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ALGUMAS CONTRIBUIÇÕES DE PIERRE BOURDIEU E NORBERT ELIAS À DISCUSSÃO DAS POLÍTICAS PÚBLICAS PARA O ESPORTE E LAZER

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ALGUMAS CONTRIBUIÇÕES DE PIERRE BOURDIEU E NORBERT ELIAS À DISCUSSÃO DAS POLÍTICAS PÚBLICAS PARA O ESPORTE E LAZER

Fernando Augusto Starepravo, mestre. Faculdade Guairacá, UNICENTRO, CEPELS/UFPR. fernando_edf@yahoo.com.br Fernando Marinho Mezzadri, doutor. CEPELS/UFPR. mezzadri@ufpr.br Resumo

Este artigo foi elaborado a partir da constatação da falta de definições conceituais no campo das políticas públicas para o esporte e lazer que pudessem embasar e qualificar a discussão a partir dos dados empíricos. Buscamos neste breve relato, trazer alguns conceitos e apontamentos do sociólogo Pierre Bourdieu que podem vir a contribuir com a produção nesta área de conhecimento, dentre os quais destacamos os conceitos de campo, poder simbólico e formas de capital, bem como o entendimento das leis de funcionamento específicas do campo político. Já no sociólogo Norbert Elias destacamos o processo de formação e consolidação dos Estados modernos e o surgimento das bases democráticas de governo.

Palavras-chave: esporte e lazer; políticas públicas; conceitos. Abstract

This article was elaborated from the verification of the lack of conceptual definitions in the field of the public politics for the sport and leisure that could base and characterize the quarrel from the empirical data. We search in this brief story, to bring some concepts and notes of the sociologist Pierre Bourdieu that can come to contribute with the production in this area of knowledge, amongst which we detach the field concepts, symbolic power and forms of capital, as well as the agreement of the specific laws of functioning of the field politician. No longer sociologist Norbert Elias we detach the process of formation and consolidation of the modern States and the sprouting of the democratic bases of government.

Key-words: sport and leisure; public politics; concepts.

Introdução

A discussão sobre políticas públicas para o esporte e lazer vem sendo, por nós realizada, desde o ano de 2000, junto ao Centro de Estudos em Esporte, Lazer e Sociedade (CEPELS) da Universidade Federal do Paraná (UFPR). Durante o passar do tempo pesquisando, algumas inquietações nos surgem. Dentre outras, a maior delas foi a falta de definições conceituais na área pesquisada que pudessem embasar e qualificar a discussão a partir dos dados empíricos. A produção de conhecimento na área de políticas públicas para o esporte e lazer está quase que exclusivamente voltada ao relato de experiências. Os autores publicam, através de artigos e livros, relatos sobre suas experiências enquanto gestores e coordenadores de projetos. É inegável a importância deste tipo de publicação, principalmente para os gestores públicos do esporte e lazer, que podem se espelhar nos erros e acertos de seus colegas. Porém, quando publicamos experiências sem o diálogo com as teorias, corremos o risco de pautar as discussões em idéias e ideais próprios. Isso faz com que haja um questionamento sobre a qualidade dessa produção e não se avance na discussão.

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embasar a discussão dentro do grupo de pesquisa do CEPELS. Dentro da literatura e produção científica da Educação Física, pouca coisa foi encontrada. Destacamos os trabalhos de Mezzadri (2000), Linhales (2001), Cristan (2002) e Zaluar (1994).

Do autor Mezzadri, a pesquisa que resultou na tese de doutorado intitulada “A estrutura do esporte paranaense: da formação dos clubes a situação atual”1, na qual o autor traz um modelo que permite analisar a gestão pública do esporte e lazer. Na mesma linha de análise da gestão pública do esporte e lazer, enfatizamos o trabalho da autora Linhales chamado “Jogos da Política, Jogos do esporte; subsídios à reflexão sobre políticas para o setor esportivo”2, publicado no ano de 2001. Desenvolve-se neste trabalho um referencial teórico-metodológico que pode balizar vários estudos sobre o tema. O texto apresenta basicamente a formulação teórica da gestão pública e suas possíveis articulações entre a formação do Estado e do Esporte.

