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17º Encontro de Endocrinologia Feminina

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Academic year: 2021

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11 e 12 de junho/2021 – Evento Online

17º Encontro de Endocrinologia Feminina

(3)

Programa ...8

Trabalhos Científicos ...11

Resumos ...12

Hiperandrogenismo e PCOS ... 13

1. Síndrome dos Ovários policísticos: variáveis clínicas e laboratoriais relacionadas a diferentes fenótipos utilizado algoritmo de machine learning ...14

KARINA B. GOMES; ISMAEL S. SILVA; CLÁUDIA N. FERREIRA; LUANA B. X. COSTA; FERNANDO M. REIS; ANA L. CANDIDO; ADRIANO A. VELOSO 2. Influência da suplementação de ácido graxo n-3 em marcadores de inflamação e de estresse oxidativo em pacientes com Síndrome dos Ovários Policísticos: uma revisão sistemática e meta-análise de ensaios clínicos randomizados. ... 15

JÉSSICA A. G. TOSATTI; MICHELLE T. ALVES; ADRIANA F. S. FONTES; ANA L. CÂNDIDO; FERNANDO M. REIS; VÂNIA E. ARAÚJO; KARINA B. GOMES 3. Influência do tratamento com metformina no hiperandrogenismo em mulheres com a Síndrome dos Ovários Policísticos: uma revisão sistemática e meta-análise de ensaios clínicos randomizados. ...16

ADRIANA F. S. FONTES; FERNANDO M. REIS; ANA LÚCIA CÂNDIDO; KARINA B. GOMES; JÉSSICA A. G. TOSATTI 4. Avaliação da ingestão dietética, perfil metabólico e hormonal em mulheres com síndrome dos ovários policísticos: estudo prospectivo ...17

(4)

6. Efetividade e segurança do uso da espironolactona em pacientes

hirsutas com PCOS: um estudo de vida real ...19

THAIS AREIAS DE OLIVEIRA; LUCAS BANDEIRA MARCHESAN; GUSTAVO DA SILVA BORBA; LETICIA KORTZ MOTTA LIMA; POLI MARA SPRITZER

Menopausa... 20

7. Deficiência de vitamina D e polimorfismos do gene VDR em mulheres na pós-menopausa: associações com pressão arterial

de acordo com as diretrizes do ACC/AHA de 2017 ...21

BETÂNIA RODRIGUES DOS SANTOS; GISLAINE CASANOVA; THAIS RASIA DA SILVA; LUCAS BANDEIRA MARCHESAN; KAREN OPPERMANN; POLI MARA SPRITZER

8. Hiperandrogenismo pós menopausa em paciente com nódulo

adrenal: um desafio diagnóstico ...22

ESTHER HERNÁNDEZ FANTIN; MIZAÉLI DA SILVA RODRIGUES; SAMIRA MOHAMAD BJAIGE COLLINS; MARLON ROBERTO FIORENTINI; IURI MARTIN GOEMANN

9. Eventos cardiovasculares em mulheres usuárias de tibolona na

pós-menopausa: uma revisão sistemática ...23

GISLAINE CASANOVA; GENEVIÈVE PLU-BUREAU; POLI MARA SPRITZER

10. Efeitos da progesterona micronizada associada ao gel de

estradiol sobre sintomas climatéricos em mulheres pós-menopáusicas ...24

LETÍCIA KORTZ MOTTA LIMA; TAYANE MUNIZ FIGHERA; GISLAINE CASANOVA; POLI MARA SPRITZER

11. Individualização Terapêutica no Tratamento do Diabetes Mellitus

em Mulheres Idosas do Sul do Brasil ...25

EDUARDA HERSCOVITZ JAEGER; GABRIELA DI LORENZO GARCIA SCHERER; GIOVANA BERGER DE OLIVEIRA; ISADORA NUNES ERTHAL; JULIA BELATO TEIXEIRA; JANINE ALESSI; GABRIELA HEIDEN TELO; BEATRIZ D. SCHAAN

Transgeneridade ... 26

12. Voz e qualidade de vida de homens trans em uso de terapia

hormonal de afirmação de gênero ...27

ELIANE DIAS DA SILVA; KARINE SCHWARZ; TAYANE MUNIZ FIGHERA; MARIA INÊS R. LOBATO; ANNA PAULA VILLAS-BÔAS; POLI MARA SPRITZER

(5)

14. Doença cardiovascular subclínica em indivíduos transgêneros em uso de terapia hormonal de afirmação de gênero (THAG):

uma revisão sistemática. ...29

ROBERTA M. C. MOREIRA ALLGAYER; GUSTAVO BORBA; RAMON BOSSARDI; POLI MARA SPRITZER

15. Função sexual de pessoas com incongruência de gênero que

fazem uso de terapia hormonal ...30

THAYS MARINA RONCATO BARCELOS; MARIA RITA LERRI; SILVIO ANTONIO FRANCESCHINI; LUCIA ALVES DA SILVA LARA

16. Características clínicas e sociodemográficas de pessoas com

incongruência de gênero ...31

THAYS MARINA RONCATO BARCELOS; MARIA RITA LERRI; SILVIO ANTONIO FRANCESCHINI; LUCIA ALVES DA SILVA LARA

17. Características clínicas, hormonais e osteomusculares em

homens trans com mais de 50 anos: uma série de casos ...32

ELIANE DIAS DA SILVA; TAYANE MUNIZ FIGHERA; POLI MARA SPRITZER

18. Seguimento clínico de mulheres trans após os 48 anos e cirurgia

de afirmação de gênero: relato de quatro casos ...33

GUSTAVO DA SILVA BORBA; TAYANE MUNIZ FIGHERA; POLI MARA SPRITZER

Adolescência ... 34

19. Resistência à insulina na peri e pós-menarca em meninas de

duas capitais do norte e sul do Brasil ...35

IVANICE FERNANDES BARCELLOS GEMELLI; THAIS RASIA SILVA; EDSON DOS SANTOS FARIAS; MARIA TERESA ANSELMO OLINTO; POLI MARA SPRITZER

20. Associação entre a estatura de adolescentes brasileiras e fatores socioeconômicos: análise do Estudo de Riscos Cardiovasculares

em Adolescentes (ERICA) ...36

GIOVANA BERGER DE OLIVEIRA; CLARA KRUMMENAUER MARASCHIN; ANDREA AULER; AMANDA CHEUICHE; FELIPE CUREAU; JANINE

(6)

22. O impacto da pandemia de COVID-19 nos hábitos de vida de

meninas com Diabetes Mellitus tipo 1 ...38

ISADORA NUNES ERTHAL; GABRIELA DI LORENZO GARCIA SCHERER; GIOVANA BERGER DE OLIVEIRA; JULIA BELATO TEIXEIRA; JANINE ALESSI; BEATRIZ D. SCHAAN; GABRIELA HEIDEN TELO

23. Associação do Índice TyG e insulina em jovens de 22 anos de

idade ...39

TÚLIO LOYOLA CORREA; DEISE FARIAS FREITAS; CLARICE BRINCK BRUM; ISABEL OLIVEIRA DE OLIVEIRA

Gestação ... 40

24. Perfil de expressão de microRNAs em placentas de gestantes diagnosticadas com Diabetes Mellitus Gestacional por meio de

revisão sistemática e análise de vias biológicas reguladas ...41

JULIANA DE OLIVEIRA CRUZ; JÉSSICA ABDO GONÇALVES TOSATTI; IZABELA MAMEDE COSTA ANDRADE DA CONCEIÇÃO; KARINA BRAGA GOMES; MARCELO RIZZATTI LUIZON

25. MicroRNAs e seus potenciais genes-alvo em vias biológicas

relacionadas a fisiopatologia da Pré-eclâmpsia ...42

GRAZIELE PIMENTEL COELHO ALMEIDA; IZABELA MAMEDE COSTA ANDRADE DA CONCEIÇÃO; JOÃO RAFAEL GONÇALVES PEREIRA; KARINA BRAGA GOMES; MARCELO RIZZATTI LUIZON

26. Predição do sucesso de gestação utilizando algoritmos de machine learning após procedimentos de fertilização in vitro

realizados por um serviço de atendimento público de saúde ...43

NAYARA C. N. BARRETO; GIULIA Z. DE CASTRO; RAMON G. PEREIRA; FRANCISCO A. N. PEREIRA; FERNANDO M. REIS; WAGNER M. JUNIOR; INES K. D. CAVALLO; KARINA B. GOMES

27. Gestações complicadas por diabetes tipo 1 em serviço de

pré-natal de referência do Sul do Brasil ...44

GABRIELA OLIVEIRA GONÇALVES MOLINO; ROBERTA DE PÁDUA BORGES; BEATRIZ D’AGORD SCHAAN

Menacme ... 45

28. O impacto da pandemia do COVID-19 na qualidade do atendimento de mulheres com diabetes tipo 1 em hospital

(7)

29. Efeitos de uma teleintervenção em desfechos de saúde mental em uma coorte de mulheres com diabetes mellitus durante a

pandemia de COVID-19 ...47

JANINE ALESSI; GIOVANA BERGER DE OLIVEIRA; ALICE SCALZILLI BECKER; CAROLINA PADILLA KNIJNIK; GABRIEL LUIZ KOBE; BIBIANA AMARAL; GABRIELA HEIDEN TELÓ; BEATRIZ D. SCHAAN

30. Diabetes mellitus e viés da obesidade: avaliação da intensificação

do tratamento farmacológico em mulheres com e sem obesidade. ...48

GABRIELA D. L. G. SCHERER; JANINE ALESSI; GIOVANA BERGER DE OLIVEIRA; ISADORA NUNES ERTHAL; JULIA BELATO TEIXEIRA; EDUARDA HERSCOVITZ JAEGER; BEATRIZ D. SCHAAN; GABRIELA H. TELÓ

