Pastagens de final de verão-outono
para vacas leiteiras altamente
produtivas no Sul do Brasil
Renato Serena
Fontane
t
i
"
,
Roberto Serena FontanelP, Rodrigo
Pizzani",
Henrique Pereira dos
Santos
'
,
Carlos
Bondan',
Fernando
Pllotto",
Cleiton Korcelskl", Angelica Consoladora Andrade Manfron1
.
2,
Manueli
Zeni
1.2,Arthur Pegoraro Klein" e Lucas Biasus dos Santos"
'Embrapa Trigo, Passo Fundo, RS Email: renato.fontaneli@embrapa.br 2UPF-Faculdade de Agronomia e Medicina Veterinária da Universidade de Passo Fundo Passo Fundo, RS
3UERGS- Erechim, RS
'S
etre
m -
Três de Maio, RS11
Edição 167 -plantiodireto.com.brIntrodução
A produção de leite é
econo-micamente atividade importante
para mais de 200 mil famílias
ru-rais no Sul do Brasil
.
Sabemos que
a forma mais econômica para
ali-mentar ruminantes
é pastagem.
Pas
t
agens manejadas
dentro de
preceitos
técnicos podem
aten-der a maior parte da necessidade
diária de animais exigentes.
Éco-nhecido que animais de elevado
valor genético, muito produtivos,
não podem ter suas necessidades
de mantença, produção e
reprodu-ção apenas com volumosos
.
Care-cem de suplementação com rações
bem formuladas para serem
lon-gevos e lucra
t
ivos.
Também é conhecida a
re-lação de custo energético
basea-do em energia metabolizável
,
de
1:2
:
4,5 para energia provinda da
pastagem, de forragem
conserva-da (si
l
agem e feno) e de grãos,
res-pectivamente (LEAVER,1985)
.
Os inves
t
imentos
que mais
oneram a atividade leiteira estão
relacionados com a alimentação
dos animais, que podem alcançar
de 40 a 60% do custo total
.
Estes
custos são minimizados quando
os alimentos provém de pastagens
adequadamente
mane
j
adas e
uti-lizadas. Felizmente o sistema de
produção com culturas de verão
com soja e milho é de alta liquidez
,
mas há pouca atratividade com
as alternativas de
i
n
v
erno (trigo
,
cev
a
da, aveia, trit
i
cale e canola)
.
Como resultado, menos de 20%
da área cul
t
ivada no verão com
soja e milho é utilizada para
pro-dução de grãos no inverno
.
Assim,
uma oportunidade para melhorar
a eficiência de utilização de terras,
máq
u
inas e equ
i
pamentos e mão
de obra disponíveis é a
i
ntegração
lavoura
-
pecuária (ILP) com rumi
-nantes. Dentre os ruminantes,
a
produção de leite, embora traba
-lhosa e complexa, é mais atrativa
do que engorda de novilhos. O fato
é que temos mais de 25 milhões de
bovinos no Sul do Brasil,
relativa-mente bem alimen
t
ados durante o
verão, com pastagens nativas e cul
-tivadas
.
Entretanto, con
t
inuamos
com severas restrições alimenta
-res na bovinocultura de corte
du-rante a estaçã
o
fr
i
a. Desse
reba-nho, cerca de 4 mi
l
hões são vacas
leiteiras, com eleva
d
a demanda de
nutrien
t
es
d
uran
t
e todos os dias
do ano, mas devido a diversas
cau-sas, cuja pri
n
cipal é a dis
t
ribuição
estacional de pastagens resulta em
baixas produ
t
ividades como as
re-portadas em es
t
a
t
ísticas, que é de
8 a 12 l
it
ros de le
it
e por vaca por
dia, mas que pode facilmente au
-mentar 50-60% através de plane
-jamen
t
o forrageiro, especialmente
no período de transição entre o
ve-rão e inverno
.
