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POLIDEZ COMO FORMA DE NEGOCIAÇÃO NA INTERAÇÃO PROFESSOR/ ALUNO

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POLIDEZ COMO FORMA DE NEGOCIAÇÃO

NA INTERAÇÃO PROFESSOR/ ALUNO

GENIZE MOLINA ZILIO BARROS*

RESUMO: Fundamentado nas teorias da Análise da Conversação, este trabalho tem por objetivo analisar o uso da polidez como forma de negociação na interação professor/ aluno na sala de aula.

Palavras-chave: polidez – interação – professor – aluno

ABSTRACT: Based on the theories of Conversation Analisysis, this paper aims at analysing the use of politeness as a way of negotiating the interaction between teacher/ student in the classroom.

Key-words: politeness – interaction - teacher – student

Considerações Iniciais

Apesar dos avanços da tecnologia, a sala de aula ainda tem sido o lugar privilegiado para se desenvolver o processo ensino/aprendizagem, e é entre professor e aluno, na sua interação diária, que ocorre a aquisição de conhecimentos. Mas, como afirma Marcuschi (2005, p. 45), “(...) nem toda interação é naturalmente bem-sucedida, pois interagir custa trabalho e exige altruísmo”.

Rosa (1992, p. 20, apud Silva, 1999, p. 109) afirma que “o simples fato de entrar em contato com outros, em sociedade, rompe o equilíbrio ritual preexistente e ameaça potencialmente a auto-imagem pública1 construída pelos interactantes”.

* Docente de Língua Portuguesa e Literatura da Faculdade Interação Americana e Mestranda em Filologia e Língua Portuguesa na Universidade de São Paulo.

1

Goffman (1970) pesquisou as relações interpessoais, para ele, quando se entra em contato com o outro, tem-se a preocupação de preservar a auto-imagem pública. O autor chama essa auto-imagem pública de face. Brown e Levinson (1978) ampliaram a noção de face a partir dos estudos de Goffman. Para eles, todo ser social possui

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Além do que, para Marcuschi (1989, p. 284 apud SILVA, 1999, p.109) “(...) a conversação, por ser uma atividade em que se desenvolvem negociações permanentes entre indivíduos, apresenta sempre uma ameaça potencial à face dos interlocutores”. Para ele, a sala de aula constitui um ambiente social fortemente institucionalizado e rotineiro que depende de algo mais do que uma boa interação para ser produtiva (MARCUSCHI, 2005, p. 45).

Centraremos nossa análise, justamente, sobre alguns aspectos que envolvem esse algo mais, pois é fundamental que sejam respeitadas normas de conduta na relação social entre os falantes para que essa interação seja o mais harmoniosa possível, já que ela nem sempre é tranqüila. Como afirma Silva (1999, p. 109), pela própria natureza dessa relação professor/ aluno, há um constante movimento de ameaça e preservação das faces e, como conseqüência, há um verdadeiro jogo para atenuar os efeitos dessa ameaça à face um do outro.

Goffman (1974, p. 32 apud SILVA, 2003, p. 183) deixa claro que, em qualquer sociedade, cada vez que surgir a possibilidade de uma interação verbal, entra em jogo um sistema de práticas, de convenções e de regras de procedimento que orientam e organizam o fluxo das mensagens emitidas.

Considerar o outro e o efeito que nosso discurso provocará nessa interação e a tentativa de minimizar essa ameaça é o que se chama de polidez, tema tratado por diversos autores, entre eles, Robin Lakoff (1998), em cujo trabalho será baseada nossa análise.

1. Corpus

Com o objetivo de pesquisar a utilização das Máximas Polidez pelo professor como forma de negociação na interação, em sala de aula, será analisada uma aula de Língua Portuguesa, ministrada por uma mulher de 42 anos de idade, casada, filha de pais paulistas. Essa aula foi gravada em áudio, com duração de cinqüenta minutos, no 2º ano do Ensino Médio de uma escola pública, localizada no centro da cidade de São Bernardo do Campo, no Estado de São Paulo.

duas faces: a face positiva – auto-imagem pública, desejo de aprovação social – e a face negativa – território pessoal, desejo de não ser impedido em suas ações. Marcuschi (1989) apresenta um resumo dos atos que ameaçam as faces: 1. atos que ameaçam a face positiva do ouvinte: desaprovação, insultos, acusações; 2. atos que ameaçam a face negativa do ouvinte: pedidos, ordens, elogios; 3. atos que ameaçam a face positiva do falante: auto-humilhação, autoconfissões; 4. atos que ameaçam a face negativa do falante: agradecimentos, excusas, aceitação de ofensas (SILVA, 1999, p. 109-113-114).