31. Avaliação do uso de contracepção em mulheres com diabetes ...49

CAROLINE R. GERHARDT; GEÓRGIA T. C. PULZ; FABÍOLA SATLER; CRISTIANE B. LEITÃO

32. O gráfico de Gantt é uma ferramenta apropriada para detectar

duplicidade de casos em publicações de séries de casos. ...50

ANGELA J. REICHELT; VANESSA K. GENRO; VÂNIA N. HIRAKATA; MARIA LÚCIA R. OPPERMANN

(8)

Programa

11 de junho – Sexta-feira

Simpósio 1 – Atualização em Climatério e Terapia Hormonal

Moderadora - dolores Pardini (sP)

8h Terapia hormonal na menopausa: como individualizar doses e vias de

administração? – Maria Celeste Wender (RS)

8h20 Tibolona: quando prescrever e como acompanhar? – Gislaine Casanova (RS)

8h40 Doenças da tireóide na transição menopáusica e pós-menopausa – Rafael

Scheffel (RS)

9h Perguntas e respostas

9h20 Intervalo

Simpósio 2 – Efetividade, segurança e perspectivas no uso de hormônios em mulheres adultas

Moderador - ricardo Meirelles (rJ)

9h30 Testosterona e DHEA na mulher: quando indicar? É possível prescrever? –

Alexandre Hohl (SC)

9h50 Terapia de reposição com GH em mulheres adultas com deficiência de GH –

Cesar Boguszewski (PR)

10h10 Indivíduos transgêneros no esporte: desafios atuais – Rogério Friedman (RS) 10h30 Perguntas e respostas

10h50 Intervalo

Simpósio 3 – Temas atuais em endopediatria e adolescência

Moderador - luiz claudio Gonçalvesde castro (dF)

11h05 Baixa estatura em meninas: quando e como prescrever GH? – Margaret Boguszewski (PR)

11h25 Puberdade precoce em meninas: como avaliar e tratar – Leila Pedroso de Paula (RS)

11h45 Dismenorreia: quando suspeitar de causas orgânicas (em espanhol) – Selva Lima (Uruguai)

(9)

Simpósio 4 – Desafios em Contracepção

Moderadora - carolina sales vieira (sP)

14h Contracepção na paciente diabética – Mônica de Oliveira (PE)

14h20 Contraception in breast/gynaecological cancer survivors (Contracepção

em sobreviventes de câncer de mama/ginecológico) (em inglês) – Anne Gompel (Paris, França)

14h40 Implante de etonogestrel: quando indicar e como acompanhar – Cristina Guazelli (SP)

15h Por que devemos promover o uso de contraceptivos de longa duração – Luis

Bahamondes (SP) 15h20 Perguntas e respostas

15h50 Intervalo 16h05 Abertura

Simpósio 5 – Tratamento da deficiência em 21-hidroxilase e Síndrome dos ovários policísticos: evidências atuais e perspectivas

Moderadora - ruth claPauch (rJ)

16h10 Tratamento e seguimento de mulheres com deficiência em 21-hidroxilase – Tânia Bachega (SP)

16h30 Opções terapêuticas no hiperandrogenismo em mulheres com PCOS – Poli Mara Spritzer (RS)

16h50 Tratamento da obesidade e comorbidades associadas em mulheres com PCOS – Lucas Marchesan (RS)

17h10 Manejo da infertilidade em mulheres com PCOS – Rui Ferriani (SP) 17h30 Perguntas e respostas

12 de junho – Sábado

8h Conferência Hormones and Breast Cancer: state of the art (Hormônios e

Câncer de Mama - Estado da Arte) (em inglês) – Anne Gompel (Paris, France) Presidente: Poli Mara Spritzer (RS)

(10)

10h Agonistas dopaminérgicos e gestação em mulheres com prolactinomas: bromocriptina ou cabergolina? – Marcello Bronstein (SP)

10h20 Perguntas e respostas

10h50 Intervalo

Simpósio 7 – Estresse, reprodução e função sexual

Moderador - João sabino l. cunha Filho (rs)

11h Estresse e endometriose: causa ou consequência? – Fernando Marcos dos

Reis (MG)

11h20 Função sexual e qualidade de vida em mulheres com insuficiência ovariana primária – Cristina L Benetti-Pinto (SP)

11h40 Perda reprodutiva recorrente. Como abordar? (em espanhol) – Alejandro Manzur (Santiago, Chile)

12h Perguntas e respostas

12h20 Intervalo

Simpósio 8 – Atualização em osteoporose e sarcopenia

Moderadora - Marise lazaretti castro (sP)

14h Manejo da baixa massa óssea na pré-menopausa – Tayane Fighera (RS)

14h20 Osteoporose: quando é hora de mudar a terapia? – Dalisbor Weber Silva (SC) 14h40 Ingestão de proteínas e massa muscular na pós-menopausa – Thais

Rasia (RS)

15h Sarcopenia: vale a pena investigar? – Victória Borba (PR)

15h20 Perguntas e respostas

15h50 Intervalo

Simpósio 9 – Desafios em transgeneridade

Moderadora - Karen de Marca seidel (rJ)

16h05 Impacto do ICD-11 sobre a atenção multidisciplinar de pessoas trans que buscam o tratamento hormonal de afirmação de gênero no Brasil – Maria Inês Lobato (RS)

16h25 Como abordar o indivíduo transgênero que chega no consultório – Amanda Athayde (RJ)

16h45 Posicionamento conjunto SBEM/SBPC/CBR: cuidando de pacientes transgênero – Elaine Frade da Costa (SP)

17h05 Preservação da fertilidade em indivíduos trans: quais as opções e como proceder – Mariangela Badalotti (RS)

(11)

Trabalhos Científicos

Comissão de Avaliação dos Trabalhos

Alexandre Hohl

Andrea Prestes Nacul

Dolores Pardini

Elaine Frade Costa

(12)
(13)

Hiperandrogenismo e

PCOS

(14)

1.

Síndrome dos Ovários policísticos: variáveis

clínicas e laboratoriais relacionadas a diferentes

fenótipos utilizado algoritmo de machine

learning

KARINA B. GOMES; ISMAEL S. SILVA; CLÁUDIA N. FERREIRA; LUANA B. X. COSTA; FERNANDO M. REIS; ANA L. CANDIDO; ADRIANO A. VELOSO

Universidade Federal de Minas Gerais.

Introdução: A Síndrome dos Ovários Policísticos (SOP) é um distúrbio multifatorial,

caracterizado por ciclos anovulatórios, hiperandrogenismo e ovários policísticos, sendo a endocrinopatia mais frequente em mulheres em idade reprodutiva. Machine learning (ML) é a área da inteligência artificial que se concentra em como os computadores aprendem a partir de dados, com foco em algoritmos de computação preditivos. Objetivos: Definir as variáveis clínicas e laboratoriais mais relevantes para predizer o desenvolvimento da SOP e estratificar as pacientes em diferentes grupos fenotípicos (clusters) utilizando algoritmos de ML. Métodos: Foram incluídas 51 variáveis de um banco de dados comparando 72 pacientes com SOP e 73 mulheres hígidas. Os grupos foram avaliados de 2011 a 2013, selecionados no Hospital das Clínicas da UFMG. Estas variáveis incluíam dados antropométricos, polimorfismos e níveis séricos de citocinas, haptoglobina, micropartículas, perfil lipídico e glicídico, proteína C reativa (PCR), perfil hormonal, parâmetros hemostáticos, comorbidades, hábitos de vida e histórico familiar de diabetes mellitus/hipertensão. O método de BorutaShap, seguido do algoritmo de Random Forest, foram aplicados para selecionar as variáveis mais importantes na predição da SOP. Posteriormente, estas variáveis foram utilizadas pelo próprio algoritmo para classificar as pacientes com SOP em clusters. Foram utilizadas programação em linguagem Python e implementação scikit-learn Random Forest. Foram considerados significativos valores de p<0,05. O presente estudo teve aprovação pelo Comitê de Ética em Pesquisa da UFMG.

Resultados: Dentre as 51 variáveis investigadas, foram selecionadas pelo algoritmo em ordem

decrescente de importância: produto de acumulação lipídica (LAP), circunferência abdominal, nível de TAFI, IMC, níveis de testosterona, insulina e HDL, idade, 17-OH-progesterona, prolactina, FSH, PCR, HOMA-IR, triglicérides, e presença de diabetes mellitus em um dos genitores, como variáveis preditoras da SOP. A utilização em conjunto destas variáveis pelo algoritmo apresentou uma acurácia de 86%, sensibilidade de 84%, especificidade de 88% e área sob a curva ROC de 98% na predição da doença. As pacientes com SOP foram classificadas em dois clusters – no primeiro, as pacientes apresentaram similarmente maiores níveis de prolactina, testosterona e FSH, enquanto no segundo cluster as pacientes apresentaram maiores níveis de TAFI, insulina, PCR, e valores mais elevados de HOMA-IR, IMC e circunferência abdominal.

Conclusões: O algoritmo desenvolvido pode ser aplicado na predição da SOP a partir das

variáveis selecionadas. O mesmo algoritmo foi capaz de dividir o grupo SOP em dois grupos fenotipicamente diferentes: um com maior comprometimento na via androgênica; e outro com comprometimento no metabolismo de glicose, hemostasia e obesidade. Estes resultados podem guiar condutas mais personalizadas e eficazes para o tratamento da SOP. Apoio: CNPq e CAPES.

(15)

2.

Influência da suplementação de ácido graxo

n-3 em marcadores de inflamação e de estresse

oxidativo em pacientes com Síndrome dos

Ovários Policísticos: uma revisão sistemática e

meta-análise de ensaios clínicos randomizados.

