Programa de sala | Camerata Nov’Arte | 2017
28 de outubro de 2017 às 21h00
CCB . Pequeno Auditório
M / 6
Duração aproximada 75 minutos
Camerata Nov’Arte
Luís Carvalho direção musicalRaquel Lima flauta Luís Alves oboé Ricardo Alves clarinete Virgílio Oliveira fagote
Henrique Portovedo saxofone Jaime Resende trompa Pedro Silva trompete Ricardo Antão eufónio Carisa Marcelino acordeão Erica Versace harpa Mário Teixeira percussão Marcelo Pinho percussão Augusto Trindade violino Tiago Santos violino Alexandra Trindade violino Ana Brízida Oliveira violino Hugo Diogo viola
Ana Sofia Sousa viola Ângela Carneiro violoncelo Carina Albuquerque violoncelo Samuel Abreu contrabaixo
Gustav Mahler Sinfonia n.º 10, em Fá sustenido maior (1910, inacabada) | Reinvenção dos
esboços para grande ensemble por Luís Carvalho (2011-2012/rev. 2013-2014)
I. Adagio-Andante II. Scherzo I III. Purgatorio IV. Scherzo II
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“ o e er- e e a e a ma o a (ou viria a ser) mais grandiosa do que a
No a.”
Michael Kennedy, in Mahler [Master Musicians Series], 1990
Nos últimos anos de vida Gustav Mahler compõe intensamente, criando uma trilogia final
de obras que nunca chegou a ouvir, e que nunca chegou a ter hipótese de rever, como era
seu hábito. No entanto, e enquanto para Das Lied von der Erde e para a Sinfonia n.º 9
deixou duas partituras completamente acabadas e orquestradas, em suma, prontas para
serem estreadas, da Sinfonia n.º 10, composta no último ano de vida, deixou apenas,
ainda que bastante elaborado, um esboço contínuo de uma obra em cinco andamentos.
Das Lied von der Erde foi estreada em Munique logo após a morte de Mahler (20 de
Novembro de 1911), e a Sinfonia n.º 9 em Viena, no ano seguinte (26 de Junho de 1912),
ambas as apresentações dirigidas por Bruno Walter, antigo discípulo e protegido do
compositor. A Sinfonia n.º 10, por motivos óbvios, ficou de fora destas manifestações
póstumas, mas a palavra foi passando dando conta que o compositor havia deixado
consistentes rascunhos finais para uma derradeira sinfonia. A história da recuperação da
Décima começa, por isso, logo em 1924, quando Ernst e e , coadjuvado por Alban Berg
e Alexander Zemlinsky, cria, a pedido da viúva do compositor, Alma, uma primeira versão
de concerto do Adagio inicial e do Purgatorio (terceiro andamento). Esta versão
estreada ainda nesse mesmo ano em Viena, mas apena em a me te a a,
e em Nova Iorque, pela Associated Music Publishers (AMP). Por esta altura, já Clinton
Carpenter, um norte-americano de Chicago, havia iniciado o seu trabalho sobre os
rascunhos da Sinfonia n.º10 (1946-1966), tentando a sua orquestração/recuperação na
totalidade. Seguiram-se-lhe dois britânicos o e oe ee er - e er
Coo e - a a e em om eto e o e me to m o o tro. a e ta
última versão, a de Cooke, que se veio a tornar praticamente standard por todo o mundo
nas últimas décadas e o omea ame te a ma rava a at ao presente. Este facto
não impediu, porém, que outras propostas de recuperação da obra viessem a público mais
recentemente, e assim foram aparecendo novas leituras dos esboços por Remo Mazzetti
Jr., norte-americano (1.ª versão de 1983-85; 2.ª versão de 1997-99), Rudolf Barshai, russo
(2000), a dupla italiana Nicola Samale e Giuseppe Mazzuca (2001), e ainda o
israelo-americano Yoel Gamzou (1. ver o de 2003-10; 2. ver o de 2012). Todas estas
realizações da Décima são para a tradicional grande orquestra sinfónica mahleriana, mas
mais recentemente (2012) Michelle Castelletti, uma maltesa radicada no Reino Unido,
propôs ma a or a em a ter a va recuperação da obra, inspirada no conceito de
redução orquestral de grandes obras do repertório sinfónico que havia sido introduzido
por Schoenberg e seus discípulos na Sociedade Privada de Concertos em Viena, ainda na
década de 1920.