Também é fato, que tem au
-mentado o período com solo des
-coberto entre a colheita de verão
e a semeadura de culturas de
in-ver
n
o
,
e é cons
t
ante a
b
usca por
precoci
d
ade
d
e ge
n
ó
t
i
p
o
s d
e s
o
j
a
,
m
i
lho
e me
s
mo de
cultu
ras
de
in-verno
,
descorti
n
a
nd
o
-
se
opor
tu
-nidade de maior
p
ro
du
ção
d
e b
i
o-massa no vazio forrageiro outona
l
.
Um
a alter
n
at
i
va para pro
t
e
-ger
o solo, na transição das cultu
-ras d
e ver
ão
e inverno
,
e aumentar
a ofer
ta d
e a
l
ime
ntos para bovinos
,
seria a semea
du
r
a de forrageiras
anuais
d
e v
e
rão
,
como milheto
,
c
apim
-
s
udã
o
,
híbridos
d
e sorgo
e
,
por q
u
e n
ã
o,
milho com
u
m em
a
l
ta
densid
a
de. A proposta é de se
-m
e
adura tardia dessas forrageiras
dezembro/janeiro/fevereiro
,
após
uma saf
r
a de grãos (fe
ij
ão
,
milho
ou soja) ou si
l
agem
.
Em
b
ora é i
n
egáve
l
o menor
potencia
l
produ
ti
vo dessas
forra-geiras do que quando semeadas
em
setembro/outubro(Figura 1)
,
porém
o
ferece
r
ão
forragem
de
e
l
eva
d
o va
l
or nutritivo durante o
vazio
f
orrageiro entre o final do
v
e-rão e início do inverno, ideal para
suprir as demandas de animais
mais exigentes, como vacas leitei
-ras, novilhas de reposição, vacas
de primeira cria e mesmo
termi-na
ç
ão de no
v
ilhos (engorda
).
É
conhe
c
id
o
que a seme
a
du-ra escalon
a
d
a
d
e f
orrageir
as
anu-ais de verã
o
,
co
m
i
ntervalos de
4
a
5 semanas,
pode pr
o
piciar 5 me
-ses de paste
j
o
.
A proposta é usar
áreas quejá renderam uma
colhei-ta de grãos ou si
l
agem, e est
a
bele-cer uma safrinha de forragem para
ser utilizada de março a m
a
i
o
/ju-nho
,
até a ocorrência de gead
a
s
,
em pas
t
ejo
,
colhida verde para
fornecimento no co
x
o ou mesmo
Figura 1.Pastagens de milheto em estádio adequado para pastejo (A e B),início da emissão de panículas de milheto (C )e de sorgo ( O ).
ensilada, já que para serem fe
-nadas necessitam ser amassadas
por segadoras-condicionadoras,
pois os colmos dessas espécies são
grossos e de difícil secagem.
O objetivo do estudo é dis
-cutir algumas alternativas for
ra-geiras de verão para contribuir no
planejamento forrageiro e mini
-mizar o déficit alimentar outonal para vacas leiteiras no Sul do Bra
-sil, principalmente para o noro
-este do RS, oeste de SC e sudoeste doPR.
20
-
----
-
---
-
---
-
--- MgMs/ha 15---~~~--- --10---~~~-------5
-
---
--
--
--
--~---
-
---
~
--
~
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-
--
--
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-
-0
---
---
-
-
---
--
---
--
---
-
-
-
-
-
-
--
-
-Setembro Novembro Janeiro Março
Figura 2.Acúmulo de biomassa média de gramíneas forrageiras anuais de verão, em função
daépoca de semeadura, no norte doRio Grande do Sul.MS
=
massa secaTabela1.Rendimento total de forragem, afilhamento, contribuição percentual de lãminas foliares e concentração de proteína bruta (PB),fibra detergente ácido (FOA), fibra detergen
-te neutro (FDN) enutrientes digestíveis totais (NDT) de gramíneas anuais deverão em três épocas de semeadura em Passo Fundo, RS.