O trabalho “Políticas de esporte: uma metodologia de estudo”3, de Cristan (2002), aponta um estudo sobre a Secretaria Municipal de Esporte de São Paulo, durante o governo de Luíza Erundina (1989-1992). Para fazer a análise da pesquisa, há um referencial teórico baseado nos aspectos da burocracia instalada nos estratos organizacionais.

Já o trabalho de Zaluar (1994) intitulado “Cidadãos não vão ao Paraíso”4 trata de uma pesquisa realizada entre os anos de 1985 – 1987, com crianças e adolescentes praticantes de atividades esportivas e de lazer, nos programas Priesp, da Fundação Roberto Marinho, o Recriança no Rio de Janeiro e o projeto PIM da Prefeitura Municipal de Curitiba.

Estas obras trabalham com a perspectiva das políticas públicas para o esporte e lazer, discutida a luz de teorias e modelos de análise.

Paralelamente a este processo de busca de referenciais, iniciamos no ano de 2004 uma pesquisa de campo intitulada “Diagnóstico das Políticas Públicas para o Esporte e Lazer no Estado do Paraná”, onde buscamos fazer um levantamento sobre as políticas de esporte e lazer praticadas nos municípios paranaenses. Posteriormente, a pesquisa recebeu apoio do Ministério do Esporte, através da Rede CEDES (Centro de Desenvolvimento do Esporte Recreativo e do Lazer), sendo reformulada e ampliada. Com isso, a UFPR passou a integrar a Rede CEDES, uma rede nacional coordenada pelo Ministério do Esporte que discute temáticas relacionadas ao esporte recreativo e ao lazer.

No decorrer da pesquisa, observamos que os referenciais citados (Mezzadri, Linhales, Cristan e Zaluar), não davam conta da complexidade e da diversidade de temáticas surgidas a partir da coleta de dados. Viu-se a necessidade de recorrer a outras áreas do conhecimento para buscar suprir esta lacuna de falta de referenciais, especialmente nas Ciências Sociais (sociologia, história, política, entre outros). Ao adentrar um campo de conhecimento distinto sofremos por vezes de naufrágios. Porém, optamos pelo enfrentamento, estudando exaustivamente as fontes.

Houve então a necessidade de um pouco de ousadia e risco para buscar

1 MEZZADRI, F. M. A estrutura do esporte paranaense: da formação dos clubes a situação atual.

Tese de doutorado apresentada na Faculdade de Educação Física da Unicamp, 2000.

2 LINHALES, M. A. Jogos da política, jogos do esporte: subsídios à reflexão sobre políticas públicas para o setor esportivo. In: MARCELINO, N. C. Lazer e esporte: políticas públicas. 2. ed. – Campinas, SP: Autores Associados, 2001. p. 31-56.

3 CRISTAN. M. Políticas de esporte: uma metodologia de estudo. In: PRONI, M. W. & LUCENA, R. Esporte: história e sociedade. Campinas, SP: Autores Associados, 2002. p. 207-248.

4 ZALUAR, Alba. Cidadãos não vão ao paraíso. São Paulo: Ed. Escuta, Campinas, UNICAMP,

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aproximações entre autores que não discutem diretamente políticas públicas para o esporte e lazer, e nosso campo de pesquisa. Buscamos estas aproximações por entender que o esporte e lazer, apesar de gozar de uma lógica própria, não estão isolados, mas sim integrados às demais esferas da vida social, e são influenciados por leis inerentes aos campos da política, educação, administração pública, direito, entre outras.

Cientes dos riscos, mas também das interdependências entre os diferentes campos do conhecimento, buscaremos neste artigo trazer algumas contribuições teóricas para a discussão das políticas públicas para o esporte e lazer.

Elegemos para isso dois autores, os sociólogos Pierre Bourdieu e Norbert Elias, como nossos interlocutores para discutir alguns elementos relacionados às políticas públicas para o esporte e lazer. Bourdieu nos fornece a possibilidade de apropriação de alguns conceitos como noções operatórias da análise. Neste caso destacamos os conceitos de campo, habitus, poder simbólico e capital social. Elias, por sua vez, discute as condições que levaram a formação dos Estados nacionais, as bases e a consolidação da democracia.

Bourdieu e a estrutura do campo político

Bourdieu, nascido em 1930 e considerado um rebelde da elite intelectual, primou em suas primeiras publicações de impacto5 pela construção de objetos de investigação e, substancialmente, destacou-se pela fecundidade e originalidade de seus métodos de análise e de seus conceitos operacionais, destinados ao conhecimento dos processos de produção e consumo cultural.6 Preocupou-se em estudar áreas não tradicionais, como esporte, televisão e alta-costura, bem como áreas amplamente discutidas, como o campo da política e o campo da educação.

