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UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA RÚBIA ADÉLIA DE PONTES

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UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA RÚBIA ADÉLIA DE PONTES

O PERFIL DO ATENDIMENTO FISIOTERAPÊUTICO NA ATENÇÃO BÁSICA DE SAÚDE NO MUNICÍPIO DE IMBITUBA – SC

Tubarão 2009

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O PERFIL DO ATENDIMENTO FISIOTERAPÊUTICO NA ATENÇÃO BÁSICA DE SAÚDE NO MUNICÍPIO DE IMBITUBA – SC

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Curso de Fisioterapia da Universidade do Sul de Santa Catarina, como requisito parcial à obtenção do título de Bacharel em Fisioterapia.

Orientador: Msc, Profª. Fabiana Durante Medeiros.

Tubarão 2009

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O PERFIL DO ATENDIMENTO FISIOTERAPÊUTICO NA ATENÇÃO BÁSICA DE SAÚDE NO MUNICÍPIO DE IMBITUBA – SC

Este trabalho de conclusão de curso foi adequado a obtenção do título de Bacharel em Fisioterapia e aprovado em sua forma final pelo Curso de Fisioterapia da Universidade do Sul de Santa Catarina.

Tubarão, 16 de novembro de 2009.

_____________________________________________ Profª. Orientadora Msc. Fabiana Durante Medeiros.

Universidade do Sul de Santa Catarina

_____________________________________________ Prof. Msc. Ralph Fernando Rosas.

Universidade do Sul de Santa Catarina.

_____________________________________________________ Profª. Msc. Inês Almansa Vinadé.

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Acima de tudo, a Deus, pois sem ele nada seria.

A toda a minha família que esteve presente e ativa, auxiliando, estimulando e acreditando, durante todo o curso e principalmente desde o início da minha vida escolar.

Ao meu namorado que me compreendeu dividindo angustias, expectativas e alegrias, durante a elaboração e conclusão deste trabalho.

Aos meus colegas da faculdade, com um ar de cumplicidade, vivenciando as mesmas situações, me fizeram rir muito.

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Primeiramente a professora orientadora Fabiana Durante de Medeiros que me guiou e auxiliou durante toda a elaboração do trabalho.

A todos os participantes da pesquisa por doarem um pouco do seu tempo e conhecimento, especialmente ao fisioterapeuta Evaldi Porto Luiz Filho que tentou ao máximo facilitar a coleta dos dados.

Ao professor da disciplina de trabalho de conclusão de curso Rodrigo Iop por estar sempre acessível, e por passar as informações de forma clara.

Aos professores participantes da banca examinadora, Inês Almansa Vinadé e Ralph Fernando Rosas por aceitarem a participar e colaborar na avaliação deste trabalho.

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“A falsa ciência cria os ateus, a verdadeira, faz o homem prostrar-se diante da divindade” (Voltaire).

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O acesso à fisioterapia atualmente está em sua maioria, restrito a convênios e atendimentos particulares, voltado principalmente para reabilitação, estes profissionais ainda não estão inseridos oficialmente na Estratégia Saúde da Família, embora alguns municípios tenham um número reduzido de fisioterapeutas atuando pelo SUS que ficam sobrecarregados atendendo os doentes mais graves. Frente a esta realidade o objetivo principal desse estudo foi descrever o perfil do atendimento fisioterapêutico na atenção básica de saúde no município de Imbituba-SC, e descrever a opinião de dentistas, gestores e médicos atuantes na Saúde Pública de Imbituba-SC, sobre a atuação da fisioterapia na Atenção Básica. É uma pesquisa exploratória, a população foi constituída pelos fisioterapeutas, dentistas, gestores e médicos da Estratégia Saúde da Família do município de Imbituba-SC, foi aplicado um questionário no próprio ambiente de trabalho desses profissionais e realização de fotografias. Foram analisados através da estatística descritiva, com uso do Microsoft Office Excel 2003, documentos do Microsoft Office World 2003, com uso de gráficos e planilhas. Os resultados obtidos foram: O município de Imbituba-SC tem na sua rede pública 3 profissionais de fisioterapia, sendo dois do sexo feminino e um do sexo masculino, as atividades realizadas pelos Fisioterapeutas na Atenção Básica não são existentes, apenas atuam na atenção terciária, atendendo a domicílio, principalmente pacientes neurológicos. A opinião dos dentistas, médicos e gestores mostraram que 58,30% dos indivíduos que aceitaram participar da pesquisa, acreditam que a fisioterapia atua apenas na reabilitação, enquanto que apenas 25% apontaram a fisioterapia como uma profissão que atua nos 3 níveis de atenção, e 16,7% não opinaram. Esses resultados mostra quão é necessário mudar o estereótipo que a fisioterapia tem, de ser uma profissão que atua somente em nível de atenção terciária, outro fator importante é a necessidade de implantação de mais profissionais de fisioterapia para poder atuar em todas as áreas favorecendo toda a população e não ficar restrito atendendo somente aos pacientes com patologias mais severas, que na falta de mais profissionais são prioridades frente a outras patologias menos complexas ou projetos preventivos.

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ABSTRACT

Access to physical therapy today is mostly restricted to private health plans and care, mainly for rehabilitation, these professionals are not yet officially entered the Family Health Strategy, although some districts have a small number of physiotherapists working SUS that are burdened given the more critical patients. Facing this reality, the main objective of this study was to describe the profile of physical therapy in primary care in the city of Imbituba-SC, and describe the views of dentists, doctors and managers working in the Public Health Imbituba-SC, about the performance physiotherapy in primary care. It is an exploratory survey, the population was made up of physiotherapists, dentists, doctors and managers of the Family Health Program in the city of Imbituba-SC, a questionnaire was applied in the work environment of professional and making photographs. Were analyzed by descriptive statistics, using Microsoft Office Excel 2003, Microsoft Office documents World 2003, with the use of graphs and charts. The results were: The town of Imbituba-SC has in his public 3 physical therapy professionals, two females and one male, the activities carried out by physiotherapists in primary care are not available, only work in tertiary care, given home, especially neurological patients. The views of dentists, doctors and managers showed that 58,30% of individuals who agreed to participate in the survey, believe that the therapy works only on rehabilitation, whereas only 25% indicated physical therapy as a profession that operates in 3 levels of care, and 16,70% did not opine. These results show how it is necessary to change the stereotype that physical therapy has to be a profession that acts only on the tertiary level, another important factor is the need to implement more professional physiotherapy in order to act in all areas by encouraging all population and not be constrained given only to patients with more severe diseases, which in the absence of more professionals are priorities compared to other diseases less complex or preventive projects.

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Figura 1 – Atendimento fisioterapêutico através da saúde pública aplicado a

gerontologia domiciliar, em Imbitba-SC...38 Figura 2 – Atendimento fisioterapêutico através da saúde pública, aplicado a TRM domiciliar, em Imbituba SC...39 Figura 3 – Ressonância Magnética de um dos pacientes atendido pela fisioterapia na saúde pública de Imbituba-SC...40 Figura 4 – Paciente pediátrico com TCE e TRM, atendido pela fisioterapia da rede pública de Imbituba – SC...40

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Gráfico- 1 – Distribuição dos Fisioterapeutas que atuam na Saúde Pública de Imbituba SC, quanto a Idade...34 Gráfico 2 – Distribuição quanto ao tempo de graduação e tempo de atuação no SUS de Imbituba SC, dos profissionais de fisioterapia...37 Gráfico 3 – Distribuição dos dentistas, gestores e médicos quanto ao gênero...43 Gráfico 4 – Distribuição dos dentistas, gestores e médicos quanto a definição

de fisioterapia...44 Gráfico 5 - Projetos de Saúde existentes no município de Imbituba SC, segundo os profissionais que atuam na saúde pública: Dentistas, Gestores, Médicos...48 Gráfico 6 – Distribuição quanto qual seria o profissional indicado a atuar nos projetos de saúde indicados no questionário aplicado aos dentistas, gestores e médicos...48

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Tabela 1 – distribuição dos profissionais de fisioterapia da rede pública de Imbituba- SC quanto ao gênero...33 Tabela 2 – Distribuição dos Fisioterapeutas da rede pública de Imbituba-SC quanto ao nível de formação acadêmica...35 Tabela 3 – Distribuição de fisioterapeutas da rede pública de Imbituba-SC quanto ao tempo de graduação em fisioterapia...36 Tabela 4 – Distribuição dos fisioterapeutas da rede publica de Imbituba-SC quanto ao tempo em meses, de atuação no SUS...36 Tabela 5 – Distribuição dos fisioterapeutas da rede publica de Imbituba-SC em relação ao vínculo empregatício...37

