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Academic year: 2021

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3. TRANSMISSÃO DE POTÊNCIA

Os mecanismos de transmissão estão presentes em várias partes das máquinas e implementos agrícolas, transferindo potência e movimento, podendo atuar também como elemento de variação de velocidade entre dois ou mais mecanismos.

É a transmissão de força e velocidade de um eixo a outro. V F t d F t T P     em que, P = potência; T = trabalho (kgf . m); t = tempo (s); F = força (kgf); d = distância (m); e V = velocidade (m/s).

As máquinas e implementos agrícolas desde a mais simples, até a mais complexas podem ser decompostas em várias máquinas simples. Nela cada elemento transmite ou recebe o próprio movimento por meio de mecanismos denominados de transmissões.

As transmissões entre elementos de máquinas podem se realizar por contato direto ou indireto:

Contato direto:

Engrenagem cilíndrica de dentes retos (A): os dentes são dispostos paralelamente entre si e em relação ao eixo. É o tipo mais comum de engrenagem e o de mais baixo custo. Durante o movimento, os dentes da roda motora (pinhão) empurram os dentes da roda movida (coroa), rolando um contra outro, sem escorregar. É empregada na transmissão de baixa rotação, por causa do ruído que produz.

Engrenagem cilíndrica de dentes helicoidais (B): os dentes são dispostos transversalmente em forma de hélice em relação ao eixo. É usada em transmissão fixa de rotações elevadas por ser silenciosa. Ë

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utilizada para transmissão de eixos paralelos entre si e também para eixos que formam um ângulo qualquer entre si (normalmente 60 ou 90º).

Engrenagem cilíndrica com dentes internos (C): é usada em transmissões planetárias e comandos finais de máquinas pesadas, as duas rodas do mesmo conjunto giram no mesmo sentido.

Engrenagem cilíndrica com cremalheira (D): a cremalheira pode ser considerada como uma coroa dentada com diâmetro primitivo infinitamente grande. É usada para transformar movimento giratório em longitudinal.

(A) (B) (C) (D)

Engrenagem cônica com dentes retos (E): é empregada quando as árvores se cruzam; o ângulo de interseção é geralmente 90º, podendo ser menor ou maior. Os dentes das rodas cônicas têm um formato também cônico. A engrenagem cônica é usada para mudar a rotação e direção da força, em baixas velocidades.

Engrenagem cilíndrica com dentes oblíquos (F): seus dentes formam um ângulo de 8 a 20º com o eixo da árvore. Os dentes possuem o perfil da envolvente e podem estar inclinados à direita ou à esquerda. Sempre engrenam vários dentes simultaneamente, o que dá um funcionamento suave e silencioso. Podem operar com velocidades periféricas de até 160m/s.

Engrenagem cilíndrica com dentes em V (G): conhecida também como engrenagem espinha de peixe. Possui dentado helicoidal duplo com uma hélice à direita e outra à esquerda.

Engrenagem cônica com dentes em espiral (H): empregada quando o par de rodas cônicas deve transmitir grandes potências e girar

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suavemente, pois com este formato de dentes consegue-se o engrenamento simultâneo de dois dentes.

Parafuso sem-fim e engrenagem côncava (I): o sem-fim e a coroa servem para transmissão entre dois eixos perpendiculares entre si. São usados quando se precisa obter grande redução de velocidade e conseqüente aumento de momento torsor (torque).

(E) (F) (G)

(H) (I) (J)

Contato indireto:

Intermediários flexíveis (corrente, correias etc.) e rígidos (bielas, cardãs, etc.). Recorre-se à transmissões por correias quando a distância entre dois eixos é tal que é impossível a utilização de engrenagens. Neste tipo de transmissão a correia abraça duas ou mais polias transmitindo assim a força tangencial por meio do atrito entre correia e polia. Tipos comuns de montagens:

Transmissão aberta para eixos paralelos com a mesma direção de

rotação (J);

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Transmissão cruzada para eixos paralelos com direção de rotação

contrária (M).