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A transcrição utilizada não segue todas as normas previstas pela Análise da Conversação, tendo em vista o fato de que nosso interesse estará centrado nas negociações dessa interação, através do uso das Máximas de Cortesia para a preservação das faces dos interactantes. Marcaremos P, para professor e A, para aluno. Marcaremos A1, A2 e assim, sucessivamente, caso haja mais de um aluno participando do ato conversacional. Se necessário, nomearemos o aluno que estiver falando com o professor.

Nesta aula, a professora faz correção de exercícios e, ao mesmo tempo, esclarece as dúvidas e revisa o conteúdo das aulas anteriores. Utiliza, como estratégia, a participação dos alunos nesta correção. Esse evento é classificado, segundo Moll (2004, p. 49 apud Silva, 2005, p. 21), em uma “aula expositiva interativa, em que há domínio do professor, a motivação deste, a participação dos alunos e a criação de um ambiente adequado de confiança, sem repressões”.

Silva (2005, p. 21) afirma que “é possível dar aos alunos parte do poder por meio da linguagem, a fim de que eles tenham um papel mais ativo e, desse modo, haja um ambiente mais propício para a aprendizagem”. Em nossas análises, constatamos essa atitude da professora. Vejamos:

Exemplo 1

P: ... alguém gostaria de fazer o primeiro exercício? Exemplo 2

P: ... alguém encontrou mais algum?

Goffman (1970, apud Silva, 2005, p. 23) diz que “normalmente os alunos gostam de interagir durante o evento aula e, freqüentemente, interagem quando não há ameaça potencial à imagem social”. É o que podemos verificar durante o andamento da aula, pois, em vários momentos, apesar de a professora ter escolhido um aluno para dar a resposta, vários alunos participam dando sua contribuição.

Exemplo 4

P: Felipe quer fazer pra gente? cê fez o três? Felipe: num fiz professora

Alerson: eu fiz eu fiz eu fiz

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Observe que, no exemplo acima, o aluno repete por três vezes: eu fiz, eu fiz, eu fiz, demonstrando grande interesse em participar, sem medo de ter sua face ameaçada.

2. Interação professor /aluno

Considerando-se que a análise deste trabalho é baseada em um corpus cujo espaço interacional é a sala de aula, é fundamental reconhecer a escola como instituição, como também os interactantes desse processo comunicativo. No cenário2 sala de aula, temos o professor e o aluno como agentes desse discurso. Nesse contexto, é preciso definir: Quem é o professor? Quem é o aluno? Qual a relação desenvolvida nessa interação?

Silva (2003, p. 184) afirma que o professor é aquele que tem o saber e está na escola para transmiti-lo. Conforme Charaudeau (1984, p. 118 apud Silva 2003, p.185) “a própria instituição - a escola - ‘ dota-o de um duplo poder: o poder relativo a seu suposto estatuto de saber (...) e a seu papel avaliador”. “O aluno é aquele que não tem o saber e está na escola para adquiri-lo” (SILVA, 2003, p. 201). Essa aquisição de conhecimento acaba sendo uma imposição da escola como instituição, lugar privilegiado para ocorrer o processo ensino/ aprendizagem, questão fundamental nessa interação (ibid., p. 184). Portanto, a relação que envolve professor e aluno é essencialmente assimétrica, pois ele comanda o andamento da aula, decide o ponto mais interessante de ser observado, pára, analisa e retoma, como observado no exemplo abaixo:

Exemplo 6

P: ... e toda vez que tiver algum ponto ... que eu achar que é interessante ...

eu paro a correção e nós retomamos ... certo?

