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LITERATURA INFANTIL MOÇAMBICANA

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Academic year: 2021

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LITERATURA INFANTIL MOÇAMBICANA

SOUZA, A; VIEIRA, J. T; SILVEIRA, M. R. M.; ANDRADE, N. A; SILVA, T. A. S.

Resumo: A literatura infantil produzida em Moçambique, como as demais

literaturas africanas, apresenta uma extensão literária portuguesa. Suas produções literárias surgem a partir de 1940, com obras publicadas por escritores e intelectuais, em geral, de contestação ao colonialismo português. Moçambique apresenta uma grande diversidade cultural como a maioria dos países africanos, não possuindo uma identidade própria. Ao conquistar sua independência, os líderes moçambicanos buscaram eliminar a língua dos colonizadores portugueses, mas isso se tornou impossível diante das diversidades linguísticas presentes no país. Como sabemos, Moçambique é conhecida por sua cultura regional, suas vestes, etc. Sua literatura edificou- se através das histórias e fábulas passadas de geração em geração, não deixando perder a magia de contar e ouvir histórias.

Palavras- Chave: Literatura, Moçambique, Infantil.

Abstract: Children's literature produced in Mozambique, like other African

literatures, presents an extension Portuguese literary. His literary productions come from 1940, with works published by writers and intellectuals in general opposition to Portuguese colonialism. Mozambique has a great cultural diversity as the majority of African countries, not having an identity. On gaining its independence, the Mozambican leaders sought to eliminate the language of Portuguese colonizers, but that became impossible in the face of linguistic diversity in the country. As we know Mozambique is known for its regional

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culture, his clothes, etc. His literature built up through the stories and fables passed down from generation to generation, leaving no losing the magic of telling and listening to stories.

Keywords: Literature, Mozambique, Infant.

Introdução

Moçambique é um país situado na costa oriental da África e banhado pelo Oceano Índico. Lá habitam um pouco mais que vinte e um milhões de habitantes. Moçambique faz fronteira com África do Sul e sua população é composta por uma diversidade de etnias e de variações linguísticas que se encontram presentes em toda a África.

A literatura moçambicana busca, por meio dos fatos, a parceria e o encontro com culturas diferentes, busca aprofundar os campos teóricos e fazer análises do que realmente está tentando identificar, tenta explorar a ideologia da época, além de discutir o passado para saber o que realmente aconteceu e o que já se encontra concluído, mas de diferentes formas.

A literatura moçambicana surgiu em meio ao racismo de homens e mulheres negros, que eram domesticados pelos brancos, porém eram marcados como estereótipos negativos e tinham como características a oralidade e transmissão das tradições e crenças. E, para combaterem a sobreposição entre as culturas, vários escritores dedicaram-se à escrita de uma literatura engajada, a qual teve relação com os acontecimentos vivenciados pelos povos da época. Esse momento de preocupação resultou na fase da literatura moçambicana, em que as obras apresentam os costumes, crenças e tradições, e também serviu para mostrar que os negros e brancos tinham os mesmos direitos de poder escrever sua própria história. Segundo Tutikian (2006, p. 15), “A literatura é fonte de cultura e cultura é a fonte da identidade”, desse modo, ela pretende cumprir a função de importante elemento na construção de uma identidade nacional.

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A literatura é cultura, pois mostra as identidades através das crenças e costumes. A identidade de cada cultura mostra autonomia, religião, política e economia de um povo.

Referência Metodológica

A literatura de Moçambique é escrita em língua portuguesa, sendo comum ser mesclada com expressões moçambicanas, vindas de autores moçambicanos. Essa literatura é representada por Paulina, Chiziane, José Craveirinha, Mia Couto, entre outros. É uma literatura muito nova, durante um tempo, a mesma era realizada somente por portugueses ou descendentes, pois os moçambicanos não tinham escolarização e demorou um grande tempo para que eles tivessem esse direito, que só começou no início do século passado.

Durante algum tempo, em razão do processo de colonização, o que se tinha a respeito de textos literários dos países africanos se restringia aos registros de descobrimentos. Contestando esse acrescentamento de culturas, muitos escritores moçambicanos começaram a fazer uma literatura engajada, tendo assim várias fases de acordo. A primeira delas foi fazer os leitores raciocinarem sobre o que estava acontecendo em seu país através da literatura. A segunda foi para expor as difíceis condições de Moçambique, em que o autor Mia Couto mostra tudo isso em “Terra Sonâmbula”, publicado em 1992. A terceira e atual fase dessa literatura foi quando houve a preocupação com o resgate da cultura africana.