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ESF - Estratégia Saúde da Família

IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística IRA – Infecção Respiratória Aguda

LER – Lesões por esforço repetitivo OMS – Organização Mundial da Saúde

NASF - Núcleos de Atenção Integral na Saúde Família PAB – Piso Assistencial Básico

PSF – Programa Saúde da Família SUS – Sistema Único de Saúde UBS – Unidade Básica de Saúde

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1 INTRODUÇÃO...14

2 REVISÃO DE LITERATURA...17

2.1SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE...17

2.2 ATENÇÃO BÁSICA...18

2.2.1 Prevenção da saúde...19

2.3 ESTRATÉGIA SAÚDE DA FAMÍLIA (ESF)...19

2.4 A INSERÇÃO DO FISIOTERAPEUTA NA ESF...21

2.4.1 Fisioterapia na Saúde da Mulher...24

2.4.2 Fisioterapia na Saúde do Trabalhador e Saúde do Homem...25

2.4.3 Fisioterapia na Saúde dos Hipertensos e Diabéticos...26

2.4.4 Fisioterapia na Saúde dos Idosos...27

2.4.5 Fisioterapia na Saúde da Criança e do Adolescente...29

2.4.6 Fisioterapia no Atendimento Domiciliar...29

3 DELINEAMENTO DA PESQUISA...30

3.1 TIPO DA PESQUISA...30

3.1.1 Tipo da pesquisa quanto ao nível...30

3.1.2 Tipo da pesquisa quanto a abordagem...30

3.1.3 Tipo da pesquisa quanto ao procedimento...30

3.2 POPULAÇÃO/AMOSTRA...31

3.3 INSTRUMENTOS UTILIZADOS PARA COLETA DE DADOS...31

3.4 PROCEDIMENTOS UTILIZADOS PARA COLETA DE DADOS...31

3.5 ANÁLISE E INTERPRETAÇÃO DOS DADOS...32

4 ANÁLISE E DISCUSSÃO DOS DADOS...33

4.1 FISIOTERAPEUTA...33

4.1.1 Distribuição quanto ao gênero...33

4.1.2 Idade...34

4.1.2 Formação acadêmica...35

4.1.3 Quanto ao tempo de graduação...35

4.1.4 Quanto ao tempo de atuação no SUS...36

4.1.5 Distribuição quanto o tempo de graduação e tempo de atuação no SUS...37

4.1.6 Quanto a forma de vínculo empregatício...37

(14)

4.1.10 Pacientes na fila de espera...41

4.1.11 Principais dificuldades no atendimento fisioterapêutico...41

4.2 DEMAIS PROFISSIONAIS DA SAÚDE...42

4.2.1 Dentistas...42

4.2.2 Gestores...42

4.2.3 Médicos...42

4.3 QUANTO A DEFINIÇÃO...43

4.3.1 Fisioterapia nos três níveis de atenção...44

4.3.2 Fisioterapia na Reabilitação...45

4.4 QUANTO A ATUAÇÃO...46

4.5 SOBRE A ATENÇÃO BÁSICA...47

4.5.1 Quanto a existência desses projetos...47

4.5.2 Quanto os profissionais indicados para atuarem nesses projetos...48

5 CONCLUSÃO...49

REFERÊNCIAS...51

APÊNDICES...55

APÊNDICE A – Questionário aplicado aos dentistas, gestores e médicos da Estratégia da Saúde da Família...56

APÊNDICE B – Questionário aplicado aos fisioterapeutas da Estratégia da Saúde da Família...57

ANEXOS...58

ANEXO 1 – LEI Nº 8.080 DE 19 DE SETEMBRO DE 1990...59

ANEXO 2 – LEI Nº 8.142, DE 28 DE DEZEMBRO DE 1990...74

ANEXO 3 – Termo de consentimento livre e esclarescido...76

ANEXO 4 – Declaração de ciência e concordância das instituições envolvidas...79

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1 INTRODUÇÃO

O município de Imbituba, localizado no litoral sul de Santa Catarina, possui uma rede de Programas Saúde da Família com 13 postos centrais e 13 unidades básicas de Saúde.

A procura de atendimento fisioterapêutico está cada vez maior, uma vez que há poucos centros que prestam esse serviço através do Sistema Único de Saúde (SUS), gerando uma lista de espera gigantesca. O papel do atendimento fisioterapêutico na atenção básica é o de promover a saúde informando sobre a qualidade de vida dos clientes, prevenindo e alertando os possíveis riscos que estes correm, e reabilitando a doença já instalada com suas técnicas especializadas, na Estratégia Saúde da Família (ESF), trabalhando interdisciplinarmente com outros profissionais informando-os e discutindo a saúde da comunidade.

Os fisioterapeutas são educados em sua maioria com prioridade em atender patologias, deixando uma lacuna na promoção da saúde.

Os profissionais são hoje, formados para o uso intensivo de tecnologia e para especialização, o que como já foi dito, não é um perfil adequado para o SUS (1). Uma visão diferenciada da profissão, voltada somente para atendimento clínico, limita pacientes de baixa renda acessar o serviço.

Outro fator importante para falta da atuação dos fisioterapeutas na atenção básica é que estes profissionais ainda não estão inseridos oficialmente na Estratégia Saúde da Família, embora alguns municípios tenham um número reduzido de fisioterapeutas atuando pelo SUS que ficam sobrecarregados atendendo os doentes mais graves.

De acordo com o Ministério da Saúde* tais transformações demandam a formação de profissionais com competências e habilidades para conhecer a realidade global das famílias, identificar e solucionar problemas, desenvolver ações educativas e intersetoriais para a promoção de saúde, trabalhar em equipe, prestar assistência integral a saúde, intervir no processo de trabalho, enfrentar situações em constante mudança e planejar junto à comunidade.

______________

* Ministério da Saúde. Competências para o trabalho em Unidade Básica de Saúde sob a estratégia saúde da família (2000) apud (2).

(16)

Há necessidade de adequar esses profissionais a realidade da atenção básica. Considera-se fundamental que os fisioterapeutas, aliados aos educadores físicos, nutricionistas, psicólogos e outros, auxiliem as secretarias municipais de saúde na elaboração dos projetos de constituição de Núcleos de Atenção Integral na Saúde Família. (NASF) (3).

O Ministério da Saúde incentiva a atuação do fisioterapeuta na Estratégia de Saúde da Família, devido a sua importância para a comunidade. Frente a esta realidade surge a questão: qual o perfil do atendimento fisioterapêutico na atenção básica de saúde no município de Imbituba SC?

A atenção básica considera o sujeito em sua singularidade, na complexidade, na integralidade, e na inserção sócio cultural e busca a promoção de sua saúde, a prevenção e tratamento de doenças e redução de danos ou de sofrimentos que possam comprometer suas possibilidades de viver de modo saudável (4).

Não são apenas os profissionais bem qualificados em grandes empresas e escritórios que têm lesões do tipo LER, as donas de casa por exemplo que fazem o mesmo serviço todos os dias acabam sofrendo essas lesões, assim como todos os outros integrantes da família que sofrem por condições fisiológicas ou patológicas como: gestação, envelhecimento, incontinência urinária, coronariopatias, doenças pulmonares e ortopédicas. Enfim, as patologias afetam todas as classes, somando a isso a classe social de menor renda que necessita de mais promoção à saúde.

A Equipe multiprofissional da ESF é composta por médico, enfermeiro, cirurgião dentista, auxiliar de consultório dentário ou técnico em higiene dental, auxiliar de enfermagem ou técnico de enfermagem e agente comunitário de saúde, entre outros (4).

Segundo esse conceito de equipe multiprofissional, o mesmo abre portas para outros profissionais, promovendo a inserção dos fisioterapeutas na saúde pública, ampliando a qualificação e a área de atuação profissional.

Outro fator relevante é a significância do conhecimento dos resultados dessa pesquisa em relação a cidade de Imbituba, que pode ser projetado a outras cidades com igual porte de Santa Catarina. Vendo se é necessário ou não aumentar a inclusão do fisioterapeuta através do perfil do seu exercício profissional.

