• Nenhum resultado encontrado

Parque amanhecer: uma rota de fuga diante das armadilhas psicológicas da urbanização

N/A
N/A
Protected

Academic year: 2021

Share "Parque amanhecer: uma rota de fuga diante das armadilhas psicológicas da urbanização"

Copied!
41
0
0

Texto

(1)

PARQUE AMANHECER

UMA ROTA DE FUGA DIANTE DAS ARMADILHAS

PSICOLÓGICAS DA URBANIZAÇÃO

TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO

ARQUITETURA E URBANISMO UFSC

ALUNA: RENATA MARTINS

ORIENTADOR: JOSÉ KÓS

(2)

Dedico este trabalho aos meus avôs maternos, Vó Marlene e Vô Xaxo. Foi com vocês que aprendi o que era arquitetura e, apesar de já não estarem mais aqui mesmo quando entrei neste curso, eu tive e continuo tendo a oportunidade de viver e crescer nos espaços que vocês projetaram e que sempre nos

(3)

SUMÁRIO

1. APRESENTAÇÃO

1.1 tema

1.2 motivação

1.3 o ensino superior

2. NATUREZA E LAZER

2.1 penalidades psicológicas da

urbanização

2.1 design biofílico

3. ÁREA DE ESTUDO

3.1 introdução

3.2 a ufsc

3.3 a saúde mental no campus

3.3.1 SAPSI

3.3.2 Projeto Amanhecer

3.4 espaços de lazer e a ufsc

4. ufsc: campus parque

4. O PROJETO

4.1 objetivos

4.2 referências

4.3 programa

4.4 diretrizes iniciais

5. REFERÊNCIAS

“Não é sinal de saúde estar bem adaptado a

uma sociedade doente.”

(4)

A OPAS (Organização Pan Americana de Saúde), afiliada regional da OMS (Organização Mundial da Saúde), lançou no final de 2018 o relatório “A Carga dos Transtornos Mentais na Região das Américas, 2018”, no qual trata sobre o impacto de tais transtornos sobre as popu-lações dessa região e os investimentos gover-namentais feitos para tratar e lidar com os mesmos atualmente. Os resultados do estudo são alarmantes, indicando um alto nível de inca-pacitação gerado por tais doenças, falta de priorização de tratamentos adequados e carên-cia nos investimentos na saúde pública como um todo.

Segundo a OPAS (2018), transtornos mentais são caracterizados por uma combi-nação de pensamentos, percepções, emoções e comportamento anormais, que afetam as relações do indivíduo consigo mesmo e também com outras pessoas e o meio em que vivem. São exemplos a depressão, a ansiedade, a bipolaridade, a esquizofrenia, o autismo, os distúrbios alimentares, os distúrbios neurológi-cos, entre outros.

O preconceito e a falta de compreensão acerca dessas doenças acaba por gerar grande estigma social, que por sua vez acarreta dificul-dade para dialogar sobre o assunto, diagnosti-car os casos e também conscientizar a popu-lação. Episódios de depressão severa são con-siderados pela OMS (Organização Mundial da Saúde), neste relatório, como o quinto maior incapacitador do estado de saúde humana, somente perdendo para esquizofrenia aguda, lesões não tratadas na medula espinhal, escle-rose múltipla e dependência a heroína. Mesmo casos de depressão leve são considerados inca-pacitantes, no mesmo nível, por exemplo, de anemia severa ou asma incontrolável. No entanto, por se tratarem de doenças relaciona-das à psique, muitas vezes tem seus sintomas ignorados e são subestimadas.

Para avaliar os impactos gerados pelos diferentes distúrbios da saúde sobre a quali-dade de vida das pessoas, a OPAS (Organização Pan Americana de Saúde) utiliza um mensura-dor conhecido como “Carga de Doença”. O

mecanismo utiliza três indicadores: o YLL (”Years of Life Lost” - Anos de Vida Perdidos), YLD (”Years Lived with Disability” - Anos de Vida Perdidos por Deficiência) e o DALY (“Disability Adjusted Life Years” - Anos de Vida Ajustados por Deficiência), que resulta da soma dos dois primeiros.

Então:

DALY = YLL + YLD

Exemplificativamente, podemos lembrar o caso de Freddie Mercury, que faleceu aos 45 anos por complicações decorrentes da AIDS (Síndrome da Imunodeficiência Adquirida, em português). Considerando que a expectativa de vida de homens chega aos 70 anos, calcula-se que Freddie perdeu 25 anos do que poderia ser sua vida, por isso seu YLL = 25 anos. Já consi- derando o tempo de convivência com a doença, quatro anos, multiplicados pelo peso da doença, aqui estimado arbitrariamente em 0,7, chega-se a um YLD = 4 x 0,7 = 2,8. Finalmente, DALY = 25 + 2,8 = 27,8 anos, o que demonstra que por conta da doença, ele perdeu o equiva-lente a 27,8 anos do que poderia ter sido sua vida “plena”.

Em seu relatório de 2018, a OPAS (Orga-nização Pan Americana de Saúde) utilizou as médias de cargas de doenças nos países da América como base para seus estudos. Em relação às doenças relacionadas à saúde mental, é possível suspeitar que haja ainda um subdimensionamento nos resultados, dado que as mesmas, por suas características e estig-matização, não são em muitos casos sequer diagnosticadas.

A OMS (Organização Mundial da Saúde) recomenda que os gastos públicos no trata-mento de desordens de saúde devem ser equivalentes às cargas das doenças calculadas. No entanto, o estudo realizado indica que, no Brasil, a proporção de carga atribuída a distúr-bios mentais é 7,2 vezes maior do que a receita de fundos investidos na saúde mental. A discrepância entre demanda e atendimento é ainda maior considerando que grande parte

1. APRESENTAÇÃO

1.1 tema

1

1. APRESENTAÇÃO

1.1 tema

1.2 motivação

1.3 o ensino superior

2. NATUREZA E LAZER

2.1 penalidades psicológicas da

urbanização

2.1 design biofílico

3. ÁREA DE ESTUDO

3.1 introdução

3.2 a ufsc

3.3 a saúde mental no campus

3.3.1 SAPSI

3.3.2 Projeto Amanhecer

3.4 espaços de lazer e a ufsc

4. ufsc: campus parque

4. O PROJETO

4.1 objetivos

4.2 referências

4.3 programa

4.4 diretrizes iniciais

5. REFERÊNCIAS

(5)

Dados retirados do relatório “A Carga dos Transtornos Mentais na região das Améri-cas, 2018” (OPAS, 2018):

No caso da depressão, 70% dos anos vividos com incapacidade incidem sobre pessoas de 15 a 50 anos.

A ansiedade é o segundo transtorno mental que mais causa incapacidade nas Américas, sendo no Brasil o maior impacto: 7,5% dos anos são vividos com a deficiência.

A taxa de suicídios nas Américas é assusta-dora e acomete principalmente a população trabalhadora mais jovem, sendo que 60% dos 100.000 suicídios computados ocorre-ram na faixa entre 15 e 50 anos. São 4.129.576 anos de vida perdidos!

verba é direcionada para hospitais psiquiátricos e asilos que apresentam tratamentos que já não se encaixam mais nos parâmetros recomendados pela OMS (Organização Mundi-al da Saúde) e pela Reforma Psiquiátrica no Brasil.