A re e te “reinvenção o e oço ” deixados por Mahler para a Sinfonia n.º 10 em Fá
sustenido maior, foi realizada entre 2011 e 2012, e impulsionada pelas comemorações do
jubileu do compositor: 150 anos do nascimento (1860 – 2010) e 100 anos da morte (1911
– 2011). Pensada de raiz para um grande ensemble de 21 instrumentistas, praticamente
todos solistas, toma também a perspectiva de recriar o universo musical mahleriano
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através de em formato instrumental mais condensado, mas tentando, ainda assim,
salvaguardar uma certa grandiosidade sonora ao diversificar os timbres instrumentais
utilizados, em linha com práticas mais atuais. Sonor a e t o a m ica do
Romantismo como o acordeão, o saxofone, o clarinete-contrabaixo ou as mais variadas
percussões são aqui utilizadas para criar ambiências sonoras mais modernas e dar maior
riqueza ao discurso musical. Mahler foi ele próprio um grande inovador na arte da
orquestração do e tem o e re ame te e a a r o a e e a a ro ra e a
or a a e m r a e e rete e tra ortar ara o o o a toma o a m
ma a or a em recuperação da obra que pode considerar-se pós-moderna.
Luís Carvalho Maio, 2014 O autor escreve segundo o antigo acordo ortográfico
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BIOGRAFIAS
CAMERATA NOV’ARTE
Camerata Nov’Arte é um projeto musical de base no Porto que, numa perspetiva de salutar troca de experiências, integra desde instrumentistas e cantores de reconhecida carreira no panorama artístico nacional, a jovens freelancers no início do seu percurso, bem como professores do ensino especializado da Música. O ponto unificador é o mérito e o talento, aliados a uma vontade de (re)criar a arte dos sons em cada concerto.
Propondo- e omo ma e tr t ra eve e exíve a Camerata Nov’Arte insere-se numa filosofia de formação de geometria variável. Em cada momento e em cada espetáculo, assume o efetivo instrumental específico para o projeto que está a desenvolver, sendo no entanto a formação ideal um ensemble onde a maioria dos naipes da orquestra está representada, ao mesmo tempo que se aposta também em timbres instrumentais mais modernos e inusuais. O objetivo é, por um lado, proporcionar maior diversidade tímbrica ao grupo, possibilitando ao mesmo tempo que cada elemento assuma igualmente uma posição solística, o que propicia ao ouvinte uma experiência auditiva mais rica. Por outro, alarga-se o leque de repertório alvo, que se pretende seja vasto, eclético e representativo das mais variadas estéticas da história da música, do barroco à contemporaneidade, onde, com inegável sentido de missão, especial atenção é dada à música portuguesa, quer ao nível de compositores, quer dos intérpretes.
Sob a direção artística e musical de Luís Carvalho, seu fundador, o grupo tem desenvolvido projetos artísticos diferenciados e inovadores, nomeadamente cruzamentos disciplinares com teatro e programas temáticos como os ciclos Romantismo à lupa e Impressionismo à lupa, onde se abordam obras do grande repertório sinfónico em formatos instrumentais mais concentrados (no espírito da Sociedade Privada de Concertos, fundada por Arnold Schoenberg e seus seguidores nos anos 1920, em Viena), ou Classicismo, Neoclassicismo, Revivalismo e Barroco/Neo-Barroco, onde compositores clássicos são justapostos com outros mais modernos.