O objetivo principal desse estudo é identificar o perfil do atendimento fisioterapêutico na atenção básica de saúde no município de Imbituba SC. E os objetivos específicos são: Verificar quantos fisioterapeutas atuam no PSF de Imbituba. Identificar qual a formação desses profissionais. Verificar quanto tempo de formação, e quanto tempo de atuação no SUS, tem os profissionais de fisioterapia atualmente contratados ou concursados

(17)

pela prefeitura de Imbituba SC. Identificar quais são as atividades realizadas ou recursos mais utilizados pelos fisioterapeutas durante a atuação destes na atenção básica a saúde. Verificar quais as principais patologias atendidas pelos fisioterapeutas no SUS. Verificar quantas pessoas estão sendo atendidas pela fisioterapia e quantas estão esperando por uma vaga no SUS. Avaliar qual a opinião dos profissionais como médicos, dentistas e gestores da unidade saúde da família sobre a atuação do fisioterapeuta na ESF. Descrever quais são as principais dificuldades no atendimento fisioterapêutico através do SUS, segundo a visão do fisioterapeuta.

O procedimento utilizado para realização da pesquisa é de levantamento de dados e observacional, isto é sem intervenção. Foram elaborados questionários para esse fim.

Esse trabalho foi organizado em cinco capítulos. O capítulo um fez uma introdução ao tema e descreveu os objetivos. O capítulo dois definiu conceitualmente os assuntos abordados ao longo da pesquisa. O capítulo três se refere ao delineamento da pesquisa, tal como a amostra, materiais e métodos análise e estatística. O capítulo quatro descreve os resultados obtidos ao final do estudo e a discussão destes. O capítulo cinco trata da conclusão.

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2 REVISÃO DE LITERATURA

2.1 SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE

Atualmente sabe-se que saúde não representa apenas ausência de doenças. O Ministério da Saúde (MS)* afirma que, para se ter saúde, é preciso ter acesso a um conjunto de fatores como alimentação, moradia, emprego, lazer e educação. Devido á esse pensar que surgiu uma nova política em saúde no País, sendo o ano de 1988 um marco para a história da saúde, pois, nesse ano, foi criado o Sistema Único de Saúde (SUS).

As ações do SUS são organizadas por níveis de complexidade crescente, ou seja, divididas em atenção primária, secundária e terciária, com um fluxo de referência e contra-referência. A atenção primária serve de porta de entrada para o sistema de atenção e é capaz de resolver grande parte da demanda à saúde; o atendimento é oferecido de forma individual ou coletiva. Já atenção secundária e a terciária possuem serviços de maior complexidade (6).

As Leis 8080/90 e 8142/90 são chamadas Leis Orgânicas da Saúde – LOS. Tratam-se de leis complementares que detalham a organização e o funcionamento do novo sistema de saúde estabelecido pela Constituição Federal (CF) (7). As leis do SUS 8080/90 e 8141/90 estão em anexo (Anexo 1 e 2)

A lei 8.080 institui o Sistema Único de Saúde, com comando único em cada esfera de governo e definiu o Ministério da Saúde como gestor no âmbito da União. A lei, no seu Capítulo II – Dos princípios e Diretrizes, Art. 7º, estabelece entre os princípios do SUS a “universalidade de acesso aos serviços de saúde em todos os níveis de assistência” (8).

Na hierarquia das leis teríamos na Constituição Federal os princípios pétreos e as bases essenciais do Sistema Único de Saúde/SUS. A Lei Orgânica de Saúde, representada inicialmente pela 8.080 e 8.142 e hoje já complementada com outras tantas, tem como objetivo explicar e completar as bases da CF. Nada pode contrariar ou inovar em relação à lei. Para se fazer a operacionalização das leis utilizam-se decretos e portarias. As Normas Operacionais Básicas (NOBs) são penduricalhos de portarias, anexas a elas e de natureza subservientes às leis (9).

______________

* Ministério da Saúde – Conselho Nacional de Secretários de Saúde. Para entender a gestão do SUS. Brasília: MS; 2003, apud (5).

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2.2 ATENÇÃO BÁSICA

O Ministério da Saúde lança, em 1999, um manual para organização da Atenção Básica, baseado nos princípios do Sistema Único de saúde (SUS): integralidade da assistência, universalidade, equidade, resolutividade, intersetorialidade, humanização do atendimento e participação social, com o intuito de orientar a estruturação desse nível de atenção. A Atenção básica constitui um conjunto de ações de caráter individual ou coletivos situadas no primeiro nível de atenção dos sistemas de saúde, voltadas para a promoção da saúde, prevenção de agravos, tratamento e reabilitação (10).

A atenção básica caracteriza-se por um conjunto de ações de saúde, no âmbito individual e coletivo, que abrangem a promoção e a proteção da saúde, a prevenção de agravos, o diagnóstico, o tratamento, a reabilitação e a manutenção da saúde. É desenvolvida por meio de práticas gerenciais e sanitárias democráticas e participativas, sob a forma de trabalho em equipe, dirigidas a populações de territórios bem delimitados, pelas quais assume a responsabilidade sanitária, considerando a dinamicidade existente no território em que vive essas populações. Utiliza tecnologias de elevada complexidade e baixa densidade, que devem resolver os problemas de saúde de maior freqüência e relevância em seu território. É o contato preferencial dos usuários com os sistemas de saúde. Orienta-se pelos princípios da universalidade, da acessibilidade e da coordenação do cuidado, do vínculo e continuidade, da integralidade, da responsabilização, da humanização, da equidade e da participação social (11).

Visando à operacionalização da Atenção Básica, definem-se como áreas estratégicas para atuação em todo o território nacional a eliminação da hanseníase, o controle da tuberculose, o controle da hipertensão arterial, o controle do diabetes mellitus, a eliminação da desnutrição infantil, a saúde da criança, a saúde da mulher, a saúde do idoso, a saúde bucal e a promoção da saúde. Outras áreas serão definidas regionalmente de acordo com prioridades e pactuações definidas nas Comissão Intergestores Bipartites (CIBs) (11).

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2.2.1 Prevenção de Saúde

Segundo Centurião* Prevenção para a área da saúde, tem o significado de ação antecipada, evitando a progressão posterior da doença, sendo pertinente à atuação de todos os profissionais da saúde, tanto em âmbito individual quanto coletivo. A prevenção visa à construção da consciência sanitária dos indivíduos que, dessa forma, podem produzir relações favoráveis à sua saúde, à qualidade de vida. Com isso, torna-se aplicável a qualquer situação, nível ou área de atuação, assumindo sua indissociabilidade, sua integralidade.

Brasil e colaboradores** afirmam que o nível de prevenção primário atua na pré-patogênese, quando o organismo encontra-se em equilíbrio, estabelecendo ações que o mantenham nessa situação. Tais ações englobam a promoção de saúde cujas ações visam modificações no estilo de vida, na adoção de hábitos saudáveis, diminuindo riscos de doenças e morte, e a proteção especifica. A partir daí, temos o nível secundário de prevenção, quando o organismo apresenta alterações na forma e/ou função e atua-se no diagnóstico precoce e com medidas terapêuticas apropriadas. No nível terciário, existe uma seqüela ou incapacidade que precisa ser minimizada.

2.3 ESTRATÉGIA SAÚDE DA FAMÍLIA (ESF)

Segundo Véras*** O programa Saúde da Família (PSF) foi criado pelo Ministério da Saúde em 1994, tendo como principal objetivo uma reorientação do modelo assistencial a partir da atenção básica e com definições de responsabilidades entre os serviços de saúde e a população.

_____________

* Centurião CCH. Prevenção em Fisioterapia: um estudo da formação profissional do fisioterapeuta no estado do Rio Grande do Sul (1999) apud (12).

** Brasil ACO, Brandão JAM, Silva MON, Gondim-Filho VC. O papel do fisioterapeuta no programa de saúde da família no município de Sobral – Ceará (2005) apud (12).