Data de semeadura 20 Janeiro 24 fevereiro 23 de Março
MS total (t/ha) 6,1 6,0 1,0 Afllhos/rrr' 69 69 67 lâmina follar (%) 41 60 100 Colmo-bainha (%) 59 40 O PB(%) 16,0 17,8 19,0 FDA lâmina (%) 37 40 36 Colmo (%) 47 48 FDN lâmina (%) 70 63 65 Colmo(%) 77 74 NDT(%) 60 57 64
Fonte: adaptado deOrth etaI.(2012); Fontaneli et aI.,(2017).
mEdiÇãO 167-plantiodireto.com.br
Que espécies cultivar?
(A)Milheto ou
capim italiano
(Pennisetum glaucum)
Gramínea anual de
cresci-mento rápido, alto rendimento e
alta qualidade de forragem. Ge
-ralmente semeado após os cereais
de inverno ou pastagem de aveia.
Eventualmente, pode ser semeado
juntamente com espécies perenes
de verão em estabelecimento ou
em renovação.
Planta de hábito de cresci
-mento ereto, podendo atingir altu
-ra superior a 2,0 m (Figura 1).Deve
ser semeado em terrenos bem
drenados, não tolerando solos en
-charcados.
A época de semeadura é de
setembro a fevereiro (temperatura
do solo superior a 18 °C). Quanto
mais tarde o estabelecimento, me
-nor é oacúmulo de biomassa total
na estação de crescimento (Figura
2), mas estratégico em sistemas de
alimentação baseado em pasta
-gens para ruminantes exigentes,
como vacas leiteiras.
Cultivares: BRS 1503, ADR
500 e ADR 300 (Super Massa, pa
-lhada).
Híbridos: ADRF 6010 Valente,
Abono e Campeiro.
Densidade: em linhas espa
-çadas de 0,3-0,4m de 10 a 15 kg/
ha de sementes de boa qualidade.
À lanço deve ser semeado no m
í-nimo 15 kg/ha, podendo ser até 60
kg/ha.
Profundidade de semeadura:
2a3cm.
Pastejo: método de pastejo
rotacionado sempre que as
plan-tas atingirem de 0,35 a 0,6 m,
dei-xando um resíduo de 0,15 a 0,20
m. Intervalo entre pastejos de 12 a
20 dias, com período de utilização
de no máximo 3 dias por ciclo de
pastejo. Pode ocorrer de 3 a 8
ci-clos de pastejo na estação de cres
-cimento (FONTANELI et aI., 2005).
Quando as plantas estiverem fl
o-rescendo devem ser ceifadas ou
roçadas para prolongar o período
Figura 3.Pastejo demilho em alta densidade consorciado com soja (Ae B), antes do primeiro pastejo (e-13 março) eapós o segundo pastejo
(O- em25 abril). Embrapa Trigo, RS- Passo Fundo, RS.
pode-se esperar até 0,9 m, mas
com uso de segadora
-
condiciona
-dora para amassar os talos. Para
silagem, deve ser colhido no está
-dio de emissão das panículas, dei
-xando emurchecer antes de picar
(FONTANELIet al
.
, 2012)
.
(B) Capim-sudão
ou aveia-de-verão
e seus híbridos
(Sorghum bicolor)
Simil
a
r
a
o milheto, existem
híbridos no mercado oferecidos
por diversas compa
n
hias. A
esco-lha deve se
r
pelos mais resistentes
às doenças e pragas, e com alt
a
ca-pacidade d
e
af
i
lhamento
.
Diferem do m
i
lheto pelo
po-te
n
cial
d
e intoxicação po
r
ác
i
do
cianídr
i
co (HCN) ou durina que
pode ser muito alto em plantas
ima
t
uras (jove
n
s) e reb
r
otes.
Tam-bém pode ser perigoso logo após
geadas, quando os an
i
mais dever
ser re
t
i
rados da past
a
gem por 7
a 10 dias até volatilizar os ácidos
.