A Camerata Nov’Arte e treo -se em 2011 no âmbito do XIX Cistermúsica – Festival Internacional de Música de Alcobaça, e desde então tem-se apresentando em importantes eventos de dimensão nacional e internacional, como o Festival Jovens Músicos da RDP/Antena 2 (Lisboa), os Festivais de Outono (Aveiro) ou o Festival Internacional de Música de Verão de Paços de Brandão, e em salas como o Grande Auditório da Fundação Calouste Gulbenkian (Lisboa), o Cine-Teatro o o ’O va Monteiro (Alcobaça) ou o Museu Amadeo de Souza-Cardoso (Amarante). Pontos altos do seu er r o em a e tre a a o ta a “re ve ç o o e oço ara ra e ensemble” izada por Luís Carvalho para a Sinfonia n.º 10 (inacabada) de Gustav Mahler, a primeira audição mundial da obra Septeto, de Sérgio Azevedo, a estreia portuguesa de All the echoes listen, do compositor espanhol Eduardo Soutullo, e ainda uma aclamada digressão no Brasil (estado do Espírito Santo) em julho de 2013.
LUÍS CARVALHO
Maestro, compositor e clarinetista, Luís Carvalho distingue-se como um dos mais versáteis músicos portugueses da sua geração. Apresentou-se em recitais e concertos um pouco por todo o mundo, muitas vezes estreando as suas próprias obras e de outros compositores contemporâneos portugueses e estrangeiros, várias das quais tendo-lhe sido expressamente dedicadas. Doutorado em Música pela Universidade de Aveiro, foi galardoado em diversos concursos, destacando-se o Prémio para o Melhor Aluno do Curso (ESMAE/1994), e os prémios obtidos no Concurso de Interpretação do Estoril (2001) e no 4.º Concurso Internacional de Composição da Póvoa de Varzim, pela sua obra orquestral Metamorphoses… hommage à M. C. Escher (2009). Foi ainda
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vencedor da Audição para Jovens Maestros organizada pela Orquestra Metropolitana de Lisboa (2010), e nomeado para o Prémio Autores da SPA (Sociedade Portuguesa de Autores) por outra sua obra orquestral, Nise Lacrimosa, em 2012. Já em 2013, foi distinguido pelo jornal nortenho
Audiência com o Troféu Prestígio, pela sua carreira dedicada à música.
Dirige as mais importantes orquestras nacionais, como a Sinfónica Portuguesa (Lisboa), a Nacional do Porto, a Metropolitana de Lisboa, a Orquestra do Algarve, a Filarmonia das Beiras (Aveiro), a Clássica da Madeira, a Orquestra de Câmara Portuguesa (Lisboa), a Sinfónica da Póvoa de Varzim, a Sinfónica da Universidade de Aveiro, a Sinfónica da ESART (Castelo Branco), a Sinfónica do Conservatório de Música do Porto, a Sinfónica da EPMVC (Viana do Castelo), a Clássica de Espinho ou a Banda Sinfónica Portuguesa, e no estrangeiro aparece com agrupamentos vários na Rússia, Itália, Hungria, Espanha e Finlândia. É fundador e diretor artístico e musica a Camerata Nov’Arte, com a qual tem desenvolvido projetos artísticos inovadores, incluindo uma aclamada digressão no Brasil (2013).
Igualmente reconhecido como compositor, obras suas têm sido apresentadas em Portugal, Espanha, França, Alemanha, Holanda, Venezuela e Brasil, por intérpretes e agrupamentos de renome, portugueses e estrangeiros. Recebeu encomendas de importantes instituições como o Cistermúsica – Festival Internacional de Música de Alcobaça, a Banda Sinfónica Portuguesa, o Simantra – Gr o e er o a A o aç o ort e a a V o a ’Ar o A V A e o ta omo Abel Pereira (trompa), Sérgio Carolino (tuba) e Victor Pereira (clarinete).
Participa em cerca de uma vintena de CD, quer como clarinetista, maestro ou compositor, e em etiquetas como Numérica, Casa da Música, Afinaudio ou Public Art.
É docente da Universidade de Aveiro.