As vantagens do emprego de correia são: não transmitem choques; não apresentam problemas de lubrificação; podem servir como elemento de proteção contra extremas sobre-cargas; são econômicas e de fácil desmontagem. As correias podem ser classificadas em: plana (N), trapezoidal (O), circular (P) e plana com dentes (Q). As correntes podem ter formatos variados (R) e se adaptarem a um grande número de equipamentos ou funções a executar.

As árvores cardan (S), tanto agrícolas quanto automotivas, são mecanismos utilizados para transmitir potência entre árvores que apresentam desalinhamento angular, o qual pode variar, ou não, durante a operação. Uma das aplicações clássicas é a transmissão de potência do trator agrícola para os implementos acoplados ao engate de três pontos ou à barra de tração.

(L) (M)

(N)

(O) (P) (Q)

(R)

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3.1. Classificação dos mecanismos de transmissão de potência 3.1.1. Classes:

Relação de transmissão constante em sinal e grandeza.

Relação de transmissão constante em sinal e variável em grandeza.

Relação de transmissão variável em sinal e constante em grandeza.

Relação de transmissão variável em sinal e grandeza.

3.1.2. Gêneros:

Transmissão por contato direto:

Rodas de aderência (embreagem) e engrenagens.

Transmissão por contato indireto: Intermediário rígido (biela, cardã);

Intermediário flexível (correia, cabo, corrente).

Na transmissão por contato indireto usando polias e correias, para grandes distâncias é recomendado o uso de cabos e não correias. O diâmetro

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de uma polia deve ser no máximo 5 vezes o diâmetro da outra, caso contrário pode ocorrer deslizamento (patinagem).

3.2. Relação diâmetro, rpm e número de dentes:

2 2 1 1 n D n D    2 2 1 1 n N n N    60 n D v

  em que, v = velocidade angular; D = diâmetro da polia; N = número de dentes; e

n = número de rotações por minuto (rpm).

3.3. Cálculo do comprimento da correia:

25 , 3 2 2           D d L

em que,

L = comprimento da correia (direta ou cruzada);

 = distância entre eixos; D = diâmetro da polia maior; e d = diâmetro da polia menor.

Ou

2

2 ' 2 ' r r r r L

 

  (direta)

2

2 ' 2 ' r r r r L

 

  (cruzada) em que,

r = raio da polia maior; e r’ = raio da polia menor.

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3.4. Relação de transmissão

Nas indústrias que trabalham com transporte ou movimentação de cargas tais como correias transportadoras, elevadores e outros equipamentos, há uma necessidade de ora reduzir a rotação, para multiplicação de torque, ora aumentar a rotação para aumento de velocidade. Assim, para os exemplos supracitados, o uso de conjuntos de engrenagens e redutores encontram sua maior aplicação.

A relação de transmissão total para n engrenamentos, RTtotal, pode ser obtida por meio do produto das relações de transmissões parciais de cada engrenamento, ou seja: n n Total

RT

RT

RT

RT

RT

RT

1

2

3

...

1

em que,

RT1 é a relação de transmissão do primeiro engrenamento, relativo ao eixo motriz;

RT2 é a relação de transmissão do segundo engrenamento, relativo ao eixo motriz;

RT3 é a relação de transmissão do terceiro engrenamento, relativo ao eixo motriz;

E assim sucessivamente.

A equação anterior pode ser rescrita em função do número de dentes z de cada par do engrenamento, desta forma:

1 2 2 3 2 2 2 5 6 3 4 1 2

...

  

n n n n Total

z

z

z

z

z

z

z

z

z

z

RT

Exemplo:

 Dado o redutor mostrado em corte abaixo, calcule a sua relação de transmissão.

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Dados: Z1 = 15 Z2 = 75 Z3 = 12 Z4 = 42 Z5 = 9 Z6 = 27

5

,

52

9

27

12

42

15

75

Total

RT

3.5. Exercícios:

a. Para a situação abaixo, qual o comprimento da correia a ser adquirida?