Bourdieu se concentrou no combate às correntes teóricas que perpetuavam verdades sobre as qualidades de bens simbólicos capazes de interpretar seus respectivos contextos. Propões novos caminhos metodológicos a serem seguidos, explorando novos temas e procedimentos. Sugeriu que fontes e temas até então praticamente inexploradas fossem aproveitados para a compreensão do contexto em que estão inseridos. Isto passa pela utilização de fotos e materiais publicitários como fontes, e o estudo das mais diversas frentes de conhecimento da sociedade, como a televisão, o jornalismo, a alta-costura e o esporte.

Na nota de apresentação do Livro “O poder simbólico”7, os coordenadores afirmam que:

A obra de Pierre Bourdieu tem-se afirmado, ao longo dos últimos trinta anos, como uma das mais estimulantes e inovadoras na área das ciências sociais, influenciando numerosas pesquisas sociológicas, antropológicas e históricas em todo o mundo. A novidade encontra-se na escolha dos objectos de análise (sociedades tribais, sistemas de ensino, processos de reprodução, critérios de classificação e lógicas de distinção), na reorientação do olhar (atento aos fenômenos de percepção social, da produção simbólica e das relações informais de poder), na formulação de noções operatórias (habitus, reprodução, poder simbólico, capital, distinção, campo, etc.) e do constante recurso à sociologia do conhecimento (onde a posição do investigador é questionada 5 Os argelinos, 1962; Os herdeiros, 1964; Uma arte média, 1965; O amor da arte, 1966; A

reprodução, 1970; Esboço de uma teoria da prática, 1972; A distinção, 1979.

6 MICELI, 1999, citado por MARCHI JR., 2001, p. 28.

7 BOURDIEU, P. O poder simbólico / Pierre Bourdieu; tradução Fernando Tomaz (português de Portugal) – 7ª ed. – Rio de Janeiro; Bertrand Brasil, 2004b.

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como forma de controle do seu trabalho de produção de sentido).8

Como Bourdieu entende que toda relação pressupõe necessariamente uma série dos mais diversos interesses, e que não são possíveis discursos essencialmente românticos e desinteressados, sua teoria nos parece coerente com os objetivos dos estudos das políticas públicas.

É grande também sua contribuição para o estudo social do esporte, através de seus conceitos e escritos9. Porém, neste momento voltaremos nossa atenção para alguns apontamentos do autor no que se refere à representação política e a teoria do campo político, assim como para alguns conceitos operatórios do autor.

No texto “A representação política: elementos para uma teoria do campo político”10, Bourdieu começa afirmando que:

Toda a análise da luta política deve ter como fundamento as determinantes econômicas e sociais da divisão do trabalho político, para não ser levada a naturalizar os mecanismos sociais que produzem e reproduzem a separação entre os agentes politicamente activos e os agentes politicamente passivos e a construir em leis eternas as regularidades históricas válidas nos limites de um estado determinado da estrutura da distribuição do capital. 11

Neste trecho, o autor nos coloca a necessidade de entendermos o campo político, sua divisão de trabalho e distribuição de capital, para não naturalizar o abismo que separa os agentes politicamente ativos (os políticos e gestores) e os agentes politicamente passivos (aqueles que os elegem). Esta divisão desigual de poder é algo historicamente construído e amplamente admitido pelos agentes envolvidos, já que não há interesse pela inserção de novos agentes em um campo onde poucos detêm o monopólio da produção.

Segundo Bourdieu, para compreendermos realmente o sentido e funcionamento do espaço social12 (em nosso caso as políticas públicas para o esporte e lazer) é necessário entender as relações entre as posições ocupadas por aqueles que podem produzir, utilizar e reproduzir um determinado habitus13 que emana das estruturas e é internalizado pelos agentes. Espaço social este, que para Bourdieu assume a forma específica de um campo. A caracterização do campo se dá através da definição do espaço social onde encontram-se fixadas as posições, e os agentes sociais movimentam-se objetivando conquistas. Outra característica do campo é seu objeto de disputa e seus interesses específicos. Em outras palavras, o campo é definido como “o lócus onde se trava uma luta concorrencial entre os atores em torno de interesses específicos que caracterizam a área em questão”14. Além disso, para a existência do campo, devem existir, em seu interior, além dos objetos de interesse e disputa, pessoas (agentes) dotadas de habitus que identifiquem e legitimem as

8 Nota de apresentação da obra O poder simbólico / Pierre Bourdieu – 7ª edição – Rio de Janeiro; Bertrand Brasil, 2004, p. 01.

