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Fase de desenvolvimento do Projeto: Projeto de Execução para licenciamento elétrico

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E

STUDO DE

I

NCIDÊNCIAS

A

MBIENTAIS DA

C

ENTRAL

NER

300

HYPERION

E

C

ENTRAL

F

OTOVOLTAICA DE

L

AGOS

VOLUME II - Resumo Não Técnico

Lagos Solar Power, Unipessoal, Lda.

Novembro 2016

Fase de desenvolvimento do Projeto:

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ii

ESTRUTURA DE VOLUMES

VOLUME I – Relatório Técnico

Anexo I – Elementos de Projeto Anexo II – Flora e Habitats Anexo III – Património

VOLUME II – Resumo Não Técnico

VOLUME III – Plano de Acompanhamento Ambiental da Obra Anexo 1 – Plano de Gestão de Resíduos

Anexo 2 – Plano de Integração e Recuperação Paisagística Anexo 3 – Ficha de Comunicação

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EIncA das Centrais NER300 HYPERION e Fotovoltaica de Lagos Volume II - Resumo Não Técnico Hyperion Energy Investments SGPS, S.A.

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MATOS, FONSECA & ASSOCIADOS ESTUDOS E PROJETOS, LDA

APRESENTAÇÃO

O presente documento constitui o Resumo Não Técnico (RNT) do Estudo de Incidências Ambientais

(EIncA) do Projeto da Centrais NER 300 Hyperion e Central Fotovoltaica de Lagos.

É um documento que faz parte do Estudo de Incidências Ambientais (EIncA), onde se resume, em linguagem corrente, as principais informações que se encontram no EIncA. É apresentado separadamente, de forma a facilitar uma divulgação pública do Projeto e do respetivo EIncA. Para um esclarecimento mais pormenorizado, sugere-se a consulta do EIncA completo, disponibilizado na Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Algarve (CCDR-Algarve) e na Câmara Municipal de Lagos, o qual é constituído por três volumes. O Volume 1, que corresponde ao Relatório Técnico, inclui toda a informação relevante sobre o Projeto, a caracterização do estado atual do ambiente a ser afetado pelo Projeto, a identificação e avaliação dos efeitos no ambiente associados à implementação do Projeto nas suas diferentes fases (construção, exploração e desativação), as medidas de minimização propostas, e todos os elementos considerados relevantes para a compreensão da avaliação efetuada. O Volume 2, que que corresponde ao Resumo Não Técnico, constitui o presente volume. O Volume 3 – que corresponde ao Plano de Acompanhamento Ambiental da Obra, inclui as diretrizes de cumprimento obrigatório durante a fase de construção. Este volume inclui em anexo o Plano de Gestão de Resíduos e o Plano de Recuperação e Integração Paisagística, os quais por sua vez contêm diretrizes também a serem cumpridas durante a fase de construção.

O Projeto em apreciação é da responsabilidade da empresa Hyperion Energy Investments SGPS, S.A.,

que assume a qualidade de Proponente.

O EIncA foi elaborado pela empresa Matos, Fonseca & Associados, no período compreendido entre

outubro e novembro de 2016.

A Autoridade deste processo de Avaliação de Incidências Ambiental (AIncA), ou seja, a entidade que

autoriza a implementação do Projeto do ponto de vista ambiental, é a CCDR-Algarve.

A entidade licenciadora do Projecto, ou seja, a entidade que autoriza a implementação do Projeto do

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O Projeto foi desenvolvido com o detalhe de Projeto de Execução para licenciamento elétrico, o que

significa que já foram definidos todos os pormenores da sua conceção, não havendo mais nenhuma fase de apresentação do Projeto.

Não existem antecedentes relativamente ao procedimento de Avaliação de Incidências Ambientais deste Projeto.

Este Projeto corresponde a uma única solução, não existem alternativas. A análise de soluções alternativas foi efectuada numa fase preliminar, mas as opções foram restritas pois foi desde logo assumido a importância/necessidade de se produzir energia a partir de uma fonte renovável, e face ao contexto atual, a energia solar revelou-se uma opção muito interessante.

No que se refere às questões de localização, o processo de escolha de alternativas de um projeto solar é de certa forma restritivo pois o estabelecimento de uma central solar resulta da possibilidade de reunir recurso solar, em terrenos passíveis de implantar os equipamentos necessários, disponibilizados para o efeito através do estabelecimento de contratos com os respetivos proprietários, e da permissão de interligação à rede pública para escoar a energia produzida. Nesta perspetiva de desenvolvimento de trabalho conjunto (técnico/económico e ambiental), sobre a área disponível para instalação Projeto, foram desenvolvidos os necessários estudos.

Só após este trabalho preliminar, se procedeu à definição da implantação final do Projeto, conjugando-se o potencial solar disponível, com salvaguarda das condicionantes arqueológicas, ambientais e de servidões identificadas na área disponível, com vista à definição da melhor solução técnico-económica e ambiental.

EM QUE CONSISTE O PROJETO EM ANÁLISE?

