ESTIMULAÇÃO
ELÉTRICA NERVOSA
TRANSCUTÂNEA
(TENS)
DOR & ANALGESIA
A dor é uma das principais queixas clínicas dos pacientes A fisioterapia tem vários recursos analgésicos
A TENS é um dos principais recursos para analgesia (não o único)
DOR: AVALIAR PARA TRATAR
Objetivos Investigação
Compreender o fenômeno doloroso Implementar a terapêutica adequada Avaliar a eficácia do tratamento Etiologia Localização Intensidade Qualidades Freqüência Duração Fatores agravantes e atenuantesDOR
Definição da Associação Internacional para o Estudo de Dor:
“É uma experiência sensorial e emocional desagradável, associada com um dano de tecido real ou potencial, ou descrita em termos de tal lesão”
FISIOLOGIA DA DOR
Mecanismos Periféricos:
-Nociceptores são terminações nervosas livres;
- Limiar de ativação alto;
- São sensíveis a estímulos que lesam os tecidos (mecânicos, térmicos, elétricos e químicos)
- Dão origem a fibras aferentes que levam o estímulo doloroso para a medula espinhal: (Δ/δ = Delta) e C.
A velocidade de condução do impulso nervoso é diretamente relacionada ao diâmetro da fibra. A dor aguda e súbita é transmitida pelas fibras Aδ, enquanto
que a dor persistente e mais lenta é transmitida pelas fibras C
5-30 m/s
Dano aos tecidos
Liberação de mediadores químicos (pela célula lesada e terminações nervosas que foram ativadas)
Bradicinina Substância P
Histamina Prostaglandinas Ativam nociceptores
Iniciam as respostas inflamatórias no tecido lesado Hiperalgesia das terminações nervosas livres (+ sensível)
ASPECTOS CENTRAIS
Aδ C
SUBSTÂNCIA CINZENTA DO CORNO POSTERIOR DA MEDULA
Interneurônios Neurônios de segunda ordem (células T)
+ Motoneurônios flex ipsilaterais Tracto Tracto
- Motoneurônios ext ipsilaterais Espinotalâmico Espinorretículotalâmico ( Reflexo de Retirada Flexora)
+ Motoneurônios ext contralaterias - Motoneurônios flex contralaterais (Reflexo da Extensão Cruzada)
Neurônios de terceira ordem (conduzem o estímulo para o córtex cerebral)
Informações da dor chegam:
Córtex Hipotálamo Lobo frontal Sistema límbico
Coordenam respostas autonômicas, psicológicas e emocionais à a dor
MODULAÇÃO DA TRANSMISSÃO DA DOR
Influências descendentes sobre as células T:
Substância cinzenta periaquedutal (mesencéfalo) Núcleos da rafe (bulbo mesencefálico)
Efeito excitatório sobre os interneurônios inibitórios da substância gelatinosa no corno dorsal da medula
Reduz a transmissão da dor no nível da medula espinhal
TEORIA DAS COMPORTAS
DOR AGUDA × DOR CRÔNICA
Dor aguda
-Pode durar poucos minutos ou vários dias -Sinal de alerta;
-Deriva de lesão tecidual -Intensa, + decresce e
desaparece -Ansiedade
Dor crônica
-Dor de longa duração
-Associada a angústia, apreensão, depressão, desespero
-Síndrome
-Persiste após cura aparente
TENS
Transcutaneous Electrical
Neuromuscular Stimulation
Estimulação Elétrica Neuromuscular
Transcutânea
TENS
“
Qualquer estimulação elétrica (galvânica, farádica, diadinâmicas, interferenciais, russa, etc.) aplicada através da pele que estimule nervos periféricos” – Alon, 1991, 2003 Entretanto, o termo TENS ficou associado a um equipamento específico usado quase que exclusivamente para o controle da dor.
TENS Típico
Eletrodos:
Silicone/Carbono + Gel ou Autoadesivos
CARACTERÍSTICAS
FÍSICAS DAS CORRENTES
Corrente alternada (não polarizada) e de baixa frequência Pulso Quadrado
Bifásico
Assimétrico
TENS
Principal Indicação
Analgesia
Relaxamento Muscular
Efeitos Não-Analgésicos
Aumento de Fluxo Sangüíneo Alterações Autonômicas
Efeitos Circulatórios
Úlceras
Kaada & Emru, 1988; Lundeberg et al., 1992; Debreceni
et al., 1995; Baker et al., 1997; Cosmo et al., 2000.
Retalhos Isquêmicos
Kjartansson et al., 1988 (a, b, c); Lundeberg et al., 1988;
Kjartansson & Lundeberg, 1990; Niina et al., 1997; Liebano et al., 2000 e 2004.
EFEITOS
ANALGÉSICOS DA
TENS
DOR
A dor é uma sensação necessária para
o funcionamento do corpo.
Exerce uma função protetora.
Sempre que possível deve-se intervir
na causa da dor!
MECANISMOS DE AÇÃO
Teoria das Comportas (Melzack & Wall,
1965)
Liberação
de
Peptídeos
Opiáceos
Endógenos
(encefalinas,
endorfinas
e
dinorfinas)
Ronald Melzack Patrick D. Wall
TEORIA DAS
COMPORTAS
PEPTÍDEOS OPIÁCEOS
Existem 3 famílias destes peptídeos: Encefalinas
Tonsila do cerebelo, hipotálamo, SCPA
(Substância cinzenta periaquedutal), bulbo Beta-Endorfina
Hipotálamo, SCPA, bulbo e medula espinal Dinorfinas (distribuição semelhante às
encefalinas)
PARÂMETROS AJUSTÁVEIS NOS
EQUIPAMENTOS DE TENS
I
T
R
I= amplitude (mA)
T= tempo de duração do pulso (µs ou ms)
R= intervalo entre pulsos (ms) /
Freqüência (Hz ou pps)
MODALIDADES DE
TENS
TIPOS DE TENS:
Modos de Aplicação
TENS CONVENCIONAL F 75 a 150 Hz T 40 a 75 µseg Nível de Sensorial Estimulação Tempo de 20 / 30 minutos AplicaçãoTENS Convencional:
Aplicação
Amplitude: nível sensorial. Tempo de Aplicação:
teoricamente pode ser de até mais de 24 h.