JÉSSICA A. G. TOSATTI1; MICHELLE T. ALVES1; ADRIANA F. S. FONTES1; ANA L.

CÂNDIDO2; FERNANDO M. REIS2; VÂNIA E. ARAÚJO1; KARINA B. GOMES1

1 Faculdade de Farmácia, Universidade Federal de Minas Gerais, Belo Horizonte, Minas

Gerais – Brasil; 2 Faculdade de Medicina, Universidade Federal de Minas Gerais, Belo

Horizonte, Minas Gerais – Brasil.

Introdução: A síndrome dos ovários policísticos (SOP) é definida como uma doença

endócrina reprodutiva que resulta em um estado inflamatório e pró-oxidante de baixo grau. Fatores dietéticos, incluindo ácidos graxos n-3, podem ter um papel importante na melhora dos distúrbios metabólicos em pacientes com SOP. Objetivo: Investigar a influência da suplementação de ácido graxo n-3 em marcadores de inflamação e de estresse oxidativo em pacientes com SOP. Métodos: Uma revisão sistemática da literatura foi realizada nas bases de dados eletrônicas Medline/PubMed, CENTRAL, Scopus e Lilacs, até novembro de 2019 por ensaios clínicos randomizados placebo-controlados que avaliaram os níveis de marcadores inflamatórios e de estresse oxidativo, em mulheres com SOP, sob suplementação com ácidos graxos n-3 e comparadas a um grupo controle. As estimativas combinadas das diferenças médias ponderadas e as diferenças padronizadas foram calculados. Modelos de efeitos aleatórios foram adotados para medir os resultados agrupadas. Valores significativos foram considerados como p <0,05 com o IC de 95%. Resultados: Entre os 323 estudos recuperados, dez preencheram os critérios de inclusão para a meta-análise. Foi observada uma diminuição significativa na concentração de hs-PCR [SMD = -0.29 (IC95%: -0.56 a –0.02) mg/l; I2 = 38%, p = 0.14)] e um aumento nos níveis de adiponectina [WMD = 1.42 (IC95%: 1.09 a 1.79) ng/ml; I2 = 5%, p = 0.38)] no grupo intervenção com ômega-3, quando comparados com o grupo placebo. Nenhum resultado significativo foi encontrado na meta-análise para a concentração de visfatina, óxido nítrico, GSH malondialdeído e capacidade antioxidante total. Conclusão: Os resultados sugerem que a suplementação com ácidos graxos n-3 pode reduzir o estado inflamatório em mulheres com SOP, por meio da diminuição da hs-PCR e aumento dos níveis de adiponectina. Apoio: CNPq e CAPES.

(16)

3.

Influência do tratamento com metformina

no hiperandrogenismo em mulheres com a

Síndrome dos Ovários Policísticos: uma revisão

sistemática e meta-análise de ensaios clínicos

randomizados.

ADRIANA F. S. FONTES1; FERNANDO M. REIS2; ANA LÚCIA CÂNDIDO2; KARINA

B. GOMES1; JÉSSICA A. G. TOSATTI1

1 Faculdade de Farmácia, Universidade Federal de Minas Gerais, Belo Horizonte, Minas

Gerais – Brasil; 2 Faculdade de Medicina, Universidade Federal de Minas Gerais, Belo

Horizonte, Minas Gerais – Brasil.

Introdução: A Síndrome dos Ovários Policísticos (SOP) é uma doença endócrina heterogênea,

caracterizada por oligo e/ou anovulação, sinais clínicos e/ou bioquímicos de hiperandrogenismo ou ovários policísticos. Uma das principais complicações da SOP é a resistência à insulina (RI), levando à hiperinsulinemia. O excesso de insulina está diretamente relacionado com o aumento da produção de hormônios androgênios, e desta forma, o uso de metformina para controle da RI, poderia levar à redução do hiperandrogenismo nessas pacientes. Objetivo: Avaliar os efeitos do tratamento com metfomina nos níveis de testosterona em pacientes diagnosticadas com SOP. Métodos: Foi realizada uma revisão sistemática com meta-análise de ensaios clínicos randomizados, a partir das recomendações do The Cochrane Handbook for Systematic Reviews of Interventions. Para tanto, foram realizadas buscas na literatura abrangente, incluindo as bases de dados eletrônicas Medline/Pubmed, CENTRAL, Embase, Cinahl, WOS, Lilacs, Scopus e Scielo. A meta-análise foi conduzida a partir das diferenças médias entre os valores de testosterona total (ng/dL) no início e final do estudo, utilizando-se efeitos fixos. Valores significativos foram considerados como p <0,05 com o IC de 95%.

Resultados: Foram selecionados 2058 artigos e, após a seleção de acordo com os critérios

de inclusão e exclusão previamente determinados, foram incluídos 9 artigos nas avaliações qualitativa e quantitativa (meta-análise) do estudo. Foi observada uma redução significativa nos níveis médios de testosterona total entre as pacientes com SOP que receberam tratamento com metformina, quando comparadas ao grupo placebo [SMD = -5.63 (IC95%: -10.18 a -1.08) ng/dL; I2 = 18%, p = 0.28)]. Conclusão: Os resultados sugerem que a metformina apresenta eficácia, além da redução da RI, no controle do hiperandrogenismo em pacientes com SOP. Apoio: CNPq.

(17)

4.

Avaliação da ingestão dietética, perfil

metabólico e hormonal em mulheres com

síndrome dos ovários policísticos: estudo

prospectivo

ANDRESSA YAVORIVSKI1,2; THAÍS RASIA SILVA1,2; LUCAS MARCHESAN1,2; POLI

MARA SPRITZER1,2,3

1 Unidade de Endocrinologia Ginecológica, Serviço de Endocrinologia, Hospital de

Clínicas de Porto Alegre (HCPA); 2 Programa de Pós-Graduação em Ciências Médicas:

Endocrinologia e Metabologia Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS);

3 Laboratório de Endocrinologia Molecular, Departamento de Fisiologia, UFRGS, Porto

Alegre, RS.

Introdução: A Síndrome dos Ovários Policísticos (PCOS) é o distúrbio endócrino mais

comum em mulheres em idade reprodutiva, sendo a resistência à insulina (RI) associada com acúmulo de gordura visceral e hiperandrogenismo nessa população. A definição da dieta mais adequada para mulheres com PCOS ainda não foi estabelecida. Objetivo: Avaliar ingestão dietética, composição corporal, perfil glico-insulínico e hormonal antes e depois do seguimento de uma coorte de mulheres com PCOS. Metodologia: estudo piloto de coorte prospectivo com 19 mulheres diagnosticadas com PCOS pelos critérios de Rotterdam (idade: 24,8±7,7 anos, IMC: 29,8±5,8kg/m2), incluídas em dois estudos prévios da Unidade de Endocrinologia Ginecológica/HCPA e reavaliadas após 6,9±2,4 anos. Durante o seguimento, as participantes receberam tratamento farmacológico convencional e orientação sobre hábitos de estilo de vida saudável, mulheres com obesidade tiveram a prescrição de dieta hipocalórica. Foram realizadas avaliação dietética através de questionário de frequência alimentar e de atividade física habitual por pedômetro. Composição corporal foi analisada por DXA, gasto energético basal (TMR) por calorimetria indireta e dosagens de glicemia, insulina, SHBG e testosterona total (TT) também foram determinadas no início e ao final do estudo. Resultados parciais: Ao final do seguimento, a atividade física não se alterou, mas houve redução na TMR (-252,3, IC95% -372,1 a -132,5 kcal/dia; P=0,001), na insulina de jejum (-10,8, IC95% -18,6 a -3,0 mcUI/mL; P=0,007) e no HOMA-IR (-2,2, IC95% -3,9 a -0,5; P=0.014). Ainda, TT diminuiu (0,62±0,07 vs.0,41±0,05 ng/dL; P<0,001) e SHBG aumentou (24,9±2,1 vs. 48,0±9,3; P=0,014). Composição corporal e glicemia permaneceram inalteradas. O consumo de calorias proveniente de carboidratos reduziu (-6,0, IC95% -10,6 a -1,4 %; P=0,010), enquanto o de proteína e de lipídios (incluindo monoins aturados) aumentaram após o seguimento. Conclusão: Dados preliminares com tamanho amostral ainda restrito indicam que a avaliação e o acompanhamento multidisciplinar de mulheres com PCOS foram associados a mudanças no padrão dietético, bem como melhora na RI e hiperandrogenismo. Apoio: FIPE, HCPA; INCT em Hormônios e Saúde da Mulher.

(18)

5.

Perfil cardiometabólico em mulheres com PCOS

na América Latina: revisão sistemática

LUCAS BANDEIRA MARCHESAN1,2A; RAMON BOSSARDI RAMOS2A; MONICA DE

OLIVEIRA3; POLI MARA SPRITZER1,2,4

1 Unidade de Endocrinologia Ginecológica, Serviço de Endocrinologia, Hospital de

Clínicas de Porto Alegre (HCPA), Porto Alegre, Brasil; 2 Programa de Pós-Graduação em

Endocrinologia, Faculdade de Medicina, Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, RS, Brasil; 3 Instituto de Medicina Integral Professor Fernando Figueira Hospital,

Recife, Pernambuco, Brasil; 4 Departamento de Fisiologia, Universidade Federal do Rio

Grande do Sul, Porto Alegre, RS, Brasil. a Estes autores contribuíram igualmente para este

trabalho.