O Projeto consiste na instalação de duas Centrais Fotovoltaicas totalizando de 44 MW de potência nominal.

A Central NER 300 HYPERION assenta na tecnologia de alta concertação e pressupõe a instalação de módulos fotovoltaicos em seguidores. A Central Fotovoltaica de Lagos, considera-se de tecnologia tradicional e pressupõe a instalação dos módulos fotovoltaicos em mesas fixas.

Com este Projeto estima-se uma produção energética anual média de 94,4 GWh.

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Prevê-se que o Projeto seja construído no máximo em aproximadamente 11 meses, e estima-se que tenha uma vida útil de 30 anos, para a Central Fotovoltaica de Lagos e 25 anos para a Central NER 300 Hyperion.

Esta central, bem como as restantes infraestruturas que lhe estão associadas, serão localizadas na zona sul de Portugal, no concelho de Lagos, na união das freguesias de Bensafrim e Barão de São João.

É uma zona isolada, sendo a urbanização mais próxima o conjunto habitacional das Colinas Verdes. O acesso às Centrais Fotovoltaicas será através de uma caminho agrícola existente que deriva da Estrada Municipal EM535.

A Central Fotovoltaica em si é basicamente constituída por um gerador solar de corrente contínua, inversores que convertem esta corrente em alternada, transformadores elevadores de tensão, assim como toda a cablagem, equipamentos de comando, corte, proteção e medição. Tem ainda outros sistemas auxiliares que garantirão o funcionamento da mesma: o seu próprio fornecimento de energia, o sistema de vigilância e segurança e o sistema de monitorização.

Face à dimensão destas Centrais Fotovoltaicas, está prevista a instalação de um total de 22 Postos de Transformação que ficarão ligados às subestações associadas a cada uma das centrais, onde é feita a elevação da energia que vem dos transformadores à tensão 30 kV para a tensão de 60 kV. Adjacente às subestações existe um edifício onde se concentra todo o equipamento de gestão e controlo de cada uma das centrais.

Todo o recinto das instalações estará protegido por uma vedação de rede metálica com 2,6 metros de altura, deixando uma abertura inferior para evitar o efeito barreira para os animais de pequeno porte. No interior dos recintos executar-se-ão caminhos periféricos à área de ambas as centrais, de onde derivarão os acessos aos postos de transformação.

Toda a energia elétrica gerada nesta Central Fotovoltaica será entregue à Rede de Distribuição Elétrica em Alta Tensão, estando destinada integralmente à sua venda. Para o efeito, será necessário construir uma ligação elétrica à tensão 60 kV, que fará a ligação das subestações a um apoio da linha elétrica existente a elétrica a cerca de 1,3 km a norte das centrais (ponto de Interligação ao Sistema Elétrico de Serviço Público-SESP. Esta ligação elétrica não fará parte das centrais fotovoltaica, mas é um projeto associado, e como tal, foi considerada na análise efetuada no âmbito do presente EIncA.

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Na Central Fotovoltaica de Lagos, os painéis fotovoltaicos serão instalados sobre uma estrutura metálica fixa, que é apoiada numa série de pilares, que serão os suportes da estrutura e o meio de fixação ao solo.

Fotografia 1–Exemplos de módulos fotovoltaicos dispostos em mesas ficas (Central Fotovoltaica de Lagos)

Na Central NER 300 Hyperion, os painéis fotovoltaicos serão instalados em seguidores, que constituem estruturas individuais compostas pelos painéis, pilares e fundações.

Fotografia 2–Exemplos de seguidores fotovoltaicos (Central NER 300 Hyperion)

Fazem assim parte do Projeto em análise as seguintes infraestruturas:

 Sistema de produção com 910 seguidores solares e 4306 filas de módulos (cada uma com 22 painéis fotovoltaicos, sendo a área total fotovoltaica 251 hectares;

Valas para acomodar a tubagem enterrada onde passam os cabos de interligação das infraestruturas;

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 22 Edifícios de Posto de Transformação;

 2 Subestações, localizada num espaço a céu aberto;

 Sistemas auxiliares (iluminação, monitorização, segurança e vigilância);  Caminhos interiores, periféricos e vedação;

Para a execução das obras descritas anteriormente está prevista a instalação de estaleiros com cerca

de 600 m2, localizados próximo de cada subestação. Estima-se que o número de trabalhadores

diretamente afetos à obra, de entre os vários empreiteiros (construção civil, eletromecânica, equipa de transporte, montagem), sejam da ordem dos 20 trabalhadores por cada central. A estes trabalhadores acrescem ainda as equipas de Fiscalização, Dono de Obra, Acompanhamento Ambiental e Arqueológico. As Centrais Fotovoltaicas são de funcionamento automático, totalmente automatizada e telecomandada. O sistema de comando poderá ser operado do exterior da instalação, sendo possível a simples consulta do estado da instalação ou a receção de alarmes mas também, a emissão de comandos. Apesar disso, a sua exploração pressupõe a existência de diversas equipas de gestão, operação e manutenção. Prevê-se que, em média, poderão estar afetas à exploração deste Projeto, entre uma a três pessoas.