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De acordo com Véras* As diretrizes do PSF estão em conformidade com os princípios do Sistema Único de Saúde (SUS). O programa aponta para mudanças significativas e inovadoras, tanto na parte técnica, política e administrativa dos recursos do setor saúde, como na própria organização dos serviços e na prática do profissional atuante. De 1994 até os dias atuais, observa-se que o programa caminha a passos largos, tanto em termos de expansão, adesão da comunidade, produção científica, surgimento de novas estratégias para antigos problemas da comunidade e mudanças nas práticas dos profissionais atuantes. Nesse contexto, começou a ocorrer no Brasil, em diferentes regiões, a inserção do profissional fisioterapeuta no campo da atenção primária ou mesmo dentro do Programa Saúde da Família. Neste novo paradgma, o fisioterapeuta passa a contribuir para uma melhoria nas ações de atenção à saúde nos diferentes níveis de complexidade. Procura otimizar, principalmente, o acesso e a integralidade definidos pelo SUS às demandas básicas atendidas pelas unidades de saúde.

Segundo o COFFITO** os profissionais do PSF estão organizados em equipes de Saúde da Família (SF). Fazem parte dessa equipe, no mínimo, 05 a 06 Agentes comunitários de Saúde (ACS), um médico, um enfermeiro e um auxiliar de enfermagem. Cada um se responsabiliza por cerca de mil famílias e estas passam a ter co-responsabilidade no cuidado a saúde.

O Programa Saúde da Família foi idealizado para aproximar os serviços de saúde da população. Para cumprir o princípio constitucional do Estado de garantir ao cidadão seu direito de receber atenção integral a saúde – com prioridades para atividades preventivas, mas sem prejuízos dos serviços assistenciais – e para permitir que os responsáveis pela oferta dos serviços de saúde, os gestores do SUS, aprofundem o conhecimento sobre aqueles a quem devem servir. (14)

______________

* Véras MMS. A inserção do fisioterapeuta na estratégia de Saúde da Família de Sobral-CE (2002) apud (13).

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2.4 A INSERÇÃO DO FISIOTERAPEUTA NA ESF

Na medida em que se tornou mais conhecida e que se ampliaram as áreas de intervenção da fisioterapia, houve um aumento na demanda por esses serviços, porém a oferta não aumentou na mesma proporção. O atendimento restrito, principalmente, aos centros de reabilitação e alguns serviços de atenção secundária, vem ocasionando uma demanda reprimida nesses locais, onde há listas de espera em que as pessoas aguardam durante meses por atendimento. Em outro momento essas dificuldades, muitas vezes, impossibilitam o acesso ao tratamento, pois há ocasiões em que a pessoa, mesmo conseguindo uma vaga no serviço de fisioterapia, não tem condições financeiras e/ou físicas de se deslocar continuamente até o serviço, perdendo a oportunidade de recuperação e agravando o problema (15).

Esta nova inserção da equipe multiprofissional no mercado, contribui efetivamente na transformação do modelo, assistencial hegemônico, centrado no hospital e na doença: traz em certos momentos o desentendimento além de ferir velhos interesses de dominação, passando a fazer parte de velhos discursos oportunistas, que causam confusões no entendimento da população, como forma de manter o modelo assistencial anteriormente referido. E também acentua que, de forma diferenciada, os fisioterapeutas poderão contribuir com as futuras mães podendo assim realizar um trabalho pré-parto, auxiliando no posicionamento pélvico postural. Além do auxílio pós parto de forma a contribuir na postura durante a amamentação, entre outros. É preciso que haja por parte do governo conscientização e bom senso sob os benefícios que podem ser proporcionados à população através da inclusão do fisioterapeuta na equipe multiprofissional (16).

Não podemos, na atualidade, nos contentarmos com os choros e lamúrias de colegas que comumente chegam as nossos ouvidos, tais como: “os convênios que oferecem Fisioterapia e/ou Terapia Ocupacional continuam remunerando os procedimentos de uma forma inadequada, baseando-se em tabelas que se encontram defasadas, e o pior, nada ou muito pouco tem a ver com o que provemos, nossa remuneração é baixa, o sindicato não faz nada”. Toda ação fisioterapêutica sempre deverá ser precedida de uma consulta, constituindo-se de uma criteriosa investigação, incluindo: análiconstituindo-se da qualidade de movimento, sua amplitude e precisão, os graus de repercussões funcionais e sistêmicas e as estruturas anatômicas envolvidas a fim de possibilitar ao profissional segurança, responsabilidade e resolutividade, estabelecer os procedimentos, etapas terapêuticas a serem superadas pelo paciente, de acordo com a sua demanda de saúde funcional apresentada e, ainda, identificar a

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necessidade ou não da indicação de ações fisioterapêuticas em cada caso apresentado, podendo, em alguns casos, ser necessária a solicitação de parecer e/ou de exames complementares, que possam elaborar o diagnóstico cinético funcional (17).

A Saúde Pública brasileira ainda guarda uma grande relação com o modelo assistencial de prestação de serviços. O atendimento está centrado no indivíduo e, quase, exclusivamente, na cura da doença instalada. O profissional da saúde exerce o papel de reabilitador e suas ações são focadas na queixa principal, sem muita análise do indivíduo e do seu modo de vida. Alheio aos problemas epidemiológicos, sua práxis encontra-se dissociada da territorialização e das necessidades da comunidade onde atua. Neste contexto, supremo e inabalável é o saber do profissional, frente a pequenez do conhecimento da população sobre os eventos da saúde. A este modelo prevalecente, o médico-assistencial privatista e os conceitos de promoção da saúde, em suas mais diversas competências, ficam subjugados a um plano, remetendo um contingente populacional avassalador às filas intermináveis, nas Unidades Básicas de Saúde, quando suas situações já atingem níveis muitas vezes irreversíveis. O acesso digno a saúde mantem-se restrito aos grandes centros urbanos e a uma minoria, denominada “classe alta”, na qual tanto os serviços de alta complexidade como os privilégios da atenção domiciliar estão garantidos (18).

Decorrente de crescentes discussões preconiza-se um “novo” modelo de atenção à saúde, numa tentativa desesperadora de integrar os três níveis de prevenção (primária, secundária, e terciária) visando à participação do indivíduo na sociedade como uma busca ativa aos que não dispõem de acessos aos serviços públicos (rompendo o ciclo “demanda espontânea”) de modo a abranger todo o território, nas suas mais variadas situações sociais, a fim de que se mobilize o coletivo e não somente o individual. A este modelo, o assistencial alternativo, compete um completo estudo organizacional vigente às necessidades apresentadas pela comunidade na tentativa subjetiva de promover qualidade de vida e não apenas a ausência da doença. A inserção da fisioterapia dentro do que preconiza os novos parâmetros de saúde ainda é utópica. O paradigma dominante da reabilitação já apresenta enfraquecimento de suas atuações, mesmo que fortemente enraizada ao longo de suas histórias. Se o momento da rápida necessidade de garantir o retorno dos indivíduos às suas participações laborativas e lucrativas demarcou a profissão, o passar dos anos só contribui para reforçar ainda mais essa limitada atuação (18).

Menezes* diz que isto ocorre não pela formação acadêmica deste profissional, que não tem contemplado uma visão epidemiológica dos problemas de saúde, como também por

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falta de conhecimento e entendimento dos gestores e demais profissionais sobre a capacitação e contribuição do fisioterapeuta na rede pública.

Segundo Schwingel** para integrar os princípios propostos pelo SUS, a fisioterapia, como campo de conhecimento e prática, deve formar profissionais que sejam capazes de lidar com a promoção de saúde e prevenção de doenças, além da assistência curativa e reabilitadora.

De acordo com Sampaio*** nesse novo contexto de ações descentralizadas, em uma perspectiva interdisciplinar, verifica-se a incipiente presença do fisioterapeuta na saúde pública. Suas ações ainda estão centralizadas nas áreas curativas e reabilitadoras, voltadas para as práticas hospitalares e ambulatoriais, em detrimento aos novos modelos assistenciais.

Historicamente, a atuação do fisioterapeuta é entendida como assistência no nível da atenção terciária, porém sabe-se que quando inserido na atenção primária, pode ser de grande valia para ações de promoção da saúde, prevenção de doenças e educação em saúde. E complementa dizendo, o SUS (Sistema Único de Saúde), é uma forma de organização do sistema de saúde do País baseado nos princípios da integralidade, universalidade, equidade e intersetorialidade. Tem como modelo a atenção integral à saúde, diferenciando-se do modelo de atenção à saúde anterior que era centrado na doença (1).