Introdução: A Síndrome dos Ovários Policísticos (PCOS) é uma doença endócrina frequente e

sua expressão clínica pode ser influenciada pela etnia e fatores socioculturais. Apesar de sua alta prevalência, poucos estudos estão disponíveis sobre as características clínicas de mulheres com PCOS de países da América Latina (AL). Objetivo: Realizar uma revisão sistemática da literatura sobre alterações cardiometabólicas em mulheres da AL com PCOS. Métodos: Foram pesquisadas as bases de dados da EMBASE, MEDLINE, Cochrane Central Register of Controlled Trials para estudos publicados até 31 de julho de 2019. Resultados: Dos 4878 estudos identificados, 41 estudos observacionais transversais e caso-controle foram incluídos na revisão sistemática, sendo 3 da Argentina, 27 do Brasil, 8 do Chile, 1 do México e 2 da Venezuela. Quatro estudos (1 da Argentina e 3 do Chile) utilizaram os critérios do NIH, em 2 da Venezuela o diagnóstico foi definido pelos autores e os demais estudos adotaram os critérios de Rotterdam. Os fenótipos A ou B de Rotterdam foram os mais prevalentes (65.8% a 87.5%). Vinte e cinco estudos compararam PCOS a controles. O IMC (24.2 a 33.3 kg/m²) e a circunferência da cintura (74 a 99 cm) foram maiores nas pacientes com PCOS em 13 de 25 estudos. A pressão arterial sistólica e/ou diastólica foi mais elevada nas PCOS em 9 de 15 estudos. A glicose (79 a 125.2 mg/dL) e o HOMA-IR (1,5 a 5,39) foram mais elevados nas PCOS, em 6 de 21 e em 13 de 17 estudos, respectivamente. O HOMA-IR foi igual ou superior a 2,5 nas PCOS em 12 estudos. Em relação ao perfil lipídico, pacientes com PCOS apresentaram valores maiores para triglicerídeos (11 em 17 estudos, 81 a 157.8 mg/dL), colesterol total (8 em 17, 167 a 209.7 mg/ dL) e LDL (6 em 15, 88.6 a 127.3 mg/dL) e menores valores para HDL (10 em 18, 37.7 a 53.2 mg/ dL). Conclusões: Embora os estudos considerados sejam observacionais, incluindo em sua maioria amostras pequenas, os resultados desta revisão sistemática indicam que mulheres com PCOS de diferentes regiões da América Latina apresentam pior perfil cardiometabólico do que mulheres sem PCOS. Os resultados foram homogêneos nas diferentes regiões de AL e semelhantes ao observado na população norte-americana. Esta revisão sistemática está registrada no PROSPERO (CRD42016038537). Apoio: CNPq/INCT 465482/2014-7 e FAPERGS 17/2551.

(19)

6.

Efetividade e segurança do uso da

espironolactona em pacientes hirsutas com

PCOS: um estudo de vida real

THAIS AREIAS DE OLIVEIRA; LUCAS BANDEIRA MARCHESAN; GUSTAVO DA SILVA BORBA; LETICIA KORTZ MOTTA LIMA; POLI MARA SPRITZER

Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Hospital das Clínicas de Porto Alegre.

Introdução: A síndrome dos ovários policísticos (PCOS) é uma doença endócrina frequente,

complexa e de apresentação clínica heterogênea. A espironolactona tem sido amplamente utilizada em pacientes com hirsutismo, como tratamento off label, porém dados sobre tolerância e efeitos adversos são escassos na literatura na população de mulheres com PCOS. Objetivo: Avaliar a efetividade sobre o hirsutismo, tolerância e eventos adversos da espironolactona em mulheres com PCOS. Métodos: Estudo longitudinal retrospectivo, que incluiu mulheres com PCOS atendidas sequencialmente na Unidade de Endocrinologia Ginecológica do Hospital de Clínicas de Porto Alegre (HCPA), participantes de projetos de pesquisa do grupo, que assinaram TCLE à época do primeiro recrutamento, que iniciaram tratamento com espironolactona e mantiveram uso regular, e que tinham dados sobre avaliação de pressão arterial, potássio, testosterona total, IMC e eventos adversos em 6 meses. A efetividade do tratamento foi avaliada através do escore de Ferriman-Gallwey (FG) em 12 meses. Resultados: Foram incluídas 47 participantes, com média de idade de 25,8(±8,8) anos. A mediana da dose de espironolactona utilizada foi de 100 mg (50-100) e 34% estava em uso associado de metformina, 66% contraceptivo oral combinado e 12,8% contraceptivo com progestogênio isolado. Ao fim do sexto mês, houve redução significativa da PAS (126,4± 17,8 vs. 121,3 ± 14,4, p = 0,04) em relação aos valores antes do início do tratamento, não havendo diferença significativa nos níveis de potássio (4,39±0,31 vs. 4,43±0,43 p = 0,4), pressão arterial diastólica (78± 9,6 vs. 79 ± 11,5, p=0,39) e IMC (30,3±8,1 vs. 30,6±7,9, p=0,13). Os eventos adversos foram náusea e tontura (2,1%), metrorragia (2,1%) e cefaleia (2,1%). Nenhuma paciente relatou hipotensão ou interrompeu o tratamento. O escore de FG reduziu significativamente ao final de 12 meses (8,1±3,8 vs 12,7±5,6, p<0,001). Conclusão: Os resultados indicam que a espironolactona, nas doses utilizadas, mostrou-se efetiva e bem tolerada no tratamento do hirsutismo em pacientes com PCOS. Observou-se discreto mas significativo benefício sobre a pressão arterial sistólica, sem ocorrência de eventos adversos graves.

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7.

Deficiência de vitamina D e polimorfismos do

gene VDR em mulheres na pós-menopausa:

associações com pressão arterial de acordo com

as diretrizes do ACC/AHA de 2017

BETÂNIA RODRIGUES DOS SANTOS1,2; GISLAINE CASANOVA1,3; THAIS RASIA

DA SILVA1; LUCAS BANDEIRA MARCHESAN1; KAREN OPPERMANN4; POLI

MARA SPRITZER1,2

1 Unidade de Endocrinologia Ginecológica, Serviço de Endocrinologia, Hospital de Clínicas

de Porto Alegre; Porto Alegre, Rio Grande do Sul, Brasil; 2 Laboratório de Endocrinologia

Molecular, Departamento de Fisiologia, Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, Rio Grande do Sul, Brasil; 3 Serviço de Ginecologia e Obstetrícia, Hospital de

Clínicas de Porto Alegre, Porto Alegre, Rio Grande do Sul, Brasil; 4 Faculdade de Medicina

da Universidade de Passo Fundo e Hospital São Vicente de Paulo, Passo Fundo, Rio Grande do Sul, Brasil.

Introdução: A pós-menopausa está associada a um fenótipo desfavorável no perfil hormonal

e metabólico que coletivamente podem contribuir para um risco aumentado de doença cardiovascular. A deficiência de vitamina D é frequente nessas mulheres e tem sido relacionada a um risco aumentado de desenvolver hipertensão. As ações da vitamina D são moduladas pelo receptor da vitamina D (VDR), e polimorfismos no gene do VDR estão associados a alterações metabólicas em diferentes populações. Objetivos: avaliar em mulheres pós-menopáusicas: 1) os níveis séricos de vitamina D, 2) a prevalência de deficiência de vitamina D, 3) as frequências dos genótipos de polimorfismos no gene VDR e 4) determinar se a deficiência de vitamina D e as variantes do gene VDR estão associadas com pressão arterial elevada e hipertensão arterial sistêmica de acordo com os critérios do American College of Cardiology e da American Heart Association (ACC/AHA) de 2017. Métodos: Estudo transversal com análise de 339 mulheres na pós-menopausa sem doença clínica evidente. Os níveis de pressão arterial foram definidos de acordo com os pontos de corte das diretrizes do ACC/AHA de 2017. Níveis circulantes de 25(OH) D foram considerados deficientes se <20 ng/mL. Os polimorfismos Fok-I, Bsm-I, Apa-I e Taq-I no gene do VDR foram genotipados por Reação em Cadeia da Polimerase (PCR) em tempo real, com ensaio de discriminação alélica. Resultados: A média da 25(OH)D sérica total foi de 22,99 ± 8,54 ng/mL e 40,1% das participantes apresentaram deficiência de vitamina D. No geral, 7,7% apresentaram pressão arterial elevada, 36,6% estavam no estágio 1 e 37,8% no estágio 2 de hipertensão. A 25(OH)D total (p= 0,014) e livre (p= 0,029) foi inferior no grupo de estágio 2 de hipertensão em relação ao grupo com pressão arterial normal. Os genótipos CC+CT do polimorfismo Bsm-I e os genótipos AA+AG do Taq-I foram mais frequentes em mulheres no estágio 2 de hipertensão (Bsm-I CC+CT: 85,8% vs. TT: 14,2%, p= 0,045; Taq-I AA+AG: 91,3% vs. GG: 8,7%, p= 0,021). Idade (RP 1,058; IC 95% 1,033-1,083; p<0,001), IMC (RP 1,046; IC 95%

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8.

Hiperandrogenismo pós menopausa em

paciente com nódulo adrenal: um desafio

diagnóstico

ESTHER HERNÁNDEZ FANTIN; MIZAÉLI DA SILVA RODRIGUES; SAMIRA MOHAMAD BJAIGE COLLINS; MARLON ROBERTO FIORENTINI; IURI MARTIN GOEMANN

Universidade do Vale do Rio dos Sinos, Hospital de Clínicas de Porto Alegre.