Após o termo da sua vida útil, as Centrais Fotovoltaicas serão desativada e os respetivos equipamentos removidos. Durante esta atividade os efluentes, resíduos e emissões serão da mesma natureza que os originados na fase de construção.

Salienta-se o facto de que grande parte dos materiais de base utilizados na construção do Projeto, que venham a ser inutilizados quando ocorrer uma previsível renovação, reabilitação ou desmontagem dos mesmos, é passível de ser reciclada (cerca de 90% dos componentes de um painel fotovoltaico são recicláveis), e toda a infraestruturação das Centrais é 100% removível.

COMO É A ZONA ONDE SE INSERE O PROJETO?

Para se obter uma base de referência para avaliar os efeitos causados pela Projeto, foi feita uma caracterização da zona onde se insere o Projeto ao nível das várias componentes do ambiente previsivelmente de ser afetado, tendo sido objeto de análise as seguintes temáticas: Geomorfologia, geologia, geotecnia e hidrogeologia; Clima; Recursos hídricos superficiais; Solos e uso do solo; Ecologia; Qualidade do ar; Ambiente Sonoro; Património arqueológico, arquitetónico e etnográfico; Socioeconomia e Paisagem. Complementarmente foi efectuada uma análise detalhada dirigida ao Ordenamento do Território e às Servidões.

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A área de intervenção do Projeto foi estudada para a zona direta de implantação do Projeto e alargada para alguns dos descritores, como por exemplo a paisagem, a socioeconomia e a ecologia.

Na Figura I apresenta-se a localização da área de estudo, sobre ortofotomapa.

A descrição que se segue aborda os aspectos mais relevantes de cada uma das áreas temáticas analisadas:

O Clima na região onde se insere o presente Projeto (região do Algarve) apresenta um clima tipicamente mediterrâneo. A temperatura média do ar varia entre 11,3 ºC em janeiro e 23,0 ºC em agosto. A região do Algarve, contém elevado número de horas de sol por ano e reduzido número anual de dias com precipitação Anualmente a insolação tem um valor médio de 3 018 horas.

Relativamente à Geologia/Geomorfologia, a área de estudo, encontra-se inserida na zona de maior sismicidade em que Portugal Continental se encontra classificado, numa zona calcária. Trata-se de uma superfície, que se caracteriza por um relevo com formas arredondadas e suaves e declives relativamente acentuados, com cotas da ordem dos 60 metros. A maior altitude regista-se perto do limite noroeste, com 72 metros de altitude. A zona é, cortada, pontualmente, por pequenas depressões correspondentes a linhas de água de fraca expressão.

No que respeita à Hidrogeologia a área de estudo situa-se na massa de água subterrânea Almádena – Odeáxere, considerado um aquífero em meio cársico e de vulnerabilidade à poluição intermédia a alta. A direção do fluxo subterrâneo regional na área de estudo, processa-se no sentido Norte-Sul.

Para os Recursos Hídricos Superficiais, pode realçar-se que a área de estudo se insere na Região Hidrográfica das Ribeiras do Algarve (RH8), na Bacia das Ribeiras do Barlavento Algravio. Foram identificadas linhas de escorrência, de caráter efémero, assinaladas em carta militar que atravessam o terreno.

No que respeita à Qualidade da água, na área de estudo das centrais fotovoltaicas, após consulta do de bibliografia e visita de campo, não foram identificadas fontes de poluição tópicas ou pressões hidromorfológicas significativas resultantes de alterações morfológicas. Relativamente à massa de água superficial da bacia onde se integra a área de estudo, esta atinge o Bom Estado Ecológico.

Na área de estudo, os Solos dominantes são “Solos Argiluviados Pouco Insaturados”. Em termos de

Capacidade de Uso do Solo, na área de estudo, predominam solos apresentam limitações muito severas;

riscos de erosão muito elevados; não suscetível de utilização agrícola em quaisquer condições; severas a muito severas limitações para pastagem, exploração de matos e exploração florestal; ou servindo apenas para vegetação natural ou floresta de proteção ou de recuperação.

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-53000 -53000 -52000 -52000 -51000 -51000 -2 7 9 0 0 0 -2 7 9 0 0 0 -2 7 8 0 0 0 -2 7 8 0 0 0 -2 7 7 0 0 0 -2 7 7 0 0 0 ! ! ! ! ! ! ! ! ! ! ! . ! ! ! ! ! ! !FARO BEJA VISEU ÉVORA PORTO BRAGA LISBOA LEIRIA GUARDA AVEIRO SETÚBAL COIMBRA SANTARÉM BRAGANÇA VILA REAL PORTALEGRE CASTELO BRANCO Área de estudo Luz Budens Bordeira

