisões que foram tomadas pela empresa em épocas passadas, bem como fornece subsídio para o planejamento financeiro, visando ao futuro”.

Ainda, Padoveze; Benedicto (2014, p. 90) destacam que a finalidade da análise econômico-financeira para a empresa é “verificar a capacidade de solvência, conhecer a estrutura patrimonial e descobrir a potencialidade de gerar resultados”.

Por fim, pode-se dizer que com base na conclusão do relatório elaborado pelo analista financeiro, o usuário tomará a decisão que julgar conveniente. Por isso deverá o analista, após a análise dos indicadores, expressar de forma incisiva sua conclusão, julgando se boa ou ruim a situação financeira da empresa, a rentabilidade demonstrada pelos dados e apresentando as possíveis perspectivas de desempenho futuro (PADOVEZE; BENEDICTO, 2014).

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2.5 DEMONSTRAÇÃO DE RESULTADO DO EXERCÍCIO

A Demonstração de Resultado do Exercício (DRE) de uma empresa segundo Bruni (2010, p. 7) “registra a geração do lucro ou prejuízo, subtraindo das Receitas, as Deduções, Custos, Despesas e Imposto de Renda da entidade”.

Conforme, Braga (2003, p. 96) a DRE “deve apresentar o resumo das variações positivas (receitas e ganhos) e negativas (custos, despesas e perdas), ocorridas em determinado período de tempo, [...] em função da exploração das atividades operacionais da empresa”.

Complementando a ideia dos autores acima, Frezatti (2008, p. 55) diz que a DRE proporciona “um resumo financeiro dos resultados das operações da empresa durante um período específico, um intervalo de tempo”. Ele também evidencia que a DRE pode ser estruturada de forma mensal, trimestral, semestral ou anual, dependendo do usuário da informação a ser atendido, se é interno ou externo.

Bruni (2010, p. 9) destaca que a construção da DRE “estabelece que receitas de vendas devem ser confrontadas com o custo das mercadorias efetivamente vendidas e as despesas incorridas no período para se apurar o lucro bruto”, observado o princípio da competência.

Por competência entende-se que a receita seja contabilizada quando houver a transferência do elemento, independente do seu recebimento, e a despesa é considerada realizada, efetivada, incorrida quando ocorrer o fato gerador, independente do pagamento (BASSO, 2011).

De acordo com Barros (2005, p. 217) a DRE indica o resultado que a empresa apurou em determinado período e “é apresentada de forma retificativa, ou seja, os valores de custos e despesas são deduzidos dos valores das receitas, mostrando, assim, o resultado do exercício (lucro ou prejuízo) por tópicos parciais (receita líquida, lucro bruto, lucro operacional etc.)”.

A receita líquida, para Braga (2003, p. 97) “é a receita bruta menos as deduções”. Enquanto que lucro bruto “é a diferença entre a receita operacional líquida e os custos operacionais da receita”, considerando que será lucro se a receita for maior que o custo, caso contrário, resultará um prejuízo bruto. E o lucro operacional é a “diferença entre o lucro ou prejuízo bruto e as despesas operacionais”, seguindo a mesma linha do lucro bruto.

Outro fator importante na estruturação da DRE é a forma de incidência do Imposto de Renda (IR), que a dúvida na maioria dos empresários consiste na consideração do IR como um percentual da receita ou um percentual do lucro. Contudo, a legislação brasileira permite a empresa a adotar a forma de tributação pelo lucro real ou pelo presumido (BRUNI, 2010).

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Caso uma receita não recebida seja projetada na DRE, ela poderá estar demonstrada no grupo de contas a receber do Balanço Patrimonial, e caso essa receita seja recebida no mesmo período, estará evidenciada no fluxo de caixa projetado (FREZATTI, 2009).