Introdução: O hirsutismo é um sinal clínico de hiperandrogenismo, pode aparecer durante a

transição da menopausa fisiologicamente. Entretanto, a virilização franca sugere uma fonte de excesso androgênico originada das adrenais e/ou dos ovários. A necessidade de afastar-se da causa tumoral assim como a localização da fonte androgênica é um desafio na investigação diagnóstica desta condição, como apresentado neste relato. Objetivo: Discutir a investigação de hiperandrogenismo na presença de nódulo adrenal. Material e método: Os dados foram obtidos através de revisão de prontuário mediante consentimento da paciente. Caso Clínico: Paciente feminina, de 56 anos, atendida por um quadro de hirsutismo progressivo, alopecia androgênica, pele oleosa e acne, iniciado há 2 anos. Referia ciclos regulares até a menopausa aos 53 anos. Com histórico de incidentaloma adrenal de 1,3 cm em acompanhamento há 5 anos, de tamanho estável e screening negativo para secreção de catecolaminas, cortisol e aldosterona. Possuía diagnóstico de hipertensão em uso de losartana 100 mg/dia e hidroclorotiazida 25 mg/ dia. Ao exame físico, pressão arterial 150/80 mmHg com IMC de 32.7 kg/m2, sem estigmas cushingóides. Apresentava alopecia, hirsutismo com escore 15 na escala de Ferriman–Galleway e acantose nigricans. Sem clitoromegalia ou massas abdominais palpáveis. Os exames iniciais demonstraram testosterona total 384 ng/dL (ref=12-60 ng/dL), A=0 2,88 ng/mL (ref<3,1), 17-OH-Progesterona=450 ng/dL (ref<200 ng/dL), cortisol pós-dexametasona=1,6 mcg/dL (ref<1,8) e SDHEA=45 ng/dL (ref=8-188). Diante dos exames foi realizada RM abdominal que confirmou nódulo adrenal de 1,6 cm, compatível com adenoma e ausência de alterações em ovários. Diante da dúvida da origem androgênica, foi realizado teste de estímulo com ACTH, que afastou hiperplasia adrenal congênita e teste de supressão de andrógenos com dexametasona, com redução de testosterona em 32%. Se optou por adrenalectomia E + ooforectomia E, com diagnóstico patológico de adenoma adrenal e fibrotecoma ovariano. Após cirurgia, os níveis de testosterona permaneceram elevados (326 ng/dL) sem melhora clínica. Então realizou-se ooforectomia contralateral, com subsequente normalização de níveis de andrógenos e resolução do hirsutismo. Discussão: O diagnóstico de hiperandrogenismo na pós menopausa é baseado em suspeita clínica, exame físico detalhado, avaliação laboratorial e radiológica combinados. O caso descrito ilustra o desafio diagnóstico nesses casos, em que o hiperandrogenismo não suprimível com dexametasona, associado à presença de um nódulo adrenal dificulta a diferenciação entre origem ovariana e adrenal. A cateterização venosa adrenal e ovariana, de difícil execução, assim como a cirurgia com amostragem adrenal+ovariana são alternativas na definição diagnóstica. Foi realizada abordagem cirúrgica, c om diagnóstico de fibrotecoma ovariano como causa de hiperandrogenismo, com resolução do hiperandrogenismo após ooforectomia bilateral.

(23)

9.

Eventos cardiovasculares em mulheres usuárias

de tibolona na pós-menopausa: uma revisão

sistemática

GISLAINE CASANOVA1,2; GENEVIÈVE PLU-BUREAU3; POLI MARA SPRITZER1,3,4

1 Unidade de Endocrinologia Ginecológica, Serviço de Endocrinologia, Hospital de

Clínicas de Porto Alegre (HCPA); 2 Serviço de Ginecologia e Obstetrícia, HCPA; 3 Unité de

Gynécologie Médicale, Hôpital Port-Royal, Université de Paris, France; 4 Departamento de

Fisiologia, Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), Porto Alegre, Brasil.

Introdução: A terapia hormonal (TH) na pós-menopausa é o tratamento mais efetivo

para alívio dos sintomas de hipoestrogenismo. Entre os tipos de TH estão os estrogênios (utilizados isoladamente em mulheres histerectomizadas), estrogênios em associação com progestogênios e compostos sintéticos como a tibolona. A tibolona é um composto esteroide com ação estrogênica, progestogênica e levemente androgênica; tem sido considerada alternativa ao uso de estrogênios na pós-menopausa, especialmente em mulheres com sintomas relacionados ao humor e função sexual. Neste contexto, os efeitos cardiovasculares da tibolona têm sido avaliados. Objetivo: Realizar uma revisão sistemática sobre a ocorrência de desfechos cardiovasculares em mulheres usuárias de tibolona. Métodos: Foram pesquisadas bases de dados da MEDLINE para estudos publicados até abril de 2019. Foram selecionados artigos com mulheres na peri/pós-menopausa sem história prévia de tromboembolismo venoso (TEV), infarto agudo do miocárdio (IAM) ou acidente vascular cerebral (AVC) com pelo menos um grupo usando tibolona e incluindo um grupo controle ou placebo. Resultados: A busca inicial selecionou 86 artigos. Após revisão de títulos e resumos e exclusão de duplicatas, 14 artigos foram selecionados (6 estudos observacionais e 8 ensaios clínicos randomizados (ECR)). Oito artigos avaliaram TEV: três controle e cinco ECR. Entre os estudos caso-controle dois apresentaram média de idade das participantes acima de 60 anos. Três ECR foram multicêntricos, com tamanho amostral acima de 500 participantes. Nenhum dos estudos demonstrou aumento de ocorrência de TEV nas usuárias de tibolona. Seis estudos avaliaram a ocorrência de IAM. Um estudo caso-controle (4537 casos e 27220 controles; idade das participantes 52-74 anos), um estudo de coorte (n= 698.098; idade das participantes 51-69 anos) e quatro ECR. Entre os ECR, 3 estudos multicêntricos, com tamanho amostral superior a 500 participantes e média de idade entre 52-68 anos. Um dos ECR (n=290) foi realizado nos Países Baixos, incluindo mulheres saudáveis com 70 anos ou mais. Não houve aumento da ocorrência de IAM entre usuárias de tibolona. Cinco estudos avaliaram a ocorrência de AVC. Um estudo observacional (15710 casos e 59958 controles, 70 anos de média de idade, sem aumento de risco de AVC) e 4 ECR. Entre os ECR, o estudo LIFT incluiu mulheres com osteoporose e foi interrompido por aumento de ocorrência de AVC no grupo tibolona (n=4534, média de idade: tibolona 68,3 anos e placebo 68,2 anos). Nos demais ECR não houve aumento

(24)

10.

Efeitos da progesterona micronizada associada

ao gel de estradiol sobre sintomas climatéricos

em mulheres pós-menopáusicas

LETÍCIA KORTZ MOTTA LIMA; TAYANE MUNIZ FIGHERA; GISLAINE CASANOVA; POLI MARA SPRITZER

Unidade de Endocrinologia Ginecológica, Serviço de Endocrinologia, Hospital de Clínicas de Porto Alegre (HCPA), Departamento de Fisiologia, Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), Porto Alegre, RS.

Introdução: A pós-menopausa é caracterizada por redução na secreção ovariana de estradiol

e aumento dos níveis circulantes de gonadotrofinas. Sintomas vasomotores, alterações do humor e da qualidade do sono são queixas frequentes nesta fase e comprometem a qualidade de vida das mulheres nesta fase. Progestogênios ou progesterona são utilizados associados ao estradiol em diferentes regimes de terapia hormonal (TH) para proteção endometrial, e podem apresentar efeitos clínicos diversos, dependendo da molécula utilizada. São escassos estudos que avaliem se a progesterona micronizada tem efeitos sobre sintomas hipoestrogênicos.

Objetivos: Avaliar o impacto da associação de progesterona por via vaginal ao estradiol em gel

percutâneo sobre sintomas climatéricos em mulheres na pós-menopausa recente. Métodos: Foram avaliadas 74 mulheres com sintomas climatéricos e menopausa há menos de 3 anos. Foram excluídas pacientes com tabagismo ativo, histerectomia prévia, história de eventos tromboembólicos e neoplasia de mama. As participantes receberam TH com 17b estradiol gel percutâneo 1,5mg, contínuo e progesterona micronizada 200 mg via vaginal 14 dias por mês, e foram submetidas a um protocolo clínico aplicado antes do tratamento, aos 72 dias (em uso de estradiol isolado; E) e após 3 meses de TH (em uso de estradiol e progesterona; EP) com avaliação dos sintomas climatéricos e exames laboratoriais. Resultados: A média da idade foi 51.3 ± 5.6 anos e do IMC 26.5 ± 3.6 kg/m². 90.1% das participantes auto-referiram pele branca e 20.3% referiam uso prévio de TH, com interrupção há > 3 meses. A média de idade da menopausa foi 48.6 ± 6.6 anos. A mediana do estradiol basal e após tratamento foi 7ng/dl (5 – 12.5) e 49.2ng/dl (21.9 – 95.7), respectivamente (p=0.000). Foi observada melhora significativa no Índice de Kupperman total após TH (basal 26.06 ± 9.31, E 8.44 ± 7.50, EP 6.77 ± 5.61, p=0.000) bem como sobre fogachos (basal 10.48 ± 2.90, E 2.56 ± 3.10, EP 1.40 ± 2.49, p=0.000); insônia (basal 3.50 ± 2.29, E 1.07 ± 1.73, EP 0.89 ± 1.50, p=0.000); nervosismo (basal 3.07 ± 2.42, E 1.20 ± 1.68, EP 0.90 ± 1.25, p=0.000); depressão (basal 1.01 ± 0.99, E 0.48 ± 0.88, EP 0.28 ± 0.65, p=0.000) e fadiga (basal 1.41 ± 1.13, E 0.69 ± 0.93, EP 0.64 ± 0.92, p=0.000). Foi observada redução significativa no índice geral de Kupperman e nos sintomas vasomotores específicos com a associação da progesterona comparado ao uso isolado do estradiol (p=0.039 e 0.015, respectivamente). Conclusões: Estes resultados mostram melhora significativa do Índice de Kupperman geral e dos sintomas vasomotores específicos, no período em que a progesterona foi associada ao estradiol. Estudos longitudinais com maior tamanho amostral e em diferentes etnias poderão confirmar benefícios adicionais do tratamento hormonal com progesterona, além da proteção endometrial, em mulheres na pós-menopausa.