União das freguesias de Bensafrim e Barão de São João

Odiáxere Aljezur Marmelete

Mexilhoeira Grande

São Gonçalo de Lagos Barão de São Miguel

Alvor LAGOS ALJEZUR VILA DO BISPO PORTIMÃO MONCHIQUE Enquadramento Nacional

Localização da Área de Estudo

Enquadramento Administrativo

Carta Administrativa Oficial de Portugal (CAOP) de 2016, Fonte - DGT

Limite de Concelho Limite de Freguesia

$

Fonte: Extrato da Carta Militar de Portugal, Série M888, escala 1/25 000 folha n.º 593, 3.ª edição (2006), IGeoE (Referência: NE 829/2016)

Estudo de Incidências Ambientais das Centrais NER 300 Hyperion e Fotovoltaica de Lagos

Figura 1 - Localização da Área de Estudo

T01816_02_Fig1 (A4)

0 1.000 m

Sistema de Coordenadas: ETRS89/PT-TM06 Elipsóide: GRS80

Projeção: Mercator Transversa

ESCALA: 1/25.000

Área de estudo

Área fotovoltaica de seguidores Área fotovoltaica de mesas fixas

Legenda

Corredor de estudo para a ligação elétrica

(Central NER 300 Hyperion) (Central Fotovoltaica de Lagos)

Resumo Não Técnico

-Source: Esri, DigitalGlobe, GeoEye, Earthstar Geographics, CNES/Airbus DS, USDA, USGS, AEX, Getmapping, Aerogrid, IGN, IGP, swisstopo, and the GIS User Community

-52000 -52000 -51000 -51000 -2 7 9 0 0 0 -2 7 9 0 0 0 -2 7 8 0 0 0 -2 7 8 0 0 0 0 200 m

Sistema de Coordenadas: ETRS89/PT-TM06 Elipsóide: GRS80

Projeção: Mercator Transversa

ESCALA: 1/10.000

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Em termos de usos do solo, área fotovoltaica apenas se observa a classe "Vegetação natural e seminatural", e como subclasse dominante observa-se os Matos altos

Em termos do Ordenamento do território, encontram-se em vigor, na área de implantação das Centrais Fotovoltaica, o Plano Regional de Ordenamento do Território do Algarve, pelo Plano de Gestão das Bacias Hidrográficas que integram a Região Hidrográfica das Ribeiras do Algarve (RH8), e pelo Plano Diretor Municipal de Lagos. De acordo com este último instrumento, as áreas de implantação das Centrais Fotovoltaica, encontram-se classificadas como Espaço Agrícola de Produção, Estrutura ecológica municipal e Espaço Florestal de Conservação. O Regulamento do PDM, estabelece, que “a localização e instalação

de equipamentos para a produção ou ensaio de energias alternativas não poluentes poderá efetivar-se em qualquer espaço do concelho de Lagos, verificada a observância das disposições legais e regulamentares aplicáveis”. A área em estudo não interfere em nenhum sítio da Lista Nacional de Sítios ao Abrigo da

Diretiva 92/43/CEE, nem em nenhuma Zona de Proteção Especial ZPE ao abrigo da Diretiva 79/409/CEE. Assim como não está inserida em áreas referentes a Matas Nacionais ou Perímetros Florestais. Relativamente às Condicionantes, Servidões e Restrições de Utilidade Pública, área de estudo respeitante à Centrais Fotovoltaica, encontra-se totalmente inserida em Reserva Ecológica Nacional. Em domínio público hídrico, identificam-se na área de estudo, os cursos de água não navegáveis nem flutuáveis, com os respetivos leitos e margens.

Relativamente à Flora, a caracterização da área de estudo permitiu identificar cinco unidades de vegetação diferentes, verificando-se um pronunciado abandono dos prados que nalguns casos é marcado pela existência de matos muito desenvolvidos (Matos Altos). Os matos baixos dominados por Carrascais representam a área mais extensa dentro da área de estudo. Em termos de Fauna Terrestre, verifica-se que a generalidade das espécies inventariadas não se encontra ameaçada. Algumas das espécies listadas, segundo a legislação nacional e internacional, apresentam algum interesse conservacionista. De entre as espécies potenciais pode destacar-se a águia de Bonelli pelo seu estatuto de conservação “Em perigo” e o noitibó de nuca vermelha com caráter “Vulnerável” todas elas poderão ocorrer com certa probabilidade embora as condições ecológicas presentes não sejam as mais adequadas.

A Paisagem na área de estudo da Central Fotovoltaica insere-se no grupo de unidade de paisagem – Algarve e unidade homogénea de paisagem – Barrocal Algarvio, de acordo com as suas características biofísicas. Em termos de formas e cores, trata-se de uma paisagem plana dominando a cor castanha pardacenta e verde, devido à cor do tipo de solo e da vegetação aí existente, com alguma diversidade de texturas, não se verificando a presença de valores visuais que se destaquem. Não se identificaram intrusões visuais de relevo, apenas elementos que condicionam ou reduzem a qualidade visual, nomeadamente a linha de transporte de energia e os aviários. A área em estudo apresenta uma média capacidade de absorção visual, qualidade e sensibilidade paisagística.