Quando se fala da África, a realidade está sempre misturada com o fantástico. Não se trata de algo mágico ou religioso, mas de algo relativamente diferente: há toda uma cosmogonia, um modo de entender sobre os vários mundos que compõem um universo coexistem em harmonia. (CORRENTE D’ ESCRITAS, 2011 apud BRATKOWSKI, 2012, p. 108).

Nas obras estão claramente os costumes, as crenças e as tradições desse povo. Para os moçambicanos, a realidade e o fantástico acatam a outra ordem.

Realidade e história também vão transparecer nos textos literários produzidos em Moçambique, que está passando pela tentativa de afirmação identitária, pois o país não foi só

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prejudicado nos campos da política e da economia, mas também submetido à aceitação e à assimilação de uma cultura diferente da sua. (BRATKOWSKI 2012, p. 108).

A literatura de Moçambique leva consigo, desde o tempo colonial, a realidade desse povo, suas esperanças, suas angústias causadas pelos conflitos que haviam, buscando mostrar suas raízes e suas culturas ancestrais. Antes, era colocada em evidência a denúncia ao sistema colonial, a fé e a esperança na edificação do socialismo, a convicção de que o caminho escolhido conduziria à fantasia, ao sonho que eles tanto almejavam e, também, pelos que morreram lutando contra os exércitos coloniais.

Hoje tais literaturas refletem as contradições e os desafios vivenciados pelos povos africanos no chamado “mundo globalizado”. Criticam as elites dirigentes e denunciam as razões que levaram os projetos da utopia a naufragarem. Além disso, ainda resgatam elementos importantes das culturas fundadoras, trazem seus desenhos e nuances para as páginas dos livros, de onde se ouve o tambor africano. Dado que diferencia o texto africano de outros textos, mas que, ao mesmo tempo, o lança no caleidoscópio de culturas do mundo globalizado. (MIRANDA, 2009, p. 56).

Essa literatura nos fornece rudimentos para podermos conhecer a história da resistência contra o colonialismo, o qual ainda existe nas ideias e representações nas sociedades pós-coloniais sobre negros e indígenas.

Conclusão

A literatura moçambicana tem fortes traços de sua realidade social. Tal literatura expõe o desafio de viver em um mundo globalizado, criticando seus dirigentes e resgatando elementos da sua cultura fundadora, trazendo- as para as páginas de seus livros. A literatura infantil, em Moçambique, é caracterizada como de pouco valor, assim os escritores optam pela literatura adulta, o que leva as crianças a lerem livros de adulto, inadequados para a faixa etária, tendo em vista sua capacidade de compreensão.

Sabemos que devemos estimular a criança a ter gosto pela leitura, mas como, se colocamos diante dela livros com palavras complicadas e com números de páginas assustadores? Em vez de estimular o gosto pela leitura, estamos “matando” um provável leitor de sucesso. Um livro escrito para

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crianças deve ter bastante ilustração e escrita prudente, sempre respeitando a faixa etária dos pequenos leitores, o que leva os escritores moçambicanos a preferirem escrever para adultos, mesmo tendo capacidade de escrever para crianças.

Referências Bibliográficas

BRATKOWSKI, Bianca Rodrigues. O antes e o depois da independência: vivências e tradições na literatura moçambicana. Boitatá, Londrina, n. 13, p. 102- 113, 2012.

MIRANDA, Maria de. Literatura Angolana e Moçambicana: espelho da resistência e da disposição de construir um novo tempo. Augustus, Rio de Janeiro, v. 14, n. 27, 2005.

TUTIKIAN, Jane. Velhas identidades novas: o pós-colonialismo e a

emergência das nações de língua portuguesa. Porto Alegre: Sagra Luzzatto,

2006

OLIVEIRA, Maria Anória de Jesus. Literatura Infanto-Juvenil Contemporânea no Brasil e em Moçambique: Tecendo Negritudes. Itabaiana: Gepiadde, São Paulo, V. 7, 2010.

Referências

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