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11.

Individualização Terapêutica no Tratamento do

Diabetes Mellitus em Mulheres Idosas do Sul do

Brasil

EDUARDA HERSCOVITZ JAEGER1; GABRIELA DI LORENZO GARCIA SCHERER1;

GIOVANA BERGER DE OLIVEIRA1; ISADORA NUNES ERTHAL1; JULIA BELATO

TEIXEIRA1; JANINE ALESSI2; GABRIELA HEIDEN TELO2,3; BEATRIZ D. SCHAAN2,3

1 Escola de Medicina, Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUCRS); 2 Hospital de Clínicas de Porto Alegre (HCPA); 3 Programa de Pós Graduação em

Endocrinologia, Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS).

Introdução: O manejo do diabetes mellitus tipo 2 (DM2) em pacientes idosos é particularmente

desafiador e requer atenção especial devido à maior suscetibilidade às complicações da doença e aos efeitos adversos do tratamento farmacológico. Assim, a recomendação atual é de que as metas glicêmicas para esse grupo sejam individualizadas e flexibilizadas de acordo com as características clínicas e a expectativa de vida de cada paciente. Objetivos: Avaliar a adequação das condutas médicas de acordo com as diretrizes atuais de individualização do alvo glicêmico em mulheres idosas com diagnóstico de DM2 atendidas na atenção primária e terciária do Sul do Brasil. Métodos: Realizou-se um estudo transversal de uma coorte de pacientes em acompanhamento regular em dois hospitais universitários e duas unidades básicas de saúde do Sul do Brasil. Mulheres com idade ≥ 65 anos, diagnóstico de DM2 prévio e que realizaram pelo menos duas consultas no período de 1 ano após janeiro de 2015 foram incluídas. A estimativa da expectativa de vida foi avaliada considerando a idade da paciente e o Escore de Comorbidades de Charlson (ECC). O desfecho primário do estudo foi a adequação da decisão terapêutica de acordo com alvos de hemoglobina glicada (HbA1c) pré-estabelecidos, a qual foi avaliada consoante à complexidade do cuidado. Consideraram-se ideais os alvos de HbA1c: (1) 7-7,5% para expectativa de vida > 10 anos; (2) 7,5-8% para expectativa de vida de 5-10 anos; (3) 8-8,5% para expectativa de vida < 5 anos. A análise estatística incluiu o teste de χ2 para as variáveis categóricas e o teste-t para as contínuas. Resultados: Foram incluídas um total de 186 mulheres (54,3% da atenção primária e 45,7% da atenção terciária) com uma média de idade de 75,3 ± 7,2 anos, sendo 84,4% brancas e com HbA1c média de 8,1 ± 1,8%. No total, 54,5% e 48,2% das mulheres atendidas na atenção primária e terciária, respectivamente, receberam uma conduta médica inadequada com base nos alvos individualizados de HbA1c. Em mulheres com níveis de HbA1c acima do alvo glicêmico, o tratamento foi intensificado em 39,4% e 55,8% nos grupos da atenção primária e terciária, respectivamente (P = 0,15). Nas mulheres com níveis de HbA1c no alvo, o tratamento foi mantido em 88,9% e 63,6% nos grupos da atenção primária e terciária, respectivamente (P = 0,02). Nas mulheres com níveis de HbA1c abaixo do alvo, o tratamento foi desintensificado em 3,1% e 23,5% nos grupos da atenção primária e terciária, respectivamente (P = 0,03). Conclusão: Este estudo demonstrou que,

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12.

Voz e qualidade de vida de homens trans em uso

de terapia hormonal de afirmação de gênero

ELIANE DIAS DA SILVA1,2,3; KARINE SCHWARZ1,2,3; TAYANE MUNIZ FIGHERA1,2,3;

MARIA INÊS R. LOBATO3; ANNA PAULA VILLAS-BÔAS4; POLI MARA

SPRITZER1,2,3,5

1 Programa de Pós-Graduação em Ciências Médicas: Endocrinologia, Universidade Federal

do Rio Grande do Sul (UFRGS); 2 Unidade de Endocrinologia Ginecológica, Serviço de

Endocrinologia, Hospital de Clínicas de Porto Alegre (HCPA); 3 Programa de identidade

de gênero, Hospital de Clínicas de Porto Alegre (HCPA); 4 Programa de Pós-Graduação

em Psiquiatria e Ciência do Comportamento, Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS); 5 Departamento de Fisiologia, Universidade Federal do Rio Grande do Sul

(UFRGS), Porto Alegre, RS.

Introdução: A terapia hormonal de afirmação de gênero (THAG) está associada a mudanças

físicas em indivíduos com disforia de gênero. Em homens trans, a administração de androgênios pode ter também efeito positivo no agravamento do tom da voz, resultando em uma voz masculina satisfatória. Objetivos: Avaliar a qualidade de vida de homens trans em uso de THAG, nos quatro domínios presentes no questionário WHOQOL- bref, e verificar a associação entre escores de qualidade de vida e análise acústica vocal. Métodos: Foram avaliados 29 homens trans com mais de 18 anos, incluídos no Programa de Identidade de Gênero do Hospital de Clínicas de Porto Alegre (PROTIG) em uso de THAG por pelo menos seis meses. Indivíduos submetidos à cirurgia de afirmação sexual foram excluídos. Foram avaliadas medidas acústicas de voz, incluindo frequência fundamental (f0), que corresponde à velocidade de vibração das pregas vocais e indica tanto as variações de altura como de intensidade, e o Jitter absoluto (Jita), uma medida relacionada à irregularidade da vibração da mucosa das pregas vocais. Foram gravadas amostras vocais (vogal /a/) dentro de cabines audiométricas com ruído ambiente inferior a 50 decibéis (dB), um microfone de condensador Behringer Modelo ECM 8000 e um gravador digital Zoom H4n. Estas medidas foram analisadas por meio do software Multi Dimensional Voice Program Advanced (MVDPA). Para avaliação da qualidade de vida foi aplicado por entrevistador único (EDS) o questionário WHOQOL-bref, que é composto por 26 questões, sendo 2 questões gerais sobre qualidade de vida e 24 questões divididas em quatro domínios - físico, psicológico, relações sociais e meio ambiente. Resultados: Os indivíduos avaliados apresentaram média de idade de 29,52±7,97 e IMC 29,16±5,62 kg/m², com tabagismo ativo presente em 10.3% dos indivíduos. O tempo médio de THAG observado foi de 19,72±7,11 meses e a f0 da voz a presentou média de 117,77±23,81Hz (referência padrão masculino de 80 a 150Hz). O menor escore de qualidade de vida foi observado no domínio meio-ambiente (61%), seguido dos domínios psicológico e físico (63% e 65% respectivamente), e maior escore no domínio relações sociais (71%). A média da qualidade de vida geral foi de 75%, e mostrou associação significativa com o Jita ≤ 83.200us (p=0,049), quando comparado a indivíduos

(28)

13.

Validação do Questionário de Satisfação Vocal

para homens Trans

KARINE SCHWARZ1,2; ANNA PAULA VILLAS-BÔAS2,3; ELIANE DIAS DA SILVA1,4;

TAYANE FIGHERA1,2,4; MARIA INÊS RODRIGUES LOBATO2,3; POLI MARA

SPRITZER1,2,4

1 Programa Pós-Graduação em Ciências Médicas: Endocrinologia, Universidade Federal

do Rio Grande do Sul (UFRGS); 2 Programa de Identidade de Gênero, Hospital de Clínicas

de Porto Alegre (HCPA); 3 Programa Pós-Graduação em Ciências Médicas: Psiquiatria,

Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS); 4 Unidade de Endocrinologia

Ginecológica, Serviço de Endocrinologia, Hospital de Clínicas de Porto Alegre (HCPA).

Introdução: A terapia hormonal para afirmação de gênero (THAG) geralmente é eficiente no

agravamento das vozes dos homens trans, entretanto, alguns casos podem apresentar queixas em relação ao timbre, potência, controle, estabilidade, função glótica, resistência e qualidade da voz. Neste sentido, conhecer a satisfação vocal torna-se imprescindível para elaboração do planejamento terapêutico fonoaudiológico no processo de adaptação da voz a nova identidade de gênero dos homens trans. Objetivos: Realizar a adaptação e validação do questionário de satisfação vocal, para o português, em uma amostra de homens trans e verificar a relação entre a satisfação vocal e o tempo de tratamento hormonal. Métodos: 31 homens trans, entre 18 e 50 anos, em seguimento no Programa de Identidade de Gênero do Hospital de Clínicas de Porto Alegre (PROTIG - HCPA) e em uso de THAG, responderam ao questionário adaptado “Trans Woman Voice Questionnaire (TW VQ)”, validado para o português. Os dados sócio-demográficos e clínicos foram coletados do prontuário eletrônico dos pacientes: idade, tabagismo, tipo e tempo do tratamento hormonal. Foram excluídos sujeitos com dificuldade de compreensão do questionário, cirurgias de laringe, deficiência auditiva relatada, profissionais da voz ou que realizaram fonoterapia. O questionário composto de 30 questões, avaliadas por uma escala likert (1= nunca ou raramente; 2= algumas vezes; 3= frequentemente, 4= usualmente ou sempre), foi respondido de forma individual, durante o grupo de psicoterapia do PROTIG, após explicação do objetivo do estudo e assinatura do termo de consentimento. Dúvidas quanto ao conteúdo foram sanadas no momento da aplicação. As questões foram modificadas em relação ao cabeçalho (acréscimo do tempo de THAG), bem como aos artigos e palavras femininas e masculinas (questão 2: ansiosa por ansioso; questão 3: feminina por masculino; questão 4: grave por agudo, por exemplo). Os resultados variam de 0 a 120, quanto maior a pontuação, maior a insatisfação vocal. Resultados: A média de idade foi de 30.13 ± 7.6 anos, 95% fazia uso de cipionato de testosterona, IM, o tempo de THAG foi de 29.7 ±24.97 meses e tabagismo estava presente em 19,4%. Quanto às respostas ao questionário, a média foi de 51 ±17,72 (mínimo, 30 e máximo de 97). Verificou-se uma correlação significativa negativa entre a soma da pontuação total do questionário e o tempo de THAG (r= -0.484, p= 0.006; teste de Spearman). Os scores de confiabilidade interna do questionário foram altos, com valor de alpha de Cronbach para todos os itens de 0.95 e Split-half Spearman-Brown de 0.96. Conclusão: Os resultados do estudo indicam que um maior tempo de tratamento hormonal favorece o agravamento da voz e consequentemente a satisfação vocal. As propriedades psicométricas do questionário são confiáveis, portanto, sua adequação para uso com a população de homens trans é indicada.