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Relativamente ao Património cultural, na área de estudo não foram identificados sítios arqueológicos inéditos. Na área de implementação do projeto existem apenas algumas estruturas integradas na categoria de património edificado de valor etnográfico. A análise incide sobre um território no qual se assinala alguma sensibilidade, devido a diversos testemunhos de ocupação antrópica bastante arcaica e a elementos memoriais de vivências tradicionais contemporâneas.

Em termos Socioeconómicos, a área de intervenção para implementação das Centrais Fotovoltaicas, está inserida no concelho de Lagos, na União das freguesias de Bensafrim e Barão de São João. Esta união de freguesias registava em 2011, 2 452 habitantes, e eram as menos populadas do concelho. Na freguesia de Bensafrim, 83% da população economicamente ativa em 2011 encontrava-se empregada, por oposição, a taxa de desemprego era de 17%. A empregabilidade da população deve-se maioritariamente ao setor terciário, também conhecido como setor de serviços. No final de 2014, o concelho de Lagos tinha 3 901 empresas, correspondendo a aproximadamente 7,1 % das empresas da região onde se insere.

Importa destacar que a área de estudo encontra-se a aproximadamente a 300 km de Lisboa e a 90 km de Faro. Na envolvente da área de estudo identificam-se a autoestrada A22, as estradas nacionais EN120 e a estradas municipais EM535.

No que respeita à Qualidade do Ar não existem estações de monitorização da qualidade do ar que permitam uma caracterização da mesma na área de influência do Projeto. A caracterização efetuada a nível macro baseou-se no documento “Emissões de Poluentes Atmosféricos por Concelho - 2009”, elaborado pela Agência Portuguesa do Ambiente. De acordo com este documento, pode concluir-se que as emissões no concelho de Lagos, na sua generalidade, superiores às dos concelhos localizados a norte e a poente e inferiores ao concelho vizinho de Portimão e substancialmente inferiores às de Faro. Em termos mais localizados, relativamente à A22, salienta-se que a área de estudo confronta a sul com o último troço desta via, entre os nós de Odiáxere e Lagos e onde o tráfego já apresenta volumes mais reduzidos, ainda assim, superiores 500 veículos por hora, durante o dia, traduzindo-se numa fonte poluição atmosférica relevante.

Do ponto de vista do Ambiente Sonoro, do levantamento dos recetores sensíveis e das fontes ruidosas existentes surge, como uma das principais fontes de ruído, apesar de não existem fontes de ruído significativas, o tráfego rodoviário, na A22. Da consulta do mapa de ruído do concelho de Lagos, confirma-se que o quadro acústico de referência presente nas áreas de incidência fotovoltaicos, é pouco perturbada, condicionada por fontes naturais e representativa de meios rurais. Exceção para a área de estudo mais próxima da Via do Infante, onde o tráfego rodoviário, embora de uma forma pouco significativa, potencia um incremento no ruído residual.

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No município da área de estudo a Gestão de Resíduos sólidos urbanos (RSU) é realizada pelo Sistema de Gestão de Resíduos Multimunicipal do Algarve, cuja gestão é da responsabilidade da ALGAR, Valorização e Tratamento de Resíduos Sólidos, S.A. A recolha da fração indiferenciada, é da responsabilidade do município de Faro, sendo transportados posteriormente para instalações da ALGAR. A cargo da ALGAR fica a recolha, triagem e encaminhamento para reciclagem, através da Sociedade Ponto Verde, de todos os resíduos sólidos urbanos recicláveis, recolhidos seletivamente e posteriormente triados, em estação de triagem. No contexto da gestão de RCD, verifica-se que, com exceção dos resíduos perigosos, todos os outros resíduos são classificados como não perigosos. Existem empresas licenciadas para operações de resíduos perigosos e industriais não perigosos, devendo ser consultado o site da Agência Portuguesa do Ambiente para escolha das empresas de gestão de resíduos adequadas.

Evolução da área na ausência do Projeto:

Em termos da evolução da área de implantação do Projeto, na ausência do mesmo, não são expectáveis alterações ao nível das variáveis mais estáveis do território como sejam o clima, a geologia e o solo, não se perspetivando, portanto, a ocorrência de alterações no estado atual do ambiente nestas componentes. A evolução do estado do ambiente irá certamente depender da estratégia adotada pelos proprietários dos terrenos, especialmente no que diz respeito ao futuro uso do território atualmente ocupado, que por sua vez estará dependente das políticas agrícolas e dos incentivos a elas associadas.

No presente, para a área afeta ao Projeto, não há conhecimento de qualquer outro tipo de interesse para além dos usos atuais já descritos na situação de referência. Os elementos de gestão territorial que abrangem esta área também não evidenciam situações que nos levem a pressupor que irá acontecer alguma alteração na zona em causa.

QUAIS SÃO AS PRINCIPAIS AÇÕES QUE PROVOCAM EFEITOS NA ÁREA

DE INSERÇÃO DO PROJETO?