A DRE tem como finalidade básica “descrever a formação do resultado gerado no exercício, mediante especificações das receitas, custos e despesas por natureza dos elementos componentes, até o resultado líquido final – lucro ou prejuízo” (BRAGA, 2003, p. 97). Se esse resultado líquido final for lucro, Braga (2003, p. 97) diz que “representa o ganho efetivo obtido pela empresa, que tem por finalidade remunerar os sócios ou acionistas e manter e/ou desenvolver o patrimônio da empresa”. E se ocorrer prejuízo “representa a parcela de desgaste sofrido pelo patrimônio no período, significando que as receitas geradas foram insuficientes para cobrir os custos e despesas incorridas para obtenção de tais receitas”.

Como modelo de estrutura básica de DRE que pode ser utilizada pelas empresas, Basso (2011, p.192) apresenta a seguinte:

Quadro 1 – Estrutura básica da demonstração do resultado 01. RECEITA OPERACIONAL BRUTA

02. (-) DEDUÇÕES DA RECEITA BRUTA 03. (=) RECEITA OPERACIONAL LÍQUIDA (1-2) 04. (-) CUSTO DAS MERCADORIAS VENDIDAS 05. (=) RESULTADO OPERACIONAL BRUTO (3-4) 06. (-) DESPESAS OPERACIONAIS

07. (±) OUTRAS RECEITAS E DESPESAS OPERACIONAIS 08. (=) RESULTADO OPERACIONAL LÍQUIDO (5-6±7) 09. (±) RECEITAS E DESPESAS NÃO OPERACIONAIS 10. (=) RESULTADO ANTES DO IMPOSTO DE RENDA (8±9) 11. (-) PROVISÃO PARA IMPOSTO DE RENDA E CSLL 12. (=) RESULTADO DEPOIS DO IMPOSTO DE RENDA (10-11) 13. (-) PARTICIPAÇÕES E CONTRIBUIÇÕES

14. (=) RESULTADO LÍQUIDO DO EXERCÍCIO (12-13) Fonte: Basso (2011, p. 192)

O autor ainda descreve sobre a estrutura básica da DRE e seus principais elementos que são discriminados como receitas, despesas e custos da seguinte maneira:

A Demonstração do Resultado do Exercício parte da apresentação da “Receita Operacional Bruta” da entidade, geralmente constituída das Vendas de Mercadorias, Produtos e/ou da Prestação de Serviços que, em seguida, é deduzida dos valores retificativos da receita bruta, tais como as devoluções, abatimentos concedidos, impostos embutidos na receita bruta, gerando, assim, a Receita Operacional Líquida. A seguir deduz-se “Custos das Vendas, gerando o Resultado Operacional Bruto. Deste, deduzem-se as despesas operacionais, tais como as despesas de vendas, financeiras, administrativas e gerais, bem como outras despesas e receitas operacionais não classificadas nas categorias anteriores, obtendo-se o Resultado Operacional Líquido. Acrescentam-se as receitas não operacionais e se diminuem as despesas também não operacionais, obtendo-se, assim, o Resultado Antes do Imposto de Renda. Deste, deduz-se a provisão para imposto de renda e se obtém o

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Resultado Depois do Imposto de Renda. Finalmente, retiram-se as participações e contribuições (geralmente estatutárias) e se obtém o Resultado Líquido do Exercício, ou seja, o lucro ou o prejuízo (BASSO, 2011, p. 192).

Por fim, pode-se dizer que a DRE é uma das principais demonstrações contábeis, uma vez que assume papel importante no fornecimento de informações, tornando-se uma ferramenta relevante para avaliar o desempenho da empresa e auxiliar os gestores na tomada de decisão. Além disso, sem essas informações fornecidas pela DRE o administrador não será capaz de avaliar a verdadeira realidade da empresa.

2.5.1 Indicadores de resultado

Os indicadores de resultado são muito importantes para a análise econômica e financeira da empresa, tendo como objetivo principal evidenciar a situação atual da empresa, bem como o retorno do investimento. Assim, abordaram-se os indicadores de rentabilidade e o prazo de retorno. Padoveze (2011, p. 63) destaca que:

Rentabilidade do investimento é o lucro obtido em um período em razão de um investimento feito em um projeto, empreendimento ou empresa. Representa a remuneração obtida como prêmio pela aplicação de recursos financeiros em um investimento. Normalmente, também é expressa em uma taxa percentual.