9 Como é possível ser esportivo?, Para a análise do campo esportivo, etc...

10 BOURDIEU, P. A representação política: elementos para uma teoria do campo político. In: BOURDIEU, P. O poder simbólico – 7ª ed. – Rio de Janeiro; Bertrand Brasil, 2004a.

11 BOURDIEU, 2004a, p. 163. 12 Campo ou sub-campo.

13 “Um sistema de disposições adquiridas pela aprendizagem implícita ou explicita que funciona como um sistema de esquemas geradores, é gerador de estratégias que podem ser objetivamente afins dos interesses objetivos de seus autores sem terem sido expressamente concebidas para este fim” BOURDIEU, 1983d, p. 94.

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leis imanentes ao jogo15.

Identificados alguns elementos constitutivos do campo, faz-se necessário verificar as posições ocupadas pelos agentes, bem como as relações travadas entre estes. No caso do campo político, as necessidades dos agentes politicamente passivos por vezes não têm coro nas ações realizadas pelos detentores do poder. Para Bourdieu,

... os efeitos das necessidades externas fazem-se sentir nele por intermédio sobretudo da relação que os mandantes, em conseqüência da sua distancia diferencial em relação aos instrumentos de produção política, mantém com os seus mandatários e da relação que estes últimos, em conseqüência de suas atitudes, mantém com suas organizações. 16

Não são apenas as ações dos políticos e gestores que fazem com que a campo político tenha esta estrutura, mas também as atitudes ou não-atitudes dos que estão à margem do processo de decisão política, e a relação que mantém com as instituições do poder público. Estas relações entre mandatários e agentes politicamente passivos são permeadas pelo poder simbólico.

É necessário visualizar que são as disposições de pensar e ver o mundo social, representadas nas estruturas e no seu poder simbólico as principais responsáveis pela arquitetura dos conceitos em Bourdieu17.

Pinto (2000), ao se referir à reflexão teórica de Bourdieu, afirma que grande parte do trabalho do autor foi dedicado à constituição do simbólico como objeto dotado de autonomia e ponto central de análise. O simbolismo é peça fundamental do dispositivo teórico utilizado, uma aposta em interligar três redes conceituais distintas:

De fato, o termo “simbólico” se define num triplo sistema de oposições: simbólico é entendido primeiramente como atividade de construção cognitiva (sentido) por oposição à ação política de transformação ou conservação do real (força); depois, como subjetivo (representação) por oposição a objetivo (estrutura); e, finalmente, como modo de excelência (humana, pessoal) por oposição a valor de mercado (economia).18

É preciso avançar na análise para além do objetivismo, do real19 e das relações estritamente econômicas, buscando aprofundar a apreciação sobre o estudo dos signos, dos agentes, das relações de força e das relações sociais. Tudo isso permeado pela discussão do simbólico e da experiência subjetiva:

No trabalho empírico, tais aspectos se acham estreitamente imbricados: os sistemas de signos remetem à várias ordens – informação, valor, relações de força –, razão pela qual a ação de determinadas praticas levam a estudar os signos, as classificações, os agentes que classificam e são classificados (pelas classificações dos outros e pelas próprias classificações), as relações sociais que se estabelecem por intermédio de atos simbólicos etc., tudo isso sem jamais deixar de esclarecer a distância que existe entre a facticidade bruta das estruturas objetivas e a experiência subjetiva.20

Neste sentido, um conceito fundamental para a análise do campo é o conceito de

15 MARCHI JR., 2001, p. 47. 16 BOURDIEU, 2004a, p. 164. 17 MARCHI JR., 2001, p. 33. 18 PINTO, 2000, p. 127.

19 Real enquanto aquilo que é objetivamente mostrado ou que se deixa mostrar, por ser aquilo que pode ser mostrado e aquilo que pode ser visto.