As principais acções geradoras de efeitos ambientais fazem-se sentir ao longo da vida útil do Projeto, ocorrendo desde o seu planeamento até à sua desactivação ou possível reconversão. A magnitude e intensidade destas ações é variável, sendo prática corrente diferencia-las por diferentes fases, nomeadamente: planeamento/projecto, construção, exploração e desactivação/reconversão.

Na fase de projecto ou planeamento prevê-se uma perturbação muito reduzida, considerada sem significado, pela ação dos técnicos implicados na conceção do projeto, na planificação da obra e na elaboração do respetivo Estudo de Incidências Ambientais, e como tal, nem sequer é considerada na avaliação de impactes ambientais.

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Na fase de construção tem-se:

 Instalação e funcionamento de estaleiro;  Desmatação das áreas a intervencionar;

 Movimentação de terras, depósito temporário de terras e materiais, entre outros;

 Circulação de veículos pesados e máquinas afetos à obra e ao transporte de materiais e equipamentos;

 Construção de acessos;

 Execução da vedação em torno da área de implantação das Centrais;

 Execução das fundações e montagem da estrutura de suporte do sistema de produção fotovoltaico;

 Abertura e fecho de valas para instalação de cabos elétricos entre os módulos do sistema produção fotovoltaico, postos de transformação/centros inversores e subestação;

 Construção da Subestação/Centro de Comando e Controlo;

 Instalação dos edifícios pré-fabricados para os postos de transformação;  Montagem dos vários equipamentos das Centrais Fotovoltaicas;

 Requalificação ambiental das zonas intervencionadas. Na fase de exploração tem-se:

 Exploração e funcionamento das Centrais Fotovoltaicas, com produção de energia elétrica a partir de uma fonte renovável não poluente;

 Manutenção e reparação de equipamentos e acessos;

 Corte de vegetação na envolvente do sistema de produção fotovoltaica (sempre que a dimensão da vegetação cause ensombramento).

Na fase de desactivação/reconversão tem-se:  Desmontagem da Central Fotovoltaica;

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 Transporte de equipamentos e materiais;  Recuperação paisagística.

QUAIS SÃO OS PRINCIPAIS EFEITOS (IMPACTES) DO PROJETO E

MEDIDAS DE MINIMIZAÇÃO PROPOSTAS?

Para o Clima, não são identificados quaisquer impactes negativos que justifiquem referência. Não se prevê que o clima local possa ser afetado significativamente pela construção e exploração Projeto. Considera-se no entanto que, no que respeita aos efeitos climáticos associados ao aumento do efeito de estufa e, nomeadamente, o aumento da temperatura global, este Projeto gera, com a produção de energia através de fonte renovável, impactes positivos, significativos.

Embora a alteração das formas naturais do terreno se possa associar um impacte com significado a nível da geomorfologia, quanto à Geologia a tipologia das intervenções associadas a qualquer uma das fases analisadas, permitem que não sejam esperados quaisquer impactes negativos com significado ao nível deste descritor.

Relativamente à Hidrogeologia, prevê-se que a construção e exploração das centrais altere das condições de infiltração direta da precipitação assim como a diminuição da infiltração das águas, que poderá provocar uma alteração da área de recarga local e é suscetível de originar impacte no sistema local hidrogeológico. Estes impactes consideram-se negativos, de magnitude e significado moderado, reversível, de âmbito local.

No que respeita aos Recursos Hídricos, na fase de construção e face à natureza das intervenções e das linhas de água em questão, os impactes são negativos, pouco significativos e temporários. Em termos de contaminação da água, a movimentação de máquinas pode ainda causar a poluição com outras substâncias, como é o caso de alguns hidrocarbonetos. Face às características inerentes à tipologia da intervenção e às medidas de minimização previstas, consideram-se estes impactes negativos, pouco significativos e temporários. Mesmo assim, são propostas algumas medidas de minimização como a limitação de operações de manuseamento de óleos e combustíveis à zona do estaleiro, especificamente concebida para esse efeito e, sempre que possível, a realização dos trabalhos de escavação em períodos secos.

Do ponto de vista dos usos atuais dos Solos, a esta afetação interferirá com a ocupação existente, tendo em atenção que a área afetada irá alterar as classes existentes de usos do solo, no interior da área de estudo. Prevêem-se, assim, potenciais impactes negativos sobre os usos do solo, de moderada magnitude, certos, e significativos atendendo à dimensão total da área de estudo. Como principais medidas de

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minimização propostas refere-se a redução da exposição do solo desprovido de vegetação durante os períodos de maior pluviosidade e a remoção controlada de todos os despojos de ações de desmatação necessárias à implantação do Projeto, podendo ser aproveitados na fertilização dos solos.