M1  n = 1450 rpm V = 12 m/s M2  n = 500 rpm  M1 m r m D D D n D v 720 1450 0,1581 0,0791 60 1450 12 60               

 M2 m r D D D n D v 720 500 0,4584 0,2292 60 500 12 60               

m L

0,22920,07912 0,52  0,22920,07912 2,0126

(9)

Ou m L 3,25 2,0018 2 1581 , 0 4584 , 0 5 , 0 2           

b. Dimensionar os diâmetros das polias e comprimento da correia a ser

adquirida. M1  n = 2200 rpm V = 30 m/s M2  n = 4350 rpm  M1 m r m D D D n D v 1800 2200 0,2604 0,1302 60 2200 30 60               

 M2 m r m D D D n D v 1800 4350 0,1317 0,0659 60 4350 30 60               

Ou m D D N D N D 0,1317 4350 2200 2604 , 0 4350 2200 2604 , 0 2 2 2 2 1 1           

m L

0,13020,0659 2 0,82 0,13020,06592 2,2634 Ou m L 3,25 2,2372 2 1317 , 0 2604 , 0 8 , 0 2           

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c. No sistema de transmissão por engrenagens abaixo, calcular o número de

rotações por minuto (rpm) do eixo 6, sabendo-se que o do motor é de 1200 rpm e os dados das engrenagens são: N1 = 20 D; N2 = 75 D; N3 = 18 D; N4 = 72 D; N5 = 25 D e N6 = 75 D. n = ?6 2 2 1 1 n N n N    rpm n n 320 75 1200 20   22rpm n n23 320 4 4 3 3 n N n N    rpm n n 80 72 320 18   44rpm n n45 80 6 6 5 5 n N n N    rpm n n 26,67 75 80 25   66

d. Calcular a rotação da broca da furadeira de coluna abaixo:

2 2 1 1 n D n D    rpm n n 241,67 30 , 0 1450 05 , 0    22rpm n n23 241,67 4 4 3 3 n D n D    rpm n n 503,47 12 , 0 67 , 241 25 , 0    4  4  rpm n n45 503,47 6 6 5 5 n N n N    rpm n n 547,25 23 47 , 503 25   66rpm broca n6( )547,25

(11)

e. No sistema de transmissão por correias, representado abaixo, calcular os

comprimentos das correias A e B.

m LA

0,120,04 2 0,72  0,120,04 2 1,9118

m LB

0,150,05 2 0,52 0,150,05 2 1,6481 ou m d D LA 3,25 1,92 2 08 , 0 24 , 0 7 , 0 2 25 , 3 2 2                      

m d D LB 3,25 1,65 2 10 , 0 30 , 0 5 , 0 2 25 , 3 2 2                      

f. Considerando que não há patinagem entre as rodas e o solo, calcular a

velocidade do trator abaixo em Km/h.

Dados: Motor = 1800 rpm  A = Embreagem;  B = 10 D;  C = 30 D;  D = 10 D;  E = 50 D;  F = 10 D;  G = 60 D;  H = 20 D; e  I = 60 D.

(12)

C C B B n N n N n N n N1122    rpm n nC C 600 30 1800 10     E E D D n N n N    rpm n nE E 120 50 600 10     G G F F F E n N n N n n      rpm n nG G 20 60 120 10     I I H H H G n N n N n n      ) ( 67 , 6 60 20 20  nInIrpm rotaçãoda roda h km v s m v v n D v 0,45 3,6 1,63 60 67 , 6 30 , 1 60            

g. Considerando que para ter um bom funcionamento a trilhadora de grãos

abaixo deverá trabalhar numa rotação de 800 rpm. Determine o número de dentes de sua engrenagem.

2 2 1 1 n N n N    rpm n n 1233,33 30 1850 20   2 2  4 4 3 3 3 2 n N n N n n      rpm n n 1027,78 30 33 , 1233 25   4 4  6 6 5 5 5 N n N n n n4      dentes N N 800 44,97 45 78 , 1027 35  6  6  

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