(29)

14.

Doença cardiovascular subclínica em indivíduos

transgêneros em uso de terapia hormonal

de afirmação de gênero (THAG): uma revisão

sistemática.

ROBERTA M. C. MOREIRA ALLGAYER; GUSTAVO BORBA; RAMON BOSSARDI; POLI MARA SPRITZER

Hospital de Clínicas de Porto Alegre.

Introdução: A terapia hormonal de afirmação de gênero (THAG) consiste no uso de testosterona

em homens trans e estrogênio e anti-androgênios em mulheres trans. Evidências indicam efetividade e segurança a curto e médio prazo no uso de THAG em indivíduos transgêneros, especialmente relacionado a eventos cardiovasculares (CV). No entanto, poucos estudos estão disponíveis sobre a presença de doença cardiovascular (DCV) subclínica. Objetivo: Sumarizar a evidência atual sobre o impacto da THAG na DCV subclínica em indivíduos transgêneros.

Materiais e métodos: Conduzimos uma revisão sistemática através de buscas no PubMed,

Lilacs, Embase e Scopus em relação a fatores de risco CV não-convencionais (espessura íntima de carótida, dilatação da artéria braquial, rigidez arterial e marcadores de disfunção endotelial) em homens e mulheres transgêneros adultos (>18 anos) em uso de THAG por no mínimo 4 meses. Resultados: A busca identificou 152 estudos. Após exclusão de duplicatas e estudos que não preenchiam critérios de inclusão, selecionamos 14 estudos (5 de coorte e 9 transversais). Na revisão dos artigos que incluíram homens trans, duas coortes avaliaram homocisteína e mostraram elevação após 4 a 12 meses de THAG. Um estudo avaliou espessura íntima de carótida, demonstrando aumento desta após 12 meses de testosterona. Três estudos avaliaram a dilatação da artéria braquial fluxo mediada (FMD), um deles, o único estudo de coorte, não mostrou alteração após 12 meses, entretanto, os outros dois estudos (transversais) mostraram alterações desfavoráveis quando comparados a mulheres cis. O uso de testosterona após 12 meses não alterou distensibilidade arterial em dois estudos que avaliaram este parâmetro, porém, um deles demonstrou associação positiva entre o grau de rigidez arterial e níveis de insulina. Na revisão dos estudos com mulheres trans, dois transversais indicaram melhora nos parâmetros de FMD quando comparados a homens cis. Já na análise de 3 estudos sobre avaliação de rigidez arterial, dois mostraram melhora deste parâmetro, enquanto os demais não mostraram alteração com uso da THAG. Apenas uma coorte avaliou a homocisteína nas mulheres trans, mostrando diminuição ao longo de 12 meses de THAG. Um estudo transversal mostrou aumento de óxido nítrico e diminuição de IL-6 e superóxido dismutase em mulheres trans tratadas em comparação com não-tratadas. Um único estudo avaliou alteração na variabilidade da frequência cardíaca mostrando diminuição do simpático em mulheres trans e diminuição do parassimpático em homens trans. Conclusão: Uso de THAG em indivíduos

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15.

Função sexual de pessoas com incongruência de

gênero que fazem uso de terapia hormonal

THAYS MARINA RONCATO BARCELOS; MARIA RITA LERRI; SILVIO ANTONIO FRANCESCHINI; LUCIA ALVES DA SILVA LARA

Departamento de Ginecologia e Obstetrícia, Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto (FMRP), Universidade de São Paulo (USP); Departamento de Ginecologia e Obstetrícia, Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto (FMRP), Universidade de São Paulo (USP); Centro de Saúde Escola Dr. Joel Domingos Machado, Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto (FMRP), Universidade de São Paulo (USP); Departamento de Ginecologia e Obstetrícia, Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto (FMRP), Universidade de São Paulo (USP).

Introdução: A incongruência de gênero (IG) refere-se a pessoa que nasce com a sua identidade

de gênero não alinhada ao sexo que lhe foi atribuído ao nascimento. Uma das formas de adequar o corpo dessas pessoas é por meio da terapia hormonal (TH), porém a mesma tem efeitos adversos que podem comprometer a saúde geral e sexual desses indivíduos. No entanto, os estudos que procuram elucidar tais disfunções são limitados devido a qualidade metodológica. Objetivo: Avaliar a função sexual de homens e mulheres com IG. Métodos: Trata-se de um estudo transversal com pessoas com diagnóstico de IG em seguimento no Hospital das Clínicas de Ribeirão Preto. Ambos os gêneros responderam às versões feminina e masculina do Inventário de Função Sexual (IFS). Os dados sócio demográficos, clínicos e laboratoriais foram extraídos do prontuário. Resultados: Ao todo participaram do estudo 42 pessoas com IG, sendo 26 homens e 16 mulheres. Todos os homens estava m em uso de Cipionato de Testosterona, a idade média foi de 26.96 ± 5.96, 4 (25%) foram submetidos à mastectomia e 1 (6.25%) foi submetido à histerectomia associado à mastectomia, 19 (86,36%) eram heterossexuais, 1 (4,55%) era bissexual e 2 (9,09%) eram homossexuais. Sete (30.43%) referiram algum efeito adverso à TH. O escore total médio do IFS versão feminina em homens foi de 25.77 ± 7.80, sendo 4.18 ± 1.45 para o domínio de desejo sexual, 4.60 ± 1.34 para excitação, 4.88 ± 1.37 para lubrificação, 4.49 ± 1.64 para orgasmo, 4.80 ± 1.60 para satisfação e 2.46 ± 2.69 para dor. Já na versão masculina deste instrumento, os homens apresentaram escore total médio de 21.95 ± 6.85, sendo 4.34 ± 1.30 para o domínio de desejo sexual, 4.56 ± 1.48 para excitação, 3.86 ± 2.37 para ereção, 4.53 ± 1.54 para orgasmo, 4.66 ± 1.70 para satisfação. As mulheres faziam uso de estradiol, tinham idade média de 30.44 ± 9.95, 1 (6.25%) havia sido submetida à tireoplastia, 1 (6.25%) à mamoplastia de aumento, 1 (6.25%) à rinoplastia, 14 (87.50) eram heterossexuais, 1 (6.25%) era bissexual e 1 (6.25%) era homossexual. Cinco (31.25%) relataram presenciar algum tipo de efeito adverso à TH. As mulheres apresentaram escore médio na versão feminina do IFS de 20.63 ± 8.97, sendo 4.43 ± 1.50 para o domínio de desejo sexual, 3.49 ± 2.01 para excitação, 3.32 ± 2.07 para lubrificação, 3.80 ± 2.17 para orgasmo, 3.63 ± 2.07 para satisfação, e 1.98 ± 1.83 para dor. Na versão masculina, o escore total médio foi de 17.99 ± 8.61, sendo 4.16 ± 1.49 para o domínio de desejo sexual, 3.54 ± 2.06 para excitação, 3.26 ± 2.17 para ereção, 3.38 ± 2.18 para orgasmo e 3.65 ± 2.01 para satisfação. Houve diferença significativa entre os domínios excitação (P < 0.0362) e lubrificação (P < 0.0052) do IFS versão feminina. Conclusão: Embora o escore total do IFS seja de risco para disfunção sexual de homens e mulheres com IG, os homens apresentam melhores escores em relação às mulheres, porém não houve diferença significativa entre os grupos.

(31)

16.

Características clínicas e sociodemográficas de

pessoas com incongruência de gênero

THAYS MARINA RONCATO BARCELOS; MARIA RITA LERRI; SILVIO ANTONIO FRANCESCHINI; LUCIA ALVES DA SILVA LARA

Departamento de Ginecologia e Obstetrícia, Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto (FMRP), Universidade de São Paulo (USP); Departamento de Ginecologia e Obstetrícia, Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto (FMRP), Universidade de São Paulo (USP); Centro de Saúde Escola Dr. Joel Domingos Machado, Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto (FMRP), Universidade de São Paulo (USP); Departamento de Ginecologia e Obstetrícia, Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto (FMRP), Universidade de São Paulo (USP).