Para Vion (1992, apud Silva 2003, p.185) “a posição superior confere ao professor a responsabilidade de iniciar as diferentes etapas da aula, receber seus alunos, determinar o que será feito, solicitar, perguntar, avaliar, repreender”. Vejamos:

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Exemplo 10

P: pessoal ... bom dia Todos: bom di::a

P: tudo bem com vocês? Todos: tu::do

P: hoje nós vamos fazer a correção dos exercícios da página 124 ... tá?

nós ontem trabalhamos a questão ... dos ... adjetivos ... vocês fizeram os exercícios baseando-se em pesquisas ... e ... hoje ... ao fazermos a

correção ... eu gostaria muito que vocês tirassem suas dúvidas ... tá?

Bourdieu (1983, p.160 apud Silva, 2003, p.185), ao analisar o papel do professor, faz a seguinte afirmação: “não procuramos somente ser compreendidos, mas também obedecidos, acreditados, respeitados, reconhecidos”. Estabelecer uma relação respeitosa e produtiva, no processo ensino-aprendizagem, exige muito mais do que dar ordens e ser obedecido, para que isso ocorra uma das exigências é a negociação e para isso é necessário polidez. Percebe-se, portanto, a relevância de se tratar das questões de polidez nessa interação.

3. Polidez

Interagir, como afirma Marcuschi (2005, p. 45), “custa trabalho e exige altruísmo”. Para Goffman (1974, p. 32 apud Silva, 2003, p. 183), o simples fato de entrar em contato com o outro coloca em risco nossa imagem pública, nossa face é constantemente ameaçada. Apesar de haver uma regra implícita na interação: não ameace a minha face que eu não ameaço a sua, como seguir essa regra, em sala de aula, se o professor está a todo tempo afirmando, pedindo e perguntando?

Para que esse evento conversacional, repleto de ameaças, seja bem sucedido, é necessário negociar idéias, posicionamentos, pedidos, ordens, perguntas, recusas e isso só será possível se, nesse jogo interativo, entrar, além de outras questões, a polidez. Nosso trabalho tomará como base os estudos desenvolvidos por Robin Lakoff (1998) sobre as Máximas de Competência Pragmática. São elas: 1. Seja claro; 2. Seja cortês.

Segundo a autora, cabe ao falante decidir o que é mais importante: se o que deseja é comunicar uma mensagem diretamente: seja claro; se é o modo como vai comunicar a mensagem: seja polido.

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Lakoff lembra o valioso trabalho de Grice sobre as Máximas da Conversação: 1.Quantidade : Faça sua contribuição tão informativa como seja exigido. Não faça sua contribuição mais informativa do que necessário 2. Qualidade: Diga somente o que creia ser verdadeiro.

3. Relevância: Faça contribuições pertinentes. 4. Modo: Seja conciso.

Não seja ambíguo. Não seja obscuro. Seja breve.

Observa, no entanto, que:

(...) uma conversação normal e interessante as viola a cada passo: é a conversação insípida ou rigidamente formal que se baseia nelas. Parece que o caso é que, quando a Clareza entra em conflito com a Cortesia, muitas vezes (...) a Cortesia se impõe: considera-se mais importante em uma conversação evitar a ofensa que conseguir o objetivo da clareza. O que é lógico, posto que na maioria das conversações informais a comunicação real de idéias importantes e´ algo secundário com respeito ao mero fato de afirmar e estreitar relações (LAKOFF,1998, p. 267).

Baseando-se nessas questões, a autora formula as Máximas da Polidez, afirmando que pouquíssimas vezes um ato de fala está pensando unicamente em comunicar uma informação de forma objetiva e que, com freqüência, busca-se, também, um sentimento favorável de aceitação a respeito da informação objetiva, o que se obtém com mais facilidade se conseguirmos que o ouvinte pense bem de nós, sobretudo, se colocarmos em prática as Máximas de Polidez: 1. não importune; 2. ofereça alternativas; 3. faça com que o ouvinte sinta-se bem – comporte-se amigavelmente.

Para ela, isso não quer dizer que as Máximas de Polidez anulem as Máximas da Conversação, muito pelo contrário, elas se relacionam, pois, mesmo em uma situação formal, às vezes, damos prioridade para a cortesia. Da mesma forma, numa situação informal, podemos desejar comunicar uma mensagem de forma rápida, com a menor dificuldade possível: nesse caso recorremos às Máximas de Grice. Por esse motivo, a autora considera estas subcategorias da M1 (Máxima 1).