Também segundo a OMS (Organização Mundial da Saúde), metade dos transtornos mentais começa aos 14 anos. A maioria não é diagnosticada e tratada. Nas faixas etárias mais jovens, entre 15 e 29 anos, a depressão já não vem como quinto maior incapacitador do estado de saúde humano, mas o terceiro, e o suicídio é a segunda principal causa de morte. São múltiplos os fatores que podem atuar sobre a saúde mental dos jovens, entre estes, por exemplo, um desejo maior de autonomia, pressão para se conformar com os pares, exploração da identidade sexual, grande acesso e uso de tecnologias, uso de álcool e drogas, entre outros. As consequências da falta de abordagem e tratamento da doença se esten-dem ao longo da vida toda dessas pessoas, prejudicando sua saúde física, mental e suas capacidades sociais, com limitação de suas futuras oportunidades.

visão geral:

2

Anos de Vida Perdidos Por

Deficiência (YLD) no Brasil (OPAS, 2018)

Transtornos mentais, neurológicos, de abuso de substância e suicídio

Enfermidades não transmissíveis Lesões

Enfermidades transmissíveis, maternas, neonatais e nutricionais

36%

1

+

+

Estigma da Saúde Mental

2

Subestimação da Gravidade

3

Diagnóstico e Tratamento Tardio

4

Carência de Tratamentos

(6)

1.2 motivação

A motivação inicial deste trabalho decorreu do interesse de compreender melhor como a arquitetura e suas vertentes podem ser uma ferramenta para auxiliar na melhoria da saúde mental. As áreas da psicologia e saúde mental sempre foram bastante próximas e geraram curiosi-dade para mim, por possuir um histórico familiar de depressão e também familiares que trabalham no meio. Essa proximidade, com tempo e maior compreensão, gerou também uma forte empatia por aqueles que sofrem ou sofreram com qualquer tipo de dificuldade ou transtorno mental e me impulsionou a tentar achar formas de abordar a questão do ponto de vista espacial. Também pela proximidade direta com a comunidade acadêmica e devido ao crescente número de casos de transtornos mentais entre jovens, resolvi então trabalhar esse assunto dentro do campus da UFSC.

O meio em que vivemos influencia e modifica o modo como nos relacionamos e sentimos. A arquitetura contribui para esse efeito tanto de forma direta, relacionada à promoção da funcionali-dade dos ambientes e à clara orientação espacial, como de forma indireta, ao gerar nas pessoas as mais diversas sensações em função da combinação de cores e texturas de diferentes proporções, do jogo entre luz e sombra que pode produzir, da maior ou menor proximidade com o meio natu-ral, entre outras possibilidades de intervenção. "Em outras palavras, a arquitetura transcende a si mesma ao transferir toda a sua atenção para a experiência do próprio usuário" (BERMUDEZ, 2015).

1.3 o ensino superior

A saúde mental é uma exigência em todos os momentos da vida. Em busca do equilíbrio indispensável para viver, é preciso vencer os distúrbios mentais - que ocorrem com graus variados de complexidade e gravidade. O mundo se torna cada vez mais rápido e dinâmico, as pessoas estão o tempo todo adquirindo conhecimentos, lendo opiniões, vivendo de comparações e tentan-do lidar com altas expectativas e pressões externas e internas.

O ingresso na faculdade é um importante fator de impacto sobre a saúde mental dos jovens, é um momento marcado pela mistura de emoções fortes, que resultam da tensão entre o fim de um longo processo de crescimento e formação dentro da casa dos pais e da escola e a passagem definitiva à vida adulta, com imposição de individualização e independência. A vulnerabilidade dos indivíduos quando são inseridos nesse meio é significativa, uma vez que as novas pressões somam-se à carga emocional anterior (SILVEIRA et al, 2011):

3

DEIXAR A CASA DOS PAIS E VIVER EM UM ABIENTE NOVO PARTILHAR A CASA COM NOVAS PESSOAS

DAR RESPOSTAS AS EXPECTATIVAS PRÓPRIAS E DOS PAIS

PROBLEMAS FINANCEIROS

MANTER RELACIONAMENTOS À DISTÂNCIA

COMPETIÇÃO ENTRE PARES NECESSIDADE DE INTEGRAÇÃO EM GRUPOS DE PARES

PREOCUPAÇÃO EM TERMINAR O CURSO E ARRANJAR EMPREGO PRECONCEITO ÉTNICO OU SUBCULTURAL PRIVAÇÃO DO SONO

CONSCIENTIZAÇÃO DA PRÓPRIA IDENTIDADE E ORIENTAÇÃO SEXUAL

(7)

4

"Dados obtidos pelo Estado por meio da Lei de Acesso à Informação dão uma ideia da gravi-dade do problema. Apenas na UFSCar, foram 22 tentativas de suicídio nos últimos cinco anos. Nas universidades federais de São Paulo (Unifesp) e do ABC (UFABC), cinco estudantes concretizaram o ato no mesmo período. Mapeamento feito pela UFABC mostrou que 11% de seus alunos que tran-caram a matrícula em 2016 o fizeram por problemas psicológicos."

CAMBRICOLI, Fabiana; TOLEDO, Luis Fernando.

No ambiente acadêmico, os professores e servidores também vivem sob condições exigen-tes, com risco de abalo à saúde mental. Um fator especial de pressão é a política introduzida a partir de 1990, sob o governo do Presidente Fernando Henrique Cardoso, que fez com que as universidades públicas e as agências de pesquisa passassem a valorar o desempenho com base em critérios de produção quantitativa. A mudança afetou as relações de trabalho, gerando um ambiente de competição e de luta cotidiana por reconhecimento, com sobrecarga de atividades e de obrigações para cumprir e conformar-se às regras.

As altas demandas, unidas às adversidades pessoais, acabam por causar muitas vezes adoe-cimentos psíquicos e emocionais. Segundo estudo feito na Universidade Federal de Uberlândia, com o título “Trabalho, Produtivismo e Adoecimento dos Docentes nas Universidades Públicas Bra-sileiras”, são expressivos na categoria profissional dos professores os casos de transtorno de estresse agudo e prolongado, transtornos de ansiedade, depressão, perda de vitalidade, profunda tristeza, desgaste mental e angústia.

PARTILHAR A CASA COM NOVAS PESSOAS

(8)

No século passado, a humanidade viven-ciou o maior movimento de migração da história entre zonas rurais e urbanas. A mudança do campo para a cidade ocorre desde a antiguidade, mas experimentou forte aceler-ação a partir da Revolução Industrial, no Século XVIII, trazendo tanto benefícios quanto desvan-tagens. Os motivos para o reposicionamento das populações no território são basicamente dois: de um lado, o colapso da economia rural devido à mecanização e industrialização dos meios de produção e, de outro, as característi-cas atrativas das cidades, que podem ser ge- neralizadas em três expressões: “compartilhan-do, combinando e aprendendo” (DURANTON et al, 2004).

A proximidade entre as pessoas - traço marcante da urbanização - permite que as infraestruturas e os recursos sejam compartil-hados, fazendo com que investimentos eleva-dos valham a pena e proporcionando o acesso a inúmeros serviços e comodidades que não estão disponíveis nas zonas rurais (comparti lhando). A proximidade facilita ainda a qualifi-cação de mão de obra e uma melhor articu-lação entre operários, empresas, produção industrial e transações comerciais (combinan-do). A proximidade, por fim, garante maior interação, facilitando a produção do conheci-mento, a disseminação dos saberes e a socia- lização - característica básica dos seres humanos (aprendendo).

Contudo, há também o preço a pagar pelo novo estilo de vida. As cidades geram embaraços ambientais muito diferentes daquelas que a espécie humana está vocacio-nada a enfrentar. Em especial, podem ser cita-dos os problemas sanitários, os agravos à

biodi-versidade e a poluição do ar e da água. Uma adversidade importante, até certo ponto entrelaçada com as demais e que decorre do afastamento do meio rural e do ambiente natu-ral, diz respeito ao efeito da urbanização sobre a saúde mental dos habitantes.

De acordo com o artigo “The green soul of the concrete jungle: the urban century, the urban psychological penalty, and the role of nature”, feito pela organização não-governa-mental TNC (The Nature Conservancy) em asso-ciação com a Universidade da Virginia e o Centro de Resiliência de Estocolmo, e publicado na revista “Sustainable Earth” em outubro de 2018, existem três principais causas para a “penalidade psicológica urbana”. Primeira-mente, em razão da mistura de populações ser mais acentuada nas cidades do que nas zonas rurais, as pessoas ficam mais expostas à mar-ginalização por razões de ordem étnica, racial, sexual, social, etc. Em segundo lugar, a vida urbana pode levar a uma menor coesão social. Os residentes são muitas vezes transitórios, há mais pais solteiros, e as famílias, em vez de ocupar uma mesma propriedade à medida que se ramificam, acabam se distanciando uma das outras. Por último, as cidades produzem “estressores ambientais”, como os altos índices de ruído ambiente, de estimulação visual e de poluição luminosa, sem contar a aglomeração de pessoas. Todos esses fatores interferem sobre a saúde mental.