Souza**** complementa dizendo que a busca da integralidade da assistência e a criação de vínculos de compromisso e responsabilidade compartilhados entre os serviços de saúde e a população podem ser conseguidos através da efetiva implantação do PSF (Programa Saúde da Família). Portanto o PSF passa a ser proposta de consolidação do SUS. A proposta do programa vem conquistando adeptos sendo uma estratégia que destaca a abordagem multiprofissional e ações preventivas de doenças e promoção da saúde. Hoje segundo o MS (Ministério da Saúde), já temos 21.500 equipes.

Viana, Merényi, Sampaio e Furtado***** dizem que, o fisioterapeuta é um profissional habilitado a atuar na promoção e proteção da saúde, prevenindo e reabilitando em

_____________

* Menezes RG. Fisioterapia Social, uma excepcionalidade acadêmica? (2001) apud (2).

** Schwingel G. A fisioterapia na saúde pública: um agir técnico, político e transformador. (2002) apud (2).

*** Sampaio RF. O fisioterapeuta na saúde da população: atuação transformadora. (2002) apud (2).

**** Souza RR. A população em primeiro lugar (199) apud (1).

*****Viana SO, Merényi A, Sampaio RF, Furtado SRC. Fisioterapia na atenção primária: uma experiência de integração entre ensino, serviço de saúde e assistência à comunidade. 2003 apud (12).

(25)

níveis individual e coletivo. Seu envolvimento em programas de atenção primária contribui no quadro de saúde-doença encontrado no país

2.4.1 Fisioterapia na Saúde da Mulher

A saúde das mulheres é um importante indicador da saúde de uma nação. Isso porque, historicamente, têm sido atribuídos às mulheres os cuidados com os demais membros da família, e porque estas representam o maior contingente de cuidadoras formais na área da saúde. Além disso, as mulheres necessitam de cuidados especificamente voltados à sua saúde reprodutiva, que devem incluir desde a possibilidade de escolher e utilizar um método contraceptivo, até uma assistência multiprofissional de qualidade na gestação, parto, puerpério e climatério (20).

Segundo Souza* desde o início da gravidez o organismo materno, em decorrência da liberação hormonal, sofre mudanças que afetam o funcionamento habitual dos sistemas digestório, circulatório, respiratório, da biomecânica postural, enfim, ocorre um processo de transformações e adaptações, necessários ao perfeito crescimento e desenvolvimento fetal.

Stephenson, O’Connor** complementam que em vista disso, torna-se inegável a importância da fisioterapia nesta fase, pois o fisioterapeuta estabelece importante vínculo que aliado ao seu conhecimento específico, torna-o qualificado para oferecer assistência em busca da melhor qualidade de vida para as gestantes. A atuação deste profissional não se restringe à reabilitação das alterações do período gestacional, mas também na sua prevenção, atenuando e/ou prevenindo as conseqüências das alterações desta fase.

Kisner, Colby*** dizem que os principais objetivos da fisioterapia, no sistema músculo-esquelético, são promover uma melhor postura durante a gestação e após o parto; maior percepção do corpo, preparar os membros superiores (MMSS) e inferiores (MMII), para as necessidades de cuidados com o bebê e para as demandas circulatórias e do aumento do peso da gestante, respectivamente; preparar, fisicamente, para o trabalho de parto; manter a função abdominal e prevenir ou corrigir a patologia da diástase dos retos; melhorar a capacidade de relaxamento; e orientar exercícios progressivos e seguros para o pós-parto.

_____________

* Souza ELBL. Fisioterapia aplicada à obstetrícia–aspectos de ginecologia e neonatologia. (2002) apud (5).

**Stephenson RG, Polden M, Mantle J. Fisioterapia em ginecologia e obstetrícia (2002) apud (5).

(26)

Stephenson, O’Connor* relatam que o fisioterapeuta possui um papel importante na conscientização da gestantes sobre esses músculos (assoalho pélvico). Os exercícios tem objetivo de fortalecer esse grupo muscular, prevenindo a incontinência urinária e os prolapsos genitais, proporcionando não só a recuperação mais rápida no pós-parto, como também o relaxamento desses músculos, auxiliando no momento do parto.

A fisioterapia utiliza-se de exercícios que facilitam o trabalho respiratório e diminuem ou cessam as dispnéias. Uma técnica bastante utilizada é a respiração diafragmática. Os exercícios respiratórios devem ser associados a cinesioterapia realizada no pré e pós parto (20).

Stephenson, O’Conner* complementam que o fisioterapeuta pode ajudar a gestante durante o trabalho de parto sugerindo posições alternativas, aplicando Estimulação Nervosa Elétrica Transcutânea (TENS) para alívio da dor, realizando massagens na região lombar e perineal, ensinando padrões respiratórios, entre outras técnicas e recursos, além de estimular a deambulação.

Grupos de gestantes (orientações posturais, preparação para o parto fisiológico, cuidados, exercícios respiratórios, monitoramento da freqüência cardíaca e pressão arterial, orientações de cuidados com o bebê e amamentação. Puerpério, planejamento familiar). Grupo de Mama (detecção precoce, auto-exame assistido, orientações de cuidados, exercícios de reeducação funcional, prática de atividade física e exercícios controlados e educação em saúde). Atuação no climatério (exercícios uroginecológicos na hipoestrogenia, acompanhamento e minimização dos sintomas, orientações a prática de exercícios controlada) (21).

2.4.2 Fisioterapia na Saúde do trabalhador e Saúde do Homem

Grupos de postura (orientações em empresas, cooperativas, trabalhadores domésticos sobre postura, melhor alinhamento da coluna vertebral, ergonomia, prática de exercícios direcionados, orientação quanto ao uso de equipamento de proteção individual, educação em saúde) (22).

_____________

**Stephenson RG, Polden M, Mantle J.Fisioterapia em ginecologia e obstetrícia (2002) apud (5).

(27)

Kendall* diz que boa postura é o estado de equilíbrio muscular e esquelético que protege as estruturas de suporte do corpo contra lesão ou deformidade progressiva, independentemente da atitude nas quais essas estruturas estejam trabalhando em repouso. Sob tais condições, os músculos funcionam mais eficientemente e posições ideais são proporcionadas para os órgãos torácicos e abdominais. A má postura é uma relação defeituosa entre várias partes do corpo, que produz uma maior tensão sobre as estruturas de suporte, sobre as quais ocorre um equilíbrio menos eficiente do corpo.

2.4.3 Fisioterapia na Saúde dos Hipertensos e Diabéticos.

Grupos de pé em risco (diabetes e hanseníase): prevenção de incapacidades, avaliação, monitoramento, adaptação de calçados, orientação de cuidados, hidratação da pele e inspeção de úlceras de pressão, treinamento dos cuidadores, etc (24).

De acordo com Camargo Junior**o tratamento da hipertensão arterial divide-se em duas categorias: o tratamento farmacológico e as modificações do estilo de vida, tais como: perda de massa corporal, adoção de um rotina de exercícios físicos, diminuição do consumo de sal, além da diminuição ou abolição da ingestão de bebidas alcoólicas.

Segundo Botelho, Lima, Oehling***no contexto mudança de estilo de vida, a atuação da fisioterapia tem promovido benefícios na prescrição e orientação da prática de exercícios físicos regularmente, através de programas de exercícios com equipe interdisciplinar, com o objetivo de adequar os exercícios as diferentes condições clínicas do paciente e melhorar o controle dos níves pressóricos e prevenir seqüelas da Hipertensão Arterial Sistêmica (HAS).

Sampaio**** complementa que o fisioterapeuta quando integrado à atenção básica pode contribuir com o monitoramento, controle da HAS através da realização de exercícios

_____________

* Kendell PF, Mc CRE. Músculos, provas e funções com postura e dor. (1995) apud (23). **Camargo Junior A. Análise do comportamento da Pressão Arterial sob duas intensidades de exercício aeróbico em hipertensos (2001) apud (25).

***Botelho APV, Lima MRS, Oehling GAC. Atividades físicas como prevenção dos fatores de Risco da Doença Arterial Coronariana (2000) apud (25).

***** Sampaio RF. Promoção de saúde prevenção de doenças e incapacidades: a experiência da fisioterapia/UFMG em uma Unidade Básica de Saúde . (2003) apud (25).

(28)

supervisionados, além da busca ativa de casos que pode ser realizada pelo profissional de fisioterapia, quando o mesmo está integrado a uma equipe multiprofissional que assiste a uma determinada população.