Do ponto de vista do Ordenamento do Território, a questão da compatibilidade com Plano Diretor Municipal de Lagos é, a nível do licenciamento, resolvida entre a Câmara Municipal de Lagos e o promotor do Projeto. Mediante a emissão de pareceres favoráveis por parte da CCDR Algarve, e emissão TURH por parte da ARH Algarve, não se identificam incompatibilidades com as servidões do Domínio Hídrico ou Reserva Ecológica Nacional. A emissão de Declaração de Incidências Favorável ou Condicionalmente Favorável, pressupõe também a compatibilidade do Projeto com o Regime Jurídico da REN.

Os principais impactes negativos sobre os Ecossistemas (Fauna e Flora) ocorrerão na fase de construção do Projeto, decorrente da presença humana e de maquinaria no terreno e das ações de remoção do coberto vegetal e movimentações de terras e de máquinas, entre outras perturbações induzidas pela obra. Deste modo, para o descritor da Flora, Vegetação e Habitats, o presente Projeto conduzirá a incidências ambientais negativas, diretas, certas, reversíveis a longo prazo, e que assumem algum significado local. Na fase de construção para a Fauna Terrestre, o Projeto provocará efeitos negativos, pouco significativos. Como principais medidas de minimização para a fase de construção refere-se a implementação de um acompanhamento ambiental e concretizar a recuperação paisagística o mais rapidamente possível logo que terminem as operações nos terrenos intervencionados do estaleiro e de outras áreas que tenham sido afetadas pela obra. Na fase de exploração, considera-se os impactes na fauna terrestre, serão negativos, pouco significativos, as comunidades faunísticas mais afetadas pela implementação do projeto não apresentam valores conservacionistas e/ou ecológicos importantes. A fase de exploração não apresenta impactes adicionais para o presente descritor pois tudo permanece sem alterações.

Os impactes negativos (pouco significativos) sobre a Qualidade do Ar, verificar-se-ão apenas na fase de construção do Projeto e estarão associados estando associados principalmente às emissões de partículas resultantes, quer das desmatações e escavações, quer da circulação de maquinaria e veículos pesados nas fases de construção e desativação, que afetarão os recetores mais próximos das frentes de obra. Com maior significância, consideram-se os impactes positivos indiretos resultantes do benefício do aproveitamento da energia solar em detrimento da produção de energia a partir da queima de combustíveis fósseis. No Estudo são propostas várias medidas de minimização que, na fase de construção, permitam reduzir a emissão e a dispersão de poluentes atmosféricos nas zonas adjacentes à obra, tendo em atenção as consequências que daí poderão advir para a população e o ambiente em geral.

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No que respeita ao Ambiente Sonoro, e tendo em conta as características da área de intervenção, e a reduzida distância dos recetores mais próximos do local de construção, bem como a natureza dos trabalhos associados à fase de construção, considera-se que os eventuais impactes acústicos na fase de obra e fase de exploração devem ser monitorizados.

Relativamente ao Património o diagnóstico de impactes não revelou situações críticas ou particularmente danosas, uma vez que não foram detetados sítios, estruturas ou monumentos de interesse arqueológico ou arquitetónico na área de estudo. As medidas de minimização propostas passam pela promoção do acompanhamento arqueológico da obra.

Os impactes que o Projeto terá na Socioeconomia serão, de modo geral benéficos, principalmente no âmbito local. As contrapartidas financeiras relacionadas com facto de a eventual adjudicação de empreitadas e contratação de mão de obra poder ser feita localmente, constituem impactes positivos de âmbito local, de magnitude moderada e significativos.

De salientar o impacte positivo do fornecimento de energia elétrica à rede, que constituirá um impacte positivo de magnitude moderada, provável, irreversível considerando-se significativo no âmbito local, regional e nacional, tendo em conta que contribuirá para a produção elétrica nacional. Este impacte positivo enquadra-se nos objetivos definidos na Estratégia Nacional para a Energia 2020, podendo assim afirmar-se que este impacte será também à escala da política energética da União Europeia. Em síntese, os impactes socioeconómicos do Projeto são positivos e significativos. As perturbações que se poderão verificar junto da população serão temporárias e atenuadas com a adoção de várias medidas de minimização nas diferentes fases do Projeto. Refere-se, a título de exemplo, a limitação da utilização de sinais sonoros durante o dia de forma a não perturbar o descanso e tranquilidade da população residente ou que desenvolva atividade nas áreas adjacentes, dado a proximidade de algumas habitações e a exigência de cobertura da carga nos veículos que transportem materiais de aterro e/ou de escavação evitando assim o seu eventual espalhamento nas vias de comunicação, e consequentemente a perturbação do tráfego rodoviário e dos transeuntes.

Os impactes na Paisagem terão significado e magnitude e moderada. São esperados impactes diretos numa primeira fase, por imposição de elementos estranhos à paisagem, que depois de forma indireta, causados pela destruição de componentes constituintes da paisagem que depois contribuem para a sua harmonia e qualidade visual. As afetações esperadas ao nível visual, são consideradas significativas por se encontrarem sobre unidades com qualidade visual elevada, capacidade de absorção visual elevada a partir das áreas envolventes e com sensibilidade visual média.