Um caminho para enfrentar as adversi-dades psicológicas da urbanização são as “soluções baseadas na natureza” (KABISCH et al, 2016 apud MCDONALD, 2018), isto é, um con-junto de ações que se inspiram, se apoiam ou copiam a natureza e visam a abordar uma série

5

“As cidades são essencialmente humanas, mas muitas vezes

chocante-mente desumanas.”

(MCDONALD, BEATLEY, ELMQVIST, 2018)

2. NATUREZA E LAZER

(9)

de desafios da vida urbana de forma sus- tentável, contribuindo ao mesmo tempo para o crescimento verde. De acordo com o relatório da TNC (The Nature Conservancy), há evidên-cias apontando que a presença de espaços verdes no entorno aumenta ou, ao menos, faci- lita a disposição de membros de uma socie-dade de cooperar uns com os outros, além de contribuir para o senso de lugar e de apro-priação das pessoas. Outro estudo, fundado em relatos e pesquisa sobre o nível de cortisol no sangue, indica a diminuição do nível de estresse dos habitantes quando estão mais próximos ou expostos a mais ambientes natu-rais. Isso se dá por dois motivos principais: a redução do estresse devido à redução de exposição a fatores estressores e também a restauração da atenção, uma vez que afastar-se dos diversos, constantes e intensos estímulos permite às pessoas reabastecer a capacidade de foco e atenção.

São relevantes também os benefícios dos momentos de lazer. "O lazer apresenta três funções na vida das pessoas: função de descan-so; função de divertimento; e função de desen-volvimento. O descanso libera-se da fadiga. Nesse sentido, o lazer funciona como um repa-rador dos desgastes físicos, mentais e emocio-nais, provocados pelas tensões das obrigações diárias e particularmente do trabalho" (DU-MAZEDIER, 2004). O divertimento está ligado à higiene mental, ajudando no enfrentamento dos efeitos que atividades repetitivas e monótonas - como as que fazem parte das roti-nas de trabalho e estudos - têm sobre o nosso cérebro. A recreação e o entretenimento liber-tam o poder de criação e desenvolvimento. "A função de desenvolvimento da personalidade permite uma participação social mais livre, uma prática de uma cultura desinteressada do corpo, da sensibilidade e da razão, além da formação prática e técnica, oferece novas possi-bilidades de agrupamentos recreativos, culturais e sociais, fomentando o desenvolvi-mento livre de atitudes e de criar novas formas de aprendizagem voluntária" (DUMAZEDIER,

2004; KAPLAN, 1960).

O lazer é um conjunto de ocupações que permitem às pessoas maior liberdade, seja para descansar e se divertir, seja para desenvolver a personalidade mais informalmente e também a participação social e a capacidade de esquecer um pouco das obrigações profissionais, famili-ares ou sociais. O lazer é, enfim, uma boa ferra-menta no combate ao estresse e aos distúrbios mentais em geral, qualificando-se como uma opção terapêutica a mais - embora não substi-tutiva dos tratamentos tradicionais. Por isso, os parques e os espaços naturais, ao encorajar atividades recreativas e esportivas, constituem uma forma de beneficiar a saúde física e mental das pessoas no contexto da vida urbana.

2.2 design biofílico

Cidades biofílicas (BEATLEY, 2010) ou design biofílico (KELLERT et al, 2011) são con-ceitos novos no planejamento urbano, e sua premissa é a de que, como espécie, temos uma conexão inata com a natureza, e somos mais felizes, saudáveis e capazes de levar uma vida mais significativa quando ela está ao nosso redor, onde vivemos e trabalhamos. A prop-osição fundamental é a de que, sendo a exposição à natureza uma medida eficaz no combate às penalidades psicológicas urbanas, não se deve depender apenas de viagens oca-sionais a parques remotos para ter os benefícios correspondentes. A natureza deve integrar a nossa vida diariamente, nos bairros, casas, trabalho e demais locais nos quais passa-mos a maior parte de nosso tempo.

6

Imagem 1. Central Park - Nova Iorque - Estados Unidos.

(10)

7

A área objeto de estudo é o Campus

Reitor João David Ferreira Lima da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), situado no bairro da Trindade em Florianópolis, Santa Catarina. Com uma área total de 408.202,55 metros quadrados e uma complexidade de serviços e equipamentos oferecidos para a comunidade acadêmica e para a cidade em geral, o Campus da UFSC tem vocações impor-tantes como espaço de convivência, trabalho, aprendizado, debate, formação, informação, trocas culturais, prestação de serviços públicos, geração de oportunidades, entre outros. Segundo dados disponibilizados no site da pro-pria universidade, somente no ano de 2017, cerca de 34.662 alunos estudaram no local com matrícula regular, no ensino básico, de gradu-ação superior e de pós- gradugradu-ação. Ao todo, foram oferecidos 85 cursos de ensino presen-cial.

Entre os serviços oferecidos podem ser

mencionados o Hospital Universitário Prof. Polidoro Ernani de São Thiago - único hospital federal no Estado de Santa Catarina -, as clíni-cas-escolas, como o Serviço de Atenção Psicológica (SAPSI) e a Clínica Odontológica, o Núcleo de Apoio a Imigrantes e Refugiados (NAIR), o Escritório Modelo de Prática Jurídica (EMAJ), o Núcleo de Estudos da Terceira Idade (NETI), o Comitê Gestor das Empresas Juniores (CGEJ), a Central de Incentivo ao Aleitamento Materno e o Banco de Sangue (vinculados ao HU), os cursos de idiomas, as práticas desporti-vas, o Restaurante Universitário (RU), a Bibliote-ca Universitária (BU), entre tantos outros.

O Campus da UFSC equivale, enfim, a uma pequena cidade autônoma, inserida no coração de Florianópolis, capital catarinense, com gestão e regras próprias, funcionando todos os dias da semana, das primeiras horas da manhã até tarde da noite.

N

3. ÁREA DE ESTUDO

3.1 introdução

Mapa de Florianópolis

(11)

3.2 a ufsc

A Universidade Federal de Santa Catari-na (UFSC) foi criada em 1960 durante o governo do Presidente Juscelino Kubitschek. À época, Florianópolis já contava com algumas insti- tuições de ensino superior, todas localizadas no centro da cidade: Faculdade de Direito, Facul-dade de Ciências Econômicas, Odontologia, Farmácia e Bioquímica, Filosofia, Medicina e Serviço Social. O processo de implantação foi antecedido por controvérsia a respeito da local-ização do campus. Uma parte defendia o proje-to de uma "cidade universitária" na área da Fazenda Estadual Assis Brasil - antigas terras comunais da Trindade que haviam sido doadas pelo governo estadual. Outros defendiam a instalação no centro.

Os principais opositores do campus da Trindade eram os arquitetos responsáveis pelo Plano Diretor de Florianópolis de 1952. Eles propunham uma "conexão íntima" com a pai- sagem marítima e julgavam inviável situar o campus na Trindade devido à distância do centro da cidade e da área continental - para onde acreditavam dar-se-ia o maior crescimen-to da cidade. A distância, unida à existência de um "maciço montanhoso separador" - o Morro da Cruz - dificultaria a locomoção dos estu-dantes e a interação com as áreas de moradias e comércio de Florianópolis. Havia também uma preocupação quanto à qualidade do terre-no, por seu perfil alagadiço, o que dificultaria as obras (NECKEL e KÜCHLER, 2011).

A opção pelo campus da Trindade se deveu a diversos motivos e fatores, mas foi influenciada fortemente pela especulação imo-biliária no município e pelos interesses das oligarquias políticas, voltados principalmente à expansão da cidade nos sentidos leste e norte. (SUGAI, 201.). O desejo de fazer a cidade crescer era mesmo anterior à criação da nova universidade, mas agora esperava-se que, com a sua implantação, o Governo Federal fizesse altos investimentos na região, consolidando o processo de expansão e de mudanças na economia e dinâmica da cidade. Não coinciden-temente, pôde-se notar um grande aumento no número de loteamentos na região da Trindade

durante a década de 1960.