Já existem no mercado vários sapatos específicos para diabéticos; indicação de palmilhas corretivas ou de posicionamento dos pés, quando verificamos a ocorrência de um pé muito plano ou muito cavo, que apresentam riscos de lesões devido à hiper-pressão; se necessário, indicação de uma bengala ou andador como auxiliar na marcha e no equilíbrio, prevenindo quedas e evitando o excesso de peso em determinados pontos dos pés; incrementar a propriocepção (sensação de posicionamento das articulações no espaço) e a sensibilização do pé através do uso de bolinhas (várias texturas) e tecidos (no caso do pé diabético deve-se iniciar com um tecido mais grosso, progredindo para um tecido mais fino), em casos de dor decorrente de neuropatia periférica é de grande utilidade o emprego do TENS, que é uma corrente elétrica de alta freqüência, que bloqueia os canais de dor, e na grande maioria dos pacientes leva a um grande alívio da mesma; abusar da consciência corporal: orientar o paciente a sentir as diversas partes do corpo, procurar perceber as regiões doloridas ou tensas do corpo, se um lado do corpo é mais pesado ou mais leve que o outro, tanto em pé, quanto na posição deitada. Deve-se também orientar o posicionamento correto do membro a fim de evitar contraturas de músculos e tendões e com o intuito de melhorar a circulação, evitar inchaços, e prevenir a perda da capacidade funcional do membro lesionado (26).

2.4.4 Fisioterapia na Saúde dos Idosos

Chaimowicz* relata que segundo a OMS, idoso saudável possui independência física, psicológica, social e espiritual. A manutenção de uma vida saudável é conseqüência da redução na perda da capacidade.

Segundo Rosa, Benício, Latorre** o bem estar na velhice seria o resultado do equilíbrio entre as várias dimensões da capacidade funcional do idoso, sem necessariamente significar ausência de problemas nestas dimensões.

_____________

*Chaimowicz F. A saúde dos idosos brasileiros às vésperas do século XXI: problemas, projeções alternativas (1997) apud (27).

* Rosa TEC, Benicio MHD, Latorre MRDO. Fatores determinantes da capacidade funcional entre idosos (2003) apud (27).

(29)

Veras* complementa, como o fisioterapeuta atua em serviços de saúde com o objetivo de melhorar ou recuperar a capacidade funcional no idoso, sua atividade está fortemente vinculada à qualidade de vida destes sujeitos. Assim sendo, avaliar as condições de vida e saúde do idoso permite a implementação de propostas de intervenção, tanto em programas geriátricos quanto em políticas sociais gerais, no intuito de promover o bem-estar dos que envelhecem.

A atividade física (AF) regular pode contribuir muito para evitar as incapacidades associadas ao envelhecimento. Seu enfoque principal deve ser na promoção de saúde, mas em indivíduos com patologias já instaladas a prática de exercícios orientados pode ser muito importante para controlar a doença, evitar sua progressão, e/ou reabilitar o paciente (28).

Independente da idade homens e mulheres possuem ganho similar na força muscular nos treinamentos de resistência, assim como ganho no volume de oxigênio máximo (VO2máx, capacidade máxima de transportar e utilizar oxigênio no exercício) no treinamento aeróbico.

Quando o idoso pratica exercício aeróbico as atividades constantes da vida diária em níveis submáximos requererem menos esforço. A perda da capacidade aeróbica em adultos sedentários pode ser até 1% por ano. Pessoas de 80 ou 90 anos podem estar trabalhando no ou acima de seu potencial aeróbico máximo durante as atividades simples da vida diária. Aperfeiçoando o VO2máx, o treinamento de exercício aeróbico pode aumentar substancialmente a qualidade de vida, aumentando a resistência e, assim a independência funcional. O treinamento aeróbico atenua a morbidez, os escores de incapacidade e os custos com cuidados com a saúde. Melhora resistência cardiovascular, agilidade corporal, flexibilidade e equilíbrio. O exercício resistido com peso pode melhorar o desempenho físico. Há requerimento de força até mesmo para tarefas básicas: ergue-se de uma cadeira ou manter- se em equilíbrio, excedem a capacidade de muitos indivíduos frágeis. Aumento da velocidade da marcha habitual, e capacidade para subir escadas, e atividade física espontânea. Melhora a densidade óssea, equilíbrio estático, dinâmico e marcha, reduzindo assim os riscos de quedas (28).

_____________

* Veras RP. País jovem com cabelos brancos: a saúde do idoso no brasil (1994) apud (27). da marcha habitual, e capacidade para subir escadas, e atividade física espontânea. Melhora a

(30)

2.4.5 Fisioterapia na Saúde da criança e do adolescente.

Grupo de mães de crianças com problemas neurológicos, prática de cuidados com a transferência, postura, estímulos e cuidados para o desenvolvimento da criança e orientações a mãe. Grupo de mães de crianças com infecção respiratória aguda (IRA); estimulação essencial em crianças com atraso no desenvolvimento neuro-psico-motor em creches, centros comunitários, treinamento das mães, acompanhamento domiciliar, diagnóstico precoce de alterações e ou disfunções neuro-fisico-funcionais e encaminhamento para a referência (29).

Atuação nas creches: ergonomia, avaliação postural, orientações posturais, adaptação de ambientes, educação em saúde, cinesioterapia para desenvolvimento psicomotor, estímulo a prática de atividade física.Orientações à higiene e saúde em geral, não só relacionada às ações específicas de fisioterapia são algumas das ações deste profissional na Atenção Básica (29).

2.4.5 Fisioterapia no atendimento domiciliar

A assistência domiciliar constitui uma atividade básica, que é realizada em atenção primária à saúde para responder às necessidades de assistência das pessoas, que de forma temporária ou permanente estão incapacitadas de se deslocar aos serviços de saúde (30).

Para Felício, Franco, Torquato, Vasconcelos*a atuação fisioterapêutica em domicílio vai além da atenção direta ao paciente, é também mantido o contato com a família. A proposta no programa é de educar e capacitar membros da família para os cuidados com o paciente no domicílio. Em seu estudo, o autor cita que os pacientes que recebiam atendimento desse profissional na equipe de home-care, na visão do cuidador, apresentavam condições clínicas mais favoráveis, principalmente em relação à dor e a parestesia, que são alterações comumente encontradas nos pacientes neurológicos crônicos, decorrentes dos períodos de imobilização e diminuição das atividades de vida diária.

_____________

*Felício DNL, Franco ALV, Torquato MEA, Vasconcelos AP. Atuação do fisioterapeuta no atendimento domiciliar de pacientes neurológicos: a efetividade sob a visão do cuidador (2005) apud (30)

(31)

3 DELINEAMENTO DA PESQUISA

O seguinte capítulo apresenta como foi desenvolvido a pesquisa, fundamenta seu planejamento e organização.

3.1 TIPO DA PESQUISA

3.1.1 Tipo da pesquisa quanto ao nível

É uma pesquisa exploratória, têm como objetivo proporcionar maior familiaridade com o problema, com vista a torná-lo mais explícito ou a constituir hipóteses. Pode-se dizer que estas pesquisas têm como objetivo principal o aprimoramento de idéias ou a descoberta de intuições. Seu planejamento é, portanto, bastante flexível, de modo que possibilite a consideração dos mais variados aspectos relativos ao fato estudado (31).

Esta pesquisa visa descrever o perfil do atendimento fisioterápico na atenção básica a saúde no município de Imbituba, abrangendo todos os fisioterapeutas, médicos e dentistas integrantes da ESF e seus gestores por isso, é do tipo quanti-qualitativa, pois se trabalharou com valores numéricos, e com questões abertas.

3.1.2 Tipo da pesquisa quanto a abordagem

Este trabalho foi desenvolvido e baseado na forma de abordagem quanti-qualitativa por que está relacionada com aspecto da objetividade passível de ser mensurável, e em conhecer as percepções dos sujeitos pesquisados a cerca da situação-problema (31).

3.1.3 Tipo da pesquisa quanto ao procedimento

A pesquisa se realizou através de levantamento de dados por questionário elaborados para esse fim, de modo observacional, isto é sem intervenção.

(32)

3.2 POPULAÇÃO/AMOSTRA

A população foi constituída pelos fisioterapeutas, médicos, dentistas e gestores da ESF do município de Imbituba SC. Totalizando 34 indivíduos. Destes 4 gestores, 3 fisioterapeutas, 17 médicos e 10 dentistas.