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poder simbólico. É ele que determina a distinção social entre as pessoas envolvidas e as posições de cada agente e Instituição no interior das disputas. No que diz respeito ao poder simbólico, Bourdieu (2004b, p.07-8) observa que,

... num estado do campo em que se vê o poder por toda a parte, como em outros tempos não se queria reconhece-lo nas situações em que ele entrava pelos olhos dentro, não é inútil lembrar que – sem nunca fazer dele, numa outra maneira de o dissolver, uma espécie de <círculo cujo centro está em toda a parte e em parte alguma> – é necessário saber descobri-lo onde ele se deixa ver menos, onde ele é mais completamente ignorado, portanto, reconhecido: o poder simbólico é, com efeito, esse poder invisível o qual só pode ser exercido com a cumplicidade daqueles que não querem saber que lhe estão sujeitos os mesmos que o exercem.

É a esse poder invisível que Bourdieu se remete, colocando a necessidade de deixar mais visível os fundamentos ocultos de dominação, que garantem a manutenção das posições no interior do campo. O poder simbólico, para Bourdieu é determinante para a manutenção das posições e das relações.

O poder simbólico garante que a produção dentro do campo fique então a cargo dos agentes politicamente ativos, os quais oferecem opções de políticas e ações públicas voltadas aos interesses que estes interpretam como prioritários.

... o campo político é o lugar em que se geram, na concorrência entre os agentes que nele se acham envolvidos, produtos políticos, problemas, programas, análises, comentários, conceitos, acontecimentos, entre os quais os cidadãos comuns, reduzidos ao estatuto de consumidores, devem escolher, com probabilidades de mal entendido tanto maiores quanto mais afastados estão do lugar de produção.21

Isso pode fazer com que as opções oferecidas pelos agentes eleitos para a representação política não estejam em harmonia com os anseios daqueles que os elegeram. E a estrutura de distanciamento está a tal ponto consolidada, que há uma naturalização também desse descompasso entre oferta e demanda dentro do campo político.

Monopólio de produção entregue a um corpo de profissionais, quer dizer, a um pequeno número de unidades de produção, controladas elas mesmas pelos profissionais; constrangimentos que pesam nas opções dos consumidores, que estão tanto mais condenados a fidelidade indiscutida às marcas conhecidas e a delegação incondicional nos seus representantes quanto mais desprovidos estão de competência social para a política e de instrumentos próprios de produção de discursos ou actos políticos: o mercado da política é, sem dúvida, um dos menos livres que existem.22

Pela inacessibilidade aos mecanismos de produção no campo político, a maioria dos agentes acaba ficando a margem do processo de decisão política, tendo que se contentar com o que lhe são disponibilizados pelas unidades produtoras. Isso faz com que o campo político se apresente enquanto um dos espaços sociais mais restritivos e inacessíveis à entrada de novos agentes. As posições são conservadas e a produção concentrada, fazendo com que o interesse da sociedade seja reduzido e interpretado a partir dos interesses dos mandatários.

Os que dominam o partido e tem interesses ligados com a existência e persistência desta instituição e com os ganhos específicos que ela assegura, encontram na liberdade, que o monopólio da produção e da imposição dos interesses políticos instituídos lhe deixa, a possibilidade de imporem os seus interesses de mandatários como sendo o interesse dos seus 21 BOURDIEU, 2004a, p. 164.

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mandantes.23

A entrada neste campo como agente politicamente ativo, bem como as posições ocupadas pelos agentes no interior do campo político, estão diretamente relacionadas à concentração de capital por parte destes agentes. Entendamos aqui capital como o conjunto de recursos atuais ou potenciais pertencentes aos agentes, que pode assumir várias formas, como capital cultural, econômico e social. Dentre as formas de capital, destacamos o capital social, como o principal responsável pela manutenção das posições dentro do campo político.

A noção de capital social transcende o conjunto das propriedades individuais dos agentes. Ele (o capital social) relaciona-se com as relações efetivadas em um determinado segmento da sociedade, sendo nitidamente observável quando as diferenças deste capital manifestam-se em condições de rendimentos desiguais.24

O capital social é o conjunto de recursos atuais ou potenciais que estão ligados a posse de uma

rede durável de relações mais ou menos institucionalizadas de interconhecimento ou, em outros

termos, a vinculação a um grupo, como conjunto de agentes que não somente são dotados de propriedades comuns (passiveis de serem percebidas pelo observador, pelos outros ou por eles mesmos), mas também são unidos por ligações permanentes e úteis25.