Finalmente, em 1962, o Conselho Univer-sitário decidiu pela criação de um "Conjunto Universitário" na Trindade. A partir de então, lenta e gradualmente, foi acontecendo a con-strução do campus universitário que conhece-mos hoje, o Campus da UFSC.

8

Imagem 4: Florianópolis em 1957

Imagem 5: Florianópolis em 1977

Imagem 6: Florianópolis em 1994

Imagens do progresso da urbanização em Florianópolis. Fonte: Geoprocessamento Corporativo - Prefeitura de Florianópolis.

(12)

A disposição geográfica de Florianópolis produziu um modo peculiar de ocupação do território, sobretudo na parte insular. O terre-no, bastante acidentado, gerou uma malha urbana dispersa. O campus - situado na Trin-dade e fazendo divisa com o Córrego Grande, o Pantanal e a Carvoeira - não deixa de ter uma posição central quando se considera a extensão da cidade. De fato, ele se encontra separado do centro somente pelo Maciço Cen-tral do Morro da Cruz a oeste. Todavia, entre a universidade e a cidade, são nítidas as frontei-ras, algumas naturais, outfrontei-ras, intencionalmente construídas, o que gera dúvidas sobre o caráter público do campus e o direito de acesso das

pessoas em geral.

A "segurança" da área é a principal justifi-cação para a criação de barreiras, para a tenta-tiva de controlar a entrada e a saída do campus. É discutível, porém, que os resultados sejam eficazes, e os efeitos positivos. A limitação por muros e cercas cria espaços inóspitos e sem uso em diversos pontos, e a impossibilidade de passagem por caminhos que seriam ligações óbvias com um dado destino impõe desloca-mentos desnecessários. Fachadas cegas são criadas sem que haja observadores. Espaços naturais com vocação para o lazer não são aproveitados, uma vez que sequer fica claro se o uso está permitido.

9

Imagem 7: Vista aérea da área do Maciço Central de Florianópolis. Elaboração própria.

CAMPUS

UFSC

MACIÇO

MORRO

DA CRUZ

AV. BEIRAMAR

NORTE

CENTRO

PANTANAL

CARVOEIRA

TRINDADE

CÓRREGO

(13)

10

Imagem 8. Muro lateral UFSC, Rua Maria Flora Pausewang.

Acervo pessoal. Imagem 9. Cerca lateral UFSC, Rua Maria Flora Pausewang. Acervo pessoal.

Imagem 10. Cerca lateral UFSC, Rua Dep. Antonio Edu Vieira.

(14)

3.3 a saúde mental na ufsc

A saúde mental deve corresponder a uma preocupação institucional. A mente é uma dimensão da existência humana que interfere sobre todos os aspectos da nossa vida cotidi-ana. Na Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), algumas possibilidades de terapia e apoio pedagógico estão disponíveis. Ainda que a oferta não seja proporcional à demanda, os programas existentes são de qualquer modo importantes porque a opção de buscar algum tipo de tratamento externamente não é real para um grande número de estudantes em razão dos custos envolvidos. Atualmente, as principais ferramentas à disposição são o Serviço de Atenção Psicológica (SAPSI), que é a clínica-escola do curso de psicologia, e as tera-pias integrativas do Projeto Amanhecer. Cabe mencionar, também, a Secretaria de Ações Afir-mativas e Diversidades (SAAD), que pode realizar funções relevantes a propósito dos cuidados com a saúde mental, ainda que de modo menos direto.

3.3.1 SAPSI - Serviço de Atenção Psicológica

O Serviço de Atenção Psicológica (SAPSI) oferece atendimento gratuito para qualquer pessoa, proveniente ou não da comunidade acadêmica. Nele, são oferecidos diariamente atendimentos de urgência por ordem de chega-da - que são breves sessões de terapia destina-das a lidar com situações de forte angústia - e também tratamentos psicoterapêuticos de con-tinuidade, que são limitados pelo número de alunos e professores orientadores disponíveis no curso. Os tratamentos oferecidos incluem tanto terapia individual e como em grupo, seja para adultos seja para crianças e adolescentes. Ansiedade, depressão, problemas de apren-dizagem, escolha profissional, dificuldade de relacionamento, perdas e luto são demandas constantes no Serviço de Atenção Psicológica (SAPSI). Todavia, os números revelam um abismo entre a quantidade de pessoas a procu-ra de tprocu-ratamento e as vagas disponíveis. Efetiva-mente, em 2018.1, foram ofertadas 20 vagas (10 adultos e 10 crianças) para 464 inscrições (426 adultos e 38 crianças). Em 2019.1, apenas 35 vagas foram abertas (20 adultos, 05 adoles-centes e 10 crianças).

As instalações do Serviço de Atenção Psicológica (SAPSI) são adequadas às suas necessidades. A clínica fica em um prédio cons- truído há 6 anos, possui salas de atendimento e ambientes de apoio em bom número e com mobiliário apropriado. Entretanto, como os atendimentos são limitados pela disponibili-dade de professores orientadores e alunos, é comum observar, em diversos horários, que o espaço se encontra ocioso.

Imagem 13. Cartaz promocional. Fonte: UFSC

Imagem 12. Logo CDGEN. Fonte: UFSC.

Imagem 14. Cartaz promocional.

Fonte: UFSC Imagem 15. Consultório do SAPSI.

Fonte: SAPSI UFSC.

(15)

Imagem 16. Fachada frontal do Projeto Amanhecer Fonte: Acervo próprio.

12

3.3.2 Projeto Amanhecer

O Projeto Amanhecer é um serviço oferecido pelo Núcleo de Gestão de Pessoas do Hospital Universitário, é também total-mente gratuito e aberto para qualquer pessoa. Ele consiste de práticas terapêuticas conheci-das como integrativas e complementares, com-preendendo abordagens naturais reconheci-das pelo Sistema Único de Saúde (SUS) e que são ministradas por professores voluntários.

Há grande procura pelos tratamentos do Projeto Amanhecer, focados especialmente no bem estar do ser humano. Em 2014, foram 5.620 atendimentos; em 2015, 5.763; e, em 2016, 6.358. Apesar disso, a oferta também é limitada pelo número de voluntários e pela disponibilidade de espaço físico. O Projeto Amanhecer se encontra atualmente em um edifício de dois andares pertencente à Asso-ciação dos Servidores do Hospital Universitário, dividido com o Departamento de Psiquiatria e a Administração do Hospital. Esse edifício fica localizado na porção Norte do terreno aonde fica o Hospital Universitário, conforme indicado no mapa. Essa porção do terreno é densa-mente arborizada e possui dois laguinhos.

De um lado, a localização pode ser con-siderada boa pela proximidade com a natureza (dado benéfico em tratamentos de saúde mental), mas, por outro, há o isolamento dentro do campus em razão das dificuldades de acesso e da falta de sinalização. Além disso a conexão com a natureza não é valorizada pelo prédio e para as práticas oferecidas, não havendo espaços de permanência, descanso ou lazer externo.

Limites Campus UFSC Localização do Terreno sem escala

Sede Projeto Amanhecer

N

Imagem 18. Sala Coletiva Projeto Amanhecer. Fonte: Mariana Vilela.

Imagem 17. Consultório Projeto Amanhecer. Fonte: Mariana Vilela.

(16)

ÁREAS VERDES DE LAZER DO ENTORNO

sem escala

N

Mapa 2. Elaboração própria

13

2 km 24 minutos à pé

1

2

(17)

3.4 espaços de lazer e a ufsc

campus UFSC

área verde de lazer

Imagem 19. Parque Horto Florestal.

Fonte: Prefeitura de Florianópolis. Imagem 20. Praça Santos Dumont.Fonte: Google Maps.

14

Criando um raio de deslocamento de 2

km a partir do centro do Campus - que repre-senta um trajeto de 24 minutos a pé e cerca de 10 minutos de bicicleta - foi mapeada a existên-cia de espaços de lazer ao ar livre oferecidos para comunidade e entorno acadêmico da área. Nesse contexto podem ser identificados dois espaços externos ao campus que se enquadram como áreas verdes de lazer: O Horto Florestal do Córrego Grande e a Praça Santos Dumont.