Introdução: Um indivíduo com incongruência de gênero (IG) é aquele que possui sua identidade

de gênero oposta ao sexo que lhe foi atribuído ao nascimento. A prevalência dessa condição no mundo é de 4,6 em 100.000 mil indivíduos, sendo 6,8 em 100 mil para mulheres e 2,6 em 100 mil para homens. Ainda não se tem dados da prevalência no Brasil e as características sociodemográficas e clínicas dessa população são pouco descritas na literatura. Objetivo: Descrever as características clínicas e sociodemográficas da população com IG. Métodos: Estudo transversal com pessoas com diagnóstico de IG em seguimento no Hospital das Clínicas de Ribeirão Preto. Todos responderam à Escala Hospitalar de Ansiedade e Depressão (EHAD) e à um questionário semiestruturado contendo questões relacionadas à satisfação com a imagem corporal e discriminação. Além disso, foram extraídos dos prontuários os dados clínicos e sociodemográficos. Resultados: A amostra foi composta por 26 homens e 16 mulheres. A análise dos homens evidenciou idade média 26.96 ± 5.96, Índice de Massa Corporal (IMC) 26.19 ± 5.45, idade média da menarca 12.30 ± 1.87, idade média da sexarca 13.57 ± 6.04, 4 (19.05%) referiram comorbidade, o número médio de parceiros sexuais foi de 3.79 ± 2.84, 3 (13.04%) tinham parceria fixa, 2 (8.33%) tinham filhos, 20 (86.96%) estavam satisfeitos com a terapia hormonal (TH), 12 (46.15%) estavam satisfeitos com a imagem corporal e 14 (53.84%) estavam satisfeitos ou muito satisfeitos sexualmente. Além disso, 10 (38.46%) referiram se sentir discriminados, sendo 5 (20.83%) na sociedade em geral, 1 (4.17%) na família e 4 (16.67%) em mais de um lugar. O escore médio do domínio ansiedade da EHAD foi de 8.19 ± 5.32, predispondo risco para ansiedade, enquanto para o domínio de depressão foi de 5.96 ± 4.42. As mulheres tinham idade média de 30.44 ± 9.95, IMC 25.59 ± 4.45, 8 (50%) referiram alguma patologia associada, a idade média da sexarca foi de 14.33 ± 3.15, o número de parceiros sexuais foi de 14 ± 11.48. Três (18.75%) delas tinham parceria fixa, nenhuma tinha filhos, 11 (78.57%) estavam satisfeitas com a TH, 8 (50%) estavam satisfeitas com a imagem corporal e 7 (41.75%) estavam satisfeitas ou muito satisfeitas com a vida sexual, 6 (37.50%) referiram se sentirem discriminadas, sendo 5 (31.25%) sociedade em geral, 2 (12.50%) na família, 3 (18.75%) em mais de um lugar. O escore médio para o domínio de ansiedade da EHAD foi de 10.56 ±

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17.

Características clínicas, hormonais e

osteomusculares em homens trans com mais de

50 anos: uma série de casos

ELIANE DIAS DA SILVA1,2,3; TAYANE MUNIZ FIGHERA1,2,3; POLI MARA

SPRITZER1,2,3,4

1 Programa Pós-Graduação em Ciências Médicas: Endocrinologia, Universidade Federal

do Rio Grande do Sul (UFRGS); 2 Unidade de Endocrinologia Ginecológica, Serviço de

Endocrinologia, Hospital de Clínicas de Porto Alegre (HCPA); 3 Programa de identidade

de gênero, Hospital de Clínicas de Porto Alegre (HCPA); 4 Laboratório de Endocrinologia

Molecular, Departamento de Fisiologia, Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), Porto Alegre, RS.

Introdução: A terapia hormonal de afirmação de gênero (THAG) possibilita o desenvolvimento de

características sexuais compatíveis com o gênero de identidade, mantendo os níveis hormonais dentro dos valores de referência do gênero desejado. Contudo, dados de seguimento de longo prazo de homens trans em uso THAG e após cirurgia de afirmação de gênero são ainda limitados.

Objetivos: Relatar o seguimento clínico de uma série de homens trans com mais de 50 anos, em

uso de THAG, em acompanhamento no ambulatório de Endocrinologia do HCPA nos últimos 18 meses. Métodos: Estudo retrospectivo. Foram incluídos homens trans com idade >50 anos, sob THAG e após cirurgia de afirmação de gênero, participantes de estudos anteriores e que tenham realizado avaliação médica, exames laboratoriais e densitometria óssea entre 2020 e 2021. Resultados: Foram avaliados 5 homens trans, com idades entre 50 e 60 (53±4,06) anos, tempo após cirurgia de afirmação de gênero entre 4 e 14 (7,2±3,9) anos e IMC 31,13±3,66 kg/ m2, compatível com obesidade em 3 pacientes. Quatro estavam em uso regular de cipionato de testosterona intramuscular a cada 21 a 30 dias e um referia uso irregular (caso 3). Hipertensão arterial foi observada em 2 pacientes (40%) e dislipidemia em 5 (100%), todos em tratamento farmacológico regular. Estradiol sérico foi <5pg/mL em 4 dos 5 participantes; a testosterona variou entre 2,3 e 9,3ng/dL em 4 pacientes e foi de 0,6 ng/dL no caso 3. A média dos demais exames foi SHBG 21,32±10,39 nmol/L, FSH 35,05±15,75 mIU/ml e LH 13,68±6,6 mIU/ml. Não foram observadas alterações significativas no perfil hepatocanalicular (TGP 38±17,29U/L, TGO 23,6±5,89U/L, GGT 32,60±11,17mg/dL) e parâmetros hematológicos (hemoglobina 14,86±1,09 g/dL, hematócrito 44,26±3,2%, leucócitos 6,58±1,79 x10³/µL, plaquetas 234±20,44 x10³/µL), permanecendo dentro dos valores de referência para o gênero de identidade em todos os casos. A glicemia foi normal em todos os casos e o perfil lipídico em valores aceitáveis, com doses individualizadas de sinvastatina para cada caso. Nenhum paciente apresentou história de fraturas por fragilidade ou osteoporose densitométrica. A composição corporal mostrou índice elevado de massa gorda (FMI 12,06±1,98 kg/m2) e índices de massa magra dentro dos valores de referência para o gênero de identidade (massa magra apendicular 21,41±1,42 kg e LMI 17,63±1,16 kg/m2). Não foi observada história de eventos cardiovasculares ou infecção por HIV em nenhum dos pacientes avaliados. Conclusões: Esta série de casos de homens trans submetidos à THAG e cirurgia de afirmação de gênero sugere que, mesmo após THAG por período prolongado, não foram observadas alterações significativas em parâmetros clínicos, laboratoriais e osteomusculares. Índices elevados de gordura corporal e dislipidemia sugerem necessidade de maior atenção a alterações metabólicas em homens trans recebendo terapia

(33)

18.

Seguimento clínico de mulheres trans após

os 48 anos e cirurgia de afirmação de gênero:

relato de quatro casos

GUSTAVO DA SILVA BORBA; TAYANE MUNIZ FIGHERA; POLI MARA SPRITZER

Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Hospital de Clínicas de Porto Alegre, Programa de Identidade Gênero do Hospital de Clínicas de Porto Alegre.

Introdução: A terapia hormonal de afirmação de gênero (THAG) e a cirurgia de afirmação

sexual (CAS) são as principais estratégias utilizadas para o processo de transição de gênero em mulheres transgênero. Contudo, poucos dados existem sobre o seguimento de mulheres trans após CAS no período que corresponde à menopausa em mulheres cis. Objetivo: Relatar o perfil clínico e laboratorial de quatro pacientes com mais de 48 anos e pós-CAS, atendidas no ambulatório de Endocrinologia do HCPA. Métodos: Estudo retrospectivo. Foram incluídas 4 pacientes com mais de 48 anos em uso de THAG, que haviam realizado CAS, participantes de estudos anteriores e que compareceram às consultas médicas e realizaram exames bioquímicos, hormonais e densitometria óssea entre 2018 e 2021. Resultados: Caso 1: 49 anos, início da THAG na juventude (automedicação) e CAS aos 30 anos. Infecção por HIV em tratamento. IMC 21kg/m², PA 120/80, em uso de estrogênios conjugados (EEC 1.25mg). E2 57.6pg/mL; TT 0.16ng/mL e SHBG 164.5nmol/mL. Hemograma, perfil lipídico e hepático sem alterações. DMO normal para a idade e composição corporal (CC) dentro do esperado para o gênero feminino. Caso 2: 53 anos, com início de THAG e CAS aos 41 anos. THAG intermitente a seguir (sem acompanhamento médico) até 51 anos quando passou a usar EEC 1,25mg. IMC 27kg/m², hipertensa, em uso de diurético. E2 29 pg/mL, TT 0.18ng/mL e SHBG 129.2 nmol/mL. Hemograma, perfil hepático e glicemia sem alterações. DMO normal para a idade, índice de massa gorda (IMG) elevado (10.45 kg/m²), demais parâmetros de CC dentro do esperado para o gênero feminino. Caso 3: 51 anos, início de THAG aos 16 anos (automedicação) e CAS há dois anos. IMC 26 kg/m², PA 120/80, em uso de valerato de estradiol 2mg. E2 32pg/mL, TT 0.17ng/mL e SHBG 102.9nmol/mL. Hemograma, perfil hepático e glicemia sem alterações. DMO normal para idade e CC dentro do esperado para o gênero feminino. Caso 4: 66 anos, início impreciso da THAG (automedicação) e CAS aos 50 anos. IMC 26.42 kg/m²; há 1 ano com estradiol 1mg. Infecção por HIV, dislipidemia e depressão em tratamento, osteoporose em uso de alendronato, suplementos de cálcio e vitamina D. E2 17.40pg/mL, TT 0.05ng/mL e SHBG 82.6nmol/mL. Perfil hepático, hematológico e glicemia sem alterações. DMO: T-score L1-L4 -1.1, CF -3.0 e FT -2.2. IMG elevado (9.58 kg/m²), demais parâmetros de CC dentro do esperado para o gênero feminino. Conclusão: As mulheres transgênero com mais de 48 anos incluídas nesta série de casos apresentaram evolução favorável e estão bem adaptadas à THAG. Contudo, perda de seguimento, má aderência e associação com outras comorbidades representam desafios para

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