Durante a fase de exploração os impactes previstos na paisagem relacionam-se com a presença das novas infraestruturas implantadas na área de estudo e com a nova subunidade de paisagem.

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EIncA das Centrais NER300 HYPERION e Fotovoltaica de Lagos Volume II - Resumo Não Técnico Hyperion Energy Investments SGPS, S.A.

17 T01816_2_v0

MATOS, FONSECA & ASSOCIADOS ESTUDOS E PROJETOS, LDA

Relativamente aos seguidores e mesas de módulos fotovoltaicos, estes destacar-se-ão apenas na envolvente mais próxima, causando impactes visuais negativos de moderada magnitude e significado. A principal medida de minimização proposta passa pela implementação de um Plano de Integração e Recuperação Paisagística.

Os impactes associados à Gestão de Resíduos dependem das quantidades, condições de armazenagem temporária, capacidades de valorização e tipologia dos destinos finais, a estabelecer para os diferentes tipos de resíduos, nas diferentes fases do Projeto. Os impactes associados à gestão de resíduos preveem-se pouco significativos a significativos, com magnitude que dependerá, sobretudo, das medidas de gestão adotadas e contempladas no Plano de Gestão de Resíduos a adotar, quer na fase de construção, quer de exploração e desativação. A gestão sustentável dos resíduos, através de práticas ambientalmente e energicamente mais eficazes, permitirá reduzir os impactes diretos e indiretos no ambiente e no sistema de gestão de resíduos da área de influência do Projeto.

Foi também imprescindível efetuar uma avaliação da conformidade do Projeto com os Instrumentos de Gestão Territorial que abrangem a área de incidência do Projeto pois é através dela que o Promotor tem conhecimento das eventuais dificuldades que terão que ser ultrapassadas e quais as diligências que deverá tomar, e é também nesta análise que são identificadas condicionantes que decorrem da existência de servidões, e essas sim, constituem situações que têm que ser salvaguardadas.

Do ponto de vista do Ordenamento do Território, a questão da compatibilidade com Plano Diretor Municipal de Lagos é, a nível do licenciamento, resolvida entre a Câmara Municipal de Lagos e o promotor do Projeto. Mediante a emissão de pareceres favoráveis por parte da CCDR Algarve, e emissão TURH por parte da ARH Algarve, não se identificam incompatibilidades com as servidões do Domínio Hídrico ou Reserva Ecológica Nacional. A emissão de Declaração de Incidências Favorável ou Condicionalmente Favorável, pressupõe também a compatibilidade do Projeto com o Regime Jurídico da REN.

De salientar o impacte positivo do fornecimento de energia elétrica à rede, que constituirá um impacte positivo de magnitude moderada, provável, irreversível considerando-se significativo no âmbito local, regional e nacional, tendo em conta que contribuirá para a produção elétrica nacional. Este impacte positivo enquadra-se nos objetivos definidos na Estratégia Nacional para a Energia 2020, podendo assim afirmar-se que este impacte será também à escala da política energética da União Europeia. Em síntese, os impactes socioeconómicos do Projeto são positivos e significativos. As perturbações que se poderão verificar junto da população serão temporárias e atenuadas com a adoção de várias medidas de minimização nas diferentes fases do Projeto.

Refira-se que os impactes ambientais associados à fase de desativação do Projeto consideram-se semelhantes aos envolvidos na fase de construção embora, na sua generalidade, menos significativos. De

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facto, as atividades referenciadas como geradoras de impactes ambientais na fase desativação, têm, na sua totalidade, um paralelo com a fase de construção, gerando em todos os aspetos, impactes com uma significância mais reduzida e em menor número.

Para avaliar se as medidas de minimização da fase de construção são adequadamente cumpridas está previsto a implementação de um Plano de Acompanhamento Ambiental da Obra, que inclui também

o acompanhamento arqueológico, e a implementação de um Plano de Gestão de Resíduos e de um Plano de Integração e Recuperação Paisagística (documentos complementares do Plano de

Acompanhamento Ambiental da Obra). São três documentos que constituem ferramentas para aplicação de boas práticas ambientais e para o controlo dessas mesmas boas práticas.

Na caracterização da situação de referência não foram identificados aspetos que justificassem uma monitorização. Assim, apenas se considera a necessidade monitorizar o ruído em caso de existirem queixas resultantes dos processos construtivos ou do funcionamento dos Projetos. O acompanhamento ao nível da flora e vegetação, deverá ser efetuado numa perspetiva dirigida à avaliação da recuperação/renaturalização das zonas intervencionadas. Este acompanhamento, está previsto no Plano

de Integração e Recuperação Paisagística.

Da avaliação efetuada poderá concluir-se que, não foram identificadas situações críticas que de certa forma pudessem inviabilizar o Projeto, e que embora se justifiquem algumas preocupações ambientais, estas serão francamente minimizadas pela adoção das medidas de minimização identificadas e propostas neste EIncA.

Carcavelos, 11 de novembro de 2016

Margarida Fonseca Nuno Ferreira Matos

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