Dentre os dois o Horto Florestal(1) é o espaço mais estruturado e consolidado da área, oferecendo uma vasta área verde e

natu-ral, que atrai pessoas de diversas regiões da cidade e oferece atividades voltadas para a con-exão com a natureza, como trilhas, observação da fauna e flora e espaços de convívio social como picnics e brincadeiras ao ar livre.

A praça Santos Dumont (2), que se carac-teriza como um espaço de estar e encontros, apesar de bem inserida no meio urbano, apre-senta precariedade nos equipamentos e ambi-entes oferecidos, com pouco e negligenciado mobiliário e falta de cuidado com paisagismo e criação de ambienciais agradáveis para os usuários.

(18)

Imagem 21. Praça da

Reitoria. Fonte: UFSC. Imagem 22. Bosque. Fonte: UFSC. Fonte: Google MapsImagem 23. Área 4.

ÁREAS DE LAZER EXTERNO NO CAMPUS

sem escala

N

Mapa 3. Elaboração própria

15

1

2

3

4

5

6

7

8

9

(19)

16

práticas desportivas

limite do campus

Como citado anteriormente, o Campus da UFSC possui vocações importantes como espaço de convivência, trabalho, aprendizado, debate, formação, informação, trocas culturais, prestação de serviços públicos e geração de oportunidades. Com uma variedade de atividades acontecendo no seu interior, é de suma importância a existên-cia de espaços de lazer e convivênexistên-cia, para que sirvam de apoio as mesmas. No mapa ao lado estão demarcados os principais espaços externos utilizados para lazer, essencialmente pela comu-nidade acadêmica, mas também por membros externos, dentro da pequena cidade que é o Campus Reitor João David Ferreira Lima.

Em rosa estão os espaços de práticas desportivas: há dois campos de futebol gramados (1 e 2) na área norte do Campus, pertecentes a Associação de Servidores do Hospital Universi-tário, que são alugados pela mesma para uso externo; e a área do Centro de Desportos da UFSC, que possui quadras para diversas modali-dades físicas, pista de atletismo e piscina coberta - que são utilizados para aulas voltadas aos cursos do próprio centro, aulas abertas a público oferecidas pela UFSC e também para uso externo.

Em verde estão demarcadas as áreas verdes livres que são utilizadas para lazer, que possuem pouco ou nenhum tipo de mobiliário e equipamentos de apoio. Por todo o Campus existem outras áreas verdes e não edificadas, porém as demarcadas foram apropriadas pela comunidade para usos de contemplação, descan-so e estar. Nesses espaços se vêem pesdescan-soas sen-tadas e deisen-tadas no chão, isoladas ou em grupo, lendo livros ou descansando e também pessoas

passeando e brincando com seus cachorros. Os números 4 e 5 são respectivamente um gramado com algumas árvores que bordeia o córrego e o gramado adjacente a biblioteca universitária. O número 8 é o Bosque, área verde densamente arborizada, que por ser um pouco isolada e não oferecer diversidade de usos, por vezes é vista como insegura.

Já em roxo estão as áreas de lazer externo mais voltado para estadia e encontros, com menor presença de natureza e maior presença de equipamentos. O número 3 é o acesso do Centro Sócio Econômico, no qual há um pequeno comércio de cafés no estilo foodtruck e mesas e bancos voltados para estadia. O número 6 repre-senta a praça da reitoria e a praça em frente ao Centro de Comunicação e Expressão - que são praças secas, com pouco mobiliário de estadia, mas que, por estarem em uma região central e de passagem constante do campus, são bastante apropriadas e também muito utilizada para even-tos sociais, como festas e “happy hours”. Na praça da reitoria também toda quarta-feira acontece a feira da UFSC, que atrai diversas pessoas e é sempre movimentada. O número 7 é a praça adjacente ao Restaurante Universitário, aonde se formam as filas para o mesmo e também na qual ficam diversos pequenos comerciantes que vendem seus doces depois do almoço - este espaço acaba se tornando um ponto de encontro e conversas de uma grande parte da comunidade acadêmica. Ali também está o laguinho da UFSC e há a presença de banquinhos e gramados nos quais as pessoas sentam e descansam durante esse intervalo.

verde livre

estar e encontros

LEGENDA

(20)

Esquema 1. Elaboração própria

17

Embora o Campus da UFSC possua boa quantidade de áreas verdes e arborizadas, não há um sentido de continuidade e comunicação entre elas. A desconexão isola e enfrequece os espaços externos. Há carência, além disso, de mobiiário de estar e de criação de ambiências. Em alguns pontos, a natureza não está preservada, como às margens dos córregos que correm pelo terreno e foram desmatadas. Esse conjunto de fatores acaba prejudicando o aproveitamento por parte dos usuários que estudam, trabalham ou habitam no entorno.

Na maioria dos locais ilustrados pelo Mapa 3, a comunidade acabou atribuindo um uso não planejado ao território e aos equipamentos. É possível afirmar que, à falta de uma estru-turação adequada dos espaços externos, com prejuízo de sua possivel funcionalidade, as pes-soas acabam muitas vezes por “dar um jeito”, como no caso dos alunos que utilizam os pufes da biblioteca central para descansar e mesmo dormir, ou dos pacientes vindos de outras cidades que aguardam dentro de vans no estacionamento do Hospital Universitário.

(21)

17

18

espaços livres e de ambientes acolhedores, constituído de diferentes espaços de lazer externo ligados entre si. Entre outras possibilidades, a conexão de um ponto a outro poderia ser feita utili-zando-se o parâmetro natural dos cursos d’água que atravessam o terreno. Passeios para pedes-tres e bicicletas, por exemplo, poderiam ser implantados seguindo o traçado dos córregos, com observância, por certo, de uma distância regular e ecologicamente segura.

Nesse contexto, o parque destinado especificamente aos cuidados com a saúde mental – objeto do presente estudo – integraria o grande sistema de espaços livres da UFSC, devendo ser implantado, em princípio, na área em que o Projeto Amanhecer está estabelecido. A posição parece ideal em razão de três fatores em especial. Primeiro, o terreno está mais afastado do centro do campus, de modo que atende melhor a demanda por privacidade. Além disso, as carac-terísticas do lugar, com seus laguinhos e árvores, indicam um ambiente naturalmente desestress-or. Por fim, o Projeto Amanhecer e o Hospital Universitário, localizados na vizinhança, poderiam utilizar o parque como ferramenta adicional às suas atividades.

(22)

VIÁRIO E TOPOGRAFIA

sem escala

Esquema 2. Elaboração própria | adaptado da Prefeitura de Florianópolis

19

R. Deputado Antonio E du V ieira R. Prof essora M aria Flor a Paus ewang

Av. Madre Benvenuta

R. S an ta L uzia R. Delfino C onti curvas de nível de 1 e 1 m via coletora via local via arterial

principal acesso para pedes-tres e carros até o PA

acesso para pedestres até o PA

(23)

A área de estudo se encontra no limite Nordeste do Campus da UFSC, separada da cidade de Florianópolis por duas ruas: Rua Prof. Maria Flora Pausewang e a Av. Prof. Henrique da Silva Fontes. A primeira é uma via coletora, que faz a ligação entre Av. Prof. Henrique da Silva Fontes e a rua principal do bairro da Trin-dade - Rua Lauro Linhares. A segunda é uma via arterial e é a principal conexão entre o Campus e o restante da capital, possui trânsito rápido, grande movimento de carros e número de pistas. A sul está a Rua Delfino Conti, que é uma rua interna ao campus, também coletora e que permite outra ligação entre a Av. Prof. Henrique da Silva Fontes e a Rua Lauro Linhares. Por ela também há o acesso para estacionamentos da universidade e o acesso ao edifício do Projeto Amanhecer.

Embora possua um grande perimetro de divisa com a Rua Prof. Maria Flora Pausewang e a Av. Henrique da Silva Fontes, os acessos ao terreno são bastante limitados. Como apresen-tado no mapa ao lado, existe apenas um acesso para automóveis a partir da Rua Delfino Conti e dois acessos para pedestres na porção

Sudoeste do terreno, distantes do edifício do Projeto. Além da longa distância, os acessos são precários, sem sinalização e infraestrutura ade-quada - não há calçada por todo o trajeto e em dado momento a via passa a ser de terra batida.