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Teremos assim o seguinte quadro:

1. (M1) Não importune

2. (M2) Ofereça alternativas.

3. (M3) Faça com que o ouvinte se sinta bem-comporte-se amigavelmente. Lakoff (1998, p.268) afirma que, às vezes, duas ou mais máximas podem atuar ao mesmo tempo, reforçando-se mutuamente, como é o caso do exemplo abaixo.

Exemplo 11

P: vamos começar ?

alguém gostaria de fazer o primeiro exercício? Alunos: Nã::::::::o

((risos))

Kerbrat-Orecchioni (1991 apud Fávero, 2000, p. 86) afirma que “a pergunta desempenha um papel intermediário entre a ordem e a asserção (...) ”. Para Galembeck (2005, p. 174) o uso do verbo, “gostaria”, no futuro do pretérito na construção da pergunta, também é uma forma de polidez. Notamos que tanto o uso do futuro do pretérito, como procedimento de atenuação, quanto a utilização da pergunta, demonstram uma preocupação do falante em mitigar os efeitos dessa ameaça à face do ouvinte.

Logicamente, o que se espera ao fazer uma pergunta é que alguém se ofereça para respondê-la. Mas, como podemos perceber, nenhum aluno se oferece. A professora ameaçou a face dos alunos, importunando-os e eles ameaçaram a face dela, negando-se a participar.

Notaremos, no exemplo 12, que a professora deixa de ser polida, descumpre as máximas M2 e M3, mas se justifica, procurando negociar a participação dos alunos, dizendo que eles é que não deixaram alternativa para ela, deixando claro que houve da parte deles uma falta de polidez. Utiliza, nesse momento, de seu

. quantidade . qualidade . pertinência . maneira

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poder e de sua autoridade para dar continuidade à aula, afinal é ela quem conduz o evento, motivando os alunos a participarem, por bem ou por mal. Vejamos:

Exemplo 12

P: vou ter que escolher ... mas tudo bem ... vocês não me dão muita alternativa tá? vai ser por sorteio

hoje é dia 20 quem é o número vinte? quem é o vinte?

A1: quem é o vinte?

P: oh Mikael é você o sortudo hoje ... hein? ((risos))

Com o objetivo de conseguir a participação dos alunos, faz um sorteio. Em nosso contexto cultural, todos que participam de um sorteio querem ganhar, ou seja, serem sorteados. Neste momento, lança mão de uma estratégia que tem a função de diminuir os efeitos dessa ameaça.

Na seqüência dessa interação, repleta de ameaças, de estratégias de polidez e de negociações, verificamos que a professora, ao escolher o aluno de número 20, por sorteio, ameaça a face deste e procura negociar sua participação, comportando-se amigavelmente, M3, dizendo que o aluno é uma pessoa de sorte. Obcomportando-serve:

Exemplo 13

P: eu vou dizer que você é uma pessoa de sorte ... porque você vai começar a nossa correção

((vozes))

Marcuschi (2005, p. 79) afirma que “a administração das faces é sempre crucial porque cria condições de base da negociação que desencadeia ou barra ações conjuntas”.

Após o sorteio, a professora coloca em prática a M2, agir amigavelmente, e por não querer impor sua autoridade diretamente e ofender o aluno, utiliza o “nós”, incluindo-se na tarefa de fazer o exercício, sendo, desta forma, polida.

Exemplo 14

P: o primeiro exercício Mikael .. é o seguinte ... nós teremos que retirar do texto

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... os substantivos ... e dar ... três características ... três qualidades para cada substantivo ... quais substantivos você encontrou?

A polidez é utilizada pela professora como forma de negociação, afinal ela não oferece alternativa, o aluno terá de fazer o exercício. Nesse contexto, não seria bom para o andamento da aula uma recusa do aluno escolhido, pois isso ameaçaria a face da professora e a desautorizaria diante dos outros alunos, os quais poderiam recorrer da mesma atitude do aluno sorteado, recusando-se a obedecer; nesse caso, não haveria nenhuma correção e os objetivos da aula não seriam atingidos. Além do que, estaria sendo colocada em jogo sua autoridade como professora.