Ou seja, o número e os tipos de relações vão gerando um acúmulo de capital com a perspectiva de lucros materiais ou simbólicos. Essas relações geram redes duráveis e úteis aos interesses de cada um dos agentes. O volume de capital social será determinado pela extensão de sua rede de relações e pelo volume de capital acumulado por cada um dos agentes:

Essas ligações [...] são fundadas em trocas inseparavelmente materiais e simbólicas cuja instauração e perpetuação supõe o re-conhecimento dessa proximidade. O volume de capital social que um agente individual possui depende então da extensão da rede de relações que ele pode efetivamente mobilizar e do volume do capital (econômico, cultural ou simbólico) que é posse exclusiva de cada um daqueles a quem está ligado.26

O lucro, seja ele material ou simbólico, referente ao pertencimento a grupos e suas redes de relações, é expresso na forma de acúmulo de capital social:

Os lucros que o pertencimento a um grupo proporciona estão na base da solidariedade que os torna possível. O que não significa que eles sejam conscientemente perseguidos como tais, mesmo no caso dos grupos que, como os clubes seletos, são expressamente arranjados com vistas a concentrar o capital social e obter assim o pleno beneficio do efeito multiplicados implicado pela concentração e assegurar os lucros proporcionados pelo pertencimento – lucros materiais como todas as espécies de “serviços” assegurados por relações úteis, e lucros simbólicos tais como aqueles que estão associados a participação num grupo raro e prestigioso.27

E para que o capital social continue a ser acumulado, e que as redes de relações permaneçam enquanto relações duráveis e úteis, o próprio grupo se encarrega de produzir

23 Id.ibid., p. 168.

24 MARCHI JR., 2001, p. 39. 25 BOURDIEU, 1998a, p. 67. 26 Id.ibid, p. 67.

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regras de inclusão, através do reconhecimento; assim como decidi os seus limites, determinando até onde as trocas são úteis e construtivas.

Além disso, Bourdieu enfatiza a importância de outras formas de capital na constituição e manutenção das relações entre os agentes no interior do campo político:

... os efeitos dos obstáculos morfológicos que a dimensão das unidades políticas e o número dos cidadãos opõem a qualquer forma de governo direto são de certo modo aumentados pelo efeito do desapossamento econômico e cultural: a concentração do capital político nas mãos de um pequeno grupo é tanto menos contrariada e portanto mais provável, quanto mais desapossados de instrumentos materiais e culturais necessários à participação activa na política estão os simples aderentes – sobretudo, o tempo livre e o capital cultural.28

Neste trecho Bourdieu enfatiza que o capital, em suas formas econômico e cultural, são importantes ferramentas dos agentes para galgar e consolidar uma posição dentro do campo político. Isso faz com que tenhamos uma perspectiva um tanto quanto pessimista diante de nossa realidade local, onde a distribuição de capital econômico e cultural é tão dissimétrica.

O que implica que a divisão do trabalho político varia em função do volume global do capital econômico e cultural acumulado numa formação social determinada (o seu nível de desenvolvimento) e também em função da estrutura, mais ou menos dissimétrica, da distribuição deste capital, particularmente do cultural. 29

Com isto estabelecem-se regras no interior do campo, implícitas ou explícitas, que garantem a reprodução de procedimentos e posições, afastando o cidadão comum, ou não-iniciado na política.

... do que esta espécie de cultura esotérica, feita de problemas estranhos ou inacessíveis ao comum, de conceitos e de discursos sem referente na experiência do cidadão comum e, sobretudo talvez, de distinguos, de matizes, de subtilezas, de agudezas, que passam despercebidos aos olhos dos não-iniciados e que não tem outra razão de ser que não sejam as relações de conflito ou de concorrência entre as diferentes organizações ou entre as tendências ou as correntes de uma mesma organização. 30

Os políticos ou gestores passam a ser vistos com desconfiança e descrédito, fruto da manutenção da distância imposta pela estrutura e habitus inerente ao campo político. Para utilizar as palavras de Gramsci: “nós outros, afastamo-nos da massa: entre nós e a massa forma-se uma barreira de quiprocos, de mal-entendidos, de jogo verbal complicado. Acabaremos por aparecer por pessoas que querem, a todo custo, conservar o seu lugar”31.