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FICHA CCB
CONSELHO DE ADMINISTRAÇÃO Elísio Summavielle Presidente / Isabel Cordeiro Vogal / Luísa Taveira Vogal / Secretariado João Caré / Luísa Inês Fernandes / Ricardo Cerqueira
DIREÇÃO DE ARTES PERFORMATIVAS Programação André Cunha Leal / Fernando Luís Sampaio /
Departamento de Operações / Coordenadora Paula Fonseca / Produção Inês Correia / Patrícia
Silva / Hugo Cortez / João Lemos / Vera Rosa / Direção de Cena Patrícia Costa / José Valério / Tânia Afonso / Catarina Silva / Francisca Rodrigues / Sofia Santos / Secretariado do
Departamento de Operações Sofia Matos
DEPARTAMENTO TÉCNICO Coordenador Pedro Rodrigues / Chefe Técnico de Palco Rui Marcelino / Adjunto da Coordenação Técnica Pedro Campos / Técnicos Principais Luís Santos / Raul Seguro /
Técnicos Executivos F. Cândido Santos / César Nunes / José Carlos Alves / Hugo Campos / Mário
Silva / Ricardo Melo / Rui Croca / Hugo Cochat / Daniel Rosa / João Moreira / Fábio Rodrigues /
Chefe Técnico de Audiovisuais Nuno Grácio / Chefe de Equipa de Audiovisuais Nuno Bizarro / Técnicos de Audiovisuais Eduardo Nascimento / Paulo Cacheiro / Nuno Ramos / Miguel Nunes / Chefe de Manutenção Paulo Santana / Técnicos de Manutenção Luís Teixeira / Vítor Horta / Secretariado do Departamento Técnico Yolanda Seara
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JÁ A SEGUIR 2 novembro 2017
Sala Luís de Freitas Branco | 19h | M/6 Coprodução CCB/Antena 2
QUINTAS ÀS 7
Integral da Música de Câmara de Joly Braga Santos (1924-1988)
Quarteto Lopes-Graça
Joly Braga Santos Quarteto n.º 1, op. 4, em Ré / Quarteto n.º 2, op. 29, em Lá
Este é o primeiro de uma série de concertos no CCB em que será interpretada a música de câmara integral de Joly Braga Santos. Joly Braga Santos (1924 –1988) é uma das principais figuras da música portuguesa do século XX. Sinfonista fecundo e inspirado, chefe de orquestra, diretor de gravação da RDP, crítico musical e pedagogo, a sua ação multiforme foi um fator impulsionador da atividade musical da sua época e a sua obra de compositor estará para sempre considerada entre as grandes realizações artísticas de matriz autoral portuguesa. O Quarteto Lopes-Graça, constituído por músicos com notáveis carreiras solísticas e
camerísticas, professores da Escola de Música do Conservatório Nacional, reuniu a música de câmara instrumental de Joly Braga Santos para este concerto no Quintas Às 7, bem como para uma posterior edição discográfica.
DESCONTOS
Só aplicados a bilhetes superiores a 12€ para espetáculos com Produção CCB
30% Desconto Cartão Amigo CCB (Individual, Sénior, Jovem e Família)
50% para bilhetes de última hora, a partir de 30 minutos antes do início do espetáculo (apenas para bilhetes adquiridos na bilheteira do CCB)
20% para menores de 25 anos e maiores de 65 ( exceto 1ª Plateia no Grande Auditório)
10% para titulares do cartão FNAC (apenas para bilhetes adquiridos nos postos de atendimento)
25% para clientes da CP (apenas para bilhetes adquiridos nos postos de atendimento)
50% para desempregados (contra apresentação de comprovativo do IEFP; apenas para bilhetes adquiridos nos postos de atendimento)
Q ota m ta a e ete a € ara e t a te e ro o a e e etá o. e o to válido exclusivamente para o 2.º balcão do Grande Auditório e para Laterais no Pequeno Auditório (apenas para bilhetes adquiridos na bilheteira CCB)
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