Sendo assim, os sorgos n
ã
o devem
ser pa
s
tejados
com estatura
de
plan
t
a
i
nferior a 0,5 m
.
Entretan
-to, não há risco em
f
o
r
necer feno
ou silagem de sorgos aos
a
nimais
confeccionados em qualque
r
es
t
á-dio de desenvo
l
vim
e
nto
.
Quando ocorrem
temperatu-ras altas no
i
nverno e
o r
es
í
duo do
so
r
go
r
ebrota, pode h
a
ver risco de
i
ntoxic
a
ção
,
novament
e
.
Ambas espé
c
ies, sorgos e mi
-lheto, podem acumu
l
ar
ni
t
ra
t
os
du
r
ante p
e
río
d
os sec
o
s
,
princ
i
pa
l-mente qua
n
d
o
receberem adubos
nitrogena
d
os an
t
er
i
ormente
,
pró
-ximo à seca
.
E
q
uinos não dever pas
t
e
j
ar
sorgos, po
i
s pode ocorrer cistites,
ou seja, in
f
lamação do trato uriná
-rio
.
So
r
gos para
silagem:
são
ger
al
mente
de por
t
e mais alto
,
podendo a
t
i
n
gir 3,0 m, possuem
ge
r
almente co
l
mos com d
i
âmetro
maior
sendo muito produtivos
.
Produzem menor proporção
de
grãos, na biomassa total quando
comparado com genótipos
espe-c
i
a
li
z
a
dos para grãos,
q
ue são de
po
r
te anão e dificilmente atingem
1
,0 m de altu
r
a
.
Sil
a
gem feita com
ns 10.585
Tabela 2. Rendimento de massa seca(kg/ha MS) desoja emduas densidades (Sl = 100 mil e S2 = 200 mil plantas/ha) consorciadas com milho, em PassoFundo, RS.
Primeiro pastejo Segundo pastejo Total
Densidades
Milho Soja Total Milho Soja Total Geral 51 S2 Média 2.206 1.854 2.030 ns 860 742 801 ns 2.948 2.714 2.831 6.763 7.637 ns 8.511 a 2.137 b 2.075 2.106
ns=não significativo F-teste
Médias seguidas de letras diferentes, na coluna, diferem pelo teste F (P<0,05)
Fonte:Zimmermann; Fontaneli (não publicado)
genótipos para produção de grãos são de qualidade superior, com maior energia digestível, entretan-to, produzem metade a um terço de forragem que os tipos altos. As plantas de sorgo devem ser ensi-ladas no estádio de grãos leitosos a grãos em massa, pois além des-se ponto decaem muito em quali-dade. Apesar dos sorgos poderem produzir mais biomassa que o mi-lho, a silagem é menos palatável e digestível que a silagern de milho (FONTANELI et al. 2012).
O método de pastejo rotativo deve ser priorizado. Os ciclos de pastejo são de 2 a 3 semanas, com período de utilização de no máxi-mo 3 dias por ciclo. Semelhante ao milheto com obrigatoriedade de não iniciar pastejo antes de as plantas atingirem 0,5 m de altura pelo risco de intoxicação por ácido cianídrico.
Época de semeadura: mesma do milheto, de setembro a feverei-ro.
Densidade: 10 a 15 kg/ha de sementes (híbridos) e de 15 a 25 kg/ha (capim-sudão). À lanço indica-se no mínimo 15 kg/ha de sementes. A profundidade de se-meadura é de 2 a 3 em.
Cultivares: BRS Estribo (ca-pim-sudão)
Híbridos para pastejo (com gene BMR que confere baixo teor de lignina): BRS 810, AG 2501, Jumbo, Supremo, Nutribem, Nu-grass 900F e ACA 717.
Híbridos para silagem repre-sentativos são BRS 655, BRS 658, Maxisilo, Qualysilo, Chopper, Do-minator e ACA 711.