A busca do entendimento da rentabilidade é comum quando a análise do dinheiro no tempo faz referência ao uso das demonstrações contábeis, assim Bruni (2010, p. 209) diz que “os indicadores de rentabilidade buscam analisar os lucros auferidos pela entidade de forma relativa, geralmente analisados em relação aos investimentos feitos pelo conjunto de fornecedores de capital (sócios e terceiros) ou apenas pelos sócios”.

Complementando a ideia, Padoveze (2011, p. 64) ressalta que “a análise de rentabilidade objetiva mensurar o retorno do capital investido e identificar os fatores que conduziram a essa rentabilidade”. Na análise de rentabilidade é necessário compreender o conceito de margem de lucro, que segundo Bruni (2010, p. 226) é “na análise da margem de lucro que estamos preocupados com o quanto estamos ganhando por unidade vendida”.

Diante disso, mensuram-se vários tipos de margens em relação às vendas, das quais as mais comuns que Padoveze (2011, p. 66) destaca são:

 a margem bruta, representada pelo lucro bruto, que significa a receita de vendas deduzida dos custos de comercialização ou fabricação;

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 a margem operacional, representada pelo lucro operacional, que é o lucro bruto deduzido das despesas administrativas e comerciais;

 a margem antes dos impostos sobre o lucro, representada pelo lucro operacional, deduzido das despesas financeiras líquidas das receitas financeiras e outros elementos considerados não operacionais nas demonstrações publicadas;

 a margem líquida do período, representada pelo lucro líquido após os impostos sobre o lucro, que é o resultado final apurado pela empresa no período e fica à disposição dos sócios ou acionistas para a distribuição ou retenção dentro da empresa.

Percebe-se assim que a rentabilidade relaciona o lucro obtido ao investimento feito, sendo que quanto maior o percentual, melhor será a avaliação do desempenho do investimento. Padoveze (2011, p. 67) ainda destaca que “a apuração da rentabilidade tem por finalidade saber se o retorno real foi coerente com o retorno planejado”.

E como o objetivo da rentabilidade é determinar o retorno do investimento, Bruni (2010, p. 213) ressalta que retorno sobre o investimento “representa a relação entre os resultados da entidade e o volume de recursos nela investidos por sócios e terceiros, valor representado pelo ativo total da empresa”. Sendo assim, pode-se dizer que os indicadores de resultado são considerados os mais importantes da análise contábil financeira e econômica, uma vez que demonstram se o investimento está sendo rentável e tendo o retorno esperado pelos sócios, bem como apresentam a real situação da empresa, além de auxiliar os gestores no processo decisório.

2.6 FLUXO DE CAIXA

Na análise de investimento de um capital, a etapa mais importante, trabalhosa e crítica é a determinação do fluxo de caixa para cada projeto que está sendo considerado. Chama-se etapa crítica porque uma estimativa errônea pode levar a decisões errôneas, e consequentemente colocar em risco os investimentos e finanças da organização (HANSEN; MOWEN, 2013).

Padoveze (2011, p. 3) destaca que “a geração de caixa é o objetivo que suporta a missão das empresas, efetivando financeiramente os lucros necessários à remuneração do capital investido, com isso permitindo a sua continuidade”. Por isso, o entendimento da movimentação financeira é importante para o gerenciamento das operações da organização, para a análise de viabilidade e retorno de investimento.

(32)

O fluxo de caixa, segundo Silva (2005, p. 11) “é o principal instrumento da gestão financeira que planeja, controla e analisa as receitas, as despesas e os investimentos, considerando determinado período projetado”. Seguindo o mesmo sentido, Zdanowicz (2004, p. 40) conceitua fluxo de caixa de uma empresa como sendo um “conjunto de ingressos e desembolsos de numerário ao longo de um período projetado”.

Complementando a ideia, Crepaldi (2011, p. 297) destaca que o fluxo de caixa em um conceito geral “é a relação das entradas e das saídas de recursos financeiros em determinado período, visando prever a necessidade de captar empréstimos ou aplicar excedentes de caixa nas operações mais rentáveis”.