Como critérios de Inclusão, foram permitidos somente fisioterapeutas, médicos, dentistas e gestores devidamente contratados ou concursados e atuantes na Estratégia Saúde da Família de Imbituba SC, que estejam dispostos a participar da pesquisa.

3.3 INSTRUMENTOS UTILIZADOS PARA COLETA DE DADOS

Dois questionários (apêndice A e B) foram utilizados para coleta de dados. Um foi aplicado aos fisioterapeutas, e o outro aos gestores, médicos e dentistas da atenção básica.

3.4 PROCEDIMENTOS UTILIZADOS PARA COLETA DE DADOS

O trabalho foi submetido ao Comitê de Ética e Pesquisa da Universidade do Sul de Santa Catarina, CEP/UNISUL, e aprovado sob o protocolo 09.248.4.08. III.

Como procedimento para coleta de dados foi utilizado o Termo de Consentimento Livre Esclarecido, Declaração de Ciência e Concordância das Instituições Envolvidas, Consentimento para fotografias, vídeos e gravações (Anexo 3, 4 e 5)

Fez-se contato com a coordenação do ESF do município de Imbituba e os demais profissionais para dar início com a pesquisa. Foi entregue à Coordenação uma Declaração de Ciência e Concordância das Instituições Envolvidas (Anexo 4) para estarem cientes do compromisso envolvido com a pesquisa. Foi entregue o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE) (anexo 3) Termo de consentimento para fotografias (Anexo 5) para que todos assinassem e fizessem parte da pesquisa. As assinaturas foram arquivadas em documento pessoal.

Após essa etapa deu-se início a coleta de dados, na qual primeiramente foram entregue os questionários, que serão dispostos no local de trabalho de cada profissional, onde foi possível de realizar fotografias durante os atendimentos fisioterapêuticos.

(33)

3.5 ANÁLISE E INTERPRETAÇÃO DOS DADOS

Os questionários foram analisados através da estatística descritiva, os mesmos anexados em uma planilha do Microsoft Office Excel 2003 e em documentos do Microsoft Office Word 2003, com uso de gráficos e planilhas.

(34)

4 ANÁLISE E DISCUSSÃO DOS DADOS

Neste capítulo é apresentado os resultados e análise dos dados que foram coletados com o objetivo principal de identificar o perfil do atendimento fisioterapêutico na atenção básica de saúde no município de Imbituba-SC. Os resultados serão apresentados primeiro com os dados obtidos através dos questionários aplicados ao fisioterapeutas, e depois os resultados encontrados com o questionários aplicados com os demais profissionais da saúde.

4.1 FISIOTERAPEUTA

Segue as informações relacionada aos 3 profissionais de fisioterapia que atuam na rede pública de Imbituba-SC.

4.1.1 Distribuição quanto ao gênero

São ao total três fisioterapeutas, sendo dois do sexo feminino e um do sexo masculino.

Na tabela 1 encontramos a distribuição dos profissionais quanto ao número e ao gênero, onde fica claro que a maioria é do sexo feminino sendo em 66,7%, e a minoria do sexo masculino correspondendo a 33,3%, somando num total de 100%, ou seja três profissionais.

Tabela 1 – distribuição dos Fisioterapeutas da rede pública de Imbituba-SC quanto ao gênero.

Gênero Número %

Masculino 1 33,3

Feminino 2 66,7

Total 3 100

Na pesquisa realizada em Londrina – PR onde foi traçado o perfil do profissional de fisioterapia da cidade, a distribuição por sexo mostra que a amostra estudada foi composta predominatemente por profissionais do sexo feminino. Dos 170 profissionais estudados 136 (80%) constituíram-se de indivíduos do sexo feminino e 34 (20%) do sexo masculino (32).

(35)

Chevan e Chevan* (1998) realizaram um levantamento estatístico dos fisioterapeutas dos Estados Unidos nos períodos entre 1980 e 1990, e detectaram que a profissão é composta principalmente por mulheres e jovens.

Messias 1999** Em São Paulo, os resultados mostraram que 80,7% dos profissionais de fisioterapia eram do sexo feminino, com uma média de idade de 31 anos.

4.1.2 Idade

A distribuição quanto a idade média dos profissionais de fisioterapia é de 27 anos, sendo a mínima 22 e a máxima 32.

Idade dos Fisioterapeutas

32 27 22 27 20 22 24 26 28 30 32 34 A B C Média Fisioterapeutas Id ad e em a n o s

Idade dos Fisioterapeutas

Gráfico 1 – Distribuição dos Fisioterapeutas que atuam na Saúde Pública de Imbituba SC, quanto a Idade.

Em uma pesquisa realizada em Londrina – PR, onde foi traçado o perfil demográfico dos profissionais de fisioterapia da cidade, teve como média de idade encontrada foi de 30,5 anos, sendo a menor idade de 22 anos e a maior de 52 anos. Setenta e sete por cento apresentaram idade variando entre 25 a 40 anos. Menos de 5% apresentaram idade acima de 45 anos (32).

__________

*Chevan J, Chevan A. A statical profile of physical therapist, 1980 and 1990 (1998) apud (32).

** Messias, IA. O ambiente de trabalho e sintomas de um grupo de fisioterapeutas da cidade de São Paulo (1999) apud (32).

(36)

4.1.2 Formação acadêmica

Neste item será exposto em número e percentagem de profissionais da fisioterapia que atuam na rede pública de Imbituba-SC que possuem Pós-Graduação, Especialização, Mestrado e Doutorado.

Tabela 2 – Distribuição dos Fisioterapeutas da rede pública de Imbituba-SC quanto ao nível de formação acadêmica.

Nível Número %

Pós-graduação 3 100 Especialização 1 33,3

Mestrado - -

Doutorado - -

Observou-se na tabela 2 que 100% dos Fisioterapeutas possuem pós graduação, especificamente na área de Terapia Manual, Acupuntura, Traumatologia e Ortopedia e Dermato-Funcional, porém nenhum na área de Saúde Pública.

De certa forma, nos últimos anos, a educação na área da saúde nunca foi tão enfatizada, sendo que não se trata de formar pessoal apenas competentes tecnicamente, mas profissionais que tenham vivido e refletido sobre o acesso universal, a qualidade e a humanização na atenção à saúde, com controle social (1).

Tanaka* e Martins** relatam que nas ultimas três décadas, vários programas de pós-Graduação em Saúde Coletiva foram criados em nosso país. O perfil da demanda e dos egressos, antes concentrados na categoria médica, vem sendo ocupado por outros profissões. Entre as quais a fisioterapia (33)

4.1.3 Quanto ao tempo de graduação

Este item mostra quanto tempo os fisioterapeutas têm de formação acadêmica.

__________

*Tanaka AC. Perfil da demanda aos cursos de pós-graduação, de 1996, na área de Saúde Coletiva 1997 apud (33)

**Martins CL. Desvelando a identidade da pós-graduação em saúde pública[tese] 1999 apud (33)

(37)

Tabela 3 – Distribuição de fisioterapeutas da rede pública de Imbituba-SC quanto ao tempo de graduação em fisioterapia.

Fisioterapeuta Tempo de Graduação

A 96 meses

B 36 meses

C 10 meses

A tabela 3 demonstra em anos, quanto tempo que o profissional recebeu sua titulação como fisioterapeuta, sendo no máximo 8 anos e no mínimo 10 meses.

A formação dos “cuidadores” da saúde sempre foi uma preocupação marcante dos grupos humanos. Desde a época em que a saúde era associada à magia, nas tribos primitivas, os candidatos a “pajés” eram criteriosamente selecionados e “treinados tutorialmente” (1).

Num estudo realizado em Londrina – PR foi observado que 100 fisioterapeutas (58,9%) atuam a menos de 9 anos, destes 34 indivíduos (20%) exercem a profissão a menos de 3 anos, apenas 12 fisioterapeutas (7,1%) atuam a mais de 18 anos, e com relação ao tempo de atuação profissional, observa-se que 60% dos fisioterapeutas na cidade de Londrina-PR atuam a menos de 9 anos, fato este que pode ser justificado em decorrência da profissão, no Brasil, ser relativamente nova e também pelos profissionais serem muito jovens (32).

4.1.4 Quanto ao tempo de atuação no SUS

Abaixo demonstra o tempo que os profissionais de fisioterapia atuam no serviço público de Imbituba – SC.

Tabela 4 – Distribuição dos fisioterapeutas da rede publica de Imbituba-SC quanto ao tempo em meses, de atuação no SUS.