Essa conformação espacial acarreta num grande isolamentoe dificuldade de acesso ao edifício. Este grande terreno, que possui cerca de 630 metros de lateral e 400 metros de testa-da, se fecha no Campus, impedindo quase que qualquer acesso que não seja pela mesmo, embora ofereça equipamentos que atendem toda a cidade como o Hospital Universitário e o próprio Projeto Amanhecer.

No mapa também é possível perceber uma característica peculiar do entorno deste terreno: as vias locais que estão ao lado do mesmo e tem ligação com a Av. Madre Benve-nuta não tem acesso a R. Maria Flora Pause-wang. Chama atenção a R. Santa Luzia, que chega até ela, mas não permite passagem de carros, apresentando obstrução do caminho com uma calçada e arbo- rização.

VISTA DO TERRENO A PARTIR DA AV. HENRIQUE DA SIVLA FONTES

VIA DE ACESSO AO

PROJETO AMANHECER BLOQUEIO ENTRE R. SANTA LUZIA E R. PROF. MARIA FLORA PAUSEWANG

Imagens 17, 18 e 19. Fonte: Acervo pessoal.

(24)

INSERÇÃO NO ANEL VIÁRIO CENTRAL

sem escala

N

Mapa 4. Elaboração própria | adaptado do IPUF

NORTE DA ILHA

SUL DA ILHA CONTINENTE

(25)

corredor de BRT

ciclovia/ciclofaixa

terminais de BRT

22

ESTAÇÃO MADRE BENVENUTA TERMINAL INTEGRADO TRINDADE

ESTAÇÃO UFSC TERRENO EM ESTUDO

Segundo uma pesquisa da Universidade Federal de Brasília, Florianópolis é considerada a capital com pior mob-ilidade urbana do país, devido a seus congestionamentos e dificuldades de locomoção dos seus habitantes. Como forma de lidar com esse problema, a Secretária Municipal de Obras e o Instituto de Planejamento Urbano de anópolis criaram o projeto do Anel Viário Central de Flori-anópolis, que tem como principal componente a utilização do sistema BRT (Bus Rapid Transit).

No mapa ao lado é possível ver o trajeto do Anel Viário, que contorna o maciço do Morro da Cruz, interligan-do Centro, Beira Mar e a área de entorno a Universidade Federal, trajetos que cotidianamente apresentam gargalos na mobilidade. O sistema consiste na priorização e agilização do transporte público, com a criação de corre-dores exclusivos para ônibus, cobrança de tarifas anterior ao embarque e plataformas elevadas ao nível do piso dos veículos. O BRT não visa substituir o sistema de transporte público atual, mas sim se integrar ao mesmo e facilitar a conexão entre os diversos bairros da cidade.

Além da atenção ao transporte público, o projeto também prevê o contorno por ciclovias e ciclofaixas, como apresentado no mapa.

O terreno em estudo para este projeto se encontra em uma posição privilegiada, adjacente a um dos trechos do anel viário e próximo a duas estações, o que facilita seu acesso tanto por meio do transporte público quanto por ciclistas.

Embora o projeto não esteja concluído no momento atual, suas obras já foram licitadas e iniciadas, por isso será considerado neste trabalho.

(26)

LAGUINHOS

MATA SOB PROTEÇÃO AMBIENTAL MATA NA LATERAL DO ACESSO DO

PROJETO AMANHECER CÓRREGO CANALIZADO

VISTA A PARTIR DA R. DELFINO CONTI PARA O CÓRREGO CANALIZADO

ESTACIONAMENTO

AMBIENTAL

sem escala

Esquema 3. Elaboração própria

O terreno em estudo possui uma consid-erável área verde, preservada principalmente nas suas extremidades Norte e Leste, aonde se encontram largas massas de árvores, porém, um dos elementos mais vulnerável, que é o córrego e seu entorno, não se encontram na mesma situ-ação. Além de uma parte dele ter sido canalizada - desrespeitando suas características naturais - não houve cuidado com a mata ciliar de seu entorno, que teve grande parcela desmatada e transformada em estacionamento. No mapa estão ressaltadas as áreas que correspondem a APP de 30 metros de mata ciliar ao longo do per-curso do córrego e também a área que é consid-erada área de proteção ambiental pelo Plano Diretor da UFSC.

No terreno também há a presença de dois lagos artificiais, segundo pesquisas do departa-mento de Engenharia Ambiental da UFSC. Esses lagos ficam aonde antes havia um pequeno córrego - quase uma vala - e foram criados com o objetivo de drenar a água do terreno no entorno. Por ter conexão natural com esse pequeno córrego, neles podem ser vistos jacarés e outros animais.

Imagens 20, 21, 22, 23, 24 e 25. Fonte: Acervo pessoal.

23

app

(27)

EQUIPAMENTOS

sem escala

2. ASSOCIAÇÃO SERVIDORES HU 1. PROJETO AMANHECER 3. INSTITUTO DE ENGENHARIA BIOMÉDICA

Esquema 4. Elaboração própria

A porção Norte do terreno é em grande parte ocupada por equipamentos da Associação dos Servidores do Hospital Universitário: há a creche, a sede da Associação - que conta com um restaurante aberto ao público, sauna e academia -, dois campos gramados - que são alugados pela associação ao público -, além do prédio do Projeto Amanhecer, que é da Associação e foi cedido ao projeto e o depar-tamento de psiquiatria. Ademais há o prédio do Instituto de Engenharia Biomédica e o Centro para Gestão de Água. O centro do terreno é ocupado pelo Hospital Universitário, a porção Sul pelos prédios do Centro de Ciências da Saúde e a porção Sudoeste pelos serviços externos de bancos. Há também uma grande ocupação do território com estacionamentos para automóveis, tanto para pacientes, servi-dores e alunos da universidade.

Com exceção dos prédios do HU e do Instituto de Engenharia Biomédica - que possuem respecti-vamente 4 e 7 pavimentos -, os demais edifícios possuem menor gabarito, de 1 a 3 pavimentos.

Imagens 26, 27 e 28. Fonte: Acervo pessoal.

24

campinhos da associação associação dos servidores do hu projeto amanhecer creche da associação dos servidores do hu instituto de eng. biomédica centro para gestão de água hospital universitário horto medicinal centro de ciências da saúde banco de sangue hu caixa econômica

farmácia escola ufsc banco do brasil

(28)

4. O PROJETO

4.1 objetivos

A partir dos estudos apresentados conclui-se que, apesar de haver possíveis melhorias a serem feitas na atual sede do Projeto Amanhecer, seu espaço consegue atender as demandas a que se propõe de forma satisfatória e há ainda uma grande limitação quanto ao número de pessoas que o mesmo pode receber - não pela diposnibilidade de espaço físico, mas sim pelo número de pro-fessores voluntários e também por questões financeiras, afinal, é um serviço gratuito. Mas fica clara, também, sua localização privilegiada, que não é valorizada nem pelas construções que a ocupam e nem pelo Campus da universidade - sendo isolada e “fechada”.

A conexão com espaços naturais como o desse terreno é muito importante na manutenção tanto da saúde física como mental e áreas de lazer verdes são escassas na cidade de Florianópolis. A grande quantidade de alunos e moradores do entorno do Campus Reitor João David Ferreira Lima, assim como toda a população da cidade, podem se beneficiar muito pela criação de um espaço de lazer dentro da cidade universitária, que ao mesmo tempo também permitiria maior abertura e conversa entre cidade e campus.