Com relação a isso, Silva (2005, p. 28) considera que:

(...) as ordens funcionarão se as outras pessoas obedecerem. (...) podemos, ao mesmo tempo comunicar ou propor que não existe nenhuma alternativa que não seja a obediência. Também é evidente que, ao invés de impor as ordens, é possível persuadir os outros a cumpri-las, pois do contrário seria pior.

Um pouco mais adiante, depois de parte da resposta ter sido dada pelo aluno, a professora, na tentativa de envolver os outros alunos, para que haja maior participação, faz, novamente, uma pergunta para a classe.

Exemplo 15 P: e vento

alguém encontrou mais algum? Alguns alunos: nã ::::o

Parte da sala: si ::::m

Nesse momento, a professora viola, mais uma vez, a M1, não importune, tanto é que a resposta “não” foi dada em coro, e depois “sim” dada pela minoria. No entanto, mais uma vez, foi oferecida uma alternativa, M2, pois ela faz uma pergunta. Ela sabe que é através de uma atitude polida, nessa negociação, que conseguirá atingir seu objetivo: corrigir os exercícios com a participação dos alunos.

4. Considerações finais

Através das análises feitas, observamos que o ambiente de sala de aula é marcadamente institucional, tendo o professor a responsabilidade e o poder de abrir o evento aula e encerrá-lo, retomando aspectos anteriormente trabalhados,

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estabelecendo a conexão, motivando os alunos, definindo o tópico da aula e os procedimentos utilizados para atingir os objetivos (MARCUSCHI, 2005). É a habilidade do professor em conduzir esse processo interacional que influenciará o processo ensino/ aprendizagem (SILVA, 2005).

Como afirma Marcuschi (2005, p. 45), interagir custa trabalho e exige altruísmo. Mesmo que haja uma aparente tranqüilidade, a interação não é tranqüila (SILVA, 1999), o fato de interagir com o outro coloca em jogo a face dos falantes (GOFFMAN, 1973 apud SILVA, 2003). Comprovamos pelas análises da aula gravada que é impossível deixar de ameaçar a face do aluno, seja com perguntas, pedidos, ordens, elogios; é a infração da M1 da cortesia, não importune. No entanto, não importunar é impossível quando se requer participação.

Resta-nos, como saída, a negociação de interesses entre as partes: quem ensina e quem está ali para aprender. Essa negociação requer muito esforço por parte daquele que detém o poder e a responsabilidade pelo evento interacional aula. Cabe a ele, pela diferença etária, pelo poder social investido e pelo domínio do conhecimento, utilizar estratégias que assegurem o sucesso dessa interação, motivando os alunos, convidando-os a participar do evento, envolvendo-os.

Muito ainda caberia ser analisado sobre essas e outras questões, na aula tratada, ficando, portanto, espaço aberto para outras contribuições o que seria de grande valia para esse trabalho de pesquisa.

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Referências

FÁVERO, L. L.. A entrevista na fala e na escrita. In: PRETI, Dino (Org). Fala e escrita em questão. São Paulo: Humanitas. Vol. 4, 2000.

GALEMBECK, P. de T. Preservação da face e manifestação de opiniões: um caso de jogo duplo. 3ª.ed. In: PRETI, Dino (Org). O discurso oral culto. São Paulo: Humanitas. Vol., 2005.

LAKOFF, R. La lógica de la cortesía, o acuérdate de dar las gracias. In: JÚLIO, M. T. e MUÑOZ, R. (Comp.). Textos clásicos de pragmática. Madri Arco/ Libros,1998, p. 259-278.

MARCUSCHI, L. A. O diálogo no contexto da aula expositiva:continuidade, ruptura e integração. In: PRETI, D. (Org). Diálogos na fala e na escrita. São Paulo: Humanitas.Vol.7., 2005.

SILVA, L. A. Polidez na interação professor/aluno. 2ª.ed.In PRETI, D. (Org). Estudos de língua falada: variações e confrontos. São Paulo: Humanitas. Vol.3., 1999.

_______. Estruturas de participação em sala de aula. In: PRETI, D. (Org). Interação na fala e na escrita. 2ª. ed. São Paulo: Humanitas. Vol 5., 2003.

_______. O diálogo professor/aluno na aula expositiva. In: PRETI, D. (Org). Diálogos na fala e na escrita. São Paulo: Humanitas. Vol7., 2005.

Referências

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