Na realidade, o que faz com que esta cultura propriamente política permaneça inacessível a maioria das pessoas é, sem duvida, menos a complexidade da linguagem em que ela se exprime do que a complexidade das relações sociais que constituem o campo político. 32

Toda esta complexidade inerente ao campo político faz com que se acentue a distância entre os politicamente ativos e os politicamente passivos. Por um lado, há a

28 BOURDIEU, 2004a, p. 164. 29 Id.ibid., p. 164-5.

30 Id.ibid., p. 178.

31 Citado por BOURDIEU, 2004a, p. 178. 32 BOURDIEU, 2004a, p. 178-9.

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impressão de os que já tem sua posição no campo político não tem interesse em ampliar a participação dos não-iniciados. Por outro, os politicamente passivos não detém o capital econômico e cultural necessário para adentrar o campo político. Com isso mantém-se uma estrutura inflexível, aparentemente difícil de ser alterada.

Este espaço social, o campo político, pode ser interpretado a partir da noção dos conceitos de poder simbólico e formas de capital. São eles conceitos centrais para a compreensão das posições dos agentes no interior do campo, bem como as relações estabelecidas e o monopólio da produção concentrada nas mãos dos mandatários ou politicamente ativos.

A constituição dos Estados modernos europeus

Sobre a constituição dos Estados modernos, destacamos os estudos de Norbert Elias sobre a sociogênese do Estado, sob a perspectiva de sua teoria do processo civilizador. Nascido em Breslau no ano de 1897, sociólogo alemão, estudou medicina, filosofia e psicologia. Em seus estudos33, Elias preocupou-se com a constituição dos Estados modernos na Europa, especificamente com os que hoje correspondem a França e Inglaterra. Baseia-se na idéia de que os Estados vão se constituindo a partir da monopolização militar e tributária.

Elias remete-se ao século XII, onde o Rei limitava-se a fazer o que faziam os outros senhores feudais: concentrar-se em consolidar suas posses. Isso se dava através da ampliação de sua posse direta sobre a terra e na tentativa de subjugar todos os possíveis rivais.

A monarquia preocupava-se em defender suas terras e buscava, através de conflitos armados, conquistar as terras de senhores feudais próximos. Dos senhores feudais que ele vencia, tomava a terra, aumentando suas posses, a base econômica e militar de seu poder. Porém, seu poder não era grande. Ao contrário, era similar a de outros grandes senhores feudais. Existia naquele momento um poder monopolista precário.

Os movimentos internos (centrífugos) dentro do reino eram marcados pelas disputas almejando a posição monopolista do território entre senhores feudais e a monarquia. Estas lutas isoladas constituíram o primeiro passo para transformar os monarcas em grandes controladores monopolistas dos meios militares e financeiros. Este processo de competição pela terra se intensificava neste momento devido ao aumento da população, a consolidação da propriedade e as dificuldades de expansão interna. Além dessas lutas, o monopólio foi se consolidando através de compras e casamentos entre famílias proprietárias de terras e a monarquia.

Apesar de estar em posição semelhante aos senhores feudais em um primeiro momento, a monarquia acabou alcançando este monopólio devido às qualidades pessoais de seus representantes, ao apoio da Igreja e por gozar de um certo prestígio tradicional. Esse processo ocorrido a partir do século XII tem uma forte relação com os monopólios empresariais de nossos dias. Isso porque hoje um pequeno número de empresas, normalmente supera seus concorrentes, incorpora-os, criando uma espécie de monopólio.

Elias desenvolve seu pensamento, colocando que a sociedade denominada moderna caracteriza-se por um certo nível de monopolização. O monopólio das armas e dos tributos é reservada a uma autoridade central. Estas duas formas de monopólios

33 ELIAS, Norbert. O processo civilizador: formação do Estado e civilização. V. 2 - 2. Ed. - Rio de Janeiro: J. Zahar 1994.

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mantém uma a outra e são complementares entre si. Os monopólios se efetivam somente em sociedades onde existe uma divisão social muito avançada das funções. Isso consolidou-se a tal ponto de não poder mais ser superado, ficando a disputa para ver quem comandará a monopólio.