Por fim, o presente trabalho se propõe, então, a projetar um parque neste terreno e dessas forma criar um espaço de descompressão dentro da Universidade Federal de Santa Catarina, que atenda tanto a comunidade acadêmica quanto o seu entorno, e dessa forma contribuia tornando o campus mais convidativo e aberto a membros externos, preservando a natureza, gerando consci-entização e suprindo a necessidade de mais espaços naturais e e de lazer externo na cidade.

criar espaços de:

restauração

integração e socialização

misturas culturais e sociais

conexão com a natureza

acesso universal

prática de exercícios físicos

priorizar e incentivar modais

não motorizados ou

transporte público

criar novos acessos para a

uni-versidade

diminuir barreiras entre

universidade e cidade

(29)

4.2 programa

HORTO MEDICINAL DO HU

Este equipamente atualmente já existe no terreno, porém se encontra sobre a área de preservação permanente do córrego. A sua configuração atual consiste de um terreno de cerca de 900 metros quadrados, no qual são ministradas aulas para diversos cursos da UFSC sobre plantas. Há também atendimento ao público externo, com oferta de mudas e também visitações para conhecer melhor as plantas, suas funções e seu cultivo. O atual espaço carece de infraestrutura, possuindo apenas as plantações e uma pequena área coberta. Diversas aulas dependem deste espaço e como o clima de Florianópolis é bas-tante instável, se faz necessário um espaço voltado para tal, além de infraestrutura básica, como banheiros.

PARQUINHO

Extensão da creche e também forma de trazer famílias e crianças para o parque e diversificar os usuários e trocas possíveis.

ÁREAS DE ESTAR

Espaços para sentar, descansar, apreciar a natureza, conversar, estudar.

COMÉRCIO DE APOIO

Cafés e academia como forma de trazer mais usuários durante dia e noite para o parque e dessa forma diversificar seus usos e gerar maior estadia.

ESPAÇO PARA PRÁTICAS EXTERNAS PA

Áreas ao ar livre para prática de terapias inte-grativas oferecidas pelo Projeto Amanhecer como tai chi chuan, yoga e meditação - tanto cobertas para dias de chuva, como descobertas

ÁREA PARA EVENTOS ITINERANTES

Espaço livre aonde possam ocorrer diferentes eventos como exposições.

JARDIM SENSORIAL

São jardins que, além de permitir o contato com a natureza, também focam em estimular os sentidos por meio de diferentes texturas de piso e plantas, cheiros, sons, cores, formas e sabores e, dessa forma retomam a integração do corpo e seus sentidos.

26

Imagens 29. Passeio. Fonte: Parque Ibirapuera. Imagem 30. Estufa de plantas. Fonte: Valentin Bianchi. Imagem 31.

Parquinho do Golden Gate Park. Fonte: Pamela Fox. Imagem 32. Hall of Science Discovery Terrace - NY. Fonte: Scape Studio. Imagem 33. Into the Wild - Holanda. Fonte: ArchDaily

29

30

31

32

(30)

4.3 referências

Felizmente, a preocupação voltada a valorizar espaços de lazer, natureza e a saúde mental já vem sendo trabalhada em diversos projetos em todo o mundo. Diversas universidades, inclusive brasileiras, vêm se preocupando com a saúde psicológica de seus alunos e servidores, com criação de campanhas e oferecendo serviços de apoio. As referências para esse projeto se basearam tanto em algumas dessas iniciativas, como também em projetos de parques inseridos dentro das cidades, não apenas em campi.

MIND WELL - UCLA | Estados Unidos

Mind Well é um projeto da Universidade da Califórnia em Los Angeles com diversas aproximações entorno da questão da saúde mental de seus usuários. Há um site inteiro voltado para esse projeto, com disponibili-zação de informações, dados e também com um calendário de diversos eventos e palestras. Uma dos focos do projeto é o des-canso e sono dos alunos - fator bastante impactante sobre nosso humor e psique. A universidade oferece, por exemplo, aluguel destes “sofás” infláveis para uso nos parques e também implantou “napping pods” em diversos locais, que consistem de cadeiras reclináveis, confortáveis e com cobertura para que se descanse e tire uma soneca.

Greenwich Academy Master Plan

Projeto do escritório de Arquitetura e Pais-agismo Sasaki Associates, é o campus de uma escola focando principalmente na inte-gração entre paisagismo, espaços abertos e ambientes de ensino.

27

Imagem 33. UCLA - Los Angeles | Estados Unidos

Fonte: Mindwell UCLA.

Imagem 34 e 35. Projeto Greenwich Academy Maste Plan | Estados Unidos Fonte: Sasaki Associates.

(31)

Monash Campus Green | Austrália

Este projeto do escritório australia Taylor Cullity Lethlean Architecture and Landscape, é um exemplo da demanda e necessidade dos espaços verdes integrados as universidades e vidas de quem as frequenta. No total o projeto contou com a criação de novos edifícios residênciais, um parque e um centro esportivo para a Universidade de Monash, na Austrália. O foco do projeto é justamente misturar espaços verdes, de lazer, descanso e também estudo nesse grande parque. Já executado, fica clara a apropriação dos espaços criados e sua interconexão: espaços com mesas e bancos servem tanto para levar um laptop e estudar e fazer trabalhos, como para ler ou encontrar amigos. E embora haja hie- rarquias e separações espaciais destas atividades, elas se encontram próximas e há sempre conexão visual.

28

Imagens 36,37 e 38. Monash University| Australia

Fonte: TCL Architecture and Landscape.

Bancos reclinados se transformam em mesas. Os dois com vista voltada para o gramado em frente.

Bancos com configuração mutável, servin-do como espaço para sentar e pegar um sol, recostar e utilizar o computador, sentar e conversar com amigos ou até deitar e descansar.

Gramado livre para uso, com espaçose equipamentos de apoio no entorno: há um telão para exibição de jogos ou filmes, mais mesas e bancos.

(32)

4.3 diretrizes iniciais

É proposta a abertura de 3 novos acessos para o terreno e também a UFSC, além da manutenção das entradas já existentes pela R. Delfino Conti e R. Maria Flora Pausewang, que sofrerão alterações também:

Acesso 1.

Via R. Delfino Conti: Atualmente esse é o único acesso para automóveis até o interior do terreno e ao estacionamento do Hospital Universitário. Esta continuará sendo a principal conexão entre o parque e o Campus, porém apenas para pedestres ou ciclistas. Todos os estacio-namentos existentes que estão sobre a área de APP do córrego serão realocados e o acesso de veículos para o interior do terreno se dará por outra entrada. Este acesso está próximo da estação de BRT da UFSC.

Acesso 2.

Via R. Prof Maria Flora Pausewang: Este será o acesso destinado a veículos para o interior do terreno, possibilitando acesso a Creche e também o uso emergencial das vias do próprio parque para acesso ao prédio de Engenheria Biomédica e de Gestão de Água. Deixando claro que os caminhos do parque são primordialmente para pedestres e ciclistas, não sendo vias voltadas para uso constante de carros.

Acesso 3.

Via R. Prof Maria Flora Pausewang: Este terreno é grande e pouco permeável, como forma de aumentar sua permeabilidade e criar melhor conexão entre o novo parque e o bairro da Trindade será aberto esse novo acesso, que terá ligação direta com a Av. Madre Benvenuta por meio da R. Santa Luzia, que também passará a ter acesso direto a R. Maria Flora Pausewang.

Acesso 4.

Via R. Prof Maria Flora Pausewang: Esta é a principal área desta rua que se encontra sem vitalidade - com muros de um lado e cercas do outro. Com a abertura desse acesso procu-ra-se criar novos usos nesta área abandonada e gerar maior segurança e dinâmica. Esse também é o acesso para pedestres que venham do Terminal de Integração da Trindade.

Acesso 5.

Via. Av. Prof Henrique da Silva Fontes: Este será o principal acesso para ciclistas e pedestres que vem pela rota da Beira-Mar, além de também gerar permeabilidade para o terreno na sua face Leste.

Optou-se também por retirar alguns dos equipamentos existentes em face ao novo pro-grama definido e também a condição dos mesmos:

Os dois campos esportivos serão retirados para que se faça espaço para os novos usos - eles ocupam uma grande área vazia, porém possuem uso bastante esporádico e também com um número reduzido de usuários, afinal uma partida de futebol conta com 11 jogadores, além de seu uso ser controlado pela Associação e exigir pagamento. Há próximo a essa área outras opções de práticas desse esporte, como o Centro Desportivo da UFSC, que tem seu espaço voltado justa-mente para esse fim. Dessa forma o espaço terá um uso mais democrático e aberto a qualquer público.