O fluxo de caixa é também considerado a peça-chave na administração financeira, podendo ser elaborado de duas formas: fluxo de caixa diário e fluxo de caixa mensal. As duas formas de elaboração do fluxo de caixa são importantes para o setor financeiro e de sua responsabilidade (PADOVEZE, 2010).

Segundo Padoveze (2010, p. 83) a necessidade de informação do fluxo de caixa diário “é imediata, e não pode, de forma alguma, esperar tratamento contábil de mais de algumas horas ou de um dia”. Ele também destaca que “a movimentação dos recursos financeiros dia a dia é de importância operacional para realizar pagamentos e recebimentos imediatos”, enquanto que “o fluxo de caixa mensal possibilita visão de conjunto e de relevância, que o fluxo de caixa diário dificilmente oferece”.

Padoveze (2010, p. 84) também diz que o fluxo de caixa mensal está relacionado “com os movimentos mensais das demais contas da companhia, e dessa forma é elemento fundamental para acompanhamento e controle dos recursos da empresa, junto com o balanço patrimonial e a demonstração de resultados”.

A estrutura do fluxo de caixa deve ser adaptada de acordo com a necessidade de cada entidade e deve ser constantemente atualizado. Como estrutura básica, o fluxo de caixa deve considerar o saldo inicial e as entradas (recebimentos) e saídas (pagamentos) do período em análise (RASOTO et al, 2012).

A seguir, apresenta-se um modelo simplificado de fluxo de caixa que poderá ser utilizado de acordo com a necessidade de cada organização:

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Quadro 2 – Modelo de fluxo de caixa

ITENS MESES

1. INGRESSOS JAN FEV MAR ABR MAI JUN Ʃ

Vendas de Mercadorias à Vista Vendas de Mercadorias a Prazo Venda de Veículo

Aumento de Capital Social Aluguéis a Receber Receitas Financeiras

Ʃ

2. DESEMBOLSOS

Compra de Mercadorias à Vista Compra de Mercadorias a Prazo Salário com ES

Despesas Administrativas Despesas com Vendas Despesas Tributárias Despesas Financeiras Aluguéis a Pagar

Compra de Materiais de Consumo Compra de Microcomputador

Contraprestação de Arrendamento Mercantil

Ʃ

3. DIFERENÇA DO PERÍODO (1 – 2) 4. SALDO INICIAL DE CAIXA

5. DISPONIBILIDADE ACUMULADA (+3 + 4)

6. NÍVEL DE CAIXA DESEJADO

7. EMPRÉSTIMO A CAPTAR

8. APLICAÇÕES NO MERCADO FINANCEIRO 9. AMORTIZAÇÕES DE EMPRÉSTIMOS 10. RESGATE DE APLICAÇÕES FINANCEIRAS

11. SALDO FINAL DE CAIXA

Fonte: Zdanowicz (2004, p. 162)

A partir da estrutura apresentada, Rasoto et al (2012, p. 72) descreve sobre os elementos que compõem o fluxo de caixa da seguinte forma:

Saldo inicial – corresponde ao total disponível em dinheiro e no saldo das contas correntes. São os recursos disponíveis para as movimentações financeiras.

Entradas – devem ser consideradas as diversas formas de arrecadação (recebimentos) do período, sejam em forma de dinheiro no caixa, sejam vendas à vista, cheques pré-datados descontados no período, [...], entre outros recebimentos. Saídas – são basicamente todos os tipos de pagamentos efetuados, desde contas de energia elétrica e telefônica, manutenção de veículos e equipamentos, [...], etc. Como saída também deve constar o pró-labore [...].

Saldo operacional – relaciona o total das entradas com o total de saídas de cada período analisado.

Saldo final – leva em consideração a soma do saldo inicial com o saldo operacional. Tal informação reflete quanto dinheiro restou ou faltou em caixa no fim do período.

Assim, conforme Bruni (2010, p. 60) o fluxo de caixa, preocupa-se de “forma primordial com as entradas e saídas de recursos financeiros líquidos da empresa. Ocupa-se

Referências

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