Quando surge o monopólio permanente da autoridade central e o aparelho especializado para administração, é que esses domínios adquirem caráter de Estados34. Outros monopólios são acoplados, mas o da violência e o da tributação são os essenciais. As decisões e o controle ficam organizados em torno de um poder central. Porém, seja uma questão de terra, de soldados ou de dinheiro, quanto mais é acumulado por um indivíduo, menos facilmente pode ele supervisiona-las e mais dependente torna-se de seus dependentes35. Se num primeiro momento a tendência é de centralização do poder na mão de poucos, com o tempo surge a necessidade de partilhar responsabilidades, delegando funções aos dependentes.

O monopólio privadamente possuído por um único indivíduo ou família cai sob o controle de um extrato social mais amplo e se transforma, como órgão central do Estado, em monopólio público36. O governo absoluto acaba sendo funcionalmente da sociedade que a governava. Por isso, praticamente todos os órgãos do governo do Estado resultaram da diferenciação das funções da família real.

Com a consolidação dos monopólios, os meios de luta passam a ser mais refinados. Há um aumento da restrição aos afetos, imposta ao indivíduo por sua subordinação ao governo monopolista. Esse monopólio obteve o apoio da burguesia, pois restringindo a livre competição a meios econômicos, não violentos, havia a possibilidade de concorrer entre si por oportunidades econômicas em condições iguais de luta.

Graças à centralização e a monopolização, oportunidades que antes tinham que ser conquistadas com emprego de força militar ou tributaria tornaram-se passíveis de planejamento. A dependência funcional da rede de interdependência humana emerge como uma forma organizacional. Forma-se o chamado regime democrático.

A fase inicial de livre competição, um monopólio precário, é substituído por um monopólio efetivo, que por sua vez passa às mãos de um número maior de indivíduos, constituindo a passagem do privado ao público.

O movimento global pode, portanto, ser reduzido a uma fórmula muito simples. Seu ponto de partida é uma situação em que uma classe inteira controla oportunidades de monopólio desorganizadas e em que, consequentemente, a distribuição dessas oportunidades entre os membros da classe é decidida pela livre competição e pela força bruta; e ele ruma para uma situação em que o controle das oportunidades dos monopólios, e de quem deles depende, por uma classe é organizado a partir de um centro e garantido por instituições; com o tempo a distribuição dos produtos dos monopólios segue um plano que não é exclusivamente determinado pelos interesses de indivíduos isolados ou grupos, mas está orientado pela teia geral de interdependências que articula todos os grupos e indivíduos entre si, para um funcionamento harmonioso da sociedade.

Apesar de Elias não escrever sobre formas de governo específicas, este procedimento de constituição do Estado moderno, com o surgimento do modelo democrático, criou as condições para a mudança no pensamento político e a implementação gradativa dos ideais das democracias modernas. O entendimento sobre o surgimento dos Estados modernos, bem como o surgimento e consolidação das

34 ELIAS, 1994, p. 98 35 Id.ibid, p. 100. 36 Id.ibid, p. 101.

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democracias, pode ser mais uma possibilidade para a discussão das políticas públicas para o esporte e lazer.

Conclusões

O estímulo inicial para a elaboração deste trabalho foi a constatação da falta de definições conceituais no campo das políticas públicas para o esporte e lazer que pudessem embasar e qualificar a discussão a partir dos dados empíricos. A produção de conhecimento na área está quase que exclusivamente voltada ao relato de experiências.

Buscamos neste breve relato, trazer alguns conceitos e apontamentos dos sociólogos Pierre Bourdieu e Norbert Elias que podem vir a contribuir com a produção nesta área de conhecimento.

É evidente que este trabalho não dá conta da complexidade de interpretação da obra dos autores. Porém, a proposta é levantar subsídios para qualificar a discussão sobre políticas públicas para o esporte e lazer. Para que haja avanços é necessário fazer o diálogo entre as fontes (documentos, entrevistas, leis, etc.) e as teorias que se acomodam nesta discussão.

Entendemos que seja relevante ao estudo das políticas públicas para o esporte e lazer a incorporação dos conceitos bourdianos de campo, poder simbólico e formas de capital, bem como o entendimento das leis de funcionamento específicas do campo político, além do processo de formação e consolidação dos Estados modernos e da democracia.

Esperamos, em um futuro próximo, realizar o diálogo destes conceitos com os dados empíricos, bem como fornecer subsídios à discussão no campo das políticas públicas para o esporte e o lazer.

Referências

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