É também proposta a realocação do prédio da Associação dos Servidores do Hospital Uni-versitário - esse prédio já é bastante antigo e está em condições precárias e mal cuidado. Além disso, ele ocupa uma posição central dentro do terreno, e também com um uso esporádico e bas-tante seletivo - pouco voltado para o campus e os usuários da UFSC (alunos e servidores). Com a implantação do parque seus equipamentos serão valorizados e poderão atingir mais pessoas, tanto da comunidade acadêmica quanto externa, por isso proponho que eles continuem ligados ao parque, porém em outra posição.

(33)

DIRETRIZES INICIAIS

Esquema 5. Elaboração própria

30

Imagem 39. Associação dos

Servidores do HU. Fonte: Acervo pessoal.

Imagem 40. Associação dos Servidores do HU. Fonte:

Acervo pessoal.

Imagem 41. Associação dos Servidores do HU. Fonte:

Acervo pessoal.

Imagem 42. Associação dos Servidores do HU. Fonte:

Acervo pessoal. 1 2 3 4 5

(34)

abertura e conexão com a

Av. Madre Benvenuta

parquinho

passarela para pedestres e

ciclistas

caminho principal - conexão com

o parque campus

ponto de ônibus

horta comunitária

horto medicinal do hu

bicicletário

ESQUEMA DE IMPLANTAÇÃO

sem escala

Esquema 6. Elaboração própria | adaptado do IPUF

(35)

projeto amanhecer

comércio de apoio + banheiros

estar e estudos

espaço lúdico

estação brt ufsc

jardim sensorial

fogueiras

gramado livre - práticas integrativas

32

Imagens 29. Passeio. Fonte: Parque Ibirapuera. Imagem 30. Estufa de plantas. Fonte: Valentin Bianchi. Imagem 31.

Parquinho do Golden Gate Park. Fonte: Pamela Fox. Imagem 32. Hall of Science Discovery Terrace - NY. Fonte: Scape Studio. Imagem 33. Into the Wild - Holanda. Fonte: ArchDaily

(36)
(37)

vis

ta da ár

ea de es

tar

e es

tudo

s

35

(38)

vista do laguinho

(39)
(40)

BERMUDEZ, Julio (Ed.). Transcending Architecture: Contemporary Views on Sacred Spaces. Wash-ington: The Catholic University Of America Press, 2015.

BRASIL. SAPSI (Org.). SAPSI. Disponível em: http://sapsi.paginas.ufsc.br. Acesso em: 07 de setembro de 2018.

CAMBRICOLI, Fabiana; TOLEDO, Luis Fernando. Aumento de transtornos mentais entre jovens preocupa universidades. Disponível em: https://saude.estadao.com.br/noticias/geral,aumen-to-de-transtornos-mentais-entre-jovens-preocupa-universidades,70002003562. Acesso em: 07 de setembro de 2018

FELIPPE, Maíra Longhinotti. Contribuições do ambiente físico e psicossocial da escola para o cuida-do com a edificação. xiv, 228 p. Dissertação (Mestracuida-do) - Universidade Federal de Santa Catarina, Centro de Filosofia e Ciências Humanas, Programa de Pós-Graduação em Psicologia, Florianópolis, 2010 Disponível em: <http://www.tede.ufsc.br/teses/PPSI0435-D.pdf>

MCDONALD et al. The green soul of the concrete jungle: the urban century, the urban psychological penalty, and the role of nature. 2018. Disponível em: https://sustainableearth.biomedcen-tral.com/articles/10.1186/s42055-018-0002-5. Acesso em: 22 de abril de 2019.

MELLO, Ivana Santanna de. O Impacto do Lazer na Saúde Mental da Sociedade e o Programa de Lazer Assistido. Disponível em: <https://www.portaleducacao.com.br/conteudo/artigos/psicolo-gia/o-impacto-do-lazer-na-saude-mental-da-sociedade-e-o-programa-de-lazer-assistido/56547>. Acesso em: 07 set. 2018.

MINDWELL UCLA. Portal da web. Disponível em: https://mindwell.healthy.ucla.edu. Acesso em: 15 jun 2018.

NECKEL, Roselane; KÜCHLER, Alita (Org.). UFSC 50 Anos: Trajetórias e Desafios. Florianópolis: Edito-ra UFSC, 2010. 480 p.

OBSERVATÓRIO DA MOBILIDADE URBANA (Santa Catarina). Ufsc (Ed.). Mobilidade Urbana Na UFSC e Seu Entorno. Florianópolis: Observatório da Mobilidade Urbana, 2016. 70 slides, color. Disponível em: <http://observatoriodamobilidadeurbana.ufsc.br/files/2016/05/1.-Diagnóstico.pdf>. Acesso em: 01 nov. 2018.

PAN AMERICAN HEALTH ORGANIZATION. The Burden of Mental Disorders in the Region of the Americas, 2018. Washington, D.C.: PAHO; 2018.

REINO UNIDO. STUDENT MINDS. (Org.). Student Minds. Disponível em: <https://www.student-minds.org.uk>. Acesso em: 28 out. 2018.

SILVEIRA, Celeste et al. Saúde mental em estudantes do ensino superior: Experiência da Consulta de Psiquiatria No Centro Hospitalar São João. Cidade do Porto, 2010.

(41)

SASAKI ASSOCIATES. Projeto Greenwich Academy Masterplan. Disponível em: http://www.sasa-ki.com/project/486/greenwich-academy-master-plan/. Acesso em: 15 jun. 2018.

SUGAI, Maria Inês. Segregação Silenciosa: Investimentos e distribuição sócio espacial na área con-urbada de Florianópolis. Florianópolis: Editora UFSC, 2015. 254 p.TCL ARCHITECTURE, LANDSCAPE AND URBAN DESIGN. Projeto Monash Campus Green. Disponível em: https://tcl.net.au/proj-ects-item/monash-university-campus-park/. Acesso em: 15 jun. 2018.

VAN DEN BERG et al. Green space as a buffer between stressful life events and health. Revista Social Science & Medicine, 70 (2010) 1203–1210, Utretcht, Holanda.

VILLELA, Mariana Silva. A ambiência nas práticas integrativas e complementares: estímulos ao bem-estar do usuário. 2017. 420 p. Dissertação (Mestrado) - Universidade Federal de Santa Catari-na, Centro Tecnológico, Programa de Pós-Graduação em Arquitetura e Urbanismo, Florianópolis, 2017.

WAKEFORD, Jon. It's time for universities to put student mental health first. 2017. Disponível em: <https://www.theguardian.com/higher-education-network/2017/sep/07/its-time-for-universities -to-put-student-mental-health-first>. Acesso em: 28 out. 2018.

WOOD et al. Public green spaces and positive mental health – investigating the relationship between access, quantity and types of parks and mental wellbeing. Revista Health & Place 48 (2017) 63–71, Perth, Austrália.

Referências

Documentos relacionados

De seguida, vamos adaptar a nossa demonstrac¸ ˜ao da f ´ormula de M ¨untz, partindo de outras transformadas aritm ´eticas diferentes da transformada de M ¨obius, para dedu-

•   O  material  a  seguir  consiste  de  adaptações  e  extensões  dos  originais  gentilmente  cedidos  pelo 

A cor “verde” reflecte a luz ultravioleta, porém como as minhocas castanhas são mais parecidas com as minhocas verdadeiras, não se confundem com a vegetação, sendo

Com o objetivo de compreender como se efetivou a participação das educadoras - Maria Zuíla e Silva Moraes; Minerva Diaz de Sá Barreto - na criação dos diversos

Disto pode-se observar que a autogestão se fragiliza ainda mais na dimensão do departamento e da oferta das atividades fins da universidade, uma vez que estas encontram-se

O trabalho teve como objetivo avaliar se riqueza e di- versidade da fauna associada ao guano de morcegos hematófagos eram afetadas pela área e forma das manchas dos depósitos, pelo pH

O modelo conceitual procura mostrar quais são os elementos de informação tratados pelo sistema, para que mais adiante se possa mostrar ainda como essa informação é transformada pelo

Segundo Metcalf e Eddy (2003), estes ensaios podem ser utilizados para vários tipos de avaliações e abordagens, tais como: avaliar a sustentabilidade das