Fisioterapeuta Tempo de Graduação

A 36 meses

B 12 meses

C 4 meses

O tempo que esses profissionais atuam no SUS de Imbituba SC é de no mínimo 4 meses e no máximo 3 anos.

Os profissionais de fisioterapia contratado ou concursados pela prefeitura de Imbituba-SC para atuarem pelo SUS, tem em média de tempo de atuação 17,3 meses.

(38)

4.1.5 Distribuição quanto o tempo de graduação e tempo de atuação no SUS.

Abaixo a tabela demonstra a comparação entre o tempo de graduação e o tempo de atuação em meses de cada profissional de fisioterapia atuantes na rede pública de Imbituba SC.

Distribuição quanto ao tempo de graduação e tempo de atuação no SUS 96 36 10 36 12 4 0 20 40 60 80 100 120 A B C Fisioterapeutas M es es Graduação Atuação no SUS

Gráfico 2 – Distribuição quanto ao tempo de graduação e tempo de atuação no SUS de Imbituba SC, dos profissionais de fisioterapia.

O fisioterapeuta A, foi o primeiro a atuar na rede pública de Imbituba – SC, já o fisioterapeuta C foi o ultimo a ser contratado. Esse gráfico demonstra que ao passar dos anos foram inseridos Fisioterapeutas com menos experiência profissional.

4.1.6 Quanto a forma de vínculo empregatício

Na tabela abaixo segue as informações como é a distribuição dos fisioterapeutas da rede pública de Imbituba-SC em relação ao vínculo empregatício.

Tabela 5 – Distribuição dos fisioterapeutas da rede publica de Imbituba-SC em relação ao vínculo empregatício

Dois profissionais estão atuando como profissionais da saúde pública de Imbituba SC através de concurso público, e um através de contrato.

fisioterapeutas Contrato Concurso

A x

B x

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4.1.7 Recursos e condutas fisioterapêuticas realizadas com mais freqüência.

Este item demonstra quais são os recursos mais utilizados durante os atendimentos fisioterapêuticos, respondido pelos próprios profissionais A, B e C respectivamente:

“Cinesioterapia, não dispomos de aparelhos de eletrotermoterapia”. “terapia Manual”.

“Cinesioterapia motora, treino de função, fortalecimento muscular, treino de marcha, equilíbrio, alongamentos.”

Em um estudo realizado no Estado do Rio Grande do Norte onde foi apresentado as ações fisioterapeuticas desenvolvidas no SUS, há somente registros de atendimentos voltados para a reabilitação, não sendo observado, no primeiro semestre do referido ano, qualquer intervenção fisioterapêutica de forma educativa e/ou preventiva (34)

Segundo Sampaio* O profissional de fisioterapia vem desenvolvendo suas ações voltadas para a tenção curativa e reabilitadora, com um papel de pouco destaque na atenção primária, e Rebelatto** complementa, porém, tem como dever a promoção da saúde da população.

Figura 1 – Atendimento fisioterapêutico através da saúde pública aplicado a gerontologia domiciliar, em Imbitba-SC.

______________

* SampaioRF. Promoção de saúde, prevenção de doenças e incapacidade: a experiência da fisioterapia/UFMG em uma unidade básica de Saúde 2002 apud (34)

** Rebelatto JR. Fisioterapia cotidiana: ações profissionais e decorrências para a população 1998 apud (34)

(40)

Figura 2 – Atendimento fisioterapêutico através da saúde pública, aplicado a Traumatismo Raquimedular (TRM) domiciliar, em Imbituba SC

4.1.8 Principais patologias que recebem atendimento fisioterapêutico.

Segue as respostas sobre as principais patologias atendidas pelos fisioterapeutas A, B e C respectivamente:

“Acidente Vascular encefálico (AVE), Traumatismo Raquimedular (TRM), Traumatismo Crânio Encefálico (TCE), Paralisia Cerebral (PC) e Fraturas”

“Acidente Vascular Cerebral (AVC), TCE, TRM” “AVE, ALZHEIMER”

Foi possível perceber a existência de um foco de atuações da fisioterapia no SUS, voltada para a prática fundamentada no modelo biomédico. Não se observam registros de ações voltadas para a educação, prevenção e promoção da saúde (34).

É possível observar que há um destaque para as intervenções voltadas para o tratamento das doenças de origem reumática e coluna vertebral, seguido de sessões de fisioterapia para recuperação funcional pós-cirurgica/ pós-imobilização (34)

(41)

Figura 3 – Ressonância Magnética de um dos pacientes atendido pela fisioterapia na Saúde Pública de Imbituba-SC.

Figura 4 – Paciente pediatrico comTraumatismo Cranio Encefálico (TCE) e Traumatismo Raquimedular (TRM), atendido pela fisioterapia da Rede Pública de Saúde de Imbituba - SC

(42)

4.1.9 Pacientes que estão em atendimento fisioterapêutico

“Cerca de 6 pacientes/dia”, isto para cada fisioterapeuta, os atendimentos são realizados duas vezes por semana, “no domicilio do paciente”, durante aproximadamente 30 minutos duas vezes por semana (média de 18 pacientes por semana), num total aproximado 54 pacientes estão sendo atendidos pelos 3 fisioterapeutas.

Segundo o IBGE o município de Imbituba-SC tem 36.231 habitantes, dados que foram obtidos em 2006 (35).

4.1.10 Pacientes na fila de espera.

Os fisioterapeutas foram unânimes em responder que não há pacientes em fila de espera para atendimento domiciliar.

O número de pessoas que necessitam do fisioterapeuta está aumentando rapidamente e somente uma minoria têm recebido serviços de reabilitação apropriados. A provisão dos serviços de fisioterapia é insuficiente para as necessidades da maioria dos países e novos modelos de oferta de serviços precisam ser desenvolvidos para alcançar as necessidades de uma proporção mais elevada da demanda. A maioria dos países em desenvolvimento apresenta número insuficiente de profissionais para atuar em nível local (33).

De acordo com WCPT* a razão fisioterapeuta/população nos países desenvolvidos é de 1:1400 comparada com uma estimativa de 1:550 mil habitantes nos países em desenvolvimento.

4.1.11 Principais dificuldades no atendimento fisioterapêutico.

Abaixo segue as respostas dos fisioterapeutas A, B e C respectivamente, quanto as principais dificuldades encontradas durantre os atendimentos de fisioterapia na rede pública de Imbituba – SC.

______________

*World Confederation For Phisycal Therapy. Primary Health Care and Community Based Rehabilitation: Implications for physical therapy base don a survey of WCPT’s Member Organisations and a literature review. 2003 apud (33).

(43)

“A falta de equipamentos fisioterapêuticos para proporcionar um atendimento mais completo.”

“falta de posto de trabalho e material para tratamento.” “ Falta de equipamento, estradas onde os pacientes residem.”

Numa pesquisa realizada no município de Sobral – CE, onde foi descrito a atuação dos fisioterapeutas no Programa Saúde da Família, algumas dificuldades estavam presentes, e as mais referidas são: número insuficientes de profissionais, dificuldades estruturais e materiais e desconhecimento da população e outros profissionais e gestores quanto às funções desenvolvidas pelo fisioterapeuta (36).

4.2 DEMAIS PROFISSIONAIS DA SAÚDE

Segue a caracterização dos profissionais que aceitaram participar da pesquisa no total de 12, e qual a opinião destes sobre atuação da fisioterapia no SUS.

4.2.1 Dentistas

O número total de dentistas que atuam na Saúde Pública de Imbituba SC é 10, porém os que aceitaram participar da pesquisa foram 6, com exceção de 1 profissional que não foi possível entrar em contato pois estava de férias, sendo 5 do sexo feminino e 1 do masculino. Com média de idade de 34 anos. Apenas 2 profissionais atuam somente na Saúde Pública de Imbituba-SC, e 4 atuam também em consultório particular.

4.2.2 Gestores

Apenas 2 gestores de um total de 4, aceitaram participar da pesquisa. Sendo estes um do sexo masculino e um do sexo feminino, com 51 e 32 anos respectivamente.

4.2.3 Médicos

Somente 4 médicos aceitaram participar da pesquisa, de uma amostra de 17. Sendo 3 do sexo masculino e 1 do sexo feminino. Com média de idade de 51 anos. Todos exercem sua profissão pela Saúde Pública e por atendimento particular.

Referências

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