Clínica = 30 min
Uso domiciliar: instruir o
paciente a usar o aparelho a intervalos intermitentes de 30-60 min.
Convencional ou Alta
Frequência
Modo mais usado para qualquer condição dolorosa.
Indicado especialmente para dores agudas.
Alvo: Comportas Medulares Ascendentes (fibras Aβ).
Analgesia rápida, mas de curta duração (produz alívio da dor enquanto a estimulação estiver
TENS Convencional:
Indicações
Qualquer condição
dolorosa, especialmente aquelas onde a contração muscular aumente a dor, ou seja, está
contra-indicada.
Lesões traumáticas agudas em conjunção com ICE
(gelo, compressão, elevação) Dores de procedimento Controle da dor pós-operatória. DORES AGUDAS
Técnica Básica
Coloque 2-4 eletrodos em torno da área a ser tratada
Determine os parâmetros (duração e frequência). Ajuste a amplitude para uma estimulação sensorial forte (vá até o limiar motor e volte um pouco).
Se a estimulação ficar imperceptível, aumente a duração de pulso ou a amplitude. Se houver um pouco de contração, deixe contrair.
Se a estimulação estiver muito forte, diminua o tempo de duração de pulso ou a amplitude.
Reposicione os eletrodos se a redução da dor não ocorrer em 10-20 minutos
Modos de Aplicação
TENS ACUPUNTURA F 1 a 4 Hz T 150 a 250 µseg Nível de Motor Estimulação Tempo de 1 hora Aplicação• TENS acupuntura
• Age sobre pontos motores para ativar A
• provoca contrações musculares não dolorosas na origem da dor
TENS de baixa
frequencia-Acupuntura
Modulação da dor ao nível motor
Alvo: vias descendentes inibitórias da dor (envolve liberação de serotonina e norepinefrina)
Comparada à acupuntura em seus mecanismos de analgesia
Forma mais vigorosa de tratamento.
Analgesia demora a ocorrer, mas é de maior duração.
Estimulação produz liberação de opióides
endógenos e pode, portanto, promover um alívio da dor mais prolongado.
TENS - Acupuntura:
Indicações
Dores crônicas:
paciente deve poder tolerar contrações muscularesTrigger points
Espasmo
muscular
Modos de Aplicação
TENS BURST F 100 Hz / 2 Hz T 150 a 250 µseg Nível de Motor Estimulação Tempo de 40 a 50 minutos AplicaçãoTENS no Modo
Burst
Uma corrente de alta frequência (70-100 Hz) liberada em pacotes (bursts) de 2 Hz
Quando sua intensidade fica em nível sensorial, seu mecanismo é similar à TENS convencional.
Quando aplicado com intensidade alta (nível motor/ doloroso), é similar ao TENS – acupuntura.
Modo Burst no Nível Motor
Duração de Pulso: entre 150 e 250 ms. Frequência:
do burst: baixa (2-4 bursts por segundo) dos pulsos: alta (70-100 pps)
Amplitude: forte – contrações isoladas visíveis devem ser eliciadas.
A duração do pulso pode variar:
curta quando se quer uma estimulação mais confortável,
longa para estimular no nível doloroso.
Para estimular fibras A-delta, T = 200-350 ms é indicado
Opióides Endógenos
Os opióides endógenos e receptores opióides constituem os principais elementos na modulação inibitória na medula e no sistema nervoso inibitório descendente do tronco cerebral
A estimulação das fibras A-delta & C causam liberação das B-endorfinas da Substância cinzenta Periaquedutal (PAG)
Adrenocorticotropina (ACTH) e b-lipotropina (b-LPH) são liberadas na pituitária anterior em resposta à dor – gerando B-endorfinas e corticosteróides.
-Endorfina e Dinorfina
Aferentes A e C etambém (A-) podem estimular liberação de opióides endógenos: - β-endorfina do hipotálamo e - Dinorfina liberada da PAG Dynorphin released
Analgesia por Hiperestimulação
Indicada em dores crônicas que apresentem fenômenos de centralização (memória da dor
Estimulação nóxia é aplicada para ativar aferentes cutâneos de pequeno diâmetro (A delta - C)
“a dor inibe a dor”
Dois modos de uso:
TENS breve e intensa com técnica bipolar de
eletrodos
TENS com eletrodos tipo caneta diretamente
Modos de Aplicação
TENS BREVE INTENSO
F 150 a 250 Hz T 150 a 250 µseg Nível de Doloroso Estimulação Tempo de 10 / 15 minutos Aplicação
Teoria de LeBars et al.
Afirmam que a modulação da dor com TENS breve e intenso envolve controles nóxios difusos inibitórios.
Inputs de dores crônicas contínuas que convergem para os neurônios da coluna dorsal podem ser suprimidos por meio de estimulação cutânea nóxia ou intensa, quando aplicada em qualquer parte da superfície corporal.
DISPOSIÇÃO DOS
ELETRODOS
Ponto doloroso Trajeto nervoso Paravertebral Transarticular Ponto Motor Vasotrópico MioenergéticoPOSIÇÃO DOS ELETRODOS PARA CONDIÇÕES COMUNS DE DOR