11
Edição 167 -plantiodireto.com.br(C)Milho galpão ou
recém co
l
hido em alta
densidade
(Zea mays)
Milho é a cultura mais usada no mundo para silagem devido a elevada produtividade e valor nu-tritivo (energia digestível). Tam-bém é a segunda cultura em área cultivada no Brasil e terceira no Rio Grande do Sul, após soja e ar
-roz. A maior parte do milho brasi-leiro é produzido na safrinha (se-gunda safra), na estação das águas, após a safra de soja, especialmen-te no Cerrado.
Milho é uma espécie anual,
ereta, com ausência ou baixíssimo perfilhamento que demanda culti-vo em alta densidade para pastejo e, quando consorciado evidencia-se superioridade aos cultivos sol-teiros.
O valor nutritivo do milho para pastejo está relacionado ao arranjo de plantas, diferentes den-sidades de semeadura, espaça-mento entre linhas e arquitetura de planta, além do estádio de de-senvolvimento e relação colmo/ folha. Além do cultivo singular ou solteiro, o milho pode ser con-sorciado com soja anual, também para pastejo dos animais (Tabela 2). Em pastoreio, um aspecto rele-vante para se evitar a compactação do solo, é colocar os animais em pastoreio quando o solo não apre-sentar excesso de umidade.
A proposta de semeadura tardia para produção animal na região Sul é, também, uma safri-nha ou segunda safra (de leite e
a 13.534 b 11.613 12.574 a b 8.900 9.743
carne), sem pretensão de colher grãos e sim, contribuir para pro-dução de forragem de baixo custo e de qualidade elevada. Não existe "semente" de forrageira de menor custo quando estamos colhendo o milho.
Zimmermann e Fontane-li (não publicado) obtiveram de 11,2 a 13,4 toneladas/ha de massa seca total de milho nas densida-des de 75 mil a 300 mil plantas/ ha, em semeadura realizada em 26 de fevereiro. Os autores não ob-tiveram diferença no rendimento de biomassa seca em função das densidades estudadas, mas o mi-lho varietal BRS Missões superou o híbrido simples BRS 1002 (13,6 x 11,5 toneladas/há de MS). Esses genótipos de milho consorciados com soja, nas populações de 100 mil a 200 mil plantas/ha, obtive-ram melhor desempenho na me-nor densidade de soja. (Tabela 2).
Época de semeadura: de agosto a fevereiro (tardia: dezem-bro a fevereiro). Variedades: BRS Missões, BRS Planalto e outras. Híbridos: BRS 1002 e cente-nas de outros Densidade: 50 a 80 kg/ha de grãos. Os grãos recém colhidos de-vem ser uniformizados em penei-ra papenei-ra facilitar a semeadura.
Espaçamento: reduzido, de 0,35 a 0,70 m. Quando consorcia-do, a soja deve ser se meada nas mesmas linhas ou nas entrelinhas de milho.
Pastejo: método de pastejo rotativo. O primeiro pastejo deve
ocorrer quando as plantas
atingi-r
e
m
o
es
t
ádio de des
envol
vi
ment
o
V6
,
de
i
xando
u
m re
síduo de 0
,15 a
0,20 m
.
N
esse estád
i
o o
m
eris
t
ema
de crescimento ain
d
a se encon
t
ra
pr
óximo ao solo, possibi
l
itando
o
rebrote das plantas de m
il
ho
.
Ocor
re dano pelos animais, arran
-cando
p
la
n
tas,
mas sem compro
-me
t
er o estande p
ara o segundo e
demai
s
pa
s
te
j
os
.
O
l
i
mi
t
e de utili
-z
a
ção é
a
oco
r
rê
n
ci
a de geada,
qu
e
c
r
esta o resí
duo
.
Adubação das
forrageiras anuais
A
adubação deve seguir as
indica
ç
ões do Manual de Calagem
e Adubação pa
r
a os estados do
Rio Gran
d
e do
S
ul e Santa Catari
-na (MAN
U
AL
..
.,
2
016) baseado nas
análises de solo.
Ad
u
bação de
cobertura
nitrogenada
Como o potencial de pro
d
u
-ção de biomassa é inferior ao mi
-lho semeado no início
d
a prima
-vera' o responsável técnico
po
de
optar por adubação de cobert
u
ra
fracionada
.
Além da adubação
d
e
semeadura
,
pode optar por fazer a
cobertura após o primeiro ciclo
d
e
pastejo, no es
t
ádio V6. S
u
gere
-
se
considerar que a
t
ecno
l
ogia pode
apor
t
ar metade a 2/3 do potencia
l
produtivo de biomassa
.
Deve ser
considerado também o cul
t
ivo an
-terior, se leguminosa ou gramínea
e a quantidade de massa seca
pro-duzida
.
Corte verde
O milho pode ser cultivado
também para ser colhido
mecani-camente e fornecido no coxo aos
animais
.
Ocorte geralmente é feito
ma
i
s em e
s
tádio mais avançado
,
mas para manter um bom valor
nutritivo, deve ser realizado antes
do estádio
r
eprodutivo
.
Neste caso
,
a colheita
é
única
,
devido ao
bai-xo potenc
ia
l de rebrote do mi
l
ho
,
que foram se
l
ecionados p
a
ra não
perfilharem, diferente do m
i
lheto,
s
orgo
s e m
e
smo
m
ilhos forragei
-r
os
,
co
mo o
t
eos
i
n
t
o ou dente-de
-b
ur
r
o
.
O teosinto é provavelmente
o ancestral do milho ou milho
pri-m
it
ivo.
Ensilagem
Ess
a
te
c
nologia pod
e ser
u
ti
-lizada
p
a
ra pr
od
uçã
o
d
e um
a
se-gunda
s
ilagem
,
o
u s
e
ja,
s
a
frinha
.
Geralmente
,
na m
aio
r
p
art
e
da re
-gião Sul
,
não é
c
onseguido o
está-dio de desenvolvimento adequado
para ensilar, neste caso pode ser
utilizada o pré
-
murchamento p
a
ra
aproximar do teor d
e
umidade
ide-al, que geralmente
é
rep
o
r
ta
do de
32 a 38% de umidade
.
Considerações finais
Espécies forrage
i
ras anuais
de estação quente (verão), embo
-ra ex
i
gentes em fert
i
lidade e baixa
tolerância ao encharcamento tem
baixo cus
t
o por unidade de massa
seca produz
i
da.
Essas
forrageiras
apresen
-tam elevado valor nu
t
ritivo, são
a
p
e
t
ecíveis, com baixa
concentra-ção de fibra e elevada digestib
i
li
-dade quando manejadas no inter
-va
l
o indicado, com plant
a
s com 0,5
m a 0,8 m de altura.
A produtividade reduz a
me-dida
q
ue o período de semeadura
é pos
t
er
g
ado
,
mas mesmo em
épo-cas tardias
,
como segunda safra
,
são a
t
ra
t
ivas,
pois
ap
r
esentam
cus
t
o relativamente ba
i
xo de
se-mentes e rendimento de biomassa
próximo aos obtidos com as
espé-cies de inverno durante toda a
es-tação de crescimento.
A sup
l
ementação energética
com rações formuladas não são
dispensadas mesmo com elevada
ofer
t
a de
f
orragem outonal para
animais
altamente
produtivos.
Muitas vezes pode se
r
resumida
ao forn
e
cimento de grãos de ce
r
e
-ais de
v
erão como milho
,
sorgo e
milheto
,
ou
d
e ce
r
ea
i
s de inverno
como cev
a
da
,
trigo
,
trit
i
c
ale
e avei
a
branca
.
Referências
FONTANELI. R.S. Planejamento de pastagens: melhor caminho para produção deleite com qualidade e menor custo.
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